ESTUDOS de CARACTERIZAÇÃO e DIAGNÓSTICO

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1 VOLUME II ESTUDOS de CARACTERIZAÇÃO e DIAGNÓSTICO [revisão do pdm] Câmara Municipal de Vieira do Minho abril.2011 versão de trabalho #15

2 FICHA TÉCNICA I. INTRODUÇÃO I.1 HISTORIAL DO PROCESSO I.2 METODOLOGIA/ CONTEÚDO VOLUME II CARACTERIZAÇÃO/ DIAGNÓSTICO CAPÍTULO I ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E ADMINISTRATIVO CAPÍTULO II CARACTERIZAÇÃO DOS VALORES NATURAIS II.I GEOLOGIA II.II. MORFOLOGIA II.II.1 Relevo e Altitude II.II.2 Declives II.II.3 Exposição de Vertentes II.III SOLOS II.III CLIMA II.III.1 Temperatura e precipitação II.III.2 Evaporação II.III.3 Índice de conforto bioclimático II.IV HIDROGRAFIA II.IV.1 Recursos hídricos CAPÍTULO III OCUPAÇÃO DO SOLO III.I OCUPAÇÃO AGRÍCOLA III.II OCUPAÇÃO FLORESTAL III.II.1 Risco de incêndio III.II.2 A Floresta do concelho e os Planos Regionais de Ordenamento Florestal CAPÍTULO IV CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA IV.I DEMOGRAFIA IV.I.1 Enquadramento regional IV.I.2 População residente IV.I.3 Taxas de natalidade e mortalidade IV.I.4 Estrutura etária IV.I.5 Densidade populacional IV.I.6 Nível de instrução IV.I.7 Mobilidade IV.I.8 Projecções demográficas IV.II ESTRUTURA FUNDIÁRIA IV.II.1 Estrutura das explorações agrícolas

3 iii/282 IV.II.2 Utilização das terras IV.II.3 Efectivos animais IV.II.4 Máquinas agrícolas IV.II.5 População e mão-de-obra agrícola IV.III ACTIVIDADES ECONÓMICAS E EMPREGO IV.III.1 Caracterização geral das actividades económicas por sectores de actividade IV.III.2 Caracterização geral do emprego IV.IV TURISMO IV.IV.1 Identificação dos recursos turísticos IV.IV.2 Importância do turismo no contexto do emprego local IV.IV.3 Alojamento CAPÍTULO V CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM V.I VALORES CULTURAIS E PATRIMONIAIS V.I.1 Património natural V.I.2 Património cultural V.I.3 Unidades de Paisagem CAPÍTULO VI CARACTERIZAÇÃO DA DINÂMICA URBANA VI.I DINÂMICA URBANA VI.I.1 Áreas urbanas VI.I.2 Análise comparativa da evolução do edificado VI.I.3 Áreas críticas e degradadas/ áreas urbanas de génese ilegal VI.I.4 Rede urbana/ perímetros urbanos VI.I.5 CLASSIFICAÇÃO ACÚSTICA enquadramento legal VI.II EQUIPAMENTOS E INFRA-ESTRUTURAS VI.II.1 Rede viária e de transportes VI.II.2 Equipamentos Colectivos VI.II.3 Electricidade e telecomunicações VI.II.4 Abastecimento de energia VI.II.5 Abastecimento de água VI.II.6 Efluentes VI.II.7 Resíduos CAPÍTULO VII AUSCULTAÇÃO PRÉVIA CAPÍTULO VIII CONDICIONANTES VIII.I RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL E RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL VIII.I.1 Localização da RAN e da REN VIII.I.2 Reserva Agrícola Nacional (RAN) VIII.I.3 Reserva Ecológica Nacional (REN)

4 iv/282 CAPÍTULO IX AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO INSTRUMENTO IX.I ÁREAS URBANIZADAS/ EDIFICADAS IX.II Solo urbano consolidado IX.III DETERMINAÇÃO DO EDIFICADO CONSTRUÍDO AQUANDO DA ENTRADA EM VIGOR DO ACTUAL PDM EM COMPARAÇÃO COM O ANO DE IX.III.1 Processo de referencia de polígonos do edificado por data de representação CAPÍTULO X INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL X.I ÂMBITO NACIONAL Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) Planos Sectoriais de Ordenamento do Território [PSECT] ESTRATÉGIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL [ENDS] PROGRAMA OPERACIONAL DA REGIÃO NORTE [PORN] ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE [ENCNB] PLANO NACIONAL DA ÁGUA [PNA] PROGRAMA NACIONAL PARA O USO EFICIENTE DA ÁGUA [PNUEA] PLANO ESTRATÉGICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS [PEAASAR II] PLANO ESTRATÉGICO PARA OS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS [PERSU II] PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL [PENDR] ESTRATÉGIA NACIONAL PARA AS FLORESTAS [ENF] PLANO RODOVIÁRIO NACIONAL [PRN 2000] PROGRAMA DE ACÇÃO NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO [PANCD] PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DO TURISMO [PENT] PLANO NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS (PNDFCI) Planos Especiais de Ordenamento do Território (PEOT) PLANO DE ORDENAMENTO DE ALBUFEIRAS DE ÁGUAS PÚBLICAS (POAAP) ÂMBITO REGIONAL PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE [PROT-N] XI.I SÍNTESES DE CARACTERIZAÇÃO XI.II INDICADORES DE QUALIDADE DO AMBIENTE URBANO XI.III SÍNTESE DE DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO SWOT Apostas e objectivos estratégicos BIBLIOGRAFIA

5 v/282 Mapa Ia Enquadramento geográfico e administrativo do concelho de Vieira do Minho Mapa Ib Freguesias do concelho de Vieira do Minho Mapa II.1a Carta geológica simplificada do concelho de Vieira do Minho (Silva, 2007) Mapa II.II.1a Modelo Digital de Terreno do concelho de Vieira do Minho Mapa II.II.1b Carta hipsométrica do concelho de Vieira do Minho Figura II.II.1a Pseudo-estratificação do granito de Vieira do Minho Mapa II.II.2a Mapa de declives do concelho de Vieira do Minho: caracterização geral Mapa II.II.3a Carta de exposição de vertentes do concelho de Vieira do Minho Mapa II.II.2a Unidades pedológicas existentes no concelho de Vieira do Minho Mapa II.II.2b Aptidão florestal para o concelho de Vieira do Minho Mapa II.II.2c Carta da aptidão da terra para uso agrícola do concelho de Vieira do Minho Mapa II.II.2d Carta da aptidão da terra para uso agrícola (1:25.000) do concelho de Vieira do Minho Mapa II.II.2e Carta da aptidão da terra para uso agrícola (1:25.000) do concelho de Vieira do Minho (classes e subclasses) Mapa II.IIIa Rede climatológica do concelho de Vieira do Minho Mapa II.III.1a Temperatura média anual (em ºC), no concelho de Vieira do Minho Mapa II.III.1b Insolação (número de horas) no concelho de Vieira do Minho Mapa II.III.1c Precipitação total (mm), no concelho de Vieira do Minho Mapa II.III.2a Evapotranspiração Real (mm) no Concelho de Vieira do Minho Mapa II.III.3a Índice de conforto bioclimático no concelho de Vieira do Minho Mapa II.IV.1a Carta das principais bacias hidrográficas existentes no concelho de Vieira do Minho Mapa II.IV.1b Carta das sub-bacias hidrográficas existentes no concelho de Vieira do Minho. 52 Mapa II.IV.1c Carta dos cursos de água e albufeiras existentes no concelho de Vieira do Minho Figura II.IV.1a Qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Cávado Figura II.IV.1b Qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Ave Mapa III.a Ocupação do solo no concelho de Vieira do Minho (2000) Mapa III.1a Ocupação agrícola no concelho de Vieira do Minho (2000) Mapa III.2a Ocupação florestal no concelho de Vieira do Minho (2000) Mapa III.II.1b Distribuição anual da área ardida no concelho de Vieira do Minho, entre 2001e Mapa III.II.2a Regime florestal existente no concelho de Vieira do Minho Mapa III.II.2b Sub-regiões homogéneas existentes no concelho de Vieira do Minho Mapa III.II.2c Percursos pedestres no concelho de Vieira do Minho Mapa III.II.2d Parques de merendas no concelho de Vieira do Minho Mapa III.II.2d Zonas de caça no concelho de Vieira do Minho... 82

6 vi/282 Mapa IV.I.2a Variação relativa da populaça residente, entre 1991 e 2001, no concelho de Vieira do Minho Mapa IV.I.2b População residente no concelho de Vieira do Minho, em Mapa IV.I.3a Taxas de natalidade e mortalidade no concelho de Vieira do Minho, em Mapa IV.I.4b Variação do Índice de dependência total no concelho de Vieira do Minho, entre 1991 e Mapa IV.I.4c Índice de envelhecimento no concelho de Vieira do Minho, em 1991 e Mapa IV.I.4d Índice de juventude no concelho de Vieira do Minho, em 1991 e Mapa IV.1.5a Densidade populacional no concelho de Vieira do Minho, em Mapa IV.I.7a População residente empregada ou estudante segundo o local de trabalho ou estudo, em 2001 (em percentagem) Mapa IV.I.7b População residente empregada ou estudante noutro concelho que não o de residência, em 2001 (percentagem) Mapa IV.I.7c População residente segundo o principal meio de transporte utilizado no trajecto para o local de trabalho ou estudo, em Mapa IV.IIa Enquadramento do concelho de Vieira do Minho na região agrária Mapa IV.II.2a Evolução da área e explorações ocupadas por SAU no concelho de Vieira do Minho, entre 1989/ Mapa IV.II.2b Percentagem de SAU na superfície total das freguesias do concelho de Vieira do Minho Mapa I IV.II.2c Evolução da área ocupada por terra arável limpa no concelho de Vieira do Minho, entre 1989/ Mapa IV.II.2d Evolução da área ocupada por culturas permanentes no concelho de Vieira do Minho, entre 1989/ Mapa IV.II.2e Variação relativa do numero de animais no concelho de Vieira do Minho, entre 1989/ Figura IV.IV.1a Parque de campismo de Vieira do Minho (Cantelães) Figura IV.IV.3a Turismo rural Casa da Ponte (Cantelães) e Quinta de Calvelos (Caniçada) Mapa IV.IV.3a Distribuição dos estabelecimentos com oferta de alojamento por freguesia no concelho de Vieira do Minho Figura V.I.1a Cascata da Candosa Mapa V.I.3a Unidades e sub-unidades de paisagem existentes no concelho de Vieira do Minho Mapa IV.I.1a Tipologia das áreas urbanas no concelho de Vieira do Minho, em Mapa VI.I.2a Variação do parque habitacional no concelho de Vieira do Minho (1991/ 2001) 156 Mapa VI.I.2b Número de edifícios e sua variação relativa no concelho de Vieira do Minho (1991/ 2001) Mapa VI.I.2c Edifícios segundo o tipo de utilização (principalmente residenciais) no concelho de Vieira do Minho (1991/ 2001) Mapa VI.2.1a Rede Viária do concelho de Vieira do Minho Figura VI.II.2a Auditório Municipal Figura VI.II.2b Piscinas Municipais de Vieira do Minho Mapa VI.II.2a Equipamentos desportivos e recreativos do concelho de Vieira do Minho Figura VI.II.2c Jardim de Infância da freguesia de Vieira do Minho Figura VI.II.2d Escola secundária (ES/3) da freguesia de Vieira do Minho

7 vii/282 Mapa VI.II.2b Parque escolar (2004/2005) no concelho de Vieira do Minho Mapa VI.II.2c Localização dos cemitérios no concelho de Vieira do Minho Mapa VI.2.4a Rede eléctrica no concelho de Vieira do Minho Mapa VI.2.5a Rede de abastecimento de água no concelho de Vieira do Minho Figura VI.II.6a ETAR de Vieira do Minho Mapa VIIa Sugestões dos munícipes segundo usos do solo Mapa VIII.I.1a Localização da Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional no concelho de Vieira do Minho Mapa VIII.I.2a Localização da Reserva Agrícola Nacional no concelho de Vieira do Minho Mapa VIII.I.2b Sobreposição da RAN sobre a Carta de Aptidão da Terra para a Agricultura no concelho de Vieira do Minho Mapa VIII.I.2c Sobreposição da área urbanizável e áreas de aptidão agrícola no concelho de Vieira do Minho Mapa VIII.I.3a Localização da Reserva Ecológica Nacional, por ecossistemas, no concelho de Vieira do Minho Mapa IX.Ia Solo urbano existente no concelho de Vieira do Minho Mapa IX.I b Solo urbano sem edificação no concelho de Vieira do Minho Mapa IX.IIa Solo urbano consolidado no concelho de Vieira do Minho (1995/ 2003) Figura IX.IIa - Cerdeinhas Mapa X.2a Evolução do edificado no concelho de Vieira do Minho (1993/ 2003) Cerdeirinhas figura 1 Esquema de implementação da ENDS Tabela I.2a Síntese do índice do documento de caracterização/ diagnóstico do PDM de Vieira do Minho Tabela II.II.3a Reclassificação dos valores adoptados para cartografia de exposição de vertentes Tabela II.II.2a Classificação da aptidão da terra para agricultura: classes e subclasses Tabela II.IIIa Características dos postos udométricos utilizados Tabela II.III.1a Os tipos de ambientes térmicos estivais em Portugal Continental Tabela II.III.1b Os tipos de ambientes térmicos invernais em Portugal Continental Tabela II.IV.1a Principais características da barragem e albufeira do Ermal Tabela II.IV.1b Características das bacias hidrográficas Tabela II.IV.1c Classes de Classificação da Qualidade da Água Tabela II.IV.1d Qualidade da água segundo classificação do INAG Tabela II.IV.1e Qualidade da água segundo o Estado Trófico Tabela II.IV.1f Qualidade da água segundo o Decreto-lei 236/98 nas barragens de Caniçada e Salamonde Tabela III.a Ocupação do Solo no concelho de Vieira do Minho em 1990 e 2000 (segundo o nível II do CLC)... 66

8 viii/282 Tabela III.II.2a Área dos perímetros florestais do Baixo Minho Tabela III.II.2b Hierarquização das funcionalidades das sub-regiões homogéneas Tabela III.II.2c características da actividade cinegética do concelho de Vieira do Minho Tabela IV.I.1a Alguns parâmetros sobre a população residente. Enquadramento concelhio Tabela IV.I.2a Total da população residente (1991 e 2001): enquadramento territorial Tabela IV.I.3a Taxa de natalidade. Enquadramento regional, Tabela IV.I.3b Proporção de idosos em relação à população total (1991 e 2001) Tabela IV.I.4 Estrutura etária da população: residentes em 2001 (em %) e variação 1991/ Tabela IV.I.7a População residente segundo o principal meio de transporte utilizado no trajecto para o local de trabalho ou estudo, em Tabela IV.I.8 Projecção da população, em 2021, no concelho de Vieira do Minho Tabela IV.2.1a Natureza jurídica do produtor no concelho de Vieira do Minho, em Tabela IV.II.2a Superfície Agrícola Utilizada (SAU). Enquadramento regional Tabela IV.II.4 a Outras máquinas agrícolas no concelho de Vieira do Minho (1989/1999) Tabela IV.III.2a Desemprego por tempo de inscrição e grupo etário(cef) Tabela IV.III.2b Desemprego registado por concelho segundo o género, tempo de inscrição e situação face à procura de emprego (situação no fim do mês) Tabela IV.IV.1a Actividades/ recursos listadas/referenciadas no Sitio da Vieira Cultura e Turismo, E.M Tabela IV.IV.1b Lista de recursos identificados Tabela IV.IV.1c - Locais de Prática de Desporto Aventura e Montanha Tabela IV.IV.3a- Alojamentos Identificados pelo Município Tabela V.I.2a Património classificado e em vias de classificação no concelho de Vieira do Minho, em Tabela VI.I.2a Número de famílias, alojamentos e edifícios em Tabela VI.I.2b Evolução do número de edifícios por tipo de utilização: enquadramento Tabela VI.I.2c Edifícios segundo as necessidades de reparações. Vieira do Minho (2001) Tabela VI.I.4a Licenças concedidas pelas câmaras municipais para construção total de edifícios (2000 a 2004) Tabela VI.I.4b Licenças concedidas pelas câmaras municipais para construção por concelho, segundo o tipo de obra (2003 e 2004) Tabela 0.I: Valores Limites de Exposição (artigo 11º, RGR) Tabela 0.II: Extractos do Regulamento Geral do Ruído Tabela VI.2.1a Rede de Estradas Municipais classificação, antiga designação, extensão, largura, área e tipo de pavimento do concelho de Vieira do Minho, em Tabela VI.2.1b Rede de Estradas Municipais estado de conservação e rede de drenagem do concelho de Vieira do Minho, em Tabela VI.2.1c Número de Caminhos Municipais e sua extensão, por freguesia, em Tabela VI.2.1d Regime de Praça Livre Condicionada e Regime de Estacionamento Fixo Tabela V.2.1e Listagem de Percursos Escolares Tabela VI.II.2a Distribuição dos Equipamentos Colectivos no concelho de Vieira do Minho por níveis Tabela VI.II.2b Tabela classificativa (Conselho da Europa)

9 ix/282 Tabela VI.II.2c Área Desportiva por Habitante (m 2 ) Tabela VI.2.2e Número de profissionais na área da saúde 2003 ( ) Tabela VI.2.2f Indicadores gerais de saúde em Tabela VI.II.2g Área de veículos de transportes terrestres e atrelados Tabela VI.II.2h Relação de viaturas do Corpo Activo dos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho Tabela VI.2.3a Caracterização das estações de base Tabela VI.2.5a Extensão da rede de abastecimento de água, no concelho de Vieira do Minho, em Tabela VI.II.5b Sistemas de abastecimento de águas do Município de Vieira do Minho, em Tabela VI.II.5c Número de depósitos de água e capacidade de armazenamento, no concelho de Vieira do Minho, em Tabela VI.II.6a Extensão da rede de drenagem de águas residuais, no concelho de Vieira do Minho, em Tabela VI.II.6b Distribuição de ETAR e fossas sépticas, por freguesias, em ano 2004 (número) Tabela VI.II.7a Distribuição de contentores de resíduos recicláveis, por freguesia, em Tabela VIII.I.1a Valores relativos à área ocupada pelo zonamento das Reservas Tabela VIII.I.2b Sobreposição da RAN sobre a Carta de Aptidão da Terra para a Agricultura no concelho de Vieira do Minho: alguns valores a considerar Tabela VIII.I.3a Solos com aptidão ocupados com área urbana Tabela IX.I a Áreas superiores a 4000m 2 sem edificações ou com uma densidade de edificação muito baixa tabela 0.III Objectivos da ENDS e respectivas prioridades estratégicas tabela 0.IV Objectivos específicos do PORN segundo os respectivos eixos estratégicos tabela 0.V Metas estabelecidas pelo PNUEA segundo o sector de consumo de água tabela 0.VI Matriz de objectivos do PENDR tabela 0.VII Linhas Estratégicas assumidas pela ENF tabela 0.VIII Objectivos estratégicos e específicos do PANCD tabela 0.IX Âmbito de intervenção dos projectos do PENT tabela 0.X Eixos Estratégicos de Actuação tabela 0.XI Componentes e respectivas opções estratégicas estabelecidas pelo PROT-N (em fase final de discussão pública) Tabela XI.IIa Indicadores de qualidade do ambiente urbano EQUIPAMENTOS (educação) 261 Tabela XI.IIb Indicadores de qualidade do ambiente urbano EQUIPAMENTOS (saúde) Tabela XI.IIb Indicadores de qualidade do ambiente urbano HABITAÇÃO Gráfico II.I.1a Distribuição de área por classe hipsométrica, em percentagem Gráfico II.I.2a Distribuição de área por classe de declives, em percentagem... 32

10 x/282 Gráfico II.II.3a Distribuição de área por orientação de vertente (em percentagem) Gráfico II.II.2a Unidades pedológicas em Vieira do Minho (percentagem) Gráfico II.II.2b Aptidão florestal no concelho de Vieira do Minho (percentagem) Gráfico II.II.2c Aptidão da Terra para uso Agrícola no concelho de Vieira do Minho (percentagem) Gráfico II.II.2d Aptidão da Terra para uso Agrícola no concelho de Vieira do Minho (1:25.000) 40 Gráfico II.III.1a Temperatura média do ar (ºC) nos postos udométricos de Alb Venda Nova e Salamonde (médias 2000 a 2006) Gráfico II.III.1b Temperatura média do ar (ºC) nos postos udométricos de Alb Venda Nova e Salamonde ( 2006) Gráfico II.III.1a Precipitação média anual (mm) no concelho de Vieira do Minho entre 1980 e Gráfico II.III.1b Precipitação anual (1980 a 2000) nos postos udométrios do concelho de Vieira do Minho Gráfico II.IV.1a Bacia do Cávado Fontes de poluição urbanas Gráfico II.IV.1b Bacia do Ave Fontes de poluição urbanas Gráfico II.IV.1c Bacia do Ave Fontes de poluição urbanas Gráfico II.IV.1d Volumes utilizados em m 3, na barragem de Venda Nova, em Gráfico II.IV.1e Volumes utilizados em m 3, na barragem de Salamonde, em Gráfico II.IV.1f Volumes utilizados em m 3, na barragem de Caniçada, em Gráfico III.a Ocupação do solo no concelho de Vieira do Minho, em 2000 (percentagem) Gráfico III.II a Ocupação florestal no concelho de Vieira do Minho, em 2000 (hectares e percentagem) Gráfico III.II.2a Ocupação actual do solo na sub-região homogénea da Cabreira Gráfico III.II.2b Ocupação actual do solo na sub-região homogénea da Sra. da Abadia Merouço Gráfico IV.I.1a Variação da população residente ( ): enquadramento territorial Gráfico IV.I.2a População residente em Vieira do Minho, entre 1950 e Gráfico IV.I.3a Total de mulheres em idade fértil, em 1991 e 2001 (valores absolutos) Gráfico IV.I.3b Taxa de fecundidade geral. Enquadramento territorial (2001 a 2004) Gráfico IV.I.4a Estrutura etária da população: residentes em 2001 (em %) e variação 1991/ Gráfico IV.I.4b População residente por grandes grupos etáriosno concelho de Vieira do Minho, em Gráfico IV.I.4c Pirâmide etária do concelho de Vieira do Minho (1991 e 2001) Gráfico IV.I.4d Índice de dependência total, em 1991 e 2001 e sua variação relativa. Enquadramento Gráfico III.1.4e Variação dos índices de juventude e envelhecimento no concelho de Vieira do Minho, por freguesia, entre 1991 e Gráfico IV.1.6a Taxa de analfabetismo. Enquadramento concelhio (1991, 2001 e variação). 100 Gráfico IV.1.6a População residente por nível de ensino, em 2001: enquadramento concelhio Gráfico IV.1.6b População residente por nível de ensino no concelho de Vieira do Minho, em 2001 (percentagem)

11 xi/282 Gráfico IV.I.7a População residente, por sexo, empregada ou estudante segundo o local de trabalho ou estudo em 2001, e variação relativa 1991/2001, em Vieira do Minho Gráfico. IV.I.7b População residente empregada ou estudante segundo o local de trabalho ou estudo por freguesia (2001) Gráfico. IV.I.7c Tempo gasto em média numa ida para o local de trabalho ou estudo (2001) 106 Gráfico IV.II.1a Formas de exploração da SAU Gráfico III.2.1b Natureza jurídica do produtor (produtor singular autónomo): enquadramento do concelho Gráfico III.2.1c Natureza jurídica do produtor (baldios): enquadramento do concelho Gráfico IV.II.2a Usos/ utilizações do solo. Variação da área em percentagem (1989/ 1999) enquadramento regional Gráfico IV.II.3a Usos/ utilizações do solo. Variação da área em percentagem (1989/ 1999) enquadramento regional Gráfico IV.II.4 a Variação do número de tractores e explorações com tractores, entre 1989e Enquadramento territorial Gráfico IV.II.5 a Origem do rendimento do agregado doméstico do produtor Gráfico IV.III.1a População residente empregada, segundo o sector de actividade económica (1991 e 2001) Gráfico IV.III.2a Estrutura do emprego registado em Março de Gráfico IV.III.2b Procura e oferta de emprego segundo C.E. de Fafe (situação no fim do mês) Gráfico IV.III.2c Desemprego registado por concelho segundo o grupo etário (situação no fim do mês) Gráfico IV.III.2d Desemprego registado por concelho segundo os níveis de escolaridade (situação no fim do mês) Gráfico IV.III.2d População com 15 ou mais anos com e sem actividade económica, por grupos etários em Vieira do Minho, Gráfico IV.III.2e População residente com actividade económica (empregada e desempregada), por grupos etários Gráfico IV.III.2f Qualificação da mão-de-obra desempregada (2001) Gráfico VI.I.2a Estimativas do Parque Habitacional (Edifícios Habitação Familiar Clássica) Gráfico VI.I.2b Estimativas do Parque Habitacional (Edifícios Habitação Familiar Clássica) Gráfico VI.I.2c Variação relativa do número de famílias clássicas entre 1991 e Gráfico VI.I.2d Alojamentos familiares segundo a forma de ocupação. Vieira do Minho (2001) Gráfico VI.I.2e Evolução do número de edifícios: enquadramento regional Gráfico VI.II.2a Equipamentos colectivos por categoria Gráfico VI.II.2b Equipamentos colectivos por freguesia Gráfico VI.II.2c Superfície desportiva por diferentes tipologias de equipamento Gráfico VI.2.5a População servida pela rede de abastecimento de água, nos concelhos da NUT III Ave, em 2003 (em %) Gráfico Vi.II.5b Consumo de água abastecida pela rede pública no concelho de Vieira do Minho, em 2001, 2002 e 2003 (em milhares de m 3 ) Gráfico VI.II.6a População servida pela rede de drenagem de águas residuais, nos concelhos da NUT III Ave, em 2003 (%)

12 xii/282 Gráfico VI.II.6b População servida com Estações de Tratamento de Águas Residuais, nos concelhos da NUT III Ave, em 2003 (%) Gráfico VI.II.7a Distribuição dos ecopontos, por freguesia, em Gráfico VI.ii.7b Produção de resíduos sólidos recicláveis, no concelho de Vieira do Minho, entre 2000 e 2006, em kg Gráfico VII a Número de sugestões entregues pelos munícipes e área afecta às mesmas, por freguesia (2005) Gráfico VII b Sugestões de acordo com a justificação para alteração do uso actual do solo (2005) Gráfico VII c Sugestões dos munícipes segundo a classificação do uso actual do solo Figura VIII.I.3a Condicionantes fisiográficas ao uso Gráfico VIII.I.3a Ocupação da Reserva Ecológica Nacional, por ecossistemas, no concelho de Vieira do Minho (em %) Gráfico IX.I a Áreas superiores a 4000 m2 sem edificações ou com uma densidade de edificação muito baixa por freguesia Gráfico IX.II a Área consolidada e sua variação entre 1995 e 2005, por freguesia Gráfico X.2a Área edificada por freguesia, em 1993 e Gráfico X.2b Percentagem entre área construída dentro de solo urbano, por freguesia

13 13/282 FICHA TÉCNICA

14 14/282 Ricardo Almendra Marta Oliveira COORDENAÇÃO EQUIPA TÉCNICA GEOATRIBUTO Carla Gonçalves Elisa Bairrinho Maria João Gonçalves Marta Matos Marta Oliveira Ricardo Almendra Susana Peixoto CONSULTORES EXTERNOS Carla Freitas Domingos Silva Paulo Pereira MUNICÍPIO DE VIEIRA DO MINHO DIVISÃO DE ESTUDOS E PLANEAMENTO Ana Cristina Silva Isabel Vieira DIVISÃO DE DESENVOLVIMENTO E AMBIENTE António Campos Divisão de Estudos e Planeamento Carlos Freitas Salete Gonçalves Elisabete Cruz Divisão de Acção Social Alexandra Fabião Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho Luís Fontes Ana Roriz

15 15/282 I. INTRODUÇÃO

16 16/282 I.1 HISTORIAL DO PROCESSO Para compreender a importância do instrumento de gestão territorial que é o Plano Director Municipal (PDM), importa, antes de mais, reflectir sobre os propósitos e questões inerentes ao ordenamento e planeamento do território. Apesar de operarem a escalas de análise diferentes, ambos ordenamento e planeamento pressupõem a organização e a gestão do espaço territorial. É importante que se compreenda a diferença entre estes dois conceitos, por forma a que não se restrinja o âmbito do primeiro. Assim, o ordenamento é o resultado da implementação espacial coordenada das políticas económica, social, cultural e ecológica da sociedade (DGOTDU, 2000) com a finalidade de alcançar um desenvolvimento equilibrado das regiões através da organização do espaço físico pensada à escala da região. As acções que daqui decorrem serão concretizadas pelo planeamento do território. O PDM responde a estes propósitos ao estabelecer a estrutura espacial para o território do município, a classificação dos solos, os perímetros urbanos e os indicadores urbanísticos, tendo sempre como objectivo final o desenvolvimento do território conseguido através da distribuição racional das actividades económicas, desenvolvimento social e a igualdade entre os cidadãos, acesso aos equipamentos e serviços públicos, redes de transporte, comunicações e infra-estruturas, etc. O processo de revisão do Plano Director Municipal do concelho de Vieira do Minho teve início no ano de A primeira fase deste processo consistiu na elaboração de um documento Quadro de Referência para a Proposta de Plano de Revisão do PDM que apresentava dois grandes objectivos: 1. Inventário e análise da informação existente por forma a que, numa fase de elaboração dos documentos que integram os conteúdos documental e material deste instrumento de gestão territorial, estejam identificados os constrangimentos que possam colocar em causa o correcto curso dos trabalhos, e 2. Identificação das principais questões relacionadas com o uso do solo para que, ao dar início à fase de trabalhos de diagnóstico/ caracterização, e mais concretamente a fase de elaboração das propostas, estejam identificadas as questões que necessariamente terão de ser enquadradas e que se relacionam tanto com o esclarecimento dos munícipes no que diz respeito ao uso do solo e sua alteração como ao cuidado de inclusão no Plano de alterações que se provem necessárias e obrigatórias e, finalmente, incluir a análise da coerência dos resultados da aplicação do Plano, ou seja, a própria validação do Plano. A metodologia adoptada nesta fase dos trabalhos passou por quatro etapas: ETAPA 1ª Consistiu na inventariação e análise dos vários documentos em posse do Município (em formato papel e em formato digital) e catalogação/ identificação dos mesmos através da atribuição de um número que serviu de identificação para posterior indexação àquilo que poderá vir a ser o conjunto de relatórios a constar do documento do Plano Director Municipal de Vieira do Minho. ETAPA 2.ª Na segunda fase deste relatório procurou-se fazer uma caracterização breve da ocupação do solo na última década. Esta observação serviu de base para a análise crítica que viria a surgir aquando da

17 17/282 leitura/ análise das preocupações/ sugestões sentidas por parte tanto dos responsáveis pelos departamentos camarários mais directamente ligados ao planeamento territorial, como dos Presidentes de Junta e ainda dos munícipes. ETAPA 3.ª Na terceira etapa, procedeu-se, a uma primeira abordagem do regulamento do actual PDM, que consistiu na identificação dos aspectos que carecem de ser reorganizados, alterados ou adoptados, de modo a que, na sua nova estrutura, se possa responder às exigências colocadas pelo quadro legal actualmente em vigor, tanto no que respeita a questões de conteúdo material como de organização formal. ETAPA 4.ª Resume-se a uma síntese prepositiva na qual se pretendeu, através do cruzamento de toda a informação compilada (elementos estudados/ existentes, inquéritos aos Presidentes de Junta e consulta pública), elencar algumas das questões que devem ser tidas em conta aquando da realização das propostas do Plano que corresponderá à última fase de trabalhos da revisão do PDM. Em suma, com esta primeira fase de revisão do PDM de Vieira do Minho pretendeu-se contribuir para que a fase seguinte de trabalhos ficasse facilitada uma vez que ficam identificadas: (i) existência/ falta de informação fulcral para a iniciação destes trabalhos (cartográfica e não só); (ii) falhas/ lacunas existentes na informação de base; (iii) algumas das preocupações e sugestões dos Presidentes de Junta, responsáveis por diversos departamentos e munícipes em relação ao documento do PDM. Estavam assim reunidas as condições para avançar com a segunda fase de revisão do PDM de Vieira do Minho que consiste no documento que agora se apresenta intitulado Volume II Caracterização/ Diagnóstico. Esta segunda fase de trabalhos coincide com o estipulado no DL n.º 318/99, de 22 de Setembro, alterado pelo DL nº. 316/2007, de 19 de Setembro, e com redacção actual dada pelo DL n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro: Artigo 86.º Conteúdo documental 1 O é constituído por: a) Regulamento; b) Planta de ordenamento que representa o modelo de organização espacial do território municipal, de acordo com os sistemas estruturantes e a classificação e qualificação dos solos e ainda as unidades operativas de planeamento e gestão definidas; c) Planta de condicionantes que identifica as servidões e restrições de utilidade pública em vigor que possam constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma específica de aproveitamento. 2 O é acompanhado por: a) Estudos de caracterização do território municipal; b) Relatório, que explicita os objectivos estratégicos e as opções de base territorial adoptadas para o modelo de organização espacial, bem como a respectiva fundamentação técnica, suportada na avaliação das condições económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua execução; c) Relatório ambiental, no qual se identificam, descrevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos e o âmbito de aplicação territorial respectivos; c) Programa de execução, contendo designadamente as disposições indicativas sobre a execução das intervenções municipais previstas, bem como sobre os meios de financiamento das mesmas. 3 Os demais elementos que acompanham o plano director municipal são fixados por portaria do membro do Governo responsável pelo ordenamento do território. Neste documento faz-se a caracterização e diagnóstico do Plano Director Municipal de Vieira do Minho, que resultou da identificação e análise da situação actual e do passado recente da área concelhia e da reflexão das políticas de intervenção e modelos de gestão existentes, assim como das figuras de planeamento e estudos realizados. A primeira caracterização consiste na compilação e cruzamento de variada informação estatística e cartográfica, sempre que possível abrangendo a área envolvente ao concelho, respeitantes às várias temáticas elencadas no DL n.º 318/99, de 22 de Setembro, alterado pelo DL nº. 316/2007, de 19 de Setembro, e com

18 18/282 redacção actual dada pelo DL n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro, como temáticas-chave a ser analisadas aquando da revisão do PDM. A segunda diagnóstico consiste na reflexão sumária das várias temáticas com vista à identificação da matriz SWOT que, numa fase seguinte servirá para a identificação dos factores nucleares de desenvolvimento da área em análise. I.2 METODOLOGIA/ CONTEÚDO A metodologia utilizada na elaboração do volume de caracterização/ diagnóstico a que agora se dá início seguiu, de forma generalizada, a elencagem do conteúdo material (documentos/ estudos) presente na legislação e relativa à elaboração de um Plano Director Municipal. Após o trabalho de análise da informação/ estudos sectoriais já existentes, feito no documento de Quadro de referência para a proposta de plano de revisão do Plano Director Municipal, e depois de discutida a metodologia de trabalho com a equipa do município, foi elaborado um índice que melhor responde diante de uma análise actual daquela que é a realidade física, demográfica, social, etc. do concelho de Vieira do Minho. Assim, o índice do Volume II irá dar enfoque aos seguintes temas: Tabela I.2a Síntese do índice do documento de caracterização/ diagnóstico do PDM de Vieira do Minho Capítulo i enquadramento geográfico e administrativo Capítulo ii Caracterização dos valores naturais Capítulo iii Ocupação do solo Capítulo iv caracterização socioeconómica Morfologia Geologia e Solos Clima Hidrografia/ recursos hídricos Ocupação agrícola Ocupação florestal Demografia Estrutura fundiária Relevo e altitude Declives Exposição de vertentes Bacias e sub-bacias hidrográficas Qualidade da água Usos da água Risco de incêndio A floresta do concelho e os planos regionais Enquadramento regional População residente Taxas de natalidade e mortalidade Estrutura etária Densidade populacional Nível de instrução Projecções demográficas Estrutura das explorações agrícolas Utilização das terras Efectivos animais

19 19/282 Capítulo v Caracterização da paisagem Actividades económicas e emprego Valores culturais e patrimoniais Máquinas agrícolas População e mão-de-obra agrícola Caracterização geral das actividades económicas Caracterização geral do emprego Património natural Património cultural Unidades de paisagem Capítulo vi Caracterização da dinâmica urbana Capítulo vii Auscultação prévia Capítulo vii Condicionantes Capítulo ix Avaliação da eficácia do instrumento Capítulo x Instrumentos de gestão territorial Capítulo xi Diagnóstico Dinâmica urbana Equipamentos e infra-estruturas RAN e REN Áreas urbanas Análise comparartiva da evolução do edificado AUGISs Rede urbana/ perímetros urbanos Mapa de ruído Rede viária/ transportes Equipamentos colectivos Electricidade e telecomunicações Abastecimento de energia Abastecimento de água Efluentes Resíduos Localização da RAN e REN Reserva Agrícola Nacional Reserva Ecológica Nacional Áreas urbanizadas/ Solo urbano comnsolidado edificadas Determinação do edificado construído aquando da entrada em vigor do actual PDM em comparação com o ano de 2003 Âmbito nacional Âmbito regional Sínteses de caraterização IQAU SWOT Processo de referencia de polígonos do edificado por data de representação

20 20/282 VOLUME II CARACTERIZAÇÃO/ DIAGNÓSTICO

21 21/282 CAPÍTULO I ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E ADMINISTRATIVO O concelho de Vieira do Minho tem uma área de 218,5 km 2, estando limitado a Norte pelos concelhos de Amares, Terras de Bouro e Montalegre, a Sul pelo concelho de Fafe, a Este pelos concelhos de Montalegre e Cabeceiras de Basto e a Oeste pelo concelho de Póvoa de Lanhoso (PDM, 1994) mapa Ia. Vieira do Minho localiza-se, ainda, no extremo nordeste de duas unidades territoriais: o distrito de Braga e a NUT III Ave. Em termos administrativos o concelho pertence a duas Associações de Municípios: juntamente com os concelhos de Póvoa de Lanhoso, Guimarães, Fafe, Vizela, Vila Nova de Famalicão, Trofa e Santo Tirso à Associação de Municípios do Vale do Ave, e com os de Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Montalegre, Póvoa de Lanhoso e Terras de Bouro à Associação de Municípios do Vale do Cávado. Mapa Ia Enquadramento geográfico e administrativo do concelho de Vieira do Minho As vinte e uma freguesias do concelho são: Anissó, Anjos, Campos, Caniçada, Cantelães, Cova, Eira Vedra, Guilhofrei, Louredo, Mosteiro, Parada de Bouro, Pinheiro, Rossas, Ruivães, Salamonde, Soengas, Soutelo, Tabuaças, Ventosa, Vieira do Minho e Vilar do Chão 1 (mapa Ib). 1 A designação de algumas freguesias do concelho encontra distinta toponímia em determinados documentos de diferentes entidades casos de Cova (São João da Cova) e Vilar do Chão (Vilarchão). Essas freguesias encontram-se igualmente na CAOP Carta Administrativa Oficial de Portugal, como, respectivamente, Cova e Vilar do Chão. Neste documento, optamos por utilizar, sempre que possível, as duas designações.

22 22/282 Mapa Ib Freguesias do concelho de Vieira do Minho

23 23/282 CAPÍTULO II CARACTERIZAÇÃO DOS VALORES NATURAIS No capítulo que agora se inicia faz-se a caracterização dos recursos naturais do concelho de Vieira do Minho, na qual se enfatizam a geologia, a morfologia, os solos, a hidrografia e o clima. II.I GEOLOGIA INTRODUÇÃO O concelho de Vieira do Minho está abrangido pelas folhas 5B (Ponte da Barca), 5D (Braga), 6A (Montalegre) e 6C (Cabeceiras de Basto) da Carta Geológica de Portugal à escala , dos Serviços Geológicos de Portugal. Está maioritariamente representado nas folhas 6A e 6C embora a área a oeste da vila de Vieira do Minho figure essencialmente na folha 5D e ainda uma parte do sector noroeste do concelho na folha 5B. A escalas menos detalhadas, os documentos de índole geológica mais importantes são a Folha 1 da Cartas Geológicas de Portugal, à escala 1: , a Folha Norte das Carta Geológica e Carta Mineira de Portugal à escala 1: e a Carta Neotectónica de Portugal à escala 1: A caracterização geológica integrada nos estudos preliminares de caracterização do concelho, do Plano Director Municipal de 1991, foi particularmente baseada na notícia explicativa da Folha 6A (Noronha & Ribeiro, 1983). A publicação recente da notícia explicativa da Folha 6C (Ribeiro et al., 2000) e outros trabalhos mais recentes sobre a geologia da região e do concelho de Vieira do Minho trouxeram novos contributos para o seu conhecimento. Neste capítulo, faz-se uma actualização da informação relativa aos materiais rochosos do concelho com base nesses trabalhos. Nesta actualização foram ainda considerados os levantamentos geológicos disponíveis e vários artigos científicos respeitantes à geologia e recursos minerais do concelho, foram pesquisados os arquivos dos departamentos oficiais podendo conter dados de natureza geológico-mineira e foram contactados técnicos da Direcção Geral de Energia e Geologia. GENERALIDADES Em termos geológicos, o concelho de Vieira do Minho situa-se no Maciço Hespérico, mais precisamente no limite da Zona Centro Ibérica com a Zona da Galiza Média Trás-os-Montes, correspondente à transição entre as Unidades Autóctones e Unidades as Parautóctones e Unidades Alóctones. O Maciço Hespérico, principal unidade morfoestrutural do território continental português, corresponde ao soco herdado do orógeno Varisco. A colisão responsável pela sua edificação iniciou-se no Devónico Médio e prolongou-se até ao Carbonífero Superior, com todas as implicações inerentes, deformação, metamorfismo e magmatismo orogénico. Assim, localmente o Maciço Hespérico é constituído por granitóides que intruem metasedimentos de idade Silúrica. A maioria dos granitóides está associada à terceira fase de deformação varisca com instalação controlada ou por falhas tardi-hercínicas ou pela zona de cisalhamento dúctil, relacionada com essa fase de deformação e sublinhada pelo alinhamento Vigo Régua (Ferreira et al., 1987).

24 24/282 As forças compressivas envolvidas tiveram três principais momentos de paroxismo, correspondentes às três fases de deformação hercínica, cujos efeitos estão, em geral, registados quer nas rochas contemporâneas quer nas mais antigas (Moreira & Ribeiro, 1991, in Silva, 2007). Nos finais da orogenia Hercínica, o Maciço Hespérico foi afectado por uma densa rede de fracturas, no decurso de dois importantes episódios, enquadrados no modelo de fracturação tardi-hercínica proposto por Ribeiro et al. (1979). O primeiro originou fracturas com orientação NNE-SSW e um sistema conjugado perpendicular de direcção NNW-SSE a NW-SE. O segundo originou fracturas com orientação aproximada E-W (Silva, 2007). LITOLOGIA O mapa geológico do concelho de Vieira do Minho (mapa II.I.1a), elaborado por Silva (2007), evidencia a quase exclusividade de rochas graníticas no concelho, existindo apenas pequenas áreas, nos sectores leste e sudoeste, onde afloram rochas metassedimentares. O sistema de fracturação tardi-hercínica, com orientação predominante NE-SW, proporcionou a instalação de diversos filões de rocha básica (Noronha & Ribeiro, 1983; Ribeiro et al., 2000). Consideram-se quatro tipos litológicos principais (mapa II.I.a): 1. Depósitos de cobertura O Maciço Hespérico encontra-se localmente coberto por depósitos detríticos discordantes, referidos em geral como depósitos de cobertura actuais e holocénicos. No concelho de Vieira do Minho, ocorrem na forma de terraços fluviais actuais constituídos por seixos rolados a subrolados, areias e areias argilosas que acompanham, em geral, os leitos dos rios actuais. É o caso dos depósitos fluviais do rio Cávado, actualmente cobertos pelas águas das albufeiras de Caniçada e de Salamonde, e do rio Ave, cobertos pela albufeira de Guilhofrei, e principalmente as aluviões na ribeira de Vide (Soutelo e Anissó) e na ribeira de Tabuaças (Tabuaças, Eira Vedra, Vieira do Minho e Mosteiro), afluente do rio Ave. Consideram-se igualmente as moreias situadas na vertente norte do maciço culminante da Serra da Cabreira (Silva, 2007). 2. Metassedimentos do Paleozóico Os materiais rochosos mais antigos do concelho são rochas metassedimentares, nomeadamente xistos e quartzofilitos com idades compreendidas entre os 410 e os 435/440 milhões de anos (Silúrico), enquadradas no domínio Peritransmontano (Noronha & Ribeiro, 1983). Vários segmentos e encraves desses metassedimentos afloram na parte oriental do concelho, os quais podem mostrar intercalações de quartzitos e mais raramente de rochas calcosilicatadas. Trata-se da Formação dos Xistos Inferiores e da Formação Pelito- Grauváquica, consideradas como parautóctones, e da Unidade de Vila Nune, terrenos alóctones constituídos essencialmente por quartzofilitos com intercalações de quartzitos e de rochas vulcânicas intermédias a básicas (Ribeiro et al., 2000). A Formação dos Xistos Inferiores (xistos pelíticos) ocorre junto das aldeias de Zebral (Ruivães) e Campos, enquanto a Formação Pelito-Grauváquica (igualmente xistos pelíticos) aflora na parte norte da freguesia de Ruivães (Ponte da Misarela), na margem esquerda do rio Rabagão. A Unidade de Vila Nune (quartzofilitos) aflora junto às aldeias de Anjos e de Agra (Rossas), entre dois maciços graníticos. Esta unidade é classificada como alóctone com base nas suas características litológicas, forte deformação e continuidade para sul (folha 10-A) onde foi definida a unidade e observado o respectivo carreamento basal (Ribeiro et al., 2000).

25 25/282 Mapa II.1a Carta geológica simplificada do concelho de Vieira do Minho (Silva, 2007)

26 26/ Granitóides hercínicos As rochas graníticas representam mais de 95% da área do concelho. São essencialmente constituídas por quartzo, feldspato e micas. A ordem pela qual se apresentam os granitóides do concelho de Vieira do Minho reflecte o seu período de instalação. Consideram-se as relações granitos-deformação e tem-se como referência a terceira fase de deformação hercínica, separando-se os granitóides em sin-tectónicos, tarditectónicos e pós-tectónicos (Silva, 2007). Por outro lado, considera-se igualmente a sua composição, identificando-se dois subgrupos: o grupo dos granitóides com biotite e plagioclase cálcica (sin, tardi e tardi a pós-tectónicos) e o grupo dos granitos sintectónicos de duas micas ou biotíticos com restites. Os granitóides biotíticos deverão ter génese profunda ao passo que os granitos do segundo grupo deverão ter resultado da fusão parcial de grandes quantidades de sedimentos bastante mais hidratados, pelo que serão de génese menos profunda (Ferreira et al., 1987). Do cruzamento dos dois tipos de classificação dos granitóides, registam-se (mapa II.I.1a): i) Granitóides sin-tectónicos de duas micas - Granito de Espindo, ocorre encravado entre os granitos de Ruivães e da Cabreira; Granito da Cabreira, constitui os altos relevos desta serra, formando um maciço alongado na direcção NW-SE; Granito de Murça, ocorre em dois pequenos sectores limítrofes do concelho, na Serra da Cabreira; Granito das Torrinheiras, ocorre no sector oriental do concelho, entre os granitos da Cabreira e de Anjos; Granito de Anjos, situado a nordeste da falha de Anjos Vilarchão; ii) Granitóides sin-tectónicos biotíticos - Granitóide de Campos (tonalito biotítico), situado a noroeste desta povoação, constitui uma pequena mancha isolada com cerca de 1 km 2 ; Granito da Borralha, pequena mancha no sector mais oriental do concelho, nas proximidades da Borralha; Granito de Ruivães, situado no flanco nordeste da serra da Cabreira, englobando as povoações de Ruivães e Campos, prolonga-se até á albufeira da Venda Nova; iii) Granitóides tardi-tectónicos biotíticos - Granito de Vieira do Minho, principal mancha granítica do concelho, formando uma faixa de noroeste para sudeste que o atravessa; Granito de Moreira de Rei, que aflora no sector sudoeste do concelho e envolve a oeste e a sul a albufeira do Ermal; iv) Granitóides pós-tectónicos biotíticos - Granito de Penedos, sobre o qual se sita a povoação com o mesmo nome, atravessado pelo limite nascente do concelho; Granito do Gerês, formando uma estreita faixa a norte do concelho, entre o lugar da Boavista (Ventosa) e Frades. 4. Rochas filonianas No concelho de Vieira do Minho ocorrem rochas filoneanas de composição variada que se instalaram em fracturas hercínicas ou tardi-hercínicas destacando-se como mais importantes e/ou significativos os filões de quartzo, os filões aplito-pegmatíticos, os filões básicos e o «pipe» da Borralha (Noronha & Ribeiro, 1983; Ribeiro et al., 2000). Os filões de quartzo mostram uma direcção preferencial E-W, podendo também ocorrer nas direcções NE-SW e N-S. O campo filoniano mais denso encontra-se no limite nascente do concelho. Importa destacar a importância de alguns destes filões pelas mineralizações que comportam e que foram exploradas, particularmente no Couto Mineiro da Borralha que, em determinado período da sua história ( ), foi a mais importante mina portuguesa na exploração de tungsténio/volfrâmio.

27 27/282 Os filões de aplitos e/ou pegmatitos estão presentes nos granitos da Cabreira e Ruivães, sendo mais raros no granito de Vieira do Minho, nas áreas norte e nordeste do concelho. Os Filões de doleritos (rochas básicas) são numerosos e extensos. Encontram-se em todos os tipos de rochas graníticas presentes no concelho. Localizam-se preferencialmente na metade ocidental do concelho e a sua densidade de distribuição aumenta no sector SW, sendo aí também de maior extensão, como são os casos dos filões que ocorrem entre Guilhofrei e Rossas e entre Soutelo e Anissó. II.II. MORFOLOGIA Neste subcapítulo caracteriza-se a estrutura e a morfologia da superfície topográfica do concelho através da análise do relevo, altitude, declives e exposição de vertentes. II.II.1 RELEVO E ALTITUDE Em termos morfo-estruturais, o concelho de Vieira do Minho situa-se no Maciço Hespérico. Esta unidade estrutural ocupa a maior parte do território continental português, sendo constituída essencialmente por granitos e xistos. No Maciço Hespérico ocidental predomina um relevo acidentado, com montanhas e vales profundos, resultante do levantamento tectónico regional e do entalhe recente da rede hidrográfica numa superfície desenvolvida no Cenozóico, denominada de Meseta. O concelho de Vieira do Minho abrange uma área predominantemente montanhosa, com vales apertados e profundos e alguns relevos importantes. Ocorrem algumas colinas e cabeços separando pequenos planaltos, que correspondem aos níveis de aplanamento culminante da Serra da Cabreira. Nos limites ocidentais do concelho nota-se a transição dos relevos culminantes da Cabreira para o nível de aplanamento inferior, típico do relevo minhoto. A Serra da Cabreira constitui o prolongamento ocidental da Serra do Barroso, e faz parte da barreira natural que separa o Minho de Trás-os-Montes, constituída pelo Gerês, Alvão e Marão. É sulcada, a oeste e a sudoeste, pelos vales das nascentes do rio Ave, e limitada, a norte, pelo profundo vale do rio Cávado. As linhas de água são muitas vezes marcadas por trajectos rectilíneos, correspondendo a fracturas hercínicas e tardi-hercínicas. O traçado do rio Cávado, que delimita, a norte, o termo do concelho, corresponde ao alinhamento tectónico de uma falha activa provável, que estará na origem do vale profundo correspondente a este curso de água. A análise da variável relevo constitui um factor essencial para a definição de unidades territoriais com vista à determinação de aptidões, capacidades e potencialidades para todas as utilizações e funções úteis para o Homem. De acordo com Cancela d Abreu (1989), a definição dessas unidades territoriais deve-se à sua influência sobre uma boa parte dos elementos e processos fundamentais do sistema biofísico (clima, sistema hídrico, solo, usos e funções, etc.). Para a análise do relevo, foi elaborado o Modelo Digital de terreno (MDT) do concelho (Mapa II.II.1a), com base nas curvas de nível com espaçamento de 10 metros. A informação de base utilizada é da referência da IT-GEO (2001).

28 28/282 Mapa II.II.1a Modelo Digital de Terreno do concelho de Vieira do Minho A análise da carta hipsométrica do concelho (Mapa II.II.1b) evidencia dois aspectos relevantes. O primeiro relacionado com a existência de uma variação altimétrica muito pronunciada, na ordem dos metros. As cotas mais baixas verificam-se no sector noroeste do concelho, a jusante da barragem da Caniçada, entre os 50 e os 60 metros, enquanto que as mais elevadas se observam no vértice geodésico Cabreira (1.262 metros). O segundo é a existência de uma morfologia em anfiteatro, no sector central no concelho, delimitada a norte pela cumeada da bacia do Cávado, a leste pela Serra da Cabreira e a sul pela Serra de Fafe (Monte do Merouço). Corresponde, na sua maioria, ao sistema de drenagem associado ao rio Ave, nomeadamente à sua bacia hidrográfica a montante da barragem do Ermal, cuja albufeira desenvolve o seu plano de água pela cota aproximada de 300 metros. A análise hipsométrica permite também perceber a irregularidade do relevo, que se apresenta acentuadamente ondulado, com vales encaixados, e ao qual está associada uma rede de drenagem de tipo torrencial, com acentuada diferença de cotas entre as cabeceiras e as áreas de confluência.

29 29/282 Mapa II.II.1b Carta hipsométrica do concelho de Vieira do Minho Quanto à distribuição da área pelas classes hipsométricas (Gráfico II.II.1a) verifica-se que predominam as altitudes compreendidas entre os 300 e os 700 metros, com 65% de área total. A partir desta altitude verificase que a área para as restantes classes vai diminuindo, sendo que a classe mais elevada (altitudes superiores a metros) representa menos de 6% do total do território. Gráfico II.I.1a Distribuição de área por classe hipsométrica, em percentagem altitude (m) Fonte: GeoAtributo, ,8 2,1 5,6 5,8 8,9 8,9 12,3 14,0 19,6 19,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 área (%) A uma maior escala, destaca-se no concelho a existência de morfologia granítica a diversas escalas, a qual vai diferindo em função das características particulares de cada granítico. Este tipo de morfologia de pormenor é evidente nos sectores mais elevados do concelho, com destaque para a morfologia em bolas que ocorre nos montes do Merouço e de Anissó-Soutelo, bem como nos relevos associados à Serra da Cabreira (sectores de Rossas, Anjos, Vilar Chão, Pinheiro, Cantelães, Eira Vedra, Tabuaças, Ventosa e Salamonde). No maciço culminante da Serra da Cabreira, o modelado granítico de pormenor tem outras características. Devido ao

30 30/282 peculiar hábito de fracturação subhorizontal do Granito da Cabreira, as formas apresentam-se aí em lajes e em blocos pouco arredondados, distinguindo-se do modelado existente noutras áreas da serra e na vizinha Serra do Gerês, onde afloram diferentes tipos de granitos (Pereira et al., 2006b). De facto, é na Serra da Cabreira onde se localizam formas do relevo singulares, associadas quer à estrutura e composição do granito local, quer às condições climáticas que afectaram esta montanha nos últimos 2 milhões de anos. Os vestígios da glaciação quaternária na serra da Cabreira têm vindo a ser identificados e caracterizados nos últimos anos (Daveau & Devy-Vareta, 1985; Pereira, 2000; Silva, 2007), enquadrados na glaciação quaternária das montanhas do noroeste português, cujo ultimo episódio principal terá ocorrido há cerca de anos. Nesse âmbito, destacam-se os vestígios dos processos glaciários nas vertentes voltadas a norte e a leste do maciço culminate da Cabreira. Depósitos glaciários (moreias e depósitos fluvioglaciários) ocorrem nessas vertentes, nomeadamente nos sectores de Soutinho, Gaviões e Azevedas, nas proximidades das aldeias de Espindo e Zebral. Marcas da erosão glaciária (circos glaciários, rochas polida) podem também aí ser encontrados, com particular destaque para o valeiro de Gaviões, onde se terá desenvolvido a principal língua glaciária da Serra da Cabreira, com cerca de 1 quilómetro de extensão e 30 metros de espessura (Daveau & Devy-Vareta, 1985; Pereira, 2000). Nos topos principais da serra (Talefe, Chã de Lousas e Toco) e nas vertentes altas voltadas a oeste, destacase uma morfologia resultante da estrutura e da actuação dos fenómenos periglaciários. Trata-se dos elementos que mais caracterizam este sector da Serra da Cabreira, nomeadamente a cobertura das vertentes e topos com lajes graníticas resultantes do desmantelamento dos blocos fracturados subhorizontalmente. Os processos periglaciários levaram ao desenvolvimento dessa cobertura, regularizando as vertentes ocidentais e os topos e, por outro, à amplificação dos processos de lajeamento e pseudoestratificação do granito (Foto II.II.1a). Importa destacar a relevância patrimonial destes elementos geomorfológicos, principalmente a pseudoestratificação granítica do sector do Toco, considerada como património geomorfológico de relevância nacional (Pereira et al., 2006a). Figura II.II.1a Pseudo-estratificação do granito de Vieira do Minho Fonte: GeoAtributo, 2011.

31 31/282 II.II.2 DECLIVES A elevada amplitude hipsométrica verificada dá origem a fortes declives, os quais se reflectem na acentuada erosão das vertentes, na precipitação e na temperatura. De forma simplista, pode entender-se por declive no sentido estrito a inclinação de um terreno relativamente a um plano horizontal. Por ser uma das formas de medição do relevo, o declive representa mais um dos indicadores indispensáveis ao planeamento do território uma vez que se repercute nas condicionantes positivas e negativas para usos e funções existentes ou previstos no território riscos de erosão, drenagem hídrica e atmosférica, implantação de estruturas e infraestruturas, trabalho de maquinaria diversa, sistemas agrícolas e florestais, etc. (Cancela d Abreu, 1989). No subcapítulo que agora se inicia far-se-á uma análise dos declives com a finalidade de caracterizar morfologicamente o concelho. Esta divisão de classes foi obtida a partir do cruzamento de várias metodologias por forma a identificar limiares a utilizar no planeamento do território nas suas variadas vertentes. Assim, e segundo Magalhães (2001), 12% é o limite até ao qual é possível edificar, assim como á classe dos 25 a 30% corresponde ao limite a partir do qual é desaconselhável qualquer uso que não seja o florestal. Também Cangueiro (1991) diz que são solos a integrar na REN (Reserva Ecológica Nacional; importante condicionante do território e dos seus instrumentos de gestão) todos os que se encontrem classificados como com risco de erosão muito elevado, ou seja, acima dos 30%. Mapa II.II.2a Mapa de declives do concelho de Vieira do Minho: caracterização geral O declive das encostas do concelho é sempre elevado, sendo que é a norte que se encontra uma vasta área de declive superiores a 30%, associados ao desenvolvimento da serra da Cabreira, demarcando a bacia hidrográfica do Cávado. As classes menos declivosas correspondem ao desenvolvimento da bacia hidrográfica do Ave, onde os cursos de água são pouco encaixados. É precisamente nestas áreas, junto aos cursos de água, que aparecem algumas aluviões, ocupadas com pastagens. Nas áreas adjacentes aos planos de água podem encontrar-se zonas naturalmente declivosas em que a ocupação do solo é essencialmente florestal.

32 32/282 Quando tal não acontece, e não estamos perante situações de vale, ocorre o socalcamento, que origina terrenos agrícolas de dimensões reduzidas, apenas utilizáveis para uma produção agrícola de subsistência. Gráfico II.I.2a Distribuição de área por classe de declives, em percentagem 27,0% Fonte: GeoAtributo, ,7% 18,7% 23,1% 10,5% < > 45 O risco de erosão é determinado com base no cruzamento entre o declive e a erodibilidade dos solos. No gráfico seguinte pode ler-se que cerca de metade do território concelhio (47,6%) apresenta declives superiores a 30%, condicionando-o, por isso, ao uso florestal. Ainda assim, a classe de declives com a segunda maior expressão territorial é a de menores declives (inferiores a 12%; 23,1%). Em termos de distribuição espacial a classe de declives com menor expressão no concelho é a dos II.II.3 EXPOSIÇÃO DE VERTENTES A orientação das encostas reveste-se de uma importância na temática do ordenamento do território, uma vez que as diversas exposições das vertentes ao sol geram diferentes microclimas, determinantes no conforto bioclimático e na natureza da vegetação espontânea ou das culturas instaladas (Magalhães, 2001). Relativamente ao conforto bioclimático, a autora acrescenta ainda que as vertentes expostas a sul (no Hemisfério Norte) são as que recebem maiores quantitativos de radiação ao longo do ano, o que faz com que sejam as mais favoráveis para a edificação (idem). Por outro lado, as vertentes voltadas a Norte praticamente não recebem radiação (...) razão pela qual são absolutamente desfavoráveis em matéria de conforto bioclimático (Magalhães, 2001). À semelhança da cartografia dos declives, também a carta de exposição de vertentes teve como base o MDT, a partir do qual foi realizada uma reclassificação dos valores de acordo com os quadrantes principais (tabela II.I.3a). A resolução utilizada corresponde a um tamanho de pixel de 10m. Tabela II.II.3a Reclassificação dos valores adoptados para cartografia de exposição de vertentes Plano -1º a 0º Este 45º a 135º Norte 1º a 45ºe 315º a 360º Sul 135º a 225º Oeste 225º a 315º O resultado desta metodologia encontra-se representado no mapa seguinte.

33 33/282 A propósito desta temática, deve o leitor consultar o capítulo respeitante ao clima. Da sua análise se conclui que existe uma concentração de vertentes voltadas a sul nas freguesias do centro (Eira Vedra e Cantelães) e centro sul Vilar do Chão (Vilarchão), Anjos e Rossas. Por outro lado, é na área localizada a norte do concelho que se concentram as vertentes voltadas a norte e este. Mapa II.II.3a Carta de exposição de vertentes do concelho de Vieira do Minho Apesar de ser possível identificar espacialmente áreas do concelho onde predominam esta ou aquela exposição, em termos de distribuição em percentagem da área total o mesmo não acontece, já que os valores são muito próximos (ver gráfico II.I.3a). Predominam as encostas voltadas a Norte (24,5%) e a Sul (23,7%). O valor imediatamente a seguir (21%) corresponde às áreas planas do concelho e 14,4% da área concelhia são vertentes expostas a Este. Gráfico II.II.3a Distribuição de área por orientação de vertente (em percentagem) 23,7% 16,4% 14,4% Fonte: GeoAtributo, ,0% 24,5% Plano Norte Este Sul Oeste

34 34/282 II.III SOLOS A análise dos solos e da sua aptidão para o uso agrícola e florestal justifica-se não apenas como estudo individualizado que é, mas também, como base para intersecção dos resultados obtidos com outras partes dos estudos de revisão do PDM como sejam a localização das áreas urbanizáveis ou a análise dos zonamentos da Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional. As cartas produzidas tiveram por base a Carta dos Solos e Carta da Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho (escala 1/ ), da Direcção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho (DRAEDM), publicada em 1995, e as Cartas dos Solos e da Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho (escala 1/ ) 2, também da DRAEDM, publicada em Foram também usadas as respectivas memórias descritivas. UNIDADES PEDOLÓGICAS (1/ ) As unidades pedológicas estão integradas na famílias de séries da Carta dos Solos a 1/ (Carta dos solos e carta da aptidão da terra de Entre Douro e Minho publicada em 1995 pela DRAEDM) e nas categorias taxonómicas de nível superior na Legenda da Carta dos Solos do Mundo da FAO/UNESCO/ISRIC (1990). De acordo com a Carta de Solos do Entre Douro e Minho são três as unidades pedológicas presentes no concelho: Antrossolos, Leptossolos e Regossolos. ANTROSSOLOS (anthrosols) [AT] Este tipo de solos são aqueles que pela actividade humana, sofreram uma modificação profunda por soterramento dos horizontes originais do solo ou através de remoção ou perturbação dos horizontes superficiais, cortes ou escavações, adições seculares de materiais orgânicos, rega contínua e duradoura. (DRAEDM, 1995). Estes são solos profundamente alterados pela actividade humana. REGOSSOLOS (regosols) [RG] Solos de materiais não consolidados, com exclusão de materiais com textura mais grosseira que francoarenosa ou com propriedades flúvicas, não tendo outro horizonte de diagnóstico além de um A úmbrico ou ócrico; sem propriedades gleicas em 50cm a partir da superfície; sem características de diagnóstico para vertissolos ou antrossolos; sem propriedades sálicas. Geralmente constituídos por materiais muito heterogéneos, de fertilidade mediana, sendo normalmente solos de grande espessura efectiva. LEPTOSSOLOS (leptosols) [LP] Solos limitados em profundidade, até 30 cm a partir da superfície, por rocha contínua e dura ou material muito calcário ou uma camada muito cimentada contínua ou com menos de 20% de terra fina até 75cm a partir da superfície: não tendo outros horizontes de diagnóstico além de um A mólico, úmbrico ou ócrico, com ou sem um horizonte B câmbrico. 2 A cobertura do concelho à escala 1/ e apenas para as áreas que, grosso modo, foram consideradas na carta 1: como tendo aptidão para o uso agrícola.

35 35/282 A distribuição das unidades pedológicas referenciadas está representada no mapa II.II.2a onde se pode facilmente identificar a semelhança entre as três unidades pedológicas e outras tantas unidades já referenciadas no capítulo que trata da caracterização geomorfológica. Assim, e no caso dos regossolos, pode observar-se a sua presença um pouco por todo o concelho. Mapa II.II.2a Unidades pedológicas existentes no concelho de Vieira do Minho Na área em estudo, e conforme se pode ver no gráfico seguinte, são os regossolos que ocupam maior área (58,7%), seguidos dos antrossolos (12.816,3ha e 6.208,8ha, respectivamente). Por último, os lepssolos ocupam 2148,6ha e com áreas reduzidas aparecem solo urbano (com 96,66ha ou 0,4%) e água (546,6ha ou 2,5%). Gráfico II.II.2a Unidades pedológicas em Vieira do Minho (percentagem) 58,7% 0,4% 2,5% 9,8% 28,5% Fonte: Carta de solos de EDM, DRAEDM, Água Antrossolos Leptossolos Regossolos Urbano

36 36/282 CARTA DA APTIDÃO DA TERRA PARA USO FLORESTAL (1/ ) Segundo a Carta da Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho (DRAEDM, 1995), de onde foi retirada a informação para a produção do mapa seguinte, podemos constatar que a área de aptidão elevada a moderada para uso Florestal ocupa cerca de 64% dos solos do concelho. Esta aptidão moderada/ elevada diminui das áreas mais baixas e planas para as mais altas e com maior inclinação, culminando, em alguns locais de solos esqueléticos ou de afloramentos rochosos, em solos sem aptidão florestal (mapa II.II.2b). Mapa II.II.2b Aptidão florestal para o concelho de Vieira do Minho As manchas de solo com aptidão florestal elevada representam 5,9% (1295,8ha) do território e restringem-se a pequenas manchas localizadas nas freguesias de Tabuaças, Soutelo e Anissó, Eira Vedra, Cantelães e Vieira do Minho e, finalmente, Guilhofrei e Rossas. O solo com aptidão florestal marginal e sem aptidão perfaz um total de 35,7%. Gráfico II.II.2b Aptidão florestal no concelho de Vieira do Minho (percentagem) 58,4% 22,8% 12,8% 5,9% Fonte: Carta de solos de EDM, DRAEDM, Sem aptidão Elevada Moderada Marginal

37 37/282 CARTA DA APTIDÃO DA TERRA PARA USO AGRÍCOLA (1/ ) A carta de Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho mostra-nos que no concelho de Vieira do Minho existem áreas com três das quatro classificações de aptidão agrícola (deixando de fora a classe correspondente à aptidão elevada). Assim, é possível identificar áreas distintas no concelho consoante a aptidão: a localizada no centro concelhio claramente dominada pela ausência de aptidão agrícola (que é também a que coincide com as maiores altitudes) e as áreas onde se verifica a existência de terrenos classificados com aptidão moderada e marginal. Em relação à segunda pode acrescentar-se que é muito reduzida a área existente de aptidão moderada, limitada a manchas localizadas nas freguesias de Tabuaças, Eira Vedra, Cantelães e Vieira do Minho, Soutelo e Anissó, Guilhofrei e Rossas e ainda Campos. Mapa II.II.2c Carta da aptidão da terra para uso agrícola do concelho de Vieira do Minho Para finalizar esta análise, importa ler a percentagem de ocupação territorial que cada Marginal uma das classes tem. O 21,7% 71,5% gráfico traduz essas Moderada percentagens associadas a cada uma das classes de Sem aptidão aptidão agrícola no concelho: 6,8% é notória a superioridade da classe sem aptidão face às Fonte: Carta de solos de EDM, DRAEDM, restantes (ocupando 71,5% de todo o território). Em apenas 6,8% do território concelhio a aptidão da terra para uso agrícola é moderada. Gráfico II.II.2c Aptidão da Terra para uso Agrícola no concelho de Vieira do Minho (percentagem)

38 38/282 CARTA DA APTIDÃO DA TERRA PARA USO AGRÍCOLA (1/ ) Com recurso à carta dos solos e carta de aptidão da terra de Entre Douro e Minho à escala 1/ , da DRAEDM, pode obter-se uma fotografia mais pormenorizada da tipologia de solos que caracterizam o concelho. Se aquando da análise à carta de solos à escala 1/ , se fez apenas referência às unidades principais, com a análise desta nova fonte foi possível analisar as classes e subclasses da classificação da aptidão da terra para a agricultura. Mapa II.II.2d Carta da aptidão da terra para uso agrícola (1:25.000) do concelho de Vieira do Minho 3 Carta dos solos e carta da aptidão da terra de Entre Douro e Minho, carta à escala 1/25000, publicada em 1999 pela Direcção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho.

39 39/282 Mapa II.II.2e Carta da aptidão da terra para uso agrícola (1:25.000) do concelho de Vieira do Minho (classes e subclasses)

40 40/282 O mapa II.II.2e é uma actualização do primeiro apresentado à escala 1: A esta escala é já perceptível a existência da classe de aptidão elevada cuja maior área se localiza no centro e sudoeste concelhio e manchas de muito menor dimensão distribuídas pelo concelho, nomeadamente, freguesias de Ruivães, Louredo e Salamonde, Parada de Bouro. Segundo esta fonte, para além da já referida, é ainda possível cartografar a aptidão agrícola do solo de acordo com as subclasses que são definidas pelas limitações determinantes das classes (idem). As classes e subclasses presentes no mapa II.II.2e são as seguintes: Tabela II.II.2a Classificação da aptidão da terra para agricultura: classes e subclasses Classes A1, com aptidão elevada A2, com aptidão moderada A3, com aptidão marginal e, finalmente A0, sem aptidão. Subclasses (limitação da Aptidão) t, do regime de temperatura; r, das condições de enraizamento, f, da fertilidade a, das condições de arejamento h, da disponibilidade de água no solo e, do risco de erosão s, da presença de socalcos (obstáculos) d, do declive do terreno (obstáculos) c, da ocupação social dispersa (obstáculos). Fonte: Carta de solos e carta de aptidão da terra para a agricultura (1:25.000) de Entre Douro e Minho, DRAEDM (1999). Refira-se apenas, que 78,2% do total da área concelhia não apresentam qualquer aptidão agrícola e dos 21,8% que a têm, cerca de 60% têm aptidão moderada, 35% têm aptidão elevada e os restantes 5% aptidão marginal. Gráfico II.II.2d Aptidão da Terra para uso Agrícola no concelho de Vieira do Minho (1:25.000) 5,1% 35,2% 59,7% Fonte: Carta de solos de EDM, DRAEDM, A1, elevada A2, moderada A3, marginal

41 41/282 II.III CLIMA Ao interferir de forma tão marcante nos diversos aspectos da vida humana, o clima, e o seu estudo, revelam-se de uma importância indispensável. No caso do planeamento, e em concreto na revisão do PDM de Vieira do Minho, este estudo justifica-se, por si só, pela grande influência que o clima exerce sobre o tipo de solo e, consequentemente, sua utilização (Seamann, 1979). Para alem disto, há uma relação estreita entre o clima e a topografia de determinada área, que vai ser responsável pela distribuição populacional. Assiste-se a uma relação de dependência no sentido em que o clima afecta a distribuição física e material do Homem, e as actividades deste podem, ocasionalmente, modificar o clima. O tempo pode ser definido como sendo o estado da atmosfera num determinado lugar e momento. Quanto ao clima, é consequência de um conjunto de condições atmosféricas que sucedem em determinada área, de forma típica e continuada ao longo de dado período de tempo. A análise do clima de um dado território é determinada por estatísticas de longo prazo (30 anos) de uma série de parâmetros que em climatologia se podem denominar por meteoros (precipitação, humidade, temperatura, vento, entre outros). REDE CLIMATOLÓGICA As estações climatológicas (Instituto de Meteorologia) mais próximas do concelho de Vieira do Minho são as de Braga e Montalegre, ambas localizadas em áreas que, do ponto de vista climático em nada se assemelham às características de Vieira do Minho. Assim, para a caracterização climática do concelho foram utilizados os dados dos postos udométricos de Penedo, Brancelhe, Vilar do Chão, Barragem Guilhofrei, Salamonde, Zebral e Venda Nova, disponibilizados no sítio do Instituto da Água (INAG)/ Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH). Tabela II.IIIa Características dos postos udométricos utilizados Nome Altitude Rede Bacia/ rio Freguesia Variáveis analisadas Penedo 536m Udométrica Cávado Rio Cávado Ventosa Brancelhe Vilar do Chão Barragem de Guilhofrei Salamonde 379m 592m Meteorológi ca Udométrica Ave Ribeira de Tabuaças Ave Ribeira de Tabuaças Cantelães Vilarchão Precipitação anual (mm) Velocidade do vento médio diário (m/s) Precipitação anual (mm) Velocidade do vento médio diário (m/s) Precipitação anual (mm) 374m Udométrica Ave Rio Ave Guilhofrei Precipitação anual (mm) 600m Udométrica Cávado Rio Cávado 309m 600m Qualidade Udográfica Cávado/Ribeiras costeiras Cávado Rio de Zebral 857m Udométrica Saltadouro 707m Udométrica Cávado/Ribeiras Venda Nova costeiras Rio Rabagão Salamonde Ruivães Campos Precipitação anual (mm) Temperatura do ar ( C) Velocidade do vento médio diário (m/s) Precipitação anual (mm) Precipitação anual (mm) 610m Qualidade Campos Temperatura do ar ( C)

42 42/282 Fonte: INAG/ SNIRH No mapa seguinte estão localizadas as estações udométricas utilizadas nesta análise. Mapa II.IIIa Rede climatológica do concelho de Vieira do Minho BREVE CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA A característica climática mais marcante do Noroeste Português reside, inquestionavelmente, nos seus elevados quantitativos pluviométricos que se devem à frequente passagem de superfícies frontais, conjugadas com o efeito das montanhas, muito próximas do litoral. Estes factores fazem com que os totais anuais médios de precipitação sejam superiores a mm nesta região. De facto, trata-se de uma região com afinidades mediterrâneas mas com forte influência atlântica, traduzindo-se num clima de temperaturas amenas, com pequenas amplitudes térmicas e forte pluviosidade média, resultado da sua posição geográfica, da proximidade do Atlântico e da forma e disposição dos principais conjuntos montanhosos. De acordo com Atlas do Ambiente, a temperatura média diária da região varia entre os 12,5ºC e os 15,0 C, situando-se os índices de humidade atmosférica médios anuais entre os 75 e os 80%. Para a precipitação os valores médios variam entre os 1.400mm e os cerca de 3.000mm por ano. A altitude e disposição do relevo contribuem localmente para uma acentuada assimetria na distribuição da precipitação (anfiteatro de Guilhofrei). Também os restantes elementos climáticos são fortemente condicionados por estas duas variáveis. A existência de vertentes nebulosas e nevoeiros frequentes, aliada a uma insolação relativamente baixa, completam as características do clima da região.

43 43/282 II.III.1 TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO Uma das características do clima que se faz sentir no NW português é o facto da estação do ano com temperaturas mais baixas coincidir com a de maiores quantitativos de precipitação, fazendo coincidir o pino da estação mais quente com a de maior secura. A pluviosidade que ocorre na Serra da Cabreira tem origem nas massas de ar marítimo, saturadas de água, que, na sua progressão para o interior do continente, encontram um primeiro obstáculo de dimensão e altitude suficientes para que se verifique a condensação do vapor de água e sua precipitação em forma de chuva. A este fenómeno dá-se o nome de efeito de Föhn. TEMPERATURA Não é por acaso que a análise do clima principia pelo estudo da temperatura do ar, uma vez que esta é a variável climatológica mais importante, não só por influenciar todas as actividades humanas no território, e consequentemente o ordenamento do território, mas também por actuar sobre todos os organismos vivos do planeta. No mapa seguinte está representadas a temperatura no concelho de Vieira do Minho, que varia entre os 7,5ºC e os 15ºC. os valores mais baixos deste meteoro localizam-se o extremo nordeste concelhio. Mapa II.III.1a Temperatura média anual (em ºC), no concelho de Vieira do Minho Segundo Medeiros, C. et al. (2005), as diferenças térmicas no território continental são mais perceptíveis no Verão do que no Inverno. Segundo a classificação apresentada na tabela II.III.1a, adaptada das séries de precipitação de Suzanne Daveau (1985) a região de Vieira do Minho está inserida num ambiente estival moderado, ainda que este tipo seja, de acordo com os autores referidos o de mais difícil localização a norte do Tejo.

44 44/282 Tabela II.III.1a Os tipos de ambientes térmicos estivais em Portugal Continental Tipo de ambiente Muito quente TM média do mês mais quente Nº dias com TM > 25ºC Nº dias com TM > 30ºC > 32ºC > 120 > 30 Quente 29-32ºC Moderado 23-29ºC Fresco <23ºC <20 <5 Fonte: Medeiros, C. et al. (2005) Locais principais abrangidos Alentejo interior, vale do Tejo a montante de Vila Velha de Ródão, plataforma de Castelo Branco, Alto Douro Barrocal Algarvio, Alentejo meridional, Alto Alentejo, Ribatejo, Beira Baixa, depressão periférica de Coimbra, corredor do Tâmega, Trás-os-Montes Algarve Litoral, Sudoeste alentejano, Estremadura interior, Beira Litoral, planaltos e montanhas da Beira, Minho Banda litoral no Minho, Beira Litoral e Estremadura, serra de Sintra, cimos da serra da Peneda e Geres, Marão, Montezinho, Cordilheira Central. No Inverno esta região está enquadrada num ambiente térmico fresco. Os valores mais altos das temperaturas mínimas médias do mês mais frio ( ) pertencem ao litoral numa orla muito estreita no Minho penetrando ligeiramente na parte vestibular dos vales Minho, Lima, Cávado e Douro. Tabela II.III.1b Os tipos de ambientes térmicos invernais em Portugal Continental Tipo de ambiente Tm média Nº dias com Tm < 0ºC Comprimento da estação (em dias) com Tm <5ºC Locais principais abrangidos Tépido > 6ºC < 2 0 Algarve Litoral, todo o litoral ocidental a Sul do Douro Moderado 4-6ºC 2-15 < 50 Barrocal Algarvio, bacia do Sado, Ribatejo, Estremadura, Beira Litoral a ocidente do maciço marginal de Coimbra Fresco 2-4ºC Caldeirão, bacia do Guadiana, vales do Ribatejo, Serra S. Mamede, Beira Baixa, plataforma do Mondego, Minho, vales do Douro e Tâmega, bacia de Mirandela Frio 1-2ºC Cova da Beira, Penamacor, plataforma do Côa, montanhas do Norte da Beira, bacia de Chaves, largos espaços em Trás-os-Montes Muito frio < 1ºC > 40 > 160 Cordilheira Central, serra da Malcata, planalto de Nave- Leomil, Gerês, Larouco, Marão-Padrela, serra de Montesinho-Bornes, Trás-os-Montes oriental Fonte: Medeiros, C. et al. (2005) Conforme se refere na introdução, a temperatura em Portugal continental diminui com a altitude havendo, assim, maior probabilidade de se observar as mais baixas temperaturas invernais nas áreas montanhosas. Por outro lado, pelos mesmos motivos, estas são áreas onde se registam as temperaturas mais elevadas na época estival, já que a altitude modera com dificuldade o calor nas montanhas do interior (Medeiros, 2005). A temperatura apresenta-se em diversos parâmetros. Estudaremos, aqui, os valores absolutos e médios do parâmetro temperatura média do ar respeitante às estações das albufeiras de Venda Nova e Salamonde para um período de seis anos (2000 a 2006). Os valores da temperatura média do ar são respeitantes a dois postos udométricos localizados na área centro e este concelhia. O gráfico II.III.1a diz respeito aos valores médios (2000 a 2006) e o II.III.1b representa o mesmo parâmetro no ano de 2006.

45 45/282 Relativamente ao primeiro pode constatar-se que os valores mensais registados no posto udométrico da albufeira de Venda Nova são, durante todo o ano, inferiores aos registados no posto udométrico de albufeira de Salamonde. Este facto é facilmente explicado se se tiver em consideração as características do relevo local e sua influência nos meteoros. Os valores mínimos ocorrem em Janeiro em ambos os locais (7,8ºC em Venda Nova e 9,8ºC em Salamonde) e os máximos nos meses de Julho em Salamonde (24,5ºC) e Agosto em Venda Nova (22,7ºC). Gráfico II.III.1a Temperatura média do ar (ºC) nos postos udométricos de Alb Venda Nova e Salamonde (médias 2000 a 2006) temperatura (ºC) 30,0 Alb. Venda Nova 25,0 Alb. Salamonde 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 J F M A M J J A S O N D Fonte: INAG/SNIRH, 2007 O segundo gráfico referido torna mais perceptível a oscilação de valores nos meses de temperaturas mais elevadas. Efectivamente, e conforme foi já referido, na área de maior altitude Alb. Venda Nova os valores da temperatura média do ar são mais elevados que os registados no posto udométrico a menor altitude. Outra curiosidade relativa a esta representação gráfica está relacionada com os valores máximo e mínimo registados em ambos os postos udométricos. Assim, o valor máximo ocorre em ambos no mês de Agosto (25ºC em Venda Nova e 23ºC em Salmonde) e os mínimos no de Dezembro (6,0ºC e 8,0ºC em Venda Nova e Salamonde, respectivamente). Gráfico II.III.1b Temperatura média do ar (ºC) nos postos udométricos de Alb Venda Nova e Salamonde ( 2006) temperatura (ºC) 30,0 Alb. Venda Nova 25,0 Alb. Salamonde 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 J F M A M J J A S O N D Fonte: INAG/SNIRH, 2007 INSOLAÇÃO Entende-se por insolação o número de horas de sol. A insolação é importante do ponto de vista do ordenamento e planeamento territorial na medida em que dele dependem inúmeras actividades como são a construção, turismo, entre outros, para além da influência que exerce sobre o desenvolvimento das plantas. A insolação expressa-se em termos absolutos (número de horas de sol) e também em termos relativos como percentagem da duração teórica do dia. Será aqui considerada a primeira.

46 46/282 O concelho de Vieira do Minho recebe, em média por ano entre a horas de sol (em média são cerca de 96 dias). O mapa abaixo mostra que os valores mais elevados se localizam na área próxima à barragem do Ermal, mais precisamente nas freguesias de Mosteiro, Guilhofrei e Rossas. Já na área a norte do concelho, acompanhando o rio Cávado, registam-se os valores mínimos, numa mancha que se estende desde o limite oeste concelhio (Parada de Bouro) até à freguesia de Salamonde. Mapa II.III.1b Insolação (número de horas) no concelho de Vieira do Minho

47 47/282 PRECIPITAÇÃO O mapa seguinte mostra que no concelho de Vieira do Minho se precipitam valores superiores aos 1.200mm, sendo que o valor mais baixo ocorre no extremo sudoeste concelhio e os mais elevados, fruto da proximidade com os relevos mais acidentados, no extremo norte e serra da Cabreira. Mapa II.III.1c Precipitação total (mm), no concelho de Vieira do Minho Os dados estatísticos provenientes do INAG/ SNIRH não são uniformes por estação e por ano. Por este motivo, a análise aos quantitativos de precipitação está condicionada ao espaço temporal e postos udométricos que menores assimetrias revelem. Assim, após esse exercício comparativo, sobra o espaço temporal compreendido entre os anos de 1980 e 2000 para os postos udométricos de Penedo, Brancelhe, Vilar do Chão (Vilarchão), Salamonde e Zebral. Esta análise incidirá, numa primeira fase, sobre os valores médios concelhio entre estes anos e numa segunda e última fase analisar-se-ão os valores de cada uma das estações/ postos considerados. Analise-se a este propósito o gráfico seguinte que representa os valores médios de precipitação entre 1980 e 2000 nos postos udométricos atrás referidos. Nestes vinte anos os valores de precipitação variaram entre os 1099,4mm e os 4.283,0mm nos anos de 1988 e 2000, respectivamente. Nos anos de 1985, 1995, 1997, 1987, 1984 e precipitaram-se, em média, valores superiores aos 2.500mm. 4 Por ordem crescente: 2526,00mm, 2543,36mm, 2551,44mm, 2576,92mm, 2664,64mm e 4282,96mm, respectivamente.

48 48/282 Gráfico II.III.1a Precipitação média anual (mm) no concelho de Vieira do Minho entre 1980 e 2000 precipitação (mm) 4500,0 3000,0 1500,0 0, precipitação média anual (mm) Tendência linear Fonte: INAG/SNIRH, 2007 No gráfico II.III.1b estão representados os valores anuais de precipitação por posto udométrico. Recuando ao mapa II.IIIa facilmente se associam os mais elevados quantitativos aos postos localizados a maiores altitudes. Podem, contudo, fazer-se duas considerações. A primeira para confirmar que os postos de Zebral e Penedo são os que registam valores de precipitação superiores aos 5.000mm. São ambos localizados em área com mais de 500 e 800 metros, respectivamente, ainda que em lados opostos do território o primeiro na área do vale do Cávado e o segundo na Serra da Cabreira. Por outro lado os menores quantitativos de precipitação ocorrem na área Penedo e Brancelhe, este último localizado na freguesia de Mosteiro. A segunda mostra que há picos comuns aos postos considerados o que pode confirmar que os anos de 1984, 1985, 1987, 1993, 1995, 1997 e 2000 foram particularmente chuvosos, destacando-se, obviamente, o último. Gráfico II.III.1b Precipitação anual (1980 a 2000) nos postos udométrios do concelho de Vieira do Minho precipitação (mm) Fonte: INAG/ SNIRH, Penedo Brancelhe Vilar do Chão Salamonde Zebral II.III.2 EVAPORAÇÃO A evaporação depende de inúmeros factores, nomeadamente, temperatura, cobertura vegetal e não vegetal, vento, estado higrométrico do ar, radiação do ar (que depende da latitude, época do ano e nebulosidade), e finalmente, relevo (vertentes umbrias, solarengas, sotavento, barlavento). A evaporação é fruto da troca de moléculas gasosas entre a superfície líquida aquática livre e a atmosfera adjacente e vice-versa. Quando a temperatura da primeira é superior à da segunda, há maior saída de moléculas do líquido do que aquelas que regressam, havendo, assim, evaporação. A velocidade de evaporação depende principalmente da temperatura, logo, ela é potencialmente maior no Verão.

49 49/282 EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL E POTENCIAL A evapotranspiração depende dos mesmos factores que a anterior, para além da influência exercida por factores como o movimento da água e a vegetação. A importância deste parâmetro é inquestionável devido à considerável influência que exerce sobre a vegetação: seu crescimento e distribuição. Em particular, a estimativa da evapotranspiração constitui a base de cálculo do balanço hídrico do solo. Segundo Thornthwait, a evapotranspiração é a quantidade de água necessária para a transpiração de um coberto vegetal numa zona com água suficiente. Ela pode ser potencial (ETP) quando se dá o máximo de evaporação que se produzirá numa superfície completamente coberta de vegetação e sem limites de abastecimento hídrico, ou real (ETR) quando está condicionada pelas disponibilidades de água (quando são suficientes ETP e ETR coincidem, quando há deficit hídrico a ETR é inferior à ETP). Assim, a ETP depende, em primeiro lugar, dos factores climáticos e só depois das características do solo e das plantas. Já a ETR depende dos anteriores acrescidos da humidade contida no solo. Mapa II.III.2a Evapotranspiração Real (mm) no Concelho de Vieira do Minho II.III.3 ÍNDICE DE CONFORTO BIOCLIMÁTICO Segundo Felipe Fernández García (1996), o índice de conforto bioclimático (ICB) pode ser definido como o conjunto de condições em que os mecanismos de auto-regulação são mínimos ou como a zona delimitada por limiares térmicos nos quais o maior número de pessoas manifestam sentir-se bem. Segundo o mesmo autor, são várias as definições para conforto bioclimático sendo o denominador comum o equilíbrio energético entre o corpo humano e a envolvente natural.

50 50/282 Este índice apresenta valores para os meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro. Porque o concelho se encontra abrangido pelo mesmo valor nos meses de Janeiro e Abril optou-se por representar cartograficamente apenas os restantes (mapa II.5.6a). Assim, os dados do Instituto do Ambiente revelam que no primeiro mês do ano Vieira do Minho apresenta um ICB de 2,5 3,5 kcal.kg-1, o que corresponde à classe de muito frio e em Abril os valores são de 6,0 7,5 kcal.kg-1, ou seja, fresco. No mês de Julho há duas classes: o quente e o confortável (quente), sendo que a primeira abrange a quase totalidade do concelho, deixando de fora uma pequena faixa a norte nas freguesias de Ventosa e São João da Cova (São João da Cova) e a este abrangendo as freguesias de Ruivães, Campos, Anjos e Rossas. Em Outubro as classes são confortável e confortável (fresco) estando englobado neste último. Mapa II.III.3a Índice de conforto bioclimático no concelho de Vieira do Minho

51 51/282 II.IV HIDROGRAFIA A hidrografia é uma parte da geografia física que classifica e estuda as águas do planeta. Os sistemas fluviais estão sujeitos a instabilidades associadas à modificação contínua das suas características físicas, e em particular da sua geometria, em consequência da acção do escoamento. Essas consequências são a erosão, transporte e deposição dos sedimentos, resistência aos escoamentos fluviais e o condicionamento das situações de cheias, secas e poluição a que estão frequentemente associados impactes económicos, sociais e ambientais significativos devido à intensa acção do Homem sobre este tipo de ecossistema. II.IV.1 RECURSOS HÍDRICOS A água é um dos recursos naturais de maior importância à existência da vida sobre a terra. Do ponto de vista do ordenamento do território, é importante que se conheçam as características dos recursos hídricos, nomeadamente, sua distribuição no território, disponibilidade e qualidade. Assim, a análise seguinte irá recair sobre dois aspectos: (i) caracterização das bacias e sub-bacias hidrográficas e (ii) qualidade da água. BACIAS E SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS O concelho de Vieira do Minho está inserido em três bacias hidrográficas, sendo que uma delas tem uma presença muito residual (mapa II.IV.1a). As mais importantes são as bacias do Cávado e do Ave e a última pertence à bacia do Douro, mais precisamente à sub-bacia do Tâmega. Mapa II.IV.1a Carta das principais bacias hidrográficas existentes no concelho de Vieira do Minho

52 52/282 A bacia do Ave é a que tem maior expressão espacial ocupando cerca de 61% da área total do concelho. Os principais cursos de água e, consequentemente sub-bacias hidrográficas correspondem ao próprio rio Ave que têm as suas cabeceiras na Serra da Cabreira, ribeira de Cantelães (que corresponde à principal linha de água que abastece a albufeira do Ermal), ribeira de Vilar Chão e ribeira das Tabuaças (mapa II.IV.1b). Para além destas principais sub-bacias existem outras três de menor dimensão e que se localizam nos limites administrativos tendo, dessa forma, continuidade espacial nos outros concelhos (Cabeceiras de Basto, Fafe e Póvoa de Lanhoso). Mapa II.IV.1b Carta das sub-bacias hidrográficas existentes no concelho de Vieira do Minho

53 53/282 Tal como mencionado, nesta bacia hidrográfica existe a barragem do Ermal (mapa II.IV.1c), localizada em Guilhofrei. As principais características desta barragem apresentam-se na tabela seguinte devendo-se destacar que o plano de ordenamento de albufeira esteve em Agosto de 2010 em discussão pública.. Tabela II.IV.1a Principais características da barragem e albufeira do Ermal Características principais da albufeira Características fisiográficas da bacia hidrográfica Área da sub-bacia hidrográfica principal 120,5 km 2 Altitude média 612,67 metros Área da sub-bacia hidrográfica própria 120,5 km 2 Declive médio 25% Precipitação média da bacia hidrográfica 2627 mm Escoamento médio anual 1707 hm 3 Características principais da barragem Características técnicas da albufeira Ano de entrada em funcionamento 1939 Capacidade total (10 3 m 3 ) Tipo de barragem Gravidade Capacidade útil (10 3 m 3 ) Altura da barragem 49 metros Volume morto 120 (10 3 m 3 ) Comprimento do coroamento 190 metros Cota do nível de pleno armazenamento (NPA) 335,63 metros Tipo de descarregador Sobre a margem Cota do nível mínimo de Exploração 304 metros Entidade exploradora EDP HDN Superfície inundável do NPA 1630 hectares Perímetro 25 km Fonte: INAG Tipo de aproveitamento Hidroeléctrico A bacia do rio Cávado ocupa cerca de 38% da área do concelho, localizando-se na parte Norte e Nordeste do mesmo, na vertente Norte da Serra da Cabreira. Em Vieira do Minho, as principais sub-bacias hidrográficas correspondem ao próprio rio Cavado (parte Norte), rio Rabagão (simultaneamente corresponde a limite administrativo com concelho de Montalegre) e ribeira do Penedo Longo. Nesta bacia hidrográfica principal destacam-se três barragens que estendem as suas albufeiras para o concelho de Vieira do Minho: Caniçada, Salamonde e Venda Nova (mapa II.IV.1c). Tabela II.IV.1b Características das bacias hidrográficas Características principais da bacia hidrográfica Características fisiográficas da bacia hidrográfica Características técnicas da albufeira Características principais da Caniçada Salamonde Venda Nova Área da sub-bacia hidrográfica principal 783 km 2 622,38 km 2 239,09 km 2 Área da sub-bacia hidrográfica própria 141 km 2 158,44 km 2 136,58 km 2 Precipitação média da bacia hidrográfica 2258 mm 2500 mm 1900 mm Altitude média 950,31 metros 926,69 metros Declive médio 20% 17% Escoamento médio anual 166 hm hm 3 Capacidade total (10 3 m 3 ) (10 3 m 3 ) (10 3 m 3 ) Capacidade útil (10 3 m 3 ) (10 3 m 3 ) (10 3 m 3 ) Volume morto (10 3 m 3 ) 8700 (10 3 m 3 ) 1500 (10 3 m 3 ) Cota do nível de pleno armazenamento (NPA) 162 metros 280 metros 700 metros Cota do nível mínimo de Exploração 118 metros 240 metros 641 metros Superfície inundável do NPA 689 ha 242 ha 400 ha Perímetro 80 km 35 km Tipo de aproveitamento Hidroeléctrico Ano de entrada em funcionamento Tipo de barragem Arco abóboda

54 54/282 barragem Altura da barragem 76 metros 45 metros 97 metros Comprimento do coroamento 246 metros 284 metros 294 metros Tipo de descarregador Sobre a barragem Entidade exploradora EDP CPPE Fonte: INAG Relativamente à barragem da Caniçada e Salamonde, as suas albufeiras têm um estatuto de protecção. A primeira tem o seu plano de ordenamento em vigor enquanto que a de Salamonde não tem plano. Por sua vez, a barragem de Venda Nova é de utilização livre, não apresentando desta forma, restrições aos usos secundários (relacionados com a prática de lazer). À semelhança da de Salamonde não tem plano de ordenamento de albufeira. Por fim, quanto à bacia do Tâmega, como a sua presença é muito residual, as sub-bacias existentes em Vieira do Minho também são insignificantes em termos de área não tendo sido possível distinguir nenhum curso de água importante de forma a identificar as mesmas. Observando o mapa II.IV.1c constata-se que a rede de drenagem dos cursos de água em todas as bacias hidrográficas é bastante ramificada, principalmente junto à albufeira do Ermal.

55 55/282 Mapa II.IV.1c Carta dos cursos de água e albufeiras existentes no concelho de Vieira do Minho QUALIDADE DA ÁGUA A qualidade da água é fundamental para a garantia da saúde pública e da qualidade de vida do ser humano, assim como da sobrevivência de várias espécies. Para a avaliação das características da água presentes no concelho de Vieira do Minho foram utilizados os dados disponibilizados no Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIR) e do Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais (INSAAR) do Instituto da Água (INAG). QUALIDADE DA ÁGUA NAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO CÁVADO E AVE Os resultados obtidos para os anos de 1997, 1998, 1999 e 2000, para a bacia do Cávado, indicam que: em nenhum dos anos analisados se obteve, para as estações seleccionadas, classificações na Classe A ;

56 56/282 a qualidade da água melhorou consideravelmente, em todas as estações analisadas a partir de 1997, ocorrendo os valores mais favoráveis em 2000; na albufeira de Salamonde, a qualidade da água melhorou de 1997 para os restantes anos em análise; na albufeira de Salamonde e nas restantes estações, a classe B que corresponde a análises de água fracamente poluídas é a mais representada no período em análise (figura II.IV.1a). Figura II.IV.1a Qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Cávado

57 57/ Fonte: SNIR/INAG Em 1994, parte da poluição gerada na Bacia do Cávado tem origem na inexistência ou ineficácia do sistema de saneamento básico. Cerca de 64% das fontes de poluição urbana devem-se a fossas sépticas, enquanto 20% ao mau funcionamento das ETARs e 16% a descargas directas (gráfico II.IV.1a). Gráfico II.IV.1a Bacia do Cávado Fontes de poluição urbanas 16% Fonte: INSB/ % 64% Fossa séptica Descargas directas ETAR

58 58/282 Relativamente aos resultados obtidos, para o mesmo período, para a Bacia Hidrográfica do Ave verifica-se que: a qualidade da água é consideravelmente inferior à da Bacia do Cávado; em nenhum dos anos analisados se obteve, para as estações seleccionadas, classificações na Classe A ; apenas a montante do rio Ave se verifica a presença da Classe B, enquanto a jusante domina a Classe D (muito poluído) e Classe E (extremamente poluído) a qualidade da água é inconstante, o número de estações incluídas na Classe E diminuiu em 1997, mas voltou a subir em 1999, a Classe D aumentou em 1998 e diminuiu a partir de 1999; a classe D que corresponde a análises de água muito poluídas é a mais representada nos anos em análise (figura 2). Figura II.IV.1b Qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Ave

59 59/ Fonte: SNIR/INAG Bacia do Rio Ave, foram as resultantes de descargas directas, seguidas do mau funcionamento das ETARs (gráfico II.IV.1b). Gráfico II.IV.1b Bacia do Ave Fontes de poluição urbanas 63% Fonte: INSB/ % 16% Fossa séptica Descargas directas ETAR Em 1994, as principais fontes de poluição urbana que contribuíram para a degradação dos recursos hídricos, da Qualidade da água das Barragens de Caniçada, Salamonde e Venda Nova.

60 60/282 QUALIDADE DA ÁGUA DAS BARRAGENS DE CANIÇADA, SALAMONDE E VENDA NOVA A classificação da qualidade da água para usos múltiplos permite obter informação sobre os usos que potencialmente se podem considerar na massa de água classificada. O INAG classifica-as em cinco classes: Tabela II.IV.1c Classes de Classificação da Qualidade da Água Classe A Sem Poluição Águas consideradas como isentas de poluição,aptas a satisfazer potencialmente as utilizações mais exigentes em termos de qualidade. Classe B Fracamente Poluído Classe C Poluído Classe D Muito Poluído Classe E Extremamente Poluído Águas com qualidade ligeiramente inferior à classe A, mas podendo também satisfazer potencialmente todas as utilizações. Águas com qualidade "aceitável", suficiente para irrigação, para usos industriais e produção de água potável após tratamento rigoroso. Permite a existência de vida piscícola (espécies menos exigentes) mas com reprodução aleatória; apta para recreio sem contacto directo. Águas com qualidade "medíocre", apenas potencialmente aptas para irrigação, arrefecimento e navegação. A vida piscícola pode subsistir, mas de forma aleatória. Águas ultrapassando o valor máximo da Classe D para um ou mais parâmetros. São consideradas como inadequadas para a maioria dos usos e podem ser uma ameaça para a saúde pública e ambiental. Fonte: SNIR/INAG De acordo com a classificação da qualidade da água para usos múltiplos atribuída pelo INAG, salvo a Barragem do Ermal para a qual não existe disponibilidade de dados, as restantes barragens encontram-se na Classe B águas fracamente poluídas. Apenas a barragem de Salamonde apresenta, no ano de 1997, águas com qualidade "aceitável" Classe C, suficientes simplesmente para irrigação e para usos industriais, produção de água potável após tratamento rigoroso, existência de vida piscícola (espécies menos exigentes) mas com reprodução aleatória e aptidão para recreio sem contacto directo (tabela II.IV.1d). Tabela II.IV.1d Qualidade da água segundo classificação do INAG Barragens Caniçada Ano Classe A Classe B Classe C Classe D Classe E 1995 CQO.NH4 CF.EF.OD 1996 NO3.NH4 CF.EF.OD 1997 NO3.NH4 CF.CQO.OD 1998 EF.NH4 CF.OD 1999 EF.NH4 CF.OD

61 61/282 Salamonde Venda Nova 1995 Oxid.NH4 CF.OD.EF 1996 NO3.NH4 OD.EF 1997 OD 1998 OD.NH4 CF.EF 1999 OD.NH4 EF 1995 CQO.NH4 CF.EF.OD 1996 NO3.NH4 CF.EF.OD 1997 NO3.NH4 CF.CQO.OD 1998 EF.NH4 CF.OD 1999 EF.NH4 CF.OD Fonte: SNIR/INAG O estado trófico resulta dos aumentos dos níveis de nutrientes e da produção de algas, redução da transparência da água e o desaparecimento do oxigénio nas águas mais profundas. A consequente degradação da qualidade da água inviabiliza a utilização destas albufeiras para determinados usos, nomeadamente para a produção de água para abastecimento dado os riscos de saúde pública inerentes. A barragem de Caniçada apresentou características de grau tróficas elevadas (Hiper-Eutrófico) a partir de Junho de 1998, enquanto na barragem de Salamonde estes valores se verificaram em Junho de 1995 e 1996 e Fevereiro de Em nenhuma das barragens se verificaram propriedades Ultra-Oligotrófico e Oligotrófico, características de uma baixa concentração de nutrientes dissolvidos pelo que a sua produtividade é baixa, sendo as águas azuis ou transparentes. A maioria da água existente situa-se entre estas duas condições extremas no Mesotrófico (tabela II.IV.1e). Tabela II.IV.1e Qualidade da água segundo o Estado Trófico Caniçada Salamonde Fonte: SNIR/INAG

62 62/282 De acordo com Decreto-lei n.º 236/98, de 1 de Agosto que estabelece as normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos, na barragem da Caniçada e Salamonde, a qualidade das águas piscícolas apresenta-se em conformidade com a qualidade que lhe está fixada no anexo X do mesmo diploma (tabela II.IV.1f). Tabela II.IV.1f Qualidade da água segundo o Decreto-lei 236/98 nas barragens de Caniçada e Salamonde Anos Produção água potável (VMA) Anexo I DL 236/98 Águas Balneares Anexo XV DL 236/98 Águas Piscícolas (VMA) Anexo X DL 236/98 Rega (VMA) Anexo XVI DL 236/ Conforme Conforme Conforme Conforme Conforme. Fonte: SNIR/INAG Segundo dados mais recentes, disponibilizados pelo Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais (INSAAR), a barragem de Salamonde, apresentou durante anos de 2002 a 2004 uma boa qualidade da água superficial. Porém, esta foi classificada como muito má, no ano de Entre as causas que contribuíram para esta classificação destaca-se a elevada concentração de fósforo, nutriente responsável pela eutrofização. Gráfico II.IV.1c Bacia do Ave Fontes de poluição urbanas fósforo total (mg P/1) 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 Jan-05 Fev-05 Mar-05 Abr-05 Mai-05 Jun-05 Jul-05 Ago-05 Set-05 Out-05 Nov-05 Dez-05 Jan-06 Fev-06 Mar-06 Abr-06 Mai-06 Jun-06 Jul-06 Ago-06 Set-06 Out-06 Nov-06 Dez Fonte: SNIR/INAG

63 63/282 USOS DA ÁGUA O Sistema Nacional de Informação e Recursos Hídricos (SNIRH) classifica, ainda, os usos da água das albufeiras em principais e secundários. O primeiro classifica os usos da água em quatro categorias: (i) abastecimento Municipal, (ii) rega, (iii) industria e (iv) energia. No segundo usos secundários as albufeiras de águas públicas estão classificadas em função das características do local em que se inserem e tendo em conta a preservação dos objectivos para planeadas e ainda dos usos que posteriormente foram tendo. Assim, de acordo com o Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de Maio (aprovou o regime de protecção das albufeiras de águas públicas de serviço público e das lagoas ou lagos de águas públicas) as albufeiras de águas públicas são classificadas em albufeiras de utilização protegida, de utilização condicionada ou de utilização livre. USOS PRINCIPAIS As três barragens concelhias Venda Nova, Salamonde e Caniçada têm o mesmo uso principal, que é a produção de energia. Analisem-se, a título indicativo os valores respeitantes a 1999 (para as duas primeiras) e de 1990 para a de Salamonde. Gráfico II.IV.1d Volumes utilizados em m 3, na barragem de Venda Nova, em 1999 Fonte: SNIRH/INAG Gráfico II.IV.1e Volumes utilizados em m 3, na barragem de Salamonde, em 1999 Fonte: SNIRH/INAG

64 64/282 Gráfico II.IV.1f Volumes utilizados em m 3, na barragem de Caniçada, em 1990 Fonte: SNIRH/INAG

65 65/282 CAPÍTULO III OCUPAÇÃO DO SOLO O capítulo que agora se inicia consiste na análise da ocupação do solo do concelho de Vieira do Minho. A análise desta variável justifica-se por si só, na medida em que é impensável pensar e ordenar o território sem o prévio conhecimento do uso existente/ actual do solo, sua evolução temporal e espacial e potencial. A abordagem óptima a esta temática seria a realizada com base na Carta de Ocupação actual do concelho de modo a perceber as dinâmicas de ocupação, mais concretamente, da actividade agrícola e florestal. Assim sendo, foi utilizada a Carta de Ocupação do Solo Corine Land Cover de 2000 (CLC2000), do Instituto do Ambiente e Instituto Geográfico Português (2005). À data da última actualização da cartografia de ocupação e uso de solo (CLC2000) 5, 74% do concelho de Vieira do Minho tinham ocupação florestal e meios semi-naturais, 23% eram áreas agrícolas e os restantes 3% eram território artificializado e massas de água (1% e 2%, respectivamente) mapa III.a. Mapa III.a Ocupação do solo no concelho de Vieira do Minho (2000) Da área ocupada por florestas e meios semi-naturais (os já referidos 74% da área total concelhia), mais de metade (cerca de 64%) são vegetação arbustiva e herbácea e 33% são florestas. A segunda maior mancha em termos de ocupação é, maioritariamente, de áreas agrícolas heterogéneas (dados relativos à ocupação de 2000). Segundo Teresa Andresen (2005), a evolução da ocupação do solo na região Norte entre 1990 e 2000 pode resumir-se da seguinte forma: aumento dos territórios artificializados em cerca de 60% assim como de 5 A cartografia de base é à escala 1: A adaptação desta informação à escala pretendida poderá fazer com que os valores referidos sofram um processo de generalização fazendo com que pequenas manchas de ocupação não encontrem representação gráfica, ficando, assim, beneficiadas as grandes manchas de ocupação.

66 66/282 albufeiras/massas de água (mais 3% que em 1990). Já as áreas agrícolas e florestas e meios semi-naturais sofreram um decréscimo (menos 23% e 40% face à década anterior). Mais acrescenta que a evolução dos espaços impermeabilizados ( ) é uma tendência particularmente evidente na região de Entre Douro e Minho (idem). No caso particular, a evolução não foi muito acentuada (tabela III.a) mas segue as tendências descritas atrás, ou seja, a tendência de aumento dos territórios artificializados em detrimento das áreas agrícolas e a manutenção das massas de água e florestas e meios semi-naturais (ainda que no último se observem algumas nuances: aumento de área com florestas e vegetação arbustiva e herbácea e diminuição de zonas descobertas e com pouca vegetação). Tabela III.a Ocupação do Solo no concelho de Vieira do Minho em 1990 e 2000 (segundo o nível II do CLC) Ocupação do Solo Área de ocupação hectares % hectares % Territórios artificializados 89,2 0,4 127,6 0,6 Tecido urbano 89,2 0,4 127,6 0,6 Áreas agrícolas 5107,1 23,4 5068,7 23,2 Culturas anuais 686,0 3,1 686,0 3,1 Pastagens 574,7 2,6 574,7 2,6 Áreas agrícolas heterogéneas 3846,4 17,6 3808,0 17,4 Florestas e meios semi-naturais 16156,3 73, ,3 73,9 Florestas 5380,8 24,6 5389,3 24,7 Vegetação arbustiva e herbácea 9921,7 45, ,0 47,0 Zonas descobertas e com pouca vegetação 853,7 3,9 490,0 2,2 Massas de água 496,3 2,3 496,3 2,3 Águas interiores 496,3 2,3 496,3 2,3 Fonte: CORINE Land Cover, 2000 Apesar do aumento das áreas sociais (ou territórios artificializados) continuam a ser predominantes as áreas de floresta (e meios semi-naturais) e agrícolas, já que ocupam, respectivamente, 74% e 23% do território. Assim, pode concluir-se que Vieira do Minho é um concelho marcado por uma ruralidade acentuada, onde a agricultura e a floresta ainda têm uma forte presença. Gráfico III.a Ocupação do solo no concelho de Vieira do Minho, em 2000 (percentagem) 74,0% 23,0% 2,0% 1,0% Territórios artificializados Áreas agrícolas Floresta e meios semi-naturais Massas de água

67 67/282 III.I OCUPAÇÃO AGRÍCOLA No mapa que se segue está representada a ocupação agrícola no concelho desagregada ao nível 3 do CLC2000. Como já foi referido, a ocupação agrícola no concelho equivale a cerca de ¼ do território (23,2% ou 5.068,70ha), correspondendo as maiores manchas a sistemas culturais e parcelares complexos e agricultura com espaços naturais (1.452,82ha e 1.204,67ha, respectivamente). Estas são manchas com localização dispersa, ainda que seja possível associar a primeira sistemas culturais e parcelares complexos a manchas localizadas nas freguesias de Guilhofrei, Rossas e Mosteiro, Ruivães e pequenas manchas de ocupação em Salamonde e Caniçada. Mapa III.1a Ocupação agrícola no concelho de Vieira do Minho (2000) Os restantes usos do solo agrícola correspondem a ocupações inferiores a 3,5% do total do território. Por ordem decrescente temos, então, sistemas agro-florestais (3,48% ou 761,38ha), culturas anuais de sequeiro (3,14%), pastagens (2,63%) e culturas anuais associadas às culturas permanentes (1,78% ou 389,15ha). Um novo olhar à representação cartográfica mostra que: os sistemas agro-florestais se localizam na área centro e norte do concelho, mais precisamente nas freguesias de Tabuaças, Eira Vedra, Vieira do Minho e Cantelães, e pequenas manchas individualizadas em Parada de Bouro e Caniçada e Louredo; as culturas anuais de sequeiro são visíveis na área centro/ sul correspondente às freguesias de Anjos, Vilar do Chão (Vilarchão) e Pinheiro e uma pequena mancha na parte Norte de Campos; as pastagens ocorrem em Soutelo e Anissó, Vieira do Minho e parte norte de Mosteiro e Tabuaças, e finalmente

68 68/282 as culturas anuais associadas às culturas permanentes em pequenas manchas individualizadas a sul freguesias de Guilhofrei e Rossas e a norte em Parada de Bouro e Tabuaças.

69 69/282 III.II OCUPAÇÃO FLORESTAL De acordo com o atrás referido, a ocupação do solo que mais se evidencia no concelho é a florestal 6. Devido à importância em termos de ocupação territorial (cerca de 74% da área total do concelho), esta é uma temática que merece uma referência particular. Assim, serão tratados neste subcapítulo os seguintes temas: risco de incêndio acompanhado pela análise do histórico dos incêndios florestais desde 1980 até 2006, enquadramento da floresta concelhia nos Planos Regionais de Ordenamento Florestal, dando-se especial atenção a temáticas como o regime florestal, a delimitação das sub-regiões homogéneas que abrangem o concelho e seus objectivos gerais. Os espaços florestais no concelho de Vieira do Minho predominam na área centro e este e coincidem, grosso modo, com as áreas de maiores elevações, ou seja, os terrenos menos propensos para usos agrícolas ou sociais, que ocupam, regra geral, as áreas menos declivosas que coincidem com os fundos de vale dos Rios Cávado e Ave. O facto de os espaços florestais se encontrarem em áreas ou terrenos de menor valor económico e a tendência de diminuição da actividade agrícola tradicional, contribuem de forma agravada para o seu abandono por parte dos proprietários. Mapa III.2a Ocupação florestal no concelho de Vieira do Minho (2000) À semelhança da análise anterior, também a ocupação florestal foi analisada com base no nível de desagregação 3 do CLC2000. Cerca de 28% do concelho são espaços florestais degradados, cortes e novas plantações. Esta é uma ocupação bastante dispersa pelo concelho, a maior mancha da qual se pode observar na serra da Cabreira freguesias de Rossas, Anjos e Vilar do Chão (Vilarchão) e a área oeste nas freguesias de Parada de Bouro, Caniçada e Tabuaças. As restantes manchas, como foi já referido, encontram- 6 Entendendo-se por área florestal, as áreas que se apresentam com povoamentos florestais, áreas com uso silvo pastoril, áreas ardidas de povoamentos florestais, áreas de corte raso, outras áreas arborizadas e incultos (Decreto-Lei n.º 204/99 de 9 de Junho).

70 70/282 se um pouco dispersas por todo o território deixando apenas de fora da sua abrangência a freguesia de Ventosa. A segunda e terceira ocupações florestais com maior expressão corresponde às pastagens naturais (24%) e florestas mistas (21%). A primeira descreve uma forma quase anelar na parte central do concelho excluindo apenas as freguesias centrais de Mosteiro e Pinheiro e as limítrofes de Soengas, Caniçada (sector oeste) e Parada de Bouro. No gráfico seguinte estão representadas as ocupações (em hectares e percentagem do total). Gráfico III.II a Ocupação florestal no concelho de Vieira do Minho, em 2000 (hectares e percentagem) 3907,10 24% 3453,76 21% 1831,18 11% 4538,72 28% 821,52 5% 1114,00 7% 81,81 1% 408,16 3% Rocha nua Vegetação esparsa Florestas de folhosas Florestas de resinosas Matos Florestas mistas Pastagens naturais Esp. florestais degradados, cortes e novas plantações III.II.1 RISCO DE INCÊNDIO Um dos elementos a considerar no planeamento municipal, no que diz respeito ao uso dos solos e à diferenciação e compatibilização dos mesmos é, no contexto da floresta, o risco de incêndio florestal. A actualização do quadro legislativo referente ao fenómeno dos incêndios florestais tornou-se evidente aquando dos grandes incêndios que deflagraram em 2003 e Essa actualização passou pela revogação de alguns conteúdos do Decreto Regulamentar nº 55/81, de 18 de Dezembro, e pela publicação do Decreto- Lei nº156/2004, de 30 de Junho, revogado pelo Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho e com a actual redacção no Decreto-Lei n.º 17/2009. Este último é um diploma abrangente que pretende reunir diversas matérias relativas à defesa da floresta contra incêndios, definindo medidas e acções orientadoras que deverão ser desenvolvidas no âmbito do Sistema Nacional de Prevenção e Protecção da Floresta Contra Incêndios. O surgimento dos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) têm como base esse diploma vindo substituir os Planos Municipais de Intervenção na Floresta (PMIF) impostos pelo Decreto-Lei nº423/93, de 31 de Dezembro. Em concreto, a estrutura base do PMDFCI está prevista na Portaria nº 1139/2006, de 25 de Outubro. A carta de risco de incêndios é, segundo a Portaria n.º 1139/2006, de 25 de Outubro, um dos elementos a incluir no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) 7. A inclusão desta carta no PDM 7 Sobre este assunto será realizada análise mais detalhada no capítulo Instrumentos de Gestão Territorial.

71 71/282 está directamente relacionada com o exposto no Artigo 16.º do Decreto-lei 124/2006, de 28 de Junho, segundo o qual (...) a construção de edificações para habitação, comércio, serviços e indústria é interdita nos terrenos classificados nos PMDFCI com risco de incêndio elevado ou muito elevado sem prejuízo das infra-estruturas definidas nas redes regionais de defesa da floresta contra incêndios. O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Vieira do Minho, data de 2010, e tem o objectivo de que no final do período de programação proposto (2012), se inicie a alteração da actual realidade concelhia, ou seja, se verifique uma efectiva diminuição cumulativa da área ardida e do número de ocorrências. Segundo, este documento a elaboração da cartografia de risco para o Município seguiu as directrizes constantes no Guia Técnico para a Elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, da Autoridade Florestal Nacional (2007). Assim, no âmbito do PMDFCI foram elaborados quer o mapa de perigosidade como de risco de incêndio florestal. Mapa 0.1: : Mapa de Perigosidade de Incêndio Florestal (PMDFCI)

72 72/282 Mapa 0.2: : Mapa de Risco de Incêndio Florestal Em 2009 as áreas ardidas percorridas por incêndios repetem-se na área da Serra da Cabreira, no extremo oeste concelhio (desta feita apenas em Parada de Bouro) e em Ruivães/ Salamonde próximo do marco geodésico da Vaca. Neste ano surgem também manchas em Tabuaças/ Vieira do Minho, Mosteiro e área norte da freguesia de Guilhofrei junto à barragem do Ermal. Mapa III.II.1b Distribuição anual da área ardida no concelho de Vieira do Minho, entre 2001e 2009

73 73/282

74 74/282 III.II.2 A FLORESTA DO CONCELHO E OS PLANOS REGIONAIS DE ORDENAMENTO FLORESTAL Uma gestão correcta dos espaços florestais passa necessariamente pela definição de uma adequada política de planeamento tendo em vista a valorização, a protecção e a gestão sustentável dos recursos florestais (PROF BM, 2006) A figura dos Planos Regionais de Ordenamento do Florestal (PROF) surge para assegurar o ordenamento e gestão florestal, através da explicitação das práticas de gestão a aplicar aos espaços florestais, manifestando um carácter operativo face às orientações fornecidas por outros níveis de planeamento e decisão política. Nesta perspectiva de articulação, e considerando a necessidade de fazer reflectir as disposições regulamentares do PROF do Baixo Minho no Plano Director Municipal, entendeu-se que seria útil analisar a floresta do concelho de Vieira do Minho à luz do enquadramento que é dado nos estudos realizados pela Autoridade Florestal Nacionalno âmbito da elaboração do referido Plano. REGIME FLORESTAL A constituição da servidão Regime Florestal permite, nas áreas a ele sujeitas, a intervenção em larga escala por parte do Estado e à luz do interesse público, quer em terrenos do Estado baldios, quer em terrenos particulares encaixados no Baldio e em particulares cujos proprietários solicitem expressamente a submissão dos mesmos, tendo essa intervenção por objectivo a exploração e conservação da riqueza silvícola, sob o ponto de vista da economia nacional, mas também o revestimento florestal dos terrenos cuja arborização seja de utilidade pública e conveniente ou necessária para o bom regime das águas e defesa das várzeas, para a valorização das planícies áridas e benefício do clima, ou para a fixação e conservação do solo, nas montanhas e das areias no litoral marítimo (DGOTDU, 2000). No concelho de Vieira do Minho são duas as áreas submetidas a esta servidão: Serra da Cabreira e Serra do Merouço (conforme se pode ver no mapa III.II.2a). A primeira localizada na área que lhe dá o nome, a Este do concelho, abrangendo parte das freguesias de Rossas, Anjos, Vilar do Chão (Vilarchão), Pinheiro, Cantelães, Salamonde, Ruivães e Campos. A segunda localiza-se no extremo Sul do concelho nas freguesias de Guilhofrei e Rossas, estendendo-se, depois, para o concelho vizinho de Fafe. Tabela III.II.2a Área dos perímetros florestais do Baixo Minho Perímetro Área (ha) Concelhos Freguesias do concelho de Vieira do Minho PF Cabreira 4439 Vieira do Minho Rossas, Anjos, Vilar do Chão (Vilarchão), Pinheiro, Cantelães, Salamonde, Ruivães e Campos PF Merouço 485 Fafe e Vieira do Minho Guilhofrei e Rossas Fonte: PROF BM- Bases de Ordenamento, 2006

75 75/282 Mapa III.II.2a Regime florestal existente no concelho de Vieira do Minho DELIMITAÇÃO DE SUB-REGIÕES HOMOGÉNEAS A delimitação das sub-regiões homogéneas tem como finalidade máxima a circunscrição de áreas de referência que permitam concretizar e agilizar, de forma coerente e harmoniosa, as diferentes directivas de planeamento e ordenamento. A metodologia adoptada para a delimitação destas áreas combina uma série de factores e variáveis. Assim, foram consideradas as unidades de paisagem (no caso da região do Baixo Minho há a considerar a Rede Nacional de Áreas Protegidas e a Rede Natura 2000), já que estas unidades de paisagem constituem, por si só, regiões homogéneas. Para a delimitação das restantes sub-regiões foi considerada a Carta de Ocupação do Solo (COS 90), nomeadamente tipologia de ocupação florestal. Para além destes foram, também, considerados parâmetros como a orografia e a tipologia dos incêndios florestais. Estas sub-regiões homogéneas são coincidentes, nos seus limites, com os limites administrativos das freguesias. A aplicação desta metodologia deu origem a sete sub-regiões homogéneas nas área abrangida pelo PROF do Baixo Minho, duas das quais no concelho de Vieira do Minho: Senhora da Abadia Merouço e Cabreira (ver mapa seguinte).

76 76/282 Mapa III.II.2b Sub-regiões homogéneas existentes no concelho de Vieira do Minho O PROF BM define ainda, nas bases de planeamento, diferentes funcionalidades com base nas cinco funções definidas pela Direcção-Geral de Recursos Florestais (DGRF) numa tentativa de sintetizar as diferentes contribuições dos espaços florestais, para a satisfação das necessidades das sociedades e dos indivíduos, actuais e futuras, em bens e serviços aí originados. Estas cinco funções são: (i) produção, (ii) conservação de habitats, de espécies da fauna e flora e de geomonumentos, (iii) protecção 8, (iv) recreio, enquadramento e estética da paisagem e, finalmente (v) silvopastorícia, caça e pesca nas águas interiores. O PROF BM define, nas bases de planeamento, diferentes funcionalidades distinguindo dentro das suas subregiões homogéneas a maior ou menor capacidade de concretizar essas funções (idem). As funcionalidades atrás referidas respeitantes às sub-regiões da Cabreira e de Sra. da Abadia Merouço são: Tabela III.II.2b Hierarquização das funcionalidades das sub-regiões homogéneas Sub-região Homogénea 1ª Função 2ª Função 3ª Função Cabreira Sra. da Abadia Merouço Fonte: PROF Baixo Minho, Conservação de habitats, de espécies da fauna e flora e de geomonumentos Protecção Protecção Silvopastorícia, caça e pesca nas águas interiores Silvopastorícia, caça e pesca nas águas interiores Produção 8

77 77/282 OBJECTIVOS GERAIS PARA AS SUB-REGIÕES HOMOGÉNEAS QUE ABRANGEM O CONCELHO Constituem objectivos gerais dos PROF, nos termos do n.º 3 do artigo 5.º da Lei de Bases da Política Florestal: (i) a avaliação das potencialidades dos espaços florestais, do ponto de vista dos seus usos dominantes; (ii) a definição do elenco de espécies a privilegiar nas acções de expansão e reconversão do património florestal; (iii) a identificação dos modelos gerais de silvicultura e de gestão dos recursos mais adequados; (iv) a definição das áreas críticas do ponto de vista do risco de incêndio, da sensibilidade à erosão e da importância ecológica, social e cultural, bem como das normas específicas de silvicultura e de utilização sustentada dos recursos a aplicar nestes espaços. De acordo com o PROF BM (2006) são objectivos gerais a operacionalização das áreas estratégicas através da implementação dos diferentes programas contemplam objectivos gerais que lhe estão associados e os quais serão importantes de atingir na região PROF (idem). Estes objectivos passam por: 1. Contribuição para a valorização dos recursos naturais; 2. Valorização do potencial produtivo dos espaços florestais e sua defesa contra incêndios; 3. Requalificação da intervenção nos espaços florestais e aumento de produtividade; 4. Promover a produção sustentada; 5. Promover a criação de área com dimensão que viabilize a gestão florestal; 6. Desenvolvimento de espaços florestais que garantam a protecção do solo e água, principalmente nas zonas de montanha; 7. Explorar o potencial produtivo da região, na produção de madeira com qualidade para transformação em produtos de maior valor acrescentado; 8. Promover a multifuncianalidade dos espaços florestais; 9. Incentivar o associativismo e o aproveitamento das competências técnicas das associações. SUB-REGIÃO HOMOGÉNEA DA CABREIRA Foram definidas nas bases de ordenamento as seguintes funcionalidades: (i) Conservação (a existência de espécies de flora e fauna com valores florísticos e faunísticos justifica a atribuição de primeira prioridade a esta região); (ii) Protecção (tratando-se de uma região subjacente à região do Gerês, esta apresenta, de igual forma, uma orografia em que prevalecem os declives elevados associados à forte precipitação); (iii) Silvopastorícia caça e pesca (os extensos matos presentes nesta área permitem, desde que exista a articulação necessária, que coexistam as actividades de silvopastorícia com as de cinegética e da pesca nas águas interiores). Esta sub-região estende-se no prolongamento do Gerês para Sul com uma área de cerca de ha, estando toda ela inserida no concelho de Vieira do Minho. Os gráficos seguintes espelham as características desta sub-região homogénea.

78 78/282 Gráfico III.II.2a Ocupação actual do solo na sub-região homogénea da Cabreira 20,3% 46,7% 33,0% Esp. florestais arborizados Esp. florestais não arborizados Agrícola Fonte: PROF Baixo Minho, Esp. Flor. não arborizados Agr. Esp. florestais arborizados Agrícola Águas Interiores Improdutivos Incultos Outras Folhosas Outras Resinosas Pinheiro bravo Eucalipto ha O B J E C T I V O S E S P E C Í F I C O S: Conservação dos habitats, de espécies de fauna e flora e de geomonumentos Proteger e conservar as espécies de fauna e flora pelo estabelecimento de corredores ecológicos que facilitem a sua circulação e expansão. Protecção Proceder à recuperação do perfil do solo através de arborizações que induzam o restabelecimento da sua capacidade bioprodutiva. Garantir a integridade ecológica das águas interiores pelo melhoramento das cortinas ripárias existentes. Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores Recorrer a práticas que conduzam ao melhoramento da actividade silvopastoril, tais como (i) promover o ordenamento da actividade silvopastoril; (ii) beneficiação de pastagens por sementeira; (iii) estabelecimento de pastagens permanentes; (iv) incentivo à produção de raças com Denominação de Origem Protegida; (vi) aumento da fiscalização do pastoreio e actividades complementares (por exemplo as queimadas); (vii) alargamento das pastagens a outras áreas susceptíveis desse emprego. Fomentar a actividade cinegética através de: (i) monitorização do estado das populações cinegéticas; (ii) aumento da fiscalização do acto cinegético; (iii) acompanhamento dos planos de gestão; (iv) implementação de um sistema de registo de dados; (v) implementação e beneficiação de infra-estruturas de suporte. Promover a actividade de pesca pela: (i) identificação e divulgação de troços com potencial; (ii) implementação e beneficiação de infra-estruturas de suporte; (iii) realização de estudos de monitorização das populações piscícolas; (iv) criação de zonas de pesca desportiva. Fonte: PROF Baixo Minho, SUB-REGIÃO HOMOGÉNEA DA SRA. DA ABADIA MEROUÇO Foram definidas nas bases de ordenamento as seguintes funcionalidades: (i) protecção (assim como a anterior também aqui existe uma orografia em que prevalecem os declives elevados associados à forte precipitação, o que justifica esta funcionalidade ), (ii) Silvopastorícia caça e pesca (a presença de matos e pastagens é uma constante nesta região, o que permite a função de silvopastorícia, que aliada às áreas sob o regime cinegético ordenado, com a devida articulação, permite também o desenvolvimento da caça e pesca), (iii) produção (a existência do Perímetro Florestal da Sra. da Abadia, aliada à extensa área de pinheiro bravo e possibilidade de criar novas áreas de arborização em incultos e terrenos agrícolas abandonados, possibilitam a promoção da produção florestal).

79 79/282 Esta sub-região acompanha o maciço montanhoso Peneda Gerês Cabreira, ao longo dos concelhos de Terras de Bouro, Vieira do Minho, Povoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde e Fafe, numa área de ha, o que a torna na segunda maior sub-região do Baixo Minho. Gráfico III.II.2b Ocupação actual do solo na sub-região homogénea da Sra. da Abadia Merouço 27,5% 38,0% 34,5% Esp. florestais arborizados Esp. florestais não arborizados Agrícola Fonte: PROF Baixo Minho, Esp. flor. não arborizados Agr. Esp. florestais arborizados Agrícola Águas Interiores Improdutivos Incultos Outras Folhosas Outras Resinosas Pinheiro bravo Eucalipto ha O B J E C T I V O S E S P E C Í F I C O S: Protecção Proceder à recuperação do perfil do solo através de arborizações que induzam o restabelecimento da sua capacidade bioprodutiva. Garantir a integridade ecológica das águas interiores pelo melhoramento das cortinas ripárias existentes. Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores Promoção do ordenamento/gestão do pastoreio; beneficiação de pastagens por sementeira; estabelecimento de pastagens permanentes; incentivo à produção de raças com Denominação de Origem Protegida. Fomentar a actividade cinegética através de: monitorização do estado das populações cinegéticas; aumento da fiscalização do acto cinegético; acompanhamento dos planos de gestão; implementação de um sistema de registo de dados; implementação e beneficiação de infra-estruturas de suporte. Promover a actividade de pesca pela: identificação e divulgação de troços com potencial; implementação e beneficiação de infra-estruturas de suporte; realização de estudos de monitorização das populações piscícolas; criação de zonas de pesca desportiva. Produção Utilização de espécies com bom potencial produtivo que permitam obter madeira de qualidade, principalmente nos terrenos agrícolas abandonados, e outros produtos não lenhosos; aplicação de técnicas silvícolas capazes de elevar o valor comercial do produto final; promoção de uma correcta e efectiva gestão das manchas de carvalhal. Fonte: PROF Baixo Minho, 2006.

80 80/282 RECURSOS FLORESTAIS As actividades associadas às áreas florestais constituem actividades sociais que podem produzir impactes positivos ou negativos nestes espaços. Se por um lado a presença humana é importante na área da detecção de fogos florestais ou mesmo como factor dissuasor quanto à prática de actos criminosos, nomeadamente a eclosão de incêndios florestais, por outro, poderá constituir um factor de perigo pois a prática de determinadas actividades de lazer e culturais contribui, frequentemente, para a destruição do património florestal concelhio. RECREIO PERCURSOS PEDESTRES E PARQUES DE MERENDAS O concelho de Vieira do Minho dispõe de uma rede extensa de percursos pedestres, BTT e equestre. Existem seis percursos pedestres, representados no mapa seguinte: Percurso do Cabeço da Vaca, Campos, Costa dos Castanheiros, de Longo Curso aos Fojos, Moinhos do Ave e de Turrío. Mapa III.II.2c Percursos pedestres no concelho de Vieira do Minho São nove os parques de merendas do concelho e localizam-se nas freguesias localizadas no centro e este concelhio. Esta informação encontra-se, contudo, bastante incompleta do ponto de vista de caracterização, começando pela denominação dos mesmos, caractreização do(s) equipamento(s) que cada um deles tem, objectivo, área, etc.

81 81/282 Mapa III.II.2d Parques de merendas no concelho de Vieira do Minho ZONAS DE CAÇA E PESCA A importância da actividade cinegética traduz-se na utilização dos espaços florestais para a sua prática. Como tal, o conhecimento espacial de determinadas características referentes a esta actividade torna-se relevante, nomeadamente nas questões relacionadas com a protecção da floresta contra os incêndios florestais. Segundo o PROF do Baixo Minho, as potencialidades para esta prática concentram-se, sobretudo, nas áreas mais interiores e de maior altitude, onde a presença humana é menos acentuada tornando-as, por isso, em áreas que reúnem as condições necessárias à instalação e sobrevivência das espécies cinegéticas (PROF BM, 2006). Em Vieira do Minho as figuras de ordenamento e gestão da caça fazem-se de acordo com a existência de: (i) Zonas de Caça Associativa (ZCA) 9 e (ii) Zonas de Caça Municipal (ZCM) 10. Cerca de 93,7% da área total concelhia (20.530ha) são ocupados por zonas de caça, a maior ocupação da qual corresponde a ZCM, deixando a área de zona de caça associativa circunscrita às freguesias de Soutelo, Anissó, Mosteiro e Guilhofrei. O mapa e tabela seguintes seguinte contêm a localização das referidas zonas de caça concelhias. 9 Segundo o DGOTDU, as Zonas de Caça Associativa são áreas cujo aproveitamento cinegético é exercido por associações, sociedades ou clubes de caçadores, que nelas se propõem custear ou realizar acções de fomento e conservação da fauna cinegética, nelas assegurando o exercício venatório. (Lei 30/86, de 27 de Agosto). 10 Zonas de Caça Municipal são áreas constituídas tendo em vista proporcionar o exercício organizado da caça a um número maximixado de caçadores em condições particularmente acessíveis, às quais têm acesso todos os caçadores que se inscrevam na suaclasse de acesso e sejam seleccionados, após sorteio público, pagando a taxa que lhes corresponda, PROF do Entre Douro e Minho, 2003.

82 82/282 Mapa III.II.2d Zonas de caça no concelho de Vieira do Minho Tabela III.II.2c características da actividade cinegética do concelho de Vieira do Minho None da Reserva de Caça Zona de Caça Associativa da Passadeira Zona de Caça Municipal de Vieira do Minho Zona de Caça Municipal de Campos Zona de Caça Municipal de Campos Zona de Caça Municipal de Vilarchão Zona de Caça Municipal de Rossas Zona de Caça Municipal do Ave Zona de Caça Associativa da Lage Branca Tipo de Reserva Área Entidade Titular Associativa 485,12 Associação de Caça e Pesca Desportiva da Lapinha Data de Criação Municipal Município de Vieira do Minho Freguesias Anissó, Souelo Municipal 880 Junta de Freguesia de Campos Campos Municipal 3055 Associação de Caça e Pesca de Ruivães Cantelães, Pinheiro, Vilarchão, Anjos, Rossas, Campos, Ruivães Ruivães, Salamonde Municipal 625 Junta de Freguesia de Vilarchão Vilarchão Municipal 1917 Junta de Freguesia de Rossas Rossas Municipal 955 Associação de Caçadores Nascente do Ave Anjos Associativa 836 Associação de Caçadores do Ermal Guilhofrei

83 83/282 Fonte: Município de Vieira do Minho. Vieira do Minho reúne, no que diz respeito à actividade piscícola, enormes potencialidades não só pela abundância de massa de água como também pelas qualidades excelentes da mesma para esta actividade. Existem na região PROF duas zonas de pesca reservada, uma das quais no concelho de Vieira do Minho, mais precisamente na barragem do Ermal.

84 84/282 CAPÍTULO IV CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA IV.I DEMOGRAFIA Neste sub-capítulo procurou-se efectuar uma análise da evolução demográfica recente do concelho de Vieira do Minho. O objectivo principal desta análise prende-se com a necessidade de entender quais os traços fundamentais dos padrões actuais de transformação demográfica. Esta análise revelar-se-á indispensável no contexto da revisão do PDM, pois permite a interpretação do significado dessas tendências no contexto local de evolução socioeconómica e sobretudo na interpretação das assimetrias espaciais que caracterizam o modelo actual de ocupação deste território. A caracterização da evolução demográfica no concelho de Vieira do Minho foi realizada com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e dados estatísticos do Município de Vieira do Minho. Os parâmetros utilizados foram: população residente, estrutura etária, densidade populacional, taxas de natalidade e mortalidade, índices de envelhecimento e de juventude, nível de instrução e grau de escolaridade e projecções da população residente. O enquadramento demográfico do concelho foi realizado com base nos valores da população residente dos seus concelhos limítrofes (Terras de Bouro, Montalegre, Cabeceiras de Basto, Fafe, Póvoa de Lanhoso e Amares), NUT III Ave, NUT II Norte e NUT I Continente. IV.I.1 ENQUADRAMENTO REGIONAL As estimativas de população residente do INE mostram que entre 1981 e 2004 se assistiu a um aumento do efectivo populacional nas três unidades territoriais de maior dimensão em análise, sendo a NUT III Ave a que registou a percentagem mais elevada (gráfico IV.I.1a). Vieira do Minho, juntamente como os seus vizinhos localizados a Este e Norte (Cabeceiras de Basto, Montalegre e Terras de Bouro) registam uma evolução negativa, a menos acentuada das quais registada em Cabeceiras de Basto (menos 7,4% face a 1981). Dos restantes concelhos limítrofes, destaca-se o de Fafe por ter mostrado o aumento mais significativo de residentes naquele período (mais 15,9% de residentes). Gráfico IV.I.1a Variação da população residente ( ): enquadramento territorial. Montalegre Cabeceiras de Basto Terras de Bouro Amares Póvoa de Lanhoso Fafe Vieira do Minho NUT III - Ave NUT II - Norte NUT I - Continente -37,3-21,9-18,9-7,4 16,1 11,1 15,9 8,5 7,0 19,1-50,0-40,0-30,0-20,0-10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 (percentagem) Fonte: Estimativas de População Residente ( ), INE.

85 85/282 Se se restringir a escala de análise ao período intercensitário e aos concelhos limítrofes ao de Vieira do Minho, facilmente se constata que o comportamento não variou significativamente, destacando-se apenas Cabeceiras de Basto, que registou um aumento populacional de cerca de 9,0%. Em todos os concelhos restantes a tendência mantém-se, ou seja, perda de efectivo populacional. Tabela IV.I.1a Alguns parâmetros sobre a população residente. Enquadramento concelhio. Unidade geográfica Área (km 2) População Residente (indivíduos) Variação relativa da população residente Densidade Populacional (hab/ km 2 ) NUT I Continente 88967, ,3 112,9 NUT II Norte 21287, ,2 175,1 NUT III Ave 1246, ,4 416,9 Vieira do Minho 218, ,7 66,2 Fafe 219, ,2 244,3 Póvoa de Lanhoso 132, ,8 178,5 Amares ,8 235,4 Terras de Bouro 277, ,2 28,7 Cabeceiras de Basto 241, ,5 Montalegre 805, ,5 15,1 Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. Em jeito de conclusão refiram-se, apenas, os valores de densidade populacional no concelho, seus vizinhos e unidades territoriais onde se insere. Em 2004, residiam em Vieira do Minho 66,2 habitantes por quilómetro quadrado, valor francamente inferior ao dos três concelhos vizinhos localizados a oeste (Fafe, Amares e Póvoa de Lanhoso) e superior aos de Terras de Bouro (28,7hab/km 2 ) e de Montalegre (15,1hab/km 2 ). IV.I.2 POPULAÇÃO RESIDENTE Como foi atrás referido, no concelho de Vieira do Minho tem-se assistido a uma diminuição populacional que nem sempre é comum às unidades geográficas vizinhas. Analisaremos, aqui, os dados da população residente 11 no concelho e suas freguesias. Segundo o INE, em 1981 residiam neste concelho indivíduos, número que na década seguinte era de (o que corresponde a um decréscimo populacional na ordem dos 10,9%). À data do último recenseamento populacional (2001) habitavam ali pessoas (ainda que menos acentuada, continua a assistir-se a uma diminuição da população: menos 7,3% dos residentes face a 1991). O gráfico seguinte espelha este decréscimo ano a ano. 11 A análise concelhia foi realizada com base nas Estimativas de População Residente em 31de Dez., ( ), e a análise às freguesias tem como base o Recenseamento Geral da População e Habitação, ambos do INE e dados do município.

86 86/282 Gráfico IV.I.2a População residente em Vieira do Minho, entre 1950 e 2004 indivíduos Fonte: Estimativas de População Residente ( ), INE. Câmara Municipal de Vieira do Minho. Na tabela seguinte estão representados os dados do último recenseamento populacional no concelho e NUTS a que pertence. Tabela IV.I.2a Total da população residente (1991 e 2001): enquadramento territorial. Unidade Geográfica Variação Total H M Total H M Total (Percentagem) NUT I Continente ,3 NUT II Norte ,2 NUT III Ave ,4 Vieira do Minho ,7 Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE Apenas três freguesias contrariam a tendência concelhia de diminuição da população residente entre 1991 e São elas Pinheiro, Eira Vedra e a sede de concelho (mais 0,7%, 10,0% e 30,7%, respectivamente) mapa III.1.2a. Em todas as restantes o efectivo populacional decresceu. Salamonde e Campos viram os seus residentes diminuir em cerca de ¼ da população residente existente na década anterior. Destacam-se, ainda, as freguesias localizadas na franja norte do concelho que fazem fronteira com o de Terras de Bouro por registarem, naquele período, uma perda populacional na ordem dos 18,0%.

87 87/282 Mapa IV.I.2a Variação relativa da populaça residente, entre 1991 e 2001, no concelho de Vieira do Minho Em 2001 a distribuição do efectivo populacional era a espelhada no mapa seguinte. Cerca de 30% da população total residente no concelho ( indivíduos) são oriundos das freguesias de Vieira do Minho e Rossas (2.289 e residentes, respectivamente) dados de Nos antípodas destes encontram-se as freguesias de Soengas, Soutelo e Campos com um total de residentes que não ultrapassa os 240 habitantes. Mapa IV.I.2b População residente no concelho de Vieira do Minho, em 2001

88 88/282 IV.I.3 TAXAS DE NATALIDADE E MORTALIDADE A análise das taxas de natalidade e mortalidade permite obter uma perspectiva sobre a evolução da população, uma vez que através delas se avalia a relação entre nados vivos/ óbitos e a população residente. Em Portugal Continental assiste-se a duas realidades distintas: a característica da faixa litoral e a do interior continental. A primeira é caracterizada por uma concentração de população residente e fortes densidades populacionais associada a taxas de natalidade elevadas, e a segunda consideravelmente menos povoada e com taxas de natalidade mais reduzidas. Contudo, esta realidade não é sinónimo de renovação de gerações, uma vez que o índice sintético de fecundidade 12 se queda nos 1,4 filhos por mulher (dados de 2004). O contexto demográfico actual permite conjecturar sobre uma tendência de declínio evidente, relativamente ao conceito estatístico da taxa de natalidade, no espaço intercensitário compreendido entre 1991 a Tal facto ocorre de forma abrangente na realidade nacional, bem como se repercute em cada especificidade regional. Vieira do Minho é, de todas as unidades territoriais representadas, a que apresenta o valor mais reduzido de taxa de natalidade 13 em 2004 (4,2, cerca de metade do valor registado na NUT III a que pertence). Na NUT I Continente contavam-se 10,3 nados vivos por cada mil habitantes. Tabela IV.I.3a Taxa de natalidade. Enquadramento regional, ÍNDICE SINTÉTICO DE FECUNDIDADE ( ISF ) Número médio de crianças vivas nascidas por mulher em idade fértil (dos 15 aos 49 anos de idade), admitindo que as mulheres estariam submetidas às taxas de fecundidade observadas no momento. Valor resultante da soma das taxas de fecundidade por idades, ano a ano ou grupos quinquenais, entre os 15 e os 49 anos, observadas num determinado período (habitualmente um ano civil). 13 TAXA BRUTA DE NATALIDADE (TBN) Número de nados vivos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de nados vivos por 1000 (103) habitantes). TBN = [NV(0,t) / [(P(0) + P(t)) / 2]] * 10n; NV(0,t) Nados-vivos entre os momentos 0 e t; P(0) População no momento 0; P(t) população no momento t.

89 89/282 Unidade territorial Taxa de Natalidade ( ) NUT I Continente 11,1 10,9 10,4 NUT II Norte 12,2 11,4 10,2 NUT III Ave 13,4 12,1 10,4 Vieira do Minho 10,2 10,2 8,8 Fonte: Retratos territoriais, INE. Em 2001 o concelho de Vieira do Minho apresentava uma taxa de natalidade de 10,2 nados-vivos, valor que se manteve inalterado desde 1996, e que decresceu de forma abrupta comparativamente ao valor de referência do ano de 2004 (8,8 nascimentos), valor manifestamente inferior aos já referidos. Estes valores são igualmente inferiores ao total de nados-vivos no Continente (10,9 e 10,4, em 2001 e 2004), e nas NUTs II (Norte) e III (Ave) (10,2 e 10,4, respectivamente valores de 2004). Obviamente que as causas deste panorama estão intimamente relacionadas com a estrutura etária da população. Isto porque não se pode justificar este quadro demográfico apenas por questões gerais, como o prolongamento da vida académica da mulher, o seu ingresso no mercado de trabalho, o acesso a contraceptivos ou ainda o aumento da idade do casamento (o que diminui o período fértil da mulher). Tal análise, embora efectiva, seria muito redutora e omitiria dados fundamentais. É neste sentido que a análise da estrutura etária é muito relevante, pois permite conhecer qual o total de mulheres em idade fértil e sua variação, o que provocará mudanças nos valores da natalidade. Ao observar o gráfico seguinte chegámos à conclusão que o total de mulheres em período fértil aumentou no período censitário em análise, ainda que este aumento tenha sido residual (mais 1,8% ou 61 mulheres face a 1991). Uma análise mais atenta permite concluir que este aumento se deveu, sobretudo, ao efectivo populacional com idades compreendidas entre os 35 a 44 anos acompanhado de um decréscimo das faixas etárias mais jovens (entre os 15 a 24 anos). Gráfico IV.I.3a Total de mulheres em idade fértil, em 1991 e 2001 (valores absolutos) grupos etários 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos indivíduos Nota: os dados representados dizem respeito ao ano de Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. A propensão actual de descida da natalidade, visível nos países mais desenvolvidos acaba por ter repercussões ao nível regional. O concelho de Vieira do Minho é um exemplo dessa descida. O declínio da fecundidade torna-se numa das principais causas indutoras de reduzidas taxas da natalidade. Vários factores são conjugados para que os actuais índices sintéticos de fecundidade não permitam assegurar a renovação das gerações. Por um lado, factores biológicos que balizam o período fértil da mulher num rácio temporal de aproximadamente 15 anos (entre os 20 e os 35 anos de idade), para registar valores

90 90/282 consideravelmente reduzidos até aos 49 anos. Por outro lado, circunstâncias de índole social, como são a escolaridade obrigatória (que é gradualmente mais extensa), o acesso da população feminina ao ensino superior (em valor notoriamente superior à entrada e frequência masculina), para além de uma determinação generalizada da mulher em obter um lugar no mercado de trabalho. Este conjunto de aspectos ajudam a perceber a idade tardia com que a mulher tem o primeiro filho. A Taxa de Fecundidade Geral mede o número de nados vivos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido ao efectivo médio de mulheres em idade fértil (INE). Os dados mais recentes mostram que esta taxa tem vindo a decrescer desde o último recenseamento populacional até ao ano de 2004 (ver gráfico IV.I.3b). Gráfico IV.I.3b Taxa de fecundidade geral. Enquadramento territorial (2001 a 2004) anos , , , ,9 30,0 80,0 130,0 180,0 230,0 percentagem Fonte: Anuário estatístico da região norte, INE. Portugal Continente Norte Ave Vieira do Minho No período atrás referido, Vieira do Minho registou uma variação desta taxa na ordem dos -4,4%, valor superior ao registado nas NUT I Continente (-2,3%) e II Norte (-3,8%) e inferior ao da NUT III Ave (- 6,2%). Comparativamente com os restantes concelhos desta NUT, Vieira do Minho mostra o valor negativo menos acentuado, posicionando-se apenas o concelho de Vizela com valor superior que é, aliás, o único a registar variação positiva (mais 3,0% face a 2001). No que diz respeito à taxa bruta de mortalidade 14, é conveniente reiterar a questão da estrutura etária da população, pois este factor influencia directamente o rácio do número de óbitos por mil habitantes. Nem sempre as taxas de mortalidade mais elevadas são resultado de condições económicas mais debilitadas, ou de outras particularidades, podendo apenas ser fruto da predominância das classes etárias mais elevadas. Analise-se, então, a proporção de população envelhecida face ao total de residentes em 1991 e 2001 (tabela IV.I.3b). Tabela IV.I.3b Proporção de idosos em relação à população total (1991 e 2001) Grupos etários H M H M TAXA BRUTA DE MORTALIDADE (TBM): Número de óbitos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de óbitos por 1000 (10 3 ) habitantes). TBM = [Ob(0,t) / [(P(0) + P(t)) / 2]] * 10^n ; Ob(0,t) Óbitos entre os momentos 0 e t; P(0) População no momento 0; P(t) População no momento t.

91 91/ Total ( 65 anos) População residente ( 65 anos) População residente (total) Proporção de idosos face à população total (%) 16,5 18,9 Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. A proporção (em percentagem) dos indivíduos com mais de 65 anos em relação ao total da população residente em Vieira do Minho aumentou cerca de 2,5% no período intercensitário em análise. Paralelamente é visível a superioridade numérica das mulheres em ambos os anos, o que permite prever que a esperança média de vida das mulheres será claramente superior à dos homens. Analisem-se, por fim, os valores respeitantes a uma e outra taxas nas freguesias do concelho em 2001 (mapa IV.I.3a). São mais de metade as freguesias que registam valores de taxa de natalidade inferiores ao valor concelhio (9,8 ). Com excepção de Parada de Bouro e Anissó, estas são freguesias localizadas no nordeste concelhio fazendo fronteiras com os concelhos de Montalegre e Terras de Bouro. Por outro lado, nas freguesias de Guilhofrei, Campos, Cova (S. João da Cova), Mosteiro, Vilar do Chão (Vilarchão), Pinheiro, Caniçada e na sede concelhia, a taxa de natalidade é sempre superior a 10,7.

92 92/282 Mapa IV.I.3a Taxas de natalidade e mortalidade no concelho de Vieira do Minho, em 2001 Quanto à taxa de mortalidade, o número de freguesias com valores inferiores ao do concelho (12,3 ) mantém-se nas doze. As três freguesias que têm mais altas taxas de mortalidade são, por ordem crescente, Vieira do Minho, Anissó e Ruivães (16,8, 17,4 e 23,7, respectivamente). IV.I.4 ESTRUTURA ETÁRIA No ano de 2001, a estrutura etária da população residente em Vieira do Minho e NUT s onde se insere, era a representada no gráfico seguinte. Gráfico IV.I.4a Estrutura etária da população: residentes em 2001 (em %) e variação 1991/2001. Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE.

93 93/282 Tabela IV.I.4 Estrutura etária da população: residentes em 2001 (em %) e variação 1991/2001 Unidades territoriais 2001 Variação 1991/ ou ou + NUT I - Continente 15,8 14,2 53,5 16,5-15,7-8,2 11,9 26,9 NUT II - Norte 17,5 15,1 53,4 14, ,9 17,1 29,7 NUT III - Ave 18,9 15,9 53,8 11,4-13,8-9,7 23,6 37 Vieira do Minho 17,2 16,2 47,7 18,9-32,1-12 4,2 6,9 Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. É evidente o peso que a população residente com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos tem no total dos residentes em qualquer uma das regiões representadas. Paralelamente, são os grupos etários da população mais jovem (dos zero aos 14 anos e dos 15 aos 24 anos) que registam os valores mais baixos sendo, por vezes, ultrapassados pelos da população com 65 ou mais anos (casos do concelho de Vieira do Minho e NUT I Continente). Entre 1991 e 2001 é a camada mais jovem da população a sofrer perdas significativas mais acentuada entre os zero e os 14 anos e a população com idades mais avançadas a aumentar mais do que a população em idade activa. No mapa seguinte estão representados os quatro grupos etários por freguesia no ano de 2001 (gráfico IV.I.4a). À semelhança do comportamento atrás referido, em todas as freguesias a faixa etária que maior efectivo populacional abrange é a dos 25 a 64 anos e as freguesias de Vieira do Minho e Rossas são as que mostram os valores mais elevados em todas as faixas etárias. Por outro lado, os menores efectivos populacionais das faixas etárias compreendidas entre os zeros e os 24 anos registam-se em Campos e Soengas e nas faixas seguintes os valores mais baixos pertencem a Soengas e Soutelo. Gráfico IV.I.4b População residente por grandes grupos etáriosno concelho de Vieira do Minho, em 2001 Vilar do Chão Vieira do Minho Ventosa Tabuaças Soutelo Soengas Salamonde Ruivães Rossas Pinheiro Parada do Bouro Mosteiro Louredo Guilhofrei Eira Vedra Cova Cantelães Caniçada Campos Anjos Anissó 0% 20% 40% 60% 80% 100% de 0 a 14 anos de 14 a 24 anos de 25 a 64 anos 65 ou mais anos Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE.

94 94/282 Em termos de variação percentual intercensitária podem evidenciar-se duas situações comuns a todas as freguesias: por um lado a forte perda populacional sentida na população com idades até aos 24 anos. Por outro, o incremento dos residentes com idades superiores a 65 anos. As freguesias de Louredo, Soengas e Tabuaças sentiram perdas de população até aos 14 anos superiores a 10%, e as menos acentuadas fizeramse sentir em Vilar do Chão (Vilarchão), Vieira do Minho, Parada de Bouro e Eira Vedra (correspondem a valores compreendidos entre os -4,0% e os -2,4%). PIRÂMIDES ETÁRIAS A pirâmide etária é uma representação gráfica que dá a conhecer a estrutura etária da população, tendo, também, em conta a divisão por sexos. Neste caso as idades da população são consideradas em grupos etários de quatro anos. Esta análise foi realizada apenas ao nível concelhio. A pirâmide etária do concelho de Vieira do Minho denuncia a forte queda de fecundidade e o significativo aumento da esperança de vida da população. O fenómeno do envelhecimento da população é bem visível nesta representação, designado de envelhecimento pela base da pirâmide de idades, já que a alteração da forma original da pirâmide se deve à redução de efectivos populacionais jovens devido aos baixos níveis de natalidade. São sobremaneira conhecidas as consequências de um envelhecimento pela base dadas as implicações nas gerações activas futuras e no dinamismo do mercado de trabalho. Gráfico IV.I.4c Pirâmide etária do concelho de Vieira do Minho (1991 e 2001) Grupos etários Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. Homens Mulheres M 2001 M 1991 H 2001 H 1991 ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL

95 95/282 O índice de dependência total (IDT) 15 expressa a quantidade de população em idade não activa (inferior a 14 anos e superior a 65 anos) em relação à população em idade activa (entre os 15 e os 64 anos). Assim, por exemplo, um índice de dependência total de 100 é o mesmo que dizer que existem 100 jovens e idosos por cada 100 pessoas em idade activa. Quanto maior for este valor, maior o número de pessoas dependentes da produtividade da população activa. No gráfico III.1.4b está representado o IDT no concelho de Vieira do Minho e NUT s onde se insere nos anos de 1991 e 2001 e sua variação. Efectivamente, naquele período o IDT diminuiu em todas as unidades territoriais representadas, sendo que em Vieira do Minho este decréscimo foi mais acentuado. O mesmo é dizer que entre 1991 e 2001 o número de pessoas jovens e idosos face à população em idade activa decresceu. Gráfico IV.I.4d Índice de dependência total, em 1991 e 2001 e sua variação relativa. Enquadramento. Vieira do Minho -10,5 NUT III - Ave -6,0 NUT II - Norte -4,6 NUT I - Continente -2,5-20,0 0,0 20,0 40,0 60,0 80, variação 1991/2001 Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. Também ao nível da freguesia a tendência segue o atrás referido, ou seja, uma diminuição do IDT entre 1991 e Apenas em Ruivães o comportamento foi inverso, uma vez que houve um aumento de 2,6% face a Campos e Ventosa mostram uma variação residual (menos 0,3% e 0,2%, respectivamente) e Soengas, Tabuaças e Louredo destacam-se por terem registado o decréscimo mais acentuado (-36,8%, -30,8% e - 26,5%). Os dados de 2001 mostram que o número de população dependente face à activa é menor nas freguesias de Soengas, Louredo e Salamonde e mais elevado em Ruivães, Ventosa e Campos. 15 Relação entre a população jovem e idosa e a população em idade activa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos conjuntamente com as pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos (expressa habitualmente por 100 (10^2) pessoas com anos). IDT = [[P(0,14) + P(65,+)] / P(15,64)] * 10^ n ; P(0,14) - População com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos; P(65,+) - População com 65 ou mais anos; P(15,64) - População com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.

96 96/282 Mapa IV.I.4b Variação do Índice de dependência total no concelho de Vieira do Minho, entre 1991 e 2001 ÍNDICES DE ENVELHECIMENTO E JUVENTUDE Numa sociedade progressivamente envelhecida, onde a renovação das gerações está comprometida, urge analisar indicadores como os índices de juventude e envelhecimento, no intuito de perceber qual o peso e a proporção de jovens e idosos, respectivamente. É necessário definir estratégias, assim como reequacionar a satisfação das necessidades do segmento populacional envelhecido, tendo sempre como base a necessidade de integrar esta franja da população na sociedade, garantindo que se mantenham elementos activos, apesar da sua condição de reformados. O comportamento dos indicadores atrás analisados taxa bruta de natalidade, taxa bruta de mortalidade e índice sintético de fecundidade é responsável pelas mudanças expressivas ocorridas na estrutura da população. Ao medir o peso que a população idosa exerce sobre a camada mais jovem, o índice de envelhecimento (IE) permite aferir do grau de envelhecimento da população residente. Em termos de enquadramento, pode referirse que, no que diz respeito às três unidades geográficas de maior escala Continente, NUT II Norte e NUT III Ave, a tendência é de aumento deste índice entre 1991 e o aumento mais significativo registou-se na NUT I (mais 35,1% face a 1991), seguido da NUT II Norte (28,1%) e NUT III Ave (mais 22,4%). O concelho de Vieira do Minho mostra valores sempre superiores a qualquer um dos atrás referidos em ambos os anos, registando, para além disso, o maior aumento neste período (40,2%).

97 97/282 Os dados mais recentes confirmam esta tendência de aumento, uma vez que, segundo o INE, entre o ano do último recenseamento populacional e 2004, na NUT I, NUT II Norte e NUT III Ave, os aumentos do IE se mantêm (5,0%, 29,3% e 19,8%, respectivamente). Aqui, Vieira do Minho não acompanha a tendência já que o IE varia entre os 101,6%, em 2001, e os 64,7% em 2004, colocando-o, juntamente com os vizinhos de Fafe e Póvoa de Lanhoso, entre os que registaram descida do IE no período mais recente. A análise por freguesia recai sobre o período intercensitário 1991/ Nas 21 freguesias do concelho houve um aumento do IE entre 1991 e 2001,mais acentuado nas de São João da Cova e Campos (acima dos 100%) e menos na sede concelhia e Eira Vedra (inferior a 10%). Ao tomar como referência os valores de 2001, destacam-se as freguesias localizadas a Este e na área montanhosa do concelho com o IE mais elevado (acima dos 135,2%) em oposição a algumas freguesias localizadas na faixa centro oeste do concelho com os valores mais baixos (que nunca passam os 100%): Guilhofrei, Soengas, Cantelães, Vieira do Minho e Tabuaças. Mapa IV.I.4c Índice de envelhecimento no concelho de Vieira do Minho, em 1991 e 2001 Por oposição ao índice de envelhecimento, o de juventude (IJ) dá a conhecer o comportamento de determinada população relativamente à sua camada mais jovem. Os dados do Censo 2001, revelam que a NUT III Ave apresenta, em ambos os anos em análise, índices de juventude superiores aos registados na NUT II Norte e no Continente (sendo o último o que regista os valores mais baixos). A propensão para o envelhecimento da população está, também aqui, patente, já que nestas unidades territoriais a tendência aponta para a variação negativa, desta feita mais acentuada NUT III Ave. Entre 2001 e 2004 a tendência mantém-se nas três unidades territoriais. Vieira do Minho acompanha o comportamento atrás descrito respeitante à variação 1991/ 2001, mas o mesmo já não acontece no período seguinte, ou seja, entre 2001 e No primeiro a variação é negativa na ordem dos 52,0%, no segundo houve um aumento de 56,1%. No mapa seguinte está representado o IJ em 1991 e 2001 por freguesia. Todas registaram um decréscimo do IJ neste período. Em 2001 o IJ mais elevado aparece associado às freguesias de Cantelães, Soengas e Guilhofrei (acima dos 106,0%). Por outro lado Campos e Ruivães mostram um IJ inferior a 50%.

98 98/282 Mapa IV.I.4d Índice de juventude no concelho de Vieira do Minho, em 1991 e 2001 Em jeito de conclusão analise-se o gráfico seguinte onde se retrata a variação de ambos os índices na década de 1991/2001, por freguesia. É notória a tendência de envelhecimento da população residente um pouco por todo o concelho. Gráfico III.1.4e Variação dos índices de juventude e envelhecimento no concelho de Vieira do Minho, por freguesia, entre 1991 e Vilar do Chão Vieira do Minho Ventosa Tabuaças Soutelo Soengas Salamonde Ruivães Rossas Pinheiro Parada do Bouro Mosteiro Louredo Guilhofrei Eira Vedra Cova Cantelães Caniçada Campos Anjos Anissó (percentagem) Índice de Envelhecimento Índice de Juventude -100,0-50,0 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE.

99 99/282 IV.I.5 DENSIDADE POPULACIONAL A densidade populacional exprime a intensidade da população através da relação entre o número de habitantes de uma área territorial determinada e a superfície desse território 16, e é expressa em habitantes por quilómetro quadrado (hab/ km²). À data do último recenseamento populacional, o concelho de Vieira do Minho tinha uma densidade populacional de 67 hab/km2 (dados mais recentes revelam uma diminuição de residentes: 66 hab/km2 em 2002). Uma vez mais, são as freguesias situadas na faixa oeste que registam os valores mais elevados (Guilhofrei: 103 hab/km2, Eira Vedra: 126 hab/km2 e Vieira do Minho: 318 hab/km2). Cerca de metade das freguesias do concelho (10) não atingem o valor da densidade populacional concelhia. Mapa IV.1.5a Densidade populacional no concelho de Vieira do Minho, em 2001 IV.I.6 NÍVEL DE INSTRUÇÃO O nível educacional da população sempre andou lado a lado com o grau de desenvolvimento de determinada região. Como indicador social que é, o grau de escolaridade reflecte-se directamente no acesso a empregos melhor qualificados e, consequentemente, na melhoria das condições de vida. Por outro lado, o analfabetismo, total ou funcional, não é mais do que um constrangimento que impede o livre acesso a certas e determinadas funções, que o não acesso a estas diminui a qualidade de vida da população. 16 In, Conceitos estatísticos, INE.

100 100/282 TAXA DE ANALFABETISMO Segundo o INE, a taxa de analfabetismo (TA) é a taxa definida tendo como referência a idade a partir da qual um indivíduo que acompanhe o percurso normal do sistema de ensino deve saber ler e escrever. Considera-se que essa idade corresponde aos 10 anos, equivalente à conclusão do ensino básico primário. Entre 1991 e 2001 a taxa de analfabetismo registou um decréscimo na ordem dos 2,0% no Continente, comportamento idêntico ao registado em Vieira do Minho e NUT s a que pertence. Os valores concelhios são os extremos: não só a variação relativa é a mais acentuada (menos 2,6%) como a TA em ambos os anos em análise é a mais elevada comparativamente com a das regiões representadas. Gráfico IV.1.6a Taxa de analfabetismo. Enquadramento concelhio (1991, 2001 e variação) Vieira do Minho NUT III - Ave NUT II - Norte NUT I - Continente -2,6-1,8-1,6-2,0 7,7 8,3 8,9 12,8-5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20, Variação 1991/01 Nota: o valor representado diz respeito ao ano de Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. Este comportamento regional traduz uma tendência que não pode ser dissociada de dois factores fundamentais: por um lado, assiste-se à substituição progressiva da camada mais idosa da população (com maior índice de analfabetos) e, por outro, à maior escolarização da população jovem. Por fim, refira-se que cerca de 11,5% da população residente em 2001 no concelho era analfabeta com 10 ou mais anos (no Continente este valor era de 8,0%, na NUT II Norte de 7,4% e na NUT III Ave era de 6,7%). GRAU DE ESCOLARIDADE Vieira do Minho pertence à NUT II que no ano de 2001 registava a maior percentagem de população residente sem nível de ensino (36,8%) comparativamente ao total de residentes do Continente naquela situação perante o nível de ensino. No concelho a percentagem de população sem nível de ensino, no ano de 2001, era de 15,6% do total dos residentes (valor superior ao da NUT III Ave e NUT II Norte: 12,2%,e do Continente: 12,4%). Em qualquer umas das regiões representadas no gráfico III.1.6a, entre 35 a 42% da população concluiu o 1º ciclo. Adicionando ambos os valores atrás referidos, verifica-se que em Vieira do Minho cerca de 57% da população residente tem muito poucas ou nenhumas habilitações literárias, uma das consequências genéricas da existência de uma população envelhecida com pesada carga de iletracia.

101 101/282 Gráfico IV.1.6a População residente por nível de ensino, em 2001: enquadramento concelhio. Vieira do Minho NUT III - Ave NUT II - Norte NUT I - Continente 0% 20% 40% 60% 80% 100% Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. nenhum nível de ensino Ensino pré-escolar EB 3.º Ciclo EB 2.º Ciclo EB 1.º Ciclo Ens. secundário Ens. médio Ens. superior Na outra extremidade da escala educativa, o panorama é inverso, ou seja, as classes de níveis de instrução menor representadas são as correspondentes aos níveis de ensino mais elevados. A NUT I Continente apresenta 10,9% de homens e mulheres com educação superior e 15,8% que completaram o ensino secundário. Na NUT III Ave, estes valores são inferiores (6,1% e 11,8%, respectivamente), sendo o panorama ainda mais negativo quando nos centramos no concelho de Vieira do Minho, já que os valores se quedam nos 4,8% com nível de ensino superior e 9,2% com o ensino secundário. A representação gráfica não deixa perceber os valores correspondentes ao ensino médio, uma vez que em nenhuma das regiões se atinge a unidade. O comportamento ao nível da freguesia não se distância muito do concelhio, destacando-se a faixa correspondente à população com o ensino básico e os valores significativos associados àqueles sem nível de ensino (gráfico III.1.6b). Sobressaem, também, as baixas percentagens de população com ensino médio e superior. Em 2001, nas freguesias de Parada de Bouro, Campos, Soutelo e Caniçada mais de 20,6% da população residente não tem qualquer nível de ensino, enquanto nas de Anjos, Pinheiro e Tabuaças este valor não ultrapassa os 11,0%. Gráfico IV.1.6b População residente por nível de ensino no concelho de Vieira do Minho, em 2001 (percentagem). Vilar do Chão Vieira do Minho Ventosa Tabuaças Soutelo Soengas Salamonde Ruivães Rossas Pinheiro Parada do Bouro Mosteiro Louredo Guilhofrei Eira Vedra Cova Cantelães Caniçada Campos Anjos Anissó 0% 20% 40% 60% 80% 100% nenhum nível de ensino Ensino pré-escolar Ens- básico Ens. secundário Ens. médio Ens. superior Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE.

102 102/282 Por outro lado, e no que diz respeito ao nível de ensino superior, registe-se que das 21 freguesia do concelho, apenas uma Vieira do Minho mostra valores acima dos 8% e em Anissó esse valor não chega a atingir a unidade. IV.I.7 MOBILIDADE A questão da análise da mobilidade foi realizada tendo como base os dados dos Recenseamentos Gerais da População (1991/2001). Esta análise dá enfoque aos movimentos intra e extraconcelhios, nomeadamente através das seguintes variáveis: população residente empregada ou estudante segundo o local de trabalho ou estudo; população residente segundo o tempo gasto em média numa ida para o local de trabalho ou estudo, e população residente segundo o principal meio de transporte utilizado no trajecto para o local de trabalho ou estudo. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA OU ESTUDANTE SEGUNDO O LOCAL DE TRABALHO OU ESTUDO A primeira variável população residente segundo o local de trabalho/ estudo esclarece o leitor quanto ao número de residentes que se deslocam dentro da freguesia de residência ou para outra freguesia que não a de residência pelos motivos atrás indicados. Estes números podem dar a conhecer a maior ou menor mobilidade intra e extraconcelhias da população residente no concelho. Em Vieira do Minho no ano de 2001, cerca de 40% dos residentes que trabalham ou estudam, fazem-no na freguesia de residência, 29,2% noutro concelho, 28% noutra freguesia do mesmo concelho e os restantes 3,4% no estrangeiro. Em termos percentuais, entre 1991 e 2001 assistiu-se à diminuição de residentes que trabalham ou estudam na freguesia onde residem (em cerca de 31%). Este valor é interessante principalmente quando comparado com os dois respeitantes à variação dos que trabalham/estudam noutra freguesia do concelho e noutro concelho, não só porque em ambos os casos houve aumento mas porque esse aumento foi no segundo caso muito acentuado: mais 36,2% e 129,4%, respectivamente. Veja-se a este propósito o gráfico seguinte.

103 103/282 Gráfico IV.I.7a População residente, por sexo, empregada ou estudante segundo o local de trabalho ou estudo em 2001, e variação relativa 1991/2001, em Vieira do Minho indivíduos ,8% Na freguesia onde reside 36,2% Noutra freguesia do concelho onde reside 129,4% Noutro concelho que não aquele onde reside No estrangeiro Total (2001) Homens (2001) Variação Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE percentagem A análise aos movimentos pendulares dos residentes por freguesia será feita em duas partes. Na primeira serão analisados os movimentos intra-concelhios (trabalham/ estudam na mesma freguesia de residência e noutra freguesia do concelho) e na segunda os movimento extra-concelhios (trabalham/ estudam noutro concelho ou noutro país). Apenas a título de curiosidade refira-se que apenas seis freguesias reúnem 60% dos residentes que trabalham e estudam no concelho: Cantelães, Guilhofrei, Mosteiro, Rossas, Tabuaças e Vieira do Minho (gráfico IV.I.7b). Gráfico. IV.I.7b População residente empregada ou estudante segundo o local de trabalho ou estudo por freguesia (2001) Vilar do Chão Vieira do Minho Ventosa Tabuaças Soutelo Soengas Salamonde Ruivães Rossas Pinheiro Parada do Bouro Mosteiro Louredo Guilhofrei Eira Vedra Cova Cantelães Caniçada Campos Anjos Anissó Na freguesia onde reside No estrangeiro Noutra freguesia do concelho onde reside Noutro concelho que não aquele onde reside indivíduos Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. Em todas as freguesias do concelho com excepção de Campos os movimentos pendulares intra-concelhios representam sempre valores percentuais acima dos 50% face ao total de residentes que trabalham/ estudam. Isto quer dizer que na quase totalidade das freguesias mais de metade das pessoas que trabalham/estudam não sente necessidade de sair do concelho de Vieira do Minho para o fazer. Analise-se o mapa seguinte que representa os movimentos intra-concelhios em percentagem do total de residentes que trabalham/ estudam. Pode ler-se, por exemplo, que nas freguesias de Guilhofrei e Vieira do Minho mais de 45% do total de população residente que trabalha ou estuda fá-lo na freguesia de residência.

104 104/282 Na classe de valores imediatamente abaixo do atrás referido (entre 35% e 45%) encontram-se as freguesias de Ruivães, Rossas, Tabuaças, Soengas e Parada do Bouro. Poderão ser apontadas algumas razões para justificar o que acaba de ser dito, nomeadamente que estas freguesias (principalmente as duas primeiras) concentram a maior diversidade de ofertas/oportunidades laborais, assim como reúnem o maior número de equipamentos de ensino. Por outro lado, note-se que as percentagens mais elevadas dos movimentos para outra freguesia do concelho ocorrem em Mosteiro, Anjos, Vilar do Chão (Vilarchão), Cantelães,Eira Vedra e Soengas. Mapa IV.I.7a População residente empregada ou estudante segundo o local de trabalho ou estudo, em 2001 (em percentagem) Finalmente, analisem-se os movimentos extra-concelhios. Em nenhuma das freguesias do concelho há mais de 10% da população residente que trabalha/estudo a fazê-lo no estrangeiro. Os valores mais elevados ocorrem nas freguesias de Guilhofrei, Rossas e Pinheiro, com 8,0%, 8,9% e 10%, respectivamente. Quanto aos movimentos para outro concelho que não o de residência, podem destacar-se as freguesias localizadas no extremo este e norte do concelho como sendo aquelas onde a percentagem dos residentes nesta situação é mais elevada: Campos, Ruivães, Salamonde, Louredo, S. João da Cova e Ventosa.

105 105/282 Mapa IV.I.7b População residente empregada ou estudante noutro concelho que não o de residência, em 2001 (percentagem) Por outro lado, as freguesias localizadas na concha central do concelho são as que registam menor percentagem de residentes que estudam/trabalham a deslocar-se para fora no concelho. POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO O TEMPO GASTO EM MÉDIA NUMA IDA PARA O LOCAL DE TRABALHO OU ESTUDO No gráfico seguinte está representada população residente que trabalha ou estuda segundo o tempo gasto em média numa ida para o local de trabalho ou estudo. Destacam-se, desde logo, os tempos de deslocação até 15 minutos e de 16 a 30 minutos por serem os que representam, em todas as freguesias os tempos de deslocação que a maioria dos residentes despende em movimentos pendulares. Assim, nas freguesias de Campos, Cantelães, Mosteiro, Pinheiro, Ruivães, Salamonde, Soengas, Soutelo, Tabuaças, Vieira do Minho e Vilar do Chão predominam as deslocações até 15 minutos e no grupo das restantes freguesias do concelho predominam as deslocações de 16 a 30 minutos.

106 106/282 Gráfico. IV.I.7c Tempo gasto em média numa ida para o local de trabalho ou estudo (2001) Vilar do Chão Vieira do Minho Ventosa Tabuaças Soutelo Soengas Salamonde Ruivães Rossas Pinheiro Parada do Bouro Mosteiro Louredo Guilhofrei Eira Vedra Cova Cantelães Caniçada Campos Anjos Anissó 0% 25% 50% 75% 100% Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. Nenhum Até 15 minutos De 16 a 30 minutos De 31 a 60 minutos De 61 a 90 minutos mais de 90 minutos Em Tabuaças, Campos, Ruivães, Guilhofrei e Ventosa a percentagem de população residente trabalhadora/ estudante que efectua os seus movimentos pendulares a pé varia entre os 10% e os 14%, sendo estes os valores mais elevados que ocorrem no concelho associados a esta modalidade. À medida que os tempos de deslocação vão avançando vai rareando o valor percentual de residentes nessas classes. Destacam-se, contudo, as freguesias de Caniçada, Cantelães e Salamonde com a percentagem mais elevadas (ainda que residual) de pessoas que perdem mais de 90 minutos nas suas viagens para local de trabalho/ estudo (mais de 3,4%, 4,8% e 6,3%, respectivamente). POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO O PRINCIPAL MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO NO TRAJECTO PARA O LOCAL DE TRABALHO OU ESTUDO Segundo os dados do Recenseamento Geral da População 1991/2001, no ano de 2001 em Vieira do Minho o transporte mais utilizado no trajecto para o local de trabalho/ estudo é o automóvel ligeiro particular. Em termos percentuais este modo de transporte representa 37% dos movimentos pendulares, e desta percentagem cerca de ¾ fazem-no na qualidade de condutores. Quanto aos restantes meios de transporte analise-se a tabela seguinte: Tabela IV.I.7a População residente segundo o principal meio de transporte utilizado no trajecto para o local de trabalho ou estudo, em (total) 2001 (total) Rubrica n.º % Rubrica n.º % Nenhum, vai a pé ,3 Automóvel ligeiro particular ,1 Autocarro ,9 Como condutor ,3 Comboio 4 0,1 Como passageiro ,7 Transporte colectivo da empresa ou escola ,9 Outro meio 49 0,7

107 107/282 Motociclo ou bicicleta Total Fonte: Censos 2001 Recenseamento Geral da população e habitação, INE. O mapa IV.I.7b transcreve esta realidade por freguesia. Em sete freguesias o automóvel ligeiro particular é utilizado por mais de 40% da população: Cova (S. João da Cova), Ventosa, Cantelães, Vieira do Minho, Tabuaças, Louredo e Eira Vedra e em 14 freguesias do concelho este é o modo de transporte mais utilizado. O autocarro é o modo de transporte de preferência em Anjos, Soengas e Vila do Chão (Vilarchão). À semelhança do anterior, também o modo nenhum, vai a pé é o preferencial em três freguesias: Guilhofrei, Pinheiro e Salamonde. Finalmente Rossas destaca-se por ser a única freguesia onde o modo de transporte preferencial ser o transporte colectivo da empresa ou escola. Mapa IV.I.7c População residente segundo o principal meio de transporte utilizado no trajecto para o local de trabalho ou estudo, em 2001 Estes dados, indicam que, à semelhança do que acontece um pouco por todo o país, a população está ainda muito dependente do transporte automóvel ligeiro particular sendo bem evidente que não é prática comum entre os condutores vieirenses a utilização deste transporte como passageiro, o que evitaria claramente a realidade um automóvel/ um passageiro. A prática da boleia, a ser implementada, para além de evitar ou mitigar questões de congestionamento das vias de comunicação, é também uma medida amiga do ambiente. Comprova-se, também, a pouca utilização do transporte colectivo como forma de transporte (ainda que a percentagem global de utilização não seja muito baixa o que pode ser explicado pelo factor transporte de estudantes).

108 108/282 IV.I.8 PROJECÇÕES DEMOGRÁFICAS Uma figura de planeamento como o Plano Director Municipal torna imperativa a elaboração das projecções demográficas, para que haja um conhecimento rigoroso sobre a população potencial, servindo de apoio à tomada de decisão, nomeadamente na programação de equipamentos colectivos, infra-estruturais e delimitação de perímetros urbanos. É perceptível o acentuar do fenómeno do envelhecimento à escala nacional, o que é reflexo do comportamento demográfico de outras sociedades, ao nível europeu: agrava-se o envelhecimento da população no futuro; decréscimo populacional até 2050 e perda de um quarto da sua população; duplo envelhecimento (mais idosos e menos jovens); população em idade activa diminui; envelhecimento em 2025 mais notório na base da pirâmide; duplo envelhecimento em 2050 mais notório no topo da pirâmide; previsível aumento da esperança média de vida bem como da manutenção dos níveis de fecundidade abaixo do limiar de substituição de gerações; possibilidade de ocorrência de saldos migratórios positivos; a longevidade feminina continua a ser mais elevada, em detrimento da população masculina. Ao nível do concelho de Vieira do Minho foram calculadas as projecções demográficas, por grupos etários até Não foi desagregada a informação à escala da freguesia, visto que o erro inerente às projecções da população aumenta à medida que se diminui a escala de análise. Para a elaboração da projecção foi definida uma metodologia que consistiu em, inicialmente, definir o objectivo desta operação, identificar a população à partida, analisar a actual situação demográfica, e por fim calcular as projecções. Estabeleceu-se como horizonte temporal o ano de 2021, numa óptica de projecção a médio prazo, atendendo à data de conclusão do processo de Revisão do PDM. Definiram-se hipóteses, à luz das quais deverão ser interpretados os dados, pois se as mesmas não forem efectivas no futuro, os resultados poderão não ser os expectáveis. Considerou-se que o comportamento das actuais variáveis demográficas seria permanente, ou seja, que a população jovem iria continuar a decrescer, que o carácter envelhecido da população seria cada vez mais acentuado, que as migrações não sofreriam qualquer alteração e que a taxa de fecundidade ficaria aquém da possibilidade de renovação de gerações. Aliás há mais de vinte anos que a fecundidade é baixa, com um nível inferior ao exigido para substituir as presentes gerações de pais, ou seja, cerca de 2,1 crianças por mulher (CARRILHO, 2004). Para o cálculo das projecções demográficas foram consideradas as seguintes variáveis: (i) população residente em 1991 e 2001 e por ano de nascimento no mesmo período; (ii) distribuição dos indivíduos por grupo etário, em 1991 e 2001; (iii) nados-vivos por idade da mãe desde 1991 até 2005; (iv) óbitos por grupo etário no período 1991 a 2005; (v) migrações ao nível do concelho. Em termos de processo considerou-se a evolução do número de indivíduos nos dois últimos períodos censitários, isto porque não é razoável recuar em termos temporais, visto que a dinâmica demográfica explícita

109 109/282 a partir da década de 90 difere do comportamento demográfico anterior a esta data. Nessa época as taxas de natalidade/ mortalidade eram mais elevadas, os movimentos migratórios tinham algum significado, sobre a forma de emigrações e actualmente sobressaem as imigrações. Analisou-se a evolução da população nestas duas décadas e o volume de população em cada um dos grupos etários, comparativamente ao total populacional. Foi induzida a componente demográfica à dos Recenseamentos Gerais da População, de modo a aferir o potencial fértil da população, o número potencial de indivíduos e também o grau de envelhecimento da população. Fez-se actuar a mortalidade nos grupos etários com idades mais avançadas e projectou-se a natalidade no número potencial de mulheres em período fértil (dos 15 aos 49 anos). Reitera-se o facto do exercício de avaliação prospectiva populacional de um determinado território ter de ser interpretado à luz do contexto do modelo seleccionado, bem como das hipóteses definidas a priori. Admitindo que o ritmo de crescimento se manteve constante foi projectada a população do concelho de Vieira do Minho, segundo três métodos: (i) ritmo de crescimento contínuo RCC, (ii) ritmo de crescimento aritmético RCA e (iii) ritmo de crescimento geométrico RCG. RCC = [ ln ( Pn 17 / P0) ] / n RCA = ( Pn - P0 ) / P0 x n RCG = log ( Pn / P0 ) = n log ( 1 + a ) No intuito de perceber qual o processo que mais se adequava ao concelho de Vieira do Minho, foram calculados os três para este município. Chegou-se à conclusão que os três processos produziram resultados muito semelhantes. À escala concelhia verificou-se que o seu ritmo de crescimento varia entre os e os O cenário de crescimento geométrico seria o único em que o concelho poderia crescer, uma vez que ao nível dos ritmos de crescimento contínuo e aritmético se prevê um decréscimo da população. Ainda que o mesmo não seja muito significativo, atendendo ao número de residentes em 2001 (14.724) e ao projectado ( no cenário de crescimento contínuo e no cenário de crescimento aritmético), o que poderá ser explicado pelo facto do município entrar numa fase de relativa estabilização populacional, apesar do progressivo envelhecimento. Tabela IV.I.8 Projecção da população, em 2021, no concelho de Vieira do Minho Freguesias 2021 Crescimento contínuo aritmético geométrico Vieira do Minho (concelho) Anissó Pn é o momento inicial, P0 momento anterior e n é a diferença entre Pn e P0.

110 110/282 Anjos Campos Caniçada Cantelães Cova Eira Vedra Guilhofrei Louredo Mosteiro Parada do Bouro Pinheiro Rossas Ruivães Salamonde Soengas Soutelo Tabuaças Ventosa Vieira do Minho Vilar do Chão O crescimento geométrico, comparativamente aos processos de crescimento contínuo e aritmético, representa um acréscimo de residentes, em todas as freguesias, à excepção da freguesia de Pinheiro, onde se registou a perda de um indivíduo. Em 2021 e analisando qualquer um dos processos, as freguesias mais povoadas continuam a ser Guilhofrei, a vila de Rossas e naturalmente a sede concelhia Vieira do Minho. No pólo oposto surgem as freguesias de Anissó, Campos, Soutelo e Soengas como as menos povoadas.

111 111/282 IV.II ESTRUTURA FUNDIÁRIA O estudo dos tipos de utilização da terra serve, antes de mais, para tomar conhecimento da tendência de evolução das áreas agrícola e florestal no concelho, sendo que o incremento de uma ou de outra poderá significar o abandono ou aumento das superfícies agrícola e/ou silvo-pastoril, por parte da população. A fonte utilizada para a análise realizada foi a base de dados estatísticos dos Recenseamentos Gerais da Agricultura (RGA) referente aos anos de 1989/ 99, do Instituto Nacional de Estatística (INE). Serão aqui analisados parâmetros como (i) estrutura das explorações agrícolas, (ii) usos/ utilizações das terras, (iii) efectivos animais (iv) máquinas agrícolas e, finalmente (v) população e mão-de-obra agrícola. Os valores relativos a áreas são sempre expressos em hectares (salvo menção em contrário). Em termos de enquadramento territorial, Vieira do Minho pertence à Região Agrária de Entre Douro e Minho, conforme se pode visualizar no mapa seguinte. Mapa IV.IIa Enquadramento do concelho de Vieira do Minho na região agrária

112 112/282 IV.II.1 ESTRUTURA DAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS FORMA DE EXPLORAÇÃO DA SAU As formas de exploração da SAU referem-se à forma jurídica pela qual o produtor dispõe da terra, e são concretizadas em cinco modalidades, a saber: conta própria, arrendamento fixo, arrendamento de campanha, arrendamento de parceria e outras formas. Os valores relativos a estes itens serão analisados em relação ao número de explorações e respectiva área. Em termos percentuais, tanto o número de explorações como a área têm como forma de exploração dominante a conta própria, ou seja, a superfície agrícola utilizada da exploração que é propriedade do produtor. Gráfico IV.II.1a Formas de exploração da SAU outras formas 2,5% parceria 3,6% Fonte: RGA 1989/99, INE. arrend. campanh a 0,0% arrend. fixo 2,1% conta própria 91,7% ENQUADRAMENTO JURÍDICO E CONTABILÍSTICO DAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS No concelho de Vieira do Minho, assim como no território continental, a rubrica com maior representatividade da realidade da exploração agrícola, quanto à natureza jurídica do produtor, é a de produtor singular autónomo. O mesmo é dizer que o trabalho agrícola continua a ser praticado por uma pessoa singular que, de forma permanente ou predominante, faz agricultura sem recurso (ou com recurso excepcional) ao trabalho assalariado. A tabela seguinte mostra a grande predominância do produtor singular autónomo no concelho. O gráfico representa a variação em percentagem desta realidade não só no concelho, mas também nas regiões suas vizinhas. Tabela IV.2.1a Natureza jurídica do produtor no concelho de Vieira do Minho, em 1999 Rubrica Número de explorações Produtor singular autónomo 1154 Produtor singular empresário 23 Sociedades de agricultura de grupo 1 Outras formas de sociedade - Baldios 17 Estado e pessoas públicas 2 Outras formas de natureza jurídica dos produtores - Fonte: RGA 1989/99, INE. - Resultado Nulo

113 113/282 Gráfico III.2.1b Natureza jurídica do produtor (produtor singular autónomo): enquadramento do concelho. Vieira do Minho -40,0 NUT III - Ave -39,0 NUT II - Norte -29,0 RA - Entre Douro e Minho -40,0 NNUT I - Continente -32,0-50,0-40,0-30,0-20,0-10,0 0,0 em % Fonte: RGA 1989/99, INE. Apesar de esta ser a natureza jurídica por excelência, assistiu-se em todo o território ao seu abandono. Os dados falam por si: na NUT II Norte houve um abandono de cerca de 29% face a 1989 (ao nível do continente, as maiores perdas sempre na ordem dos 32% - fizeram-se sentir nas NUTs Lisboa e Vale do Tejo e Centro). Também nas duas regiões agrárias que constituem a NUT II Norte se assistiu à perda de explorações, ainda que consideravelmente superior em Entre Douro e Minho (menos 40% e 13% Alto Trásos-Montes que em 1989). Gráfico III.2.1c Natureza jurídica do produtor (baldios): enquadramento do concelho. Vieira do Minho -10,5 NUT III - Ave -29,2 RA - Entre Douro e Minho -9,4 NUT II - Norte 22,3 NNUT I - Continente 19, em % Fonte: RGA 1989/99, INE. Importa, ainda, atender aos valores relativos às rubricas baldios 18 e Estado e pessoas públicas. Entre 1989 e 1999 a tendência do continente foi a de aumento do número de explorações com baldios (cerca de 20%), aumento esse apenas acompanhado pelo registado na NUT II Norte (22%). No seio desta região as disparidades são imensas: enquanto em Alto Trás-os-Montes o número de explorações com baldios aumentou na razão do dobro da década anterior, em Entre Douro e Minho houve um decréscimo (-9,4%). A NUT III Ave também regista diminuição de explorações com baldios, assim como o concelho de Vieira do Minho. Uma nota final para dar conta que o concelho de Vieira do Minho foi, nesta altura, a única região, a mostrar um aumento, ainda que pouco acentuado, de produtor singular empresário (natureza jurídica registada em mais três explorações face a 1989). 18 Terrenos possuídos e geridos por comunidades locais. Para os efeitos da lei, comunidade local será o universo dos compartes. São compartes os moradores de uma ou mais freguesias ou parte delas que, segundo os usos e costumes, têm direito ao uso e fruição do baldio. Os baldios constituem, em regra, logradouro comum, designadamente para efeitos de apascentação de gados, de recolha de lenhas ou de matos, de culturas e outras fruições, nomeadamente de natureza agrícola, silvícola, silvo-pastoril ou apícola. Os baldios podem, no todo ou em parte, ser objecto de expropriação por motivo de utilidade pública ou por abandono injustificado. Podem constituir-se servidões sobre parcelas de baldios, nos termos gerais de direito, nomeadamente por razões de interesse público. (Lei 68/93, de 4 de Setembro, alterada pela Lei 89/97, de 30 de Julho).

114 114/282 A contabilidade agrícola de determinada exploração considera-se organizada quando comporta o registo sistemático de todas as receitas e despesas, um balanço e uma conta de exploração 19. Os dados dos recenseamentos dizem que nesta década o número de explorações com contabilidade agrícola organizada (balanço e conta de exploração) aumentou por todo o continente português. Com excepção do Centro, a NUT II Norte foi a que maior aumento registou (94%) e, à medida que a escala de análise vai diminuindo, mais se vai evidenciando a dicotomia litoral/ interior, sendo que é no litoral que este aumento mais se faz sentir. Por outro lado, as outras formas de contabilidade agrícola (não organizada e sem registo de receitas e despesas) têm vindo a ser banidas uma vez que o número de explorações associada a este tipo de organização tem vindo a registar uma variação negativa um pouco por todo o continente. IV.II.2 UTILIZAÇÃO DAS TERRAS SUPERFÍCIE AGRÍCOLA UTILIZADA Por Superfície Agrícola Utilizada (SAU) 20 entende-se toda a área afecta à exploração agrícola. A tabela seguinte contém os valores respeitantes à SAU nos dois anos em análise, em número de explorações e área. Em termos de enquadramento regional destaca-se a tendência de diminuição deste uso do solo tanto na NUT I Continente como nas NUT II, NUT III e Região Agrária de Entre Douro e Minho. No concelho de Vieira do Minho este tipo de uso do solo registou um decréscimo generalizado entre 1989 e 1999, tanto em número de explorações (menos 757) como em área (2718,97ha). Tabela IV.II.2a Superfície Agrícola Utilizada (SAU). Enquadramento regional Unidade Geográfica Variação Número de Número de Área Área Área explorações explorações NUT I Continente , ,15-3,7 NUT II Norte , ,45-13,5 RA Entre Douro e Minho , ,51-25,5 NUT III Ave , ,9-32,7 Vieira do Minho (concelho) , ,61-35,7 Fonte: RGA 1989/99, INE. Mapa IV.II.2a contém os valores respeitantes à SAU, nomeadamente a variação relativa do número de explorações e área entre 1989 e 1999, por freguesia. Apenas três freguesias não seguem a tendência concelhia de diminuição de área afecta à SAU: Parada do Bouro, Guilhofrei e Campos. Nas restantes dezoito freguesias houve, efectivamente, abandono desta utilização da terra face a Podem, contudo destacar-se algumas situações: as freguesias de Ventosa, Cova (S. João da Cova) e Eira Vedra que registaram naquele período a maior perda de área afecta à SAU (perdas sempre superiores a 70% face ao existente na década 19 ( ) Apenas se considera que uma contabilidade é organizada quando esta segue o plano oficial de contas (POC), no entanto, neste código deve considerar-se também a contabilidade do RICA, in INE. 20 Superfície da exploração que inclui terras aráveis (limpa e sob-coberto de matas e florestas), culturas permanentes, prados e pastagens permanentes, in INE.

115 115/282 anterior), assim como a faixa de freguesias localizadas no extremo norte do concelho (exceptuando, claro, a de Parada do Bouro). Esta área do concelho corresponde, como já foi referido em capítulos anteriores, a áreas com maior efectivo populacional e com certeza a áreas onde a evolução do número de edifícios e alojamentos tem aumentado. Já no que diz respeito ao número de explorações não só se mantém a tendência de diminuição, como também todas as freguesias a acompanham. As que maior número de explorações perderam face a 1989 foram as de Ventosa e Cova (S. João da Cova) ambas perderam mais de 65% do total de explorações afectas à SAU. Mapa IV.II.2a Evolução da área e explorações ocupadas por SAU no concelho de Vieira do Minho, entre 1989/99 No mapa seguinte é possível visualizar quais as freguesias nas quais a SAU ocupa maior área face ao total de área da freguesia. Destacam-se, desde logo as localizadas em toda a faixa sul concelhia que inclui Guilhofrei, Rossas, Anjos e Vilar do Chão (Vilarchão), Campos e Ruivães. Por outro lado, são as freguesias localizadas na concha central do concelho a registar menor ocupação da SAU face à área total da freguesia.

116 116/282 Mapa IV.II.2b Percentagem de SAU na superfície total das freguesias do concelho de Vieira do Minho TERRA ARÁVEL LMPA, MATAS E FLORESTAS COM CULTURAS SOB- COBERTO E CULTURAS PERMANENTES O total de terra arável limpa (TAL) 21 permite aferir da evolução da ocupação da terra arável com culturas temporárias em cultura principal; significa a parcela de terra cultivada não associada a sob-coberto de matas e florestas. As culturas sob-coberto de matas e florestas (CSMF) constituem áreas cobertas com árvores ou arbustos de povoamentos puros e/ou mistos, onde há actividade agrícola. Por fim, as culturas permanentes (CP) são todas as culturas que ocupam a terra durante períodos de tempo suficientemente longos para fornecer repetidas colheitas. O gráfico IV.II.2a mostra a variação relativa que estes três usos do solo registaram entre 1989 e No que diz respeito à NUT I Continente, os valores permitem constatar a tendência no sentido do abandono da prática agrícola, já que tanto a área afecta à terra arável limpa como ao total de culturas permanentes se encontra em declínio a par do aumento da área de culturas sob-coberto de matas e florestas. As restantes regiões representadas, contudo, não registam o mesmo comportamento, uma vez que, ao contrário da NUT I, se assiste a uma diminuição da área de culturas sob-coberto de matas e florestas tanto na NUT II como na RA onde se insere o concelho de Vieira do Minho. Refira-se ainda que na NUT II Norte se assiste, até, a um aumento ainda que pouco acentuado da área com culturas permanentes. 21 Superfícies ocupadas com culturas temporárias em cultura principal, pousio e horta familiar. Designa-se por limpa porque não inclui a terra arável que está sob-coberto (associada) de matas e florestas, in INE.

117 117/282 Gráfico IV.II.2a Usos/ utilizações do solo. Variação da área em percentagem (1989/ 1999) enquadramento regional percentagem 20,0 0,0-20,0-40,0-60,0 Fonte: RGA 1989/99, INE. Total de terra arável limpa Total de culturas sob-coberto de matas e florestas Total de culturas permanentes NUT I - Continente NUT II - Norte RA - Entre Douro e Minho Os valores na NUT III Ave e concelho de Vieira do Minho são idênticos. Isto porque ambos os territórios registaram naquela década decréscimo de área afecta aos usos terra arável limpa e culturas permanentes, sendo que as perdas registadas no concelho são sempre superiores às da NUT III a que pertence (em valores que rondam os menos 50% e menos 39%em terra arável limpa e culturas permanentes, respectivamente). Por outro lado, as culturas sob-coberto de matas e florestas registaram nestas unidades territoriais um comportamento idêntico ao atrás descrito para a NUT I, ou seja, aumento de área afecta. Estes aumentos são muito elevados; em Vieira do Minho, por exemplo este uso da terra aumentou quase oito vezes face ao total existente em 1989 (de 17,26ha para 1343,67ha na década seguinte). Este comportamento espelha claramente a tendência no sentido do abandono da prática agrícola. Analisemos, agora os dados respeitantes às freguesias (mapas IV.II.2c e d e tabela IV.II.2b em anexo). Apenas serão cartografadas as variáveis terra arável limpa e culturas permanentes visto que não existem dados respeitantes às culturas sob-coberto de matas e florestas que permitam a análise da variação entre 1989 e 1999 (conforme se pode ver na tabela atrás referida). Mapa I IV.II.2c Evolução da área ocupada por terra arável limpa no concelho de Vieira do Minho, entre 1989/99

118 118/282 Relativamente à primeira variável terra arável limpa, assiste-se a uma clara tendência de abandono: em mais de metade das freguesias as perdas de área com terra arável limpa são inferiores ao valor concelhio (menos 50,15%). Ainda assim, destacam-se as freguesias de Anjos e Rossas com aumentos de terra arável limpa na ordem dos 26,9% e 115,1%, respectivamente. Em Soutelo registou-se a maior perda de TAL entre 1989 e As culturas permanentes comportam-se, em termos de distribuição geográfica, de forma bastante diferente da anterior. Não só porque aumenta o número de freguesias com variação positiva, mas também porque diminui o número de freguesias com valores inferiores ao concelhio (menos 38,58%). Assim, e relativamente à primeira destacam-se as freguesias localizadas próximo da barragem do Ermal: Pinheiro, Guilhofrei, Anissó, Mosteiro e Vieira do Minho. Em Campos, Eira Vedra, Cantelães, Cova, Louredo, Ventosa, Tabuaças, Anjos, Parada do Bouro e Rossas as perdas de área afecta a culturas permanentes foram mais acentuadas que a registada pelo conjunto do concelho. Mapa IV.II.2d Evolução da área ocupada por culturas permanentes no concelho de Vieira do Minho, entre 1989/99 Em conclusão, pode afirmar-se que, no que diz respeito à utilização das terras, o concelho de Vieira do Minho não se distancia daquilo que é o comportamento do país e até da região agrária em que se insere. De uma forma generalizada, a tendência é a de abandono das práticas agrícolas por parte da população, e prova disso são a diminuição de área e explorações com SAU, terra arável limpa e até culturas sob-coberto de matas e florestas.

119 119/282 IV.II.3 EFECTIVOS ANIMAIS A dinâmica da pastorícia é extremamente importante já que dela depende a diminuição da carga de combustível nas áreas silvo-pastoris e, consequentemente, a redução do risco de incêndio. Assim, a análise que se propõe depende dos valores relativos à evolução do número de efectivos animais de grande porte que maior influência têm no concelho: bovinos, suínos, ovinos, caprinos e equídeos 22. O gráfico seguinte representa a variação relativa do número de efectivos animais por unidade geográfica face ao ano de Um primeiro olhar sobre estes dados revela duas particularidades: a primeira é a grande semelhança entre os valores do País e os do Continente exceptuando o total de efectivos bovinos (a sua variação é positiva no País ainda que residual: 1,0% -, no Continente esta variação é negativa menos 2,0% face a 1989). Ainda sobre estas duas unidades geográficas: o maior decréscimo de número de efectivos animais fez-se sentir maioritariamente no número de equídeos e caprinos. A segunda reside no facto de que todas as unidades territoriais registaram um decréscimo de efectivos suínos e caprinos. Gráfico IV.II.3a Usos/ utilizações do solo. Variação da área em percentagem (1989/ 1999) enquadramento regional equídeos caprinos ovinos suínos bovinos -60,0-40,0-20,0 0,0 20,0 40,0 60,0 em % Fonte: RGA 1989/99, INE. Vieira do Minho NUT III - Ave RA - Entre Douro e Minho NUT II - Norte NUT I - Continente País Em termos absolutos, em 1999 existe um predomínio dos efectivos bovinos na RA, NUT III Ave e concelho de Vieira do Minho, enquanto no País, NUT I e NUT II Norte o predomínio existente é respeitante aos efectivos ovinos. Em 1999 as freguesias com maior efectivo animal eram as de Mosteiro, Anjos, Campos, Ruivães e Rossas (560, 773, 881, 1620 e 2177 respectivamente). Destas, apenas Mosteiro segue o comportamento concelhio no que toca à predominância de bovinos. Das restantes, três Anjos, Campos e Rossas apresentam predominância de ovinos e Ruivães destaca-se pela predominância de caprinos (51,75 dos efectivos de 1999). No mapa seguinte está representada a variação percentual do total de efectivos animais existentes no concelho, entre 1989 e Catorze freguesias registaram neste período perdas de efectivo animal 22 Todos os animais propriedade da exploração, bem como os criados sob contrato pela exploração ( ) podem encontrar-se na exploração ou fora da exploração (feiras, mercados, superfícies pertencentes a outras explorações, etc.). Tomou-se como referência o dia de passagem do entrevistador. Inclui: os animais pertencentes ao pastor da exploração. Exclui: os animais de passagem não pertencentes à exploração (como por exemplo: machos ou fêmeas trazidos à cobrição; rebanhos em migração que devem ser considerados como explorações independentes) e os animais cedidos pela exploração a terceiros sob contrato, in INE.

120 120/282 superiores ao valor concelhio (-24,54%) e apenas três mostram variações positivas: Campos, Anissó e Soutelo (mais 17,2%, 40,8% e 43,9%, respectivamente, face à década anterior). Mapa IV.II.2e Variação relativa do numero de animais no concelho de Vieira do Minho, entre 1989/99 Em 1999, do total de 365 efectivos equídeos, cerca de metade pertence à freguesia de Cantelães. Já em termos de variação percentual destes animais entre 1989 e 1999, são seis as freguesias que mostram uma tendência evolutiva negativa Eira Vedra, Mosteiro, Parada do Bouro, Rossas, Vieira do Minho e Vilar do Chão (Vilarchão) e outras tantas onde houve aumento dos efectivos: Anissó, Anjos, Cantelães, Guilhofrei, Ruivães e Salamonde. Segundo a Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana do município de Vieira do Minho, existem actualmente 350 equídeos no concelho, o mesmo é dizer que desde 1989 o total de equídeos decresceu 50 efectivos. IV.II.4 MÁQUINAS AGRÍCOLAS Em 1999, 23 em cada 100 explorações possuíam tractor próprio, mais 67 do que em Esta evolução resulta do aumento efectivo do número de tractores (33,8%), acentuado pelo desaparecimento das explorações. Assim como no concelho, também nas restantes unidades territoriais onde este se insere se assistiu ao aumento do número de tractores, a mais acentuada das quais na NUT II Norte. Estes valores podem reflectir a melhoria das condições de mecanização das explorações agrícolas concelhias.

121 121/282 Gráfico IV.II.4 a Variação do número de tractores e explorações com tractores, entre 1989e Enquadramento territorial. Vieira do Minho tractores NUT III - Ave explorações RA - Entre Douro e Minho NUT II - Norte NUT I - Continente PT - País 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 percentagem Fonte: RGA 1989/99, INE. Quanto ao comportamento concelhio, refira-se que dos 305 tractores existentes em 1999, cerca de 30% encontravam-se nas freguesias de Guilhofrei, Rossas e Mosteiro. Por outro lado, as freguesias onde o número destas máquinas agrícolas é menor são as localizadas no extremo norte concelhio: Caniçada, Ventosa, Cova (S. João da Cova), Louredo e Soengas. Na tabela seguinte encontram-se os valores respeitantes às restantes máquinas agrícola no concelho: Tabela IV.II.4 a Outras máquinas agrícolas no concelho de Vieira do Minho (1989/1999) Vieira do Minho (concelho) Variação 1989/99 Nº máquinas Nº máquinas Relativa Absoluta Motocultivadores ,6 15 Motoenxadas (motofresas) ,7-5 Motoceifeiras (motogadanheiras) ,8 53 Electrobomba/motobomba (dado não disponível) Distribuidores de adubos e correctivos ,0 6 Semeadores ,1-9 Plantadores/transplantadores ,0-2 Pulverizadores/polvilhadores ,0-11 Gadanheiras ,3 41 Colhedores de forragens ,0 9 Enfardadeiras ,4 37 Fonte: RGA 1989/99, INE. IV.II.5 POPULAÇÃO E MÃO-DE-OBRA AGRÍCOLA ORIGEM DO RENDIMENTO DO AGREGADO DOMÉSTICO DO PRODUTOR

122 122/282 Por último, resta analisar os dados relativos à origem do rendimento do agregado doméstico do produtor. Em termos absolutos, e por todo o território continental, a principal proveniência do rendimento do agregado doméstico do produtor é exterior à actividade agrícola, sendo, também, cada vez menor o número de agregados cujo rendimento depende exclusivamente da actividade da exploração. Gráfico IV.II.5 a Origem do rendimento do agregado doméstico do produtor 57% Fonte: RGA 1989/99, INE. 4% 39% proveniente exclusivamente da actividade da exploração principalmente da actividade da exploração principalmente de origem exterior à actividade da exploração Os dados para o ano de 1999, face ao total de explorações, mostram que no concelho de Vieira do Minho, o número de explorações onde o rendimento do agregado doméstico do produtor singular proveniente exclusivamente da actividade da exploração é na ordem dos 4%, enquanto em cerca de 57% das explorações o rendimento tem origem exterior à actividade da exploração.

123 123/282 IV.III ACTIVIDADES ECONÓMICAS E EMPREGO IV.III.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS POR SECTORES DE ACTIVIDADE Os sectores de actividade económica distinguem-se em três grandes grupos: o sector primário (CAE 0), o sector secundário (CAE 1 a 4) e o sector terciário (CAE 5 a 9). A expansão do terciário em Portugal na última década é notória, apesar do débil desenvolvimento e estruturação do primário e secundário. Aliás, o sector terciário engloba actividades de natureza heterogénea e diversificada, que não podem ser incluídos nos outros dois, totalmente circunscritos. Deste facto resulta o seu carácter vasto, mas sobretudo disperso (sector de aglutinação). Em 1991, era o sector terciário o que predominava no tecido económico do concelho, uma vez que empregava aproximadamente 42% da população residente em idade activa. O sector primário era responsável por 22% dos activos. O sector secundário quedava-se nos 36%. Em 2001 a tendência é de aumento para os sectores secundário (mais 10,2%) e terciário (mais 4,5%) à custa do primário que, em termos relativos é o que perde população face à década anterior (menos 14,8%). Ainda assim, e porque não se pode olvidar que este é um concelho cujas freguesias são, predominantemente rurais, esta realidade pode estar relacionada com o facto de que, em muitos casos, a agricultura é encarada como uma actividade complementar e de subsistência. Gráfico IV.III.1a População residente empregada, segundo o sector de actividade económica (1991 e 2001) 100% 75% 50% 25% 0% 41,9 % 35,6 % 46,4 % 45,9 % 22,5 % 7,7% sector I sector II sector III Fonte: INE, Recenseamento Geral da População de 1991 e Vieira do Minho NUT III - Ave NUT II - Norte NUT I - Continente 0% 25% 50% 75% 100% Sociedades do Sector Primário Sociedades do Sector Secundário Sociedades do Sector Terciário Apesar destes valores, a economia concelhia ainda tem uma fraca oferta de infra-estruturas económicas, quer ao nível das comunicações e telecomunicações, quer ao nível de equipamentos colectivos mais específicos, necessários para o aumento da produtividade das actividades industrias. Por outro lado, a sua estrutura produtiva assenta em sectores tradicionais de baixa produtividade, a qual resulta quer da indisponibilidade de infra-estruturas adequadas, quer do fraco nível de qualificação da mão-deobra. A indústria transformadora é a actividade que assegura a maior fatia do emprego no secundário. No entanto, considerando a dupla vertente emprego e valor acrescentado, o subsector de electricidade emerge como aquele que mais importância tem no concelho. Refira-se ainda a importância da actividade de construção e de obras públicas. Quanto ao sector terciário, a situação revela, à semelhança do que acontece com o sector secundário, algumas carências. De facto, é patente no concelho, uma reduzidíssima capacidade de oferta de serviços especializados nomeadamente bancários, seguradoras e hoteleiros.

124 124/282 IV.III.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EMPREGO PROCURA DE EMPREGO Em termos de enquadramento ao nível de Portugal, e segundo a Informação Mensal do Mercado de Emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), refira-se que no fim de Março de 2007 o número de pessoas registadas como desempregados nos Centros de Emprego do Continente e Regiões Autónomas em comparação com o mesmo mês do ano anterior, sofreu uma quebra na ordem dos 8,1%. Importa também referir que o género feminino apresenta-se como maioritário no total do desemprego registado (58,3%). Nos gráficos seguintes estão representados alguns dados relativamente è situação recente do emprego em Portugal. Gráfico IV.III.2a Estrutura do emprego registado em Março de 2007 indivíduos ,5-5,6-8,1 pedidos de empregodesemprego registadoofertas de emprego Março, 2007 Variação relativa (mês homólogo) 60,0 40,0 20,0 0,0-20,0 percentagem Fonte: MTSS/ IEFP, Informação mensal do mercado de emprego, O concelho de Vieira do Minho é servido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Fafe que, para além daqueles serve também o de Póvoa de Lanhoso, todos situados na Região do Vale do Ave. A estes concelhos corresponde uma população residente de indivíduos, distribuída por 86 freguesias, numa área total de 570,1 km 2 (2004). A análise seguinte recai sobre os dados do IEFP respeitantes ao centro de emprego de Fafe (CEF) nos últimos cinco anos e, já que os actualizados se reportam ao mês de Março, optou-se por analisar os análogos de cada um deles. O total de desempregados inscritos no CEF varia entre os em Março de 2003 e os no mesmo mês de Destes, 50,1% estiveram inscritos menos de um ano e os restantes mais de um ano (ver tabelas

125 125/282 III.3.2a,b e c em Anexo III.3.2 Caracterização geral do emprego. Procura de emprego). Ao longo destes cinco anos, e de acordo com estes dados, assistiu-se ao aumento percentual do número de desempregados com mais de um ano de inscrição (em cerca de 10,2% face ao ano base) acompanhado pela diminuição, também em termos percentuais, dos inscritos por menos de um ano (que passaram de 60,2% em 2003 para 50,1% em 2007). Mais de 90% destes pedidos dizem respeito a novo emprego. Finalmente refira-se que em 2007 o grupo etário mais atingido por este flagelo social era o dos 35 a 54 anos. Aliás, em todos os anos em análise esta faixa etária representa sempre mais de 40% da população desempregada. A variação percentual entre 2003 e 2007, por grupo de idades, revela que a população desempregada mais jovem com menos de 25 e entre os 25 e os 34 anos tem vindo a decrescer (menos 7,0% no primeiro e -0,5% no segundo grupo de idades). Tabela IV.III.2a Desemprego por tempo de inscrição e grupo etário(cef) Período Total tempo de inscrição grupo etário < 1 ano >1 ano < 25 anos anos anos 55 anos e + Março Março Março Março Março Fonte: MTSS/ IEFP, Informação mensal do mercado de emprego, Ainda em termos de evolução entre 2003 e 2007 (Março; situação no fim do mês), é gritante a discrepância entre o número de desempregados/ pedidos de emprego e as ofertas efectivas. Estes dados mostram que há uma tendência de aumento de pedidos de emprego entre 2003 e 2006, e paralelamente um aumento de respostas positivas a estes pedidos entre 2005 e Apesar do número efectivo de desempregados ter diminuído nos dois últimos anos, a linha de tendência mostra uma tendência de aumento entre 2003 e Gráfico IV.III.2b Procura e oferta de emprego segundo C.E. de Fafe (situação no fim do mês) indivíduos Mar_2003 Mar_2004 Mar_2005 Mar_2006 Mar_2007 Desempregados Ofertas de emprego Linear (Desempregados) Fonte: MTSS/ IEFP, Informação mensal do mercado de emprego, Efectivamente, o concelho de Vieira do Minho acompanha a tendência do País no que diz respeito à situação perante o emprego. Não só no que diz respeito ao género, uma vez que se verifica a superioridade do número

126 126/282 de mulheres desempregadas (60,0%), como ao facto de os desempregados com tempo de inscrição inferior a um ano serem em maior número (cerca de 57,0%) e, finalmente, perante a situação face à procura de emprego, já que 88,2% da população nesta situação está à procura de novo emprego. Tabela IV.III.2b Desemprego registado por concelho segundo o género, tempo de inscrição e situação face à procura de emprego (situação no fim do mês) C.E. de Fafe situação face à procura de género tempo de inscrição emprego H M < 1 ano 1 ano e mais 1.º emprego novo emprego TOTAL Vieira do Minho Póvoa de Lanhoso Fafe Fonte: MTSS/ IEFP, Informação mensal do mercado de emprego, O gráfico seguinte representa o desemprego registado por grupo etário. Em Vieira do Minho cerca de 22% da população desempregada tem menos de 25 anos, percentagem largamente superior à registada no País (recorde-se o valor apresentado no gráfico IV.III.2a: 13,5%). Não obstante, o grupo etário com o valor mais elevado é o da população com idades compreendidas entre os 35 a 54 anos (37,6%). Gráfico IV.III.2c Desemprego registado por concelho segundo o grupo etário (situação no fim do mês) Vieira do Minho Póvoa de Lanhoso Fafe 22,3 27,7 22,0 29,7 15,6 20,4 41,6 37,6 37,4 12,3 10,9 22,4 0% 20% 40% 60% 80% 100% Fonte: MTSS/ IEFP, Informação mensal do mercado de emprego, < 25 anos anos anos 55 anos e + No que diz respeito ao desemprego registado segundo os níveis de escolaridade pode referir-se que em termos percentuais, no concelho, mais de 60% da população desempregada tem o 2.º e 3.º ciclos do ensino básico (34,6% do primeiro e 30,1% do segundo). Cerca de 15% tem o 3.º ciclo do EB, 12,1% tem o secundário, 5,5% tem o ensino superior e 2,3% não tem nível de ensino. Gráfico IV.III.2d Desemprego registado por concelho segundo os níveis de escolaridade (situação no fim do mês) 5,5% 34,6% 12,1% 80,0% 30,1% 2,3% 15,3% Fonte: MTSS/ IEFP, Informação mensal do mercado de emprego, nenhum secundário superior 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo

127 127/282 Em forma de conclusão pode afirmar-se que, entre Março de 2003 e o mesmo mês de 2007, o aumento extraordinário do número de desempregados inscritos (30,6%) não correspondeu, na mesma proporção, ao aumento de ofertas de emprego (apesar das oscilações, entre 2004 e 2007 o número de ofertas de emprego aumentou de 156 para 157). Menos de 10% destes desempregados (em todos os anos) estão em situação de primeiro emprego, o que explica a ligeira diminuição de desempregados inscritos com menos de 25 anos e, por outro lado o aumento de desempregados com idades entre os 34 e os 54 anos de idade. Estes valores são o espelho do afastamento cada vez maior do mercado de trabalho da faixa etária activa mais envelhecida e a dificuldade da reinserção desta na vida laboral. ESTRUTURA DO EMPREGO NO CONCELHO Os dados do recenseamento geral da população de 2001 mostram que naquele ano havia pessoas com actividade económica no concelho de Vieira do Minho e (ou 56,1% da população residente com 15 ou mais anos) sem actividade económica (estudantes, domésticos, reformados, aposentados ou na reserva, incapacitados permanentemente para o trabalho, outros). O gráfico seguinte representa a população residente, por grupos etários acima dos 15 anos, com e sem actividade económica no concelho. É evidente o peso, em termos absolutos, que as faixas etárias acima dos 54 anos sem actividade económica exercem sobre as mesmas com actividade económica, apesar do número superior de efectivos com idades compreendidas entre os 20 a 49 anos com actividade económica. Gráfico IV.III.2d População com 15 ou mais anos com e sem actividade económica, por grupos etários em Vieira do Minho, indivíduos anos anos anos anos anos anos Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação 2001 (Resultados Definitivos) anos anos anos anos anos anos 75 ou + anos População com actividade económica População sem actividade económica Não obstante, é importante que se esclareça que a percentagem desta população até aqui referida como com actividade económica diz respeito à efectivamente empregada e àquela que no momento do Censo se encontrava em situação de desemprego gráfico IV.III.3e. Assim, do total de população com mais de 15 anos com actividade económica, destacam-se as faixas etárias mais jovens e as mais envelhecidas como aquelas que sentem maiores dificuldades em (re)integrar o mercado de trabalho, fruto dos valores elevados que aqui se lêem. Acresce a este o facto de que se assiste a uma grande diferenciação por sexos dentro do concelho, na medida em que, em termos absolutos, é muito menor o número de mulheres empregadas por grupo etário e maior o número de mulheres em situação de desemprego (ambos em todas as faixas etárias em análise).

128 128/282 Gráfico IV.III.2e População residente com actividade económica (empregada e desempregada), por grupos etários. percentagem 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0-5, anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos 75 ou + anos Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação 2001 (Resultados Definitivos) População Empregada População Desempregada Um dado importante a considerar prende-se com a qualificação da mão-de-obra desempregada no concelho (gráfico IV.III.2f), uma vez que o baixo nível de instrução da população activa poderá explicar as debilidades a que o sistema de emprego do País está sujeito: fraca produtividade e inovação, etc. Efectivamente, se se analisar o referido gráfico, facilmente se conclui que, excluindo o ensino secundário, a tendência é para que, à medida que vai aumentando o nível de escolaridade vai diminuindo a percentagem de população desempregada cerca de 77% dos desempregados do concelho têm o ensino básico e apenas 4,6% têm o ensino superior. Gráfico IV.III.2f Qualificação da mãode-obra desempregada (2001) Ensino Superior Ensino Médio Ensino Secundário 3º Ciclo 2º Ciclo 1º Ciclo Sem nivel de ensino 0,2 2,6 4,6 14,9 12,9 29,5 35,2 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 percentagem Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação 2001 (Resultados Definitivos) IV.IV TURISMO O dossier do turismo, a nível municipal terá de ser visto como uma oportunidade de potencializar um conjunto de recursos endógenos associados a factores como o clima, qualidade ambiental, paisagística e cultural, condições de segurança, acessibilidade e prestação de um conjunto de serviços de qualidade. Se o turismo pode ser factor decisivo para a melhoria da qualidade de vida das populações locais por via da natural valorização dos recursos turísticos existes e pelo respectivo rendimento que essa valorização e aproveitamento podem trazer, também terá de ser considerado o reverso da medalha pois uma aposta excessiva num crescimento intenso do sector do turismo, pode penalizar os recursos naturais que estão na sua base pondo desta forma a sua possível sustentabilidade social em causa.

129 129/282 Segundo o Plano Estratégico Nacional de Desenvolvimento Rural o turismo em espaço rural é um dos exemplos mais marcantes, tendo quadruplicado a sua importância na indústria hoteleira nacional desde 1990, representando actualmente cerca de 49% do total de número de estabelecimentos hoteleiros nacionais, e 4% da capacidade de alojamento total. As unidades de turismo rural e de turismo de habitação têm o maior peso (42% e 28% respectivamente), embora as unidades de agro-turismo e as casas de campo já tenham uma relativa expressão (17% e 13% respectivamente). As funções de recreio e estética da paisagem desenvolvem-se em cerca de 51% dos espaços florestais, representando o turismo nesses espaços 16,5 milhões de euros. A actividade cinegética, com um valor aproximado de 21,4 milhões de euros, atingiu já uma expressão estratégica para o sector, nomeadamente na dinamização e criação de emprego ao nível local, especialmente nas zonas de interior mais desfavorecidas. Em temos de enquadramento do plano sectorial para o turismo, o Plano Estratégico Nacional do Turismo 24 define dez tipologia de produtos, sobre as quais deve recair a aposta estratégica do turismo nacional. Destas dez tipologias destacamos a Turismo de Natureza, Tours de Vinho e Gastronomia e Touring cultural e paisagístico, como tendo possibilidades de desenvolvimento no contexto da oferta potencial do território que abrange o concelho de Vieira do Minho IV.IV.1 IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS TURÍSTICOS O recurso turístico enquanto conjunto de elementos naturais, actividades humanas ou produtos antrópicos que podem motivar uma deslocação que não vise o lucro, mas que seja motivada pela curiosidade ou a possibilidade de realizar uma actividade intelectual ou física por parte de um individuo 25, tem um papel central na oferta turística que uma determinada área pode apresentar. De facto a inventariação e o correcto enquadramento dos recursos turísticos a nível da estratégia de desenvolvimento local parece ser um passo de importância assinalável. A importância deste inventário estende-se ao nível do PDM pois a identificação da localização dos recursos e a sua hierarquização, em termos de importância, permitirá fazer o correcto enquadramento a nível da revisão do regulamento do PDM e da Carta de Ordenamento. Contudo, do que nos foi dado a conhecer esse inventário exaustivo ainda não existe, ou pelo menos não está presente nos elementos analisados. Existem várias referências aos recursos, ainda que nenhuma apresente o conjunto dos recursos existente de uma forma estruturada e coerente. A título de exemplo, podemos encontrar referências no sítio na Internet da Vieira Cultura e Turismo, Empresa Municipal 26 às actividades que o turista poderá usufruir no concelho, mas que na maior parte dos casos são elas próprias o recurso. Com vista a ilustrar esta situação apresentamos a seguinte tabela: 23 Plano Estratégico Nacional (PEN) para o Desenvolvimento Rural Versão Fev Gabinete de Planeamento e Políticas, Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Lisboa 24 Plano Estratégico Nacional do Turismo 2007 Ministério da Economia e Inovação, Lisboa Abril Lois, Francisco, et al,(s/d)

130 130/282 Tabela IV.IV.1a Actividades/ recursos listadas/referenciadas no Sitio da Vieira Cultura e Turismo, E.M. Referencia no sitio como actividade Actividades Recurso Barco Turístico Barco Turístico Albufeira da Caniçada Centro Hípico? Centro Hípico Pavilhão municipal? Pavilhão municipal Piscinas Municipais? Piscinas Municipais Albufeira do Ermal Tele-ski Albufeira do Ermal Court de Ténis? Court de Ténis Fonte: Outra particularidade que registamos relaciona-se com a listagem apresentada no referido sítio, uma vez que apenas referencia as actividades/ recursos directamente associadas com a actividade da própria empresa ou da autarquia, situação que merece reflexão considerando que um dos objectivo da sociedade é a promoção cultural e turística de todo o concelho. A referida fonte tem referências aos recursos gastronómicos, quando nos apresenta uma lista de restaurantes que existem no concelho, assim como a oferta de alojamento. Num dos documentos 27 disponibilizado pelo município no âmbito dos presentes trabalhos, tivemos a oportunidade de constatar a existência de uma listagem que, de alguma forma, apresenta um conjunto de recursos que os autores identificaram no concelho, a saber: Tabela IV.IV.1b Lista de recursos identificados Localização (freguesia) ANISSÓ ANJOS Recursos identificados Castro de Pena Mourinha Ribeiro da Pértega; Moinhos; Açude de Lameiro Velho e outros na Serra da Cabreira. Localização (freguesia) PARADA DE BOURO Recursos identificados Rio Cávado; Barragem; Monte de S. Mamede; Artesanato de cestaria CAMPOS Carvalhal do Esporão; Ponte de Campos; Rio da Lage; Serra da Cabreira (lado nascente); PINHEIRO Penedo do Barrete (Parada Velha); Campo de Tiro; Serra da Cabreira; Moinhos d Orada. 27 AVALIAÇÃO E ESTUDO SÓCIO-ECONÓMICO DO CONCELHO DE VIEIRA DO MINHO, Dr. Maria José Machado Rodrigues, Município de Vieira do Minho, Fevereiro 2005.

131 131/282 CANIÇADA CANTELÃES EIRA VEDRA GUILHOFREI LOUREDO MOSTEIRO Barragem da Venda Nova (Cambedo). Barragem da Caniçada; Cascata de Fagilde. Vale do Turio Monte de Cantelães Penedo da Santa (no Picoto); Monte da Sra. da Fé. Merouço; ROSSAS RUIVÃES S. JOÃO DA COVA SALAMONDE Cascata da Candosa; Barragem do Ermal; Nascente do rio Ave (Agra). Serra da Cabreira; Crasto de S. Cristóvão. Crasto e capela da Sra. da Conceição Fragas da Pena Má; Barragem de Salamonde. Barragem do Ermal; SOUTELO Monte da Pena Mourinha Museu etnográfico de Guilhofrei. Barragem onde existe pista de sky aquático; Centro de Artesanato da Ribeira Cávado (em Candão). Barragem do Ermal VIEIRA DO MINHO VILARCHÃO Parque Florestal; Gruta do Diabinho (Cubos); Parque de campismo da Cabreira Ribeiro e Moinhos da Pértega; Serra da Cabreira; Penedo da Pinga Fonte: AVALIAÇÃO E ESTUDO SÓCIO-ECONÓMICO DO CONCELHO DE VIEIRA DO MINHO, Dr. Maria José Machado Rodrigues, Município de Vieira do Minho, Fevereiro 2005 Ainda que em termos comparativos, seja uma lista mais completa que a anteriormente apresentada, está para além de ser curta em termos dos recursos inventariados e apresenta algumas imprecisões quanto à denominação ou mesmo de localização dos recursos listados. Mais recentemente o Município levou a cabo a inventariação de um conjunto de ofertas turísticas que resultou na identificação 221 elementos ou conjuntos patrimoniais. Estes reportam-se essencialmente ao património edificado e arqueológico existente. Figura IV.IV.1a Parque de campismo de Vieira do Minho (Cantelães) Fonte: GeoAtributo, 2011.

132 132/282 Relativamente a esta temática da identificação dos recursos turísticos, foram referenciadas 28 no posto de turismo de Vieira do Minho a existência dos seguintes locais de prática de actividade ao ar livre/desportos de montanha: Tabela IV.IV.1c - Locais de Prática de Desporto Aventura e Montanha Modalidade Local Modalidade Local Escalada Penedo do Castro Pedestres Os moinhos do Ave Escalada Ponte da Misarela Pedestres Ponte da Misarela Parapente Talefe Pedestres Cabeço da Vaca Parapente Cabana do Poço Pedestres Turio BTT Vilar do Chão (p. Azul) Pedestres Da Costa dos Castanheiros BTT Serradela (p. Amarelo) Pedestres Campos BTT Turio (p. Vermelho) Pedestres Longo Curso aos Fojos BTT Agra Orientação Agra (Cabreira I e II) BTT Vieira do Minho Orientação Serradela BTT Parque de Campismo Orientação Campos BTT Parque de Campismo II Orientação Vieira do Minho BTT BTT Casa do Guarda de Vilarchão Orientação Vieira do Minho Park BTT BTT BTT Cabreira Serradela II Campos Fonte: Almendra Ricardo(2003), A importância da Informação Sobre Locais de pratica de desporto Aventura: o caso de Vieira do Minho, Revista Área n.º3, Universidade do Minho, Guimarães Para cada local de prática identificado no anterior quadro, existe um recurso associado, recurso esse que não se encontra referenciado, pelo município, como tal. Perante este enquadramento parece-nos clara a necessidade da avaliação dos recursos potenciais existentes no concelho de Vieira do Minho por forma a definir quais os que deverão ser considerados na estratégia de desenvolvimento do turismo no concelho, e eventualmente sofrer algum tipo de salvaguarda ao nível dos instrumentos de gestão territorial e em particular o Plano Director Municipal. IV.IV.2 IMPORTÂNCIA DO TURISMO NO CONTEXTO DO EMPREGO LOCAL Os dados da Direcção-Geral de Estudos, Estatística e Planeamento do Ministério do Trabalho e da Segurança Social sobre o número de trabalhadores por conta de outrém empregados em empresas com actividade de alojamento e restauração em 2005, era de 92 pessoas. O número anteriormente referido representava 5% do número de trabalhadores (por contra de outrém) registado no Concelho de Vieira do Minho. 28 Almendra Ricardo(2003), A importância da Informação Sobre Locais de pratica de desporto Aventura: o caso de Vieira do Minho, Revista Área n.º3, Universidade do Minho, Guimarães.

133 133/282 Segundo a fonte anteriormente referida para o ano de 1995 podemos verificar que o número de trabalhadores empregado em empresas que exerciam a sua actividade na área do alojamento e restauração era de 52 correspondendo em termos relativos a 9% do número de trabalhadores (por contra de outrém) registados no Concelho de Vieira do Minho. Podemos, perante os valores apresentados, verificar que no período de 1995 para 2005 o número de trabalhadores que exerciam funções em empresas que a actividade versava o alojamento e restauração, registou um aumento de 76%. Contudo, esse aumento não foi suficiente para que em termos relativos o peso do número de trabalhadores da referida área tivesse diminuido 4%. Esta diminuição do peso relativo foi fruto do aumento do número total de trabalhadores por contra de outrem que se registou no período analisado. Outra consideração interessante que podemos fazer com base nos números agora apresentados, ao verificar o número de 112 estabelecimentos inventariados pelo município, que fornecem serviços ligados a hotelaria e restauração, concluímos que por cada estabelecimento existente no concelho não chega e existir um posto liquido de trabalho (excluindo eventualmente a gerência ou prestação de serviços, vulgo recibos verdes). IV.IV.3 ALOJAMENTO Segundo o Anuário Estatístico da Região Norte de a capacidade de alojamento no concelho de Vieira do Minho era de 151 camas, sendo que em termos comparativos esta representa 7% da oferta disponível para a NUT III Ave e 0,4% da oferta disponível na NUT II Norte. Em termos de número de dormidas temos que em 2004 e segundo a mesma fonte, verificaram-se dormidas correspondendo a hóspedes o que nos permite concluir que a estadia média no concelho é de 1,7 noites. Este último valor apresenta-se ligeiramente inferior à média de estadias nos estabelecimentos hoteleiros para a NUT III Vale do Ave e NUT II Norte sendo que ambas apresentavam um valor de 1,8 noites. Em termos de número de estabelecimentos, a mesma fonte registou um total de quatro estabelecimentos hoteleiros que agregavam a oferta anteriormente mencionada. Estes quatro estabelecimentos são 13% do número de estabelecimentos existente, a data, na NUT III Ave (30 estabelecimento) e 0,9% do número de estabelecimento existente na NUT II Norte (435 estabelecimentos). Destes quatro estabelecimentos três estão classificados como pensões e um está classificado na categoria de outros estabelecimento. Os dados anteriormente apresentados quando comparados com a listagem de estabelecimentos/ alojamentos referenciados pelo município permite-nos constatar que existe uma forte discrepância entre os dados da estatística oficial e a situação de facto reconhecida no terreno. Entre as diferentes tipologias de oferta de alojamento o Município tem identificado um total de 59 locais com oferta de alojamento em contraposição a estatística oficial refere apenas quatro estabelecimentos. Relativamente à oferta de alojamentos identificada pelo município em termos de tipologia definida para o levantamento apresentado, temos a seguinte distribuição: 29 Anuário Estatístico da Região Norte, INE, Lisboa 2004.

134 134/282 Tabela IV.IV.3a- Alojamentos Identificados pelo Município Tipologia de alojamento Nº de estabelecimento Tipologia de alojamento Nº de estabelecimento Turismo em Espaço Rural 47 Casa de Campo 6 Residencial 1 Casas de Abrigo 4 Agroturismo 1 Fonte: Município de Viera do Minho 2005 Figura IV.IV.3a Turismo rural Casa da Ponte (Cantelães) e Quinta de Calvelos (Caniçada) Fonte: GeoAtributo, 2011 Quanto a localização dos estabelecimentos/ alojamentos identificados pelo município no concelho verificamos que a distribuição cobre todos os quadrantes área de concelho, destacando-se, pelo maior número de oferta, as freguesias de Rossas e de Campos. Apenas 4 freguesias não apresentam qualquer tipo de oferta (S. João da Cova, Salamonde, Anissó e Guilhofrei). Mapa IV.IV.3a Distribuição dos estabelecimentos com oferta de alojamento por freguesia no concelho de Vieira do Minho

135 135/282 Em termos municipais convirá esclarecer qual a intervenção e em que domínios o Município poderá contribuir para fomentar a dinâmica da oferta turística no território pelo qual é responsável. Em termos muito genéricos existem duas áreas onde a acção do Município tem razão de ser, quer pelo enquadramento legislativo específico, quer pelo pressuposto de se assumir como entidade promotora do desenvolvimento local, estas áreas são duas: (i) definição de uma estratégia de promoção e qualificação do território para o Turismo, e execução da mesma e (ii) licenciamento dos Empreendimentos Turístico. 1. DEFINIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO TERRITÓRIO PARA O TURISMO E EXECUÇÃO DA MESMA Através da definição de uma estratégia sectorial para o turismo à escala do concelho com a necessária integração desta nos objectivos de desenvolvimento preconizados na estratégia de desenvolvimento local, regional e nacional. A estratégia deve definir/propor um conjunto de acções, que visem facilitar, apoiar e promover a actividade turística através da utilização sustentável de recursos endógenos. A definição de uma politica sectorial, que se poderá traduzir num plano de acção, deverá considerar os seguintes pontos: Identificação dos recursos turísticos; Estudo e definição da capacidade de carga para os diferentes recursos; Definição e implementação de um produto turístico do concelho; Valorização e conservação do património natural e cultural; Apoio à criação de micro/ pequenas empresas em áreas qualificadas ligadas com a oferta/animação turística;

136 136/282 Promoção de um calendário de animação turística; Melhoria da Informação turística incluindo a sinalização turística; Promoção de processo de Certificação de qualidade, Criação de uma imagem de marca e negociação com os diferentes agentes para a utilização da mesma (diferentes operadores) uniformização da imagem de marca (imagens associada a uma certificação dado pelo município). De referir que alguns dos pontos anteriormente referenciados encontram-se contextualizados no Quadro de Referência Estratégico Nacional e na Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentado e serão alvo de medidas específicas, no actual quadro de apoio, que podem servir para o financiamento da sua implementação. Desde logo a identificação dos recursos turísticos afigura-se como o primeiro passo para a definição de uma estratégia para o turismo, sendo que esta lista poderá também servir para o correcto enquadramento dos recursos turísticos ao nível da revisão do PDM. 2. LICENCIAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS Segundo o Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de Setembro, no âmbito da instalação de empreendimentos turísticos, compete aos órgãos municipais exercer as competências atribuídas pelo regime jurídico da urbanização e da edificação com as especificadades constantes do supramencionado decreto-lei. Além disso, compete ao Município (1) fixar a capacidade máxima e atribuir a classificação dos empreendimentos de turismo e habitação, (2) fixar a capacidade máxima e atribuir a classificação dos empreendimentos de turismo no espaço rural, com excepção dos hotéis rurais, (3) fixar a capacidade máxima e atribuir a classificação dos parques de campismo e de caravanismo, (4) efectuar e manter o registo do alojamento local disponível ao público (art. 22º). A nível do licenciamento e considerando o elevado número de ofertas de alojamento que obviamente, pelos dados analisados, não estão legalizadas, faria todo o sentido o município promover acções que visem a regularização do licenciamento desses empreendimentos/alojamento. Referia-se ainda que o Município poderá ter uma acção que vise ajudar estes estabelecimentos a cumprir com os requisitos legais, quando essas acções possam também contribuir para alcançar objectivos estratégicos definidos pelo município. O município poderia organizar um conjunto de informação e de suporte, assim como facultar estes aos diferentes operadores turísticos e em particular aos empreendimentos de turismo no espaço rural. Desta forma para além de cumprirem (os proprietários) com o previsto no referido decreto-lei, estariam a valorizar o produto turístico do concelho, garantindo que todos os turistas teriam acesso à informação sobre o conjunto de ofertas existente na área do concelho e nos seus limítrofes.

137 137/282 CAPÍTULO V CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM V.I VALORES CULTURAIS E PATRIMONIAIS V.I.1 PATRIMÓNIO NATURAL Em relação ao património natural, Vieira do Minho apresenta alguns pontos de interesse que advêm das suas belezas naturais, pela fertilidade dos seus solos, pelo seu clima e pela abundância dos cursos de água. O Ave, o Cávado e o Saltadouro, enquadram-se na grandeza da paisagem e na sua riqueza pelo aproveitamento em grande escala na produção da energia eléctrica. Todo o concelho é como espinha dorsal das majestosas serras do Gerês e Cabreira. A terra aos socalcos e às leiras denota um grande esforço humano, que escasseia, levado no fenómeno emigratório. Em termos morfológicos há grandes contrastes, alternando as zonas baixas das veigas férteis e bem ocupadas pela actividade agrícola, com os relevos alterosos, sobre cujas vertentes se escandoram povoações e pequenos núcleos rurais. Estes reflectem, ainda, as sobrevivências de uma enraizada cultura agro-pastoril. Na baixa, nos campos, desenvolvem-se o feijão, o milho e a vinha. Nos terrenos alheios à agricultura, normalmente em zonas montanhosas, podemos encontrar os castanheiros, carvalheiras e vidoeiros, não obstante a concorrência do pinheiro e do eucalipto 30. Figura V.I.1a Cascata da Candosa Fonte: GeoAtributo, Plano Director Municipal de Vieira do Minho, 1994.

138 138/282 V.I.2 PATRIMÓNIO CULTURAL Constitui património cultural todo e qualquer bem que, por ser portador de testemunho com valor civilizacional ou cultural, e por isso portador de interesse cultural relevante, deve ser alvo de especial protecção e valorização. Estes bens podem ser materiais e imateriais (quando constituem parcelas estruturantes da identidade e memória colectiva portuguesas). Desde a cultura tradicional popular aos bens materiais da mais diversa índole (arquitectónicos, arqueológicos, entre outros), à própria língua portuguesa e seus diversos dialectos, todos constituem uma herança que merece ser tratada com a maior estima. Esta preservação é conseguida através de regimes de protecção e valorização que servem, antes de mais, para compreender, manter e construir a identidade nacional e para democratizar a cultura. Na vertente do edificado, o património cultural apresenta uma avaliação menos subjectiva, por ser mais facilmente reconhecida. Referimo-nos geralmente a construções ou ruínas portadoras de testemunho temporal de reconhecida qualidade arquitectónica, arqueológica, etc. A Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, que estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural, refere nos seus artigos 31.º e 53º que: Artigo 31.o Tutela dos bens 1 Todo o bem classificado como de interesse nacional fica submetido a uma especial tutela do Estado, a qual, nas Regiões Autónomas, deve ser partilhada com os órgãos de governo próprios ou, quando for o caso, com as competentes organizações internacionais, nos termos da lei e do direito internacional. 2 A classificação de um bem como de interesse nacional consome eventual classificação já existente como de interesse público, de interesse regional, de valor concelhio ou de interesse municipal, devendo os respectivos registos ser cancelados. 3 O registo patrimonial de classificação abrirá, aos proprietários, possuidores e demais titulares de direitos reais sobre os bens culturais classificados, o acesso aos regimes de apoio, incentivos, financiamentos e estipulação de acordos e outros contratos a que se refere o n.º 1 do artigo 60.o, reforçados de forma proporcional ao maior peso das limitações. 4 Os bens classificados como de interesse nacional e municipal ficarão submetidos, com as necessárias adaptações, às limitações referidas nos n.º 2 e 4 do artigo 60.o, bem como a todos os outros condicionamentos e restrições para eles estabelecidos na presente lei e na legislação de desenvolvimento. Artigo 53.o Planos 1 O acto que decrete a classificação de monumentos, conjuntos ou sítios nos termos do artigo 15.o da presente lei, ou em vias de classificação como tal, obriga o município, em parceria com os serviços da administração central ou regional autónoma responsáveis pelo património cultural, ao estabelecimento de um plano de pormenor de salvaguarda para a área a proteger. 2 A administração do património cultural competente pode ainda determinar a elaboração de um plano integrado, salvaguardando a existência de qualquer instrumento de gestão territorial já eficaz, reconduzido a instrumento de política sectorial nos domínios a que deva dizer respeito. 3 O conteúdo dos planos de pormenor de salvaguarda será definido na legislação de desenvolvimento, o qual deve estabelecer, para além do disposto no regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial: ~ a) A ocupação e usos prioritários; b) As áreas a reabilitar; c) Os critérios de intervenção nos elementos construídos e naturais; d) A cartografia e o recenseamento de todas as partes integrantes do conjunto; e) As normas específicas para a protecção do património arqueológico existente; f) As linhas estratégicas de intervenção, nos planos económico, social e de requalificação urbana e paisagística. Serão aqui apresentadas duas listagens do património cultural imóvel do concelho de Vieira do Minho. A primeira consiste nos imóveis classificados e em vias de classificação pelo IGESPAR e o segundo consiste na listagem de imóveis de interesse patrimonial compilada pelo próprio município. Da listagem do IPPAR constam um total de doze imóveis, seis dos quais classificados. A tabela seguinte resume esta informação:

139 139/282 Tabela V.I.2a Património classificado e em vias de classificação no concelho de Vieira do Minho, em 2007 Designação Categoria de Protecção Categoria/ Tipologia Património Classificado Pelourinho de Rossas; Pelourinho de Celeiró IIP Imóvel de Interesse Público Arquitectura Civil / Pelourinho Pelourinho de Ruivães IIP Imóvel de Interesse Público Arquitectura Civil / Pelourinho Pelourinho de Parada do Bouro; Cruzeiro de Parada de Bouro IIP Imóvel de Interesse Público Arquitectura Civil / Pelourinho Ponte de Mizarela; Ponte dos Frades IIP Imóvel de Interesse Público Arquitectura Civil / Ponte Pelourinho de Caniçada; Pelourinho de Ribeira de Soaz IIP Imóvel de Interesse Público Arquitectura Civil / Pelourinho Casa do Professor Carlos Teixeira IIM Imóvel de Interesse Municipal Arquitectura Civil/Casa Património em Vias de Classificação Casa de Lamas Antigo Edifício dos Paços dos Concelho de Ribeira de Soaz Monte do Castelo; Calvos Gravuras Rupestres do Zebral; Laje dos Cantinhos Fojos de Lobo da Cabreira Pousada de São Bento; Pousada de Gerês Fonte: IPPAR Instituto Português do Património Arquitectónico, Em Vias de Classificação (Homologado - IIP Imóvel de Interesse Público) Em Vias de Classificação (Homologado - IIP Imóvel de Interesse Público) Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura) Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura) Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura) Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura) Arquitectura Civil / Casa Arquitectura Civil / Paço Arqueologia / Povoado Fortificado Arqueologia / Arte Rupestre Arquitectura Civil / Pousada Nas páginas seguintes encontra-se elencado o património edificado com interesse patrimonial por constituir um conjunto arquitectónico de valor inquestionável concelhio por freguesia. Esta listagem foi fornecida pelo Município e elaborada no ano de Refira-se, também, que se encontra actualmente em elaboração um levantamento mais rigoroso dos imóveis de interesse patrimonial, uma vez que poderão existir algumas informações distorcidas.

140 140/282 FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Alminhas Aglomerado rural Castro Cruzeiro do Calvário Cruzeiro da Povoinha Igreja Paroquial Outeiro fortificado Fonte: Município de Vieira da Minho. ANISSÓ Localização lugar de Maceira. São em pedra. lugar do Calvário. Existem várias casas com interessante arquitectura rural em que sobressaem a sobriedade das suas linhas, onde se evidenciam vários canastros em pedra. lugar do Calvário. Há vestígios de existência de dólmens ou antas. lugar do Calvário. lugar da Povoinha. lugar de Calvário. É de salientar a existência de um bonito e elegante altar-mor. vestígios, existem sinais de muro de defesa. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Alminhas Aglomerado rural de Anjos Igreja Paroquial Residência paroquial Fonte: Município de Vieira da Minho. ANJOS Localização lugar de Carude, junto à Igreja Paroquial. inclui casas com interesse etnográfico, com características exemplares da nossa arquitectura popular, havendo vários canastros de interessante cantaria. construção do séc. XVIII. Tem torreão. em 1994, estado de degradação.

141 141/282 FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial CAMPOS Localização Igreja Paroquial lugar de Campos. Tem torreão e apresenta uma interessante traça arquitectónica na sua fachada principal. Capela de Santo António Cruzeiro de Campo Forno do Povo Aglomerado rural de Campos Casa das Fintas ou das Rendas Casa do Lopes Casa da Fonte Casa do Calado Casa do Tanque lugar de Lamalonga. lugar da Igreja e foi construído a partir de um arco miliário romano da antiga Geira. um no lugar de Lamalonga, coberto de pedra lavrada a pico e outro no lugar de Campos. Nota 1994: prejudicado com a instalação de um lavadouro público, junto ao forno. (NOTA: Propor classificação como imóvel de interesse público.) Nota 1994: propor para classificação de zona de interesse público. lugar de Campos. Bom exemplar de arquitectura popular, apresentando uma janela ladeada por duas caratonhas. Nota 1994: Propor classificação como imóvel de interesse municipal. lugar de Campos. Tem um forno todo de cantaria. lugar de Campos. Tem capela Nossa Senhora do Rosário. lugar de Campos. Ostenta soleiras e cornijas de boa cantaria. lugar de Campos. Ponte quebrada Conjunto de azenhas e canastros Fonte: Município de Vieira da Minho. Campos e Lamalonga, constituindo interessantes exemplares etnográficos.

142 142/282 FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Alminhas Antiga cadeia Antigos Paços Municipais Igreja Paroquial Pelourinho Aglomerado rural da Picota Quelha da cadeia Capela da Casa de Cibrão Casa e capela de S. Miguel Fonte: Município de Vieira da Minho. CANIÇADA Localização lugar de Rechã. Imóvel etnográfico e religioso. É em pedra. leira do Pelourinho. Existe ainda a porta da cadeia, encontrando-se junto ao caminho, em via de classificação. lugar do Paço. Pertence à Junta de Freguesia. lugar de Assento. Construção do séc. XIX. lugar do Assento (antigamente estava no lugar da Picota). Classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto- Lei nº de 11 de Outubro de lugar do Paço. Zona envolvente antigos Paços do concelho: - Casa do Paço; casas com uma interessante traça arquitectónica popular e um canastro de pedra. Nota 1994: Propor para classificação como zona de interesse municipal lugar de Cibrão. Construção dos finais do séc. XVIII. Tem pedra de armas na sua fachada principal. lugar de S. Miguel. Construção de sóbria arquitectura, remontando ao séc. XVIII; FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Igreja Paroquial Capela de Nossa Sra. da Fé ou Santa Cecília Capela de S. Pedro Capela de S. Roque Capela de S. André Capela de S. Amaro Castro de Vila Seca Calvário Cruzeiro Cruzeiro Novo Ponte de S. Pedro Ponte de Espinhosa Ponte de Domingos Terno Casa do Assento ou do Capitão Casa do Barredo ou da Vinha Casa do Souto Casa do Real Casa da Cova Casa da Igreja ou dos Viscondes de Vieira CANTELÃES Localização tem vestígios da primitiva Igreja que era de estilo românico. Hoje em dia prevalece a traça arquitectónica do séc. XIX. lugar da Srª da Fé. Bom exemplar arquitectónico de finais do séc. XVIII. lugar de Barredo. lugar de Fares. lugar de Santo André. lugar de Vila Seca. Há vestígios da cultura castreja. Nota 1994: Propor classificação como imóvel de interesse patrimonial. caminho do cemitério. bom exemplar em pedra. Era o antigo Cruzeiro de Santa Marta Rossas. construído nos anos 80 do séc. XX. Construído com cimento armado e ferro. Tem 30 metros de altura. lugar de Barredo. Construção em pedra. lugar de Espinhosa. lugar de Lourosas. Construção em pedra. lugar do Assento. lugar de Barredo. Apresenta uma interessante traça arquitectónica. Construção do primeiro quartel do séc. XIX. casa setecentista. Apresenta uma bonita varanda em pedra. construção do séc. XVIII. interessante traça arquitectónica.

143 143/282 Fonte: Município de Vieira da Minho. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Igreja Paroquial Capela de Nossa Sra. dos Remédios Capela de S. Francisco Capela de Santa Ana Cruzeiro de Eira Vedra Casa do Balteiro Casa do Reguengo de Cima Casa do Outeiro Casa da Quinta de S. Paio Fonte: Município de Vieira da Minho. EIRA VEDRA Localização lugar de Assento. Construção sóbria. lugar de Vilar. Tem campanário. lugar de S. Francisco. Construção de estilo arquitectónico barroco provinciano. lugar de Loureiro. lugar de Loureiro. lugar de Loureiro. lugar de Loureiro. lugar de Loureiro. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Igreja Paroquial Capela de Santo Tomé Capela de Santo Silvestre Capela de Nossa Sra. de Lurdes Ponte da Penela Casa do Visconde de Guilhofrei Casa do Foral Casa da Cadeia Casa da Poça Fonte: Município de Vieira da Minho. GUILHOFREI Localização lugar de Assento. lugar de Vila Boa de Roda. lugar de S. Silvestre. Apresenta sóbria arquitectura. lugar de Vila Boa da Roda. Construção do séc. XX. lugar da Penela. Ponte medieval. construção da primeira metade do séc. XIX (em ruínas). lugar de Vila Boa de Roda (em ruínas). lugar de Vila Boa de Roda (em ruínas). lugar de Vila Boa de Roda. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Alminhas do Sudro Igreja Paroquial Capela da Sra. da Begonha Capela de Nossa Sra. de Fátima Capela de S. Pedro Casa da Bola Fonte: Município de Vieira da Minho. LOUREDO Localização lugar do Sudro. Construída em pedra. lugar de Candão. Construída no séc. XVIII. Tem uma belíssima cruz no torreão. lugar de Gavinheiras. séc. XX. lugar da Cela. lugar de Fornelos.

144 144/282 FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Capela MOSTEIRO Localização lugar de Sanguinhedo. Igreja Paroquial lugar de Madrôa. Ponte Nova Ponte de Mosteiro Casa e Capela da Pena Casa da Madrôa Casa do Padre Casimiro Casa do Ribeiro Casa do Salvador Casa da Torre Fonte: Município de Vieira da Minho. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Castro Pelourinho construção de um só arco. É em pedra. lugar de Vila Seca. Ponte romana, de um só arco. lugar de Salgueiros. Apresenta uma torre ameiada. Construção do séc. XVIII. lugar da Mâdroa. lugar de Salgueiros. Bom exemplar da nossa arquitectura rural. Sóbria, mas boa construção. Nota 1994: Propor para classificar como imóvel de interesse público. lugar do Madrôa. Tem um moinho. lugar de Salvador. lugar de Vila Seca (em ruínas). PARADA DE BOURO Localização monte de Penafiel, conhecido pelo monte de S. Mamede, vai atingir ainda a freguesia de Caniçada. lugar de Aldeia, junto à torre sineira da Igreja paroquial. Pelourinho do séc. XVII, sendo do antigo couto de Parada de Bouro. Classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei nº 23122, de 11 de Outubro de Igreja Paroquial lugar de Aldeia. Construção setecentista 1789, reconstruida em Capela de S. Sebastião lugar de Pandozes. Construção setecentista Capela de Nossa Sra. dos Prazeres lugar do Cabo de Além. Construção do séc. XVIII Ponte de Parada lugar de Aldeia. Ponte de um só arco. Construção do séc. XX e a primeira do país a ser construída em betão armado. Casa de Senrela lugar da Aldeia. Construção do séc. XVIII. Exibe um bonito portão brasonado. Tem capela. Casa do Sorilhal lugar da Aldeia. Boa traça arquitectónica. Construção setecentista. Tem capela que se encontra em ruínas. Casa do Outeiro lugar da Aldeia. Construída no séc. XVIII. Casa da Rua lugar da Aldeia. Construção provavelmente dos finais do séc. XVII ou princípios do séc. XVIII. Casa do Vale lugar de Pandozes. Apresenta um bonito portão armoriado datado de Tem capela. Casa de Fundevila lugar de Pandozes. Reconstruida no séc. XX apresentando um pouco da sua traça primitiva. Casa do Carvalho lugar de Pandozes. Bom exemplar da nossa arquitectura rural. Casa da Rocha lugar de Pandozes. Construção possivelmente dos finais do séc. XIX. Casa do Toucedo de Baixo lugar do Cabo de Além. Foi reconstruída alterando a sua traça primitiva.

145 145/282 FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Capela de Nossa Sra. da Guia Igreja Paroquial Santuário de Nossa Sra. de Orada Nota 1994: preservar zona. Casa do Eido de Baixo Casa do Fernandes Casa do Miranda Casa da Fonte Casa de Cima de Vila Casas Casas Dois Moinhos Fonte: Município de Vieira da Minho. PINHEIRO Localização lugar de Cortegaça. apresenta um rico e bonito altar-mor e tecto. Tem torreão. lugar de Vilela, encravado no sopé da Serra, a poucos metros fica uma fonte e um calvário da mesma época setecentista. lugar de Tabuadelo. lugar de Tabuadelo. lugar de Tabuadelo. lugar de Tabuadelo. Boa construção arquitectónica. Tem capela, além de dois bonitos canastros de boa cantaria. lugar de Cima de Vila. lugar de Parada Velha. Bons exemplares da nossa arquitectura rural: Corga; Penedo; Carvalho; Passo; Cêrdeda; Assento. lugar de Vilela: Rocha; Gonçalo; Mateus; Sousa; Marques. lugar de Vilela. Têm interesse etnográfico. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Capela de Santa Marta Capela de S. Frutuoso Castro Ovo da Rainha Igreja Paroquial ROSSAS Localização lugar de Santa Marta. lugar de Calvos. lugar de Calvos, no monte do Castelo, junto à estrada Municipal. Há vestígios da cultura castreja. Nota: propor classificar como imóvel de interesse público. lugar da Igreja. Construída em 1725 (séc. XVIII). Pelourinho de Rossas lugar de Celeirô. Pelourinho possivelmente da época quinhentista. O brasão está esculpido numa das faces do remate do capitel. Classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei nº 23122, de 11 de Outubro de Pelourinho de Calvos Ponte de Agra Ponte de S. Pedro Ponte de Lamedo Conjunto de Moinhos Alminhas Passadiço entra a casa do Eirado e a via pública Aglomerado rural de Agra lugar de Calvos, datado do séc. XIX. lugar de Agra, ponte medieval de um só arco. lugar de S. Pedro. Ponte medieval. lugar de Lamedo, também conhecida por ponte da Candosa. Construção medieval. encontram-se na margem esquerda do rio, abrangendo os lugares de Agra, Lamedo; Covelo; S. Pedro e Pombal. Conjunto de grande interesse etnográfico e patrimonial. encontram-se em quase todos os lugares da freguesia de Rossas. Interessantes exemplares etnográficos, que devem ser preservados para o nosso património. lugar de Agra. lugar de Agra. Zona que envolve uma série de casas que caracterizam muito bem a traça da nossa arquitectura popular, constituindo uma das aldeias mais típicas do país. Nota: Propor classificação como zona de interesse patrimonial.

146 146/282 Mosteiro do Salvador lugar da Igreja. Mosteiro Beneditino, tendo sido dado à Sé Bracarense em Casa do Bairral Construção do séc. XVIII. Tem capela. Casa da Quinta da Lama lugar da Lama; teve uma torre corada, presentemente está muito alterado. Casa da Torre lugar da Torre. Tem capela em honra de Santo António. Casa do Capitão ou Pombeiro Construção do séc. XVIII. Tem capela. Casa do Lodeirô lugar de Lamedo. Imóvel de construção setecentista. Tem capela (estilo de D. Pedro V). Casa do Telhado lugar de Lamedo. Construção do séc. XVIII. Tem capela. Casas Novas lugar de S. Pedro. A sua traça primitiva era do séc. XVIII. Casa do Santo Construção do séc. XIX. Tem capela em honra de S. Tomé. Casa e Capela de Santa Marinha Casa do Rio lugar de S. Pedro. Casa da Quinta do Sameiro lugar de Ortozelo. Construção do séc. XVIII. Já teve uma torre. Tem capela. Casa do Pedreguedo lugar de Pombal. Bom exemplar da arquitectura minhota. Casa de Paços lugar de Celeirô. Casa do Outeiro lugar de Celeirô. Fonte: Município de Vieira da Minho. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Pelourinho Ponte da Misarela Capela de Santa Isabel Capela de Santa Teresa de Jesus Casa de Dentro do Capitão-Mor Casa do Corvo RUIVÃES Localização lugar de Assento. Este pelourinho possivelmente remonta ao séc. XVI. Na parte superior do capitel estão esculpidos cinco escudetes em amêndoa, pontos de cruz. Classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei nº de 11 de Outubro de localiza-se sobre o rio Cávado (Rabagão). Ponte medieval, de um só arco. Classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei nº de lugar de Espindo. construção muito sóbria. lugar de Assento. Construção setecentista. Apresenta um bonito portão, que exibe uma grandiosa pedra de armas do séc. XVIII. Tem capela. lugar do Vale. Boa traça arquitectónica. Tem capela. Ponte da Rês/ Ponte Velha Ponte de Saltadouro Via Romana (vestígios de um troço) encontra-se sobre o Rio Saltadouro, ligando-se sobre a margem esquerda à freguesia de Salamonde. Ponte medieval de um só arco. representa a Via Romana Militar Braga-Chaves-Astorga.

147 147/282 Marcos Miliários Aglomerado rural de Santa Leocádia Aglomerado rural de Botica foram encontrados no lugar de Botica. lugar de Santa Leucádia. lugar de Botica. Zona que envolve uma série de casas que caracterizam muito bem a arquitectura minhota. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Igreja Paroquial COVA (S. JOÃO DA COVA) Localização apresenta na porta lateral sul uma rosácea encaixada no arco primitivo de estilo românico. Tem tido várias alterações relativamente à sua traça primitiva datada de Nota 1994: Propor para imóvel de interesse público. Capela de Bom Jesus da Paz lugar de Portelinha. Construção setecentista Capela de Santo Amaro Capela de Nossa Senhora da Conceição Capela de Nossa Senhora do Socorro Casa de Faldrém Casa do Cabo Casa Rural Fonte: Município de Vieira da Minho. lugar de Faldrém. Tem uma pedra de Ara, que serve de suporte ao altar. lugar de Castro. lugar de Faldrém. Construção provavelmente da primeira metade do séc. XIX. lugar de Castro, datada de 1735 na porta principal. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Igreja Paroquial Ponte de Saltadouro Capela das Almas de Rio-Mau Fonte: Município de Vieira da Minho. SALAMONDE Localização construção da segunda metade do séc. XVIII, Nota 1994: Propor classificar como imóvel de interesse público. encontra-se sobre o rio Saltadouro, ligando-se pela margem direita à freguesia de Ruivães. Ponte medieval de um só arco. perto do regato de Rio Mau. FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Igreja Paroquial Casa e Capela de Calvelos Casa dos Barbosas Fonte: Município de Vieira da Minho. SOENGAS Localização é pequena e antiga. Foi reconstruída possivelmente no séc. XVIII. Apresenta boa talha nos seus altares. Tem um arco de estilo românico. lugar de Calvelos. Casa setecentista, reconstruida na década de 80 do séc. XX. Boa traça arquitectónica. Tem capela. FREGUESIA: SOUTELO Imóveis de interesse patrimonial Localização Capela da Nossa Senhora da Lapa Capela invulgar, sóbria e pequena. Tem um enorme penedo a servir-lhe de telhado e de tecto. Igreja Paroquial lugar da Igreja. Estilo barroco provinciano de Nota 1994: Propor classificar como imóvel de interesse municipal. Casa da Lavandeira lugar do Ribeiro, datada de Casa da Capela Casa da Calçada casa rural. Teve capela. casa rural. Apresenta duas janelas exornadas de graciosas mísulas. Cruzeiro de Soutelo lugar da Igreja. É do séc. XVIII (1711). Fonte: Município de Vieira da Minho.

148 148/282 FREGUESIA: Imóveis de interesse patrimonial Capela de S. Gonçalo Capela de Nossa Sra. do Socorro Capela de Santo Adrião Oratório ou Calvário Capela de Nossa Sra. da Soledade Capela de Santo António Casa dos Morgados dos Pousadouros Casa das Boticas Fonte: Município de Vieira da Minho. TABUAÇAS Localização é das melhores e das mais artísticas do concelho. lugar de Cruz de Real. lugar de Pepim. lugar de Cruz de Real. lugar de Postemião. lugar de Cruz de Real, capela particular. lugar de Cerdeirinhas. construção do séc. XVIII. FREGUESIA: VENTOSA Imóveis de interesse patrimonial Localização Igreja Paroquial construção do séc. XVIII Apresenta uma interessante talha no seu altarmor. Cruzeiro junto à Igreja Paroquial. Tem a data de Casa do Visconde do Penedo Fonte: Município de Vieira da Minho. lugar de Penedo. Construção provavelmente do séc. XIX. FREGUESIA: VIEIRA DO MINHO Imóveis de interesse patrimonial Localização Edifício da Câmara Municipal centro da Vila. Construído em Casa de Lamas centro da Vila. Solar setecentista, apresentando uma boa traça arquitectónica do séc. XVIII. Tem capela. Casa de Lage centro da Vila. Solar construído nos princípios do séc. XIX. Tem capela. Hospital da Santa Casa da Misericórdia centro da Vila. Edifício da Casa do Povo centro da Vila. Construção de Edifício da Cadeia-Comarca centro da Vila. Construção de Núcleo de Casas Largo Guilherme de Abreu. Construções com boa arquitectura dos finais do séc. XIX e princípios do séc. XX. Coreto Fonte: Município de Vieira da Minho.

149 149/282 FREGUESIA: VILAR DO CHÃO (VILARCHÃO) Imóveis de interesse patrimonial Localização Ponte da Pértega encontra-se sobre um afluente do rio Ave. Ponte medieval de um só arco. Igreja Paroquial construção do séc. XVIII, havendo a assinalar um velho retábulo que infelizmente se encontra degradado. Alminhas lugar da Carreira. Interesse etnográfico e religioso. Monumento e Cruzeiro de Lá Pietá lugar da Igreja. Edificado pelo escultor António Pacheco para a celebração do ano Mariano. Inaugurado em 13 de Agosto de Aglomerado Rural lugar da Lage. Núcleo de casas com boa arquitectura popular. Origem deste núcleo remonta ao alto da Idade Média: Casa Rural arquitectura popular. Há a salientar no pórtico ou soleira a data de 1721; Casa Rural arquitectura popular. Há a salientar no pórtico ou soleira a data de 1828; Casa Rural arquitectura popular. Há a salientar no pórtico ou soleira a data de Fonte: Município de Vieira da Minho. Perante tão majestoso panorama urge salvaguardar, valorizar e, se necessário, restaurar este património. De facto, a preservação deste património mais não é do que a preservação da própria identidade sócio-cultural do concelho de Vieira do Minho. Detentor de uma beleza paisagística, histórica, etnográfica, arqueológica, arquitectónica e cultural únicas, Vieira do Minho é um concelho com potencialidades que propiciam o desenvolvimento de um turismo com qualidade, orientado para os valores patrimoniais, recursos naturais, eventos culturais e desportivos, onde a tradição e a mudança procuram reconciliar-se.

150 150/282 V.I.3 UNIDADES DE PAISAGEM A delimitação das unidades de paisagem consiste na caracterização e classificação do território em regiões homogéneas. A importância que um estudo desta natureza assume no contexto de um PDM está relacionada com o objecto de estudo em si que é a paisagem. Esta como resultado da relação Homem-Ambiente constitui o principal suporte das acções do Homem e, como tal, torna-se importante entender o modo como essas relações foram estabelecidas de forma a se valorizar, preservar e/ou condicionar as suas acções futuras. A definição das unidades de paisagem em Vieira do Minho irá assentar em três variáveis principais: altitude, morfologia e hidrografia, mais precisamente, as sub-bacias hidrográficas. Devido à falta de estudos que abordam esta temática para a região onde o concelho de Vieira do Minho está inserido, a única referência bibliográfica incidiu sobre um estudo elaborado pelo Departamento de Biologia da Universidade do Minho (Projecto Alba-Ter Ave, 2001) referente à inventariação do património natural da bacia do rio Ave que, por vezes, se apresenta muito limitativo quanto à descrição da totalidade das unidades de paisagem presentes na área de estudo. Desta forma, procedeu-se a um ajuste das unidades de paisagem referidas neste estudo para o concelho de Vieira do Minho. Com base nestas três variáveis distinguem-se quatro unidades de paisagem, a saber: TERRAS ALTAS Correspondem às áreas que se localizam acima dos 600 metros de altitude. No concelho de Vieira do Minho são três os locais inseridos nesta unidade de paisagem: Monte de Anissó, Serra de Merouço e Serra da Cabreira. É uma área geográfica marcada por uma morfologia acidentada e com altitudes elevadas, características estas que influenciam fortemente as condições climáticas, fazendo desta uma área onde os quantitativos de precipitação são muito elevados. A densidade populacional é baixa e concentrada em pequenos povoamentos e a principal actividade económica é a agricultura. A floresta predominante é constituída por matas semi espontâneas de carvalhos (Quercus robur e Quercus pyrenaica), embebidas numa matriz de matos de urzes (Erica sp), carqueija (Genista sp) e tojo (Ulex sp) (Gomes et. al, 2001). As pastagens permanentes também assumem um papel importante na morfologia da paisagem desta unidade surgindo nas áreas de rechãs. Um fenómeno que tem marcado, negativamente a paisagem nesta unidade, são os incêndios florestais. Entre 1990 e 2006 deflagraram grandes incêndios, destacando-se um em 1998 e outro em 2006 na parte central da Serra da Cabreira. VALE DO CÁVADO A definição desta unidade especificamente juntamente com que se apresenta em seguida, tem a ver com a presença forte que estas duas bacias hidrográficas impigem ao território de Vieira do Minho. A delimitação desta unidade teve em conta as sub-bacias hidrográficas pertencentes ao rio Cávado tendo sido excluídas as que se enquadravam na Serra da Cabreira. O vale do Cávado caracteriza-se por encostas com declives acentuados resultado do encaixe do rio Cávado e pela presença de duas albufeiras (Caniçada e Salamonde). A ocupação do solo é marcada por uma matriz agro-florestal onde predominam espaços florestais degradados na parte Oeste (junto à barragem da Caniçada) devido aos incêndios florestais que quase anualmente têm ocorrido nessa parte do concelho. Em redor das áreas florestais, surgem, na sua maioria, áreas agrícolas com espaços naturais. Por sua vez, quanto à densidade populacional é superior à existente na Serra da Cabreira.

151 151/282 VALE DO AVE Corresponde a uma área plana envolvida por vertentes mais suaves do que a unidade paisagista anterior. Como altitude máxima temos a cota dos 400 metros. O principal elemento que marca a paisagem nesta unidade é a albufeira do Ermal. A floresta existente é maioritariamente de resinosas enquanto que os sistemas agrícolas predominantes são distintos, ou seja, na parte Sul, junto à Serra do Merouço, predominam os sistemas culturais e parcelares complexos enquanto que na parte central temos um predomínio das pastagens permanentes. Por fim, na fronteira com a unidade do vale do Cávado são os sistemas agro-florestais que prevalecem. É nesta unidade que a densidade populacional atinge os maiores valores do concelho, uma vez que é ai que se localiza a sede concelhia. TERRAS DE TRANSIÇÃO Tal como o nome enuncia corresponde às áreas de transição entre as duas unidades de Vale (Cávado e Ave) e as Terras Altas. Predomina a ocupação florestal nomeadamente de povoamentos de resinosas e mistos onde pinheiro cede lugar ao carvalho-alvarinho (Quercus robus L.) e ao vidodeiro (Betula alba L.) e às encostas de mato rasteiro (Ribeiro, 1991 in Gomes et. al, 2001). Em termos de incêndios florestais, ao contrário do vale do Cávado e Terras Altas, a paisagem não tem sido flagelada por este fenómeno. Quanto à distribuição da população, apresenta densidades superiores às restantes unidades de paisagem, à excepção do vale do Ave. Em redor das povoações surgem os campos de milho, batata e vinha, sustidos por socalcos nas encostas de maior pendente (Gomes et. al, 2001). Mapa V.I.3a Unidades e sub-unidades de paisagem existentes no concelho de Vieira do Minho

152 152/282 CAPÍTULO VI CARACTERIZAÇÃO DA DINÂMICA URBANA VI.I DINÂMICA URBANA O presente capítulo tem como finalidade fazer uma análise comparativa da evolução do edificado no concelho de Vieira do Minho e respectivo enquadramento geográfico, para além da classificação das freguesias segundo a tipologia das áreas urbanas (TAU). VI.I.1 ÁREAS URBANAS O ordenamento do território consagra no Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 316/2007, de 19 de Setembro, com redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro, que solo urbano é todo aquele para o qual é reconhecida vocação para o processo de urbanização e de edificação, nele se compreendendo os terrenos urbanizados ou cuja urbanização seja programada, constituindo o seu todo o perímetro urbano. A unidade mínima de análise correspondente à freguesia, adiante referenciada e adoptada para efeitos estatísticos, foi a utilizada na elaboração de um Estudo que a DGOTDU promoveu, em colaboração com o lne, sobre a classificação das freguesias do Continente em urbanas, semiurbanas e rurais. A questão urbana, pela importância económica, social e política de que se reveste, tende a estar cada vez mais na ordem do dia, sendo hoje vulgarmente utilizadas as noções de urbano e rural, ainda que a complexidade da problemática em causa continue a alimentar uma ampla discussão. A reflexão sobre a ausência de harmonização ao nível dos conteúdos de urbano e rural e as consequências negativas na análise comparativa internacional da informação divulgada determinou o desenvolvimento de um conjunto de acções, por parte do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU), com vista à apresentação de uma definição de urbano. Esta deveria compatibilizar o maior número de perspectivas possível, de modo a não descurar as diferentes conceptualizações sobre o tema, desde que assegurando o objectivo de uma operacionalização eficaz. A tipologia daí resultante, designada por Tipologia de Áreas Urbanas 31 (TAU) cuja unidade mínima de análise é a freguesia, mereceu a concordância do Conselho Superior de Estatística que a aprovou em 1998, para efeitos estatísticos. Assim, a Tipologia de Áreas Urbanas integra três níveis, dois dos quais urbanos, a saber: Áreas Predominantemente Urbanas (APU), Áreas Mediamente Urbanas (AMU) e Áreas Predominantemente Rurais (APR). Segundo esta tipologia, a grande maioria das freguesias do concelho (16) estão classificadas como Predominantemente Rurais (APR) localizadas, sobretudo na área central e a Este do concelho, e as restantes são Medianamente Urbanas (AMU) faixa Oeste do concelho e confinadas com os concelhos de Terras de Bouro e Póvoa do Lanhoso/ Fafe. 31 A tipologia de áreas urbanas, para fins estatísticos, é o resultado de um trabalho conjunto desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pela Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU). A presente tipologia é composta por três níveis, dos quais dois são urbanos: Áreas Predominantemente Urbanas (APU), Áreas Mediamente Urbanas (AMU), Áreas Predominantemente Rurais (APR).

153 153/282 Mapa IV.I.1a Tipologia das áreas urbanas no concelho de Vieira do Minho, em 2001 VI.I.2 ANÁLISE COMPARATIVA DA EVOLUÇÃO DO EDIFICADO A) EXPANSÃO DO PARQUE HABITACIONAL As Estimativas do Parque Habitacional ( ) do Instituto Nacional de Estatística mostram que por todo o país se assistiu, entre aqueles anos, a uma tendência de aumento dos edifícios para habitação familiar clássica. Em termos de variação percentual é interessante constatar que, de todas as unidades territoriais em análise, a NUT III Ave é a que regista, entre 1991 e 2005, o valor mais elevado: no Continente o aumento foi de cerca de 17%, na NUT II Norte foi de 19% e no Ave foi de 27%. Estes valores são interessantes principalmente se resgatarmos os da variação populacional entre 1991 e 2001 (gráfico V.12a). Efectivamente, a NUT III onde se insere Vieira do Minho não é a região com maior crescimento populacional (mais 9,4% de residentes face a 1991).

154 154/282 Gráfico VI.I.2a Estimativas do Parque Habitacional (Edifícios Habitação Familiar Clássica) Alto Trás-os-Montes -5,1 9,5 Douro -7,1 7,7 Entre Douro e Vouga 9,7 15,6 Tâmega 8,3 17,0 Grande Porto 8,0 11,7 Ave 9,4 18,7 Cávado 11,3 16,5 Minho-Lima 0,1 9,4 NUT II - Norte 6,2 13,2 NUT I - Continente 5,3 11,0-10,0-5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Parque habitacional População residente (percentagem) Atendamos aos valores concelhios. No gráfico seguinte estão representados os valores respeitantes ao número de fogos nos seis concelhos que fazem a NUT III Ave entre 1991 e Em todos eles se assistiu ao aumento do número de fogos. Gráfico VI.I.2b Estimativas do Parque Habitacional (Edifícios Habitação Familiar Clássica) N.º de fogos (em 31 de Dezembro) Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte 2004 Fafe Guimarães Póvoa de Lanhoso Santo Tirso Vieira do Minho Vila Nova de Famalicão No ano de 1999 o concelho de Vieira do Minho registou um aumento do número de fogos face a 1991 na ordem dos 10,0% (o valor mais baixo de todos os concelhos pertencentes à NUT III Ave). Em termos comparativos, e face ao mesmo período, a NUT I Continente registou um crescimento de 14,4%, a NUT II Norte de 17,1% e a NUT III Ave de 17,7%. A variação percentual, ano a ano, deste parâmetro diz-nos que o grande salto no número de fogos, em Vieira do Minho, ocorreu entre 1997 e Segundo os dados do INE, o número de famílias clássicas residentes no concelho de Vieira do Minho em 2001 era inferior ao número de alojamentos familiares clássicos 32 (4.634 e 7.098, respectivamente). Das unidades territoriais representadas, Vieira do Minho é a que apresenta o ratio mais elevado de alojamentos familiares clássicos/ famílias clássicas (1,5 famílias por alojamento quando, por exemplo, na NUT III Ave este ratio é de 1,2). 32 Unidade de habitação que, pelo modo como foi construída, ou como está a ser utilizada, se destina a alojar ( ) uma família. Alojamento Clássico: divisão ou conjunto de divisões e seus anexos que, ( ) pela forma como foi construído, reconstruído ou reconvertido se destina à habitação permanente de uma família, in INE.

155 155/282 Tabela VI.I.2a Número de famílias, alojamentos e edifícios em 2001 Unidade Geográfica Famílias clássicas Alojamentos Familiares Clássicos Edifícios Total Total Total NUT I Continente NUT II Norte NUT III Ave Vieira do Minho Fonte: Recenseamentos gerais da população e habitação, 2001, INE. No espaço intercensitário em análise assistiu-se, no concelho, ao aumento tanto do número de edifícios como de alojamentos familiares clássicos, como, aliás, acontece nas três unidades territoriais em análise. Estes aumentos correspondem a mais 18% de edifícios e mais 15% de alojamentos familiares clássicos no concelho face a Por outro lado, assistiu-se ao aumento de 7,3% do total de famílias clássicas face a Este valor, não só se queda muito distante dos 20% registados na NUT II Norte, como é, também, o menos acentuado de todos os concelhos que constituem a NUT III Ave. Gráfico VI.I.2c Variação relativa do número de famílias clássicas entre 1991 e 2001 Trofa Santo Tirso Vizela V.N. Famalicão Vieira do Minho P. de Lanhoso Guimarães Fafe NUT III - Ave NUT II - Norte NUT I - Continente 7,3 15,4 16,7 16,1 19,6 20,0 24,8 24,4 30,1 30,9 33,1 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 percentagem Fonte: Recenseamentos gerais da população e habitação, 2001, INE. São oito as freguesias que contrariam esta tendência de aumento do número de famílias clássicas: Anissó, Campos, Cova, Louredo, Ruivães, Salamonde, Soengas e Soutelo (nas últimas três freguesias estes valores rondam os menos 11% de famílias clássicas face a 1991). Na freguesia de Caniçada a situação manteve-se inalterada (142 famílias em ambos os anos). Vilar do Chão (Vilarchão) foi a única freguesia de todo o concelho a registar uma diminuição de alojamentos familiares e edifícios em relação a Na sede de concelho e em Pinheiro, o aumento de alojamentos familiares foi superior a 50% em relação aos existentes em O aumento de edifícios não foi tão acentuado face ao mesmo período: 49% em Pinheiro (a mostrar, uma vez mais, um aumento considerável) e 34% em Salamonde.

156 156/282 Mapa VI.I.2a Variação do parque habitacional no concelho de Vieira do Minho (1991/ 2001) No concelho de Vieira do Minho existiam, à data do último recenseamento, alojamentos familiares, 7,6% dos quais se encontravam vagos. Dos ocupados, 32% tinham utilização sazonal ou secundária (apenas a título de curiosidade refira-se que na NUT III Ave, no mesmo período, o peso dos alojamentos com este tipo de ocupação quedava-se nos 11%). Gráfico VI.I.2d Alojamentos familiares segundo a forma de ocupação. Vieira do Minho (2001) Ocupados Vagos Outros casos 325 Para demolição 47 Para aluguer 91 Para venda 79 Total 542 Uso sazonal ou secundário 2058 Residência habitual 4509 Total 6567 (nº edifícios) Fonte: Recenseamentos gerais da população e habitação, 2001, INE. B) EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EDIFÍCIOS Na década compreendida entre 1991 e 2001, assistiu-se um pouco por todo o país ao aumento do número de edifícios. O gráfico seguinte mostra esta evolução no concelho e unidades geográficas onde este se insere. De acordo com o recenseamento da população, a variação do número de edifícios nesta década é de cerca de

157 157/282 15% em Vieira do Minho, valor muito próximo ao da NUT III Ave (15,1%) e superior ao registado tanto no Continente como na NUT II Norte (10,5% e 12,5%, respectivamente). Gráfico VI.I.2e Evolução do número de edifícios: enquadramento regional NUT I - Continente NUT II - Norte NUT III - Ave Vieira do Minho Variação 1991/ 2001 (%) Fonte: Recenseamentos gerais da população e habitação, 2001, INE. número de edifícios percentagem Em termos de comportamento concelhio destacam-se as freguesias de Guilhofrei, Ruivães, Vieira do Minho e Rossas por registarem em 2001 um número de edifícios superior a 530, sendo a última a que mostra o valor mais elevado (1.009 edifícios). Do lado oposto encontram-se as de Vilar do Chão (Vilarchão), Soengas, Anissó e Soutelo com total de edifícios inferior a 135. Mapa VI.I.2b Número de edifícios e sua variação relativa no concelho de Vieira do Minho (1991/ 2001)

158 158/282 No que diz respeito à variação percentual do número de edifícios no momento censitário em análise, a freguesia de Vilar do Chão (Vilarchão) volta a destacar-se por ser a única a mostrar valor negativo (-16,5%). O mapa mostra ainda que os crescimentos mais acentuados se localizam nas freguesias de Ruivães (mais 31,4%), Salamonde (34,1%) e Pinheiro, onde o aumento foi de cerca de 50% face a POR TIPO DE OCUPAÇÃO É evidente a tendência de aumento dos edifícios com ocupação principalmente residencial face aos de ocupação principalmente não residencial, que, aliás, registaram em todas as unidades territoriais com excepção do concelho de Vieira do Minho uma diminuição na ordem dos - 4,4% no Continente, -17,0% na NUT II Norte e -18,3% na NUT III Ave, face a 1991 (ver tabela seguinte). Efectivamente, em termos de enquadramento territorial, é notório o peso percentual que a primeira tipologia tem no total dos edifícios, uma vez que os edifícios principalmente não residenciais não representam mais do que 2,0% do total dos edifícios (dados de 2001). Por outro lado, e no que diz respeito ao parâmetro principalmente residencial, o comportamento é idêntico mas desta feita em relação ao exclusivamente residencial, uma vez que em média, cerca de 92% dos edifícios principalmente residenciais são exclusivamente residenciais. Tabela VI.I.2b Evolução do número de edifícios por tipo de utilização: enquadramento Unidade Geográfica 2001 (total) Total Variação 1991/ 2001 (%) Principalmente residenciais Exclusivamente residenciais 2001 (total) Variação 1991/ 2001 (%) 2001 (total) Parcialmente residenciais Variação 1991/ 2001 (%) Principalmente não residenciais 2001 (total) Variação 1991/ 2001 (%) NUT I Continente , , , ,4 NUT II Norte , , , ,0 NUT III Ave , , , ,3 Vieira do Minho , , , ,9 Fonte: Recenseamentos gerais da população e habitação, 2001, INE. No concelho o comportamento não difere do atrás descrito, já que em 2001 em quase todas as freguesias mais de 94% dos edifícios principalmente residenciais são exclusivamente residenciais. As únicas excepções são as freguesias de Salamonde (89,4%), Tabuaças (87,0%), Louredo (84,2%) e Vieira do Minho (80,9%).

159 159/282 Mapa VI.I.2c Edifícios segundo o tipo de utilização (principalmente residenciais) no concelho de Vieira do Minho (1991/ 2001) C) TIPOLOGIAS DE CONSTRUÇÃO São várias as variáveis que permitem a caracterização dos edifícios 33. Neste caso, e porque esta é uma análise que se quer breve, analisaremos apenas quatro variáveis e o seu comportamento por freguesia. Esta caracterização será realizada com base no número de alojamentos, época de construção, necessidades de reparações e edifícios isolados ou cinco vezes mais altos que os adjacentes. Neste concelho, a quase totalidade dos edifícios (97%) têm um alojamento e 2% têm dois. Entre 1991 e 2001 o número de edifícios do primeiro tipo aumentou (em cerca de 15%) e do segundo tipo diminuiu (em cerca de 2%). Os edifícios com 5 a 9 alojamentos, apesar de representarem uma percentagem ínfima no bolo total, representam uma variação de cerca de 71% face a 1991 e os edifícios com 10 a 15 alojamentos aumentaram numa razão de seis vezes mais face à década anterior. Estes valores mostram que, para além do número de edifícios unifamiliares ser muito superior aos restantes, tem-se assistido ao aumento notável de edifícios com cinco a 15 alojamentos. Os dados do INE não permitem avaliar se houve aumento do número de edifícios isolados ou cinco vezes mais altos que os adjacentes. Ainda assim, quedam os valores relativos a 2001: de um total de edifícios com as características atrás referidas, 73% são, de facto, isolados ou cinco vezes mais altos que os adjacentes. Cerca de 21% dos edifícios existentes em 2001 foram construídos entre 1971 e 1980 e 12% entre 1981 e Quanto à necessidade de reparações nos edifícios, e ainda sobre os dados do ano atrás referido, resta 33 Segundo o INE, entende-se por edifício uma construção independente, compreendendo um ou mais alojamentos, divisões ou outros espaços destinados à habitação de pessoas, coberta e incluída dentro de paredes externas ou paredes divisórias, que vão das fundações à cobertura, independentemente da sua afectação principal ser para fins residenciais, agrícolas, comerciais, industriais, culturais ou de prestação de serviços.

160 160/282 informar que perto de 42% dos edifícios existentes não necessitam de intervenções (quer ao nível da estrutura, cobertura ou caixilharia e exteriores), e 20% necessitam de pequenas reparações. Tabela VI.I.2c Edifícios segundo as necessidades de reparações. Vieira do Minho (2001) Rubrica Nas Paredes e Caixilharias Na estrutura Na cobertura Exteriores Total (Número) % Total (Número) % Total (Número) % Nenhumas , , ,1 Pequenas , , ,2 Médias , , ,4 Grandes , , ,8 Muito grandes 358 5, , ,5 Fonte: Recenseamentos gerais da população e habitação, 2001, INE. VI.I.3 ÁREAS CRÍTICAS E DEGRADADAS/ ÁREAS URBANAS DE GÉNESE ILEGAL O objectivo deste sub capítulo prende-se com a identificação de áreas onde haja situações menos claras no que diz respeito ao edificado, nomeadamente áreas urbanas de génese ilegal (AUGI) ou áreas de construção clandestina 34. A noção de AUGI aplica-se aos prédios ou conjuntos de prédios contíguos que, "sem a competente licença de loteamento, quando legalmente exigida, tenham sido objecto de operações físicas de parcelamento destinadas à construção ( ) e que nos respectivos planos municipais de ordenamento do território (PMOT), estejam classificadas como espaço urbano ou urbanizável" (DGOTDU, 2000). O inventário destas ocorrências é importante na medida em que a identificação destas áreas permite uma actuação mais eficaz no âmbito do planeamento, para além de que estas áreas são, grosso modo, locais problemáticos, tanto ao nível do ordenamento do território como ao nível social. Os dados fornecidos pelo município de Vieira do Minho apontam para a não existência deste tipo de áreas. Tal facto não implica que pontualmente não possa existir uma ou outra habitação com construção deficitária ou com carências evidentes. 34 Segundo o DGOTDU (2000) as áreas de construção clandestina são áreas onde "se verifique acentuada percentagem de construções efectuadas sem licença legalmente exigida, incluindo as realizadas em terrenos loteados sem a competente licença DL 804/76, de 6 de Novembro, Lei 91/95, de 2 de Setembro)".

161 161/282 VI.I.4 REDE URBANA/ PERÍMETROS URBANOS A) EVOLUÇÃO DAS LICENÇAS DE CONSTRUÇÃO EMITIDAS No ano de 2004, mais de 80% das licenças concedidas pela câmara municipal de Vieira do Minho eram para habitação familiar e mais de 87% das licenças para construções novas eram para a mesma tipologia (habitação familiar). Entre 2000 e 2004 assistiu-se um pouco por todo o país ao decréscimo de licenças emitidas pelas câmaras municipais para construção de edifícios (tabela VI.1.4a). Ao mesmo tempo, no concelho de Vieira do Minho o comportamento é inverso, ou seja, nestes cinco anos as licenças concedidas não só não diminuíram como aumentaram em cerca de 28%. Apenas a título de curiosidade atendamos aos valores respeitantes às restantes unidades territoriais em análise: Tabela VI.I.4a Licenças concedidas pelas câmaras municipais para construção total de edifícios (2000 a 2004) Unidades Territoriais Total Total/ Edifícios Variação (em %) NUT I Continente ,2 NUT II Norte ,9 NUT III Ave ,6 Vieira do Minho (concelho) ,5 Fonte: INE, Estatísticas da Construção e Habitação (vários anos) Estes valores são interessantes na medida em que no concelho, como já foi referido atrás, se assistiu a uma diminuição populacional no momento intercensitário 1991/ 2001 e a tendência aponta para a continuidade dessa diminuição de residentes (de acordo com dados do INE, em 2004 os residentes neste concelho contabilizavam-se em , menos 1,75% que em 2001). Tabela VI.I.4b Licenças concedidas pelas câmaras municipais para construção por concelho, segundo o tipo de obra (2003 e 2004) Unidades geográficas Construções novas Edifícios Ampliações, Alterações e Reconstruções Edifícios Total Para habitação familiar Total Para habitação familiar NUT I Continente NUT II Norte NUT III Ave Vieira do Minho (concelho) Fonte: INE, Estatísticas da Construção e Habitação.

162 162/282 VI.I.5 CLASSIFICAÇÃO ACÚSTICA Muito embora tenha já sido elaborado o estudo sectorial, denominado Mapa de Ruído do Concelho de Vieira do Minho, actualizado em 2008, que pretende apoiar a revisão do PDM, entendeu-se que seria pertinente incluir uma referência às principais conclusões retiradas nesse estudo de caracterização. Um mapa de ruído constitui a representação geográfica dos níveis de ruído ambiente no exterior, reportados a uma situação existente ou prevista, através da qual se representam as zonas às quais correspondem determinados intervalos de valores de ruído. Neste contexto, os Mapas de Ruído constituem uma importante ferramenta de informação e previsão acústica, fornecendo informação relevante para serem integrados nas tomadas de decisão relativas ao uso do solo. No domínio da prevenção e controlo da poluição sonora, é o DL n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, designado de Regulamento Geral do Ruído (RGR) que visa a salvaguarda da saúde humana e o bem-estar das populações, através da prevenção e controlo do ruído nas áreas onde existam ou esteja previsto existirem receptores sensíveis, isto é, espaços edificados e não edificados onde usualmente vivem ou permanecem pessoas, como habitações, escolas, hospitais ou similares bem como os espaços de recreio ou de lazer. A classificação das referidas zonas, depende apenas do uso do solo, sendo que: Nas zonas sensíveis, a vocação do uso do solo permite a ocupação humana sensível, que incluí usos habitacionais, escolas, hospitais ou similares e espaços de recreio ou de lazer, para além de poder conter pequenas unidades de comércio e de serviços, desde que não funcionem no período nocturno, tais como estabelecimentos de restauração e comércio tradicional destinados a servir a população local; Nas zonas mistas ocorrem, para além de ocupação das zonas sensíveis, outros usos do solo compatíveis com essa utilização, nomeadamente comércio e serviços; Nas zonas urbanas consolidadas, a vocação do uso poderá ser de zona sensível ou mista mas possui uma ocupação estável em termos de edificação (por exemplo: zonas históricas). Esta classificação pressupõe diferentes intervalos de valores máximos de exposição ao ruído ambiente para cada uma das classificações e para os seguintes indicadores: (1) Lden indicador de ruído Diurno-Entardecer e Nocturno e (2) Ln indicador Nocturno, sendo, naturalmente, mais apertados os limites nas zonas sensíveis e no período nocturno. No Erro! A origem da referência não foi encontrada. apresentam-se os valores máximos admissíveis para cada uma das classificações referidas.

163 163/282 Tabela 0.I: Valores Limites de Exposição (artigo 11º, RGR) CLASSIFICAÇÃO VALORES LIMITE DE EXPOSIÇÃO DB(A) Lden Ln Zonas mistas < 65 < 55 < 55 < 45 Se junto a grandes infra-estruturas projectada: Zonas sensíveis <60 < 50 Se junto a grandes infra-estruturas existente: Zonas ainda não classificadas com receptores sensíveis Zonas Urbanas Consolidadas <65 <55 < 63 < 53 Podem ser considerados valores limite inferiores até 5 db(a) aos fixados para zonas mistas ou sensíveis se incluídas em zona urbana consolidada, designadamente centros históricos As actividades de planeamento territorial e de desenvolvimento urbano devem servir-se dos mapas de ruído de forma a prevenir e minimizar a exposição da população ao ruído, distribuindo os usos do solo de modo a garantir que as novas ocupações sensíveis se localizam fora da área de influência das fontes ruidosas existentes e/ou previstas. Em síntese, a utilização dos mapas de ruído como instrumento do planeamento territorial permite: 1. Apoiar a decisão relativa ao uso do solo proposto tendo em consideração os níveis de ruído já existentes e os limites para cada um dos usos; 2. Identificar as zonas de conflito existentes e previstas, isto é, zonas de ultrapassagem dos níveis de ruído relativamente à classificação acústica/uso do solo, permitindo especificar os valores e área de abrangência em incumprimento, e caso necessário, o número de pessoas sujeitas a níveis de ruído superiores aos regulamentares; 3. Especificar, na óptica do critério de exposição máxima, qual a redução de ruído necessária em cada fonte ruidosa para atingir um determinado nível de ruído total no receptor sensível; 4. Hierarquizar zonas por prioridade de intervenção para estabelecer um Plano Municipal de Redução de Ruído.

164 164/282 ENQUADRAMENTO LEGAL No âmbito da Revisão do PDM de Vieira do Minho, interessa reter o estipulado no referido DL n.º 9/2007, de modo a sustentar a análise efectuada no ponto de caracterização acústica e síntese prospectiva. No Erro! A origem da referência não foi encontrada. descrevem-se algumas considerações nas implicações da gestão do ruído a reter. Tabela 0.II: Extractos do Regulamento Geral do Ruído ARTIGO Artigo 6º Planos Municipais de Ordenamento do Território Artigo 7º Mapas de Ruído Artigo 12º Controlo prévio das operações urbanísticas CONTEÚDO Os planos Municipais de Ordenamento do Território asseguram a qualidade do ambiente sonoro, promovendo a distribuição adequada dos usos do território, tendo em consideração as fontes de ruído existentes e previstas. Compete aos Municípios estabelecer nos Planos Municipais de ordenamento do Território a classificação, a delimitação e a disciplina das zonas sensíveis e das zonas mistas A classificação de zonas sensíveis e de zonas mistas é realizada na elaboração de novos planos e implica a revisão ou a alteração dos planos municipais de ordenamento do território em vigor. Os municípios devem acautelar, no âmbito das suas atribuições de ordenamento do território, a ocupação dos solos com usos susceptíveis de vir a determinar a classificação da área como zona sensível, verificada a proximidade de infra-estruturas de transporte existentes e programadas As Câmaras Municipais elaboram mapas de ruído para apoiar a elaboração, alteração e revisão dos planos directores municipais e dos planos de urbanização As Câmaras Municipais elaboram relatórios sobre recolha de dados acústicos para apoiar a elaboração, alteração e revisão dos Planos de pormenor, sem prejuízo de elaborar mapas de ruído sempre que tal se justifique Exceptuam-se do disposto dos números anteriores os planos de urbanização e os planos de pormenor referentes a zonas exclusivamente industriais A elaboração de mapas de ruído tem em conta a informação acústica adequada, nomeadamente a obtida por técnicas de modelação apropriadas ou por recolha de dados acústicos realizada de acordo com técnicas de medições normalizadas Os mapas de ruído são elaborados para os indicadores Lden e Ln reportados a uma altura de 4 metros acima do solo. ( ) ( ) É interdito o licenciamento ou a autorização de novos edifícios habitacionais, bem como de novas escolas, hospitais ou similares e espaços de lazer enquanto se verifique violação dos valores limite fixados ( ) Exceptuam-se do disposto do número anterior os novos edifícios habitacionais em zonas urbanas consolidadas, desde que essa zona: Seja abrangida por um plano municipal de redução de ruído; ou Não exceda em mais de 5 db(a) os valores limite fixados ( ) e que o projecto acústico considere valores do índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea ( ) superiores em 3dB(A) dos valores constantes da alínea a) do n. 1 do artigo 5º. Do Regulamento dos requisitos Acústicos dos Edifícios, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 129/2002., de 11 de Maio. Seguidamente transcrevem as principais conclusões do documento Mapa de Ruído do Concelho de Vieira do Minho (pág. 16): O presente trabalho apresenta, à escala de PDM, os níveis de ruído ambiente característicos da área do Concelho de Vieira do Minho em termos dos indicadores de ruído Lden e Ln. Foram caracterizados acusticamente, de acordo com critérios e metodologias que cumprem a regulamentação legislativa nacional e comunitária, o tráfego rodoviário e o ruído industrial.

165 165/282 Foi utilizado um modelo de cálculo suportado por um software computacional de modelação da emissão, propagação e recepção do som que considera todos os aspectos relevantes destes fenómenos. Para além da caracterização da potência sonora das fontes, foram levados em linha de conta fenómenos associados ao efeito do relevo, condições meteorológicas (médias), volumetria de edifícios, etc. O cálculo foi efectuado adoptando uma malha de cálculo de 20*20 m. A altura de avaliação foi de 4 metros. Em termos dos aspectos mais significativos associados aos resultados obtidos, destacam-se os seguintes: Os níveis de ruído ambiente característicos da área concelhia não configuram, situações conflituosas no que diz respeito à exposição da população a níveis de ruído considerados excessivos (tanto para o indicador de ruído Lden como para o Ln); A principal fonte de ruído do Concelho de Vieira do Minho, quer qualitativa quer quantitativa, é o tráfego rodoviário; As vias rodoviárias mais ruidosas são as vias estruturantes que servem e atravessam o concelho e que apresentam volumes de tráfego significativos, designadamente a EN 103, EN 304 e a rede viária distribuidora regional (variante a EN 304). Relativamente ao ruído industrial, verificou-se que este não têm importância relativa assinalável, especialmente quando comparadas com o tráfego rodoviário. As emissões sonoras derivadas destas fontes não são, de acordo com os resultados obtidos, susceptíveis de ocasionarem situações de conflito assinaláveis; Estimativas efectuadas para as duas situações estudadas, apontam para que: - A quase totalidade da população está exposta a níveis de ruído ambiente compatíveis com zonas mistas [Lden<65 db(a) e Ln<55 db(a]; - Cerca de 95% da população está em locais com níveis sonoros compatíveis com zonas sensíveis, considerando ambos os descritores.

166 166/282 VI.II EQUIPAMENTOS E INFRA-ESTRUTURAS VI.II.1 REDE VIÁRIA E DE TRANSPORTES REDE VIÁRIA Vieira do Minho, sendo um concelho de transição entre o litoral de forte cariz urbano (Braga) e o interior mais rural e de montanha (Trás-os-Montes), conhece problemas de acessibilidade e mobilidade por parte da população, que a sua topografia e tipologia de povoamento (disperso) ainda acentuam. Sendo primordial para o desenvolvimento do concelho os equipamentos sociais e de saúde, culturais e educativos, desportivos e de lazer, bem como a reabilitação e protecção do património, uma rede viária adequada, funcional e que proporcione o acesso a estes equipamentos por parte da população e, ao mesmo tempo, que colocam o concelho mais competitivo, é igualmente critico. De facto, a construção de uma boa rede de infra-estruturas viárias contribui para melhorar ligações e acessibilidades, que se tornam fundamentais para uma maior abertura e para uma maior possibilidade de revitalização do tecido social e económico. Com efeito, a rede viária assume particular relevo na fixação dos munícipes e no desenvolvimento local, sendo essencial o seu bom estado de conservação, que contribui, efectivamente, para uma melhor mobilidade intra e interconcelhia. Atenta a esta realidade, a Câmara Municipal de Vieira do Minho tem procurado melhorar a rede viária municipal com intervenções nas diversas estradas e caminhos, ao longo dos anos, para servir nas melhores condições possíveis a população. Um importante passo nesse sentido foi a rectificação da EN 304 entre as Cerdeirinhas e a Vila de Vieira do Minho com variante a Sapinhos permitindo, assim, uma maior facilidade nas deslocações. De realçar ainda, os projectos que estão previstos no Plano Estratégico do Vale do Ave 2000/ 2007, nomeadamente, a melhoria da circulação rodoviária na rede municipal de caminhos rurais e florestais e, também, a melhoria da circulação rodoviária com acesso rápido às estradas nacionais através da variante sul (ligação EM 526 à Ranha). De igual modo, o projecto da Via do Ave deverá ser uma aposta do município, para, a partir desta via, aceder ao Médio Ave, designadamente ao concelho de Guimarães, e, através dele, à rede transeuropeia de Auto- Estradas. Esta ligação, permitirá igualmente, a nível local, melhorar a acessibilidade à parte SO do concelho, ao município da Póvoa de Lanhoso, assim como ao futuro parque tecnológico AVE PARQUE (em Caldas das Taipas/ Barco). No mapa seguinte encontram-se assinaladas as estradas nacionais, bem como as estradas e caminhos municipais que estruturam a rede viária do concelho de Vieira do Minho:

167 167/282 Mapa VI.2.1a Rede Viária do concelho de Vieira do Minho

168 168/282 Este mapa evidencia a posição e as conexões que o Município de Vieira do Minho possui em relação aos municípios envolventes. Assim, são essencialmente três as ligações principais: a EN 103 que atravessa o concelho na sua parte setentrional, circundando parte do Vale do Cávado, estabelecendo as ligações com Braga para poente e com Montalegre e Chaves para nascente. É a principal via que atravessa o concelho. a EN 205 que se desenvolve na parte mais meridional do concelho, na direcção poentenascente e que estabelece a ligação com a Póvoa de Lanhoso e Cabeceiras de Basto. a EN 304 que se desenvolve na direcção sudeste-noroeste e através da qual fica estabelecida a ligação com Terras de Bouro, ao longo de um panorâmico percurso sobre a Albufeira de Caniçada. As restantes vias são de nível municipal e florestal, tendo uma importância notável quanto à sua extensão e acessos que permitem. De facto, são estas infraestruturas, de nível inferior, que ligam as diferentes freguesias do concelho. No que concerne à rede de estradas municipais do concelho, podemos constatar que é constituída por 13 vias com a extensão aproximada de 68,75 km. Tabela VI.2.1a Rede de Estradas Municipais classificação, antiga designação, extensão, largura, área e tipo de pavimento do concelho de Vieira do Minho, em 2002 Classificação das Estradas Municipais Antiga designação Extensão (m) Largura (m) Área (m2) Tipo de pavimento E.M. 526 Vieira /Agra , Semi-penetração e tapete E.M. 527 Rossas , Semi-penetração e tapete E.M. 528 Tabuaças / Eira Vedra Semi-penetração e tapete E.M , Semi-penetração e tapete Caniçada/Cova/Louredo E.M , Semi-penetração E.M. 531 Rossas/Fafe Tapete E.M. 595 Tabuaças a Parada de Bouro , Semi-penetração e tapete E.M Parada de Bouro Tapete E.M. 599 Vieira ao limite com Travassos , Tapete E.M. 600 Anissó / Soutelo , Tapete E.M. 601 S. Roque / Guilhofrei , Semi-penetração e tapete E.M. 602 Variante Ranha Semi-penetração E.M. 623 Campos , Semi-penetração e tapete Total: Fonte: Município de Vieira do Minho, 2004.

169 169/282 De acordo com os dados disponíveis do ano de 2002, o tipo de pavimento destas vias assenta, principalmente, em semi-penetração e tapete. Tabela VI.2.1b Rede de Estradas Municipais estado de conservação e rede de drenagem do concelho de Vieira do Minho, em 2002 Classificação Estado de conservação Rede de drenagem Bom estado Razoável Mau estado Bom estado Razoável Mau estado Sem rede E.M. 526 x x E.M. 527 x x E.M. 528 x x E.M. 529 x x E.M. 530 x x E.M. 531 x x E.M. 595 x x E.M x x E.M. 599 x x E.M. 600 x x E.M. 601 x x E.M. 602 x x E.M. 623 x x Fonte: Município de Vieira do Minho, Relativamente ao estado de conservação, verifica-se que, na sua generalidade, a rede de estradas do concelho se apresenta em bom e razoável estado, onde apenas a E.M. 530 se encontra em mau estado. Quanto à rede de drenagem das mesmas, o quadro verificado não é tão favorável, uma vez que a E.M. 529, a E.M. 530 e a E.M. 595 se encontram em mau estado. No respeitante à rede de caminhos municipais do concelho, podemos verificar que é constituída por cerca de 813 vias, com a extensão aproximada de 602,07 km. Tabela VI.2.1c Número de Caminhos Municipais e sua extensão, por freguesia, em 2002 Freguesias Caminhos Caminhos Extensão (m) Freguesias Municipais (nº) Municipais (nº) Extensão (m) Anissó Pinheiro Anjos Rossas Campos Ruivães Caniçada Salamonde Cantelães Soengas Cova Soutelo Eira Vedra Tabuaças Guilhofrei Ventosa Louredo Vieira do Minho

170 170/282 Mosteiro Vilarchão Parada do Bouro TOTAL Fonte: Município de Vieira do Minho, 2004 Para uma análise mais detalhada dos caminhos municipais são apresentadas, por freguesia, a respectiva classificação, antiga designação, início, fim, extensão, largura, área, tipo de pavimento, estado de conservação e rede de drenagem em anexo. TRANSPORTES COLECTIVOS Os transportes colectivos são uma peça fundamental no planeamento e ordenamento do território, pois a existência de uma rede de transportes sustentável, eficaz e capaz de servir as necessidades, quer da população residente, quer da população que trabalha dentro dos limites concelhios, é a chave para garantir o sucesso de uma politica de crescimento económico, bem como para garantir uma melhoria na qualidade de vida no que diz respeito à equidade da mobilidade populacional, através de uma mobilidade sustentável. Num concelho com as características socioeconómicas e territoriais como o de Vieira do Minho, a sua tarefa, embora distinta em relação aos grandes aglomerados urbanos, é de importância igualmente crítica. De facto, para alguns grupos de população (população idosa, população sem capacidade económica para aceder ao transporte particular, população com deficiências físicas) o único modo de transporte existente é o colectivo. A realidade territorial e demográfica do concelho, porém, dificulta ainda mais a construção de um bom sistema de transportes públicos: por um lado verificam-se baixos valores demográficos, o que origina baixas densidades de procura de serviço; para o mesmo problema, contribui ainda o povoamento altamente desconcentrado e disperso pelos diversos aglomerados do concelho; finalmente, a forte concorrência do transporte privado. Estes factores originam um sistema de transportes colectivos (em concreto o autocarro) que se apresenta desadequado para uma grande parte da população do concelho, o que cria naturais problemas na mobilidade destas populações. Este problema é ainda mais grave em determinados momentos, como os fins-de-semana e épocas de férias escolares. Deste modo, o taxi apresenta-se um modo de transporte muito importante para a mobilidade intraconcelhia em Vieira do Minho. CARREIRAS PÚBLICAS O Município de Vieira do Minho é servido por 25 carreiras públicas, as quais estão distribuídas por quatro empresas de transportes com os seguintes itinerários: 1. A empresa de transportes ARRIVA, com sede em Guimarães, possui duas carreiras públicas com percursos diários de ida e volta:

171 171/282 Carreira 322 (Arosa Vieira do Minho) com 1 percurso diário, e um horário de Segunda/Sexta, com excepção de Feriados; Carreira 323 (Póvoa de Lanhoso - Vieira do Minho), com 6 percursos diários, e um horário de Segunda/Sexta, com excepção de Feriados; 2. A empresa de transportes GIROMUNDO, com sede na vila de Vieira do Minho, possui três carreiras públicas com percursos diários de ida e volta: Percurso Vila Seca Vila Seca, com 2 percursos diários, e um horário de Segunda/Sexta em período escolar excepto Feriados; Percurso Pepim Póvoa de Lanhoso, com 4 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta em período escolar excepto Feriados e de Segunda/Sexta excepto Feriados; Percurso Calvelos Vieira do Minho, com 3 percursos diários, e um horário de Segunda/Sexta em período escolar excepto Feriados; 3. A empresa de transportes TRANSDEV, com sede em Braga, possui 20 carreiras públicas com percursos diários de ida e volta: Percurso Meães Vieira do Minho, com 16 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta em período escolar excepto Feriados, e apenas às Segundas em dia de mercado em Vieira do Minho; Percurso Calvos Vieira do Minho, com 7 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta excepto Feriados, Segunda/Sexta em período escolar excepto Feriado, e Segunda/Sexta fora do período escolar; Percurso Anjos Vieira do Minho, com 7 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta excepto Feriados, apenas às Segundas em dia de mercado em Vieira do Minho, e Segunda/Sexta fora de período escolar; Percurso Fornelos Vieira do Minho, com 6 percursos diários, e horário de apenas às Segundas em dia de mercado em Vieira do Minho; Percurso Chãs Vieira do Minho, com 4 percursos diários, e horário de Segunda/Sexta excepto Feriados; Percurso Gerês Viera do Minho, com 10 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta em período escolar excepto Feriados e às Segundas em dia de mercado em Vieira do Minho, e apenas às Segundas em dia de mercado em Vieira do Minho; Percurso Pepim Vieira do Minho, com 23 percursos diários, e horários de todos os dias, Segunda/Sexta excepto Feriados, todos os dias excepto Sábados e Feriados, aos Domingos e Segundas que coincidam com Feriados, e aos Sábados e Feriados; Percurso Braga Venda Nova, com 9 percursos diários, e horários de todos os dias excepto Domingos, aos Domingos e Feriados, todos os dias excepto aos Sábados, e Segunda/Sexta excepto Quintas e Sextas vésperas de Feriados; Percurso Braga Vilarchão, com 2 percursos diários, e horário de Segunda/Sexta excepto Feriados; Percurso Monsul Vieira do Minho, com 2 percursos diários, e horário de Segunda/Sexta excepto Feriados; Percurso Parada de Bouro Vieira do Minho, com 5 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta fora do período escolar, e Segunda/Sexta em período escolar; Percurso Braga Pandozes, com 2 percursos diários, e horário de Segunda/Sexta excepto Feriados;

172 172/282 Percurso Monsul Parada de Bouro, com 7 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta excepto Feriados, Segunda/Sexta em período escolar, Segunda/Sexta fora do período escolar; Percurso Fafe São Bento da Porta Aberta, com 2 percursos diários, e horário de apenas às Segundas em dia de mercado em Vieira do Minho; Percurso Rossas Vieira do Minho (circuito Directo), com 6 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta excepto Feriados, Segunda/Sexta em período escolar, apenas às Segundas em dia de mercado em Vieira do Minho; Percurso Rossas Vieira do Minho (circuito Rossas), com 8 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta excepto Feriados, Segunda/Sexta em período escolar excepto Feriados, apenas às Segundas em dia de mercado em Vieira do Minho, e Quartas e Sextas em período escolar excepto Feriados; Percurso Cerdeirinhas São Bento da Porta Aberta, com 9 percursos diários, e horários de Segunda/Sexta excepto Feriados, Segunda/Sexta em período escolar, e Segunda/Sexta fora do período escolar; Percurso Rossas São Bento da Porta Aberta, com 2 percursos diários, e horário de apenas às Segundas em dia de mercado em Vieira do Minho; Percurso Fafe Rossas, com 3 percursos diários, e horário de Segunda/Sexta excepto Feriados; Percurso Fafe Vieira do Minho, com 2 percursos diários, e horário de Segunda/Sexta em período escolar; 4. A empresa de transportes SALAMONDETUR, com sede no lugar de Salamonde, concelho de Vieira do Minho, possui quatro carreiras públicas com percursos diários de ida e volta: Percurso Salamonde Salto. Em anexo encontram-se os dados respeitantes a esta temática (Anexo V.2.1 Rede viária e de transportes, Tabela V.2.1a Listagem de Carreiras Públicas). TÁXIS O TAXI (Transporte de Aluguer em Automóveis Ligeiros de Passageiros) é um transporte colectivo personalizado, cuja actividade está regulamentada pelo Decreto-Lei 41/2003, que veio alterar o Decreto-Lei 251/98. A importância deste meio de transporte é bastante relevante no que diz respeito à mobilidade e à flexibilidade, pois não está dependente de paragens fixas, nem de horários estipulados, apesar dos seus custos elevados, dificultarem uma utilização frequente e de não permitir ser uma alternativa aos outros transporte colectivos. No caso concreto do município de Vieira do Minho, este é servido por 24 táxis, distribuídos em dois tipos de contingentes: Regime de Praça Livre Condicionada e Regime de Estacionamento Fixo. O Regime de Praça Livre Condicionada é aplicado aos táxis da vila de Vieira do Minho, encontrando-se 8 carros licenciados nessa situação, distribuídos por 3 praças de táxis. Dos 8 táxis existentes, 5 possuem lugar na praça de táxis situada na Praça de Guilherme de Abreu, 2 na praça de táxis junto à Central de

173 173/282 Camionagem, e 1 com lugar na praça de táxis no Campo da Feira. O Regime de Estacionamento Fixo é aplicado aos táxis das restantes freguesias, sendo a sua praça de táxis, a morada de residência do titular da licença. As freguesias possuidoras de praça de táxis são 13, das quais apenas Guilhofrei, Rossas e Ruivães possuem mais do que uma praça de táxis (2 lugares em Guilhofrei e Rossas, 3 lugares em Ruivães). Tabela VI.2.1d Regime de Praça Livre Condicionada e Regime de Estacionamento Fixo Regime de Praça Livre Condicionada Regime de Estacionamento Fixo (cont.) Praça Guilherme de Abreu 5 Guilhofrei 2 Central de Camionagem 2 Louredo 1 Campo da Feira 1 Parada de Bouro 1 Salamonde 1 Regime de Estacionamento Fixo Rossas 2 Anjos 1 Ruivães 3 Campos 1 Tabuaças 1 Caniçada 1 Vilarchão 1 Cantelães 1 Fonte: Anexo I e II do Aviso n.º 5956/2002, editado a 4 de Julho de 2002, em Diário da República TRANSPORTES ESCOLARES Os transportes escolares no município de Vieira do Minho desempenham um papel fundamental na educação dos jovens vieirenses. Devido ao facto de apenas existir uma EB 2,3 e uma ES/3, e de estas se localizarem na vila de Vieira do Minho, as crianças de todo o município precisam de se fazerem deslocar diariamente das suas residências para a escola e vice-versa, pelo facto que é necessária uma boa rede de transportes escolares. Porém, devido ao facto de terem fechado algumas escolas do 1º ciclo do ensino básico, bem como existirem freguesias grandes e com povoados dispersos, também os alunos frequentadores do 1º ciclo do ensino básico necessitam de transporte para se deslocarem entre a escola e o seu local de residência. Existe ainda um terceiro caso de transporte escolar, o de transporte de alunos possuidores de deficiências físicas para escolas especiais, sendo estas transportadas em táxis, com o seu transporte a ser suportado inteiramente pela Câmara Municipal de Vieira do Minho. Assim, em relação aos transportes propriamente dito, os alunos são transportados por dois tipos de carreiras: 1. Carreiras Públicas; 2. Carreiras Especiais: a) Associações, b) Câmara Municipal de Vieira do Minho, c) Táxis e d) Transportadoras. Em relação às carreiras públicas, são 10 os circuitos que servem os alunos, distribuídos por 4 companhias transportadoras (ARRIVA, GIROMUNDO, SALAMONDETUR e TRANSDEV), transportando um total de 700 alunos diariamente.

174 174/282 De notar que a existência do serviço de transporte escolar em carreiras comerciais de transporte colectivo possibilita, em muitas linhas, a viabilidade económica das mesmas, do que acaba por beneficiar toda a população. No que concerne às carreiras especiais, um circuito está a cargo de uma associação desportiva (VIEIRA SPORT CLUB), 5 circuitos são suportados pela Câmara Municipal, 6 circuitos estão adjudicados a transportadoras e 7 circuitos são realizados por táxis, sendo que ao todo, são transportados 420 alunos, dos quais 112 são alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico. Tabela V.2.1e Listagem de Percursos Escolares Transportadora Circuito Tipo de Circuito Alunos António Silva Antunes (TAXI) Castro/Cova Circ. Especial 12 ARRIVA Cuqueira/S. Roque/Anissó/Soutelo Car. Pública 47 Azevedo e Silva, Transportes de Espindo/Sta. Passageiros Unipessoal, Lda. Leucadia/Ruivães/Frades/Campos Circ. Especial 20 CMVM Ameã/Vilarchão Circ. Especial 8 CMVM Figueiró/Mosteiro Circ. Especial 21 CMVM Riolongo/Mosteiro Circ. Especial 4 CMVM Anissó Circ. Especial 12 CMVM Louredo/Guilhofrei Circ. Especial 7 Domingos Manuel Gonçalves (TAXI) Sanguinhedo Circ. Especial 4 Domingos Manuel Gonçalves (TAXI) Loureiro/Eira-Vedra Circ. Especial 4 Domingos Teixeira (TAXI) Paradinha/Vale/Tojeira Circ. Especial 3 Eugénio Silva Pereira (TAXI) S. Martinho Circ. Especial GIROMUNDO Guilhofrei (via Ermal, Azevedo, Sanguinhedo, Rio Longo) Carr. Pública 131 GIROMUNDO Guilhofrei (Calvelos/Rossas) Circ. Especial 45 João Miguel Vieira (TAXI) Fornelos/Louredo Circ. Especial 12 SALAMONDETUR Borralha Carr. Pública 74 SALAMONDETUR Campos/Ruivães/Salamonde Circ. Especial 30 SALAMONDETUR Sudro/Tabuaças Circ. Especial 67 SALAMONDETUR Louredo/Cova/Eira-Vedra Circ. Especial 72 Táxis Loureiro e Grilo (TAXI) Rechã/Caniçada Circ. Especial 5 TRANSDEV Calvos/Agra/Anjos Carr. Pública 40 TRANSDEV Cerdeirinhas Carr. Pública 59 TRANSDEV S.Bento/Caniçada Carr. Pública 39 TRANSDEV Parada de Bouro Carr. Pública 63 TRANSDEV Rossas Carr. Pública 106 TRANSDEV Sta. Marta/Figueiró/Mosteiro Carr. Pública 66 TRANSDEV Vilarchão/Pinheiro Carr. Pública 75 Transportes Manuel Fernandes Carneiro, Lda. Agra/Igreja/Calvos/Lamedo/Sta. Marta Circ. Especial 43 VIEIRA SPORT CLUB Cantelães Circ. Especial 46 Fonte: Câmara Municipal de Vieira do Minho, 2007

175 175/282 VI.II.2 EQUIPAMENTOS COLECTIVOS O capítulo respeitante à caracterização dos equipamentos colectivos tem como referência o estudo elaborado pelo Município de Vieira do Minho Departamento de Serviços de Incidência Territorial e Urbana Divisão de Estudos e Planeamento, intitulado Relatório dos equipamentos colectivos, e elaborado em DEFINIÇÃO Equipamentos colectivos são Edificações onde se localizam actividades destinadas à prestação de serviços de interesse público imprescindíveis à qualidade de vida das populações, in Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, Áreas afectas às instalações (inclui as ocupadas pelas edificações e os terrenos envolventes afectos às instalações), destinadas à prestação de serviços às colectividades (saúde, ensino, administração, assistência social, segurança pública, protecção civil, etc.) e à prática de actividades culturais, de recreio e lazer e de despeorto., in Portaria n.º 216-B/2008, de 3 de Março. INTRODUÇÃO Os equipamentos colectivos são um elemento fundamental na estrutura da vida em comunidade, bem como um dos principais factores para avaliar e promover o índice de qualidade de vida da população. Como tal, são uma pedra basilar no ordenamento do território, pois o facto de existirem ou não, bem como a sua localização mais ou menos correcta pode originar estratégias de planeamento erradas, condicionando todo um mecanismo de crescimento, quer a nível económico, como a nível social e cultural. Tendo em conta que existem diversos tipos de equipamentos (dependendo da finalidade a que se destinam), dividimos os equipamentos em nove classes, sendo que cada uma delas possui diversos níveis de influência. Tipologia de Equipamentos: Equipamentos Administrativos; Equipamentos Culturais; Equipamentos Desportivos; Equipamentos Religiosos; Equipamentos Sociais; Equipamentos de Saúde; Equipamentos de Ensino;

176 176/282 Equipamentos de Prevenção e Segurança Pública, e Outros. Níveis de Influência: 1.º Nível Equipamentos existentes apenas numa freguesia; 2.º Nível Equipamentos existentes em algumas freguesias; 3.º Nível Equipamentos existentes em todas as freguesias. Tabela VI.II.2a Distribuição dos Equipamentos Colectivos no concelho de Vieira do Minho por níveis Tipologia Nível 1 Nível 2 Nível 3 - Câmara Municipal; - Conselhos Directivos de Baldios; - Tribunal Judicial; - Correios. Equipamentos Administrativos Equipamentos Culturais Equipamentos Desportivos Equipamentos de Ensino Equipamentos Prevenção e Segurança Pública Equipamentos Religiosos Equipamentos Sociais Equipamentos Saúde - Conservatória; - Notário; - Finanças; - Direcção Geral dos Serviços Florestas; - EDP; - Cooperativa Agrícola; - EPMAR; - Gabinete dos Serviços Médicos e Sociais; - Gabinete do Instituto Português do Emprego e Formação Profissional. - Auditório Municipal; - Bibliotecas Municipais; - Museu Casa de Lamas; - Associações Culturais; - Espaço Internet; - Museus. - Vieira Cultura e Turismo. - Campo de Futebol Municipal; - Pavilhões Gimnodesportivos; - Piscinas Municipais; - Campos de Jogos. - Campos de Ténis Municipais; - Campo de Tiro. - Escola Preparatória; - Jardins-de-infância; - Escola Secundária. - Escolas Básicas de 1º Ciclo. - GNR; - Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho; - Cruz Vermelha Portuguesa. - Capelas. - Centro de Dia; - Centro de Apoio Domiciliário; - Associação de Solidariedade e Apoio Social. - Lar ou Mini-Lar; - ATL (Actividades de Tempos Livres); - Projectos Sociais; - CAT (Centro de Apoio Temporário). - SAP (Serviço de Apoio Permanente). - Extensões de Centro de Saúde. - Juntas de Freguesia - Igrejas Paroquiais; - Cemitérios Fonte: Câmara Municipal de Vieira do Minho Departamento de Serviços de Incidência Territorial e Urbana Divisão de Estudos e Planeamento, Relatório dos equipamentos colectivos, 2006.

177 177/282 CARACTERIZAÇÃO GERAL Numa análise estatística da distribuição dos equipamentos colectivos existentes no município por freguesia, verificamos que, num total de 290, estes estão distribuídos pelas 21 freguesias de um modo desigual, revelando-se um bom indicador do índice de assimetrias existentes entre freguesias do concelho. Com uma média de 14 equipamentos por freguesia, e um desvio padrão de 11 unidades, acompanhado por uma diferença de 50 equipamentos entre o valor máximo e mínimo registado (55 e 5 respectivamente), verificamos que a disparidade entre a maioria das freguesias é realmente elevada, pois basta um desvio padrão abaixo da média obter o valor mínimo, mas são precisos 4 desvios padrão, para o valor máximo. Para fortalecer esta ideia, basta verificar igualmente que apenas as freguesias de Pinheiro e Salamonde registam 14 equipamentos (valores iguais à média), e acima da média apenas encontramos freguesias como Guilhofrei, Rossas, Ruivães e Vieira do Minho, com as restantes 15 freguesias a registarem valores abaixo da média. O factor desencadeante desta desigualdade entre valores estatísticos e realidade, é sem duvida a freguesia de Vieira do Minho (55 equipamentos colectivos), o qual se deve ao facto de ser o centro administrativo do concelho, e como tal, um pólo dinamizador e concentrador de recursos, que neste caso se traduz em concentração de equipamentos colectivos. Gráfico VI.II.2a Equipamentos colectivos por categoria 31% 16% 2% 8% 2% Equipamentos Administrativos Equipamentos Culturais 2% 11% 11% 17% Equipamentos Desportivos Equipamentos de Ensino Equipamentos Prevenção e Segurança Pública Equipamentos Religiosos Equipamentos Sociais Equipamentos Saúde Outros equipamentos Fonte: Câmara Municipal de Vieira do Minho Departamento de Serviços de Incidência Territorial e Urbana Divisão de Estudos e Planeamento, Relatório dos equipamentos colectivos, Analisando sob o ponto de vista do índice de influência, podemos verificar que existe no concelho de Vieira do Minho, um número relativo de equipamentos considerados de nível um, ou seja, equipamentos existentes apenas em uma freguesia e que disponibilizam um bem/serviço raro, cujo raio de influência se estende por todo o município. São essencialmente equipamentos administrativos, culturais, desportivos e relacionados com o ensino (2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário). Em relação aos equipamentos de nível 2, são em suma, equipamentos existentes em algumas freguesias e cujo raio de influência se estende às freguesias vizinhas. Podemos verificar que estes se distribuem pela maioria das freguesias, muito embora um conjunto específico de equipamentos se concentre em três freguesias específicas: Vieira do Minho, Rossas e Ruivães, nomeadamente equipamentos de prevenção e segurança pública, e saúde. Temos por fim, os equipamentos de nível 3, isto é, equipamentos existentes em todas as freguesias e que prestam serviços/bens comuns, cujo raio de influência não ultrapassa a freguesia local, como é o caso dos cemitérios e igreja paroquial (equipamentos religiosos) e das Juntas de Freguesia (equipamento administrativo).

178 178/282 Gráfico VI.II.2b Equipamentos colectivos por freguesia percentagem Anissó Anjos Campos Caniçada Cantelães Cova Eira Vedra Guilhofrei Louredo Mosteiro Fonte: Câmara Municipal de Vieira do Minho Departamento de Serviços de Incidência Territorial e Urbana Divisão de Estudos e Planeamento, Relatório dos equipamentos colectivos, 2006 (modificado). Parada do Bouro Pinheiro Rossas Ruivães Salamonde Soengas Soutelo Tabuaças Ventosa Vieira do Minho Vilar do Chão média: 4,8% EQUIPAMENTOS ADMINISTRATIVOS Os equipamentos administrativos existentes no município apresentam-se altamente concentrados na freguesia de Vieira do Minho, devido a uma centralização dos serviços relacionados com o poder local. Nas restantes freguesias, os únicos equipamentos administrativos existentes são as Juntas de Freguesia, e na grande maioria dos casos, os Conselhos Directivos de Baldios. Nas freguesias de Rossas e Ruivães, existe ainda outro tipo de equipamento - os correios, a funcionar nas instalações da Junta de Freguesia. É notória a concentração de equipamentos administrativos na sede concelhia, em detrimento das restantes freguesias nas quais rareiam este tipo de equipamentos, sendo que os únicos que aí existem se resumem às Juntas de Freguesia ou aos Conselhos Directivos de Baldios. EQUIPAMENTOS CULTURAIS A actividade cultural no concelho de Vieira do Minho é, infelizmente, escassa, bem como a oferta de actividades relacionadas. O facto deve-se em parte à questão da proximidade de cidades como Braga e Guimarães, que possuem uma oferta mais diversificada e dificulta o investimento no factor cultura num concelho pequeno como Vieira do Minho. Parte da oferta existente resume-se a um complemento de uma estratégia direccionada para o turismo em espaço rural, como é o caso do Museu Etnográfico de Guilhofrei, dos cinco ranchos folclóricos existentes, bem como de um sem-número das mais diversas associações recreativas, que vão desde Agrupamentos de Escuteiros a Associações de Caçadores. Para completar a lista de equipamentos existentes, diversificada apesar de circunscrita, existe ainda o Museu da Mota (Rossas), duas Bibliotecas Municipais (Rossas e Vieira do Minho), duas Bandas Filarmónicas, bandas essas com enorme tradição a nível regional (Vieira do Minho e Vilarchão), e num âmbito ainda mais restrito, o Auditório Municipal, a Casa de Lamas Museu Municipal, o Espaço Internet, e a empresa municipal responsável pela promoção e gestão dos equipamentos culturais, Vieira Cultura e Turismo.

179 179/282 Figura VI.II.2a Auditório Municipal Fonte: GeoAtributo, Os custos associados às despesas de cultura, em , foram de aproximadamente 656,00 mil euros. No domínio das despesas correntes foram gastos 226,00 mil euros, dos quais 18 mil euros se destinaram a publicações e a literatura, 28 mil euros à música, 31 mil a actividades socioculturais e a restante despesa resultou de gastos relacionados com a actividade desportiva (150 mil euros). Após a análise do número de equipamentos culturais e da sua distribuição pelo concelho facilmente se conclui que Vieira do Minho tem uma oferta cultural bastante restrita. Para contrariar esta realidade e fazendo reflectir o Programa Operacional da Cultura, seria importante para o Município: 1. recuperar e animar sítios históricos e culturais (medida 1.1 do POC): intervenções ao nível da recuperação e valorização de monumentos, sítios históricos e arqueológicos; edição de publicações e outros suportes documentais e digitais relativos ao património; acontecimentos culturais associados à valorização e animação do património. 2. modernização e dinamização dos museus (medida 1.2 do POC); 3. promoção de acesso a bens culturais (Subprograma 2 do POC); criação de uma rede fundamental de recintos culturais (medida 2.1 do POC); utilização das novas tecnologias de informação para acesso à cultura (medida 2.2 do POC). 35 Anuário Estatístico de 2004, INE.

180 180/282 EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS No que diz respeito aos equipamentos colectivos desportivos, podemos constatar a existência de pelo menos um campo de jogos em quase todas as freguesias. Estes campos de jogos estão essencialmente vocacionados para a prática do futebol, associados a colectividades desportivas locais. É observável em algumas freguesias a existência de mais do que um campo de jogos. No entanto, verificamos que quando esta situação ocorre normalmente uma destas infraestruturas encontra-se ou ao abandono ou bastante degradada, sem condições para a prática desportiva. A freguesia sede de concelho, apresenta ainda equipamentos desportivos singulares a nível concelhio, como as piscinas municipais (exteriores e interiores), campos de ténis e um pavilhão gimnodesportivo. O Município de Vieira do Minho apresenta uma área desportiva útil (m 2 ), por habitante, de 5,05 36, o que segundo a classificação do Conselho da Europa se enquadra no nível 4 nível bom. Aliás, essa área é superior à considerada por este Conselho, como ideal por habitante (4 m 2, por habitante). Tabela VI.II.2b Tabela classificativa (Conselho da Europa) Nível Área Desportiva por Habitante 37 Limite de Variância Significado m2 Inexistente a 1.99 m2 Fraco a 3.99 m2 Razoável a 7.99 m2 Bom 5 > 8.00 m2 Excessivo Fonte: Tabela classificativa aprovada pelo Conselho da Europa Figura VI.II.2b Piscinas Municipais de Vieira do Minho Fonte: GeoAtributo, Referente ao ano de Área Desportiva Útil/ habitante (m2/hab.) = Área Desportiva Útil (m2/ Nº de habitantes).

181 181/282 A tabela que se segue representa a área desportiva por habitante, em cada uma das freguesias do concelho (é a relação área desportiva, sobre a população residente). Este rácio permite-nos avaliar a carência/excesso (tendo como base o referencial estipulado pelo Conselho da Europa 4 m 2 por habitante), no que concerne aos espaços desportivos, servindo de orientação ao diagnóstico da situação actual, à delineação de tendências e à formulação de propostas dinamizadoras e mitigadoras. Tabela VI.II.2c Área Desportiva por Habitante (m 2 ) Freguesias Infraestruturas desportivas Área Desportiva (m 2 ) População Residente (HM) Área Territorial (km 2 ) Área Desp/hab. (m 2 ) Significado Anissó Razoável Anjos Razoável Campos Excessivo Caniçada Fraco Cantelães Fraco Cova Excessivo EiraVedra Fraco Guilhofrei Bom Louredo Fraco Mosteiro Bom Parada do Bouro Fraco Pinheiro Excessivo Rossas Razoável Ruivães Fraco Salamonde Excessivo Soengas 1 Ausência de dados Inexistente Soutelo Inexistente Tabuaças Fraco Ventosa Excessivo Vieira do Minho Bom Vilarchão Razoável Fonte: UTAD, Levantamento das Infra-estruturas no concelho de Vieira do Minho, Monografia, 2005 Como é possível observar, seis freguesias (Caniçada, Cantelães, Eira Vedra, Louredo, Parada do Bouro e Ruivães) apresentam uma reduzida área desportiva, por habitante, estando classificadas num nível fraco. No pólo inverso destacam-se cinco freguesias (Campos, Cova (S. João da Cova), Pinheiro, Salamonde e Ventosa) cuja área destinada para a prática desportiva se revela excessiva. Isto acontece, não pela excessiva disponibilidade de infraestruturas, mas sim pela reduzida população dessas freguesias. Note-se Soutelo, em cuja freguesia a área desportiva é inexistente. Contrariamente, as freguesias de Anissó, Anjos, Rossas e Vilar do Chão (Vilarchão) apresentam uma área desportiva razoável e as freguesias de Guilhofrei, Mosteiro e Vieira do Minho são consideradas como tendo boas áreas desportivas.

182 182/282 Em termos gerais, verifica-se que os equipamentos existentes (gráfico VI 2.2a), enquadrados nas instalações desportivas de base (grandes e pequenos campos de jogos, campos de ténis, piscinas, pavilhões), ocupam 93% da superfície desportiva, o que significa que a este nível a população se encontra razoavelmente servida. Gráfico VI.II.2c Superfície desportiva por diferentes tipologias de equipamento 68% 7% 3% 4% 17% 1% 2% 2% Pequenos campos de jogos Grande campo de jogos Instalação especializada Campo de ténis Piscina coberta Piscina ao ar livre Pavilhão desportivo Fonte: UTAD, Levantamento das Infra-estruturas no concelho de Vieira do Minho, Monografia, 2005 A um nível mais específico destacam-se os grandes campos de jogos que abrangem 68% da superfície ocupada pelas instalações desportivas de base, o que para um concelho com a dimensão de Vieira do Minho é suficiente, isto se pensarmos que a programação de um grande campo de jogos é planeada tendo como critério demográfico uma população de residentes. Em 2001 residiam no concelho indivíduos, o que significa que se a procura e oferta se distribuíssem de forma equitativa, este conjunto de grandes campos de jogos poderiam abranger uma população de residentes. Todavia, este tipo de análise poderia dar azo a uma interpretação errada senão fosse também considerada e ponderada a superfície total ocupada pelos equipamentos com a tipologia referida. Está estabelecido que um dos critérios de dimensionamento dos grandes campos de jogos está associado à dimensão funcional útil, que poderá ser reduzida se ocupar somente m 2, ou poderá apresentar m 2, o corresponde a uma dimensão standard. Dos 10 grandes campos de jogos existentes, quatro apesar de estarem classificados com esta tipologia, apresentam uma área inferior à estabelecida como dimensão funcional útil reduzida (5.000 m 2 ) 38. Destaca-se neste contexto, o grande campo de jogos de Cova (S. João da Cova) que ocupa uma superfície de m 2. Aliás refira-se que não há nenhum equipamento que apresente as dimensões consideradas standard, o único que se aproxima dessas dimensões é um dos grandes campos de jogos Vieira do Minho, com m 2. Pela análise do mapa é perceptível que a localização dos grandes campos de jogos pelo concelho se distribui de forma assimétrica. É notória a concentração destes equipamentos na área mais central do concelho, ainda que o princípio da proximidade esteja quase sempre assegurado, pelo facto de haver freguesias que, embora não tenham nenhum equipamento com esta tipologia, possam usufruir do equipamento das freguesias envolventes. Todavia, as freguesias de Parada do Bouro, Caniçada e Soengas localizadas no extremo Este do concelho, não registam nenhum equipamento na sua envolvência, justificando-se o acesso a equipamentos localizados nos concelhos contíguos, numa lógica de intermunicipalidade. Os pequenos campos de jogos ocupam 17% da superfície desportiva útil e fazem-se representar em 17 freguesias do concelho, à excepção de Pinheiro, Ventosa, Soutelo e Guilhofrei. À excepção de Soutelo, onde não existe nenhum campo de jogos as restantes freguesias podem usufruir de equipamentos com outras tipologias. 38 Normas para a programação e caracterização de equipamentos colectivos (DGOTDU, 2002).

183 183/282 Já as instalações especializadas (campo de tiro) representam somente 7% da superfície desportiva. Os restantes 8% distribuem-se de forma quase equilibrada, em equipamentos como piscina coberta (1%) e piscina ao ar livre (2%), pavilhão desportivo (2%) e campo de ténis (3%). Mapa VI.II.2a 39 Equipamentos desportivos e recreativos do concelho de Vieira do Minho Refira-se que a listagem disponibilizada pelo Município não refere por exemplo os percursos pedonais, que também estão ao serviço do desporto/ turismo, e sobre os quais é feita menção pelo Presidente de Junta de Freguesia da Caniçada, como uma importante estrutura para esta freguesia dado o seu elevado valor paisagístico. 39 Note-se que o número de campos de jogos no mapa é em número superior à listagem disponibilizada, na tabela VI.2.2c, visto que na cartografia também são contemplados os campos de jogos de apoio aos equipamentos de ensino e localizados na área de implantação dos mesmos.

184 184/282 EQUIPAMENTOS DE ENSINO O concelho de Vieira do Minho, disponibiliza o acesso a estabelecimentos de ensino desde a Educação Pré- Escolar até ao Ensino Secundário. No que diz respeito à educação pré-escolar, e ainda que não seja considerado um nível de ensino, pelo facto de não ser obrigatório, constata-se que grande parte das freguesias, dispõe de um Jardim-de-Infância, o que é sinónimo de uma boa taxa de cobertura a este nível. Figura VI.II.2c Jardim de Infância da freguesia de Vieira do Minho Fonte: GeoAtributo, 2011 Em relação ao 1º Ciclo, e atendendo à redução da procura e mesmo à falta de condições estruturais, algumas destas escolas tendem progressivamente a encerrar nos próximos anos lectivos, sendo os seus alunos colocados em escolas de acolhimento localizadas nas freguesias mais próximas. Note-se que desde o ano lectivo de 2003/2004 até ao actual ano lectivo (2006/2007) foram encerradas aproximadamente 20 escolas, sendo que se prevêem novos encerramentos. No presente ano lectivo estiveram em funcionamento 16 escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, distribuídas por 16 freguesias do concelho, querendo isto dizer que existem cinco freguesias sem oferta do 1º Ciclo do Ensino Básico, motivada pela intensa redução da procura: Campos, Vilar do Chão (Vilarchão), Cova (S. João da Cova), Soengas e Anissó. No que concerne ao 2º Ciclo, 3º Ciclo e Ensino Secundário, existem apenas dois equipamentos uma EB 2,3 e uma ES/3 ambas na sede concelhia, que recebe todos os alunos do concelho. Figura VI.II.2d Escola secundária (ES/3) da freguesia de Vieira do Minho

185 185/282 Fonte: GeoAtributo, 2011 Mapa VI.II.2b Parque escolar (2004/2005) no concelho de Vieira do Minho EQUIPAMENTOS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA No caso dos equipamentos de Prevenção e Segurança Pública, apenas as freguesias de Rossas, Ruivães, Salamonde e Vieira do Minho dispõem dos mesmos, sendo os serviços prestados por entidades como a Guarda Nacional Republicana, a Cruz Vermelha Portuguesa e os Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho. A Guarda Nacional Republicana possui quartel nas freguesias de Rossas e Vieira do Minho, muito embora o quartel de Rossas não apresente as condições mais adequadas para o bom funcionamento desta força de segurança pública. A GNR exerce em geral o policiamento das áreas rurais ou de aglomerados populacionais com menos de habitantes. O concelho de Vieira do Minho com dois postos da GNR tem assegurado o policiamento da população que reside no concelho, tendo capacidade para vigiar um maior número de residentes, tendo em conta o critério atrás referido. A Cruz Vermelha Portuguesa, com sede nas freguesias de Rossas e Salamonde, presta apoio médico e primeiros socorros, acabando por fazer um serviço complementar, em particular com as extensões dos Centros de Saúde e com os equipamentos associados à saúde. Ainda no domínio da prevenção faz-se menção aos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho os quais possuem quartel nas freguesias de Ruivães e Vieira do Minho, com sede nesta última. A localização destes

186 186/282 equipamentos pressupõe a priori uma conveniente escolha em relação aos aglomerados, de forma a permitir uma rápida movimentação das viaturas. Deste modo, a localização de um quartel na sede concelhia deverá ocupar uma posição central, comparativamente às restantes freguesias do concelho que potencialmente irá servir. A área de construção 40 e de terreno não deverão ser inferiores a 1328 m 2 e 2500 m 2, respectivamente. EQUIPAMENTOS RELIGIOSOS Ao nível dos equipamentos religiosos, o levantamento mostra-nos a riqueza do município de Vieira do Minho ao nível do património religioso. Em todas as freguesias do concelho existem nunca menos do que uma igreja paroquial e um cemitério, bem como uma ou mais capelas relacionada com o culto religioso (muitas vezes, em honra do padroeiro da freguesia) onde são efectuadas romarias e festas tradicionais. Ao nível dos cemitérios, verifica-se que alguns deles apresentam já um elevado nível de ocupação, necessitando de obras de ampliação. Existem 24 cemitérios no concelho, os quais se distribuem pelas 21 freguesias, sendo que 3 freguesias têm mais de um cemitério: Rossas, Ruivães e Salamonde. Não obstante, o acentuado carácter de envelhecimento populacional, torna estas estruturas insuficientes. No período de auscultação aos Presidentes das Juntas de Freguesia, foi referido relativamente à freguesia de Eiravedra a necessidade de proceder ao alargamento do cemitério. Ainda que não tenham sido disponibilizados os elementos necessários à equipa técnica, que permitam avaliar esta situação, a mesma deverá ser alvo de reflexão e estudo no documento de propostas. Mapa VI.II.2c Localização dos cemitérios no concelho de Vieira do Minho 40 Na área de construção já está incluída o sector operacional e o associativo.

187 187/282 EQUIPAMENTOS DE SAÚDE Em relação aos equipamentos de saúde, o município de Vieira do Minho conhece lacunas importantes. Apenas possui um Centro de Saúde com serviço de apoio permanente (SAP) e duas extensões do Centro de Saúde e é, sobretudo, a este nível que o concelho necessita de suprir as suas carências. Sobretudo se atendermos ao facto do Município ter vindo progressivamente a envelhecer e se tratar de um segmento populacional com mobilidade restrita. O único Centro de Saúde com serviço de apoio permanente (SAP) encontra-se em funcionamento na Vila de Vieira do Minho. Em caso de internamento ou de necessidade de serviços especializados, a população do concelho desloca-se geralmente à cidade de Braga. Isto porque a dimensão populacional de Vieira do Minho não justifica o internamento ou o usufruto de serviços especializados, disponíveis em aglomerados de maior dimensão, pois um dos critérios de programação destes equipamentos é a população base a residentes. Nas freguesias de Rossas e Ruivães funcionam duas extensões do Centro de Saúde, que servem a população da respectiva freguesia, bem como as freguesias vizinhas, estando equipados essencialmente para prestação dos primeiros socorros e do atendimento mais básico, nomeadamente consultas e serviços de enfermagem. A área de influência de uma extensão do Centro de Saúde resume-se à freguesia, e, no que se refere à população base, deverão considerar-se habitantes, no mínimo. O que significa que duas extensões do Centro de Saúde têm de servir aproximadamente residentes (mais especificamente, habitantes). No que se refere à disponibilidade de farmácias, existem quatro no concelho, duas localizadas nas freguesias de Rossas e Ruivães, e as restantes na freguesia de Vieira do Minho. A instalação de novas farmácias (Portaria 1430/2007, de 2 de Novembro) obedece, entre outros requisitos, à capitação mínima de 3500 habitantes por farmácia aberta ao público, salvo quando esta é instalada a mais de 2 km da farmácia mais próxima. É notória a concentração dos equipamentos de saúde na sede concelhia, o que é perceptível pela dimensão populacional da mesma, pela centralidade que ocupa, ainda que tenha como área de irradiação todo o concelho. Não obstante, esta situação poderá originar algumas disfunções ao nível do acesso da população residente em freguesias mais isoladas, sobretudo porque a rede de transportes públicos não consegue suprir esta lacuna, pois apresenta-se deficitária, no que toca à disponibilidade de circuitos/percursos e horários. Segundo informação do Pré-Diagnóstico da Rede Social de Vieira do Minho (2003) o concelho usufruía ainda de uma clínica particular, dois consultórios de clínica geral, quatro gabinetes de medicina dentária, dois postos de recolhas de sangue e um gabinete de fisioterapia. Os recursos humanos mobilizados para esta área, em 2003, um total de 70 profissionais, distribuíam-se por: pessoal médico, pessoal de enfermagem, técnicos de terapia e diagnóstico, pessoal administrativo, pessoal auxiliar e pessoal religioso. Tabela VI.2.2e Número de profissionais na área da saúde 2003 ( )

188 188/282 Função Nº de profissionais Pessoal médico 12 Pessoal de enfermagem 16 Técnicos de terapia e diagnóstico 1 Pessoal administrativo 14 Pessoal auxiliar 25 Pessoal religioso 1 Fonte: Pré-Diagnóstico Social, Rede Social de Vieira do Minho, 2003 Da análise dos indicadores de saúde (2003), é perceptível que Vieira do Minho apresenta algumas insuficiências, que são sintomáticas das carências manifestadas pelo Sistema Nacional de Saúde. Quando comparados os valores registados no concelho e os representados na NUT I Continente, NUT II Norte e NUT III Ave são visíveis as disparidades, sobretudo em alguns indicadores, como por exemplo o rácio número de médicos ou enfermeiros por cada habitantes. Tabela VI.2.2f Indicadores gerais de saúde em 2003 Unidade Geográfica Enfermeiros por 1000 habitantes Médicos por 1000 habitantes Farmácias e postos de medicamentos por 1000 habitantes Consultas por habitante Camas por 1000 habitantes NUT I Continente NUT II Norte NUT III Ave Vieira do Minho Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte, 2004, INE Em 2003 os serviços de saúde do concelho disponibilizavam 0.5 médicos por cada habitantes, o que representa menos de metade do número de médicos, que para o mesmo ano, e mesmo número de residentes estava disponível para a NUT III Ave 1.3 médicos. Este cenário torna-se ainda mais preocupante quando observados e comparados os valores do concelho e os respectivos referenciais numéricos alcançados na NUT II Norte e à escala nacional 3,4 e 3,0 médicos por habitantes, respectivamente. Comportamento idêntico é o que ocorre no número de enfermeiros por cada habitantes, onde o concelho, embora registe um rácio mais elevado (1,6 enfermeiros) comparativamente ao número de médicos, continua a ficar aquém dos valores regionais (2,4 enfermeiros na NUT III Ave e 3,8 enfermeiros na NUT II Norte) e da média nacional (4,1 enfermeiros). Estes valores não pressupõem imediata formulação de propostas, ou tomada de medidas que os contrariem, mas merecem ser alvo de discussão por parte das entidades competentes ao nível da saúde e do próprio poder local. EQUIPAMENTOS SOCIAIS

189 189/282 Os equipamentos sociais estão, na sua maioria, relacionados com os Centros Sociais e de Apoio aos Idosos, existentes na maior parte das freguesias, e mesmo aquelas que não disponham destes são, por norma, apoiados (ou servidos) pelos Centros de Dia das freguesias próximas. Existem nas 21 freguesias 15 Centros Sociais, uma Santa Casa da Misericórdia, dois Centros de Apoio Temporário, dois Projectos de Apoio Social, uma Associação de Solidariedade Social, um gabinete do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social e um Centro de Emprego e Formação Profissional. Dos 15 Centros Sociais, todos eles prestam apoio domiciliário, quatro possuem ATL, três funcionam igualmente como Lar, e apenas um presta serviços como centro de dia (Centro Social e Paroquial de Vieira do Minho), sendo que este último é igualmente um centro de acolhimento temporário (CAT) de idosos. Existe igualmente, outro CAT em Louredo, o Centro de Acolhimento Temporário Rebelo Duarte, sendo este destinado para jovens em risco. Esta é uma resposta social que tem por finalidade o acolhimento urgente de transitório de crianças e jovens em situação de risco decorrente de abandono, maus tratos, negligência ou outros factores, criando condições para definição do projecto de vida de cada criança/ jovem, com vista ao seu adequado encaminhamento. Este tipo de estruturas pode acolher no mínimo seis utentes, e no máximo 15/20 utentes incluindo 2 a 5 lugares em unidade de emergência. A Santa Casa da Misericórdia de Vieira do Minho, além do apoio domiciliário, presta serviços de ATL, Creche, Jardim-de-infância e Lar. As actuais actividades de enriquecimento curricular (AEC) acabam por prestar um serviço semelhante ao proporcionado pelos serviços de ATL, ainda que com ligeiras diferenças. Actualmente as crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico já podem ficar na escola até sensivelmente às 17:30h onde frequentam as AEC, o que poderá justificar o decréscimo da procura no ATL. Nas freguesias de Pinheiro, Rossas, Ruivães, e Vieira do Minho estão em curso projectos de cariz social: o projecto Inovar como Associação de Desenvolvimento Local; o projecto Incluir, destinado a jovens em risco; o projecto Vida, direccionado para o alcoolismo; e a ASPOCAGE, Associação de Solidariedade das Populações da Cabreira e Gerês, destinada a projectos de solidariedade social. Note-se que durante o processo de auscultação aos Presidentes das Juntas de Freguesia, foram sugeridas pelos mesmos algumas medidas, as quais deverão ser alvo de melhor reflexão na elaboração do documento de propostas: Ampliação do Centro Social com a Construção de um Centro de Noite (Pinheiro); Criação de um Centro de Dia; apoio domiciliário próprio; melhorar as condições dos equipamentos para a infância (vilar do Chão (Vilarchão)); Incrementar a capacidade do Lar e melhorar os acessos para os idosos (Cova (S. João da Cova)); Acompanhamento domiciliário e proporcionar actividades de entretenimento a jovens e idosos (Guilhofrei); Estreitar laços de convivência entre a população idosa e a população mais jovem (Tabuaças); Necessidade de construir Jardim-de-Infância e Centro Social (Soutelo); Necessidade de construir Centro de Dia (OTL) e Posto Médico (Anjos); Construção de Centro de Dia (Cantelães); Criação de Centro de Dia e apoio domiciliário (Caniçada); Criação de um Centro de Noite e possibilidade de um médico de deslocar à freguesia para consulta aos idosos (Parada do Bouro).

190 190/282 EQUIPAMENTOS DIVERSOS Quando nos referimos a outros equipamentos, referimo-nos aos equipamentos que servem toda uma população mas que de uma forma geral, não se enquadram em nenhuma das classes consideradas anteriormente. Estes equipamentos estão, na sua generalidade, vocacionados para o apoio ao turismo e lazer, sendo a única excepção o espaço da feira semanal realizada na freguesia de Vieira do Minho. Os restantes são então os parques infantis, existentes nas freguesias de Rossas e Vieira do Minho, o posto de turismo (Vila de Vieira do Minho), que serve de espaço para recepção dos turistas e posto de informação, o barco de recreio BRANCELHE, ancorado na Barragem da Caniçada (Caniçada), o cabo de Telesky, em funcionamento na Barragem do Ermal (Rossas), e o Parque de Campismo, no lugar de Cabine (Vieira do Minho). Em anexo encontra-se a listagem dos Equipamentos colectivos por freguesia (Anexo VI.2.2 Equipamentos Colectivos, Tabela VI.2.2b Listagem dos Equipamentos Colectivos por Freguesia). EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA Segundo o Plano Municipal de Emergência e Protecção Civil de Vieira do Minho, aprovado em 2004, os meios e recursos existentes são vários: autocarro de passageiros (nove); auto tanques (tanques e combustível); camiões de carga (no mínimo oito); camiões frigoríficos; pronto socorro (cinco); tractores agrícolas; atrelados de água e atrelados de carga.

191 191/282 Tabela VI.II.2g Área de veículos de transportes terrestres e atrelados Veiculo Cap./ton. Local Qua. Proprietário (s)/contactos Autocarro de Passageiros Auto Tanques (tanques) Auto Tanques (combust.) Camiões de Carga Camiões Frigoríficos Pronto Socorro 63 lugares Cabine V.ª do Minho 1 Giromundo / lugares Cabine V.ª do Minho 2 Giromundo / lugares Cabine V.ª do Minho 1 Giromundo / lugares Cabine V.ª do Minho 1 Giromundo /687 9 lugares Cabine V.ª do Minho 4 Giromundo /687 Câmara Municipal / (fax) Estaleiro Urbanop / (Gerente / ) Guilhofrei 6 Fernando Silva Freitas Cerdeirinhas Auto Racing Cerdeirinhas Bastos Tabuaças Auto Vinhais Ruivães Mário Pereira Fernandes Cerdeirinhas Pereira / Tractores Agrícolas Câmara Municipal / (fax) Atrelados (água) Atrelados (carga)

192 192/282 A um nível mais específico a relação de viaturas dos Bombeiros Voluntários é a que a seguir se apresenta: Tabela VI.II.2h Relação de viaturas do Corpo Activo dos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho Siglas: VCOT Veículo de Comando Táctico VRCI Veículo Rural de Combate a Incêndios VTTU Veículo Tanque Táctico Urbano ABSC Ambulância de Socorro VTPT Veículo de Transporte de Pessoal Táctico ABTM Ambulância de Transporte Múltiplo VLCI Veículo Ligeiro de Combate a Incêndios VECI Veículo Especial de Combate a Incêndios INEM Instituto Nacional de Emergência Médica ABTD Ambulância de Transportes de doentes VETA Veículo com equipamento Técnico de Apoio BRST Barco

193 193/282 VI.II.3 ELECTRICIDADE E TELECOMUNICAÇÕES No concelho de Vieira do Minho existem quatro estações de base: Cabril, Vieira do Minho, Caniçada e Barragem do Ermal. Segundo informação da PT (Portugal Telecomunicações) prevê-se a colocação da estação de base Rio Caldo, no intuito de reforçar a cobertura na localidade com o mesmo nome e na EN304. Conjectura-se que esta estação venha a ter uma torre de 30 m, três antenas agarradas ao topo da torre (uma por sector). Na tabela VI.2.3a estão representadas as estações de base e respectivas infra-estruturas e número de antenas. De um modo geral cada torre insere-se num espaço vedado com cerca de 50m 2, no interior do qual se instala igualmente um contentor pré-fabricado destinado a albergar os equipamentos. Tabela VI.2.3a Caracterização das estações de base Estações de base Número de antenas Tipo de infra-estruturas Cabril 6 Torre 40 m, cabeço triangular, 2 antenas por sector, 3 sectores Vieira-Minho 6 Torre 50 m, cabeço triangular, 2 antenas por sector, 3 sectores Caniçada 3 Torre da PT com 25 m, Antenas agarradas ao varandim da torre; 1 antena por sector 3 sectores Barragem Ermal 6 Torre 30 m, cabeço triangular, 2 antenas por sector, 3 sectores Fonte: PT, TMN, Agosto de 2005 VI.II.4 ABASTECIMENTO DE ENERGIA As linhas de Alta Tensão ou Transporte são as que unem os centros produtores (centrais térmicas, hídricas, eólicas) às subestações ou entre várias subestações. São normalmente aéreas podendo, no entanto, ser subterrâneas. As linhas aéreas são constituídas por apoios, normalmente metálicos, sendo os condutores suspensos ou apoiados por isoladores. As linhas de Média Tensão ligam as subestações aos Postos de Transformação ou ligam diferentes Postos de Seccionamento/Transformação entre si. Podem ser aéreas ou subterrâneas. As aéreas são normalmente em cabo nu, apoiadas em postes de betão (mais comum) ou metálicos, sendo os condutores suspensos ou apoiados por isoladores.

194 194/282 As subestações destinam-se a elevar a tensão da electricidade produzida nas centrais para ser transportada em alta tensão para as zonas de consumo, ou, uma vez perto das zonas de consumo, baixar o nível de tensão para poder ser distribuída em média tensão. Genericamente estas instalações contêm os pórticos onde chegam e de onde partem as linhas, os transformadores de potência e acessórios de protecção. Estas instalações estão protegidas por uma vedação, com sinais que advertem para o perigo eléctrico no interior e interditam o acesso a pessoas não autorizadas. Os postos de transformação têm a função de reduzir a Média Tensão para a Baixa Tensão utilizável pelo consumidor final doméstico, comercial ou pequeno industrial. Quanto à rede eléctrica, de acordo com os dados da Rede Eléctrica Nacional (REN) e do Município de Vieira do Minho, existem no concelho linhas de alta (400kV) e média (130 a 150kV) tensão. As linhas de alta tensão subdividem-se com direcção Oeste Este acompanhando o traçado do rio Cávado e no extremo oeste, vindo do concelho de Póvoa de Lanhoso. As linhas de média tensão acompanham a de alta tensão para se desdobrarem para a vila e freguesias vizinhas a oeste e no extremo este do concelho para servir as freguesias de Ruivães e Campos. Mapa VI.2.4a Rede eléctrica no concelho de Vieira do Minho VI.II.5 ABASTECIMENTO DE ÁGUA Como se pode ver pela análise do gráfico seguinte, Vieira do Minho é o concelho melhor servido em termos de abastecimento de água, comparativamente com os restantes da NUT III a que pertence (dados de 2003). Efectivamente, apenas três concelhos Guimarães, Vieira do Minho e Vila Nova de Famalicão apresentavam naquele ano valores superiores ao da NUT III Ave (59,8% de população servida). No concelho

195 195/282 em análise o índice de cobertura é de 90%. Apesar da grande cobertura, a rede de abastecimento de água do concelho é bastante deficitária na medida em que acusa falhas de abastecimento especialmente no período de maior calor. Gráfico VI.2.5a População servida pela rede de abastecimento de água, nos concelhos da NUT III Ave, em 2003 (em %) Vizela Vila Nova de Famalicão Vieira do Minho Trofa Santo Tirso Póvoa de Lanhoso Guimarães Fafe NUT III - AVE 23,6 32,7 30,0 Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte, 2004, INE, Portugal. 51,3 54,4 59,8 79,5 90,0 76,6 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 em % De acordo com os dados relativos ao ano de 2002, o sistema de abastecimento de água no concelho compreendia cerca de 233,143 km de redes rede principal (172,678 km) e rede secundária (60,465 km) servindo, aproximadamente, habitantes. Tabela VI.2.5a Extensão da rede de abastecimento de água, no concelho de Vieira do Minho, em 2002 Freguesias Extensão do ramal principal Extensão do ramal secundário (metros) Freguesias Extensão do ramal principal (metros) Extensão do ramal secundário Anissó Pinheiro Anjos Rossas Campos Ruivães Caniçada Salamonde Cantelães Soengas Cova Soutelo Eira Vedra Tabuaças Guilhofrei Ventosa Louredo Vieira do Minho Mosteiro Vilarchão Parada de Bouro TOTAL Fonte: Município de Vieira do Minho, 2004.

196 196/282 Mapa VI.2.5a Rede de abastecimento de água no concelho de Vieira do Minho

197 197/282 Relativamente ao tratamento e controlo analítico da água, pode-se afirmar que são realizadas, periodicamente, análises em vários pontos de amostragem situados nas freguesias e, também, no ponto localizado na EPMAR Empresa Pública Municipal de Águas Públicas e Resíduos. Segundo informações cedidas pela EPMAR, a generalidade das amostras da água captada, quer na rede, quer nas origens, apresenta características de potabilidade. De salientar que o abastecimento de água no Município tem origem em captações de recursos hídricos subterrâneos (sendo apenas uma superficial, situada em Vieira do Minho Cabine/ Mosteiro), fundamentalmente através de galerias de minas, drenos e furos artesianos. Tabela VI.II.5b Sistemas de abastecimento de águas do Município de Vieira do Minho, em 2002 Freguesias Sistema / Localização Tipo Freguesias Sistema / Localização Tipo Penedo da Guiné-1 Dreno p/ caixa de argolas Chã do Marco 1 120cm Penedo da Guiné-2 Pinheiro Chã do Marco 2 Anissó Ribeiro das Penedo da Guiné-3 Campainhas Anjos Campos Caniçada Cantelães Fonte da Loba Galeria Rossas Outeiro D Iço - Celeirô Galeira Cruzeiro Furo Artesiano Outeiro D Iço Furo Artesiano Trás do Muro 1 Calvos Mini Galeria Trás do Muro 2 Figueiró do Monte Dreno p/ caixa Trás do Muro 3 Agra Galeira em Granito Carvalha Verde Lamedo Galeira p/ caixa Chã de Assua 1 Igreja/Bairro Furo artesiano Chã de Assua 2 S. Pedro Furo artesiano Chã de Assua 3 Pombal Dreno p/ caixa Lameira 1 Ortozelo Galeria pequena Lameira 2 Santa Marta Furo Artesiano Lamas de Curral - Lamalonga Olheira da Seixa Lamalonga Dreno p/ caixa Ruivães Vila/Vale Galeria Dreno p/ caixa Zebral-Devesas Dreno p/ caixa Castro-Campos Dreno para depósito Zebral-Caldeirão Dreno p/ caixa Cambedo Galeria Botica 1 Trincheira Filtrante Rechã Furo Artesiano Botica 2 Furo Artesiano Cibrão-Chelo Galeria e Dreno Pedras Quebradas Furo Horizontal Pala da Candeira 1 Frades-Botica Pequena galeria Pala da Candeira 2 Frades Dreno p/ caixa Chã de Curral Espindo Dreno p/ caixa Pala de Água Salamonde Carvalhal 1 Galeria pequena Srª da Fé Carvalhal 2 Galeria pequena Junqueira 1 Carvalhal 3 Galeria

198 198/282 Cova Eira Vedra Guilhofrei Louredo Mosteiro Parada de Bouro pequena Junqueira 2 Alagoa 1 Dreno p/ caixa Seixais Alagoa 2 Dreno p/ caixa Barreiro Cimo de Aldeia Furo Artesiano Casa Nova 1 Cimo de Aldeia Furo Artesiano Casa Nova 2 Soengas S. Martinho Dreno p/ caixa Casa Nova 3 Escola Furo Artesiano Fonte Nova-Mó Soutelo Escola/Igreja Crasto Dreno p/ caixa Sraª Lapa-Carvalho da Cruz Furo Artesiano Gavinheiras/Portelada Dreno p/ caixa Tabuaças Cerdeirinhas/Bezerral Galeria 5 Poços com Srª da Fé dreno ligado a Cerdeirinhas Furo Artesiano Caixa Comum Vila Boa-Pelames Galeria de 30 mts Cerdeirinhas Dreno p/ caixa Carvalha Seca 1 Parque industrial 1 Furo Artesiano Carvalha Seca 2 Parque industrial 2 Furo Artesiano Carvalha Seca 2 Assento Caixa de captação Carvalha Seca 4 Ventosa Campo Futebol Caixa de captação Carvalha Seca 5 Campo Futebol Furo Artesiano Carvalha Seca 6 Manuel de Deus Caixa de captação Carvalha Seca Vieira do Caixa de Cabine Minho captação Penedo da Racha Sanguinhedo/Ciparros 1 Galeria Baldio 1 Sanguinhedo/Ciparros 2 Galeria Baldio 2 Sanguinhedo Furo Artesiano Baldio 3 Costa-Lot Lamas-1 Galerias Baldio 4 Vila Boa-Merouço 1 Galeria+6 drenos p/ caixa Costa-Lot Lamas-2 Costa-Lot Lamas-3 Vila Boa-Merouço Dreno p/ poço 120 cm Costa-Lot Lamas-4 Lomba Furo Artesiano Atafona 1 Galeiras Calvelos/S. Silvestre 1 Galeria+2 Captação em caixa 120 cm Atafona 2 Cubo Dreno p/ caixa Atafona 3 Fornelos Monte de Tabuaças-1 Galerias Figueiró Galeria Monte de Tabuaças-2 Riolongo Galeria Vilarchão Vessada dos Cabritos Agros Olheiro do Codeço Tabuadela Galeria Chã do Codeço S. Mamede 1 Dreno p/ caixa argolas 120 cm Pala da Raposa Caixa de captação Caixa de captaçãoprecária

199 199/282 Fonte: EPMAR, 2004 S. Mamede 2 S. Mamede 3 S. Mamede 4 Pandozes Sustelo Dreno p/ caixa argolas 120 cm Dreno p/ caixa argolas 120 cm Dreno p/ caixa argolas 120 cm Ribeira do Codeço Canas Dos dados apresentados apenas a água distribuída por redes domiciliárias de origem superficial está sujeita a tratamentos que, geralmente, consistem numa simples cloragem. Uma das lacunas do sistema hidráulico do Município é a perda de água na rede de distribuição que atinge, em média, cerca de 3% da água captada. De facto, torna-se importante contar com um sistema adequado de abastecimento de água a todos os munícipes. Nesse sentido, realça-se a importância da parceria desenvolvida com a empresa Águas do Ave, S.A. que tem por objectivo assegurar a quantidade e qualidade da água fornecida e de melhorar significativamente o nível de atendimento em abastecimento de água e em drenagem e tratamento de águas residuais do Município de Vieira do Minho. A Águas do Ave S.A., empresa que gere e explora o Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento do Vale do Ave, prevê vários projectos para o concelho que contribuirão, efectivamente, para a melhoria da qualidade de vida da população vieirense, salvaguardando e preservando o meio ambiente. Como se pode observar na tabela seguinte, o concelho de Vieira do Minho dispõe de 62 depósitos de água, cuja capacidade útil total é de m 3. Tabela VI.II.5c Número de depósitos de água e capacidade de armazenamento, no concelho de Vieira do Minho, em 2002 Nº de Capacidade de Freguesias Sistema de abastecimento depósitos armazenamento (m 3 ) Anissó Cruzeiro/Fonte da Loba 1 20 Anjos Cernados-Anjos 1 50 Campos Caniçada Campos 1 50 Lamalonga 1 50 Cambedo 1 10 Rechã 1 20 Cibrão-Chelo 1 60 Cantelães Meães Cova Crasto 1 23 Gavinheiras e Portadela Eira Vedra Srª da Fé Guilhofrei Vila Boa 1 50 Lomba 1 50

200 200/282 Calvelos-S. Silvestre Louredo Cubo-Louredo 1 50 Riolongo 1 30 Mosteiro Tabuadela 1 12 Figueiró 1 25 Parada de Bouro Uveiras+Sistema Tabuaças 1 30 Pinheiro Vilela/Parada Velha Outeiro D Iço-Celeirô 2 99, Calvos/Figueiró do Monte Agra 1 30 Rossas Lamedo 1 30 Igreja/Bairro 1 50 S.Pedro 1 50 Pombal 1 25 Stª Marta/Vilarinho 1 30 Vila/Vale 1 90 Zebral Ruivães Botica Frades Espindo 1 30 Salamonde Aldeia Soengas Soengas+Sistema de Tabuaças 1 30 Soutelo Escola 1 20 Tabuaças Cerdeirinhas/ZIC/Pepim/Soengas/ Parada Assento 1 20 Ventosa Campo Futebol 1 30 Cabine/Mosteiro Vieira do Minho Sanguinhedo/Ciparros Vila Seca 1 20 Vila/Pepim/Lot.Lamas Vilarchão Cabreira TOTAL Fonte: EPMAR, Segundo informações da EPMAR, há necessidade de ampliação da reserva de água o que facilmente se constata pelo facto de se ter vindo a registar, nos últimos anos, um aumento significativo do consumo de água doméstico e industrial em Vieira do Minho, apesar da população residente ter vindo a decrescer. Tal afirmação é facilmente confirmada pela análise doa dados do INE relativos a esta temática (gráfico V.2.5b). Efectivamente, entre 2001 e 2003 o aumento de consumo de água abastecida pela rede pública aumentou de m 3 para m 3, o que equivale a um aumento de cerca de 140% entre os anos de 2001 e 2002 e de 11% entre o último e 2003.

201 201/282 Gráfico Vi.II.5b Consumo de água abastecida pela rede pública no concelho de Vieira do Minho, em 2001, 2002 e 2003 (em milhares de m 3 ) m Residencial e de Serviços Industrial Outros Total Fonte: INE Anuário Estatístico da Região Norte, 2002 e 2003 e Os dados revelam, também, que a grande fatia deste consumo cabe ao residencial e de serviços, já que em todos os anos representados esta parcela foi responsável por valores de consumo sempre acima dos 88% do total. De facto, torna-se essencial uma gestão cuidadosa no sentido de reforçar a capacidade de produção de água potável e, para tal, seria importante a existência de uma ETA Estação de Tratamento de Água em Vieira do Minho. O concelho dispõe de apenas um posto de cloragem, que não é de todo suficiente para assegurar um serviço eficiente de abastecimento de água potável. VI.II.6 EFLUENTES Relativamente ao sistema de drenagem de águas residuais do concelho de Vieira do Minho, constata-se que a extensão da rede é estimada em cerca de 43,5 km, como se pode visualizar na tabela VI.II.6a. Tabela VI.II.6a Extensão da rede de drenagem de águas residuais, no concelho de Vieira do Minho, em 2002 Freguesias Extensão do colector Extensão do colector Freguesias (em metros) (em metros) Eira Vedra Salamonde Parada de Bouro Tabuaças Rossas Vieira do Minho Ruivães TOTAL Fonte: Município de Vieira do Minho, Nota: os dados das extensões dos colectores foram medidas em carta (1/500) pelo que não poderão ser consideradas exactas.

202 202/282 Como se pode verificar, as freguesias que possuem rede pública de drenagem de águas residuais são sete, nomeadamente, Eira Vedra, Parada de Bouro, Rossas, Ruivães, Salamonde, Tabuaças e Vieira do Minho. De ressalvar que, nem toda a população destas freguesias tem acesso a estas redes. De facto, a rede de drenagem está implantada em apenas sete freguesias, mas estão a desenvolver-se projectos de implantação de novas redes de saneamento, particularmente, nas freguesias de Campos (Campos, Lamalonga), Eira Vedra (Loureiro) e Vieira do Minho (Cuqueira já existe rede de drenagem neste lugar, no entanto, ainda não entrou em funcionamento). De acordo com os dados do INE relativos a 2003, o concelho de Vieira do Minho apresentou uma taxa de cobertura de 70% da população servida com sistemas de drenagem de águas residuais (gráfico VI.II.6a). Gráfico VI.II.6a População servida pela rede de drenagem de águas residuais, nos concelhos da NUT III Ave, em 2003 (%) Vizela Vila Nova de Famalicão Vieira do Minho Trofa Santo Tirso Póvoa de Lanhoso Guimarães Fafe NUT III - AVE 9,0 17,1 25,0 25,0 Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte, 2004, INE, Portugal. 40,0 40,0 47,6 70,0 80,0 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 em % Atendendo a este gráfico, verifica-se que Vieira do Minho apresenta a segunda taxa mais elevada, logo a seguir a Guimarães, lugar que é substancialmente razoável. No entanto, ainda não está convenientemente suprido de sistema de esgotos, uma vez que não possui rede geral de drenagem de águas residuais. Com base nos dados do INE, os caudais efluentes produzidos totalizaram m 3, com origem exclusivamente residencial e de serviços (dados de 2002). No respeitante à componente de tratamento de águas residuais, e de acordo com informação do Município de Vieira do Minho, existiam, em ano 2004, seis ETAR s e cinco fossas sépticas, conforme se pode observar na tabela V.2.6b. Acrescente-se, ainda, que a freguesia de Eira Vedra está servida pela ETAR da freguesia de Vieira do Minho. Tabela VI.II.6b Distribuição de ETAR e fossas sépticas, por freguesias, em ano 2004 (número) Rede de águas residuais por freguesia Eira Vedra Nome do lugar Tratamento final Fossa séptica ETAR Bouçós 1 São Paio 1 Parada de Bouro Pandoses 2 Rossas Agra 2

203 203/282 Ruivães Ruivães 1 Fundevila 1 Salamonde Além do Rio 1 Tabuaças Cerdeirinhas 1 Vieira do Minho Vieira do Minho 1 TOTAL 5 6 Fonte: Município de Vieira do Minho, 2004 Figura VI.II.6a ETAR de Vieira do Minho Fonte: GeoAtributo, 2011 Reportando-nos ainda ao ano de 2002, o índice de atendimento da população vieirense servida com Estações de Tratamento de Águas Residuais e fossas sépticas atingiu um percentual de 60, valor considerado satisfatório quando comparado com os oito concelhos do Vale do Ave, onde apenas o concelho de Guimarães possuía uma taxa de cobertura mais elevada com 67,5%. Gráfico VI.II.6b População servida com Estações de Tratamento de Águas Residuais, nos concelhos da NUT III Ave, em 2003 (%) Vizela Vila Nova de Famalicão Vieira do Minho Trofa Santo Tirso Póvoa de Lanhoso Guimarães Fafe NUT III - AVE 8,0 17,1 23,0 25,0 Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte, 2004, INE, Portugal. 40,0 40,0 45,8 65,0 75,0 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 em % De realçar que, as redes das águas residuais são separativas, sendo os efluentes das freguesias de Rossas e Vieira do Minho lançados para os emissários da Bacia Hidrográfica do Rio Ave.

204 204/282 VI.II.7 RESÍDUOS No sector de resíduos sólidos, podemos averiguar que a recolha do lixo cobre a quase totalidade do território de cada freguesia, salvo as áreas onde o transporte de recolha não é possível devido às inacessibilidades rodoviárias. De acordo com dados cedidos pela EPMAR, o circuito de recolha do lixo da freguesia de Vieira do Minho efectua-se diariamente, excepto aos dias de fim-de-semana. Por sua vez, as restantes freguesias do concelho são abrangidas por uma recolha de lixo uma ou duas vezes por semana, exceptuando nos meses de Julho, Agosto e Setembro onde é reforçada por duas a três vezes por semana. É, ainda, disponibilizado gratuitamente aos munícipes um sistema de recolha de resíduos sólidos volumosos, vulgarmente denominados monos ou monstros, que se realiza na última quinta e sexta-feira útil de cada mês. A deposição destes deverá ser colocada nos locais habituais de recolha de resíduos sólidos domésticos e, no caso de não ser possível a deslocação dos objectos, as viaturas dirigir-se-ão ao domicílio para efectuar a respectiva recolha. Em 2002, o concelho reuniu kg de monos e no ano de 2003 este valor aumentou para os kg 41. Segundo o Anuário Estatístico da Região Norte, houve uma produção global anual de resíduos sólidos urbanos de toneladas e, assim como nos restantes concelhos da NUT III Ave, toda a população concelhia é servida com sistemas de recolha de resíduos (dados de 2001). Toda a recolha de resíduos sólidos do Município de Vieira do Minho é depositado e valorizado no aterro sanitário da BRAVAL, localizado na serra do Carvalho, que para além de Vieira do Minho, serve, também, os concelhos de Braga, Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde e Terras do Bouro. Os resíduos sólidos são transportados, primeiramente, para uma Estação de Transferência situada no Parque Industrial das Cerdeirinhas e são, posteriormente, transportados pela BRAVAL até ao respectivo aterro. Este transporte pode ser efectuado diariamente, de dois em dois dias, ou mesmo de três em três dias, dependendo da quantidade de resíduos produzida no concelho. No concelho de Vieira do Minho procede-se, também, à separação do lixo para reciclagem a cargo da BRAVAL, que é responsável pela recolha selectiva, triagem e envio para reciclagem dos resíduos de embalagens e papel/ cartão colocados nos ecopontos. O concelho de Vieira do Minho contava em 2006, com um total de 58 ecopontos. No gráfico seguinte encontrase representado o número de ecopontos por freguesia. Como se pode verificar, as freguesias melhor equipadas são as de Rossas e Vieira do Minho, ambas com 10 destes equipamentos. Guilhofrei tem seis ecopontos e Louredo e Tabuaças têm ambas quatro. 41 Fonte: EPMAR, 2005.

205 205/282 Gráfico VI.II.7a Distribuição dos ecopontos, por freguesia, em 2006 Habitantes 2500 População residente (2001) Ecopontos Anissó Anjos Campos Caniçada Cantelães Cova Eira vedra Guilhofrei Louredo Mosteiro P. Bouro Pinheiro Rossas Ruivães Salamonde Soengas Soutelo Tabuaças Ventosa Vieira do minho Vilarchão Fonte: BRAVAL Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A Número de ecopontos Nas freguesias de Anissó, Campos, Cantelães, Cova, Parada de Bouro, Soengas, Soutelo, Ventosa e Vilarchão existe apenas um ecoponto. Contudo, com excepção de Cantelães, estas são freguesias com os valores mais baixos de população residente. A nível de contentores de resíduos recicláveis pode-se apurar a seguinte distribuição por freguesia: Tabela VI.II.7a Distribuição de contentores de resíduos recicláveis, por freguesia, em 2004 Freguesias Tipo Freguesias Tipo Embalão Papelão Vidrão Pilhão Embalão Papelão Vidrão Pilhão Anissó Rossas Anjos Ruivães Campos Salamonde Caniçada S. João da Cova Cantelães Soengas Eira Vedra Soutelo Guilhofrei Tabuaças Louredo Ventosa Mosteiro Parada de Bouro Vieira do Minho Vilarchão Pinheiro TOTAL Fonte: BRAVAL Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A., Como se pode verificar, todas as freguesias dispõem de contentores para o vidrão, enquanto apenas Vieira do Minho dispõe de depósito para pilhas. Relativamente aos contentores de embalagens e papel quase todas as freguesias estão abrangidas, excepto Anjos, Campos e Parada de Bouro.

206 206/282 De acordo com as estatísticas da BRAVAL, tem-se assistido a um aumento gradual de produção de resíduos sólidos recicláveis no concelho. Foram recolhidas na área do Município as seguintes quantidades de resíduos recicláveis: Gráfico VI.ii.7b Produção de resíduos sólidos recicláveis, no concelho de Vieira do Minho, entre 2000 e 2006, em kg em kg Vidro Papel Embalagens Fonte: BRAVAL Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A.

207 207/282 CAPÍTULO VII AUSCULTAÇÃO PRÉVIA De acordo com o consagrado no Artigo 77º do Decreto-Lei nº 380/99 de 22 de Setembro, alterado pelo DL nº. 316/2007, de 19 de Setembro, e com redacção actual dada pelo DL n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro, no que concerne à participação no processo de elaboração do plano de ordenamento municipal que é o PDM, os interessados podem, para além de aceder a todos os elementos relevantes para que ( ) possam conhecer o estádio dos trabalhos, formular sugestões à autarquia e à comissão mista de coordenação. Estas sugestões, fruto da consulta pública realizada, foram entregues no município de Vieira do Minho entre Junho de 2002 e Agosto de 2005, e as fontes documentais da Divisão de Estudos e Planeamento contabilizam-nas num total de 707 sugestões 42. Pouco mais de ¼ das sugestões entregues 43 reportam-se a terrenos sitos nas freguesias de Cova e Louredo (vizinhas, localizadas a Norte e bordejadas pelo Rio Cávado). Se, a cada uma destas sugestões, se afectar a área do(s) terreno(s) em causa, há um total de 599,1ha onde se pretende que haja alteração do uso do solo relativamente ao actual consagrado no PDM. Seguindo, ainda, este raciocínio de que a cada sugestão se faz corresponder a área total do(s) terreno(s), pode dizer-se que as freguesias com maior área afecta são a de Mosteiro e as situadas a Noroeste (Cova, Ventosa e Eira Vedra). Gráfico VII a Número de sugestões entregues pelos munícipes e área afecta às mesmas, por freguesia (2005) área (hectares) 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0, área (hectares) número de sugestões Anissó Anjos Campos Caniçada Cantelães S. João Cova Eira Vedra Guilhofrei Louredo Mosteiro Parada do Bouro Pinheiro Rossas Ruivães Salamonde Soengas Soutelo Tabuaças Ventosa Vieira do Minho Vilarchão Fonte: Câmara Municipal de Vieira do Minho, número de sugestões No gráfico seguinte estão representadas as sugestões de acordo com a justificação que o munícipe defende ser a mais adequada para que o uso do solo actual seja alterado. As 706 sugestões tratadas foram classificadas consoante a seguinte legenda: terrenos para construção mas o munícipe não especifica que tipo de construção (terrenos para construção); 42 A primeira ressalva a ser feita prende-se com o número de sugestões a analisar. A numeração dos serviços diz-nos que o total é de 707 quando o cruzamento entre a base de dados em formato digital e os documentos em formato papel dá um total de 708. Na análise que aqui propomos consideraremos, apenas, os dados existentes na base de dados referida, ou seja, 706 sugestões. Acrescente-se, ainda, que a consulta pública continua mas foram considerados os elementos existentes no início dos trabalhos de revisão do PDM. 43 Recebidas até Outubro de 2004: data correspondente à última entrega inserida na base de dados.

208 208/282 terrenos para construção pelo facto de o munícipe não ter outro local para construir habitação/ alojamento familiar para si ou para os seus descendentes (terrenos para construção individual); o munícipe pretende que no(s) terreno(s) se possa construir um loteamento (construção de loteamento); que a área actualmente classificada como urbanizável passe a não urbanizável (outras situações) e, outros (sem justificação). Gráfico VII b Sugestões de acordo com a justificação para alteração do uso actual do solo (2005) 18,8% 3,4% 0,7% 56,5% 20,5% Fonte: Câmara Municipal de Vieira do Minho, terrenos para construção; terrenos para construção individual; construção de loteamento urbano; outras situações; sem justificação De acordo com esta classificação, mais de metade das sugestões apresentadas (56,5%) sugerem que o uso do solo actual seja alterado por motivos que se prendem com a impossibilidade que o munícipe sente em relação à compra de um terreno diferente daquele que possui para poder construir a sua residência (para si ou para os seus filhos). Cerca de 21% das sugestões vão no sentido da desafectação de terrenos de áreas não urbanizáveis (RAN, REN e Espaços Florestais) para construção mas, como foi referido, não é especificado que tipo de construção se pretende implementar no local. Curiosa é a percentagem de sugestões que deram entrada na Divisão de Estudos e Planeamento para que terrenos que actualmente estão classificados como área urbana passem a não urbanos: zero. Este valor espelha a preocupação que os munícipes mostram em relação ao aumento de áreas não urbanas. Diante desta realidade da existência de famílias tão numerosas, acrescida das dificuldades financeiras relatadas pelos próprios munícipes que tornam impossível a compra de outro terreno em solo urbano poder-se-á estar perante uma situação de resposta de cariz social por parte do município, na medida em que, possivelmente, esta dificuldade poderia ser, em parte, ultrapassada com a criação de habitação social que facilitasse a fixação de população mais jovem no concelho. Gráfico VII c Sugestões dos munícipes segundo a classificação do uso actual do solo 49,1% 0,8% 14,0% 5,4% 1,3%1,3% 5,2% 20,1% 2,8% RAN RAN e REN RAN, REN e POAC Espaços florestais Espaços florestais (e REN) Espaços florestais (e RAN) Espaços florestais (REN e RAN) Espaços florestais (e POAC) Outros

209 209/282 Fonte: Plantas de Condicionantes e Ordenamento, CMVM, Com base na informação cedida pelos proprietários cujos terrenos figuram das sugestões entregues no município, foi realizada uma última análise que consiste em conhecer o uso do solo a eles associado de acordo com as plantas de ordenamento e condicionantes actuais. Quase metade das sugestões entregues (49,1%) dizem respeito a terrenos localizados em espaços florestais, e 22% correspondem a terrenos que se encontram classificados, em simultâneo, como espaços florestais e uma e/ou duas das seguintes condicionantes: RAN, REN, POA. Cerca de 20% destes terrenos encontram-se classificados como áreas inseridas em Reserva Agrícola Nacional. Esta análise é indispensável para que se possam distinguir previamente as sugestões relacionadas com terrenos que estão inteira ou parcialmente incluídos em usos do solo cuja gestão e, portanto, possível modificação, não dependem do município. Referimo-nos, respectivamente a solos classificados como RAN, REN ou POA.

210 210/282 Mapa VIIa Sugestões dos munícipes segundo usos do solo

211 211/282 CAPÍTULO VIII CONDICIONANTES Existem vários tipos de restrições e servidões de utilidade pública que, no seu conjunto, dão origem às condicionantes do Plano Director Municipal. Por definição, estas condicionantes são limitações ao direito de propriedade que visam a realização de interesses públicos, interesses estes que podem ser exercidos sobre determinado prédio em proveito da utilidade pública de certos bens (servidão administrativa) ou ser em proveito de interesses públicos abstractos, não corporizados na utilidade de um objecto concreto (restrições públicas). VIII.I RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL E RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL O conceito de RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL (RAN) visa defender e proteger as áreas de maior aptidão agrícola e garantir a sua afectação à agricultura, de forma a contribuir para o pleno desenvolvimento da agricultura portuguesa e para o correcto ordenamento do território. A reserva agrícola nacional, RAN, é o conjunto das áreas que, em virtude das suas características morfológicas, climatéricas e sociais, maiores potencialidades apresentam para a produção de bens agrícolas. As áreas da RAN são constituídas por solos das classes A e B, bem como por solos de baixas aluvionares e coluviais, e ainda por solos de outros tipos cuja integração nas mesmas se mostre conveniente para a prossecussão dos fins previstos (DGOTDU, 2000). A RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL (REN) constitui uma estrutura biofísica básica e diversificada que, através do condicionamento à utilização de áreas com características ecológicas específicas, garante a protecção de ecossistemas e a permanência e intensificação dos processos biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das actividades humanas (idem). As áreas que integram a Reserva Ecológica Nacional (REN) e a Reserva Agrícola Nacional (RAN) apresentam funções muito específicas que passam por defender valores considerados importantes ao ponto da legislação limitar o exercício do direito nas propriedades abrangidas por estes zonamentos. O interesse em realizar uma análise genérica à situação do concelho de Vieira do Minho relativamente às áreas que se encontram abrangidas pelas referidas restrições de utilidade, parece-nos muito clara, atendendo a que 35% da área do concelho está sujeita a essas restrições. VIII.I.1 LOCALIZAÇÃO DA RAN E DA REN No mapa seguinte está representada a localização das reservas no concelho de Vieira do Minho. Da sua análise conclui-se que ambas têm uma distribuição um pouco fragmentada por todo o concelho, ainda que a área de REN seja consideravelmente superior à de RAN (5804,55ha e 1833,17ha, respectivamente).

212 212/282 Mapa VIII.I.1a Localização da Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional no concelho de Vieira do Minho Existem, ainda, áreas onde as reservas se sobrepõem que correspondem, grosso modo, às áreas de fundo de vale, junto das linhas de água incluídas no zonamento da reserva ecológica e que em alguns casos estão associadas a áreas de máxima infiltração. Os valores para as áreas de sobreposição entre a REN e a RAN são apresentados na tabela seguinte: Tabela VIII.I.1a Valores relativos à área ocupada pelo zonamento das Reservas Valor em hectares Percentagem do concelho RAN 1833,17 8,4 REN 5804,55 26,6 Percentagem da RAN Percentagem da REN RAN e REN (sobreposição) 164,35 0,01 8,97 2,83 Total da área sujeita a reserva 7637,72 34,96 Fonte: Zonamento vectorial da REN e RAN, Município de Vieira do Minho.

213 213/282 VIII.I.2 RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL (RAN) Existem, no concelho de Vieira do Minho, 1.833,17ha de Reserva Agrícola Nacional que se encontra representada no mapa seguinte. Mapa VIII.I.2a Localização da Reserva Agrícola Nacional no concelho de Vieira do Minho As áreas de RAN encontram-se distribuídas por toda a área concelhia com excepção das freguesias de Ventosa, Caniçada e Parada de Bouro. A maior área de RAN encontra-se localizada no centro oeste do concelho e uma segunda área, mais pequena, no extremo este (freguesias de Ruivães e Campos). Existem, ainda, pequenas parcelas nas freguesias de Soengas, Cova e Louredo e Salamonde. Estas são áreas próximas dos cursos de água e, por isso, férteis terras agrícolas. Em termos de zonamento a área de reserva agrícola deveria estar associada a solos com determinado conjunto de características que, no seu todo, se apresentam como indicadas para as boas práticas agrícolas. A existência de uma Carta de Solos e Carta da Aptidão da Terra para a Agricultura (escala 1/25.000) permitiu o cruzamento do zonamento actual da RAN com as áreas classificadas nas referidas cartas com aptidão agrícola, de forma a aferir se a premissa anteriormente enunciada se verifica. O mapa seguinte representa a sobreposição da RAN com a Carta de Aptidão da Terra para a Agricultura. Recordemos, então o exposto no capítulo II.2.2 respeitante à caracterização dos Solos onde se refere que é possível identificar áreas distintas no concelho consoante a aptidão: a localizada no centro concelhio claramente

214 214/282 dominada pela ausência de aptidão agrícola (que é também a que coincide com as maiores altitudes) e as áreas onde se verifica a existência de terrenos classificados com aptidão moderada e marginal. Mapa VIII.I.2b Sobreposição da RAN sobre a Carta de Aptidão da Terra para a Agricultura no concelho de Vieira do Minho O mapa anterior permite constatar um conjunto de situações de reconhecida importância para eventuais propostas de ajuste dos actuais limites da Reserva, entre as quais se destacam as seguintes: Cerca de 33% da área total concelhia com aptidão agrícola encontra-se ocupada com Reserva Agrícola Nacional; Há 267,88ha de área incluída na RAN que ocupa solos sem qualquer tipo de aptidão agrícola, o que corresponde a cerca de 14% da área total da RAN do concelho; Mais de 67% da área com aptidão agrícola está fora da área de reserva agrícola nacional. Tabela VIII.I.2b Sobreposição da RAN sobre a Carta de Aptidão da Terra para a Agricultura no concelho de Vieira do Minho: alguns valores a considerar Descrição Em hectares Área de RAN 1833,17 Área de solos com aptidão agrícola 4767,24 Área de RAN com aptidão 1560,58 Em percentagem Área de RAN sem aptidão 267,88 14,61% Solos com aptidão agrícola sem RAN 3206,7 67,27% Fonte: Carta de aptidão da terra (DRAEDM) e Município de Vieira do Minho.

215 215/282 SOLOS COM APTIDÃO OCUPADOS COM ÁREAS URBANAS Neste subcapítulo foi utilizado o mesmo método de cruzamento das áreas com aptidão agrícola com as áreas consideradas urbanas ou urbanizáveis. Analise-se, então, o mapa VII.1.2c. É evidente a semelhança com a cartografia anterior, no sentido em que também aqui as áreas onde se verifica sobreposição de usos do solo são as localizadas no sudoeste, faixa que acompanha o rio Cávado a norte do concelho e pequenas parcelas nas freguesias de Ruivães e Campos. Estas áreas são, então, aquelas onde a aptidão do solo para uso agrícola é mais elevada. Mapa VIII.I.2c Sobreposição da área urbanizável e áreas de aptidão agrícola no concelho de Vieira do Minho O anterior significa que as áreas onde existe maior sobreposição entre as áreas urbanas e as áreas com aptidão agrícola continuam a localizar-se nos locais onde a densidade populacional é maior. Os valores da tabela seguinte falam por si: do total de área urbanizável do concelho, cerca de 71% coincide com área de aptidão e 17% desta já se encontra comprometida para a área urbanizável. Existem apenas 5,5ha de solo urbano que se encontram implantados em RAN. Tabela VIII.I.3a Solos com aptidão ocupados com área urbana Em Descrição hectares Área urbanizável que não está em sobreposição com área com aptidão agrícola 327,57 Área urbanizável em solos com aptidão 810,88 Área urbanizável em solos com RAN 5,5 Área total urbanizável 1138,45 Em percentagem

216 216/282 Área de solos com aptidão 4767,24 Percentagem da área urbanizável em solos com aptidão agrícola 71,23 Percentagem de área com aptidão agrícola já comprometida com áreas urbanizáveis 17,01 Fonte: Carta de aptidão da terra (DRAEDM) e Município de Vieira do Minho. VIII.I.3 RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL (REN) A Reserva Ecológica Nacional (REN) constitui uma estrutura biofísica básica e diversificada que, através do condicionamento à utilização de áreas com características ecológicas específicas, garante a protecção de ecossistemas e a permanência e intensificação dos processos biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das actividades humanas (DGOTDU, 2000). Segundo Cangueiro 44, na elaboração de um PDM, a delimitação das áreas de REN e a afectação de usos dominantes aos seus solos, numa primeira fase de estudos de caracterização, deverá passar pela análise e diagnóstico das componentes fisiográficas (identificação de restrições e oportunidades) consoante classes de declives. Na figura seguinte estão estas condicionantes. Figura VIII.I.3a Condicionantes fisiográficas ao uso 44 Vide bibliografia.

217 217/282 A área ocupada com REN no concelho, como aliás, foi já referido, é consideravelmente superior à de reserva agrícola e a sua distribuição geográfica muito menos distanciadas pelo concelho, não sendo possível distinguir zonas individualizadas de localização. Ainda assim, sobressaem as áreas que correspondem a declives acentuados (superiores a 30%) e cabeceiras de linhas de água. No mapa seguinte está representada esta reserva por ecossistemas. Mapa VIII.I.3a Localização da Reserva Ecológica Nacional, por ecossistemas, no concelho de Vieira do Minho Quase metade de toda a REN corresponde a área de risco de erosão (49,26%) e 37,85% são Cabeceiras de Linhas de Água. Os restantes cerca de 13% encontram-se distribuídos por: albufeira (6,07%), áreas de máxima infiltração (2,57%), ínsuas (0,07%), cursos de água (0,01%) e zonas de protecção à albufeira (4,16%). Gráfico VIII.I.3a Ocupação da Reserva Ecológica Nacional, por ecossistemas, no concelho de Vieira do Minho (em %) 37,85% 12,89% 49,26% Fonte: Câmara Municipal de Vieira do Minho, PDM ,07% 4,16% Albufeira Áreas Máxima Infiltração (2,57%) Áreas Risco Erosão Cabeceiras de Linhas de Água Ínsuas (0,07%) Cursos de Água (0,01%) Zonas Protecção Albufeira

218 218/282 CAPÍTULO IX AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO INSTRUMENTO Uma das grandes preocupações inerentes às questões relacionadas com o uso do solo e mais concretamente o urbano, é aquela que faz depender o desenvolvimento e crescimento económico de determinada área geográfica com a maior ou menor área urbanizável existente. Efectivamente, tempos houve em que se acreditava que o aumento da construção poderia, por si só, funcionar como motor dinamizador. Contudo, para que tal funcionasse, era necessário que a conjuntura demográfica acompanhasse esta tendência o que, como é do conhecimento geral, não tem vindo a acontecer. De facto, e à luz do que acontece não só neste nosso País como por toda a Europa, a tendência é para a diminuição populacional e seu consequente envelhecimento. Todavia, não nos compete discutir esta relação mas sim tentar que se compreenda como pode ser alcançado o equilíbrio entre o tão desejado desenvolvimento regional e o não menos desejado ordenamento do território. A análise que de seguida propomos gira em torno da observação dos valores das áreas efectivamente urbanizadas/ edificadas e áreas passíveis de urbanização mas não utilizadas. IX.I ÁREAS URBANIZADAS/ EDIFICADAS Segundo as cartas de ordenamento do Plano Director Municipal em vigor, a distribuição de solo urbano actualmente existente é a visível no mapa IX.1a, ou seja, grande concentração deste uso do solo nas áreas localizadas em torno da sede concelhia e também próximas das manchas de água (ao longo do rio e nas barragens) assim como as manchas com áreas menores no extremo Nordeste do concelho (freguesias de Campos, Ruivães e Salamonde). De acordo com esta fonte, cerca de 1.200ha (1138,44ha) da área concelhia são áreas urbanizadas/ edificadas, ou seja, áreas onde efectivamente se pode construir (num total de 167 polígonos com uma área média de 6,8ha). Perante esta realidade, importa avaliar o uso do solo urbano existente no concelho confirmando, desta forma, se a área urbana actual é reduzida. Propomos a análise aos valores associados a áreas de baixa construção 45 e áreas superiores a m 2 sem edificações ou com uma densidade de edificação muito baixa para uma área de solos urbanizáveis. 45 Por áreas de baixa construção/ densidade de edificação muito baixa, entendem-se todas as áreas onde não existem construções ou com construções isoladas.

219 219/282 Mapa IX.Ia Solo urbano existente no concelho de Vieira do Minho Com um objectivo de avaliar polígonos dentro dos perímetros do solo urbano que só poderão ser edificados com base em intervenções do tipo Loteamento, procedeu-se a um conjunto de operações a fim de identificar os mesmos 46. Estas operações passam por: Retirar os polígonos de muito baixa edificação às áreas que confrontam ou se situam numa faixa de 30 metros 47 de estradas e caminhos pavimentados; Seleccionar os polígonos com áreas superiores a m 2. O resultado está representado no mapa seguinte (mapa 9.1b). 46 Nota metodológica: não foi considerada a forma do polígono, ou seja, pode o polígono ter uma área igual ou superior a 4000 m2 mas a sua forma geométrica pode não ser compatível com processo de loteamento ou mesmo de edificação (e.g. um polígono com a forma de um rectângulo com as dimensões de 20 metros por 200 metros). 47 Esta operação esteve condicionada à cartografia disponível, pelo que poderá ser necessária uma reavaliação dos resultados obtidos nesta operação com base na nova cartografia de base que à altura da realização destes trabalhos ainda não estava disponível.

220 220/282 Mapa IX.I b Solo urbano sem edificação no concelho de Vieira do Minho

221 221/282 Do total de área de solo urbano no concelho (os já referidos 1138,44ha), 27,5% (313 ha) são áreas com baixa construção, sendo que mais de ¾ desta área (257 ha) são áreas superiores a m 2 sem edificações ou com uma densidade de edificação muito baixa. As freguesias 48 de Tabuaças, Rossas, Guilhofrei, Vieira do Minho e Mosteiro, são as que maior área têm associada a polígonos de solo urbano não utilizado com mais de m 2 sem edificações (ou com densidade de edificado muito baixa). Por outro lado, nas freguesias de Anissó, Cova, Salamonde e Vilar do Chão (Vilarchão) há menor área ocupada com os polígonos atrás descritos. Gráfico IX.I a Áreas superiores a 4000 m2 sem edificações ou com uma densidade de edificação muito baixa por freguesia Vilar do Chão Vieira do M inho Ventosa Tabuaças Soutelo Soengas Salamonde Ruivães Rossas Pinheiro Parada de Bouro M osteiro Louredo Guilhofrei Eira Vedra Cova Cantelães Caniçada Campos Anjos Anissó área (em m2) Fonte: Cartas de Ordenamento, PDM VM (1995). Tabela IX.I a Áreas superiores a 4000m 2 sem edificações ou com uma densidade de edificação muito baixa área dos polígonos área dos polígonos Freguesias (em m 2 ) Freguesias (em m 2 ) mínima máxima total mínima máxima total Anissó 8314,4 9922, ,2 Pinheiro 2087, , ,4 Anjos 4075, , ,3 Rossas 4310, , ,3 Campos 4701, , ,2 Ruivães 4051, , ,8 Caniçada 4792, , ,5 Salamonde 6199,0 9371, ,8 Cantelães 4219, , ,0 Soengas 4037, , ,4 Cova 5432,1 9253, ,3 Soutelo 7978, , ,9 Eira Vedra 4484, , ,5 Tabuaças 5067, , ,9 Guilhofrei 4088, , ,7 Ventosa 1614, , ,2 Louredo 4020, , ,0 Vieira do Minho 3961, , ,0 Mosteiro 97, , ,3 Vilar do Chão (Vilarchão) 5068, , ,7 Parada de Bouro 4522, , ,8 Fonte: Cartas de Ordenamento, PDM (1995) 48 Existem polígonos que estão localizados em duas ou mais freguesias, pelo que, aquando da sua associação à freguesia correspondente, se deu a sua quebra. Assim, pelos motivos apontados, o número de polígonos e sua área mínima, poderão apresentar um valor superior ao do concelho/ inferior a 4000m2.

222 222/282 IX.II SOLO URBANO CONSOLIDADO Em complemento à análise anterior, e por forma a completar a análise da eficácia do instrumento de ordenamento que é o Plano Director Municipal, ir-se-á analisar a evolução do solo urbanizável em termos da sua ocupação efectiva. Se no ponto anterior a análise versava a avaliação do solo urbanizável sem edificação ou com uma densidade de edificação muito baixa para área de solo urbanizável, a análise que agora se propõe pretende avaliar a forma como o PDM contribui para a colmatação e consolidação do solo urbano efectivamente ocupado com as densidade esperadas para esta tipologia de solo. Tal tarefa foi realizada com recurso à análise da situação de partida (aquando da entrada do PDM em vigor 1995) e a situação registada aquando da data de referência da cartografia que serve de base para os presentes trabalhos (ano de 2003). Mapa IX.IIa Solo urbano consolidado no concelho de Vieira do Minho (1995/ 2003) A análise do solo urbanizável, em particular do considerado em anteriores análises como consolidado, verificado através do cruzamento da informação sobre o edificado construído durante o período de vigência do instrumento, consiste em verificar se essas áreas consolidadas já o eram antes da entrada em vigor do instrumento ou se, pelo contrário, foi depois da entrada em vigor do instrumento que se verificou a consolidação das mesmas. Para definir que determinada área sofre uma consolidação desde a entrada em vigor do actual PDM, tem de haver, pelo menos, duas novas construções que tenham contribuído para o adensamento local do edificado de forma a promover a continuidade do edificado existente ou o aparecimento de novos núcleos urbanizados. Da análise realizada pode afirmar-se que a edificação dentro das áreas urbanizáveis, e em particular daquelas que foram classificadas como urbanizada com algum grau de consolidação, na sua grande maioria já existia

223 223/282 antes da entrada em vigor do actual PDM. Deste modo, não foi possível interpretar alguma tendência de consolidação dos aglomerados existentes como consequência da aplicação do instrumento nos últimos dez anos. Figura IX.IIa - Cerdeinhas FONTE: Geoatriobuto, 2011 Só junto da Vila nas freguesias de Eira Vedra e Vieira do Minho é que se podem distinguir algumas situações onde os actuais perímetros do urbano consolidado são fruto do preenchimento de espaços de solo urbanizável que permitiram pontualmente colmatar o consolidado já existente aquando a entrada em vigor do PDM. Em nove das 21 freguesias do concelho não houve alteração relativamente ao urbano consolidado entre 1995 e 2005: Anissó, Anjos, Campos, Caniçada, Pinheiro, Ruivães, Soengas, Soutelo e Vilar do Chão (Vilarchão). Nas restantes o comportamento foi o representado no gráfico seguinte. Gráfico IX.II a Área consolidada e sua variação entre 1995 e 2005, por freguesia. área (m2) Cantelães S. João da Cova Eira Vedra Guilhofrei Fonte: Cartas de Ordenamento, PDM VM (1995) variação relativa Louredo Mosteiro Parada de Bouro Rossas Salamonde Tabuaças Ventosa Vieira do Minho 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 percentagem Note-se que das freguesias representadas no gráfico, metade não registaram aumentos percentuais da área de urbano consolidado acima dos 5% face a 1995 (são elas Louredo, Tabuaças, Rossas, Salamonde e Mosteiro). Por outro lado, as freguesias sujeitas a maior pressão são as de Vieira do Minho (13,61%), Ventosa (mais 15,94%) e Eira Vedra (mais 42,29% numa década).

224 224/282 IX.III DETERMINAÇÃO DO EDIFICADO CONSTRUÍDO AQUANDO DA ENTRADA EM VIGOR DO ACTUAL PDM EM COMPARAÇÃO COM O ANO DE A cartografia utilizada para a realização desta análise é a referenciada ao início da vigência do PDM, ou seja, a que serviu de base para elaboração do mesmo. Atendendo que a sua publicação foi em 1995 e que não existe confirmação da data ou fonte de origem dessa cartografia, parece razoável admitir que o ano de referência desta base andará entre 1992 ou No sentido de conferir a anterior premissa foi analisada a referida cartografia sobre fotografia aérea referenciada ao ano de 1995, o que permitiu aferir que, salvaguardando algumas situações pontuais, o retrato do edificado contido nessa cartografia corresponde àquele que se pode observar na fotografia aérea. Ainda no sentido de minimizar a incerteza causada pela não existência de data de referência para a cartografia base do PDM, recorreu-se à cartografia do exército à escala 1: que está datada de 1997 (folhas 43 e 44) e 1998 (folhas 57 e 58). Esta cartografia apresenta a vantagem de ter as datas dos voos (realização da fotografia aérea que permitiu realizar a restituição) referenciado para o ano de 1993 (folhas 43 e 57) e para o ano de 1992 (folhas 44 e 58). Assim, procedeu-se à analise e ao cruzamento da informação disponibilizada por esta fonte com a cartografia base existente nas cartas originais do PDM. Esta operação permitiu validar a referida cartografia base e usar a mesma com maior grau de certeza. IX.III.1 PROCESSO DE REFERENCIA DE POLÍGONOS DO EDIFICADO POR DATA DE REPRESENTAÇÃO Pretende-se ter informação na cartografia actual que identifique os edifícios já construídos na altura da entrada em vigor do PDM e aqueles outros edifícios que foram construídos no período de vigência do mesmo até ao ano de Esta distinção foi alcançada utilizando os polígonos que representam o edificado nas duas cartografias (1995 actual PMD; e 2003 ITgeo) procedendo a uma união, sendo que os polígonos que estavam parcial ou totalmente coincidentes foram considerados como já existentes em 1995 (acrescentando essa informação à cartografia de 2003), e todos os polígonos que não tinham qualquer coincidência foram considerados como novas construções. Esta metodologia apresenta o inconveniente de não considerar situações onde se procedeu a aumento de edifícios existentes em 1995, uma vez que se estes estavam representados na cartografia de 1995 as diferenças para a cartografia de 2003 são enquadradas dentro das questões das diferentes escalas e do rigor técnico usado para representar o edificado. Ainda dentro das questões de escala e para efeitos de cálculo e análise estatística, não foram consideradas as edificações com menos de 25m 2 de área de implantação já que, 49 cartografia da ITgeo.

225 225/282 claramente na cartografia de 1995, por norma e atendendo à escala de trabalho então usada, estas não foram desenhadas (representadas). Mapa X.2a Evolução do edificado no concelho de Vieira do Minho (1993/ 2003) Cerdeirinhas. A evolução do edificado no concelho de Vieira do Minho, entre 1993 e 2003, seguiu uma tendência de aumento em todas as freguesias. Em termos de variação relativa entre ambos os anos, destacam-se quatro, todas elas com variações positivas acima dos 33% face a 1993: Eira Vedra (33,30%), Caniçada (37,64%), Tabuaças (38,89%) e Soengas (42,90%). Já em termos absolutos, em 2003, as freguesias que mostram a maior área edificada são: Tabuaças, Guilhofrei, Ruivães, Vieira do Minho e Rossas (as duas últimas com mais de m 2 ). Vieira do Minho e Rossas são responsáveis por cerca de ¼ da área edificada existente em 2003.

226 226/282 Gráfico X.2a Área edificada por freguesia, em 1993 e Vilarchão Vieira do Minho Ventosa Tabuaças Soutelo Soengas Salamonde Ruivães Rossas Pinheiro Parada de Bouro Mosteiro Louredo Guilhofrei Eira Vedra Cova Cantelães Caniçada Campos Anjos Anissó Fonte: Cartas de Ordenamento, PDM VM (1995) área (m2) Do total de área construída entre 1993 e 2003 ( ,0m 2 ), 41,8% foram-no em solo urbano, ou seja, existem ,8 m 2 de edificação no concelho de Vieira do Minho em solo não classificado para tal. Gráfico X.2b Percentagem entre área construída dentro de solo urbano, por freguesia área (ha) Anissó Anjos Campos Caniçada Cantelães Cova Eira Vedra Guilhofrei Louredo Mosteiro Parada de Bouro Pinheiro Rossas Ruivães Salamonde Soengas Soutelo Tabuaças Ventosa Vieira do Minho Vilarchão Fonte: Cartas de Ordenamento, PDM VM (1995) percentagem área construída em solo urbano entre 1993 a 2003 percentagem do edificado (área de implantação) construída em solo urbano Dentro das freguesias que registaram a menor percentagem de área edificada em solo urbano, destacam-se as de Campos (com 8,3 %), Anjos (com 9,1%), Soengas (com 14,8%), Ruivães (com 18,7%), Caniçada (com 22%), Cova (com 22%) e Tabuaças (com 24,3%). Das freguesias anteriormente referidas, são exemplos paradigmáticos as de Ruivães, Caniçada e Tabuaças que, para além dos valores anteriormente assinalados, registaram, em termos absolutos, crescimentos do seu edificado (área de implantação) acima da média do Concelho (10.352m). Mediante esta análise, pode afirmar-se que existe uma tendência para a construção fora do solo urbano, tendência essa que se regista não só nas freguesias mais deprimidas (com indicadores demográficos

227 227/282 negativos) mas também naquelas que se apresentam com dinâmicas demográficas de estabilização (caso de Tabuaças). Em forma de conclusão pode retirar-se desta análise que: Em Vieira do Minho 1.138,44ha são áreas urbanizadas/ edificadas; As freguesias de Tabuaças, Rossas, Guilhofrei, Vieira do Minho e Mosteiro, são as que maior área têm associada a polígonos de solo urbano não utilizado com mais de 4.000m 2 sem edificações (ou com densidade de edificado muito baixa); 27,5% do concelho são áreas com baixa construção (313ha); Em nove freguesias do concelho não houve alteração do edificado consolidado entre 1995 e 2005; A área edificada existente em 2003 nas freguesias de Vieira do Minho e Rossas corresponde a ¼ face ao total concelhio; Existem ,80 m 2 de edificação em Vieira do Minho em solo rural; Em Eira Vedra houve um aumento de área urbana consolidada na ordem dos 42,2%.

228 228/282 CAPÍTULO X INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL Um documento de carácter municipal como o PDM deve atender aos restantes instrumentos de gestão territorial, de escala nacional ou regional, que possam abranger, total ou parcialmente, o território do município. Importa, assim, identificar os instrumentos de gestão territorial com incidência directa no território concelhio, que embora se encontrem em processo de elaboração/ revisão, prevalecem sobre o PDM e o condicionam forçosamente. X.I ÂMBITO NACIONAL PROGRAMA NACIONAL DA POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO (PNPOT) O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), aprovado pela Lei n.º 58/2007 de 4 de Setembro, tem como âmbito o desenvolvimento a nível estratégico do território nacional. Este Programa constitui aliás um dos instrumentos-chave para a implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS), pondo em relevo o contributo das políticas de ordenamento do território para que Portugal seja (i) um espaço sustentável e bem ordenado, (ii) uma economia competitiva, integrada e aberta, (iii) um território equitativo em termos de desenvolvimento e bem-estar, (iv) uma sociedade criativa e com sentido de cidadania. Particularmente para a Região Norte, onde o concelho de Vieira do Minho se insere, estabeleceram-se um conjunto de opções estratégicas territoriais de forma a promover a valorização integrada das diversidades do território ao corrigir as assimetrias regionais e ao assegurar a igualdade de oportunidades dos cidadãos (PNPOT, 2007, pp ): Estruturar o sistema urbano e reforçar o policentrismo, envolvendo: a qualificação funcional do Porto e da sua área metropolitana, o desenvolvimento de polarizações estruturantes na conurbação do litoral e o reforço dos pólos e eixos urbanos no interior; Valorizar as infra-estruturas aeroportuárias e portuárias de internacionalização e inserir a região nas auto-estradas do mar de ligação ao Norte da Europa, com uma aposta forte nas infra-estruturas e nos serviços de logística; Reordenar e qualificar os espaços de localização empresarial na lógica de disponibilização de espaços de qualidade e de concentração de recursos qualificados, para maior atractividade de investimento directo estrangeiro, de fomento de economias de aglomeração e de densificação das interacções criativas e inovadoras;

229 229/282 Estruturar a rede de Instituições de Ensino Superior, de I&D, Centros Tecnológicos e Áreas de Localização Empresarial tendo em vista consolidar pólos de competitividade articulados pelas novas condições de acessibilidade; Organizar o sistema de acessibilidades de forma a reforçar o papel dos pontos nodais e a valorizar o futuro serviço de comboio de alta velocidade na cidade do Porto, incluindo a ligação a Vigo, no sentido de aumentar o seu potencial na organização das cidades do Noroeste peninsular; Reforçar a rede ferroviária convencional que estrutura os actuais serviços suburbanos nas suas ligações quer à cidade do Porto a partir das sub-regiões envolventes com maiores problemas de mobilidade, quer das principais cidades da região entre si, no sentido de diminuir a pressão automóvel sobre os principais centros urbanos, e também como forma de potenciar a utilização do futuro eixo ferroviário norte-sul em altas prestações na fachada atlântica do Noroeste peninsular; Reforçar a cooperação transfronteiriça e transnacional, valorizando especializações, complementaridades e sinergias para o desenvolvimento de projectos de dimensão europeia; Valorizar o património cultural, em particular as sinergias resultantes dos valores culturais inscritos na Lista do Património Mundial (UNESCO): Centros Históricos do Porto e Guimarães, Alto Douro Vinhateiro, Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa; Proteger a paisagem e ordenar os espaços protegidos como um pilar fundamental de desenvolvimento, de sustentabilidade e de expansão da actividade turística; Preservar as condições de exploração das produções agro-pecuárias de qualidade; Desenvolver o cluster florestal, estruturando a rede de empresas e outras organizações que operam em actividades relacionadas com os recursos florestais e que se pretende que venham a constituir uma rede estratégica de base tecnológica; Assumir como prioridade estratégica a recuperação dos défices ambientais; Garantir a concretização de reservas estratégicas de água, com especial incidência na Bacia Hidrográfica do Douro; Explorar as potencialidades no domínio das energias renováveis, em particular de produção de energia eólica, e da eficiência energética; Incentivar o aproveitamento de forma ambientalmente sustentável da riqueza em termos geológicos, nomeadamente rochas industriais e minérios metálicos. No que respeita ao Município de Vieira do Minho foram tidas em conta as opções estratégicas de desenvolvimento do PNPOT para a Região Urbano-Metropolitana do Noroeste. Para além destas foram, igualmente, consideradas as opções para a Região Minho-Lima pois, Vieira do Minho é um território de transição entre as duas supramencionadas regiões. Tal como, a Região Minho-Lima, em Vieira do Minho, a paisagem, o ambiente, o património histórico e a cultura são elementos que poderão suportar um nicho turístico de elevada qualidade (PNPOT, pág. 93). Assim, as opções de desenvolvimento territorial para a Região Urbano-Metropolitana do Nordeste são: Reordenar e qualificar os espaços industriais para a transformação das estruturas empresariais, apostando em espaços de qualidade e em relações de proximidade e forte interacção, o que implica uma ruptura com o modelo actual de unidades dispersas e estruturas industriais locais fortemente especializadas. Consolidar uma rede de espaços qualificados de acolhimento de actividades inovadoras e de base tecnológica.

230 230/282 Criar redes de cooperação inter-urbana capazes de promoverem a reorganização espacial dos serviços não mercantis, de forma a permitir ganhos de eficácia (escala, especialização, multifuncionalidade) e de qualidade. Organizar o sistema territorial de mobilidade, de modo a reforçar polarizações urbanas e a estruturar sistemas urbanos sub-regionais, e conciliar o serviço público de transporte rodo e ferroviário com a racionalização do uso do automóvel. Controlar os impactes ambientais da urbanização difusa e dos previsíveis processos de abandono de algumas instalações industriais, através da valorização do património e dos espaços públicos. As opções de desenvolvimento territorial para o Minho-Lima são: Assumir o carácter estratégico da cooperação transfronteiriça, dando-lhe tradução no modelo de organização do território, incluindo a integração do Caminho de Santiago português, e nas redes de infra-estruturas e equipamentos; Preservar as condições naturais de produção e a viabilidade das explorações de produtos agropecuários competitivos e do sistema agro-silvo-florestal de montanha; Superar os défices ambientais, com prioridade para as situações mais graves em termos de qualidade de vida e de diminuição das potencialidades de valorização turística dos territórios. Segundo o art. 24º do DL n.º 380/99, na redacção conferida pelo DL n.º 46/2009, o PNPOT define (juntamente com os plano regionais) o quadro estratégico a desenvolver pelos planos municipais de ordenamento do território, devendo estes definir a respectiva política municipal de gestão territorial de acordo com as directrizes estabelecidas pelo programa nacional da política de ordenamento do território, pelos planos regionais de ordenamento do território e, sempre que existam, pelos planos intermunicipais de ordenamento do território. PLANOS SECTORIAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO [PSECT] Os planos sectoriais são instrumentos de programação ou de concretização das diversas políticas com incidência na organização do território. São considerados planos sectoriais (de acordo com o n.º 2 do artigo 35º do Decreto-Lei n.º 380/99 de 22 de Setembro, alterado pelo DL nº. 316/2007, de 19 de Setembro, e com redacção actual dada pelo DL n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro): (i) os planos, programas e estratégias de desenvolvimento respeitantes aos diversos sectores da administração central, nomeadamente nos domínios dos transportes, das comunicações, da energia e dos recursos geológicos, da educação e da formação, da cultura, da saúde, da habitação, do turismo, da agricultura, do comércio, da indústria, das florestas e do ambiente. ESTRATÉGIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL [ENDS] A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável foi aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de Agosto, onde se afirma que este instrumento de orientação estratégica, para o horizonte de 2015, visa nortear o processo de desenvolvimento do País, numa perspectiva de

231 231/282 sustentabilidade, em articulação coerente com os demais instrumentos, planos e programas de acção em vigor ou em preparação, incluindo os que se referem à aplicação dos fundos comunitários no período de programação até 2013, e fazendo apelo à iniciativa dos cidadãos e dos diversos agentes económicos e sociais (Preâmbulo da RCM n.º 109/2007). A ENDS define três metas globais transversais que atendem às dimensões do Desenvolvimento Sustentável (económica, social e ambiental), designadamente pretende-se colocar, em 2015, Portugal (i) num patamar de desenvolvimento económico mais próximo da média europeia, ao mesmo tempo que o posiciona (ii) entre os primeiros vinte países de Índice de Desenvolvimento Humano do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e regista (iii) um défice ecológico global inferior ao actual 50. Para atingir estas metas globais transversais são definidos os seguintes objectivos principais, segundo as respectivas prioridades estratégicas (tabela 0.III). tabela 0.III Objectivos da ENDS e respectivas prioridades estratégicas OBJECTIVOS Objectivo 1 Preparar Portugal para a Sociedade do Conhecimento Objectivo 2 Crescimento sustentado, competitividade à escala global e eficiência energética Objectivo 3 Melhor Ambiente e valorização do Património Objectivo 4 Mais equidade, igualdade de oportunidades e coesão social Objectivo 5 Melhor conectividade internacional do país e valorização equilibrada do território Objectivo 6 Um papel activo de Portugal na PRIORIDADES ESTRATÉGICAS Consolidação do Ensino Básico e expansão da educação e formação de nível secundário, garantindo a melhoria da qualificação de base Dinamização da aprendizagem ao longo da vida aumentando os níveis habilitacionais e de qualificação Melhoria da qualidade e estímulo à mobilidade no Ensino Superior Aceleração do desenvolvimento científico e tecnológico Mobilização da sociedade para uma maior criatividade artística e cultural Um novo impulso à inovação empresarial Uma economia, competitiva à escala global, orientada para actividades de futuro e criadora de Emprego Uma sociedade e uma economia preparadas para tirar partido das tecnologias da informação e comunicação Crescimento económico mais eficiente no uso de energia e recursos naturais e com menor impacto no Ambiente, designadamente nas alterações climáticas Combate às alterações climáticas Gestão integrada da água e seu aproveitamento eficiente Aproveitamento dos oceanos como factor de diferenciação e desenvolvimento Actividades agrícolas e florestais desenvolvidas em base sustentável, compatibilizadas com a Conservação da Natureza e a valorização da Paisagem Conservação da Natureza e da biodiversidade articulada com as políticas sectoriais e de combate à desertificação Gestão integrada do ar Gestão integrada de resíduos Gestão dos riscos naturais e tecnológicos mobilizando a participação da população interessada Educação, informação e justiça ambientais Equidade, melhor prestação e sustentabilidade financeira dos sistemas de protecção social Reforço da prevenção e reabilitação orientadas para ganhos em saúde Dinâmica de emprego que promova a qualidade de vida no trabalho e a integração social Sociedade inclusiva que promova redes de solidariedade e comunidades dinâmicas Melhor conectividade internacional do país Acessibilidades que contribuam para a coesão territorial e para um modelo territorial mais policêntrico Cidades atractivas, acessíveis e sustentáveis Apoios reforçados a regiões com mais graves défices de desenvolvimento Fortalecimento da posição de Portugal no contexto da cooperação para o desenvolvimento internacional 50 Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável 2015 e Plano de Implementação, Parte I Objectivos, Vectores e Linhas de Orientação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (Anexo da RCM n.º 109/2007).

232 232/282 Construção Europeia e na cooperação internacional Objectivo 7 Uma Administração Pública mais eficiente e modernizada Estruturação de uma rede de relações privilegiadas com a Europa Reforço das relações com outras regiões inovadoras e dinâmicas do mundo Fortalecimento dos laços entre os Estados de língua portuguesa e reforço da sua intervenção internacional Valorização das comunidades portuguesas Domínio de informação e reflexão estratégica Reestruturação da administração Reforma dos regimes da função pública Modernização dos sistemas e processos, com uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação Qualificação e valorização do serviço público A implementação desta estratégia segue a dinâmica esquematizada na figura 1 e conta com os seguintes instrumentos: O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e os Programas Operacionais associados, que enquadram a utilização dos Fundos Estruturais e do Fundo de Coesão da União Europeia, em conjugação com o Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) e os fundos públicos e privados nacionais, além de constituírem os principais instrumentos de financiamento de actuações de carácter estratégico, com um planeamento plurianual; O Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego (PNACE) que define um conjunto de actuações que permitem implementar as orientações da Estratégia de Lisboa. Deste Programa devem destacar-se, pela sua importância, as reformas que complementam os investimentos do QREN e que permitem extrair deles o máximo de benefícios, incluindo as que viabilizem a sustentabilidade das Finanças Públicas; O PNPOT, define as grandes orientações para a organização do território e a protecção do Ambiente, sendo pois um instrumento complementar do PNACE; O Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), integra as diferentes políticas e medidas sectoriais de combate às alterações climáticas, e visa o cumprimento das metas de emissão de gases com efeito de estufa, assumidas no âmbito do Protocolo de Quioto. figura 1 Esquema de implementação da ENDS

233 233/282 Fonte: RCM n.º 109/2007, de 20 de Agosto. PROGRAMA OPERACIONAL DA REGIÃO NORTE [PORN] A iniciativa Norte 2015 insere-se no próximo período de programação a nível europeu ( ) e constitui uma oportunidade e uma exigência para a Região Norte, ao requerer a actualização de um diagnóstico prospectivo, o delineamento de uma visão de futuro e a selecção das prioridades estratégicas para o seu desenvolvimento (PORN , 2008, pp. 4). No âmbito da estratégia Norte 2015, pretende-se que a Região Norte seja capaz, em 2015, de gerar um nível de produção de bens e serviços transaccionáveis que permita recuperar a trajectória de convergência a nível Europeu, assegurando, de forma sustentável, acréscimos de rendimento e de emprego da sua população e promovendo, por essa via, a coesão económica, social e territorial (PORN , 2008, pp. 54). O exercício de concertação [necessário para garantir as condições para uma efectiva programação física e financeira de base territorial e para uma dinamização mais eficiente dos instrumentos previstos no QREN com incidência no espaço da Região do Norte51] e articulação intersectorial ao nível nacional conduziu, gradualmente, à definição das principais tipologias de projectos a enquadrar nos diversos instrumentos de financiamento existentes e, em particular, no próprio PO da Região do Norte (PORN , 2008, pp. 58). O PORN estrutura-se assim em cinco prioridades estratégicas que em termos de programação, correspondem aos seguintes seis Eixos Prioritários (PORN , 2008, pp. 68), e respectivos objectivos específicos. tabela 0.IV Objectivos específicos do PORN segundo os respectivos eixos estratégicos EIXOS PRIORITÁRIOS OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 51 Ver PORN (2008, pp. 56).

234 234/282 1 Competitividade, inovação e conhecimento 2 Valorização económica de recursos específicos 3 Valorização e qualificação ambiental e territorial 4 Qualificação do sistema urbano 5 Capacitação institucional regional Consolidação dos serviços colectivos regionais de suporte à inovação e promoção do sistema regional de inovação; Apoio à criação e consolidação de clusters emergentes e de empresas de base tecnológica em sectores que promovam interface com as competências e capacidades regionais em C&T 52 ; Promoção e desenvolvimento da rede de parques de ciência e tecnologia e de operações integradas de ordenamento e de acolhimento empresarial; Requalificação, inovação e reforço das cadeias de valor nos sectores de especialização; Promoção de acções colectivas de desenvolvimento empresarial; Promoção da economia digital e da sociedade do conhecimento; Promoção de acções de eficiência energética. Valorização da excelência turística regional (Programa de Promoção da Marca Porto Norte de Portugal e Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro); Promoção económica de novos usos do mar; Valorização de novos territórios de aglomeração de actividades económicas; Valorização económica de recursos endógenos em espaços de baixa densidade e diversificação da actividade económica do(s) território(s) rural(is). Valorização e qualificação (Valorização e gestão de áreas ambientalmente críticas; optimização da recolha selectiva e da triagem; gestão da orla costeira e dos recursos marinhos; e prevenção de riscos naturais, tecnológicos e sanitários); Gestão activa da Rede Natura e da Biodiversidade; Qualificação dos serviços colectivos territoriais de proximidade. Promoção de operações para a excelência urbana e de redes para a competitividade e inovação; Promoção de operações integradas em zonas prioritárias de regeneração urbana; Promoção da conectividade do sistema urbano regional. Modernização do Governo electrónico e melhoria da relação das empresas e dos cidadãos com a administração desconcentrada e local; Promoção da capacitação institucional e do desenvolvimento regional e local. 6 Assistência Técnica Capacitação da Autoridade de Gestão para o eficaz desenvolvimento das suas competências. Fonte: PORN (2008, pp. 69). ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE [ENCNB] A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, aprovada pela RCM n.º 152/2001, de 11 de Outubro, estabelece três objectivos gerais (Preâmbulo da RCM n.º 152/2001): (1) conservar a Natureza e a diversidade biológica, incluindo os elementos notáveis da geologia, geomorfologia e paleontologia ; (2) promover a utilização sustentável dos recursos biológicos ; e (3) contribuir para a prossecução dos objectivos visados pelos processos de cooperação internacional na área da conservação da Natureza em que Portugal está envolvido (...) designadamente a conservação da biodiversidade, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos recursos genéticos. A ENCNB assume assim dez opções estratégicas que deverão concretizar os objectivos gerais (n.º 12, Capítulo II, RCM n.º 152/2001): Promover a investigação científica e o conhecimento sobre o património natural, bem como a monitorização de espécies, habitats e ecossistemas; Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natureza e o Sistema Nacional de Áreas Classificadas, integrando neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas; Promover a valorização das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu património natural, cultural e social; Assegurar a conservação e a valorização do património natural dos sítios e das zonas de protecção especial integrados no processo da Rede Natura 2000; Desenvolver em todo o território nacional acções específicas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico e dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e paleontológico; 52 Ciência e Tecnologia.

235 235/282 Promover a integração da política de conservação da Natureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas diferentes políticas sectoriais; Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local; Promover a educação e a formação em matéria de conservação da Natureza e da biodiversidade; Assegurar a informação, sensibilização e participação do público, bem como mobilizar e incentivar a sociedade civil; Intensificar a cooperação internacional. PLANO NACIONAL DA ÁGUA [PNA] O Plano Nacional da Água é o documento que define orientações de âmbito nacional para a gestão integrada dos recursos hídricos fundamentadas em diagnóstico actualizado da situação e na definição de objectivos a alcançar através de medidas e acções, elaborado de acordo com o Decreto-Lei n.º 45/94 de 22 de Fevereiro (PNA, Volume I, capítulo I, pp. 5), tendo sido aprovado pelo DL n.º 112/2002, de 17 de Abril. O PNA assume os seguintes objectivos gerais, no contexto da gestão da procura, da sustentabilidade ambiental das utilizações actuais e potenciais dos recursos hídricos, da correcção das disfunções ambientais existentes, e, tendo presente o quadro institucional e legal (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 3), e sobre os quais foram associados objectivos específicos que se relacionam com a resolução de problemas actuais e potenciais identificados na Caracterização e Diagnóstico (idem): # Promover a sustentabilidade ambiental, económica e financeira das utilizações dos recursos hídricos, como forma de gerir a procura e garantir as melhores condições ambientais futuras (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 4-7): Promover a protecção, a melhoria e a recuperação da qualidade dos meios hídricos superficiais e subterrâneos, no cumprimento da legislação nacional e comunitária, nomeadamente através do tratamento e da redução das cargas poluentes tópicas e da poluição difusa (...); Assegurar, através da abordagem integrada e efectiva de todas as vertentes ambientais no processo de licenciamento, o controlo integrado da poluição da água associada às actividades industriais contempladas no Anexo I do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto (...); Assegurar, através da aplicação da abordagem combinada pelas autoridades competentes nos respectivos processos de licenciamento, a prevenção e o controlo integrado da poluição associada às actividades industriais contempladas no Anexo I do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto; Promover a conservação da natureza e a biodiversidade bem como a salvaguarda da integridade ecológica dos ecossistemas aquáticos e terrestres associados dependentes dos meios hídrico (...); Promover a preservação e a recuperação de troços de meios hídricos de especial interesse ambiental, nomeadamente os estuários, os que se inserem em áreas protegidas e nos sítios da Lista Nacional", bem como os que contenham espécies e habitats protegidos pela legislação nacional e comunitária e por acordos internacionais relevantes (...); Evitar a excessiva artificialização do regime hidrológico, assegurar a minimização e a compensação dos impactes ambientais causados pela artificialização dos meios hídricos e garantir o regime de caudais ambientais necessários à manutenção dos sistemas aquáticos fluviais, estuarinos e costeiros (...).

236 236/282 # Assegurar a gestão integrada do domínio hídrico, promovendo a integração da componente recursos hídricos nas outras políticas sectoriais e assegurando a integridade hídrica das regiões hidrográficas, bem como a integração dos aspectos da quantidade e da qualidade da água e dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 8): Promover a gestão da procura e da oferta de água de acordo com as disponibilidades existentes em cada bacia hidrográfica e assegurar a gestão integrada das origens de água superficiais e subterrâneas (...); Promover a definição de condicionantes ao uso do solo e às actividades nas albufeiras e nos troços em que o uso não seja compatível com os objectivos de protecção dos recursos (...); Promover a protecção de recursos hídricos subterrâneos, com prioridade para os considerados estratégicos como origens de água para produção de água para consumo humano; Assegurar que as utilizações sectoriais da água, nomeadamente para fins agrícolas, turísticos, industriais, energéticos e de abastecimento urbano, contemplem a potenciação e a harmonização de objectivos e fins múltiplos incluindo os ambientais; Promover a valorização económica dos recursos hídricos, nomeadamente os com interesse ambiental e paisagístico, cultural, de recreio e lazer, turísticos, energético e outros, desde que contribuam ou sejam compatíveis com a protecção dos meios hídricos lênticos e lótico; Promover o ordenamento das áreas ribeirinhas sujeitas a inundações e a definição de critérios de regularização e conservação da rede hidrográfica, a consagrar nos planos de ordenamento, bem como estabelecer soluções de contingência, visando a protecção de pessoas e bens e a minimização dos prejuízos dos efeitos das cheias, das secas e de acidentes de poluição; Promover o planeamento integrado das zonas costeiras, garantindo uma adequada articulação com águas interiores. # Promover a gestão sustentável da procura de água, baseada na gestão racional dos recursos e nas disponibilidades existentes em cada bacia hidrográfica e tendo em conta a protecção a longo prazo dos meios hídricos disponíveis e as perspectivas socioeconómicas (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 8-10): Garantir a qualidade da água em função dos usos actuais e potenciais (...); Garantir a quantidade de água necessária na origem e promover o adequado nível de abastecimento de água às populações e às actividades económicas (...); Assegurar o aumento do nível de atendimento da população com sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas residuais domésticas e promover o tratamento dos efluentes industriais, com soluções técnicas adequadas (...); Promover o estabelecimento de soluções integradas, com dimensão territorial que assegure uma gestão equilibrada e eficiente da água (...); Promover a reutilização da água para fins qualitativamente menos exigentes, sempre que técnica e economicamente viável (...). # Promover o aumento do conhecimento, o estudo e a investigação aplicada dos sistemas hídricos (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 11): Assegurar a existência e operacionalidade de sistemas de informação sobre recursos hídricos, à escala nacional e da bacia ou região hidrográfica;

237 237/282 Garantir a operacionalidade e a actualização da informação das redes de monitorização de variáveis hidrológicas e climatológicas, de sedimentos e da qualidade química e ecológica da água (...); Promover a existência de cadastros e de inventários actualizados das infra-estruturas, dos usos e das ocupações do domínio hídrico; Promover a concepção, a implementação e a actualização de um sistema de informação estatística relativo ao estado e às utilizações dos recursos hídricos; Promover, em cooperação com as instituições de investigação, programas de estudos e de investigação aplicados à gestão dos meios hídricos. # Promover a aplicação efectiva do regime económico-financeiro ao Domínio Público Hídrico, nomeadamente os princípios do utilizador-pagador e do poluidor-pagador e, ainda, estabelecer um sistema de preços da água (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 11). # Promover a racionalização, a optimização e a eficácia do quadro institucional, a adequação do quadro normativo nacional às novas perspectivas e exigências da gestão e planeamento em matéria de recursos hídricos e o cumprimento da legislação, nacional, comunitária e das convenções e acordos internacionais subscritos por Portugal, nomeadamente a convenção de Albufeira (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 12): Exercer a jurisprudência do Estado sobre o domínio público hídrico titulado ou não por licença ou concessão (...); Adequar a Administração para um desempenho mais eficaz, nomeadamente nas áreas de obtenção de dados, do licenciamento, da fiscalização, da simplificação e da racionalização dos processos administrativos, bem como na criação de condições para proceder à implementação e à aplicação da Directiva Quadro da Água; Promover a melhoria da coordenação intersectorial e constitucional, nomeadamente no planeamento, no ordenamento do território e nos empreendimentos de fins múltiplos; Promover a gestão integrada dos estuários e das zonas costeiras (...); Assegurar o efectivo cumprimento da legislação nacional, comunitária e internacional relacionada com os recursos hídricos, nomeadamente a Directiva Quadro da Água; Harmonizar e coordenar o planeamento, a monitorização e a permuta de informação referentes aos recursos hídricos das bacias hidrográficas luso-espanholas no contexto da Convenção de Albufeira e da Directiva Quadro da Água; Assegurara que, sempre que Portugal verifique que é susceptível de ser fortemente afectado pelos efeitos de exploração de uma instalação industrial situada em território transfronteira, possa tomar posição sobre o assunto antes da autoridade competente do país vizinho tomar uma decisão. # Promover a informação e a participação das populações e das suas instituições representativas nos processos de planeamento e gestão dos recursos hídricos (PNA, Volume II, capítulo VI, pp ): Assegurar a disponibilização da informação ao público, tendo em consideração a convenção de Arhus e o normativo nacional e comunitário, propiciando o conhecimento aprofundado do sistema português de participação, informação e co-responsabilização, no âmbito da água, bem como a sua divulgação;

238 238/282 Assegurar a dinamização da participação pública, através da representação equitativa das populações da defesa do direito do ambiente, dos interesses difusos, dos interesses indirectos e directos de propriedade, de emprego e de segurança; Dinamizar a participação dos utilizadores na implementação do Plano Nacional da Água e dos Planos de Bacia Hidrográfica, através do reforço continuado da aplicação dos princípios da participação e da responsabilização nas alterações institucionais; Promover a sensibilização das populações e dos agentes para as diversas vertentes do planeamento e da gestão dos recursos hídricos (...). PROGRAMA NACIONAL PARA O USO EFICIENTE DA ÁGUA [PNUEA] O Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água foi aprovado pela RCM n.º 113/2005, de 30 de Junho. Neste diploma está expressa a certeza de que um uso eficiente, racional e parcimonioso deste recurso [água] e a preservação da sua boa qualidade ecológica constituem as melhores garantias de que Portugal possa dispor dos recursos hídricos de que necessita num horizonte transgeracional (Preâmbulo da RCM n.º 113/2005). De facto, o objectivo principal do PNUEA é a promoção do uso eficiente da água em Portugal, especialmente nos sectores urbano, agrícola e industrial, contribuindo para minimizar os riscos de escassez hídrica e para melhorar as condições ambientais nos meios hídricos (n.º 1 da RCM n.º 113/2005). Além disso, considerando a água como um elemento essencial para alcançar o desenvolvimento social e económico do País, esta deve ser considerada como um recurso estratégico, levando consequentemente à necessidade premente de garantir uma elevada eficiência no seu uso, quer a nível doméstico, como agrícola ou industrial (ver n.º 5 do Anexo da RCM n.º 113/2005). O PNUEA estabelece as metas constantes na tabela 0.V para cada sector de consumo de água. tabela 0.V Metas estabelecidas pelo PNUEA segundo o sector de consumo de água SECTOR DE CONSUMO DE ÁGUA Urbano Agrícola Industrial METAS (...) verifica-se que a eficiência actual de utilização da água é de cerca de 60%. Tendo em conta as perspectivas de evolução em termos de controlo de perdas, de procedimentos dos utilizadores e de evolução tecnológica dos equipamentos, propõe-se atingir, ao fim de um período de 10 anos, uma eficiência de utilização da água de 80% (...) é expectável que esta média nacional possa atingir variações apreciáveis à escala regional ou local. (...) verifica-se que a actual eficiência de utilização da água é de cerca de 60%. Tendo em conta as perspectivas de evolução em termos de área regada, de procedimentos dos utilizadores e de evolução tecnológica dos equipamentos, propõe-se atingir a 10 anos uma eficiência de utilização de água de 65% (...) é expectável que esta média nacional possa atingir variações apreciáveis à escala regional ou local. (...) verifica-se que a actual eficiência de utilização da água é de cerca de 70%. Tendo em conta as perspectivas de evolução em termos de procedimentos dos utilizadores industriais e de evolução tecnológica dos equipamentos, propõe-se atingir ao fim de um período de 10 anos uma eficiência de utilização da água de 85%. Tendo em conta a variabilidade (...) em termos tecnológicos e nos processos nos vários sectores de actividade industrial, resultando de situações muito diferenciadas, é expectável que esta média nacional, quando interpretada sectorialmente, possa atingir variações significativas mas com tendência para reduzir no horizonte do Programa. Fonte: RCM n.º 113/2005 (n.º 7 do Anexo).

239 239/282 PLANO ESTRATÉGICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS [PEAASAR II] O diploma legal que aprovou o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais, para o período de , foi o Despacho n.º 2339/2007, de 14 de Fevereiro. Este plano estabelece os seguintes objectivos estratégicos: A universalidade, a continuidade e a qualidade do serviço; A sustentabilidade do sector; A protecção dos valores ambientais. Associados aos objectivos estratégicos encontram-se os seguintes objectivos operacionais de prossecução da estratégia definida: Servir cerca de 95% da população total do País com sistemas públicos de abastecimento de água; Servir cerca de 90% da população total do País com sistemas públicos de saneamento de águas residuais urbanas, sendo que em cada sistema integrado o nível de atendimento desejável deve ser de, pelo menos, 70% da população abrangida; Garantir a recuperação integral dos custos incorridos dos serviços; Contribuir para a dinamização do tecido empresarial privado nacional e local; Cumprir os objectivos decorrentes do normativo nacional e comunitário de protecção do ambiente e saúde pública. Deve-se ainda destacar a importância do papel das autarquias na operacionalização da estratégia, enquanto responsáveis regionais e locais pela prestação de serviços de qualidade aos consumidores finais e parceiros decisivos no processo de reorganização do sector (PEAASARII, 2007, pp. 83). PLANO ESTRATÉGICO PARA OS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS [PERSU II] O Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos nasceu da revisão do PERSUI (1997), constituindo o novo referencial para os agentes do sector dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no horizonte O PERSUII foi aprovado pela Portaria n.º 186/2007, de 12 de Fevereiro, e apresenta as seguintes linhas orientadoras estratégicas: Reduzir, reutilizar, reciclar; Separar na origem; Minimizar a deposição em aterro; Waste to Energy para a fracção resto (não reciclável); Protocolo de Quioto : compromisso determinante na política de resíduos;

240 240/282 Informação validada a tempo de se poderem tomar decisões; Estratégia de Lisboa: Sustentabilidade dos sistemas de gestão. Na prossecução destas linhas estratégicas o PERSUII baseia-se nos seguintes eixos de actuação, a fim de se estruturar e consubstanciar a estratégia aqui preconizada: Prevenção: Programa Nacional; Sensibilização/ Mobilização dos cidadãos; Qualificação e optimização da gestão de resíduos; Sistema de Informação como pilar de gestão dos RSU; Qualificação e optimização da intervenção das entidades públicas no âmbito da gestão de RSU. PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL [PENDR] O Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural estabelece as prioridades conjuntas da acção do FEADER e de cada Estado Membro, para o período de programação , conjugando as orientações estratégicas comunitárias e os seus objectivos específicos com as orientações de política nacional. Constitui, assim, o instrumento de referência para a preparação da programação do FEADER, sendo concretizado através dos subsequentes Programas de Desenvolvimento Rural 53. O propósito da estratégia nacional definida para a agricultura e para o desenvolvimento rural é o de promover a competitividade do sector agro-florestal e dos territórios rurais de forma sustentável, tendo para isso sido definidos três Objectivos Estratégicos, interligados e directamente vocacionados para o desenvolvimento rural, complementados com dois desígnios nacionais, definidos como Objectivos Transversais, e para os quais aqueles deverão contribuir e interagir de forma activa. Os objectivos estratégicos traduzem-se nos Eixos I a III da tabela 0.VI, enquanto os objectivos transversais [(1) reforçar a coesão territorial e social; (2) promover a eficácia da intervenção dos agentes públicos, privados e associativos na gestão sectorial e territorial] foram compilados no Eixo IV. tabela 0.VI Matriz de objectivos do PENDR EIXO I OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS Aumentar a competitividade do sector Agrícola e Florestal OBJECTIVOS PRINCIPAIS Aumentar o conhecimento e melhorar o potencial humano Promover a inovação Reestruturar e desenvolver o potencial físico OBJECTIVOS ESPECÍFICOS Melhorar a formação profissional e desenvolver serviços capacitando os activos para o desempenho da actividade Rejuvenescer o tecido empresarial Assegurar uma alteração estrutural significativa nas explorações transferidas Desenvolver novos produtos, processos e tecnologias através da cooperação Melhorar a competitividade das fileiras estratégicas, nomeadamente no sector do leite Melhorar a competitividade das empresas do sector agro-florestal 53

241 241/282 II III IV Promover a sustentabilidade dos Espaços Rurais e dos Recursos Naturais Revitalizar económica e socialmente as Zonas Rurais Melhorar a governança das Zonas Rurais Desenvolver as infra-estruturas agrícolas e florestais Promover o uso eficiente da água Melhorar a qualidade da produção e dos produtos agrícolas Valorizar os produtos alimentares de qualidade Proteger a biodiversidade e os valores Promover a protecção da biodiversidade e de sistemas de alto valor natural ambientais e paisagísticos em zonas e paisagístico associados aos sistemas agrícolas e florestais agrícolas e florestais da Rede Natura 2000 Incentivar a introdução ou manutenção de modos de produção compatíveis e outras com a protecção dos valores ambientais e dos recursos hídricos e do solo Proteger os recursos hídricos e o solo no âmbito da actividade agrícola e florestal Contribuir para a adaptação às das Melhorar a sustentabilidade dos povoamentos florestais alterações climáticas e para a sua atenuação Promover a eco-eficiência e reduzir a poluição Contribuir para o uso continuado e sustentável das terras agrícolas em zonas Preservar a actividade agrícola em zonas desfavorecidas desfavorecidas Diversificar a economia rural Promover a diversificação da economia e do emprego em meio rural Melhorar a qualidade de vida Promover a melhoria da qualidade de vida nas zonas rurais Promover o acesso à Internet de banda larga Desenvolver competências nas zonas rurais Desenvolver competências nas zonas rurais Promover a diversificação de actividades e a qualidade de vida nas zonas Valorizar o potencial de desenvolvimento rurais local Promover a cooperação e as boas práticas Desenvolver competências nas zonas rurais e Melhorar a governança local Aumentar a capacidade de execução da abordagem LEADER Fonte: Adaptado de PENDR (2009, pp. 85). ESTRATÉGIA NACIONAL PARA AS FLORESTAS [ENF] A Estratégia Nacional para as Florestas foi aprovada pela RCM n.º 114/2006, de 15 de Outubro, e constitui o documento de referência estratégica do sector, de orientação para os planos sectoriais de nível regional e para os instrumentos de planeamento florestal (art. 7º do Anexo do DL n.º 254/2009). A ENF insere-se na Estratégia Florestal da União Europeia e concretiza-se desde já com a adopção de medidas no âmbito do Quadro de Referência Estratégica Nacional e do Plano Estratégico Nacional do Desenvolvimento Rural e em planos e programas especiais, como os da Defesa da Floresta contra Incêndios ou o da Luta contra o Nemátodo do Pinheiro (Preâmbulo da RCM n.º 114/2006). As linhas de orientação estratégica assumidas pela ENF apresentam-se na tabela 0.VII e pretendem a curto prazo, diminuir os riscos e, a médio prazo, melhorar a competitividade (qualidade e eficiência) do sector em áreas e domínios específicos que contribuam para garantir a sua sustentabilidade e para aumentar o seu valor económico total (Anexo à RCM n.º 114/2006). tabela 0.VII Linhas Estratégicas assumidas pela ENF LINHAS ESTRATÉGICAS Minimização dos riscos de incêndios e agentes bióticos Especialização do território Melhoria da produtividade através da gestão florestal sustentável Redução de riscos de mercado e aumento do valor dos produtos Melhoria geral da eficiência e competitividade do sector ACÇÕES Defesa da floresta contra incêndios; Protecção Contra agentes bióticos nocivos; Recuperação e reabilitação de ecossistemas florestais afectados. Valorização das funções ambientais dos espaços florestais; Reconversão de povoamentos de espécies ecologicamente desajustadas; Instalação de sistemas florestais e agro-florestais. Melhoria produtiva dos povoamentos através da gestão florestal sustentável; Melhoria produtiva dos recursos associados à floresta; Serviços de aconselhamento e de apoio à gestão. Certificação florestal; Aumento do valor dos produtos. Informação sobre o sector; Cadastro florestal; Organização do sector;

242 242/282 Qualificação dos agentes do sector; Aplicação do conhecimento científico. Racionalização e simplificação dos instrumentos de política Instrumentos orgânicos, legais e de planeamento; Instrumentos financeiros de apoio à competitividade. Fonte: Anexo da RCM n.º 114/2006. PLANO RODOVIÁRIO NACIONAL [PRN 2000] O Plano Rodoviário Nacional foi aprovado pelo Conselho de Ministros de 1 de Agosto de 1985, publicado em Diário da Republica, I Série N.º 222 Decreto-Lei n.º 380/85 de 26 de Setembro. Na definição da Nova Rede Rodoviária Nacional adoptam-se critérios funcionais, operacionais e de acessibilidade. Em termos de funcionalidade, serão assegurados por estradas nacionais as seguintes ligações: a) da sede de cada distrito com os contíguos; b) da sede de cada distrito com os centros urbanos do mesmo; c) entre a sede de cada distrito o porto e a fronteira mais importantes desse distrito, quando existentes. Sob o ponto de vista operacional, serão servidos por estrada nacional os percursos de extensão superior a 10 km e tráfego médio diário superior a 2000 veículos relativo ao ano de 1975 (4300 em 1990), bem como aqueles que, com tráfego médio diário superior a veículos, estabeleçam a ligação entre sedes de concelho. Finalmente, estabeleceu-se que todas as sedes de concelho terão acesso por estrada nacional à rede definida a partir dos critérios acima enunciados. Importa salientar que, para aquela determinação, se procedeu ao agrupamento dos centros urbanos, em função do seu potencial demográfico, dos serviços de apoio às actividades económicas e às populações e da sua capacidade exterior, em três grupos: A Sede de distrito e centros urbanos equiparados; B - Centros urbanos de influência supra-concelhia, mas infra-distrital; C Centros urbanos só com influência concelhia. A Rede Nacional integra apenas duas categorias de estrados, que constituirão a Rede Nacional Fundamental e a Rede Nacional Complementar. A Rede Nacional Fundamental tem menor extensão, a fim de a dotar de características técnicas indispensáveis num período de tempo aceitável. Assim, definiram-se nove Itinerários Principais, três longitudinais e seis transversais, numa extensão de cerca de km. Os Itinerários longitudinais terão o nível de serviço B, o que significa que asseguram correntes de tráfego estáveis, permitindo a circulação em excelentes condições de comodidade e segurança. A Rede Nacional Complementar, com a extensão total de km, assegura as ligações entre os centros urbanos de nível B e C, assim como as ligações operacionais e as resultantes do critério de acessibilidade. Esta rede integra quatro Itinerários Complementares longitudinais, dez transversais, as vias de acesso e envolventes das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, bem como outros lanços de estrada. As vias da Rede Nacional Complementar terão o nível de serviço C, que proporciona boas condições de circulação. A localização do concelho de Vieira do Minho afasta-o do centro de gravidade da NUT III Ave (cidades como Guimarães e Vila Nova de Famalicão). Para contrariar esta tendência afigura-se crucial a aposta no projecto VIA do AVE para a ligação do concelho ao litoral e à rede de Auto Estradas.

243 243/282 São essencialmente três as ligações principais que evidenciam a localização e as conexões estabelecidas entre o Município de Vieira do Minho e os municípios envolventes: A EN 103 que atravessa o concelho na sua parte setentrional, circundando parte do Vale do Cávado, estabelecendo as ligações a Braga para poente e a Montalegre e Chaves para nascente. É a principal via que atravessa o concelho; A EN 205 que se desenvolve na parte mais meridional do concelho, na direcção poentenascente e que estabelece a ligação com a Póvoa de Lanhoso e Cabeceiras de Basto 54. A EN 304 que se desenvolve na direcção sudeste-noroeste e através da qual fica estabelecida a ligação com Terras de Bouro, ao longo de um panorâmico percurso sobre a Albufeira de Caniçada. PROGRAMA DE ACÇÃO NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO [PANCD] O Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação foi aprovado pela RCM n.º 69/99, de 9 de Julho, no âmbito da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (CNUCD), por sua vez aprovada pela União Europeia através da Decisão do Conselho n.º 98/216/CE, de 9 de Março de A CNUCD veio estabelecer que as Partes elaborem, num quadro de consulta e de participação de todos os agentes envolvidos e das populações afectadas, programas de acção nacionais a considerar no âmbito do planeamento estratégico para um desenvolvimento sustentável (Preâmbulo da RCM n.º 69/99), pelo que surgiu o PANCD. O PANCD tem como objectivo fundamental orientar, disciplinar, promover, dinamizar, integrar e coordenar as acções de combate à desertificação e minimização dos efeitos da seca nas zonas semiáridas e sub-húmidas, nomeadamente naquelas em que é mais notória e problemática a erosão e a degradação das propriedades do solo, a destruição da vegetação e a deterioração do ambiente e dos recursos naturais e da paisagem em geral (n.º 1 da RCM n.º 69/99). Seguem-se os respectivos objectivos estratégicos e específicos. tabela 0.VIII Objectivos estratégicos e específicos do PANCD OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS OBJECTIVOS ESPECÍFICOS Conservação do solo e da água Fixação da população activa nos meios rurais Recuperação das áreas afectadas Sensibilização da população para a problemática da desertificação Consideração da luta contra a desertificação nas políticas gerais e sectoriais Desenvolvimento regional, rural e local, como factor determinante da fixação das populações nas regiões mais susceptíveis à desertificação e à seca, e da diminuição das pressões humanas sobre as zonas mais densamente povoadas Organização dos agentes do desenvolvimento económico e social, em torno dos seus interesses profissionais, económicos, culturais, desportivos, ambientais, como via para uma participação activa da população nas decisões que lhes respeitam e na valorização e qualificação do território Melhoria das condições de exercício das actividades agrícolas compatíveis com as características do suporte natural em que são desenvolvidas Alargamento e melhoria da ocupação e gestão florestal para reforço do papel da floresta na conservação do solo e da 54 A partir da freguesia de Rossas esta via passa a ER205.

244 244/282 água Identificação das áreas mais afectadas e afectação dos meios necessários para recuperação das áreas degradadas Política de gestão de recursos hídricos que assegure a necessária integração territorial dessa gestão, articulando adequadamente as diferentes utilizações da água e a protecção do ambiente e conservação dos recursos naturais Investigação concertada sobre os fenómenos geradores de desertificação e seu combate, experimentação e aplicação prática dos seus resultados Criação de centros e campos de demonstração de boas técnicas de conservação do solo e da água Informação e sensibilização permanente aos diferentes sectores da população, habitantes e decisores, sobre a problemática da luta contra a desertificação e a seca, e seu contributo para a defesa da vida na Terra Fonte: Anexo da RCM n.º 69/99. PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DO TURISMO [PENT] O Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) é uma iniciativa do Governo, da responsabilidade do Ministério da Economia e da Inovação, para servir de base à concretização de acções definidas para o crescimento sustentado do Turismo nacional nos próximos anos, e orientar a actividade do Turismo de Portugal, IP., entidade pública central do sector. Este documento sintetiza as conclusões do diagnóstico, objectivos e linhas de desenvolvimento estratégico para o Turismo, que foram materializadas em cinco eixos [(1) Território, Destinos e Produtos, (2) Marcas e Mercados, (3) Qualificação de Recursos, (4) Distribuição e Comercialização, (5) Inovação e Conhecimentos], através dos projectos apresentados na tabela 0.IX. tabela 0.IX Âmbito de intervenção dos projectos do PENT PROJECTOS PRODUTOS, DESTINOS E PÓLOS INTERVENÇÃO EM ZTIS (URBANISMO, AMBIENTE E PAISAGEM) DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS DISTINTIVOS E INOVADORES EVENTOS ACESSIBILIDADE AÉREA MARCAS, PROMOÇÃO E DISTRIBUIÇÃO PROGRAMA DE QUALIDADE ÂMBITO DE INTERVENÇÃO DOS PROJECTOS Desenvolvimento da oferta/clusters de serviços para os produtos estratégicos Requalificação de destinos, com prioridade no Algarve Conceito e plano de viabilidade dos pólos turísticos Desenvolvimento sustentado de pólos turísticos Atracção de investimento e de investidores de referência Intervenção em Zonas Turísticas de Interesse, assegurando a oferta e excelência de factores qualificadores (ex: conservação de monumentos e edifícios, limpeza e despoluição do solo, arborização dos espaços) Facilitação de intervenção multidisciplinar/multi-entidade Desenvolvimento de factores distintivos de Portugal (ex: história, cultura, gastronomia, literatura) Promoção dos factores distintivos nas principais atracções turísticas Desenvolvimento de conteúdos para o site móvel (informação e acompanhamento/enriquecimento da experiência) Captação de 1-2 mega eventos cada 10 anos Promoção de calendário de 10 eventos de projecção internacional Organização de calendário de eventos regionais (+ 30 eventos no total) Dinamização de animação local Aumento do número e reforço da competitividade das ligações directas dos aeroportos nacionais aos principais mercados/regiões emissoras Monitorização e aferição da estratégia de promoção e distribuição face aos objectivos PENT Visão e actuação integrada, por mercado emissor, liderada pelo Turismo de Portugal Promoção do Turismo interno Reforço da presença no canal internet Actualização de conteúdos/oferta em meios de grande divulgação (ex: guias, sites) Promoção da qualidade ao longo dos momentos de verdade (interacção com o turista) Desenvolvimento de conceito inovador para internet móvel (acompanhar o turista com informação e conteúdos) Implementação de selo de qualidade

245 245/282 EXCELÊNCIA NO CAPITAL HUMANO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO EFICÁCIA DO RELACIONAMENTO ESTADO-EMPRESA MODERNIZAÇÃO EMPRESARIAL Desenvolvimento de uma cultura de qualidade Lançamento de prémios de excelência Discriminação positiva na divulgação e promoção Criação de Escola de Gestão Turística internacional (licenciatura e mestrado) Desenvolvimento de uma rede de escolas técnicas (uma por região) Introdução da temática Turismo em cursos superiores (ex: Arquitectura, História, Engenharia Civil, Ambiente) Desenvolvimento de parcerias Escolas Empresas Valorização das profissões no sector e incentivo ao empreendedorismo Reforço do conhecimento a nível dos turistas/mercados emissores Monitorização da actividade turística e da execução do PENT com base em indicadores-chave Identificação e divulgação das melhores práticas e tendências no Turismo Estimulo à investigação e desenvolvimento e práticas de inovação Simplificação do processo de relacionamento Estado-Empresa (ponto único de contacto) Reforço da eficiência e transparência do processo de licenciamento Incentivo à modernização empresarial Desenvolvimento da capacidade de gestão das empresas do sector Disponibilização de software de acesso aos canais de distribuição electrónica (gestão de capacidade, gestão de serviços) O PENT identifica como produtos potenciadores de crescimento a curto prazo na região do Porto e Norte, os seguintes: City Break, o Touring e o Turismo de Natureza. Por outro lado, a região tem ainda potencial para oferecer os produtos Turismo de Negócios, Saúde e Bem-estar e Gastronomia e Vinhos. PLANO NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS (PNDFCI) A política de defesa da floresta contra incêndios, pela sua vital importância para o País, não pode ser implementada de forma isolada, mas antes inserindo-se num contexto mais alargado de ambiente e ordenamento do território, de desenvolvimento rural e de protecção civil, envolvendo responsabilidades de todos, Governo, autarquias, organismos, cidadãos, no desenvolvimento de uma maior transversalidade e convergência de esforços de todas as partes envolvidas, de forma directa ou indirecta. Neste contexto, o Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios (PNDFCI), enuncia a estratégia e determina os objectivos, as prioridades e as intervenções a desenvolver para atingir as metas preconizadas. O PNDFCI pretende contribuir, a par de demais legislação já aprovada e a aprovar, para a definição de uma estratégia e a articulação metódica e equilibrada de um conjunto de acções com vista a fomentar a gestão activa da floresta, criando condições propícias para a redução progressiva dos incêndios florestais. Para alcançar os objectivos, acções e metas desenvolvidos no PNDFCI, preconiza-se uma implementação articulada e estruturada em cinco eixos estratégicos de actuação: tabela 0.X Eixos Estratégicos de Actuação AUMENTO DA RESILIÊNCIA DO TERRITÓRIO AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS; EIXOS ESTRATÉGICOS DE ACTUAÇÃO Rever e integrar politicas e legislação Promover a gestão florestal e intervir preventivamente em áreas estratégicas

246 246/282 REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA DOS INCÊNDIOS MELHORIA DA EFICÁCIA DO ATAQUE E DA GESTÃO DOS INCÊNDIOS RECUPERAR E REABILITAR OS ECOSSISTEMAS ADAPTAÇÃO DE UMA ESTRUTURA ORGÂNICA E FUNCIONAL EFICAZ Educar e sensibilizar as populações Melhorar o conhecimento das causas dos incêndios e das suas motivações Capacidade de dissuasão e fiscalização Articulação dos sistemas de vigilância e detecção com os meios de 1ª intervenção Reforço da capacidade de 1ª intervenção Reforço da capacidade de ataque ampliado Melhoria da eficácia do rescaldo e vigilância pós rescaldo Melhoria das comunicações Melhoria dos meios de planeamento, previsão e apoio à decisão Melhoria da capacidade logística de suporte à DFCI Avaliação e mitigação dos impactos causados pelos incêndios e implementação de estratégias de reabilitação a longo prazo Definir uma forma de organização interna nas entidades envolvidas capaz de satisfazer, de forma consequente, a um elevado nível de resposta no cumprimento das missões que lhes são atribuídas Preparar uma estrutura para sustentar as acções e metas antes abordadas aos níveis Municipal, Distrital e Nacional PLANOS ESPECIAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO (PEOT) 55 Os planos especiais de ordenamento do território são instrumentos de natureza regulamentar elaborados pela administração central que constituem um meio supletivo de intervenção do Governo, tendo em vista a prossecução de objectivos de interesse nacional com repercussão espacial, estabelecendo regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais e assegurando a permanência dos sistemas indispensáveis à utilização sustentável do território. São PEOT os planos de ordenamento de áreas protegidas, os planos de ordenamento de albufeiras de águas públicas, os planos de ordenamento da orla costeira e os planos de ordenamento dos estuários. São objectivos dos PEOT a salvaguarda de objectivos de interesse nacional com incidência territorial delimitada bem como a tutela de princípios fundamentais consagrados no programa nacional da política de ordenamento do território não asseguradas por plano municipal de ordenamento do território eficaz. PLANOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS (PBH) Os Planos de Bacias Hidrográficas (PBH) definem orientações de valorização, protecção e gestão equilibrada da água, de âmbito territorial, para uma bacia hidrográfica ou agregação de pequenas bacias hidrográficas de acordo com o Despacho ministerial de 31 de Dezembro de 1998 e com o Decreto-Lei 45/94 de 22 de Fevereiro. Existem no concelho, dois Planos de Bacias Hidrográficas: Cávado e Ave. 55 Os PEOT estabelecidos no âmbito de uma política nacional têm incidência em partes do todo nacional, em função da sua natureza. São os planos relativos às áreas protegidas, os planos de albufeiras de águas públicas e os planos da orla costeira.

247 247/282 O PBH do Ave tem como âmbito territorial a bacia hidrográfica do rio Ave e duas faixas costeiras que drenam directamente para o Oceano: uma, de dimensão bastante reduzida, a norte da foz do rio Ave e outra a sul, que inclui o rio Onda e algumas ribeiras de costa. Esta região confronta a Norte com a bacia hidrográfica do rio Cávado, a Oriente com a bacia hidrográfica do rio Douro e a Sul com a bacia hidrográfica do rio Leça. A bacia hidrográfica do rio Ave ocupa uma área de km 2, dos quais cerca de 247 km 2 e 340 km 2 correspondem, respectivamente, às áreas das bacias dos seus dois afluentes mais importantes: os rios Este e Vizela. As faixas costeiras a norte e a sul têm uma superfície de 3,4 km 2 e 64 km 2, respectivamente, pelo que a área total objecto do presente PBH ascende a km 2. A área abrangida por este Plano de Bacia inclui integral ou parcialmente os concelhos de Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Barcelos, Braga, Cabeceiras de Basto, Fafe, Felgueiras, Lousada, Maia, Mondim de Basto, Paços de Ferreira, Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Vieira do Minho e Vila do Conde. Todos estes concelhos estão integrados na área de intervenção da Comissão de Coordenação da Região Norte. O âmbito territorial do Plano de Bacia Hidrográfica do rio Cávado é constituído pela bacia do rio Cávado, as ribeiras costeiras, situadas a sul e norte da bacia, pertencentes aos concelhos de Póvoa de Varzim e Esposende, respectivamente, e ainda a região de Tourém pertencente à bacia do Lima mas que drena para Espanha. Esta região confronta a Norte com as bacias hidrográficas dos rios Neiva e Lima, fazendo fronteira com Espanha, a Este com a bacia hidrográfica do rio Douro e a Sul com a bacia hidrográfica do rio Ave. A área abrangida pelo presente PBH é de km 2, dos quais cerca de 256 km 2 e 248 km 2 correspondem, respectivamente às sub-bacias dos afluentes mais importantes: o rio Homem e o rio Rabagão. Incluem-se naquela área as superfícies das bacias das ribeiras costeiras a Norte (20 km 2 ) e a Sul (50 km 2 ), bem como a região de Tourém (pertencente à bacia do rio Lima) com cerca de 15 km 2. Salienta-se que actualmente encontra-se em elaboração o Plano de Gestão das Regiões Hidrográficas do Norte. PLANO DE ORDENAMENTO DE ALBUFEIRAS DE ÁGUAS PÚBLICAS (POAAP) O concelho de Vieria do Minho tem um POAAP aprovado: o da Caniçada e um segundo em fase final de elaboração (foi sujeito a disucssão pública, em Agosto de 2010), o do Ermal. Estes são instrumentos de gestão territorial de natureza especial que definem os princípios e regras de utilização das águas públicas e da ocupação, uso e transformação do solo nas zonas de protecção das albufeiras classificadas. Os Planos de Ordenamento de Albufeiras compreendem uma área na qual se integra o plano de água e a zona envolvente de protecção numa faixa de 500 ou 100 m, contados a partir do nível de pleno armazenamento da albufeira (DL n.º 107/2009, de 15 de Maio). Os planos de ordenamento de albufeiras são os únicos planos onde os objectivos de planeamento se orientam sobretudo para o ordenamento do plano de água e, a partir daí se extrapolam as regras para uso, ocupação e transformação do solo na sua envolvente. Será, portanto, determinante que seja estabelecido um zonamento que respeite a capacidade de carga do meio hídrico, quer em termos físicos quer em termos de qualidade. Associado a este conceito, têm vindo a ser considerados outros factores inerentes às características físicas das albufeiras que influenciam a sua capacidade para acolher as diversas utilizações, nomeadamente:

248 248/282 Características ambientais da área onde se insere a albufeira designadamente, Áreas Classificadas (zonas de protecção especial, parque natural/nacional/área protegida); Características da ocupação urbana na envolvente da albufeira e infra-estruturas turísticas existentes, localização da albufeira em relação à população servida; Usos múltiplos do plano de água, uma vez que o aumento de actividades potenciais, promove uma diminuição na capacidade específica para cada actividade. Importa assim acautelar as incompatibilidades /compatibilidades e complementaridades entre as actividades recreativas; Configuração das margens, uma vez que a uma maior irregularidade das margens corresponderá uma menor capacidade de carga recreativa; Dimensões do plano de água pela existência de áreas abertas e extensas no plano de água tornando-o necessariamente mais seguro como suporte de actividades recreativas. A existência de extensas áreas aumenta a capacidade do plano de água; Decorrentes do regime de exploração, as albufeiras são frequentemente sujeitas a variações de nível do plano de água. A esta situação acresce que a época do ano onde naturalmente se verifica maior procura, coincide com a altura de maior carência de recursos hídricos, assim as dimensões do plano de água encontram-se reduzidas. Em todas as albufeiras existem áreas que não podem ser utilizadas por questões de segurança e que por essa razão, são incluídas nas áreas de protecção enquanto áreas críticas: áreas pouco profundas, afloramentos rochosos ou pequenas elevações, baixios, pontes e outras construções submersas. Estas áreas devem ser reduzidas à área total do plano de água e só o remanescente deve ser considerado como potencialmente utilizável. A integração destes diversos factores nas propostas de plano, associados a disposições que asseguram a salvaguarda dos recursos presentes em especial da água, tem conduzido a zonamentos específicos para cada albufeira e zona de protecção. Numa altura em que o abastecimento público, de parte significativa da população portuguesa é feito ou perspectiva-se que venha a ser feito a partir de albufeiras de águas públicas, é impensável que qualquer aspecto relacionado com a sua integridade possa ser posto em causa por uma qualquer utilização denominada de secundária.

249 249/282 ÂMBITO REGIONAL PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE [PROT-N] O Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte teve a decisão de elaboração aprovada pela RCM n.º 29/2006, de 23 de Março, visando os seguintes objectivos principais para além dos objectivos estabelecidos no artigo 52º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, alterado pelo DL nº. 316/2007, de 19 de Setembro, e com redacção actual dada pelo DL n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro (n.º 2 da RCM n.º 29/2006): Definir as opções estratégicas de base territorial para o desenvolvimento da região do norte (...); Definir o modelo de organização do território regional (...); Identificar os espaços sub-regionais relevantes para a operacionalização do PROT, nomeadamente considerando as sub-regiões do Minho, de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Grande Porto como unidades territoriais específicas, com critérios de ordenamento e gestão apropriados às suas características físicas e de ocupação humana, e desenvolver propostas estratégicas adequadas à valorização das suas especificidades territoriais e à criação de complementaridades com vista ao reforço conjunto da competitividade e coesão regionais; Definir orientações e propor medidas para contrariar os fenómenos de urbanização e edificação difusa para fins habitacionais ou instalação de actividades não rurais, promovendo simultaneamente o planeamento e a constituição de áreas apropriadas para o desenvolvimento urbano não especulativo e para a localização de actividades empresariais; Definir orientações e propor medidas para um adequado ordenamento agrícola e florestal do território, bem como de salvaguarda e valorização da paisagem, das áreas classificadas e de outras áreas ou corredores ecológicos relevantes; Propor medidas para a protecção e valorização do património arquitectónico e arqueológico, condicionando o uso dos espaços inventariados e das suas envolventes; Identificar e hierarquizar os principais projectos estruturantes do modelo territorial proposto, bem como os que contribuam para o desenvolvimento dos sectores a valorizar, e definir orientações para a racionalização e coerência dos investimentos públicos; Contribuir para a formulação da política nacional e regional de ordenamento do território, harmonizando os diversos interesses públicos com expressão espacial, e servir de quadro de referência e definir orientações para as decisões da Administração e para a elaboração de outros instrumentos de gestão territorial; Definir mecanismos de monitorização e avaliação da execução das disposições do PROT Norte.

250 250/282 Tendo sido elaborada em cumprimento da RCM n.º 29/2006 e cumprido os requisitos legais estabelecidos pelo DL n.º 380/99, de 22 de Setembro, na sua actual redacção, a proposta do PROT-N cumpriu o período de discussão pública entre os dias 8 de Julho e 9 de Setembro de Os objectivos apresentados pela proposta do PROT-N, objecto de discussão pública, são os que se enumeram na tabela 0.XI. tabela 0.XI Componentes e respectivas opções estratégicas estabelecidas pelo PROT-N (em fase final de discussão pública) COMPONENTES ESTRATÉGICAS Consolidação do Sistema Urbano (pontos nodais da estrutura de apropriação do território) a dois níveis Conformação e Concretização das Redes e Sistemas Fundamentais de Conectividade (suportes dos fluxos de pessoas, de bens, de serviços e de informação) centrada na articulação entre pontos nodais da estrutura territorial da Região e destes com o exterior, como elemento fundamental de fomento da competitividade, do reforço da mobilidade e da promoção de maior equidade territorial Conservação e Valorização do Suporte Territorial, encarando integradamente os seus elementos constitutivos enquanto valores intrínsecos (dever de preservação da memória e identidade colectiva), enquanto componentes de uma dinâmica de desenvolvimento sustentado, e enquanto factores de melhoria da qualidade de vida Gestão Sustentada dos Recursos Produtivos de dependência territorial (exploração das potencialidades / atenuação das fragilidades) OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE DESENVOLVIMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO Estabelecimento de uma matriz policêntrica da rede urbana, com base numa combinação de elementos da hierarquia com elementos de complementaridade, explorando as virtualidades os efeitos de rede Promoção, como componentes essenciais da sua atractividade e competitividade, dos elementos de excelência e dos vectores de qualificação tanto dos meios urbanos propriamente ditos como dos nós de especialização funcional (plataformas logísticas, pólos de ciência e tecnologia, infra-estruturas de acolhimento empresarial, etc.), de sustentação e fomento das economias de aglomeração, da intensificação tecnológica e da competitividade da base económica e das actividades da Região, o que inclui a identificação e conformação dos instrumentos de ordenamento territorial, dos instrumentos de planeamento urbanístico e dos instrumentos de intervenção operacional pertinentes em cada caso. Grandes infra-estruturas e interfaces de transporte (portuários e aeroportuários) Rede rodoviária estruturante Redes ferroviárias de alta velocidade e convencional (suburbana / interurbana / regional) Redes telemáticas Sistemas de transportes e de comunicações, tendo em vista garantir níveis adequados de articulação / conexão entre os centros urbanos e uma acessibilidade alargada a equipamentos e serviços básicos (serviços de proximidade) Protecção e qualificação dos valores naturais, ambientais e patrimoniais Controlo e gestão das situações de riscos naturais e tecnológicos (identificação, medidas de prevenção, monitorização), e atenuação / eliminação dos passivos ambientais (recuperação de situações degradadas, eliminação / desagravamento de fontes poluidoras, ) Aproveitamento do potencial hídrico numa perspectiva de sustentabilidade do recurso (reserva estratégica de água, produção de electricidade, abastecimento, rega, desporto e lazer, valorização paisagística, elemento de atenuação e controle do risco, reequilíbrio ambiental) Sustentabilidade energética, na dupla vertente de promoção do aumento da eficácia nos consumos energéticos e de reforço da componente da produção energética a partir de fontes renováveis (eólica, hídrica, geotérmica, biomassa, ) Consideração das especificidades da Zona Costeira, em termos da necessária compatibilização das suas potencialidades com as fragilidades do seu suporte biofísico Exploração da fileira dos recursos geológicos e hidrogeológicos Exploração das fileiras vitivinícola, agro-pecuária e silvopastoril, com relevo especial para o desenvolvimento de nichos de qualidade (produtos certificados, DOC s ) Desenvolvimento sustentável dos recursos florestais e dos espaços associados e ainda dos recursos cinegéticos, apícolas e aquícolas das águas interiores e outros directamente associados à floresta e às actividades silvícolas e, a melhoria da competitividade das indústrias florestais, promovendo a adequada organização e prevenção estrutural dos espaços florestais 56 O prazo final seria 7 de Setembro, tendo a Declaração de Rectificação n.º 1829/2009, de 31 de Julho, decretado o seu prolongamento para 9 de Setembro de 2009.

251 251/282 Exploração da fileira do turismo Fonte: PROT-N Proposta do Plano (2009, pp ). Refira-se ainda que a proposta do PROT-N estabelece várias directrizes para o ordenamento do território na Região Norte, que concretizam o alcance e forma de execução das opções assumidas, segundo várias temáticas Sistema Urbano, Uso do Solo, Mobilidade, Transportes e Acessibilidades, Infra-estruturas e Redes de TIC, Sistema Energético, Sistema Biofísico e Patrimonial, Património Histórico-Cultural, Sustentabilidade Hídrica, Zona Costeira, Riscos Naturais e Tecnológicos e Sistemas de Recursos Produtivos. PLANOS REGIONAIS DE ORDENAMENTO FLORESTAL (PROF) Os Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) são instrumentos sectoriais de gestão territorial que estabelecem as normas de intervenção sobre a ocupação e a utilização dos espaços florestais, encontrandose previstos na Lei de Bases da Política Florestal (Lei n.º 33/96 de 17 de Agosto) e regulados pelo Decreto-Lei n.º 204/99 de 9 de Junho. Têm como objectivos gerais (nº 3 do Artigo 5º da Lei nº 33/96 de 17 de Agosto): Avaliar as potencialidades dos espaços florestais, do ponto de vista dos seus usos dominantes; Definir o elenco de espécies a privilegiar nas acções de expansão e reconversão do património florestal; Identificar dos modelos gerais de silvicultura e de gestão dos recursos mais adequados; Definir áreas críticas do ponto de vista do risco de incêndio, da sensibilidade à erosão e da importância ecológica, social e cultural, bem como das normas específicas de silvicultura e de utilização sustentada dos recursos a aplicar a estes espaços. Os PROF fornecem o enquadramento técnico e institucional apropriado para minimização dos conflitos relacionados com categorias de usos do solo e modelos silvícolas concorrentes para o mesmo território. Por outro lado, a sua relevância também reside no facto de alguns aspectos do sector florestal nacional necessitarem ser abordados numa perspectiva regional. Um PROF desenha um modelo florestal a longo prazo, que cumpre os objectivos estabelecidos e se ajusta aos recursos disponíveis. Embora o seu período de vigência seja de vinte anos, o Plano é suficientemente dinâmico e flexível, incorporando com facilidade as alterações produzidas nos processos de revisão. Assim, os planos regionais de ordenamento florestal constituem um instrumento de concretização da política florestal que responde às orientações fornecidas por outros níveis de planeamento e decisão política, nomeadamente os constantes da Lei de Bases da Política Florestal, da Estratégia Nacional para as Florestas e da Estratégia Europeia para as Florestas, e que procura a articulação com instrumentos e políticas de outros sectores. Para a elaboração de cada PROF contribuiu a participação activa de representantes da administração central, regional e local, bem como as organizações não governamentais e com interesse directo nos recursos florestais, reunidos numa Comissão Mista de Coordenação. No âmbito da fase de consulta pública realizaram-

252 252/282 se várias sessões de esclarecimento e foram recebidos contributos com vista a melhorar a versão final destes planos e compatibilizar os interesses em presença. No Decreto Regulamentar nº 17/2007 de 28 de Março foi publicado o Regulamento e o mapa síntese do PROF do Baixo Minho, enquadrado pelos princípios orientadores da política florestal, tal como consagrados na Lei de Bases da Política Florestal (Lei nº 33/96 de 17 de Agosto) e definido como plano sectorial no sistema de gestão de gestão territorial estabelecido no âmbito do Decreto-Lei nº 380/99 de 22 de Setembro, alterado pelo DL nº. 316/2007, de 19 de Setembro, e com redacção actual dada pelo DL n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro. A organização dos espaços florestais e respectivo zonamento, nesta região, é feita ao nível de sub-regiões homogéneas, que correspondem a unidades territoriais com elevado grau de homogeneidade relativamente ao perfil de funções dos espaços florestais e às suas características, possibilitando a definição territorial de objectivos de utilização, como resultado da optimização combinada de três funções principais. Foram delimitadas nesta região as seguintes sub-regiões homogéneas: Agrela, Cabreira, Neiva-Cávado, Parque Nacional da Peneda-Gerês, Litoral de Esposende, Senhora da Abadia-Merouços e Cávado-Ave. Para efeitos de planeamento florestal local o PROF BM estabelece que a dimensão mínima a partir da qual as explorações florestais privadas são sujeitas a plano de gestão florestal (PGF) é de 50 ha. Os PGF regulam no espaço e no tempo as intervenções de natureza cultural e de exploração e desempenham um papel crucial no processo de melhoria e gestão dos espaços florestais, por serem eles que operacionalizam e transferem para o terreno as orientações estratégicas contidas no PROF BM. O PROF BM abrange os municípios de Santo Tirso, Trofa, Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vila Nova de Famalicão, Vila Verde, Vieira do Minho e Vizela. Salienta-se que pela Portaria n.º 62/2011, de 2 de Fevereiro, os artigos 35º e artigos 37º a 41º do regulamento anexo ao Decreto Regulamentar n.º 17/2007, de 28 de Março (que aprova o PROF BM) estão suspensos.

253 253/282 CAPÍTULO XI DIAGNÓSTICO XI.I SÍNTESES DE CARACTERIZAÇÃO O concelho de Vieira do Minho tem uma área de 218,5 km 2, estando limitado a Norte pelos concelhos de Amares, Terras de Bouro e Montalegre, a Sul pelo concelho de Fafe, a Este pelos concelhos de Montalegre e Cabeceiras de Basto e a Oeste pelo concelho de Póvoa de Lanhoso. Fica, também, localizado no extremo Nordeste de duas unidades territoriais: o distrito de Braga e a NUT III Ave. Enquadramento administrativo Em termos administrativos o concelho pertence a duas Associações de Municípios: juntamente com os concelhos de Póvoa de Lanhoso, Guimarães, Fafe, Vizela, Vila Nova de Famalicão, Trofa e Santo Tirso à Associação de Municípios do Vale do Ave, e com os de Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Montalegre, Póvoa de Lanhoso e Terras de Bouro à Associação de Municípios do Vale do Cávado. São vinte e uma as suas freguesias: Anissó, Anjos, Campos, Caniçada, Cantelães, Cova, Eira Vedra, Guilhofrei, Louredo, Mosteiro, Parada de Bouro, Pinheiro, Rossas, Ruivães, Salamonde, Soengas, Soutelo, Tabuaças, Ventosa, Vieira do Minho e Vilar do Chão. Em termos morfológicos o concelho é marcado por uma variação altimétrica muito pronunciada, sendo a diferença absoluta de cotas entre o ponto mais baixo e o mais elevado de cerca de metros (as cotas mais baixas ocorrem a norte, junto à barragem da Caniçada e cerca de 39% da área concelhia apresenta altitudes que variam entre os 400 e os 600m). Outra característica morfológica do concelho é a existência de uma concha central, delimitada a norte pela cumeada da bacia do Cávado, e constituída na sua maioria pelo sistema de drenagem associado ao rio Ave. Esta concha conflui, oro-hidrograficamente na albufeira do Ermal, que desenvolve o seu plano de água pela cota aproximada de 300 metros. Para além da diferenciação de cotas, refira-se que o tipo de relevo se apresenta acentuadamente ondulado com rede de drenagem de tipo torrencial, originando frequentemente vales encaixados. Valores naturais Por ser uma das formas de medição do relevo, o declive representa mais um dos indicadores indispensáveis ao planeamento do território uma vez que se repercute nas condicionantes positivas e negativas para usos e funções existentes ou previstos no território riscos de erosão, drenagem hídrica e atmosférica, implantação de estruturas e infra-estruturas, trabalho de maquinaria diversa, sistemas agrícolas e florestais, etc. (Cancela d Abreu, 1989). Em Vieira do Minho, o declive das encostas é sempre elevado, sendo que é a norte que se encontra uma vasta área de declives superiores a 30% (este valor é importante não só porque corresponde ao limite a partir do qual é desaconselhável qualquer uso que não seja o florestal, assim como são solos a integrar na REN por estarem classificados como com risco de erosão muito elevado). As áreas menos declivosas correspondem ao desenvolvimento da bacia hidrográfica do Ave (onde os cursos de água são pouco encaixados). Cerca de metade do território (47,6%) apresenta declives superiores a 30%, condicionando-o, por isso, ao uso florestal. Nas áreas adjacentes aos planos de água podem encontrar-se zonas naturalmente declivosas em que a ocupação do solo é essencialmente florestal. Quando tal não acontece, e não estamos perante situações de vale, ocorre o socalcamento, que origina terrenos agrícolas de dimensões reduzidas, apenas utilizáveis para uma produção agrícola de subsistência. As vertentes expostas a sul (no Hemisfério Norte) são as que recebem maiores quantitativos de radiação ao longo do ano, o que faz com que sejam as mais favoráveis para a edificação (Magalhães, 2001). Por outro lado, as vertentes voltadas a Norte praticamente não recebem radiação (...) razão pela qual são absolutamente desfavoráveis em matéria de conforto bioclimático (idem). Existe uma concentração de vertentes voltadas a sul nas freguesias do centro (Eira Vedra e Cantelães) e centro sul Vilar do Chão

254 254/282 (Vilarchão), Anjos e Rossas, e em cerca de 25% da área concelhia há vertentes voltadas a norte; mais sombrias e frias. Geologicamente, no concelho de Vieira do Minho afloram quase exclusivamente granitóides hercínicos do Maciço Hespérico, no limite da Zona Centro Ibérica com a subzona Galiza Média Trás-os-Montes. Tratam-se de rochas com cerca de 300 milhões de anos, nas quais predominam dois sistemas de orientação principais; um de direcção NNE-SSW a ENE-WSW (fase bética do ciclo alpino), associado a um sistema perpendicular de direcção NNW-SSE a NW-SE, que se enquadra no modelo de fracturação tardi-hercínica proposto por A. RIBEIRO et al. (1979). Merecem igualmente referência materiais rochosos metassedimentares mais antigos, xistos e quartzofilitos com idades compreendidas entre os 410 e os 435/440 milhões de anos, do Silúrico, nos sectores de Zebral (Ruivaes) e de Anjos. Em termos geomorfológicos, o concelho de Vieira do Minho apresenta, no geral, um relevo bastante acidentado, uma vez que uma grande parte do seu território (Serra da Cabreira) integra o conjunto montanhoso que separa o Minho de Trás-os-Montes. Apresenta uma variação altimétrica muito pronunciada, na ordem dos 1200 metros. As cotas mais baixas verificam-se no sector noroeste do concelho, a jusante da barragem da Caniçada, entre os 50 e os 60 metros, enquanto que as mais elevadas se observam no vértice geodésico Cabreira (1262 metros). Esta elevada amplitude hipsométrica origina fortes declives, os quais se reflectem na acentuada erosão das vertentes, na precipitação e na temperatura. Com o aumento da altitude, a temperatura diminui e a precipitação aumenta pela condensação das massas de ar húmido provenientes do Atlântico. Na Serra da Cabreira ocorrem vestígios dos processos glaciários e periglaciários ocorridos durante o Quaternário, dos quais se destacam os depósitos glaciários nas vertentes norte (Soutinho e Gaviões) e leste (Azevedas) do maciço culminante, bem como a pseudoestratificação granítica que ocorre nos topos aplanados (Talefe, Chã de Lousas e Toco). Das três unidades pedológicas existentes no concelho a que ocupa maior área (cerca de 59%) são os regossolos, ou seja, solos geralmente constituídos por materiais muito heterogéneos, de fertilidade mediana, sendo normalmente solos de grande espessura efectiva. Segundo a Carta da Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho (DRAEDM, 1995), a área de aptidão elevada a moderada para uso Florestal ocupa cerca de 67% dos solos do concelho. Esta aptidão moderada/ elevada diminui das áreas mais baixas e planas para as mais altas e com maior inclinação, culminando, em alguns locais de solos esqueléticos ou de afloramentos rochosos, em solos sem aptidão florestal. As manchas de solo com aptidão florestal elevada representam 5,9% do território. Cerca de 78,2% do total da área concelhia não apresentam qualquer aptidão agrícola e dos 21,8% que a têm, cerca de 60% têm aptidão moderada, 35% têm aptidão elevada e os restantes 5% aptidão marginal. Em termos climáticos esta é uma área caracterizada pelos elevados quantitativos pluviométricos. É uma região com afinidades mediterrâneas mas com forte influência atlântica, traduzindo-se num clima de temperaturas amenas, com pequenas amplitudes térmicas e forte pluviosidade média, resultado da sua posição geográfica, da proximidade do Atlântico e da forma e disposição dos principais conjuntos montanhosos. A altitude e disposição do relevo contribuem localmente para uma acentuada assimetria na distribuição da precipitação (anfiteatro de Guilhofrei). Também os restantes elementos climáticos são fortemente condicionados por estas variáveis. A existência de vertentes nebulosas e nevoeiros frequentes, aliada a uma insolação relativamente baixa, completam as características do clima da região. O índice de conforto bioclimático classifica o concelho de Vieira do Minho como: muito frio em Janeiro, fresco em Abril, quente/ confortável (quente) em Julho e, finalmente em Outubro de confortável/ confortável (fresco).

255 255/282 Abrangido por duas bacias hidrográficas (Ave e Cávado), o concelho apresenta uma rede hidrográfica extensa e entalhada. No que diz respeito à qualidade da água nas bacias hidrográficas do Cávado e Ave, os resultados obtidos para os anos compreendidos entre 1997 e 2000 indicam que em nenhum dos anos analisados se obteve classificações na Classe A ainda que a qualidade da água tenha melhorado consideravelmente a partir de Em 1994, parte da poluição gerada na Bacia do Cávado tem origem na inexistência ou ineficácia do sistema de saneamento básico (cerca de 64% das fontes de poluição urbana devem-se a fossas sépticas, enquanto 20% ao mau funcionamento das ETARs e 16% a descargas directas). Na Bacia do Rio Ave, foram as resultantes de descargas directas, seguidas do mau funcionamento das ETARs. De acordo com a classificação da qualidade da água para usos múltiplos atribuída pelo INAG salvo a Barragem do Ermal para a qual não existem dados as águas são fracamente poluídas (classe B). Nas três barragens concelhias Venda Nova, Salamonde e Caniçada o uso principal da água é a produção de energia e o secundário varia conforme as albufeiras, sendo que apenas em Venda Nova há permissão sem restrições aos diversos usos. De acordo com a informação da ocupação do solo em 2000, cerca de 74% do concelho têm ocupação florestal, 23% são ocupação agrícola e os restantes 3% são território artificializado e massas de água (1% e 2%, respectivamente). Apesar do aumento ainda que residual das áreas sociais (ou territórios artificializados) continuam a ser predominantes as áreas de floresta (e meios semi-naturais) e agrícolas, o que permite concluir que Vieira do Minho é um concelho marcado por uma ruralidade acentuada, onde a agricultura e a floresta ainda têm uma presença assinalável. Ocupação do solo Em termos de solo, Vieira do Minho tem como principal característica a baixa aptidão dos solos para a produção agrícola, destacando-se, por outro lado, a grande aptidão dos solos para a produção florestal. O facto de os espaços florestais se encontrarem em áreas ou terrenos de menor valor económico e a tendência de diminuição da actividade agrícola tradicional, contribuem de forma agravada para o seu abandono por parte dos proprietários. Apesar de ser um concelho com elevados recursos energéticos, cerca de 28% são espaços florestais degradados, cortes e novas plantações, 24% são pastagens naturais 21% são florestas mistas. O facto de haver uma grande área de espaços florestais degradados poderá estar relacionado com os valores de área ardida muito superiores à média do Baixo Minho na década de 1996/2006. Entre 1981 e 2004 assistiu-se a um decréscimo da população residente na ordem dos 18,9%. Em 2004, residiam no concelho 66,2 habitantes por quilómetro quadrado, valor inferior ao dos três concelhos vizinhos localizados a oeste (Fafe, Amares e Póvoa de Lanhoso) e superior aos de Terras de Bouro e de Montalegre. Demografia Em apenas três freguesias houve aumento populacional entre 1991 e 2001: Pinheiro, Eira Vedra e a sede de concelho. Cerca de 30% da população total residente em 2001 no concelho ( indivíduos) são oriundos das freguesias de Vieira do Minho e Rossas. Em 2001 o concelho de Vieira do Minho apresentava uma taxa de natalidade de 10,2 nados-vivos, valor que se manteve inalterado desde 1996 e que decresceu de forma abrupta em 2004 (8,8 nascimentos). O total de mulheres em período fértil aumentou, ainda que de forma residual, no período intercensitário 1991/2001 e a Taxa de Fecundidade Geral tem vindo a decrescer desde o último recenseamento populacional até ao ano de 2004.

256 256/282 A proporção (em percentagem) dos indivíduos com mais de 65 anos em relação ao total da população residente em Vieira do Minho aumentou cerca de 2,5% entre 1991 e Entre 1991 e 2001 é a camada mais jovem da população que sofre as perdas significativas e a população com idades mais avançadas a aumentar mais do que a população em idade activa. Apesar de Vieira do Minho ter registado entre 1991 e 2001 a variação negativa mais acentuada da taxa de analfabetismo, o valor de 2001 é ainda o mais elevado em comparativamente às regiões vizinhas. No último ano referido, cerca de 11,5% da população residente era analfabeta com 10 ou mais anos. Em Vieira do Minho cerca de 57% da população residente tem muito poucas ou nenhumas habilitações literárias, uma das consequências genéricas da existência de uma população envelhecida com pesada carga de iletracia. Entre 1989 e 1999 a SAU registou um decréscimo generalizado, tanto em número de explorações (menos 757) como em área (2718,97ha). Nas freguesias de Cantalães, Guilhofrei e Ruivães a SAU ocupa mais de 25% do total de área da freguesia. Estrutura fundiária Na mesma década assistiu-se a um decréscimo de área afecta aos usos terra arável limpa e culturas permanentes. Por outro lado, as culturas sob-coberto de matas e florestas registaram aumento de área afecta. Estes aumentos são muito elevados; em Vieira do Minho este uso da terra aumentou quase oito vezes face ao total existente em Este comportamento espelha claramente a tendência no sentido do abandono da prática agrícola. A tendência aponta para a continuidade de diminuição do número de explorações onde o rendimento do agregado doméstico do produtor singular é proveniente exclusivamente da actividade da exploração. O tamanho médio das explorações agrícolas é pouco adequado à modernização e mecanização da actividade agrícola. A expansão do terciário em Portugal na última década é notória, apesar do débil desenvolvimento e estruturação do primário e secundário. Em 2001 a tendência no concelho é de aumento para os sectores secundário e terciário à custa do primário que, em termos relativos é o que perde população face à década anterior. Actividades económicas A estrutura produtiva de Vieira do Minho assenta em sectores tradicionais de baixa produtividade, a qual resulta quer da indisponibilidade de infra-estruturas adequadas, quer do fraco nível de qualificação da mão-deobra. A indústria transformadora é a actividade que assegura a maior fatia do emprego no secundário. No entanto, considerando a dupla vertente emprego e valor acrescentado, o subsector de electricidade emerge como aquele que mais importância tem no concelho. Refira-se ainda a importância da actividade de construção e de obras públicas. Quanto ao sector terciário, a situação revela, à semelhança do que acontece com o sector secundário, algumas carências. De facto, é patente no concelho, uma reduzidíssima capacidade de oferta de serviços especializados nomeadamente bancários, seguradoras e hoteleiros. Em 2007 o grupo etário mais atingido pelo flagelo social do desemprego era o dos 35 aos 54 anos (representa sempre mais de 40% da população desempregada). A população desempregada mais jovem com menos de 25 e entre os 25 e os 34 anos tem vindo a decrescer (menos 7,0% no primeiro e -0,5% no segundo grupo de idades). É ainda notório no território o afastamento progressivo do mercado de trabalho da faixa etária activa mais envelhecida e a dificuldade da reinserção desta na vida laboral. Um dado importante a considerar prende-se com a qualificação da mão-de-obra desempregada no concelho já que o baixo nível de instrução da população activa poderá explicar as debilidades a que o sistema de emprego está sujeito: fraca produtividade e inovação, etc. Efectivamente, excluindo o ensino secundário, a tendência é

257 257/282 para que, à medida que vai aumentando o nível de escolaridade vai diminuindo a percentagem de população desempregada. A oferta do sector turismo no concelho encontra-se pouco estruturada, não existindo uma identificação clara dos recursos turísticos. Falta definição de qual ou quais os produtos turístico em que o concelho aposta. Turismo O número de trabalhadores por conta de outrem empregados em empresas com actividade de alojamento e restauração em 2005 representava 5% do número de trabalhadores (por contra de outrem) registado no Concelho de Vieira do Minho. Entre 1995 e 2005 o número de trabalhadores que exerciam funções em empresas que a actividade versava o alojamento e restauração registou um aumento de 76%. Existência de uma oferta significativa ao nível do alojamento do tipo turismo rural mas que não se encontra em situação legalizada, sendo real, também, a forte pressão/ especulação imobiliária para determinadas zonas do concelho segunda residência. Ausência de oferta de serviços relacionados com o turismo (à excepção do alojamento e animação promovida pela VCT, EM). Concelho com a grande maioria (16) das freguesias classificadas como Predominantemente Rurais (APR). Não existem freguesias classificadas como APU (área predominantemente urbana). Dinâmica urbana No ano de 1999 o concelho de Vieira do Minho registou um aumento do número de fogos face a 1991 na ordem dos 10,0% (o valor mais baixo de todos os concelhos pertencentes à NUT III Ave), tendo o maior salto de crescimento ocorrido entre 1997 e O número de famílias clássicas residentes no concelho de Vieira do Minho em 2001 era inferior ao número de alojamentos familiares clássicos, fazendo deste o concelho onde o ratio de alojamentos familiares clássicos/ famílias clássicas é o mais elevado da NUT III Ave. No concelho de Vieira do Minho existiam, à data do último recenseamento, alojamentos familiares, 7,6% dos quais se encontravam vagos. Dos ocupados, 32% tinham utilização sazonal ou secundária (apenas a título de curiosidade refira-se que na NUT III Ave, no mesmo período, o peso dos alojamentos com este tipo de ocupação quedava-se nos 11%). Mais de 80% das licenças concedidas pela câmara municipal de Vieira do Minho eram para habitação familiar e mais de 87% das licenças para construções novas eram para a mesma tipologia (2004). Entre 2000 e 2004 assistiu-se um pouco por todo o país ao decréscimo de licenças emitidas pelas câmaras municipais para construção de edifícios, enquanto em Vieira do Minho o comportamento é inverso: as licenças não só não diminuíram como aumentaram em cerca de 28%. Vieira do Minho, sendo um concelho de transição entre o cariz urbano (Braga) e o interior mais rural e de montanha (Trás-os-Montes), conhece problemas de acessibilidade e mobilidade por parte da população, que a sua topografia e tipologia de povoamento (disperso) ainda acentuam. Infraestruturas e equipamentos O concelho tem um sistema de transportes colectivos que se apresenta desadequado para grande parte da população A realidade territorial e demográfica dificulta a construção de um bom sistema de transportes públicos: por um lado verificam-se baixos valores demográficos, o que origina baixas densidades de procura de serviço; e por outro o povoamento altamente desconcentrado e disperso, sem esquecer a forte concorrência do transporte privado. Distribuição muito díspar do total de equipamentos colectivos pelas 21 freguesias do concelho, sendo a sede concelhia por motivos óbvios a que reúne maior número.

258 258/282 Os equipamentos administrativos existentes no município apresentam-se altamente concentrados na freguesia de Vieira do Minho, devido a uma centralização dos serviços relacionados com o poder local. A actividade cultural no concelho de Vieira do Minho é escassa, bem como a oferta de actividades relacionadas, fruto da proximidade de cidades como Braga e Guimarães, que possuem uma oferta mais diversificada. No que diz respeito aos equipamentos desportivos, o Município de Vieira do Minho apresenta uma área desportiva útil (m 2 ), por habitante, de 5,05 que, segundo a classificação do Conselho da Europa, se enquadra no nível 4 nível bom. Aliás, essa área é superior à considerada por este Conselho como ideal por habitante (4 m 2, por habitante). Quanto aos equipamentos de ensino constata-se que grande parte das freguesias tem um Jardim-de-Infância, o que é sinónimo de uma boa taxa de cobertura a este nível. No ano lectivo 2006/2007 estiveram em funcionamento 16 escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, querendo isto dizer que existem cinco freguesias sem oferta do 1º Ciclo do Ensino Básico, motivada pela redução da procura. Finalmente, o 2º e 3º Ciclos e Ensino Secundário são leccionados em dois equipamentos, ambos na sede concelhia. Parque escolar degradado, isolado. Grande número de escolas devolutas com encerramentos preconizados pelo Ministério da Educação. Inexistência de escolas profissionais a nível concelhio, taxas de insucesso e abandono escolar elevadas. Em relação aos equipamentos de saúde, o município de Vieira do Minho conhece lacunas importantes. Apenas possui um Centro de Saúde com serviço de apoio permanente (SAP) e duas extensões do Centro de Saúde e é, sobretudo, a este nível que o concelho necessita de suprir as suas carências. Sobretudo se atendermos ao facto do Município ter vindo progressivamente a envelhecer e se tratar de um segmento populacional com mobilidade restrita. Os equipamentos sociais estão, na sua maioria, relacionados com os Centros Sociais e de Apoio aos Idosos, existentes na maior parte das freguesias, e mesmo aquelas que não disponham destes são, por norma, apoiados (ou servidos) pelos Centros de Dia das freguesias próximas. Vieira do Minho é o concelho melhor servido em termos de abastecimento de água, comparativamente com os restantes da NUT III Ave (dados de 2003), sendo o índice de cobertura de 90%. Apesar da grande cobertura, a rede de abastecimento de água do concelho é bastante deficitária na medida em que acusa falhas de abastecimento especialmente no período de maior calor. Uma das lacunas do sistema hidráulico do Município é a perda de água na rede de distribuição que atinge, em média, cerca de 3% da água captada. Existe a necessidade de ampliação da reserva de água, fruto do aumento significativo do consumo de água doméstico e industrial, apesar da população residente ter vindo a decrescer (140% entre os anos de 2001 e 2002 e de 11% entre o último e 2003). Torna-se essencial uma gestão cuidadosa no sentido de reforçar a capacidade de produção de água potável e, para tal, será importante a existência de uma ETA Estação de Tratamento de Água no concelho que dispõe de apenas um posto de cloragem (insuficiente para assegurar um serviço eficiente de abastecimento de água potável). Em 2003, o concelho de Vieira do Minho apresentava uma taxa de cobertura da população servida com sistemas de drenagem de águas residuais de 70%. A rede de drenagem está implantada em apenas sete freguesias, mas estão a desenvolver-se projectos de implantação de novas redes de saneamento. O concelho apresenta lacunas relativamente ao sistema de esgotos, já que não há rede geral de drenagem de águas residuais.

259 259/282 Em 2002 o índice de atendimento da população vieirense servida com Estações de Tratamento de Águas Residuais e fossas sépticas atingiu um percentual de 60, valor considerado satisfatório quando comparado com os oito concelhos do Vale do Ave. No sector de resíduos sólidos a recolha do lixo cobre a quase totalidade do território de cada freguesia, salvo as áreas onde o transporte não é possível devido às inacessibilidades rodoviárias. Uma elevada percentagem (57%) das sugestões apresentadas sugerem que o uso do solo actual seja alterado por motivos que se prendem com a impossibilidade que o munícipe sente em relação à compra de um terreno diferente daquele que possui para poder construir a sua residência (para si ou para os seus filhos). Auscultação prévia Cerca de 21% das sugestões vão no sentido da desafectação de terrenos de áreas não urbanizáveis (RAN, REN e Espaços Florestais) para construção sem que se especifique o tipo de construção pretendida. Esta realidade da existência de famílias tão numerosas, acrescida das dificuldades financeiras das famílias, pode justificar uma resposta de cariz social por parte do município, através da criação de habitação social que permitisse a fixação de população mais jovem no concelho. Cova e Louredo detêm ¼ das sugestões entregues (que correspondem a 599,1ha onde se pretende que haja alteração do uso do solo). As maiores áreas propostas a alterar pertencem às freguesias de Mosteiro, Cova, Ventosa e Eira Vedra. Metade das sugestões dizem respeito a terrenos localizados em espaços florestais. Vinte e dois porcento dos terrenos que se encontram classificados, são-no, em simultâneo, como espaços florestais e uma e/ou duas das seguintes condicionantes: RAN, REN, POA. Uma parte considerável dos terrenos alvo de sugestão são classificados como áreas inseridas em Reserva Agrícola Nacional (20%). Cerca de 35% do território concelhio está sujeito a condicionantes sendo a sua distribuição um pouco fragmentada, ainda que a área de REN seja consideravelmente superior à de RAN. Condicionantes Existem áreas onde as reservas se sobrepõem que correspondem, grosso modo, às áreas de fundo de vale, junto das linhas de água incluídas no zonamento da reserva ecológica e que em alguns casos estão associadas a áreas de máxima infiltração. Cerca de 33% da área total concelhia com aptidão agrícola encontra-se ocupada com Reserva Agrícola Nacional. Há 267,88ha de área incluída na RAN que ocupa solos sem qualquer tipo de aptidão agrícola (corresponde a cerca de 14% da área total da RAN do concelho). Mais de 67% da área com aptidão agrícola está fora da área de RAN. Os locais onde existe maior sobreposição entre as áreas urbanas e as áreas com aptidão agrícola coincidem com as áreas de maior densidade populacional. Do total de área urbanizável do concelho, cerca de 71% coincide com área de aptidão e 17% desta já se encontra comprometida para a área urbanizável. Existem apenas 5,5ha de solo urbano que se encontram implantados em RAN Quase metade de toda a REN corresponde a área de risco de erosão (49,26%) e 37,85% são Cabeceiras de Linhas de Água. A distribuição de solo urbano actualmente revela grande concentração deste uso do solo nas áreas localizadas em torno da sede concelhia e também próximas das manchas de água assim como as manchas com áreas menores no extremo Nordeste do concelho. Cerca de 1.200ha da área concelhia são áreas urbanizadas/ edificadas, onde efectivamente se pode construir. Avaliação da eficácia do instrumento

260 260/282 Do total de área de solo urbano no concelho 27,5% são áreas com baixa construção, sendo que mais de ¾ desta área são áreas superiores a 4.000m2 sem edificações ou com uma densidade de edificação muito baixa. A edificação dentro das áreas urbanizáveis na sua grande maioria já existia antes da entrada em vigor do actual PDM. Em nove freguesias não houve alteração relativamente ao urbano consolidado entre 1995 e 2005 (Anissó, Anjos, Campos, Caniçada, Pinheiro, Ruivães, Soengas, Soutelo e Vilar do Chão (Vilarchão). Em seis não registaram aumentos percentuais da área de urbano consolidado acima dos 5% face a 1995 (Louredo, Tabuaças, Rossas, Salamonde e Mosteiro). As freguesias sujeitas a maior pressão são as de Vieira do Minho, Ventosa e Eira Vedra. Do total de área construída entre 1993 e 2003, 41,8% foram-no em solo urbano, ou seja, o remanescente encontra-se em solo não classificado para tal. Existe uma tendência para a construção fora do solo urbano, tendência essa que se regista não só nas freguesias mais deprimidas (com indicadores demográficos negativos) mas também naquelas que se apresentam com dinâmicas demográficas de estabilização. A área edificada existente em 2003 nas freguesias de Vieira do Minho e Rossas corresponde a ¼ face ao total concelhio. Em Eira Vedra houve um aumento de área urbana consolidada na ordem dos 42,2%.

261 261/282 XI.II INDICADORES DE QUALIDADE DO AMBIENTE URBANO A qualidade do ambiente em áreas urbanas identifica-se com o estado e a evolução de determinadas componentes ambientais que a caracterizam (Partidário, 2001). É neste contexto que se propõe a apresentação de um conjunto de indicadores com a finalidade de servir de instrumento de auxílio à gestão das áreas urbanas e seu controlo ambiental. Refira-se, contudo que os indicadores agora calculados não permitem formular propostas concretas de intervenção mas antes alertar para questões problemáticas que necessitarão de atenção direccionada. No intuito de tornar perceptível a relação entre a oferta e a procura dos diferentes níveis de ensino e a taxa de cobertura de cada nível de ensino, calcularam-se alguns índices que serão comentados, tendo como referência a actual configuração do parque escolar e numa perspectiva de evolução para o novo desenho da rede educativa. Tabela XI.IIa Indicadores de qualidade do ambiente urbano EQUIPAMENTOS (educação) Designação Variáveis Valor Nível de utilização dos estabelecimentos do ensino básico: EB 1 Nível de utilização dos estabelecimentos do ensino básico: EB 2,3 Nível de utilização dos estabelecimentos do ensino secundário Nível de utilização real dos estabelecimentos do préescolar Nível de utilização potencial dos jardins-de-infância Taxa de adesão a jardinsde-infância Taxa de pré-escolarização Densidade de jardins-deinfância Densidade de EB1's Total de alunos no 1º Ciclo do Ensino Básico Capacidade das EB1 Total de alunos no 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico Capacidade da EB 2,3 Total de alunos no Ensino Secundário Capacidade da ES Total de alunos pré-escolar Capacidade JI Ano de referência / 2004 % /2004 % /2004 % /2004 % Unidade Total de crianças no escalão etário dos 0 aos 5 anos /2004 Nº de Capacidade dos Jardins-de-infância /2004 crianças Nível de utilização real dos Jardins-de-Infância Índice Nível de utilização potencial dos Jardins-de-Infância /2004 combinado Número de crianças em idade de frequentar a educação pré-escolar (3 a 5 anos de idade) Número de crianças que efectivamente frequentam a /2005 % educação pré-escolar Total de Jardins-de-infância Área urbana total /2004 km 2 Total de EB1 Área urbana total Fonte: Indicadores de Qualidade do Ambiente Urbano, 1999, adaptado, Carta Educativa de Vieira do Minho, /2004 km 2 No que se refere ao nível de utilização dos estabelecimentos dos diferentes níveis de ensino, é evidente a elevada ocupação registada na EB 2,3, onde o valor aferido é superior a 100%, o que significa que o

262 262/282 equipamento apresenta saturação das suas instalações. Não obstante, numa primeira análise este valor só expressa a relação capacidade disponível/ procura efectiva. Convém, no entanto, realçar que o facto de num equipamento com a tipologia de uma EB 2,3 os horários são estipulados de forma a que um conjunto de turmas possa ter uma carga horária maioritariamente de tarde ou de manhã, permitindo assim aumentar a capacidade instalada. Acresce a este facto a possibilidade de serem ministradas aulas em regime diurno e nocturno. A mesma justificação pode ser extensível ao Ensino Secundário, visto que o valor representando (89%) é muito próximo do registado na EB 2,3, indiciando uma possível saturação dos seus espaços. Nas propostas formuladas na Carta Educativa respeitantes a este nível de ensino deveria equacionar-se a possibilidade do ensino obrigatório passar para os 12 anos de escolaridade. Conjecturando-se essa obrigatoriedade, a par da implementação de cursos profissionais ao abrigo do Programa das Novas Oportunidades seria imperativo o incremento da capacidade actual. Já os estabelecimentos do 1º Ciclo do Ensino Básico apresentam um dos valores mais reduzidos (60%), dada a infinidade de pequenas escolas que proliferavam no concelho 57 no ano lectivo de 2003/2004. Não obstante, este cenário será completamente alterado com a implementação das novas propostas de reorganização da rede escolar, as quais prevêem três novos centros escolares (tipologia EB1/JI): Zona de Ribeira Cávado que acolherá os alunos das freguesias de Campos, Ruivães, Salamonde, Louredo, Cova (S. João da Cova), Ventosa e Caniçada; Zona de Vieira do Minho que terá como área de influência as freguesias de Anissó, Cantelães, Eira Vedra, Mosteiro, Soutelo, Vieira do Minho, Pinheiro, Tabuaças, Parada do Bouro, Soengas e Vilar do Chão (Vilarchão); Zona de Rossas que acolhe as freguesias restantes (Anjos, Guilhofrei e Rossas). No que se refere à educação pré-escolar, no ano lectivo de 2003/2004, o nível de utilização real 58 dos jardinsde-infância existentes atingiu um grau de ocupação de 85% (especificamente 84,8%). Mas em termos potenciais, isto é, calculando o rácio - número de crianças entre os 0 e os 5 anos de idade e a capacidade instalada verificar-se-ía uma situação de carência de instalações. Pois, potencialmente iriam frequentar os jardins-de-infância 460 crianças, pressupondo que a totalidade de crianças com as idades citadas iriam efectivamente frequentar este nível de educação, contudo a capacidade instalada não ultrapassava as 455 crianças. Em 2004/2005 a taxa de pré-escolarização no concelho de Vieira do Minho era de 99,3%, o que significa que da totalidade das crianças residentes com idades compreendidas entre os 3 e os 5 anos de idade, somente 0,7% não frequentavam a educação pré-escolar. Uma das metas do governo ao nível da educação pré-escolar era elevar a oferta de modo a abranger cerca de 90% das crianças, Vieira do Minho não só ultrapassou a meta dos 90% como se encontra muito próxima dos 100%, o que significa que há um ajuste entre o nível de oferta e o nível de procura. Ao nível da distribuição territorial da oferta e se houvesse um padrão de localização equitativa pelo território, constata-se que em 2003/2004, por cada km 2 estavam disponíveis 1,2 jardins-deinfância. Note-se que relativamente à formulação de propostas apresentadas na Carta Educativa, a capacidade futura para cada nível de ensino foi calculada tendo em conta o somatório do actual número de alunos a frequentar os estabelecimentos de ensino das várias freguesias de influência, dos três novos centros escolares. 57 Estes dados reportam-se ao ano lectivo de 2003/2004 (Carta Educativa). Nesse mesmo ano lectvo a densidade de EB1 s era de 3,2 escolas por cada km 2, atendendo a um padrão de distribuição ideal. 58 Este item permite-nos avaliar a saturação dos espaços escolares.

263 263/282 Contudo, não foram ponderados os valores obtidos nas projecções, visto que não existe informação disponível sobre o futuro número de alunos que, potencialmente, irá residir em cada uma das freguesias, desagregado pelos vários níveis de ensino (desde a Educação Pré-Escolar até ao Ensino Secundário). A capacidade proposta apresentada com a designação do número de turmas, não reflecte o futuro número de alunos, mas sim o actual e mesmo para este total, o número de turmas apresentado revela-se insuficiente. Para além do atrás referido, é necessário não esquecer que as turmas do 1º Ciclo do Ensino Básico têm como limite de frequência 24 alunos por cada sala, podendo este número decrescer quando houver necessidade das turmas integrarem alunos com necessidades educativas especiais (se nessas turmas estiverem três alunos com necessidades educativas prolongadas, a mesma é limitada a um total de 20 alunos). A tabela seguinte mostra os indicadores respeitantes aos equipamentos de saúde no concelho. O primeiro valor aproxima-se da noção de acessibilidade e revela que em Vieira do Minho existe um total de 0,4 farmácias por quilómetro quadrado. O segundo valor/ indicador diz que por cada habitante é disponibilizado o acesso a 0,3 farmácias. Tabela XI.IIb Indicadores de qualidade do ambiente urbano EQUIPAMENTOS (saúde) Densidade de farmácias Designação Variáveis Valor Farmácias por habitantes Fonte: Indicadores de Qualidade do Ambiente Urbano, Total de farmácias - Área urbana total - Total de farmácias - População residente Ano de referência Unidade Farmácias/km Farmácias/hab. De acordo com os dados do INE, foram também calculados indicadores da habitação. Os três indicadores calculados revelam algumas particularidades sobre as características da habitação no concelho, particularmente aquelas mais directamente relacionadas com a qualidade de habitabilidade dos edifícios. Assim, serão aqui apresentados os resultados do cálculo de três indicadores: área coberta por fogo, densidade dos fogos e percentagem de fogos destinados a ocupação de segunda habitação 59 O primeiro área coberta por fogo dá-nos o valor em metros quadrados que cada alojamento familiar clássico (fogo) tem. O valor resultante do cálculo poderá induzir em erro já que o valor da área edificado se reporta ao ano de 2005 e o número total de fogos é o existem em 2001 (INE). Assim, a área coberta por fogo indica a dimensão média dos fogos e corresponde a 211m 2. O indicador "densidade dos fogos" indica o nível de ocupação médio dos fogos e diz-nos que no concelho habitam cerca de três pessoas por fogo. Este valor deve ser analisado tendo sempre em atenção o elevado número de habitações existentes no concelho que estão vagos e os que têm ocupação sazonal (7,6% e 32%, respectivamente) rever gráfico VI.I.2d Alojamentos familiares segundo a forma de ocupação. Vieira do Minho (2001) do capítulo dinâmica urbana. 59 Ainda que a autora defina esta nomenclatura, parece-nos mais adequado que o índice em questão seja uma " percentagem de fogos destinados a ocupação de segunda habitação".

264 264/282 No concelho de Vieira do Minho existiam, à data do último recenseamento, alojamentos familiares, 7,6% dos quais se encontravam vagos. Dos ocupados, 32% tinham utilização sazonal ou secundária (apenas a título de curiosidade refira-se que na NUT III Ave, no mesmo período, o peso dos alojamentos com este tipo de ocupação quedava-se nos 11%). Por último, atenda-se ao valor percentual de fogos destinado a ocupação de segunda habitação, que revela haver uma grande percentagem de fogos destinados a este fim (quase 60%). Tabela XI.IIb Indicadores de qualidade do ambiente urbano HABITAÇÃO Designação Variáveis Unidade Ano Indicador Área edificada; m Área coberta por fogo Total de fogos Fogos 2001 Densidade dos fogos Percentagem de fogos destinados a ocupação de segunda habitação População residente total; Habitantes 2001 Total de fogos Fogos 2001 Total de fogos Fogos 2001 População residente total Habitantes 2001 Dimensão média do agregado familiar Indivíduos ,83 2,06 58,71

265 265/282 XI.III SÍNTESE DE DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO SWOT O presente capítulo constitui-se como o corolário sintético de todas as análises produzidas, não só na primeira fase de caracterização, mas também do exercício de reflexão e sintetização que resultou na síntese de caracterização, indicadores de qualiadde urbana e referncial sinóptico que acabamos de apresentar. Este capítulo deverá alcançar três objectivos centrais: em primeiro lugar, a sistematização de uma base coerente e estruturada de conhecimento geral, de um conjunto de realidades organizadas sob a forma de oportunidades e ameaças, pontos fortes e pontos fracos (análise SWOT síntese estratégica). A descriminação das oportunidades e ameaças, pontos forte e fracos combina duas escalas de análise essenciais: por um lado, a componente endógena do desenvolvimento, traduzida em (i) PONTOS FORTES (valores próprios positivos do território que contribuem para sua distinção) deverão ser potenciados e (ii) PONTOS FRACOS (valores próprios negativos que determinam a degradação do território) deverão ser minimizados. Por outro, o contexto territorial externo, que se divide entre (i) OPORTUNIDADES (factores externos que poderão potenciar as características próprias do território) deverão ser aproveitadas e (ii) AMEAÇAS (factores externos que poderão contribuir para a desagregação e a degradação da integridade e dos valores existentes) deverão ser contrariadas. A figura seguinte esuqematiza o que acaba de ser referido. Assim sendo, appresenta-se em seguida a análise SWOT para o território em estudo.

266 266/282 VALORES NATURAIS E OCUPAÇÃO DO SOLO ANÁLISE INTERNA Pontos fortes Pontos fracos Áreas com declives menos acentuados são propícias ao desenvolvimento de actividades várias (agrícolas/ pastorícia). Apenas 5,3% do território são constituídos por leptossolos (limitados em profundidade por rocha contínua e dura ou material muito calcário ou uma camada muito cimentada). Temperaturas medianas e elevados quantitativos de insolação são mais-valias para sectores específicos como o turismo. Grande maioria dos solos tem aptidão para produção florestal. Somente cerca de 8% do território não tem qualquer aptidão florestal (e este valor já inclui as principais áreas urbanas). Elevado potencial produtivo para a caça e pesca, silvopastorícia e exploração de produtos não lenhosos, apicultura, cogumelos silvestres e plantas aromáticas e medicinais e de adornamentos. Elevado potencial para a criação de espaços de recreio e lazer. Grandes potencialidades de produção energética a partir dos seus recursos hídricos (muita já instalada) e eólica (ainda pouco explorada). ANÁLISE EXTERNA Oportunidades Apoiar unicamente projectos de agricultura intensiva em determinados nichos de produção, como produtos biológicos e produtos regionais de qualidade. Apostar na produção florestal como actividade para as áreas rurais. Coordenar e planear política de ordenamento florestal e protecção da floresta. Explorar potencialidades cinegéticas, juntamente com a exploração florestal. Aposta na energia eólica como fonte de rendimento para as áreas de montanha. Necessidade de planear a localização de parques eólicos em termos paisagísticos (a exploração deste recurso não deve nunca comprometer a exploração de outros recursos como o turístico). A grande maioria do solo do concelho (cerca de 78%) não tem qualquer aptidão agrícola. Vasta área de declive superiores a 30%. Em cerca de ¼ do território as vertentes são expostas a norte, o que condiciona a edificação/ ocupação/ uso do solo nas mais variadas actividades (turismo, habitação, etc.). Área norte, próximo do rio Cávado, com tendência para formação de nevoeiros. Avanço das invasoras lenhosas. Elevado risco de erosão nas zonas de maior elevação. Elevado risco de incêndio. Gestão incipiente dos povoamentos florestais. Pastoreio desordenado e pouco eficiente. Ameaças Risco de incêndio e destruição do cobreto vegetal pela existência de extensões de povoamentos de acácias e eucalipto. Desaproveitamento das potencialidades naturais e paisagísticas do concelho em prejuízo do desenvolvimento turístico. Potencial ampliação dos perímetros urbanos para áreas afectas a RAN e REN. Existência de situações que podem constituir potenciais disfunções ambientais (como a extracção de inertes ilegais, deposição de entulho lixo e sucata, unidades de produção animal, utilização execssiva de adubos e pesticidasm, etc.).

267 267/282 SOCIODEMOGRAFIA ANÁLISE INTERNA Pontos fortes O total de mulheres em período fértil aumentou no período 1991/2001. Aumento da esperança média de vida. Concelho com grandes potencialidades nos segmentos de turismo rural, de aldeia, de montanha e de natureza. Alguma vitalidade do sector agrícola, nomeadamente no que diz respeito à produção animal. Aumento da população residente na sede concelhia e freguesia de Eira Vedra. Presença significativa de população residente em idade activa, apesar de ter sofrido um acréscimo na década 1991/ Apesar de as projecções demográficas apontarem cenários de decréscimo populacional, ele não é muito acentuado quando comparado com outras unidades territoriais e pode, até, conjecturar-se uma certa estabilização do número de residentes a médio/ longo prazo. Taxa de analfabetismo em decréscimo, mas ainda muito elevada. O instrumento de planeamento que é a Carta Educativa pressupõe a reorganização da rede escolar e define metas por forma a combater o abandono e insucesso escolares. ANÁLISE EXTERNA Oportunidades Incremento e incentivo à natalidade através da oferta de qualidade de vida que passa, indiscutivelmente pelo acesso a serviços de apoio à família (educação, saúde, etc.). Aposta nos sectores de actividade que revelam alguma dinâmica no concelho, por forma a, se não criar novos empregos, assegurar a manutenção dos existentes. Aposta na formação profissional/ requalificação da mão-deobra. Aposta na qualidade da oferta turística no concelho. Emparcelamento e aposta no cooperativismo como forma de dinamizar/desenvolver o sector agrícola. Difusão das novas TIC poderá originar novos serviços e actividades no espaço rural, em particular o recurso ao teletrabalho e às teleactividades. Pontos fracos Tendência contínua de decréscimo populacional acompanhada pelo envelhecimento generalizado da população residente. População activa com baixos níveis de qualificação escolar. Inexistência de escolas profissionais a nível concelhio, taxas de insucesso e abandono escolar elevadas. Baixas taxas de fecundidade/ natalidade. Insuficiência dos serviços de apoio à infância e necessidade de respostas mais ajustadas às necessidades da população idosa. Inexistência de respostas para a população com deficiência. Crescente sedimentação de grupos particularmente vulneráveis à pobreza e exclusão: idosos, deficientes, menores em risco e desempregados. Dualidade entre um centro povoado e dinâmico e as restantes freguesias marcadas pela dispersão demográfica. Cerca de 22% da população desempregada tem menos de 25 anos (percentagem largamente superior à registada no País: 13,5%). Ameaças No contexto do enquadramento territorial, Vieira do Minho suporta uma forte pressão exercida pelos pólos demográficos vizinhos de Braga, Guimarães (centro nevrálgico do Ave) e até Fafe, nomeadamente a sua capacidade de atracção de população jovem e em idade activa. Persistência de uma estrutura demográfica envelhecida com tendência para um aumento do peso da população dependente (fruto da transição de activos para segmentos terminais da pirâmide etária). Progressiva tendência para o esvaziamento populacional do concelho e consequente perda de massa crítica. Falta de investimentos significativos públicos e privados.

268 268/282 DINÂMICA URBANA ANÁLISE INTERNA Pontos fortes Pontos fracos Alguma dinâmica urbanística associada às características fisiográficas da área concelhia, concretamente as áreas mais planas. Bom nível de cobertura da rede de abastecimento de água (superior à verificada nos concelhos da NUT III Ave). Baixos níveis de ruído ambiente no concelho (as principais fontes de ruído são as vias rodoviárias, designadamente EN 103). Alguma dinâmica urbanística associada ao aumento da procura turística/ lazer no concelho. Arquitectura tradicional muito presente nos núcleos antigos de alguns aglomerados. Existência de zonas industriais que dinamizam o desenvolvimento do concelho. Existência de alguma dinâmica urbanística no concelho com particular ênfase na vila de Vieira do Minho. Existência de diversos espaços públicos intervencionados. Existência de espaços naturais com valor paisagístico. Dispersão urbana que contribui para a existência de diversos espaços desocupados. Descaracterização de alguns conjuntos urbanos induzida pelo processo de renovação urbana ou pela introdução de traços arquitectónicos distintos dos locais. Alguns núcleos antigos caracterizam-se por mau estado de conservação e abandono. Existência de uma percentagem do parque habitacional, propriedade de população emigrada, sendo apenas habitada um mês por ano. Apesar da grande cobertura, a rede de abastecimento de água do concelho é bastante deficitária na medida em que acusa falhas de abastecimento especialmente no período de maior calor. Uma das lacunas do sistema hidráulico do Município é a perda de água na rede de distribuição que atinge, em média, cerca de 3% da água captada. Captações de águas subterrâneas não monitorizadas, destinadas à produção de água para consumo humano. ANÁLISE EXTERNA Oportunidades Águas do Ave S.A., empresa que gere e explora o Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento do Vale do Ave, prevê vários projectos para o concelho que contribuirão para a melhoria da qualidade de vida da população vieirense, salvaguardando e preservando o meio ambiente. Criação de um quadro normativo na revisão do PDM que controle a ocupação fora das áreas urbanas que promova a renovação dos edifícios nos núcleos mais antigos dos aglomerados e que controle a cércea dos edifícios a construir. Implementação de projectos de requalificação urbana. Elaboração de projectos de execução com vista ao desenvolvimento desportivo/ turístico/ de lazer do concelho. Ameaças Aumento da desertificação e da degradação dos núcleos antigos em função da construção de novas habitações. Tendência para a ocupação urbana se efectuar ao longo dos principais eixos viários e caminhos existentes.

269 269/282 INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS ANÁLISE INTERNA Pontos fortes Em termos de hierarquia da rede viária, a dotação é satisfatória. Serviço de transporte escolar assegurado, ainda que garantido em moldes protocolares por operadores externos à câmara. Distância razoável às cidades de Guimarães e Braga. Principais acessibilidades asseguradas por eixos integrados na rede nacional. A área desportiva útil, no concelho de Vieira do Minho é de 5,05, o que ultrapassa o valor médio fixado pelo Conselho da Europa (4,0m2/hab). Quase todas as freguesias facultam o acesso a um equipamento desportivo. Trabalho social estruturado e realizado em parceria com a Segurança Social e as entidades no terreno. A sede concelhia, pela sua dimensão populacional e categoria administrativa, acaba por justificar a concentração dos equipamentos. ANÁLISE EXTERNA Oportunidades Inserção do concelho na AMAVE, que dispõe de vários projectos e de uma estratégia e que se afigura como uma estrutura de concertação a nível supra e intermunicipal. Avaliar a necessidade de criar Centros de Convívio, Centros de Dia e Lar de Idosos. Avaliar a necessidade de novos CAT s e Lares para crianças e jovens. Apostar em nichos de oferta diferentes dos existentes nos centros urbanos próximos; apostar na complementaridade; aproveitar a oportunidade que significa a Guimarães Capital Europeia da Cultura para toda a região. Diversificação na oferta de equipamentos desportivos, sobretudo ao nível dos equipamentos de base (formativo e recreativo). Melhorar a rede de transportes ao nível de percursos/trajectos e horários associados e/ou criar percursos especiais de transporte para a população com idades mais avançadas. Necessidade de apostar no projecto VIA do AVE para a ligação do concelho ao litoral e à rede de Auto-Estradas. Planificar, juntamente com as empresas transportadoras, um serviço de transporte colectivo que proporcione maiores possibilidades de mobilidade da população. Planear a oferta, juntamente com os operadores, e Pontos fracos População progressivamente envelhecida que necessita de cuidados de saúde regulares e continuados. A acessibilidade dificultada por parte da população das freguesias periféricas aos equipamentos e eventos culturais concentrados no centro da vila. Diminuição da população jovem versus aumento da esperança média de vida, dificuldade em fixar população. A localização dos equipamentos de saúde pressupõe áreas centrais, e uma dimensão populacional que justifique a sua implantação. Aprendizagem dos alunos e a sua sociabilização é prejudicada pelo usufruto de um parque escolar degradado. Vias existentes colocam o município relativamente afastado do centro de gravidade do AVE (Guimarães, V.N. Famalicão, etc.). Pouca oferta de serviço de transporte público. Degradação do serviço e imagem geral do transporte público. Alguma sobreocupação dos equipamentos escolares, em determinados níveis de ensino. Ameaças Fácil e rápida ligação de Vieira do Minho a cidades como Braga e Guimarães, que poderá surgir como um impulsionador da saída de pessoas do concelho para trabalhar e residir nestas áreas com mais ofertas educativas e profissionais. Falta de verbas da Câmara Municipal, apesar da transferência de competências do poder central. Equipamentos de apoio à terceira idade a funcionar próximo da saturação das suas capacidades o que acrescido ao progressivo envelhecimento populacional, poderá significar que a médio/ longo prazo não consigam responder eficazmente à procura. Dependência funcional de Vieira do Minho face a outros centros urbanos de maior dimensão no acesso a determinados serviços e equipamentos. Proximidade a cidades como Braga e Guimarães que dispõem de estruturas e equipamentos diversificados ao nível da cultura. Contaminação das linhas de água pelas descargas efectuadas sem tratamento. Algumas das actividades existentes em espaço rural (agricultura, pequenas indústrias ou armazéns, pecuária, etc.) podem ter consequências ao nível da qualidade dos solos e água.

270 270/282 melhorar a imagem dos transportes colectivos. TURISMO ANÁLISE INTERNA Pontos fortes Pontos fracos Recursos endógenos (naturais e culturais) que estão particularmente adequados para a oferta de produtos turísticos relacionados com o mundo rural, espaço de montanha e actividades náuticas e de recreio. Reconhecido potencial para determinadas oferta turísticas. Reconhecimento generalizado da importância desta área para o desenvolvimento do concelho Falta uma estratégia para o turismo por parte do município. Falta de perspectiva empresarial por parte dos proprietários dos alojamentos. Falta de mão-de-obra qualificada. Necessidade de um maior esforço de qualificação de algumas estruturas. Subaproveitamento dos recursos endógenos. ANÁLISE EXTERNA Oportunidades Ameaças Aposta em estratégias de marketing e da promoção da imagem de Vieira do Minho e das suas mais-valias. Definição da estratégia do concelho para o Turismo. Identificação dos recursos turísticos e enquadramento dos mesmos nas políticas municipais, por forma a garantir a sua utilização sustentada. Promoção de processo de Certificação de qualidade para os serviços associados à oferta turística. Campanha/ incentivos de legalização dos estabelecimentos que oferecem alojamento. Apostar numa oferta cultural específica que identifique o concelho (vestígios pré-históricos da Serra da Cabreira, vestígios de presença militar nas freguesias de Salamonde e Ruivães, vestígios de troços da via XVII do itinerário Antonino), numa óptica de marketing para o próprio município. Fraco potencial de conhecimentos/ adaptabilidade e inovação, decorrente da fraca formação e qualificação dos activos. Fraca autonomização nos vários segmentos produtivos e consequente perda de valor acrescentado resultante da transformação de produtos locais. Ausência de empreendedorismo que resulta num fraco dinamismo e incipiente inovação. Necessidade de reforço da competitividade e valorização do território. APOSTAS E OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS Finalmente, começa-se a entrar no desenho da estratégia de intervenção propriamente dita, nomeadamente através da definição das apostas e objectivos estratégicos para uma mais eficaz gestão, promoção e conservação deste território, consequência directa dos factores chave de desenvolvimento identificados no sub-capítulo anterior. Refira-se, contudo, que o execrcício que agora se inicia constitui um trabalho embrionário de identificação de propostas estratégicas que só será concluído na fase final de revisão do PDM de Vieira do Minho, quando for concluído o relatório fundamentado das soluções adoptadas.

271 271/282 Assim, serão elencados os objectivos estratégicos (do PORN e GOP) e específicos para o município de Vieira do Minho, de acordo com as grandes temáticas abordadas no início do capítulo aquando da elaboração das sínteses de caracterização. VALORES NATURAIS E OCUPAÇÃO DO SOLO São objectivos estratégicos a promoção do ambiente, criando condições para o desenvolvimento sustentado do território (corredores ambientais, às origens de água, às zonas húmidas, às reservas naturais), e, ao incentivo ao desenvolvimento de energias renováveis, e a um reequacionamento dos actuais sistemas de RSU e industriais e parques de sucatas; e a prevenção e protecção da floresta contra incêndios (implementação dos planos municipais de defesa da floresta). Objectivos estratégicos (PORN e GOP) OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS Conservação da natureza e paisagem - Identificar os locais mais importantes ao nível dos recursos ecológicos (áreas protegidas, linhas de água); - melhorar o conhecimento acerca das ameaças potenciais e das possíveis soluções a implementar para a conservação desses recursos e equacionar uma rede ecológica ao nível local e regional e criar um plano de conservação dos recursos ecológicos ao nível multi e intermunicipal. Floresta - Defender e prevenir as áreas florestais da região das ameaças que constituem os fogos florestais e diminuir o risco de incêndio; - Assegurar a planificação e a gestão florestal sustentável das áreas públicas e privadas e adequar as espécies e os modelos de silviculturas à estação; - Estimular o aumento da área de espaços florestais com dimensão apropriada à gestão florestal profissional e Impulsionar um mosaico florestal diversificado e descontinuado; - Beneficiar os espaços florestais da região de forma a aumentar a resiliência dos povoamentos aos fogos florestais e aumentar a área florestal arborizada, com espécies bem adaptadas. O concelho de Vieira do Minho conhece características climáticas e geomorfológicas que constituem uma mais-valia para a produção de energias amigas do ambiente. A aposta na produçaõ de energia eólica e hidráulica deve, por isso, manter-se na agenda de prioridades do município. Objectivos específicos (município) Porque o planeamento e decorrente ordenamento do território fica debilitado sem um correcto conhecimento do território, é importante e imprescindível a aposta na actualização da Carta de Uso do Solo concelhia, uma vez que a mais actualizada se reporta ao ano de 2000 e tem pouca resolução/ leitura à escala do concelho (1: ). O mesmo raciocínio explica o investimento na actualização da cartografia do PMDFCI elaborado, e aprovado condicionalmente mediante alteração, em particular da cartografia de risco de incêndio. Continuar o trabalho desenvolvido pelo município no âmbito da prevenção dos incêndios florestais.

272 272/282 SOCIODEMOGRAFIA E DINÂMICA URBANA Ao nível do sector educativo são apontados as seguintes linahs orientadoras visando a promoção do livro e da leitura, bem como acções complementares de prevenção e combate ao abandono escolar. Melhorar os níveis de desempenho escolar (tanto em termos gerais, como, de forma específica em domínios como a matemática, o inglês, as novas tecnologias de informação e comunicação ou as ciências), reduzir o grau de absentismo escolar. Objectivos estratégicos (PORN e GOP) Na qualificação de aglomerados urbanos pretende-se, principalmente para as sedes de concelho, núcleos urbanos com população superior a um determinado limiar mínimo e núcleos populacionais que apresentem graves problemas urbanísticos e habitacionais, promover acções de reordenamento urbanístico que contribuam para a valorização e usufruto dos espaços públicos de proximidade, nomeadamente a criação e tratamento de espaços verdes, de passeios, de sinalização e mobiliário urbano, de remoção de obstáculos à mobilidade de deficientes, de pequenos equipamentos de diversão e convívio para as crianças, de referências e de identidades urbanas e de espaços públicos). Na área do desenvolvimento económico promove-se a identificação e construção das principais zonas de acolhimento empresarial, e definição de modelos a adoptar; definição de uma bolsa de oferta de lotes industriais disponíveis, divulgada em sítio especifico; Pensar em modelos de gestão integrada de zonas de acolhimento empresarial ao nível intermunicipal criação de serviços supra municipais de apoio às empresa; definir soluções supra municipais para parques de exposições e parques de ciência e tecnologia. OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS Educação pré-escolar, e ensino básico, secundário e profissional - o investimento em acções complementares que permitam prevenir e combater o abandono e insucesso escolar; - melhorar os níveis de desempenho escolar; - reduzir do grau de absentismo escolar. Operações integradas de qualificação de aglomerados urbanos - a reflexão à escala da rede é essencial como matriz de estruturação das diversas redes (infraestruturais, imateriais e organizacionais) temáticas abrangidas pelo programa e como factor de priorização das acções a desenvolver. - numa lógica micro-urbana, ou intra-urbana, onde se focaliza a análise na qualidade de vida urbana, na qualificação e revitalização dos espaços que compõem cada cidade (segundo os princípios da coesão territorial e da sustentabilidade), tendo em consideração as estratégias e políticas urbanas municipais (como a requalificação urbanística, a regeneração urbana, entre outros) e as redes de equipamentos disponibilizados às populações. Desenvolvimento económico - Criar as condições para a identificação e construção das principais zonas de acolhimento empresarial ao nível intermunicipal e/ou da NUTS Minho -Lima; - Criar serviços supra municipais de apoio às empresas; - Definir modelos de gestão dos Parques de Exposições e a sua promoção em rede; - Criar Parques Tecnológicos de âmbito supra municipal. Com o objectivo de inverter a tendência do aumento do número de jovens que não conclui o ensino secundário e, simultaneamente, a valorização das aprendizagens proporcionadas por este nível de ensino, assim como a elevação dos níveis de qualificação de base da população adulta deve o município seguir os objectivos enquadrados nos dois eixos (jovens e adultos) da Iniciativa Novas Oportunidades. Assim, para o primeiro: (i) Objectivos específicos (município)

273 273/282 implementação dos planos de recuperação e de acompanhamento como estratégia de intervenção privilegiada de combate ao insucesso educativo dos alunos do ensino básico; (ii) estabelecimento de mecanismos de reorientação do processo educativo dos alunos do ensino básico que estejam em risco de retenção repetida; (iii) forte incremento das vagas disponibilizadas em cada ano para as ofertas profissionalizantes de nível secundário; (iv) desenvolvimento do sistema de informação e de orientação escolar e profissional, entre outros. O segundo eixo de intervenção da Iniciativa Novas Oportunidades tem como principal objectivo a elevação dos níveis de qualificação de base da população adulta (com mais de 18 anos que não concluíram o 9º ano de escolaridade ou o ensino secundário): (i) forte incremento da oferta de Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), como instrumento adequado à superação das lacunas de formação em adultos pouco escolarizados; (ii) alargamento da rede de Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (CRVCC); (iii) alargamento do referencial de competências que permitirá assegurar o processo de RVCC e a promoção de cursos EFA ao nível do ensino secundário; (iv) alargamento das possibilidades de acesso à formação por parte de activos empregados; (v) promoção da gestão integrada das ofertas e da rede de estabelecimentos e cursos de ensino e formação; (vi) implementação, de um Sistema de Certificação de Qualidade regido por padrões internacionais e com reflexo nos critérios de financiamento, que permita qualificar as práticas formativas e os resultados alcançados. Manutenção de índices altos de pluriactividade, que podem funcionar muitas vezes como salvaguarda da possibilidade de entrada em processos de exclusão social, nomeadamente em virtude de situações de desemprego, etc. Consciencialização em torno da importância do turismo e das potencialidades em termos económicos e não só desta actividade, num concelho com condições naturais óptimas para a dinamização de iniciativas nesta área. Aposta no empreendedorismo através de apoios à criação de empresas; iniciativas inovadoras e a aprofundar, como forma de criação de novas actividades e de novos empregos.

274 274/282 TURISMO e CULTURA Pretende-se a promoção da sustentabilidade do sector da cultura, apoiando a constituição de redes de equipamento e a própria programação, integrando nas actividades escolares espaços criativos e formativos nos domínios cultural e artístico (através de programas de generalização da promoção da cultura nas escolas) e promovendo programas dirigidos à qualificação dos recursos humanos que trabalham no sector; do património, apoiando a sua recuperação e criando modelos de fruição e de animação cultural; e do sector do turismo, criando condições para o desenvolvimento das potencialidade das NUTS, nomeadamente no que se refere ao turismo cultural, da natureza, agro-turismo e turismo ecológico. Objectivos estratégicos (PORN e GOP) OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS Turismo e Cultura - tecido cultural e das dinâmicas de oferta e de consumo cultural e de lazer; - promover o turismo através da criação de oferta turística devidamente concebida para potenciar os recursos específicos da NUT III Ave; - redes de equipamentos culturais bibliotecas, museus, arquivos; centros culturais, cine -teatros e auditórios; locais de património cultural abertos ao público; - acções complementares de programação cultural intermunicipal e de dinamização da cultura nas escolas; - conhecimento dos referenciais relativos às redes de equipamentos culturais de âmbito nacional; e dos referenciais de defesa/salvaguarda DGOTDU; - elaboração de critérios de planificação territorial e de programação estratégica de centros culturais de proximidade em meio rural. A definição de uma política direccionada para o sector do turismo, que se poderá traduzir num plano de acção e que deverá considerar os seguintes pontos: (i) identificação dos recursos turísticos; (ii) estudo e definição da capacidade de carga para os diferentes recursos; (iii) definição e implementação de um produto turístico do concelho; (iv) valorização e conservação do património natural e cultural; (v) apoio à criação de micro empresas em áreas qualificadas ligadas com a oferta/animação turística; (vi) promoção de um calendário de "animação turística"; (vii) melhoria da informação turística incluindo a sinalização turística; (viii) promoção de processo de Certificação de Qualidade, (ix) criação de uma imagem de marca e negociação com os diferentes agentes para a utilização da mesma (diferentes operadores) uniformização da imagem de marca (imagens associada a uma certificação dado pelo município); (xii) criação de um gabinete ou contratação em regime de prestação de serviços, com consultor que possa apoiar e orientar os estabelecimentos ilegais no processo de legalização. Objectivos específicos (município)

275 275/282 INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS O saneamento básico, integrando de forma eficaz os sistemas alta/baixa e garantindo níveis adequados de qualidade e quantidade de água, bem como aumentos dos níveis de satisfação na drenagem e tratamento de águas residuais, evitando situações de risco de saúde pública e contribuindo para uma política de preservação dos recursos naturais. Objectivos estratégicos (PORN e GOP) Ao nível do sector educativo são apontados as seguintes linhas orientadoras visando a qualificação da rede, o investimento nas condições infraestruturais e especificamente, nos próprios equipamentos, também como suporte à construção real dos agrupamentos escolares (p. ex., iniciativas/ projectos de reestruturação/ desenvolvimento das redes de centros escolares, reconversão da rede de 1º ciclo. Melhorar a equidade de oportunidades de acesso dos cidadãos à prática desportiva e potenciar a sua dimensão social, económica, turística e ambiental, integrando iniciativas/projectos como, por ex., a reestruturação/ desenvolvimento das respectivas redes de serviços e equipamentos desportivos de proximidade e de base, (piscinas, campos de jogos, kits de equipamentos de proximidade, etc.), bem como acções complementares de promoção da prática desportiva, enquanto elemento de prevenção da saúde pública e de valorização de espaços naturais. Pretende-se promover a eficácia e eficiência do funcionamento dos Serviços de Saúde da Região, abrangendo, por exemplo, iniciativas/projectos de reestruturação/desenvolvimento das respectivas redes de serviços e equipamentos de saúde (centros de saúde, hospitais, extensões, cuidados continuados e integrados, de saúde, serviços de proximidade, novas tecnologias de informação e comunicação aplicadas à prestação de cuidados de saúde, ), bem como acções complementares de promoção de estratégias locais de saúde. A questão da modernização da Administração Local (Municípios e Freguesias) deve ser entendida na perspectiva do aprofundamento e optimização do relacionamento com os Cidadãos (Munícipes) e os agentes económicos e sociais, bem como da adopção de práticas de referência no domínio da melhoria da eficácia e eficiência da gestão autárquica. Na área da acção social, propõe-se o combate à pobreza e à exclusão, apoio à concretização da rede social, melhorar a capacidade de intervenção das organizações que operam no domínio do social e da organização e da produção de informação pertinente em matéria de desenvolvimento social. Pretende-se concretizar iniciativas/projectos, como p. ex. acções de desenvolvimento social (terceira idade, infância e juventude), de prevenção e luta contra a toxicodependência e a marginalidade, de combate ao alcoolismo, de acolhimento de crianças abandonadas e de exclusão social. OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS Água, Resíduos e Energia - melhorar a integração dos sistemas de captação e/ou tratamento de água ( alta ) e sistemas de distribuição ( baixa ); - aumentar as taxas de cobertura das redes de drenagem e melhorar a eficácia dos sistemas de tratamento de águas residuais; - monitorizar a qualidade do nível de serviço prestado no abastecimento de água e a eficácia dos sistemas e redes de drenagem e tratamento de águas residuais; - implementar soluções integradas e concertadas multi e inter municipalmente para a gestão dos fluxos especiais de resíduos, veículos em fim de vida e Resíduos de Construção e Demolição; - implementar ao nível da região os princípios definidos pelas políticas comunitárias e nacionais e aproveitar os incentivos para a racionalização do uso da energia e promoção da produção/consumo das energias renováveis.

276 276/282 Educação pré-escolar, e ensino básico, secundário e profissional - qualificação e adequação da rede; - investimento nas condições infraestruturais de suporte à rede; Desporto - aumentar a percentagem de população com prática de actividade física regular; - aumentar a percentagem de população com prática de actividade desportiva regular de populações alvo; - reduzir os níveis de obesidade da população em geral da área em questão; - racionalização da carta de equipamentos desportivos, com melhor articulação entre oferta e procura de instalações e equipamentos; - qualificação e ordenamento de infra-estruturas desportivas com valorização ambiental do território: desporto-natureza, pesca desportiva, caça com acções de repovoamento cinegético, ciclo -turismo, desportos radicais, circuitos pedestres, etc; - Projectos de valorização dos espaços públicos urbanos para práticas de actividades físicas informais e quotidianas (praças, passeios, ciclovias). Saúde - aumentar a esperança de vida da população; - reduzir a taxa de mortalidade nas doenças mais frequentes; - melhorar o acesso aos Centros de Saúde; - fomentar a articulação com as IPSS; - criar infra-estruturas municipais e intermunicipais para acolhimento de animais domésticos (canis); - reestruturação, desenvolvimento e modernização das redes de serviços e equipamentos de saúde (hospitais, centros de saúde e extensões, unidades de cuidados continuados e integrados de saúde, serviços de proximidade, tecnologias de comunicação e informação, etc.); - projectos inovadores no domínio da prestação de cuidados saúde em áreas rurais de baixa densidade, por exemplo telemedicina; - acções de promoção de estratégias locais de saúde. Transportes - identificar os principais problemas associados ao sistema de transportes da sub-região, privilegiando a análise da sua adequação às necessidades de acessibilidade aos diferentes serviços colectivos abrangidos no âmbito deste Plano; - conceber tipologias de intervenção que optimizem a capacidade de resposta do sistema de transportes (designadamente transporte público) aos desafios decorrentes das propostas de reengenharia funcional e territorial a adoptar para os diferentes serviços colectivos abrangidos no âmbito deste Plano. Modernização da administração local - aumentar o grau de utilização de serviços públicos on line pela população local; - estruturar programas conjuntos de modernização administrativa e da gestão autárquica; - monitorizar a qualidade dos serviços colectivos territoriais de proximidade. Acção social - combater a pobreza, com especial incidência nas crianças, nos idosos, nos deficientes e imigrantes, e desenvolver estratégias de inclusão e de participação das populações nos processos de mudança; - coordenar a acção intermunicipal de políticas económicas, de educação e formação, com políticas de apoio social e com os programas dos fundos estruturais e aproveitar as potencialidades das redes socais concelhias, enquanto

277 277/282 instrumento de planeamento estratégico; criando uma plataforma intermunicipal; - implementar projectos de desenvolvimento e coordenar complementaridades territoriais, que ofereçam maior garantia de cidadania, de competitividade sistémica e de eficiência na gestão das políticas públicas e dos serviços sociais; - melhorar a intervenção das organizações e encontrar formas eficazes de concertação de serviços de proximidade na área social, implementando um modelo de acção social que aproveite as sinergias das Redes Sociais. Descentralização dos equipamentos pelas freguesias que justifiquem a localização de alguns equipamentos/ serviços (Rossas elevada a Vila recentemente já apresenta alguns serviços como Correios e Farmácia). Objectivos específicos Aposta na criação de uma Estação de Tratamento de Água (ETA). Necessidade de ampliação da reserva de água fruto do aumento significativo do consumo de água doméstico e industrial em Vieira do Minho. Alargamento da rede pública de esgotos nas freguesias onde aquela é deficitária. Importância da parceria desenvolvida com a empresa Águas do Ave, S.A. que tem por objectivo assegurar a quantidade e qualidade da água fornecida e de melhorar significativamente o nível de atendimento em abastecimento de água e em drenagem e tratamento de águas residuais do Município de Vieira do Minho. Reorganização da rede escolar e propostas de construção de novos equipamentos. Dotar as escolas que encerram de novas funcionalidades em benefício da comunidade dessas freguesias (associações recreativas, turismo rural, residências de estudantes, clubes, museus). Necessidade de um plano municipal de desporto que avalie as carências ao nível dos equipamentos e um estudo sobre a sua localização mais apropriada. Apostar num acesso mais homogéneo por parte de toda a população do concelho aos equipamentos e eventos culturais (dupla aposta: melhoria das acessibilidades e descentralização de eventos). Apostar na criação de públicos culturais, designadamente junto das escolas. Criação de um centro geriátrico no concelho. Criação de Unidades Móveis de Saúde, numa lógica de deslocação de um médico a cada freguesia.

278 278/282 BIBLIOGRAFIA

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282 282/282 Associação Nacional Municípios Portugueses: BRAVAL Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos: Câmara Municipal de Vieira do Minho: Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte: Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano: Sistema de Informação para o Património Arquitectónico: Estradas de Portugal, E.P.E.: Instituto da Água: Instituto Nacional de Estatística: Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico: Pousadas de Portugal: Sistema de Cartografia de Risco de Incêndios Florestal: Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos:

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