PALESTRA DO DIA CASAMENTO, UNIÃO ESTÁVEL E PENSÃO JUDICIÁRIA ALIMENTÍCIA
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- Lucas Gabriel Palma Porto
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1 PALESTRA DO DIA CASAMENTO, UNIÃO ESTÁVEL E PENSÃO JUDICIÁRIA ALIMENTÍCIA 1º SEMINÁRIO JURÍDICO DA CIA DE POLÍCIA DE GUARDAS DOS PALÁCIOS DA LIBERDADE,MANGABEIRAS COMEMORAÇÃO 35º ANIVERSÁRIO DA UNIDADE 1º TENTENTE PM- ANGÊLO MÁRCIO BARROSO LOCAL: Teatro do Instituto Metodista Izabela Hendrix 9:00 às 10:20 horas Rua da Bahia n. 2020, bairro funcionários,bh-
2 CASAMENTO: 1. SE REALIZA NO MOMENTO EM QUE O HOMEM E A MULHER MANIFESTAM PERANTE O JUIZ DE PAZ, SUA VONTADE DE ESTABELECER VÍNCULO CONJUGAL, E O JUIZ OS DECLARA CASADOS (CC, art ). Local: sede do cartório com portas abertas, publicidade, salvo em caso de moléstia grave dos nubentes (CC,arts ) 2. NÃO HÁ SUPREMACIA ENTRE O HOMEM E A MULHER, AMBOS TÊM DIREITOS E OBRIGAÇÕES IGUAIS (CC, art ) 3. O CASAMENTO RELIGIOSO PRODUZ EFEITOS CIVIS SE REGISTRADO O ATO RELIGIOSO PERANTE O CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL, OBSERVADAS AS FORMALIDADES LEGAIS. MAS ANTES, OS NUBENTES DEVEM PROCEDER À HABLITAÇÃO 1 PARA O CASAMENTO PERANTE O CARTÓRIO CIVIL, APRESENTANDO DOCUMENTOS E INDICANDO A OPÇÃO DO REGIME CIVIL E DO NOME (CC, arts e 1.516). 4. EFEITOS DO CASAMENTO A PARTIR DA DATA DO SEU REGISTRO. DALI PRÁ FRENTE (ex tunc) 1 HABILITAÇÃO: estabelece o regime de bens, se faz através de requerimento de próprio punho ou por procuração com poderes específicos: cert.nascimento, autorização pais ou suprimento judicial, duas testemunhas, declaração estado civil, certidão óbitos cônjuge falecido escolha do sobrenome. O oficial expedirá edital prazo de 15 dias. 2
3 5. CAPACIDADE DO CASAMENTO: - homem e mulher com 16 anos, desde que autorizados por ambos os pais. Se houver divergência, será necessário o suprimento judicial (arts.1.517, e 1.631) - excepcionalmente será permitido menor de 16 anos casar, para evitar a condenação criminal (sedução e relação sexual com menor) ou em caso de gravidez. O casamento é causa de extinção da punibilidade (art ) 6. NÃO PODEM CASAR (pena de nulidade ou anulação): - ascendente com descendente - os afins em linha reta (além dos descentes e ascendentes a afinidade inclui: sogra e genro, sogro e nora, padrasto e enteada, madrasta e enteado) - o adotante com quem foi cônjuge do adotado ( sogrosogra com genro-nora ) - o adotado com quem foi cônjuge do adotante ( genronora com sogro-sogra ) - irmãos unilaterais ou bilaterais e demais colaterais até o 3º grau (independentemente da filiação ilegítima - o adotado com o filho do adotante ( irmãos ) - as pessoas casadas - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte (art.1.521) 3
4 6.1. CASAMENTO DOS MILITARES - Lei n de ESTATUTO DOS MILITARES - art.144 abaixo: - o militar da ativa pode contrair matrimônio, desde que observada a legislação civil específica - os Guardas-Marinha e os Aspirantes-a-Oficial não podem contrair matrimônio, salvo em casos excepcionais, a critério do Ministro da respectiva Força. 2º É vedado o casamento às praças especiais, com qualquer idade, enquanto estiverem sujeitas aos regulamentos dos órgãos de formação de oficiais, de graduados e de praças, cujos requisitos para admissão exijam a condição de solteiro, salvo em casos excepcionais, a critério do Ministro da respectiva Força Armada. 3º O casamento com mulher estrangeira somente poderá ser realizado após a autorização do Ministro da Força Armada a que pertencer o militar. Art As praças especiais que contraírem matrimônio em desacordo com os 1º e 2 do artigo anterior serão excluídas do serviço ativo, sem direito a qualquer remuneração ou indenização. 4
5 7. ADMINISTRAÇÃO E REGIME DE BENS - A ADMINISTRAÇÃO CABE AO HOMEM E À MULHER, EXCETO NA ALIENAÇÃO DE BENS IMÓVEIS E POR MOTIVO DE DOENÇA NÃO PODER EXERCER A ADMINISTRAÇÃO - ATOS DE ADMINISTRAÇÃO MANIFESTAMENTE ILEGAIS, COM PROPÓSITO DELIBERADO DE PREJUDICAR O PATRIMÔNIO DO CASAL EM BENEFÍCIO DE UM SÓ CÔNJUGE, PASSÍVEL DE ANULAÇÃO (venda de patrimônio móvel injustificado, transferência de cotas de sociedade, prestação de garantia incompatível, etc...) 7.1 COMUNHÃO PARCIAL: - comunicam-se bens adquiridos na constância do casamento, inclusive fatos eventuais como loteria, rifa e jogos - não se comunicam: bens doados ou sobrevindos através de sucessão ou herança, bens adquiridos com recursos e valores oriundos de bens que um dos cônjuge já dispunha antes do casamento. 5
6 7.2 COMUNHÃO UNIVERSAL: - estipulada por escritura pública de pacto antenupcial (obs: se não fizer pacto antenupcial, prevalece o regime de COMUNHÃO PARCIAL) - engloba os bens móveis e imóveis adquiridos antes ou depois do casamento, inclusive herança - exceto se os bens doados ou legados vierem com cláusula de incomunicabilidade - as dívidas contraídas antes do casamento também não se comunicam, salvo as que provierem para as despesas dos aprestos (bens preparativos para o casamento, como móveis, enxoval e festa). 7.3 PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS - novidade do novo Código Civil - também estipulado por escritura pública de pacto antenupcial - estipula-se uma cláusula prevendo que cada cônjuge poderá administrar e alienar livremente os seus imóveis particulares - são considerados imóveis particulares: que possuíam ao casar, os que adquiriram na constância do casamento e que serão registrados em seu nome, 6
7 sendo o cônjuge adquirente responsável por si pelo seu pagamento - na dissolução da sociedade, o montante dos aquestos será partilhado em partes iguais para os cônjuges - dá-se, apenas uma liberdade para administrar e alienar, mas ao final, todo o patrimônio é computado num só monte e partilhado. Pode ocorrer que no cômputo da partilha, um dos cônjuges tenha saldo credor sobre o outro. A sentença se constituirá num título executivo judicial para fins de execução. 7.4 SEPARAÇÃO DE BENS - adotado quando a lei assim determinar: viúvo que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário e der partilha aos herdeiros; divorciado enquanto não decidida a partilha, tutor ou curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, maior de 60 anos e que dependerem de suprimento judicial (CC, art ) - e quando estipulado através de pacto nupcial 7
8 - a administração, a livre disposição para alienar bens ou constituir garantia real é individual, caberá exclusivamente ao consorte titular do domínio - distintos os patrimônios do marido e da mulher - salvo os comuns, adquiridos por ambos na constância do casamento ou estabelecidos especificamente no pacto - as despesas são de responsabilidade comum, na proporção dos seus trabalhos, salvo de diferentemente estipulado no pacto nupcial. 8. SUSPENSÃO DA CELEBRAÇÃO: - recusa por ser contrário à sua vontade - arrependimento - não será permitido retratação no mesmo dia (CC, art ) 9. PROVA DO CASAMENTO: - certidão do casamento (CC, art ) 8
9 10. EFEITOS DO CASAMENTO: - homem e mulher assumem condição de consortes e responsáveis pelos encargos da família - fidelidade recíproca - vida em comum no domicílio conjugal - mútua assistência - sustento, guarda e educação dos filhos (na proporção de seus bens e rendimentos trabalho CC, art ) - respeito e consideração mútuos (CC, art ) 11. DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO: - morte de um dos cônjuges - nulidade ou anulação do casamento - separação judicial (consensual ou litigiosa) * consensual: depois de um ano do casamento, por livre vontade das partes, após exauridos os meios de reconstrução da vida a dois. * litigiosa: imputação violação deveres do casamento que torne insuportável a vida em comum (ruptura da vida em comum há mais de 9
10 um ano, cônjuge acometido de doença mental, adultério, tentativa de morte, injúria grave, abandono do lar por um ano contínuo, condenação por crime infamante, conduta desonrosa) - divórcio (conversão da separação depois de um ano da sentença ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos ou direto, se demonstrada a separação de fato há mais de dois anos) 12. SENTENÇA DA SEPARAÇÃO E DO DIVÓRCIO - importa na separação de corpos, põe termo aos deveres de coabitação, fidelidade recíproca e regime de bens - determina a partilha de acordo com o regime de bens adotado ou aquele estabelecido livremente entre os cônjuges - a prévia partilha de bens não impede a decretação da separação judicial e nem do divórcio (CC, art.1.581), que poderá ser feito através de um processo subseqüente específico de partilha. - cônjuge culpado perde o direito de usar o sobrenome do outro (CC, art caput) 10
11 UNIÃO ESTÁVEL: 1. - O art º da CF reconheceu como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família - Atualmente, a UNIÃO ESTÁVEL é regulamentada pela Lei n de e pelos arts a do Código Civil - 2. DIREITOS IGUAIS DOS CONVIVENTES: * respeito e considerações mútuos * assistência moral e material recíproca * guarda, sustento e educação dos filhos comuns 3. PARTILHA DE BENS E ADMINISTRAÇÃO - os bens móveis e imóveis adquiridos na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, salvo estipulação contrária em contrato escrito 11
12 - cessa a comunhão acima, se a aquisição patrimonial ocorreu com produto de bens adquiridos anteriormente ao início da união - a administração compete a ambos os conviventes 4. ALIMENTOS, DIREITO REAL DE HABITAÇÃO, CONVERSÃO, COMPETÊNCIA E SEGREDO DE JUSTIÇA - - alimentos: dissolvida a união estável por rescisão, a assistência material será prestada por um dos conviventes que dela precisar - direito real de habitação: a morte de um dos conviventes, assegura ao sobrevivente o direito real de habitação na residência da família, enquanto viver ou não constituir nova união ou casamento. - conversão em casamento: Os conviventes poderão, de comum acordo, a qualquer tempo, requerer a conversão da união estável em casamento, na circunscrição do domicílio. 12
13 - competência da Vara de Família e assegurado o segredo de justiça 5. UNIÃO ESTÁVEL DIFERE DE NAMOROS - a União Estável é vivida por pessoas que vivem juntas, como se casadas fossem, numa relação pública, estável e duradoura, com intenção de viver em família - não se enquadra como União Estável, os namoros ou as relações paralelas a um casamento, que não perfazem as características acima. 6. UNIÃO ESTÁVEL DE HOMOSSEXUAIS - não há previsão na legislação, mas a jurisprudência vem evoluindo quanto à partilha dos bens (igual dissolução de sociedade de fato) - não há direito de alimentos, pois não existe previsão legal para pessoas do mesmo sexo as receberem em virtude de união estável 13
14 ALIMENTOS: 1. LEGITIMADOS PARA RECEBER: PARENTES, CÔNJUGES OU COMPANHEIROS, PEDIR UNS AOS OUTROS OS ALIMENTOS QUE NECESSITEM PARA VIVER DE MODO COMPATÍVEL COM SUA CONDIÇÃO SOCIAL E ATENDER ÀS NECESSIDADES DE SUA EDUCAÇÃO 2. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO OS ALIMENTOS DEVEM SER FIXADOS NA PROPORÇÃO DAS NECESSIDADES DO RECLAMANTE E DOS RECURSOS DA PESSOA OBRIGADA OS ALIMENTOS SERÃO APENAS OS INDISPENSÁVEIS À SUBSISTÊNCIA 3. DIREITO RECÍPROCO ENTRE PAIS E FILHOS 4. DIREITO DE RECLAMAR ALIMENTOS DOS AVÓS SE O PARENTE QUE DEVE ALIMENTOS EM PRIMEIRO LUGAR NÃO ESTIVER CONDIÇOES DE SUPORTAL TOTALMENTE O ENCARGO, SERÃO CHAMADOS A CONCORRER OS DE GRAU IMEDIATO (pai sem 14
15 condições, possível chamar qualquer dos avós, paternos ou maternos) TODAVIA, OS AVÓS ACIONADOS PODEM CHAMAR PARA INGRESSAR A LIDE OS OUTROS AVÓS, DEVENDO TODOS CONCORRER NA PROPORÇÃO DOS SEUS RECURSOS 5. ESTIPULADA NA SEPARAÇÃO JUDICIAL OU NO DIVÓRCIO DIRETO - ESTIPULA-SE NA PETIÇÃO DE ACORDO (obrigatoriamente) - PODE SER PARA A EX-ESPOSA E PARA OS FILHOS, OU PARA QUEM PRECISAR - SE A MULHER TRABALHA, GERALMENTE NÃO SE ESTIPULA ALIMENTOS PARA ELA - SE OS FILHOS MAIORES TRABALHAM, TAMBÉM NÃO SE ESTIPULA ALIMENTOS - SE OS FILHOS MAIORES NÃO TRABALHAM E CURSAM UNIVERSIDADE, O PAGAMENTO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA PARA COBRIR AS DESPESAS ESCOLARES SÓ SE JUSTIFICA SE O PAI TIVER CONDIÇÕES FINANCEIRAS - O CASAMENTO OU A MANTENÇA DE UNIÃO ESTÁVEL DO CÔNJUGE CREDOR, CESSA O SEU DIREITO DE RECEBER A PENSÃO ALIMENTÍCIA PAGA PELO EX-CÔNJUGE 15
16 6. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS: - legitimidade de quem é credor - duas modalidades de executar: pelo art.732 do CPC (execução comum com penhora de bens e venda em leilão) pelo art.733 do CPC (execução que o devedor é citado para em 03 dias justificar a impossibilidade do pagamento) *** se o devedor não justificar ou o juiz não acolher suas justificativas, poderá decretar-lhe a prisão de 1 a 3 mêses *** o decreto da prisão não o exime de pagar as pensões vencidas e vincendas *** paga a prestação, suspende-se o cumprimento da ordem de prisão. 7. DESCONTO EM FOLHA - o juiz determinará o desconto em folha se for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa e empregado sujeito à legislação do trabalho, mediante ofício encaminhado à autoridade ou ao empregador. 16
17 8. REVISIONAL DE ALIMENTOS - as decisões judiciais que fixam os alimentos como as homologatórias dos acordos, NÃO TRANSITAM EM JULGADO - os legitimados para revisão são os mesmos que deles têm direito, mas têm de demonstrar A ALTERAÇÃO DA SUA NECESSIDADE E A MUDANÇA POSITIVA NA CONDIÇÃO DO PAGADOR Rénan Kfuri Lopes, adv. 09.III
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