ESTUDO DA IMOBILIZAÇÃO DE INVERTASE EM RESINAS DE TROCA IÔNICA E PRODUÇÃO DE AÇÚCAR INVERTIDO
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- Ana Sofia Amado Duarte
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1 CONVÊNIOS CNPq/UFU & FAPEMIG/UFU Universidade Federal de Uberlândia Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação DIRETORIA DE PESQUISA COMISSÃO INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2008 UFU 30 anos ESTUDO DA IMOBILIZAÇÃO DE INVERTASE EM RESINAS DE TROCA IÔNICA E PRODUÇÃO DE AÇÚCAR INVERTIDO Larissa Nayhara Soares Santana 1 Faculdade de Engenharia Química Universidade Federal de Uberlândia Avenida João Naves de Ávila, 2121 Uberlândia MG CEP larisssa_luc@yahoo.com.br Bruna Vieira Cabral 1 Líbia Diniz Santos Marquez 1 Eloízio Júlio Ribeiro 2 Resumo: No caso específico da produção de xaropes de açúcar invertido, a produção brasileira é toda realizada por processo ácido, mas em contatos diretos com os empresários da área sucroalcooleira, tem-se notado o grande interesse em diminuir os custos do processo enzimático em função das grandes vantagens deste em relação ao processo ácido. Uma alternativa a ser perseguida é o estudo do processo de imobilização de invertase, a exemplo de outras áreas, tal como hidrólise da lactose em produtos lácteos por lactase imobilizada em resinas de troca iônica já disponível em alguns países, o custo e o processo podem ser grandemente melhorados. Assim, a procura por um processo biotecnológico adequado é de grande interesse. O objetivo geral deste trabalho foi estudar o processo de imobilização de invertase por processo combinado de adsorçãoligação iônica em resinas trocadoras de íons, complementado por ligação cruzada com glutaraldeído. Palavras-chave: Açúcar invertido, Imobilização, Invertase e Duolite A INTRODUÇÃO Os alimentos industrializados surgiram proporcionando redução de custos e aumento do tempo de conservação. Dentre os aditivos usados na indústria alimentícia, destacam-se os adoçantes, responsáveis por melhorar o sabor de alimentos. Existem adoçantes naturais e sintéticos, entretanto o consumo de adoçantes naturais como à sacarose nem sempre é bem vindo, como é o caso dos diabéticos e dos obesos. Para esses casos foram desenvolvidos adoçantes sintéticos como o aspartame, sacarina, ciclamato e acesulfame-k, que apresentam suspeitas e controvérsias quanto aos seus efeitos em seres humanos, inclusive sua ação carcinogênica (RANNEY et al.,1976; O BRIEN e GELARDI, 1981; AHMED e THOMAS, 1992 apude VICENTE, 2000). O açúcar invertido é obtido a partir da hidrólise da sacarose, conhecida como reação de inversão. A hidrolise pode ser por inversão química, catalisada por ácidos e por resinas trocadoras de íons fortemente ácidas e enzimática, catalisada pela enzima invertase. A inversão química é mais fácil do ponto de vista industrial, porém o produto final apresenta qualidade inferior, devido ao escurecimento e à formação de subprodutos tóxicos nas reações secundárias, como hidroximetilfurfural (HMF) (DHAMPUR INVERTOS LTD, 1999). 1 Acadêmico(s) do curso Engenharia Química; 2 Orientador
2 A principal enzima utilizada na inversão de sacarose, a invertase (E.C β-dfructofuranosidase), é um catalisador biológico que ao contrário dos catalisadores sintéticos comuns, apresenta uma elevada especificidade em relação ao substrato e sua utilização suprime a obtenção de subprodutos indesejáveis na reação, diminuindo dessa forma, os custos de separação dos produtos e problemas de tratamento de efluentes. Uma alternativa para utilizar a hidrolise enzimática é a imobilização da invertase, pois garante um produto com alta pureza sem ocasionar problemas de águas residuais, muito comum nos processos químicos. Além disso, o processo com a enzima imobilizada pode reduzir severamente o custo do processo, por permitir a reutilização da enzima e eliminar etapas posteriores ao processo de hidrólise. Alta produtividade, alta estabilidade e o baixo custo para imobilização da invertase são requisitos fundamentais para competir com o processo ácido tradicional (BERGAMASCO et. al., 2000; COUTINHO FILHO et. al., 2005; MANSFELD et al., 1992). 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Açúcar invertido O açúcar invertido é um xarope composto de glicose e frutose resultante de uma reação de hidrólise da sacarose (TOMOTANI e VITOLO, 2006; ALMEIDA, 2005; RODRIGUES, 2000). É conhecido como reação de inversão, pois o xarope dos monossacarídeos desvia um feixe de luz polarizada para a esquerda, enquanto as soluções de sacarose desviam esse feixe para a direita (CABRAL, 1989). Em diversas aplicações industriais o açúcar invertido apresenta propriedades mais interessantes se comparado a solução de sacarose, tais como: - Apresenta maior higroscopicidade retendo umidade mesmo em ambientes muito secos; - Maior solubilidade, atuando como inibidores de cristalização e reduzindo custos com frete; - Reduz o ponto de congelamento, propriedade útil em produtos que são congelados; - Em produtos com baixo teor de gordura, evita que esses comecem a quebrar e secar; - Possui viscosidade baixa, conferindo plasticidade a sorvetes, cremes e fondants; - Maior doçura relativa do que a sacarose. O açúcar invertido pode ser obtido por catálise enzimática, catálise ácida ou por troca iônica com as resinas. O processo enzimático pode ocorrer pela adição direta da enzima ou pela imobilização da mesma em suportes inertes (ALMEIDA, 2005; RODRIGUES, 2000). 2.2 Sacarose Sacarose é um dissacarídeo composto de uma molécula α-d-glicose e de uma molécula deβ- D-frutose ligadas por uma ligação β-1,2. É um açúcar importante, pois é encontrado com freqüência na natureza e está presente na dieta humana (BOBBIO e BOBBIO, 1985). O conhecimento e a utilização deste adoçante datam de milênios, com citações encontradas em escritos indianos no período de anos a.c. (CANE SUGAR HANDBOOK, 1993). Como um adoçante natural é tradicionalmente usado na culinária devido ao gosto agradável, ao seu valor nutritivo e o baixo custo da sua produção. No Brasil a principal fonte da sacarose é a cana-de-açúcar a qual contém até 20% de sacarose (ALMEIDA, 2005). 2.3 Enzimas Enzimas são catalisadores biológicos que diminuem a energia de ativação, acelerando uma reação termodinamicamente possível, sem alterar a constante de equilíbrio e a energia livre de reação (GÜRSEL et. al., 2003; ISIK et. al., 2003). 2
3 A utilização das enzimas é antiga, antes de sua função e dos próprios microrganismos serem conhecidos. Um dos primeiros alimentos a utilizar a ação enzimática que se tem notícia foi o pão. Pasteur, no final do século passado demonstrou a intervenção das leveduras no processo de fermentação alcoólica e o trabalho que evidenciou a ação das enzimas fora das células (CABRAL, 1982). Como as enzimas não são consumidas na reação, sua ação catalítica é semelhante aos catalisadores inorgânicos. Porém, é diferente dos catalisadores sintéticos comuns pela forma suave que realiza a catálise, geralmente em soluções aquosas neutras, temperatura e pressão ambiente e, principalmente com elevado grau de especificidade em relação ao substrato Invertase Invertase ou β-d-frutofuranosidase frutohidrolase (E.C ) é uma enzima que catalisa a hidrólise do terminal não redutor do resíduo β-d-frutofuranosídeo em frutofuranosídeos. Além disso, a invertase catalisa reações de transferência com outros aceptores, além da água. Isso resulta na formação de oligossacarídeos constituídos por unidades de glicose e frutose (HAYASHI et. al., 1994; PLAYNE e CRITTENDEN, 1996 apude VICENTE, 2000). Existem várias fontes de invertase, tais como, leveduras, fungos, bactérias, insetos, mamíferos e vegetais, mas a principal fonte de produção industrial são as leveduras. A enzima apresenta-se em duas formas, 80% são externas, localizadas entre a membrana plasmática e a parede celular, os 20% restantes são intracelulares, desprovidas de carboidratos e localizadas no protoplasma (CABRAL, 1982; ISIK et. al., 2003; VICENTE, 2000). 2.4 Enzimas imobilizadas Enzima imobilizada, segundo WINGARD, 1972, são enzimas fisicamente confinadas ou localizadas em uma determinada região do espaço, com retenção de sua atividade catalítica e que podem ser usadas repetida e continuamente. As enzimas imobilizadas possuem várias vantagens sobre as enzimas livres, tais como reutilização sem um significativo decréscimo da atividade, a alta estabilidade e o controle e a facilidade de separação do produto (GÓMEZ et. al., 2005; GÜRSEL et. al., 2003). Segundo BERGAMASCO et. al. (2000), as vantagens básicas das enzimas imobilizadas em relação as solúveis são: Redução do uso de enzima, pois uma vez imobilizada, a enzima pode ser usada por um maior período de tempo em relação à forma solúvel; Processos com enzimas imobilizadas podem ser conduzidos preferencialmente de modo contínuo, usando leitos fixos ou fluidizados, por ser facilmente controlados; Uso de alta dosagem de enzima por volume de reator, comparada ao uso de enzimas livres; Os produtos são facilmente separados do meio reacional; Em muitos casos a estabilidade e a atividade são aumentadas pela imobilização; Esta técnica permite a redução do capital operacional já que a vida útil de uma enzima imobilizada é suficientemente longa. 3 - MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais Neste trabalho foi utilizada enzima invertase de leveduras da marca Sigma, disponível na forma de pó solúvel em água. Os reagentes utilizados foram todos na forma P.A., exceto a sacarose, usada na forma de açúcar cristal comercial. 3
4 Como suportes para a imobilização de invertase foram utilizadas as resinas Dowex Marathon A e C, fornecidas pela Dow Chemical Company e Duolite A 568 e Duolite S-761, produzidas por Rohm and Haas Company. 3.2 Métodos Imobilização de invertase Nesta etapa do trabalho foi estudado o processo de imobilização da enzima invertase em resinas de troca iônica por adsorção física e por uma combinação de adsorção e ligação cruzada com glutaraldeído (VICENTE, 2000). Em seguida, foram realizados dois procedimentos experimentais: Para o estudo da adsorção os suportes aniônicos, foram estudadas as influências conjuntas das principais variáveis que interferem na imobilização, como ph, concentração de enzima, temperatura do meio e tempo de imobilização. Para o estudo da imobilização pelo processo combinado adsorção-ligação cruzada com glutaraldeído, foram analisadas as influências conjuntas das variáveis relevantes no processo, tais como concentração de enzima, concentração de glutaraldeído, ph e tempo de imobilização, O desenvolvimento experimental das duas etapas anteriores foi realizado após aplicação de planejamentos experimentais, com base em trabalhos preliminares e da literatura, para a escolha dos intervalos adequados das variáveis de interesse. Como respostas do planejamento obtivemos a atividade catalítica alcançada e a estabilidade do biocatalisador (MARQUEZ et. al, 2008) Métodos analíticos a-) Dosagem de açúcares Glicose e frutose foram dosadas como açúcares redutores pelo método do DNS (MILLER, 1959). A sacarose também foi dosada pelo mesmo método, após sua inversão total com ácido. b-) Determinação da atividade da enzima As atividades, tanto da enzima livre como imobilizada, foram determinadas pelo procedimento de taxas iniciais de reação (ALMEIDA et. al., 2005; COUTINHO FILHO et. al., 2005; RIBEIRO, 1989; VICENTE, 2000). Uma unidade de atividade de invertase imobilizada foi definida como U i (grama de açúcar redutor produzido por litro de meio reacional, por minuto, por grama de suporte). 4-RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Escolha do Suporte As resinas Dowex Marathon A e C da Dow Chemical Company e as resinas Duolite A-568 e Duolite S-761, da Rohm Hass após ativação, foram preliminarmente testadas em triplicatas com relação à retenção de atividade de invertase a partir de soluções da enzima. Os testes preliminares de imobilização de invertase nas resinas citadas anteriormente indicaram que apenas Duolite A-568 e Duolite S-761 apresentaram atividade enzimática imobilizada, sendo que a atividade alcançada com a primeira foi bastante superior, como pode ser verificado na Tabela 1. Em função destes resultados, na seqüência do trabalho foi utilizada como suporte para imobilização a resina Duolite A
5 Tabela 1: Resultados preliminares de imobilização de invertase nas resinas Resinas IA (%) A I (U i ) Dowex Marathon A 35,44 ± 0,31 0 Dowex Marathon C 22,70 ± 0,75 0 Duolite A ,81 ± 0,41 0,562 ± 0,03 Duolite S ,10 ± 1,61 0,274 ± 0,02 Observa-se pelos valores encontrados do índice de adsorção (IA) e pela atividade de invertase imobilizada (A I ) apresentados na Tabela 1, que a resina Duolite A-568 é o suporte que apresenta os melhores resultados, por isso esta resina foi utilizada durante todo o trabalho subseqüente. Além do mais após regeneração, este suporte apresentou a mesma retenção de atividade que o suporte original. 4.2 Influência do Tempo no Processo de Imobilização na Resina Duolite A-568 A influência do tempo no processo de imobilização de invertase na resina Duolite A-568 é apresentada na Figura 1, na qual se verifica um aumento significativo de atividade da enzima imobilizada até 24 horas. Com base nestes resultados, todos os experimentos de imobilização realizados neste trabalho utilizaram um tempo de 24 horas (MARQUEZ et. al, 2008). 1,1 1,0 Atividade Relativa 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0, Tempo de imobilização (h) Figura 1: Influência do tempo de imobilização na atividade enzimática relativa da invertase imobilizada. 4.3 Otimização do Processo de Imobilização Visando otimizar o processo de imobilização de invertase na resina Duolite A-568, foram estudadas as influências conjuntas da temperatura (X 1 ), ph (X 2 ) e concentração de enzima (X 3 ) no meio de imobilização através de um Planejamento Composto Central (PCC) (Marquez et. al, 2008). Os resultados das atividades enzimáticas obtidos estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2: Atividade enzimática obtida em cada experimento do planejamento. Experimentos Valor real (valor codificado) Temperatura C (X 1 )ph (X 2 ) Concentração de invertase - g/l (X 3 ) Atividade enzimática (U i ) 1 14 (-1) 3,5 (-1) 3,0 (-1) 0, (-1) 3,5 (-1) 17,0 (1) 2, (-1) 6,5 (1) 3,0 (-1) 0, (-1) 6,5 (1) 17,0 (1) 0, (1) 3,5 (-1) 3,0 (-1) 0, (1) 3,5 (-1) 17,0 (1) 2,3204 5
6 7 40 (1) 6,5 (1) 3,0 (-1) 1, (1) 6,5 (1) 17,0 (1) 1, (-α) 5,0 (0) 10,0 (0) 1, (+α) 5,0 (0) 10,0 (0) 3, (0) 3,0 (-α) 10,0 (0) 1, (0) 7,0 10,0 (0) 2, (0) 5,0 (0) 0,5 (-α) 0, (0) 5,0 (0) 19,0 (+α) 4, (0) 5,0 (0) 10,0 (0) 4, (0) 5,0 (0) 10,0 (0) 5, (0) 5,0 (0) 10,0 (0) 4,9366 Observa-se pela Tabela 2 que a atividade enzimática alcançada durante os experimentos variou de 0,4144 Ui a 5,0254 Ui. Os maiores valores de atividade alcançados foram nos ensaios do ponto central do PCC. Os resultados experimentais de atividade enzimática imobilizada foram ajustados por regressão múltipla, utilizando o software Statistica 7.0. Assim, estão representados na Tabela 3 os termos lineares, as interações e os termos quadráticos das três variáveis estudadas e as respectivas análises no teste t Student. Tabela 3: Resultado da regressão múltipla aplicada ao PCC. Fatores Coeficiente de regressão Erro Padrão Nível significâncian p-valor Média 4,66 0,389 0, X 1 (L) 0,33 0,219 0,177 X 1 (Q) -1,01 0,289 0,009 X 2 (L) 0,041 0,219 0,856 X 2 (Q) -1,34 0,289 0,002 X 3 (L) 0,79 0,219 0,008 X 3 (Q) -1,14 0,289 0,005 X 1 X 2 0,18 0,265 0,515 X 1 X 3 0,013 0,265 0,96 X 2 X 3-0,34 0,265 0,237 Após a realização da regressão múltipla no programa Statistica 7.0, utilizando os resultados da atividade enzimática apresentados na Tabela 2, obteve-se a Equação 1 completa: Atividade = 4,66+ 0,33. X + 0,041. X + 0,79. X 1,01. X 1,34. X 1,14. X + 0,18. XX + 0,013. XX 0,34. XX Devido à grande variedade inerente aos processos bioquímicos que envolvem enzimas, foram considerados significativos os parâmetros de nível de significância menores que 10% (p<0,1). Observa-se na Tabela 3 que as variáveis não significativas do modelo foram a temperatura e o ph nos seus termos lineares (X 1 (L) e X 2 (L)), as interações temperatura/ph (X 1 X 2 ), temperatura/concentração de enzima (X 1 X 3 ) e ph/concentração de enzima (X 2 X 3 ). Com a eliminação dos parâmetros não significativos, obtiveram-se as seguintes relações apresentadas na Tabela 4. (1) 6
7 Tabela 4: Resultado da regressão múltipla aplicada ao PCC Fatores Coeficiente de regressão Erro Padrão Nível de significância p-valor Média 4,6598 0,372 0 X 1 (Q) -1,0180 0,277 0,0042 X 2 (Q) -1,3432 0,277 0,0006 X 3 (L) 0,7886 0,210 0,0037 X 3 (Q) -1,1470 0,277 0,0020 Coeficiente de determinação - R 2 = 0,87 O modelo ajustado com as variáveis significativas codificadas está representado na Equação 2. Atividade = 4, ,7886. X 1,018. X 1,3432. X 1,147. X ( 2) O coeficiente de determinação (R 2 ) de 0,87 indica um ajuste adequado dos dados experimentais na obtenção da atividade de enzima imobilizada, mostrando que 87% da variabilidade dos dados foram explicadas pela equação empíricas proposta (Equação 2). Realizando a análise de variância (ANOVA) visualizada na Tabela 5 verifica-se que o Fcalc foi significativo (p<0,01). O resultado de F calculado (Fcalc) foi superior ao F tabelado (FT) para um nível de significância de 1%. Esses resultados indicam uma boa concordância entre os valores experimentais e previstos pelo modelo. Tabela 5: ANOVA para a resposta de atividade enzimática (FT = F9; 7; 0,1=6,72) Fonte de Soma de Graus de Quadrado Fcalc P - valor variação quadrados liberdade médio Regressão 37, ,1788 7,4179 0,0075 Resíduos 3, ,5633 Total 41,5527 A Figura 2 mostra a distribuição dos resíduos em torno do zero e a Figura 3, a representação dos valores preditos versus observados. Figura 2: Distribuição dos resíduos em torno da reta que indica normalidade para a resposta de atividade enzimática. Figura 3: Valores experimentais em função valores previstos pelo modelo para a resposta de atividade enzimática. 7
8 Observando a Figura 2, verifica-se que a distribuição dos resíduos comportou-se aleatoriamente em torno do zero, não apresentando nenhuma tendência quanto à distribuição. Na Figura 3, nota-se que as respostas experimentais para obtidas para atividade enzimática apresentaram valores próximos aos fornecidos pela equação empírica, com coeficiente de determinação de 87%. Como o modelo foi significativo foi possível construir as superfícies de respostas, analisadas duas a duas, e definir regiões de interesse. As superfícies estão representadas nas Figuras 4, 5 e 6 (MARQUEZ et. al, 2008). Figura 4: Superfície de resposta da influência da temperatura e do ph na atividade de invertase imobilizada.. Figura 5: Superfície de resposta da influência da temperatura e da concentração de enzima na atividade de invertase imobilizada. Figura 6: Superfície de resposta da influência do ph e da concentração de enzima na atividade de invertase imobilizada. Observa-se que em todas as superfícies existe uma região correspondente à uma resposta máxima. Analisando as Figuras 4, 5 e 6 observa-se que a faixa de ph e de temperatura correspondente à máxima atividade esta compreendida próxima ao ponto central, a região de máxima atividade engloba a temperatura de 21 a 36 C e o ph de 4,2 a 5,7. Nas Figuras 5 e 6, observa-se que a região de maior atividade correspondente à concentração enzimática está um pouco deslocada para a esquerda, ou seja, engloba o ponto central e acima dele, a concentração de invertase varia de 8,5 a 16,5 g/l na região de máxima atividade obtida. A fim de obter o ponto estacionário que maximiza a resposta de atividade enzimática no processo de imobilização, realizou-se uma análise canônica utilizando a equação completa (Equação 1). As variáveis das coordenadas X 1 = 0,058; X 2 = 0,2102 e X 3 = 0,5075, representam os valores codificados que maximizam a resposta. Os valores encontrados para a maximização da atividade foram a temperatura (X 1 ) igual a 29 C, o ph (X 2 ) igual a 5,0 e concentração de invertase (X 3 ) igual a 12,5 g/l. 8
9 Para a validação do modelo, foi realizado um experimento nas condições do ponto ótimo encontrado e a atividade obtida pelo ensaio foi 4,606 U i e jogando os valores codificados encontrados na análise canônica na Equação 1, obteve atividade enzimática igual a 4,7038 U i, próxima da experimental. 5 CONCLUSÃO Entre as resinas estudadas a que apresentou melhores resultados na imobilização de invertase por adsorção e ligação iônica foi a Duolite A-568. As melhores condições no processo de imobilização foram: tempo de imobilização 24 horas, temperatura 29 C, ph 5,0 e concentração da enzima no meio 12,5 g/l. O método de imobilização de invertase por adsorção nesta resina é simples e não altera a cinética da reação. 6 AGRADECIMENTOS À FAPEMIG pelo apoio financeiro. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A. C. S.; ARAÚJO, L. C.; COSTA, A. M.; ABREU, C. A. M.; LIMA, M. A. G. A.; PALHA, M. L. A. P. F. Sucrose hydrolysis catalyzed by auto-immobilized invertase into intact cells of Cladosporium cladosporioides. Eletronic Journal of Biotechnology. v. 8, BERGAMASCO, R.; BASSETTI, F. J. MORAES F.; ZANIN, G. M. Characterization of free and immobilized invertase regarding activity and energy of activation. Brazilian Journal of Chemical engineering. V. 17 no BOBBIO, F. O. e BOBBIO, P. A. Introdução a química de alimentos. Campinas: Fundação Cargill, CABRAL, F. A. Estudo cinético da invertase livre e imobilizada em alginato de cálcio.(dissertação de mestrado em engenharia de alimentos) Campinas, SP, 1989, 145p. CABRAL, J. M. S.; NOVAIS, J. M.; CARDOSO, J. P. Immobilization of amyloglucosidase on alkalyne derivatives of metal-link activated inorganic supports. Biotechnology Bioengineering. v. 23, p , CANE SUGAR HANDBOOK. A manual for cane sugar manufactures and theirs chemists. 12 th Edition, John Wiley & Sons, COUTINHO, FILHO U.; RIBEIRO, E. J.; MAUGERI FILHO, F. Estabilidade de invertase imobilizada em sílica. SIMPÓSIO NACIONAL DE BIOPROCESSOS. 15, Recife, Anais, DHAMPUR INVERTOS LTD. GÓMEZ, L.; RAMÍREZ, H. L.; VILLALONGA, M. L.; HERNÁNDEZ, J.; VILLALONGA, R. Immobilization of chitosan-modified invertase on alginate-coated chitin support via polyelectrolyte complex formation. Enzyme and Microbial Technology GÜRSEL, A.; ALKAN, S.; TOPPARE, L., YAGCI Y. Immobilization of invertase and glucose oxidase in conducting H-type polysiloxane/polypyrrole block copolymers. Reactive & Functional Polymers. v. 57, p , ISIK, S.; ALKAN, S.; TOPPARE, L.; CIANGA, I.; YAGCI, Y. Immobilization of invertase and glucose oxidase inpoly 2-methylbutyl-2-(3-thienyl) acetate/ polypyrrole matrices. European Polymer Journal. v. 39, p , MANSFELD, J.; SCHELLENBERGER, A.; ROMBACH, J. Application of polystyrene-bound invertase to continuous sucrose hydrolysis on pilot scale. Biotechnology Bioengineering. V. 40, p ,
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