PLANO DE ENSINO I - IDENTIFICAÇÃO DADOS DO CURSO

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1 PLANO DE ENSINO I - IDENTIFICAÇÃO DADOS DO CURSO MESTRADO ACADÊMICO EM DIREITO CONSTITUCIONAL Área de Concentração: Constituição e Sociedade. Modalidade: Presencial DADOS DA DISCIPLINA Disciplina: Teoria da constituição e da Jurisdição Constitucional Carga Horária: 60h/a DADOS DO PROFESSOR Nome: Marcus Firmino Santiago marcusfsantiago@gmail.com II. EMENTA O constitucionalismo como fenômeno histórico, político, social e econômico. Transformações das estruturas jurídicas e políticas dos Estados na transição dos regimes absolutistas para os regimes constitucionais. Os grandes sistemas constitucionais: Inglaterra, Estados Unidos e França. Modelo inglês: a tradição do governo misto e do Common Law; a constituição inglesa; o papel dos juízes na formação do Common Law. Modelo norte-americano: influência da tradição inglesa; aproximações e rupturas com o modelo inglês e concepção de um novo desenho constitucional; formação do judicial review. Modelo francês: a força transformadora da Revolução; um novo modelo de Estado; papel da sociedade na formação constitucional. Constitucionalismo no Século XIX: avanços e retrocessos; conservadorismo, liberalismo, socialismo; novas experiências constitucionais. Kelsen e o Tribunal Constitucional. III. OBJETIVOS DA DISCIPLINA Objetivo geral: Refletir acerca dos fundamentos históricos e teóricos que dão forma ao constitucionalismo contemporâneo a fim de viabilizar uma melhor compreensão da realidade vivida pelos sistemas constitucionais contemporâneos. Objetivos específicos:

2 Compreender o contexto histórico, social, político e econômico que deu origem às constituições e ao constitucionalismo; Analisar as causas de adoção ou rejeição de sistemas de controle judicial de constitucionalidade; Discutir o papel das elites e das massas populares no processo de redesenho institucional promovido pelas grandes revoluções e nas experiências que se seguiram durante a consolidação do constitucionalismo; Analisar o modelo de corte constitucional proposto por Kelsen e os impactos de sua incorporação ao sistema constitucional europeu. IV. METODOLOGIA DE ENSINO A disciplina será iniciada com duas aulas expositivas dialogadas, nas quais o professor apresentará, de forma horizontal, a temática a ser desenvolvida nos encontros seguintes, destacando temas centrais necessários à compreensão do problema a ser investigado. Os encontros seguintes serão organizados na forma de seminários, cabendo a alunos previamente selecionados a apresentação de artigos referentes aos temas indicados no cronograma de atividades. Dinâmica dos seminários Os temas definidos abaixo (item 5, Cronograma de Atividades) se encadeiam e compõem um todo, conferindo organicidade à disciplina, com o que se busca analisar o problema de pesquisa eleito através de variados prismas e em um processo continuado. Assim, a cada encontro, o aluno responsável pela apresentação do seminário deverá elaborar artigo científico sobre o tema indicado, tendo por base a bibliografia obrigatória e outros textos a serem pesquisados. Os artigos apresentados nos seminários serão versões preliminares que deverão ser aperfeiçoadas ao longo do curso. Estes precisam, obrigatoriamente, observar os seguintes requisitos: - Ter por tema central o assunto indicado para cada aula; - Referenciar o/s texto/s indicado/s como leitura obrigatória; - Utilizar, no mínimo, mais 03 (três) referências bibliográficas de livre escolha do aluno; - Contar entre 10 (dez) e 15 (quinze) páginas na parte textual. A apresentação em sala de aula do artigo deverá propiciar debate, reflexão e aperfeiçoamento do material de modo a subsidiar a elaboração de versão final e definitiva, a ser entregue ao final do curso. A versão final do artigo deverá incorporar os aperfeiçoamentos construídos coletivamente em sala de aula; deverá, ainda, fazer referência a outros artigos dentre os apresentados ao longo do curso. A versão final do artigo poderá ter entre 15 (quinze) e 20 (vinte) páginas na parte textual.

3 V. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO E CRONOGRAMA DE ATIVIDADES Aula 1 (12/03/2015). Apresentação da disciplina. Aula expositiva sobre as origens do constitucionalismo na tradição inglesa. Aula 2 (26/03/2015). Aula expositiva sobre a formação dos sistemas constitucionais norteamericano e francês. Aula 3 (09/04/2015). Inglaterra: o governo misto e a constituição inglesa. Theodore F. T. Plucknett. A Concise History of the Common Law. Chapters 3 and 7, pages 20 a 26 e 48 a 64. Aula 4 (23/04/2015). Inglaterra: o Common Law e o papel dos juízes. Allen Dillard Boyer. Understanding, Authority and Will. Sir Edward Coke and the elizabethan origins of judicial review. José Acosta Sanches. Formación de la Constitución y Jurisdicción Constitucional. Capítulo 1, páginas 35 a 46. Aula 5 (07/05/2015). Estados Unidos: formação constitucional norte-americana. Jason S. Crye. Ancient Constitutionalism: Sir Edward Coke s contribution to the anglo-american legal tradition. Gilberto Bercovici. Soberania e Constituição. Capítulo 3.3, páginas 118 a 134. Thomas Jefferson. Escritos Políticos. Capítulo III, páginas 23 a 37. Aula 6 (21/05/2015). Estados Unidos: origem e fundamentos do judicial review. José Acosta Sanches. Formación de la Constitución y Jurisdicción Constitucional. Capítulos 3 e 4, páginas 73 a 126. Alexander Hamilton; James Madison; John Jay. O Federalista. Papers 78 e 81, páginas 457 a 463 e 473 a 481. Aula 7 (11/06/2015). França: teoria constitucional da Revolução Francesa.

4 Gerardo Pisarello. Un Largo Termidor. Capítulo 2.4, páginas 70 a 87. Alexis de Tocqueville. O Antigo Regime e a Revolução. Aula 8 (18/06/2015). Constitucionalismo no Século XIX. Gilberto Bercovici. Soberania e Constituição. Capítulo 4.1, páginas 158 a 177. Gerardo Pisarello. Un Largo Termidor. Capítulo 3, páginas 89 a 119. Aula 9 (02/07/2015). Kelsen e o Tribunal Constitucional. Hans Kelsen. A Garantia Jurisdicional da Constituição, p. 121 a 203. VI. AVALIAÇÃO Os alunos serão avaliados em dois momentos: 1. Na apresentação dos seminários, quando será considerada a versão inicial dos artigos, com ênfase para: domínio do tema; aprofundamento das reflexões; qualidade da pesquisa bibliográfica; clareza e correção da redação (peso: 50% na nota final). 2. Ao final do curso, pela análise da versão definitiva dos artigos, quando serão considerados: a incorporação de sugestões, críticas e reflexões surgidas nos debates em sala de aula; a evolução da qualidade do texto, quanto a aspectos formais e de conteúdo; a presença de referências a outros artigos desenvolvidos ao longo da disciplina; a capacidade de análise da temática e de diálogo com os autores referenciados (peso: 50% na nota final). O prazo para entrega da versão final dos artigos é de 15 (quinze) dias após o término das aulas. VII. BIBLIOGRAFIA BERCOVICI, Gilberto. Soberania e Constituição. Para uma crítica do constitucionalismo. São Paulo: Quartier Latin, BOYER, Allen Dillard. Understanding, Authority and Will. Sir Edward Coke and the elizabethan origins of judicial review. Boston College Law Review. Vol. 39, n. 1, CRYE, Jason S. Ancient Constitutionalism: Sir Edward Coke s contribution to the anglo-american legal

5 tradition. The Journal Jurisprudence. n. 235, JEFFERSON, Thomas. Escritos Políticos. in WEFFORT, Francisco (org.). Os Pensadores. São Paulo: Abril, HAMILTON, Alexander; MADISON, James; JAY, John. O Federalista. Belo Horizonte: Líder, KELSEN, Hans. A Garantia Jurisdicional da Constituição. in Jurisdição Constitucional. São Paulo: Martins Fontes, PISARELLO, Gerardo. Un Largo Termidor. La ofensiva del constitucionalismo antidemocrático. Madrid: Trotta, PLUCKNETT, Theodore F. T. A Concise History of the Common Law. Indianapolis: Liberty Fund, SANCHES, José Acosta. Formación de la Constitución y Jurisdicción Constitucional. Madrid: Tecnos, TOCQUEVILLE, Alexis de. O Antigo Regime e a Revolução. in WEFFORT, Francisco (org.). Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1973.