Las secuelas de la colonización capitalista

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1 :: portada :: Brasil :: Las secuelas de la colonización capitalista Luis Martínez Andrade Rebelión El 13 de mayo se conmemoraron los 121 años de la abolición de la esclavitud en Brasil. El tráfico de esclavos que rindió dividendos, principalmente, a las actuales naciones de Holanda, Bélgica, Portugal e Inglaterra contaba, también, con el amparo de las católicas Coronas hispánicas-lusitana no deja de mostrar sus consecuencias pueriles. El sistema-mundo fue configurado no sólo por la extracción y la expoliación de los recursos (oro y plata) de América Latina sino, a su vez, por el trabajo esclavo de los negros. El capitalismo -como lo han mostrado algunos pensadores latinoamericanos- solamente podía ser estructurado y fomentado bajo una estructura racialmente definida. No es fortuito que la mayoría de nuestros grupos indígenas y negros sean los más vulnerables en el plano económico y jurídico. Brasil como la mayoría de los países latinoamericanos intenta no sólo borrar sus raíces indígenas o negras. Mercantiliza y exporta su negritud (a través del carnaval, el football o la samba) pero niega social y ontológicamente a sus campesinos ( para cuándo la Reforma Agraria?), a sus pueblos indígenas (no sólo del amazonas sino de las "reservas" de Dourados en Mato Grosso do Sul) y a su población afro-descendiente. El evidente y sutil racismo que persiste en Brasil no sólo se manifiesta en el acceso a los puestos de trabajo, a la educación o a la salud sino también en el racismo abierto a las religiones de matriz africanas. Nos informa el profesor Wilson Keyroga que el pasado 14 de febrero, en el municipio de Contagem, dos individuos -que se decían policías- irrumpieron en un recinto sagrado de la "Camarinha" (lugar sagrado para el culto de Candomblé [2] ) arguyendo que perseguían a unos ladrones que se habían refugiado allí. Posteriormente, los sujetos regresaron acompañados por la policía militar para continuar los interrogatorios. Aunque cabe señalar que nunca se identificó a los supuestos ladrones que se ocultaban en el recinto. Asimismo, la tv Record que se encontraba en esos momentos en territorio de Candomblé fue convocada por la Policía Militar para que diera su versión de los hechos. Sin embargo, al otro día, en el programa "Balanço geral" se comentó que se trataba de un "culto de magia negra, ritual macabro y sacrificios humanos". Indudablemente esto causa indignación no solamente por la tergiversación de la información (que en Brasil parecen estar acostumbrados algunos grupos de las clases medias) sino por el evidente racismo y desdén con el que se refieren a las otras prácticas religiosas. Por ello se realizó el pasado 13 de mayo la 1ª Caminhada Cultural pela Liberdade Religiosa e pela Paz en Belo Horizonte/Minas Gerais. En el evento se dieron cita miembros de diversos grupos religiosos (Franciscanos, Agustinos, del Hare Krishna), jóvenes, Punks, estudiantes y profesores de la Universidad Estatal de Minas y hasta un diputado Estatal del P.T. Durante el discurso una de las oradoras señaló que la abolición de la esclavitud fue solamente formal más no fue borrada en las prácticas cotidianas. Por su parte, uno de los organizadores, Alexandro Braga sostuvo que la discriminación racial no está desligada de las relaciones de clase. El capitalismo, somáticamente estructurado y anidado en el siglo XVI sigue marcando el destino de muchos grupos y personas de Latinoamérica. page 1 / 13

2 Precisamos de poesía profética como la de Castro Alves que escribía por aquel 1868: Vozes d'áfrica Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito... Onde estás, Senhor Deus?... Qual Prometeu tu me amarraste um dia Do deserto na rubra penedia Infinito: galé!... page 2 / 13

3 Por abutre me deste o sol candente, E a terra de Suez foi a corrente Que me ligaste ao pé... O cavalo estafado do Beduíno Sob a vergasta tomba ressupino E morre no areal. Minha garupa sangra, a dor poreja, Quando o chicote do simoun dardeja O teu braço eternal. Minhas irmãs são belas, são ditosas... Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas Dos haréns do Sultão. page 3 / 13

4 Ou no dorso dos brancos elefantes Embala-se coberta de brilhantes Nas plagas do Hindustão. Por tenda tem os cimos do Himalaia... Ganges amoroso beija a praia Coberta de corais... A brisa de Misora o céu inflama; E ela dorme nos templos do Deus Brama, Pagodes colossais... page 4 / 13

5 A Europa é sempre Europa, a gloriosa!... A mulher deslumbrante e caprichosa, Rainha e cortesã. Artista corta o mármor de Carrara; Poetisa tange os hinos de Ferrara, No glorioso afã!... Sempre a láurea lhe cabe no litígio... Ora uma c'roa, ora o barrete frígio Enflora-lhe a cerviz. Universo após ela doudo amante page 5 / 13

6 Segue cativo o passo delirante Da grande meretriz.... Mas eu, Senhor!... Eu triste abandonada Em meio das areias esgarrada, Perdida marcho em vão! Se choro... bebe o pranto a areia ardente; talvez... p'ra que meu pranto, ó Deus clemente! Não descubras no chão... page 6 / 13

7 E nem tenho uma sombra de floresta... Para cobrir-me nem um templo resta No solo abrasador... Quando subo às Pirâmides do Egito Embalde aos quatro céus chorando grito: "Abriga-me, Senhor!..." Como o profeta em cinza a fronte envolve, Velo a cabeça no areal que volve O siroco feroz... page 7 / 13

8 Quando eu passo no Saara amortalhada... Ai! dizem: "Lá vai África embuçada No seu branco albornoz... " Nem vêem que o deserto é meu sudário, Que o silêncio campeia solitário Por sobre o peito meu. Lá no solo onde o cardo apenas medra Boceja a Esfinge colossal de pedra Fitando o morno céu. De Tebas nas colunas derrocadas page 8 / 13

9 As cegonhas espiam debruçadas O horizonte sem fim... Onde branqueia a caravana errante, E o camelo monótono, arquejante Que desce de Efraim... Não basta inda de dor, ó Deus terrível?! É, pois, teu peito eterno, inexaurível De vingança e rancor?... E que é que fiz, Senhor? que torvo crime Eu cometi jamais que assim me oprime page 9 / 13

10 Teu gládio vingador?!... Foi depois do dilúvio... um viadante, Negro, sombrio, pálido, arquejante, Descia do Arará... E eu disse ao peregrino fulminado: "Cão!... serás meu esposo bem-amado... Serei tua Eloá... " page 10 / 13

11 Desde este dia o vento da desgraça Por meus cabelos ululando passa O anátema cruel. As tribos erram do areal nas vagas, E o Nômada faminto corta as plagas No rápido corcel. Vi a ciência desertar do Egito... Vi meu povo seguir Judeu maldito Trilho de perdição. Depois vi minha prole desgraçada Pelas garras d'europa arrebatada page 11 / 13

12 Amestrado falcão!... Cristo! embalde morreste sobre um monte Teu sangue não lavou de minha fronte A mancha original. Ainda hoje são, por fado adverso, Meus filhos alimária do universo, Eu pasto universal... Hoje em meu sangue a América se nutre Condor que transformara-se em abutre, Ave da escravidão, page 12 / 13

13 Ela juntou-se às mais... irmã traidora Qual de José os vis irmãos outrora Venderam seu irmão. Basta, Senhor! De teu potente braço Role através dos astros e do espaço Perdão p'ra os crimes meus! Há dois mil anos eu soluço um grito... escuta o brado meu lá no infinito, Meu Deus! Senhor, meu Deus!!... [1] Sociólogo. [2] Existen muchos trabajos de investigación sobre la religión Candomblé (religión politeísta implantada en Salvador de Bahía), destacando las aportaciones antropológicas de Roger Bastide en su texto Le candomblé de Bahia y Les religions africains au Brésil. page 13 / 13

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