MULHERES MASTECTOMIZADAS: ASPECTOS PSICOSOCIAIS MASTECTOMIZED: PSYCHOSOCIAL ASPECTS
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- Roberto Veiga Bergler
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1 1 Resumo MULHERES MASTECTOMIZADAS: ASPECTOS PSICOSOCIAIS MASTECTOMIZED: PSYCHOSOCIAL ASPECTS SILVA, Gusmão Fernanda¹ SOUZA, Lindyara Thâmara² O câncer de mama tem sido o responsável pelos maiores índices de morbidade da mulher no mundo, tendo a mastectomia o tratamento mais importante e mais antigo. Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa de literatura de caráter qualitativa, com finalidade de identificar os sentimentos encarados pelas mulheres mastectomizadas por câncer de mama. O objeto de estudo dessa pesquisa foi os aspectos psicosociais em mulheres mastectomizada, com a pergunta de investigação quais os aspectos psicosociais relacionados com a mastectomia por câncer de mama em mulheres? e como objeto geral: Identificar os aspectos psicosociais relacionados a mulheres mastectomizadas. Encontrou como resultados da pesquisa a ansiedade, depressão, sexualidade afetada, autoimagem afetada. Conclui-se que as mulheres mastectomizadas apresentam muitas alterações psicologicas devido à mastectomia, sendo necessária uma intervenção multiprofissional para realizar um acolhimento humanizado para as mulheres e a familia. Palavras Chave: alterações psicosocias, câncer de mama, mulheres, mastectomia. Abstract Breast cancer has been responsible for the higher morbidity of women worldwide, with the most important treatment mastectomy and older. It is a narrative literature review of qualitative literature in character, aiming to identify the feelings faced by women who had undergone mastectomy for breast cancer. The object of this research was to study the psychosocial aspects in women with mastectomies, with the research question "what are the psychosocial aspects related to mastectomy for breast cancer in women?" And as general object: Identify the psychosocial aspects related to women with mastectomies. Found as search results to anxiety, depression, sexuality affected, self-image affected. We conclude that women with mastectomies have many psychological changes due to changes mastectomy, requiring a multidisciplinary intervention to perform a host humanized for women and the family. Key Word: psicosocias changes, breast cancer, women, mastectomy SILVA, Gusmão Fernanda- Pós graduanda em Enfermagem Oncologica da Atualiza Cursos.¹ SOUZA, Silva Lindyara Thâmara- Pós graduanda em Enfermagem Oncologica da Atualiza Cursos.²
2 2 INTRODUÇÃO De acordo com os dados do INCA (2012), o câncer de mama, dentre as neoplasias malignas, tem sido o responsável pelos maiores índices de morbidade no mundo, ficando atrás apenas do câncer de pele do tipo não melanoma, tornando-se uma das grandes preocupações em saúde pública, no que diz respeito à saúde da mulher. Tendo a mastectomia o tratamento primário e muitas vezes mais importante do tratamento. A mutilação relacionada à mastectomia favorece o surgimento de muitas questões na vida das mulheres, especialmente aquelas relacionadas à imagem corporal. Como a mulher percebe e lida com essa nova imagem, como isso afeta a sua existência apresenta-se como forma de inquietações para os profissionais que se propõem prestar uma assistência integral. Embora vários aspectos sobre os efeitos psicosociais do câncer sejam conhecidos, compreendemos que a experiência do câncer de mama é ampla e envolve diferentes momentos com significados distintos e com implicações na vida diária e nas relações entre a mulher e as pessoas do seu contexto social. Com isso podemos afirmar que é fundamental para as equipes multiprofissionais oncologicas a identificação e descrição desses múltiplos sentimentos vivenciados por essas mulheres, porque a partir deles, podemos estar prestando uma assistência mais qualificada para superar as dificuldades que essas mulheres encontram após a mastectomia. Nesse trabalho o objeto de estudo é os aspectos psicosociais em mulheres mastectomizadas e a pergunta de investigação quais os aspectos psicosociais relacionados com a mastectomia por câncer de mama em mulheres? e como objeto geral: Identificar os aspectos psicosociais relacionados a mulheres mastectomizadas. Após a construção desse trabalho foi possível identificar as dificuldade encontradas pelas mulheres após a mastectomia, levando em consideração a multiplicidades dos aspectos psicosociais vivenciaram por elas.
3 3 METODOLOGIA Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa sobre os aspectos psicosociais das mulheres mastectomizadas, com uma abordagem de caráter qualitativo, que tem a finalidade de identificar os sentimentos encarados pelas mulheres mastectomizadas provenientes de câncer de mama. As buscas bibliográficas contemplaram as publicações dos últimos dez anos ( ). As referências encontradas estão disponíveis na base de dados Bireme, Scielo, Lilacs. Os descritores da pesquisa foram: Câncer de mama; aspectos psicosocias, mulheres. Foram encontrados 20 artigos no momento inicial da pesquisa, sendo utilizado apenas 06 para a elaboração do artigo. Selecionamos apenas artigos em língua portuguesa a partir do ano de 2000, que relatam sobre os aspectos psicosocias vivenciados pelas mulheres mastectomizadas. Foram excluídos os artigo anterior a 2000, que não relatam os aspectos psicosociais das mulheres mastectomizadas e que não estejam em língua portuguesa. Os dados foram analisados de forma descritiva, sendo a analise dos dados o núcleo central da pesquisa. Foi realizada uma leitura previa dos trabalhos publicados sobre o tema, selecionando os que apresentam informações relevantes. A leitura do material utilizado foi realizada tomando por base os relatos das dificuldades e sentimento encontradas pelas mulheres após a mastectomia. RESULTADOS E DISCUSSÃO ALTERAÇÕES PSICOSOCIAIS DA MASTECTOMIA A partir da análise dos 6 artigos incluídos nessa pesquisa, possibilitou afirmar que essas mulheres e as famílias, apresentam: sexualidade afetada, alterações familiares, autoestima alterada, ansiedade e depressão. Dois artigos falam sobre as alterações familiares.
4 4 Conforme Melo, Silva e Fernandes (2005), a família com um portador de câncer, particularmente de mama, requer maior atenção, em virtude do caráter crônico e da gravidade de que se reveste a doença, além do significado social e impacto psicossocial que representa para a mulher e seus familiares. A situação da doença e da mastectomia pode afetar os relacionamentos interpessoais na família, visto que diante de todo o processo da doença, ocorrem alterações de ordem física, emocional e social na vida da mulher, as quais se estendem aos familiares. Conforme Vieira, Lopes e Shimo (2007, apud Gomes R, Skaba MMVF, Vieira RJS, 2002), o tratamento do câncer feminino precisa ser encarado de forma positiva. É preciso que as representações envolvidas no câncer sejam reformuladas, de forma que ao se defrontar com a doença, a mulher consiga compreender que existem tratamentos eficazes para isto, e que pode ter a sua qualidade de vida de forma satisfatória. O que acontece é que o diagnóstico está diretamente associado a sentimentos de punição, e isto, faz com que esta só pense nos aspectos negativos diretamente relacionados ao câncer de mama. De acordo com os autores citados acima pode-se perceber a veracidade das alterações psicosocias que o câncer de mama pode causa as famílias e ao portador, pois além de sua malignidade patológica, tem uma repercussão absoluta nas alterações psicosocias das mulheres, afetando toda sua estrutura familiar. É interessante que os familiares de uma mulher com câncer receba todo um suporte psicosocial para que juntos consigam atravessar essa passagem, já que a estrutura familiar esta diretamente envolvida nesse processo. Ansiedade e depressão são as alterações psicológicas que foram citadas em todos os artigos, já que o processo de adoecer com câncer de mama tem uma relação direta com o psicológico. Diversas pesquisas descrevem que ansiedade e depressão estão entre os problemas psicológicos mais frequentes entre as pacientes com câncer, verificaram que 20% - 30% das pacientes com câncer de mama têm
5 5 ansiedade, depressão e baixa auto-estima em algum momento após o diagnóstico. (EPPING-JORDAN ET AL. 1999, APUD VENÂNCIO, 2004). Epping-Jordan et al. (1999, apud Venâncio, 2004) apontam fatores que podem estar associados com ansiedade e depressão durante o câncer de mama. Esses fatores são: variáveis demográficas, idade, nível educacional, estágio da doença, temperamento (otimista ou pessimista), respostas ao estresse e estratégias de confrontação com a doença. Diante das pesquisas citadas pelos autores acima, pode-se concluir que a mulher mastectomizada é vitima de muitos sofrimentos, como: ansiedade, depressão, baixa autoestima, rejeição social e sexual. São vedadas por muitos sentimentos negativos que acabam dificultando as respostas positivas do tratamento. Três dos artigos trazem a questão da sexualidade, sendo considerada um dos fatores com maior impacto na vida das mulheres, consequente na maioria das vezes autoimagem destruída, causada pela mastectomia. De acordo com venâncio (2004), pode-se afirmar que um medo muito frequente entre as pacientes mastectomizadas é o de não ser mais atraente sexualmente. Dessa forma, a presença do companheiro na reestruturação de sua integridade é fundamental. Porém, percebe-se que certas mulheres se afastam dos seus parceiros nesse momento, passando até a evitar contatos sexuais. Conforme o estudo do autor citado acima e da assistência de enfermagem diariamente com mulheres mastectomizadas, pode-se afirmar que a sexualidade é a necessidade humana básica mais afetada, pois envolve o parceiro que muitas vezes reduz sua atração sexual pela parceira por achar que a mesma não pode ter relações sexuais diante aquela situação ou até mesmo uma consequência da baixa autoestima dessas mulheres.
6 6 Num espaço de acolhimento e escuta o terapêuta deve sempre trabalhar com a realidade. Quanto mais informado o paciente estiver de sua doença, maior será a sua capacidade de enfrentar o adoecer e mais confiança terá na equipe. Pacientes bem informados reagem melhor ao tratamento. Dessa forma, a equipe deve preocupar-se em falar numa linguagem acessível ao paciente e sempre checar se as informações e orientações dadas pela equipe foram efetivamente compreendidas. (VENANCIO, 2004) De acordo Melo, Silva e Fernandes (2005), é importante que a enfermagem desenvolva estratégias de atenção, enfocando o cuidado junto à família, contribuindo para o cuidado individual de cada um. Com isso se oportuniza o aperfeiçoamento na assistência a essa clientela, pois a saúde individual está intrinsecamente relacionada à saúde familiar, representando um fator importante na prática profissional. As citações dos autores acima reforçam a importância do acolhimento não só das mulheres submetidas à mastectomia, mas toda a sua família, a fim de esclarecer duvidas do tratamento, o significado da mastectomia e orienta-las que esse efeito pode ser passageiro, já que o Sistema Único de Saúde disponibiliza prótese de silicone; preparar a família para receber essa mulher; orientar o esposo sobre o procedimento e a alternativa de melhora; convidar a mulher para participar de rodas de discussão com outras mulheres já mastectomizadas. CONCLUSÃO Após o estudo sobre as alterações psicosociais vivenciadas pelas mulheres que são submetidas à mastectomia, identificou-se que elas expressão sentimentos negativos, como autoestima reduzida, alterações do seio familiar, autoimagem destruída, ansiedade, depressão, sexualidade afetada. Não foram encontradas nos artigos avaliados alterações relacionadas às atividades profissionais dessas mulheres, essa pode ser uma alteração que merece ser pesquisada profundamente, pois de acordo com os artigos e o contato direto
7 7 com mulheres pós mastectomia percebe-se o quanto a vida dessa mulheres sofrem modificações. E necessário algumas estratégias para minimizar o sofrimento vivenciado por essas mulheres, como um acolhimento humanizado para elas e suas famílias, desde o diagnostico até o procedimento, trabalhando com a veracidade das informações, encorajando-a ao tratamento, mostrando a perspectiva de cura quando houver e as alternativas paliativas quando necessário. A enfermagem pode estar desenvolvendo estratégias de atenção enfocando o cuidado junto à família, contribuindo com o apoio coletivo já que cada membro da família tem um significado, uma representação, até porque a saúde individual esta intrinsecamente relacionada com a saúde familiar o que facilita o tratamento da mulher mastectomizada. A criação das redes sociais para que as mulheres mastectomizadas tenham seu espaço de discussão para troca de experiência com outras mulheres que vivenciaram essa mesma situação. Paralela às redes sociais das mulheres acometidas ao tratamento a criação de redes sócias com acolhimento da equipe multiprofissional das famílias que também são vitimas desse processo de adoecimento de um câncer, com a finalidade de esclarecerem duvidas e um acolhimento mais humanizado. REFERENCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa e Incidência do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA. Disponível em: < Acesso em: 01 de abril de BERGAMASCO RB, ANGELO M. O sofrimento de descobrir-se com câncer de mama: como o diagnóstico é experienciado pela mulher. Revista Brasileira de Cancerologia. 2001; 47(3): Disponível: <
8 8 Acesso em: 22 de abril de FERREIRA, Maria de Lourdes da Silva Marques; MAMEDE, Marli Villela. Representação do corpo na relação consigo mesma após mastectomia. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 11, n. 3, jun Disponível em < lng=pt&nrm=iso>. Acesso em : 11 de abril GOMES. (1987). Manual de oncologia básica. Campinas: Revinter GUYTON, A.C; HALL, J.E. Tratado De Fisiologia Médica.10 Ed. Rj : Guanabara Koogan, Acesso em: 24 de abril de MELO EM, SILVA RM, FERNANDES AFC. O relacionamento familiar após a mastectomia: um enfoque no modo de interdependência de Roy*. Revista Brasileira de Cancerologia. v.01, p , Disponível: < Acesso em: 24 de abril de SILVA, Lucia Cecília. Câncer de mama e sofrimento psicológico: Aspectos relacionados ao feminino. Psicologia em Estudo. Maringá, v. 13, n. 2, p , abr./jun Disponível< >. Acesso em 26 de abril de VIEIRA CP; LOPES MHBM; SHIMO AKK. Sentimentos e experiências na vida das mulheres com câncer de mama. Revista Escola de Enfermagem da USP, Araras, v. 1. p Disponível em:< >. Acesso em: 24 de abril de VENÂNCIO, Juliana Lima. Importância da Atuação do Psicólogo no Tratamento de Mulheres com Câncer de Mama. Revista Brasileira de Cancerologia, 2004; p Disponível< >.Acesso: 26 de abril de 2012.
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