ORIENTADORA: FLÁVIA XAVIER

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1 MINISTÉRIO DA SAÚDE MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PESQUISA EM SAÚDE ESCOLA GHC INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL IFRS CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM ALEITAMENTO PARA O PREMATURO INTERNADO NA UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS NEONATAL DO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO ROSANA DA SILVA ORIENTADORA: FLÁVIA XAVIER PORTO ALEGRE 2012

2 1 ROSANA DA SILVA ALEITAMENTO PARA O PREMATURO INTERNADO NA UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS NEONATAL DO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO Relatório apresentado como requisito de conclusão do curso técnico em Enfermagem. Orientadora: Flávia Xavier Porto Alegre 2012

3 2 AGRADECIMENTOS A Jesus Cristo, por manter minha esperança em ser sorteada para participar do curso e por me dar o sustento durante essa jornada, à Viviane Guerreiro pelo apoio e pronta disposição e à Luciane Berto Benedetti pelo interesse e orientação.

4 3 RESUMO A alimentação para muitos é um ato genérico, inerente e de fácil assimilação, porém para crianças recém-nascidas, a alimentação é considerada vital, acolhedora e providencial, tanto por criar vínculo íntimo entre a criança e a mãe, demonstrando proteção, como por prover ao recém-nascido todo o sustento físico que ele necessita nos primeiros meses de vida. Por ser o leite materno composto de todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento e proteção do recém-nascido, a amamentação é o modo de alimentação mais recomendado nos primeiros meses de vida da criança, devendo ser usada de forma complementar na dieta até os dois anos de vida, exatamente por suprir totalmente as necessidades alimentares a ainda oferecer proteção contra doenças e estimular a ligação emocional entre mãe e bebê. Contudo, quando não há possibilidade de amamentação devido às limitações do RNPT ou quando há rejeição da criança ao ato de mamar, as opções para prover às necessidades alimentares do recém-nascido variam entre alimentação enteral, alimentação parenteral, alimentação via copinho, gavagem e translactação, que buscam suprir as necessidades que não podem ser adquiridas através da amamentação. Em todos os casos, mesmo na amamentação e especialmente na alimentação alternativa, a intervenção da enfermagem se mostra essencial para instruir as mães quanto a técnicas que deverão ser utilizadas para aproveitar ao máximo o aleitamento, tanto na instrução do correto posicionamento para a devida pega, na educação da coleta do leite materno, como na correta higienização dos instrumentos e aparelhos que possam ser utilizados para a alimentação, proporcionando ao recém-nascido todo provisão nutritiva necessária para seu completo desenvolvimento. Assim, buscando o esclarecimento quanto a procedimentos utilizados e baseando-se nas experiências presenciadas no alojamento conjunto neonatal intermediário do Hospital Nossa Senhora da Conceição, o presente trabalho tem por definição fazer conhecer as ações que podem ser empregadas para estimular o desenvolvimento fisiológico e emocional daquele que, em razão de seu tempo gestacional parte suprimido, já é de início fragilizado e imaturo, necessitando, assim, de cuidados peculiares à sua carência.

5 4 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Aluna Rosana da Silva segurando um RNPT na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal do HNSC...8 Coleta manual de leite materno...12 Coleta de leite materno através de bombinha manual...12

6 5 LISTA DE ABREVIATURAS OMS Organização Mundial de Saúde RN Recém-nascidos RNPT Recém-nascidos pré-termos UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância HNSC Hospital Nossa Senhora da Conceição GHC Grupo Hospitalar Conceição

7 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO PREMATURIDADE TIPOS DE ALIMENTAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO PREMATURO Amamentação Intervenções de Enfermagem na amamentação Cuidados de enfermagem na coleta do leite materno Vantagens da amamentação para o Recém-Nascido Vantagens da amamentação para a Mãe RELATÓRIO TÉCNICO CIENTÍFICO CONSIDERAÇÕES FINAIS...15 REFERÊNCIAS...16

8 7 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo apresentar os procedimentos para a amamentação em recém-nascidos pré-termos (RNPTs), mostrando sua utilização prática e recomendada, bem como as possíveis variações metódicas para alimentação aplicadas de acordo com as necessidades do bebê. Este assunto foi escolhido pela importância do ato de amamentar na vida do recém-nascido, a qual presenciei através da passagem do meu grupo de estudos pelo alojamento Neonatal do Hospital Nossa Senhora da Conceição, onde pude assistir desde lições para a correta pega na mama até experiências de aproximação entre mãe e bebê. É de conhecimento geral que a amamentação é considerada a alimentação ideal para o correto desenvolvimento e crescimento de recém-nascidos, sendo o aleitamento materno em crianças de até dois anos altamente recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) como única fonte de alimentação do recém-nascido até os seus seis meses de vida, devido ao seu provimento de todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento da criança, visando também o contato causador de intimidade entre mãe e bebê (OMS,1989). Contudo, em alguns casos, a amamentação materna torna-se inviável devido à fragilidade do recém-nascido prematuro, que não tem força para a sucção, ficando, então, a alimentação condicionada a outros métodos para a correta provisão da necessidade alimentar do RNPT. Desta forma, foram desenvolvidas técnicas que visam uma aproximação entre o ato de amamentar e ato genérico de alimentar, nunca visando à substituição desnecessária da amamentação, mas sim em busca do total suprimento nutritivo para os primeiros meses de vida da criança. 2 PREMATURIDADE Baseadas em definições da Primeira Assembleia Mundial de Saúde, em 1948, entendia-se como prematuro todo recém-nascido com peso menor ou igual a 2.500g, definição esta retificada pelo Comitê de Saúde Materna e Infantil da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1961, considerando-se, então, recémnascido pré-termo aquele o qual a gestação foi inferior a 37 semanas (MUSSI-

9 8 PINHATA; BISSANI, 1999). Desta forma, a prematuridade pode ser definida como a interrupção do tempo gestacional, onde a criança deveria desenvolver o processo de amadurecimento biológico que é incrementado no útero materno. Os fatores que causam prematuridade são volúveis e imprevisíveis, podendo variar dependendo do local, classe social, acompanhamento da gestação até a idade materna, sendo, entretanto, a causa principal na maioria das vezes desconhecida. Na maioria das vezes, algumas das características da prematuridade refletem-se no aspecto físico do bebê, como baixo peso e menor tamanho, podendo, porém, interferir diretamente na alimentação da criança que pode apresentar também capacidade de sucção e deglutição reduzida. Em outros casos, a interferência na alimentação se dá em razão da formação digestiva do recém-nascido não estar bem desenvolvida, dificultando, até mesmo, a digestão do leite materno, sendo necessária então a intervenção da enfermagem de modo a suprir a necessidade nutricional do recém-nascido. Aluna Rosana da Silva segurando um RNPT na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal do HNSC Fonte: arquivo pessoal.

10 9 3 TIPOS DE ALIMENTAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO PREMATURO A amamentação é o principal meio usado para a alimentação de recémnascidos, sendo recomendada como de uso exclusivo até os seis meses de idade da criança e devendo ser usada como alimentação complementar até os dois anos de idade. Entretanto, não são raros os casos em que a alimentação deverá ser feita de forma alternativa, buscando suprir a alimentação imprescindível nos casos de nascimento prematuro, onde a criança é frágil demais para a sucção do seio, quando sua capacidade de digestão ainda não está bem desenvolvida ou, até mesmo, quando o RNPT rejeita o aleitamento materno, por motivos que variam entre desconforto quanto à posição ou falta de incentivo. Nos casos em que não ocorre à amamentação natural, as opções variam entre alimentação enteral, parental, gavagem, via copinho e translactação, que permitem a evolução do aparelho digestivo, conservação de órgãos ou sistemas, estimulação do desenvolvimento de reflexos de sucção e deglutição e estimulação na produção de leite e conservação do vínculo afetivo entre mãe e bebê, pretendendo atender às necessidades no RNPT e manter os benefícios da amamentação natural (TAMEZ; SILVA, 2009). 3.1 AMAMENTAÇÃO Amplamente incentivada na comunidade médica através do Ministério da Saúde, a amamentação é recomendada como principal fonte de nutrientes para o desenvolvimento do RNPT por permitir o desenvolvimento da criança, além de prevenir contra doenças e estimular a intimidade e a ligação emocional entre o bebê e a mãe, devendo tal ato ser incentivado logo após o parto, pois é onde a criança atinge seu ponto máximo no reflexo da sucção (YAMAMOTO, Renato M. et al, 1995). O leite materno possui vitaminas, açúcar, proteínas, água e gorduras que o recém-nascido necessita e que outras dietas, como o leite em pó, por exemplo, não são capazes de suprir, além de conter elementos como anticorpos e glóbulos brancos que protegem e previnem o bebê de algumas doenças e infecções.

11 Intervenções da Enfermagem na Amamentação A amamentação é um processo natural, instintivo e biológico dos mamíferos, que permite a sobrevivência de recém-nascidos incapazes de buscar alimentação própria. Assim, a amamentação é imprescindível para o desenvolvimento, o crescimento e a proteção do recém-nascido, pois é no leite materno que o bebê busca alimento e proteção. Por ser considerado processo natural, a habilidade de oferecer alimento é inata às mães, sendo, quase prontamente, reconhecida pelo bebê por instinto, encontrando neste ato o modo mais prático e natural de vencer a jornada inicial para seu crescimento e desenvolvimento. Da mesma forma, a produção de leite ocorre naturalmente, através da liberação dos hormônios estrogênio e progesterona, fazendo com que o complexo sistema de distribuição de leite já esteja pronto a partir do segundo trimestre de gravidez, permitindo a amamentação mesmo se o bebê for prematuro. Contudo, mesmo por tratar-se de um processo natural, a enfermagem pode intervir no que concerne ao modo correto para a amamentação (a posição do bebê e da mãe, por exemplo) e quanto à coleta do leite materno de mães de RNPT que não tem condições de mamar. Em casos onde a amamentação é adiada em razão da fragilidade do recémnascido, ou quando a mãe do RNPT não se sente confortável com o ato de amamentar, a enfermagem intervém instruindo métodos que facilitem a comodidade da mãe em relação ao ato de amamentar, ensinando técnicas que proporcionam a correta pega e que evitam fissuras e lesões nos mamilos, bem como indicando maneiras para o estímulo das funções de sucção e deglutição do RNPT. Através de técnicas da enfermagem, as mães são instruídas a posicionar corretamente o recém-nascido de modo que, com o correto alinhamento da cabeça, tronco e membros, o mamilo fique posicionado na boca da criança, quando, então, segurando a mama, porém deixando a aréola livre, deverão tocar o lábio inferior do lactante com o mamilo, estimulando a abertura da boca do mesmo e, assim, permitindo a pega adequada, inclusive de parte da aréola, evitando, desta forma, a compressão somente dos mamilos e estimulando a interação e a intimidade entre a mãe e o bebê (TAMEZ; SILVA, 2009). Outras técnicas que facilitam a amamentação, incluem aplicação de diversos

12 11 métodos de posicionamento (lateral, amamentação com a mãe deitada e etc.), estímulo da pega através do apoio com as mãos da mãe nas maçãs do rosto ou no queixo do recém-nascido, inserção do dedo mínimo da mãe no canto lateral da boca da criança fazendo com que ela pare de mamar e evitando lesões nos mamilos, entre outras técnicas que facilitam o ato de amamentar, estimulando a relação essencial entre a criança e a mãe (TAMEZ; SILVA, 2009) Cuidados de enfermagem na coleta do leite materno Durante o período em que os recém-nascidos enfermos ou prematuros estão impedidos de ingerir o leite materno através da amamentação, a ordenha do leite se faz necessária para que criança ainda ingira, através de outros métodos, aquele que é o alimento mais apropriado a seu crescimento e desenvolvimento, promovendo ainda, o estímulo dos mecanismos de produção de leite e evitando a ingurgitamento mamário. Os principais métodos usados são a ordenha através de bomba elétrica, que através de um sistema de pistão mais se aproxima do ritmo e da pressão que ocorre na amamentação, e a ordenha manual, que é a mais recomendada por ser mais prática e efetiva, por haver o contato pele a pele e pela semelhança dos movimentos da extração de leite à ação das mandíbulas do recém-nascido na hora da sucção, estimulando a apojadura. Por ser mecânico, o método de extração através de bomba elétrica é menos cansativo para a mãe, pois necessita somente da introdução da aréola e parte da mama no bocal do instrumento para que o aparelho faça a sucção e, em alguns casos, pode até ser mais efetivo, já que a pressão da extração será superior à feita manualmente. Contudo, o método mais indicado ainda é a ordenha manual, por proporcionar maior contato da mãe com a prática da estimulação da produção de leite e por ser um processo mais intimista, que lembra o movimento próprio do recém-nascido em contato com a mama. Neste método, as mães, após um posicionamento confortável e a correta esterilização das mãos e do recipiente de coleta, são instruídas a massagearem as mamas circularmente desde a base até a aréola (para estimular a descida do leite), colocando após o dedo polegar na borda superior da aréola e demais dedos abaixo da borda inferior da aréola (formando um C ), mantendo os

13 12 dedos fixos sobre a pele, fazendo uma compressão ritmada em direção ao tórax, juntando o polegar e o indicativo em direção aos mamilos, pressionando a mama e forçando a mão toda na direção do próprio corpo. Após alguns minutos, será necessário circular a mão na mama para que o leite saia de todos os ductos e alternar a mama quando houver diminuição ou interrupção no fluxo (TAMEZ; SILVA, 2009). Coleta manual de leite materno Fonte: Coleta de leite materno através de bombinha manual Fonte:

14 Vantagens da amamentação para o Recém-Nascido Além de oferecer toda a necessidade nutricional nos primeiros meses de vida, através da composição do leite materno, a amamentação também oferece vantagens como: proteção contra infecções, pneumonias, infecções urinárias, doenças respiratórias, meningites e gastroenterites e outras, além de reduzir o risco de doenças mais graves, tais como leucemia e outros tipos de câncer e diabetes, diminuir a tendência a problemas alérgicos como asma e dermatite e cobrir as necessidades emocionais da criança. Outras vantagens que podem ser consideradas são a melhora na formação da boca e no alinhamento dos dentes, melhor desenvolvimento neuro-psicomotor infantil e cognitivo, melhora no padrão cardiorrespiratório e criação do vínculo emocional entre a mãe e a criança, que facilita o desenvolvimento da criança em suas relações com outras pessoas Vantagens da Amamentação para a Mãe O ato de amamentar cria proximidade entre a mãe e a criança, através do contato da pele e a troca de olhares, suprindo as necessidades emocionais e diminuindo a ansiedade de ambos. Além de ajudar a queimar calorias, a amamentação ajuda o retorno ao peso normal, ajuda o útero a regressar ao seu tamanho normal mais rapidamente, diminuindo riscos de hemorragia, protege contra anemia, diminui os riscos de contrair câncer de mama e de ovários, e diminui os riscos de osteoporose. Ademais, a amamentação não necessita de gastos com mamadeiras, bicos e não é necessária nenhuma forma de esterilização, estando à disposição a qualquer horário e qualquer lugar, beneficiando assim as necessidades do recém-nascido. Salienta-se também que não é necessário nenhum tipo de dieta especial para a mulher que amamenta, sendo, porém, necessário o acréscimo de alimentos para cobrir as exigências nutricionais, bem como a ingestão generosa de líquidos para corresponder à produção de leite. As únicas contra-indicações ao aleitamento materno são nas situações extremas, onde a mãe é portadora de doenças infecto-contagiosas como AIDS, tuberculose, hanseníase e etc, e onde a mãe faz uso contínuo de medicamentos, álcool e outros tipos de substâncias nocivas.

15 14 4 RELATO DE VIVÊNCIA A razão principal pela escolha de um tema tão abrangente quanto a amamentação foi pela percepção, enquanto aluna, da atenção e o carinho com que os profissionais da saúde tratam os recém-nascidos e seus pais, dedicação esta que entendo como crucial na enfermagem. A estrutura hospitalar oferecida à neonatalidade influenciou positivamente na escolha do assunto, reforçando o ponto de dedicação empregado à fragilidade do objeto, pois sempre visou o cumprimento dos princípios da eficiência e do respeito à vida e à dignidade. Mesmo mantendo o princípio da impessoalidade, os funcionários envolvidos no setor sempre trataram com o máximo de cuidado e afetividade aqueles os quais, por sua imaturidade fisiológica, necessitavam de mais atenção e carinho. Com o espaço físico que comporta uma secretaria e uma sala de prescrição com secretária, o alojamento conjunto neonatal intermediário do Hospital da Criança Nossa Senhora da Conceição oferece três salas com berço leitos, onde cada sala dispõe de um técnico de enfermagem exclusivo, além de computar uma sala única para amamentação com método conjunto de incubadoras (própria para recémnascidos prematuros), havendo uma enfermeira responsável por turno, sendo todas as salas equipadas com aparelho de oxigênio próprio. Tal estrutura mostrou-se bastante útil e prática na manutenção do conjunto neonatal, visto que nem todas as mães podem ficar o tempo todo com seus bebês (por causa de patologias ou porque muitas mães precisam trabalhar). Em uma divisão especial chamada Sala do Prematuro presenciei a aplicação de outras formas de alimentação ao RNPT, onde o técnico de enfermagem oferecia à criança todo o cuidado e atenção como se o próprio profissional fizesse o papel de mãe, mesmo quando aplicando as técnicas ou manejando pacientes tratados com técnicas invasivas ou dolorosas. Também tive a oportunidade de através de técnicas específicas da enfermagem, mostrar as mães como ensinar o bebê a fazer a correta pega, como retirar o bebê do seio e demonstrar que o simples ato da amamentação é vital e muito mais importante do que parece, pois estimula o bebê e a mãe de várias formas. Outro acontecimento que merece destaque é o fato de o HNSC possuir um curso específico onde as mães aprendem a amamentar corretamente seus filhos,

16 15 conhecendo técnicas de amamentação e a importância da relação mãe-bebê, presenciando as vantagens para seu bebê e para si própria. 5 CONSIDERAÇOES FINAIS Essa aproximação e intimidade criada entre o bebê e a mãe, por um ato tão simplório, e por muitas vezes desprezado, fez com que eu, como aluna, entendesse a importância da amamentação, pois o vínculo afetivo criado logo nos primeiros meses após o nascimento permanece por toda a vida, pela segurança e afetividade que inspira. Todas as ações de zelo e urbanidade acima apresentadas reforçam a importância, presenciada por mim enquanto aluna e auxiliar nos cuidados da UTI Intermediário Neonatal, da assistência da Enfermagem no trato a recém-nascidos prematuros e entendo que o ato carinhoso e afável da mãe ao amamentar é complementado pelo empenho sempre solícito do profissional da enfermagem no tratamento tanto da criança fragilizada como dos pais, que se tornam também frágeis em face à situação de risco que é a prematuridade. Por fim, concluo que o ato singelo e natural da amamentação é de vital importância para o desenvolvimento do recém-nascido, pois supre as necessidades alimentares para o crescimento do prematuro, compensando o amadurecimento biológico interrompido pelo pouco tempo gestacional, e também proporciona a intimidade emocional entre mãe e bebê, influenciando, de várias formas, as futuras relações interpessoais da criança.

17 16 REFERÊNCIAS ALMEIDA, J.A.G.de; GOMES, R. Amamentação: um híbrido natureza-cultura. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 3, p , julho Disponível em < Acesso em: 05 maio ANDRADE, Izabella S. N; GUEDES, Zelita C.F. Sucção do recém-nascido prematuro: comparação do método mãe-canguru com os cuidados tradicionais. Rev Bras Saúde Matern Infan. 2005; 5(1):61-9. Disponível em < Acesso em: 22 maio 2012 CTENAS, Maria Luiza de Brito; VITOLO, Márcia Regina. Crescendo com saúde: o guia de crescimento da criança. 3. ed. São Paulo: C2 Editora e Consultoria em Nutrição, CUMAN, Roberto K.N; RAMOS, Helena A.C. Fatores de risco para prematuridade: pesquisa documental. Esc Anna Nery Rev Enferm, 2009 abr-jun; 13 (2): Disponível em < Acesso em: 22 maio FALCÃO, Alba de Andrade; ORNELLAS, Lieselotte Hoeschl; PERIM, Maria da Luz Fernandes. Alimentar a criança: o desafio do dia-a-dia. 1. ed. São Paulo: Atheneu, GORGULHO, Fernanda da Rocha; PACHECO, Sandra Teixeira de Araújo. Amamentação de prematuros em uma unidade neonatal: a vivência materna. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, p Disponível em < Acesso em: 03 maio LIMA, Vivian Passos; MELO, Adriana de Medeiros. Uso do Copinho no Alojamento Canguru, Rev CEFAC, São Paulo, V.10, N.1, , jan-mar Disponível em < Acesso em: 01 jun MUSSI-PINHATA, Marisa Márcia; BISSANI, Clarisse. Recém-nascido de baixo peso. São Paulo: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, Disponível em < >. Acesso em: 15 maio ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno: o papel especial dos serviços materno-infantis. Genebra: OMS, SILVA, Ana Carolina M. G. da. et al. A alimentação do prematuro por meio do copo. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(3): Disponível em Acesso em: 15 maio 2012.

18 17 TAMEZ, Raquel Nascimento; SILVA, Maria Jones Pantoja. Enfermagem na UTI neonatal: assistência ao recém-nascido de alto risco. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, YAMAMOTO, Renato M. et al. Tipos de aleitamento e crescimento no primeiro semestre de vida. São Paulo: Setor de Pediatria do Centro de Saúde Escola Prof. Samuel B. Pessoa FMUSP, Disponível em < >. Acesso em: 01 jun