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1 REFORMA AGRARIA NA CONCEPÇÃO DOS AGRICULTORES DA CIDADE DE ANAHY - PR RESUMO MORAIS MOURÃO SIMONETTI, Ana Paula. 1 WRONSKI,Neri. 2 ZANETTI OLIVEIRA,Paulo Ricardo. 3 ANTONIO MOREIRA, Sidnei. 4 VOSS GRIGNANI, Thiago 5 A reforma agrária proporciona a redistribuição das propriedades rurais, ou seja, efetuar a distribuição da terra para a realização de sua função social. Esse processo é realizado pelo Estado, que compra ou desapropria terras de grandes latifundiários (proprietários de grandes extensões de terra, cuja maior parte aproveitável não é utilizada) e distribui lotes de terras para famílias camponesas. O trabalho foi realizado na cidade de Anahy PR no mês de setembro de 2014 por meio de questionário diretamente com 30 produtores selecionados aleatoriamente, utilizou-se a técnica de entrevista por meio de questionário. O objetivo do trabalho foi avaliar o conhecimento dos agricultores do município, com relação à reforma agrária e a função social da propriedade. Pode-se avaliar que os produtores rurais do município de Anahy PR, não obtém o conhecimento total do assunto que se diz respeito à, mais foi possível ter uma idéia do que os produtores deste município pensam do assunto. PALAVRAS-CHAVE: rural, desapropriação, redistribuição de terras. AGRARIAN REFORM IN THE DESIGN OF THE CITY OF FARMERS ANAHY PR Land reform provides the redistribution of rural properties, ie, make the distribution of the land to perform its social function. This process is performed by the State, who buys or expropriates land from large landowners (owners of large tracts of land, whose most usable part is not used) and distributes lots of land to peasant families. The study was conducted in the city of Anahy - PR in September 2014 through a questionnaire directly with 30 randomly selected producers used the interview technique through a questionnaire. The objective was to assess the knowledge of the farmers of the county, on agrarian reform and the social function of property. One can appreciate that the farmers of the municipality of Anahy - PR, does not get the full knowledge of the subject that concerns the most was possible to have an idea of what the producers of this city think of the subject. PALAVRAS-CHAVE EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: Rural property, dispossession, land redistribution.. 1. INTRODUÇÃO A reforma agrária surge a partir da constatação de que o uso inadequado da terra atrasa o desenvolvimento social e econômico do país impedindo o bem-estar da comunidade. Logo, toda reforma agrária parte da restauração da propriedade rural e afim de que a terra, mediante a exploração racional, obtenha uma maior produtividade, e assim possa proporcionar melhoria de condição de vida e bem-estar á sociedade como um todo (PEREIRA, 1993). Segundo a lei 4504/64 que dispõe sobre o Estatuto da Terra, no art. 1, considera-se Reforma Agrária o conjunto de medidas que promove a melhoria da distribuição da terra mediante a modificações no regime de sua posse e uso, a fim de entender aos princípios de amparo á propriedade da terra, que se destinem a orientar no interesse da economia rural, nas atividades agropecuárias, no sentido de garantir-lhes o pleno emprego e de harmonizá-las com o processo de industrialização do país. A intenção do homem de apropriar-se de bens materiais remonta as épocas mais primitivas da nossa história, principalmente no que concerne aos utensílios fabricados por ele mesmo, geralmente relacionado ao uso doméstico e de guerra. A propriedade iria ganhar relevância muito depois, não só pelo fato dos povos serem nômades, mas também porque o entendimento de apreensão era social, atinente ao clã, á tribo, ao grupo familiar (ANJOS FILHO, 1998). A propriedade e utilização das terras agricultáveis possuem extrema importância, para o desenvolvimento econômico e social do país, assim, por exemplo, se o proprietário promove o seu desvirtuamento, servindo-se da terra para fins especulativos, ao revés da produção agrícola ou pastoril, afronta a todas as outras pessoas da sociedade na qual 1 Engenheira Agronôma. Mestre em Agronomia (UEL). Coordenadora do Curso de Agronomia da Faculdade Assis Gurcacz Pr. anamourao@fag.edu.br 2 Graduando em Agronomia. Faculdade Assis Gurgacz Pr. neri1956@hotmail.com 3 Graduando em Agronomia. Faculdade Assis Gurgacz Pr. prz1990@hotmail.com 4 Graduando em Agronomia. Faculdade Assis Gurgacz Pr. sid.moreira22@hotmail.com 5 Graduando em Agronomia. Faculdade Assis Gurgacz Pr. thiagovoss@hotmail.com Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional

2 está inserido, pois as necessidades delas não poderão ser integralmente satisfeita. A propriedade rural para cumprir corretamente a sua função social deve atender, simultaneamente, aos requisitos do art. 186 (ANJOS FILHO, 1998). Art Da lei 4504/64 Mostra que a função social é cumprida quando a propriedade rural atende simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I aproveitamento racional e adequado; II utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores. O que se busca com a reforma agrária atualmente desenvolvida no país é a implantação de um novo modelo de assentamento, baseado na viabilidade econômica, na sustentabilidade ambiental e no desenvolvimento territorial; a adoção de instrumentos fundiários adequados a cada região; a adequação institucional e a normativa a uma intervenção rápida e eficiente dos instrumentos agrários, o forte envolvimento dos governos estaduais e prefeituras; a garantia do reassentamento dos ocupantes não índios da área indígenas; a produção da igualdade de gênero na reforma agrária, além do direito á educação, á cultura e á seguridade social nas áreas reformadas (INCRA, 2014). As propriedades rurais destinadas para a reforma agrária podem ser obtidas pela união de duas reformas; expropriação e compra. A expropriação é a modalidade original para a obtenção de terras para a reforma. Está previsto na Lei 8.629/93, no que diz a propriedade rural que não cumprir a função social é passível de desapropriação. Quem estabelece se uma propriedade cumpre sua função social prevista na lei é o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que a partir de índices de produtividade predeterminadas avalia se a terra é produtiva ou não. O objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento dos agricultores no município de Anahy PR, relativo à reforma agrária e a função social da propriedade. 2. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada na cidade de Anahy - PR no mês de setembro de 2014, através de questionário descritivo com 30 produtores selecionados aleatoriamente. Utilizou-se a técnica de entrevista por meio de questionário, sendo que foram obtidos dados quantitativos que conforme Oliveira (2001) Pesquisas descritivas servem para encontrar e descrever características de certa população é uma de suas características mais significativas, esta na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados. O questionário pode ser definido como a técnica de investigação composta elevado de questões apresentadas por escrito para as pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc. (Gil, 1999). Têm como objeto de estudo situações complexas ou estritamente particulares; e qualitativos, servem para mensurar, quantificar opiniões e dados nas coletas de informações. Os dados foram analisados através do Microsoft Excel versão ANÁLISES E DISCUSSÕES Com relação ao conhecimento sobre o que se trata a reforma agrária, apenas 5% dos produtores entrevistados responderam que a reforma agrária é a reorganização da estrutura fundiária, e tem o objetivo de promover uma distribuição mais justa das terras, sendo este o argumento correspondente a resposta correta. Os restantes dos produtores responderam erroneamente que a reforma agrária é uma forma de redistribuir as terras do Brasil, e afirmaram que o governo tira a terra de uns para distribuir para outros, sem regras para esta tomada dessa decisão. Diz-se erroneamente, pois é nítido que esses desconhecem o Estatuto da Terra conforme grafado em seu art. 17. O acesso à propriedade rural será promovido mediante a distribuição ou a redistribuição de terras, pela execução de qualquer das seguintes medidas. a) desapropriação por interesse social. Dessa forma segundo Marins (2009) em seu artigo é clara a intenção do legislador em distribuir ou redistribuir as terras da melhor forma, quando estas não forem moderadas de maneira certa, ou em outras palavras, não cumprindo a função social da propriedade. Quando os produtores foram questionados sobre o que se trata a função social da propriedade, 39% responderam que a função social da propriedade se trata apenas de cuidar da mesma, obtendo o máximo lucro possível em cima da terra. Outros 48% dos produtores foram discrepantes em suas respostas e outros 13% não souberam responder. Estes dados podem ser observados na tabela 01 abaixo. 2 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional 2014

3 Tabela 01. Resultados relacionados ao que se entende por função social da propriedade. Especificações % Participação Cuidar da propriedade, obtendo o máximo de 39% lucro. Respostas discrepantes ( sem sentido ). 48% Não sabem. 13% Com relação às características que a propriedade deve possuir para não sofrer reforma agrária, 67 % dos produtores responderam que para a propriedade não ser alvo de reforma agrária ela deve cumprir com sua função social, condizendo com a Lei Federal de Figura 01: Indices de conhecimento dos produtores em relação as caracteristicas para que a propriedade rural não sofra reforma agrária. Quando os produtores foram questionados, qual o tipo de produtor que não está sujeito a reforma agrária, 80% dos produtores afirmaram corretamente que são aqueles que possuem apenas uma propriedade pequena que não está sujeito a reforma agrária. Aquele que possui duas ou mais propriedades, foi a resposta de 13% dos entrevistados, e 7% responderam que produtores que possuem grandes propriedades não estão sujeitos a reforma agrária, que neste caso somaram 20% de produtores sem informações. Olhando indiretamente para o art. 185 da Constituição Federal de 1988 o sujeito passível aparece exposto no inciso I onde imuniza a propriedade rural pequena e média, desde que o proprietário não possua outra, assim este proprietário não pode sofrer desapropriação para a reedistribuição de terras. Logo podem ser observados os dados na figura 02. Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional

4 Figura 02. Índices de conhecimento dos produtores em relação ao conhecimento de quais produtores não estão sujeitos a reforma agrária. Quando questionados com relação porquê a reforma agrária dificilmente traria resultados significativos para o Brasil, 50% dos entrevistados opinaram que mesmo sendo assentados nas propriedades os sem terra continuariam ausente de assistência técnica e infra estrutura para fazer uso da terra. Esta resposta condiz com a situação real no Brasil, pois grande parte dos beneficiados pela reforma agrária não tem conhecimentos técnicos e tecnologias disponíveis para produzir na área que lhe foi concedida. Conforme Barbosa (2008) devido a realidade do Brasil pode-se concluir que somente dividir as terras não resolve o problema fundiário, ao invés disso o que ocorre são novos obstáculos, isso porque existe a ausência de conhecimento técnico das familias consignada para o trabalho, também há a falta de infra-estrutura, a escasses de escolas para seus filhos estudarem, a falta de condições mecânicas e financeiras para o fluxo de possíveis produções, e ainda o conhecimento quase nulo ou o descaso em cima da necessidade de preservação do meio ambiente. Figura 03. Resultados das opiniões dos produtores em relação ao insucesso da reforma agrária no Brasil. Para Marins (2009) se as medidas de reforma agrária não foram conquistadas milhões de pessoas continuarão com grandes necessidades essencias nas cidades. Pois nota-se que a reforma agrária não é somente um problema rural e sim também um problema urbano vendo o crescente número de favelas em seus grandes centros, ocupados por pessoas que querem, mas não conseguem sem espaço para sustentar-se. 4 Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional 2014

5 Do total de produtores entrevistados, 43% concordaram que compensa promover a reforma agrária, para evitar que as grandes metrópoles sejam inchadas por pessoas desempregadas que saem da vida no campo. E 33% dos entrevistados concordam que vale a pena promovê-la. No entanto os outros 24% dos entrevistados ficaram divididos entre as opiniões como mostra a tabela 02 abaixo. Tabela 02. Resultados relacionados na dificuldade de implantar o sistema de reforma agraria. Especificações % Participação Para evitar o enriquecimento de grandes 13% produtores. Para garantir aliados políticos e votos. 7% Não vale a pena promovê-la. 3% Garantir um aumento na produção, e aproveitar melhor a terra. 33% Evitar inchaço nas metrópoles causado pelo desemprego no campo. 43% Quando os entrevistados foram questionados sobre onde e quando foi criado o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), 57% responderam a alternativa correta, que foi na região de Cascavel nos anos 80. Em 1984 acontece na cidade de Cascavel no Paraná, o primeiro Encontro do MST. Neste ano foi afirmada a necessidade de ocupação das terras como uma ferramenta legítima aos trabalhadores rurais, em meio a uma luta voltada não só para o alcance dos direitos no campo, mas também da construção da idéia de reforma agrária como uma forma de modificar a estrutura da propriedade da terra, entendendo-a como um caminho à justiça social. (BARROS, 2008). E o restante opinou de forma equivocada entre as cidades como mostra o gráfico abaixo. Figura 04. Resultado do conhecimento dos produtores do local onde foi criado o MST Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. Quando os entrevistados foram questionados, se sabiam por quais classes socias o MST é composto, 47% respoderam que é composto por pessoas necessitadas financeiramente, 27% responderam que é composto por pequenos produtores, e apenas 23% responderam que são os oportunistas, os demais ficaram entre as opções de pequenos produtores e grandes latifundiários como mostra a figura 05. Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional

6 Figura 05. Resultado da pesquisa em relação as classe que compõe o (MST). Os produtores estavam bem informados quando foram questionados em relação a qual instituto trabalha com a normatização e regularização dos assentados do MST, 93% responderam de forma correta, dizendo que é o INCRA, o restante não mostrou conhecimento no assunto. Conforme Barbosa (2008) as famílias são estruturadas pelo INCRA e passam a necessitar da terra para seu sustento, essa assentação não será colocada a partir do conceito de conflito entre direitos fundamentais, mas a partir da necessária associação desses direitos, reafirmando a eficácia da norma constitucional. Já sobre a questão da porcentagem da população Brasileira que mantém posse da metade das terras brasileiras, 20% dos entrevistados responderam corretamente, que apenas 1% da população tem em mãos essas terras. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da pesquisa realizada pode-se avaliar que os produtores rurais do município de Anahy PR, não obtem o conhecimento total do assunto que se diz respeito à reforma agrária e sua função social, mais foi possível ter uma idéia do que os produtores deste município pensam a respeito do assunto. E para que o tema tenha um melhor efeito no conhecimento dos produtores, seria necessário levar mais informações através de palestras, reuniões e informativos ao alcance desses produtores. REFERENCIAS BARBOSA, F.S Reforma Agrária E Direito Ambiental Assentamentos Do INCRA. Disponível em < Acessado em 13 de setembro de BARROS, C.F.R. História Agora: a revista da história do tempo presente. Disponível em < Acessado em 13 de setembro de Constituição Federal de Disponível em: < ccivil_03/constituição/ constituicao.htm>. Acesso em: 18 de setembro de Estatuto da terra. Disponível em: < Acessado em 18 de setembro de ANJOS FILHO, N.R. A função social da constituição federal de Disponível em < Acesso dia 11 de agosto de GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional 2014

7 INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Disponível em: < Acesso em: 18 de setembro de INCRA. Ministério do desenvolvimento agropecuário. Reforma agrária. Disponível em: < Acesso em: 12 de agosto de MARINS, A.O. M. Desapropriação para fins de Reforma Agrária. Disponível em: < Acessado em 15 de setembro de 2014 OLIVEIRA, S. L. de. Tratado de Metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, PEREIRA, R. C. P. Reforma Agrária Um Estudo Jurídico, Belém: Edições Cejup, 1ª ed., 1993, p.29. Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional