Rio 2016 consegue ofuscar rodada do futebol no Brasil

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1 OFERECIMENTO BOLETIM ESPECIAL JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016 Rio 2016 consegue ofuscar rodada do futebol no Brasil A eterna disputa entre Fifa e COI sobre a importância do futebol comparada à dos Jogos Olímpicos fez com que o futebol brasileiro continuasse a existir durante as Olimpíadas do Rio. Pois bem. A última rodada da Série A do Brasileirão indicou o quanto a concorrência à altura pode ofuscar a principal competição esportiva nacional. A rodada começou na sexta-feira e terminou apenas na segunda-feira, EDIÇÃO 578 QUARTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2016 POR DUDA LOPES compreendendo todo o último fim de semana do Rio 2016, com direito às finais do futebol e do vôlei, com as duas medalhas de ouro para o Brasil. Isso tudo fez com que a atenção da mídia - e do torcedor - fosse para o Rio. A média de público na rodada do Brasileirão ficou abaixo do geral da competição, mesmo com os três times que mais levam torcedores ao estádio tendo atuado sob seus domínios. O lateral Pará, do Flamengo, conduz a bola em jogo no último domingo; em Brasília, time teve o pior público neste Brasileirão, mesmo em partida que valia vaga no G4 do Nacional e marcava a estreia de Diego, principal reforço para o segundo semestre 1

2 Os dez jogos da rodada levaram em média 13,7 mil pessoas por partida (a média do torneio é de 14,5 mil torcedores). Apesar de estar próximo do padrão, o número chama a atenção pelo desempenho abaixo da expectativa de três times específicos. Em Brasília, o Flamengo, já na condição de um dos favoritos à taça, atuou contra um dos candidatos ao título do Brasileirão, o Grêmio. Em campo, a grande contratação do time na temporada, Diego, fazia a sua estreia. A expectativa era de estádio lotado, mas foram apenas 22,5 mil pessoas, o pior público do time no Mané Garrincha no torneio. Outro destaque negativo foi o Corinthians. Em uma fria segunda-feira, o time, que também luta pelas primeiras colocações, teve o pior público de sua história na arena em Itaquera. Foram 20,2 mil presentes, com uma renda que não bateu R$ 1 milhão no estádio corintiano. Detalhe: era a volta do time ao estádio, que foi usado nos Jogos Olímpicos. O melhor público ficou com o Palmeiras, mas nem o time pode celebrar muito: 29 mil pessoas foram ver o empate contra a Ponte Preta, abaixo da média de 32,4 mil pagantes. O Palmeiras é o clube que tem a melhor média de público do Brasileirão. Além de liderar a tabela do torneio. 100mil GRANDES NÚMEROS vezes os atletas dos Jogos Olímpicos foram comer no restaurante do McDonald s que ficou na Vila Olímpica durante todo o mês de agosto; a média foi de dez refeições por atleta 91 PATROCÍNIO pessoas, por turno, trabalharam para o McDonald s na Vila Olímpica durante os Jogos PESSOAS ESTIVERAM 150 mil NO QUIOSQUE DO MCDONALD S NO PARQUE OLÍMPICO 250 FUNCIONÁRIOS FORAM CHAMADOS PARA CUIDAR DA OPERAÇÃO FEITA PELO MCDONALD S DURANTE OS JOGOS OLÍMPICOS 2 40anos já tem a parceria entre McDonald s e COI; o patrocínio começou em Montreal 1976

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4 OPINIÃO O desafio do Brasil pós-jogos para não ser apenas futebol O que será o amanhã? A pergunta já é feita para mim desde 5 de agosto, quando ainda tínhamos dúvida se os Jogos Olímpicos seriam o sucesso que presenciamos nos 15 dias seguintes. Entregamos um evento muito bom para o público, a mídia e os atletas. Vencemos os medos e os pré-conceitos, mostramos que é muito bacana não ser uma nação só futebolística. E esse, agora, é o maior desafio que há para o esporte no Brasil. Viver sem ser de espasmos quadrienais de outros esportes, saber direcionar a verba e a mídia para além do futebol. O dia seguinte aos Jogos foi duro. A CBF convocou a seleção brasileira principal de futebol com duas semanas de antecedência. A mídia, em vez de repercutir o dia seguinte dos Jogos, voltou parte do canhão para o futebol. Mas a resposta dada pelo público nos estádios do Brasileirão, a matéria de destaque do Boletim de hoje, mostra que a gente não quer só futebol. A cadeia do esporte precisa, agora, se reunir para entender o que vamos fazer pela promoção do esporte como POR ERICH BETING diretor executivo da Máquina do Esporte um todo em nosso país. O maior legado que o Rio pode deixar é o de nós acreditarmos que é possível não viver só de futebol para engajar o público. Logicamente não teremos o alto nível de excelência em eventos como tivemos em duas semanas no Rio. Mas, até pelo Parque Olímpico que aqui vai ficar, é fundamental nos mobilizarmos para trazer ao público ótimos eventos esportivos com consistência. Só assim o esporte crescerá no país do futebol. NBA consegue vender 10 mil itens em operação durante Olimpíadas no Rio POR REDAÇÃO, DO RIO DE JANEIRO A NBA House, casa de relacionamento da liga americana de basquete no Rio, conseguiu reunir 80 mil pessoas durante dez dias no Rio e vender cerca de 10 mil itens aos torcedores. Os números foram divulgados pela NBA dois dias depois de a operação da casa ser fechada, na região do Porto Maravilha, onde funcionou o Boulevard Olímpico durante os Jogos do Rio. O resultado da operação já mostra que a liga tem um potencial bom de vendas no Brasil, já que no próximo mês a primeira loja física da marca da NBA será lançada no Barra Shopping. Alcançamos todos os nossos objetivos, superamos todas as expectativas e ficamos felizes em ver mais de 80 mil pessoas passeando pela NBA House Rio sorrindo, brincando, interagindo e tendo uma experiência única. Todo esse sucesso deve ser dividido com parceiros e fãs, por todos que acreditaram e fizeram da casa um dos pontos mais divertidos e badalados da cidade, afirmou Arnon de Mello Neto, vice-presidente da NBA para a América Latina. A casa da liga americana chegou a receber 11 mil pessoas num único dia. A expectativa inicial era de que 50 mil fãs fossem ao espaço, mas a operação acabou sendo maior. Além de vender produtos, a NBA usou a casa para conhecer melhor os hábitos dos torcedores. Para participar de algumas ativações, as pessoas tinham de responder a um pequeno formulário e, também, enviar dados de contato. A ideia é mapear ainda mais o torcedor da liga. 4

5 Onipresente em ativações, óculos da Samsung é aposta no esporte POR ERICH BETING, DO RIO DE JANEIRO Grande evento esportivo serve para, geralmente, apresentar uma nova tecnologia para o mercado. E, no Rio, quem mais usou essa plataforma foi a Samsung com seu óculos de realidade virtual. O modelo da marca coreana foi uma espécie de ativação obrigatória não apenas nos estandes da empresa, mas em diversas casas e ações de relacionamento no Rio nessas duas últimas semanas. A gente diz que os Jogos do Rio são os Jogos do smartphone. O celular é hoje a primeira tela de consumo das pessoas, afirma Loredana Mariotto, diretor de marketing da Samsung no Brasil. Exatamente por isso, a marca apostou no óculos de realidade virtual e na apresentação do modelo S7 ao mercado. A ideia é fazer com que o consumidor perceba a força que o celular tem para proporcionar entretenimento. Para isso, diversas parcerias foram feitas para espalhar o S7 e, consequentemente, o VR, pelo Rio. Até mesmo marcas que não eram patrocinadoras dos Jogos tinham um local para que as pessoas pudessem experimentar a realidade virtual. O conteúdo, geralmente, trazia alguma experiência que fosse ligada ao esporte. A aposta da marca para o futuro é ter no esporte e na música soluções de entretenimento para as pessoas usarem ainda mais os celulares como uma plataforma. A gente traz muitos atributos de marca que são valores emocionais, um conteúdo que me leva experiências emocionais que não tem preço, conta Loredana. Foi isso, por exemplo, que levou a marca a fazer uma ação em locais remotos do Brasil durante as Olimpíadas. Por meio do VR e do S7, a Samsung levou imagens em 360º captadas pelo Sportv em eventos dos Jogos e mostrou a índios de uma tribo. A ideia é fazer com que esse tipo de conteúdo seja ainda mais frequente. Nós vamos continuar a patrocinar atletas e procurando gerar conteúdo de esportes nos próximos anos. Agora começaremos a definir essa estratégia, finaliza. 5

6 ACERTOS DO RIO 1 O Boulevard Olímpico (1) esteve lotado em todos os dias; da mesma forma, as casas de países foram aos poucos aumentando o interesse das pessoas (2); já o transporte e a segurança (3) funcionaram bem, sem grandes sustos; o engajamento da torcida (4) também ajudou a fazer os Jogos maiores; e o Parque Olímpico (5) foi o xodó da torcida, que lotou o espaço nos últimos dias