Indicadores de Autonomia: identificando a desigualdade de gênero na trajetória sexual e reprodutiva de mulheres jovens em diferentes classes sociais

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1 Indicadores de Autonomia: identificando a desigualdade de gênero na trajetória sexual e reprodutiva de mulheres jovens em diferentes classes sociais Alessandra Sampaio Chacham 1 Mônica Bara Maia 2 Malco Braga Camargos 3 Palavras-chave: Gênero, Autonomia, Indicadores, Juventude, Classe, Raça. Resumo Nossa pesquisa objetiva analisar o impacto da desigualdade de gênero sobre a autonomia e a capacidade de tomar decisões da mulher jovem em diferentes esferas de sua vida. Mais especificamente, investigar como a falta de autonomia, em suas diferentes dimensões, influencia na trajetória sexual e reprodutiva de jovens de diferentes classes sociais. Para isso recorremos à construção de indicadores de autonomia que nos permitissem avaliar o impacto e a permanência das desigualdades de gênero em diferentes esferas, a partir de dados provenientes de uma pesquisa realizada na região centro-sul da cidade de Belo Horizonte. A pesquisa consistiu em um levantamento tipo survey no qual foram entrevistadas 292 mulheres jovens e adolescentes, entre 15 e 24 anos de idade, residentes em bairros da região centro-sul da cidade, e 356 mulheres da mesma faixa etária moradoras nas favelas da mesma regional. Os resultados indicam uma associação significativa entre a prevalência da gravidez na adolescência entre jovens dos dois grupos entrevistados com alguns indicadores de autonomia, particularmente para aqueles relacionados com o controle e/ou a violência por parte do parceiro, com a esfera da sexualidade e com a autonomia no âmbito financeiro. Os resultados indicam que relações de gênero desiguais parecem influenciar diretamente a probabilidade da gravidez na adolescência tanto entre as jovens de classe média residentes em bairros da zona sul quanto entre jovens de camadas populares residentes na favelas da mesma região, ainda que a magnitude do fenômeno seja diferenciada por classe social. Trabalho apresentado no Seminário: Avanços e desafios no uso do conceito de gênero nos estudos populacionais, realizado no Rio de Janeiro/RJ, Brasil, de 22 de outubro a 23 de outubro de Professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. 2 Mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. 3 Professor do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

2 Indicadores de Autonomia: identificando a desigualdade de gênero na trajetória sexual e reprodutiva de mulheres jovens em diferentes classes sociais 4 Alessandra Sampaio Chacham Mônica Bara Maia Malco Braga Camargos Introdução Nossa pesquisa objetivou analisar o impacto da desigualdade de gênero sobre a autonomia e a capacidade de tomar decisões da mulher jovem, em diferentes esferas de sua vida. Mais especificamente, investigar como a falta de autonomia, em suas diferentes dimensões, se relaciona com a trajetória sexual e reprodutiva da jovem. Gênero é entendido aqui como uma construção cultural que permite refletir sobre o fato de que as diferenças entre os sexos são produzidas e possuem historicidade, variando de acordo com contextos sociais. O conceito de gênero expõe as assimetrias e as hierarquias dentro das relações entre homens e mulheres ao incorporar a dimensão do poder (Scott, 1991). Ao longo da história, em diferentes sociedades, a disparidade no acesso ao poder entre homens e mulheres nas várias esferas da vida social trouxe como conseqüência uma situação de maior subordinação e vulnerabilidade das mulheres tanto no âmbito público quanto no privado. Por outro lado, é importante apontar que nossa pesquisa preocupou-se em pensar o gênero a partir de uma perspectiva relacional (Jayme, Neves, Chacham, 2009), na qual atentamos tanto para a relação entre masculino e feminino como para as diferenças nas constituições de masculinidades e feminilidades, de acordo com outras formas de diferenciação social (no nosso caso, melhor dizer, desigualdades) tais como classe, raça e geração. Que fique claro que aqui não estamos minimizando o fato em nossa sociedade há uma assimetria histórica entre homens e mulheres, mas sim argumentando que os discursos de gênero sempre atravessam outras relações sociais (Moore, 1994). Nesse sentido, o gênero não se refere a homens e mulheres como opostos fixos, antes, 4 Esse trabalho é resultado de pesquisa financiada pelo CNPq, pelo Fundo de Incentivo à Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e pelo Observatório da America Latina da Universidade de Miami. O grupo de pesquisadores responsáveis pela pesquisa é também composto pelas Professoras Magda de Almeida Neves e Juliana Jayme cuja colaboração foi fundamental na elaboração desse trabalho.

3 diz respeito à categorização de diferenças e desigualdades. A partir daí, as relações de assimetria e poder entre masculino e feminino se mantêm, mas não só. Ou seja, a diferença de gênero importa, mas em alguns contextos outras diferenças, como as produzidas por desigualdades de classe, geração ou raça estão interrelacionadas, podendo somar-se e/ou sobrepor-se à de gênero (Jayme, Neves e Chacham, 2009). Na nossa pesquisa seguimos uma estratégia de análise que nos possibilitou detalhar essa relação complexa entre o impacto da desigualdade das relações de gênero sobre a trajetória sexual e reprodutiva de jovens de diferentes classes sociais. Para tanto, recorremos à construção de indicadores de autonomia que possam avaliar o impacto e permanência das desigualdades de gênero, buscando ir além dos indicadores de renda, ocupação e educação tradicionalmente utilizados nas análises sobre esse fenômeno. O uso desses indicadores de autonomia tem se mostrado muito útil em pesquisas realizadas em diferentes países para mensurar, em sua extensão, o impacto da desigualdade de gênero, tanto em nível macro quanto micro de análise. Nesses trabalhos, a autonomia é definida como: "o nível de acesso aos, e o nível de controle da mulher sobre, recursos materiais (incluindo comida, renda, terra e outras formas de riqueza) e recursos sociais (incluindo conhecimento, poder e prestígio) dentro da família e da sociedade em geral" (Dixon, 1978). Basicamente, o conceito de autonomia reflete a extensão na qual a mulher pode exercer controle sobre suas próprias vidas dentro do âmbito familiar e ter acesso a participação no âmbito público, no mercado de trabalho e na vida política se desejar. Os indicadores para autonomia feminina são usados em referência, mas não exclusivamente, à capacidade da mulher tomar iniciativas e ações sem ter de pedir aprovação do parceiro (Casique, 2001). Pesquisas que trabalharam com indicadores de autonomia, em suas diferentes dimensões, encontraram evidências de que o aumento do controle das mulheres sobre suas próprias vidas e de seu acesso a recursos materiais e sociais têm sido fatores centrais para a melhoria da condição de vida e de saúde das mulheres e das crianças em numerosos países (Riley, 1997; Jejeebhoy, 1995; Mason, 1993, Das Gupta, 1999). No caso do Brasil especificamente, não são comuns estudos que utilizam variáveis relacionadas à autonomia e à capacidade de tomada de decisões da mulher, como indicadores de desigualdade de gênero, analisando seu impacto na trajetória de vida da mesma. Pesquisas utilizando-se dessas variáveis tendem a se concentrar em países da Ásia e da África. Entretanto, estudos recentes no México indicam sua adequação para dimensionar desigualdade nas relações de gênero na América Latina

4 (Casique, 2001). No trabalho de construção de indicadores de autonomia e na análise da interação entre eles, da presente pesquisa, partirmos de indicadores de diferentes dimensões da autonomia, previamente utilizados em pesquisas sobre o tema, realizadas em outros países. O desafio que se apresentou foi o de construir indicadores das diversas dimensões da autonomia que façam sentido dentro do contexto de vida das mulheres pertencentes às classes populares e médias urbanas no Brasil. Outra questão que emerge ao se analisar as pesquisas que utilizaram de indicadores de autonomia: poucos estudos se concentram especificamente sobre a questão da autonomia e da capacidade de tomar decisões da mulher jovem/adolescente dentro do domicílio. Apesar disso, há evidências suficientes para que esse grupo mereça um estudo diferenciado de mulheres em outras faixas etárias devido à sua situação específica de vulnerabilidade, num período da vida onde muitas vezes ocorre, de modo quase simultâneo, a iniciação sexual, a entrada em uniões conjugais e o início da vida reprodutiva da jovem. Gage (2000) observa que, em contextos marcados por relações desiguais de gênero, a habilidade das adolescentes em negociar com seus parceiros quando o sexo vai ocorrer e quando os preservativos e os métodos contraceptivos serão usados é significativamente diminuída. No caso específico do Brasil, essa vulnerabilidade pode ser identificada no fato de o único grupo etário no qual a incidência do número de infecções pelo HIV é maior entre o sexo feminino do que o masculino seja o de jovens entre 13 e 19 anos (MS, 2008). O aumento da proporção de mães adolescentes nas taxas de fecundidade (apontada pela PNDS de 2006) também pode ser considerado outro indicador da especificidade da situação da mulher jovem no país. Não queremos obviamente assumir aqui uma postura de pânico moral em relação à gravidez da adolescência, pois nem sempre essa é indesejada ou mesmo vista como problemática pela jovem. Contudo, na tentativa de relativizarmos essa questão não podemos ignorar que entre adolescentes existe uma grande incidência de gravidezes não-planejadas, e mais ainda, que se trata de um fenômeno dominado pelas jovens socioeconomicamente desfavorecidas (Bassi, 2008, p.9). A desigualdade de classe determina tanto a prevalência quanto as conseqüências de uma gravidez na vida da jovem. Por exemplo, na pesquisa GRAVAD, observou-se uma associação inversa da ocorrência de gravidez na adolescência com a inserção no mercado de trabalho, sendo a gravidez mais freqüente entre as que não estavam trabalhando por ocasião da entrevista e as de menor escolaridade (Aquino et al., 2003).

5 Ainda que não possamos falar em uma relação direta de causa e efeito, do mesmo modo que sua incidência varia entre classes sociais, sem dúvida alguma a experiência da maternidade precoce, e as suas conseqüências, também são vividas de maneiras distintas por jovens de diferentes classes sociais (Heilborn et al., 2006). Nas camadas mais pobres da população, a maternidade na adolescência tende a ter um impacto negativo na trajetória escolar e profissional da jovem (Chacham et al., 2007). Resultados de uma pesquisa anterior na realizada em uma região de favela, o Taquaril, em Belo Horizonte apontaram para essa relação entre menor escolarização e gravidez na adolescência entre jovens de baixa renda (Chacham et al., 2007). Nesse trabalho também foram utilizados diferentes indicadores de autonomia relacionados à desigualdade de gênero, indicam uma correlação positiva entre maior autonomia da mulher jovem em diferentes esferas com uma menor vulnerabilidade na sua trajetória sexual e reprodutiva (em relação a probabilidade do uso de camisinha e de se evitar a gravidez não planejada) e também com uma maior probabilidade de escolarização e de uma inserção qualificada no mercado de trabalho, o que nos inspirou a dar prosseguimento a essa linha de análise que sustenta a pesquisa cujo resultados apresentamos a seguir. Desenho da Pesquisa e Métodos Dentro do previsto pelo nosso projeto, foram realizadas duas pesquisas tipo survey na região centro-sul de Belo Horizonte entre janeiro e dezembro de Essa região foi escolhida por concentrar, em uma mesma área geográfica, tanto bairros com IDH mais altos quanto as maiores favelas da cidade. Na primeira pesquisa foram entrevistadas 292 mulheres jovens e adolescentes (entre 15 e 24 anos de idade) moradoras de bairros de classe média e classe média-alta da região centro-sul de Belo Horizonte, entre os meses de fevereiro e setembro de Na segunda pesquisa foram entrevistadas 356 mulheres jovens e adolescentes (entre 15 e 24 anos de idade) moradoras de favelas (Aglomerado da Serra, Barragem, Papagaio, Acaba Mundo e Querosene) localizadas na mesma região da cidade. Essa segunda pesquisa transcorreu entre setembro de 2007 e janeiro de O tamanho da amostra foi calculado a partir de uma estimativa da prevalência da gravidez na adolescência para os dois grupos. Nossa pesquisa anterior no Taquaril, uma favela da região Leste de Belo Horizonte, encontrou uma prevalência de gravidez na

6 adolescência de 38%, em 2005 (Chacham et al., 2007). Os dados do SINASC de 2005 apontam para uma prevalência de 3% de partos entre adolescentes (jovens de até 19 anos) que tiveram filho em hospitais privados em Belo Horizonte. Esses percentuais foram utilizados como parâmetros da prevalência de gravidez na adolescência esperada nos dois grupos. Para calcular a amostra foi utilizada a equação para amostra probabilística randomizada com nível de significância de 5% para o total da população de mulheres entre 15 e 24 anos morando nas duas regiões de acordo com os dados do Censo de Quarenta setores normais (bairros) censitários e trinta setores censitários subnormais (favelas) foram sorteados e foi realizada uma contagem do número de mulheres entre 15 e 24 anos residentes naquele setor. A partir da contagem foi elaborada uma lista com a idade e o endereço das jovens e foram sorteadas entre 12 a 15 jovens por setor para serem entrevistadas. Foram entrevistadas em média de seis a nove jovens por setor de classe média (bairros) e entre doze a quinze jovens nos setores subnormais (favelas). Não houve reposição das jovens selecionadas para compor a amostra. Contudo, no caso das jovens de classe média, devido ao fato que a informação sobre a idade da jovem ter sido, muitas vezes, fornecida por terceiros (como empregados da casa e porteiros de prédios), houve alguns erros na atribuição da idade, sendo que jovens mais jovens ou mais velhas do que a faixa etária alvo da pesquisa foram equivocadamente sorteadas. Somente nesses casos as jovens foram substituídas por outras selecionadas aleatoriamente a partir da lista da contagem. Na classe média (bairros) a maior dificuldade encontrada no campo foi a recusa da jovem em participar da pesquisa, ou dos pais em permitir que a filha participasse, além de uma grande dificuldade em encontrar as mesmas em casa ou com horário disponível para conceder a entrevista. Já nas favelas não houve esse tipo de dificuldade, mas houve períodos nos quais a pesquisa teve de ser suspensa devido a tensão causada por disputas entre diferentes grupos de traficantes e a polícia. Para a entrevista, cada jovem foi contatada em casa e, após consentir em participar da pesquisa, ela (ou os responsáveis, no caso das menores de 18 anos) assinou um documento de consentimento informado (a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais). As entrevistas foram realizadas no local escolhido pela entrevistada e duravam, em média, uma hora. As entrevistadoras eram graduadas ou estudantes de graduação de Ciências Sociais, treinadas e supervisionadas pelo grupo de pesquisadoras que checaram e codificaram o

7 questionário. Vinte por cento de todos os questionários preenchidos por cada entrevistadoras foram checados direto com a entrevistada a partir da confirmação de algumas perguntas consideradas chave. Após a checagem de cada questionário por um membro da equipe, as respostas para as questões abertas e fechadas do questionário foram codificadas, inseridas no banco de dados e analisadas por meio do Statistical Programme for Social Sciences (SPSS 11.5). O teste do chi-quadrado foi aplicado e as correlações foram aceitas quando eram próximas ou menores do que 5. O questionário aplicado foi baseado em um modelo de questionário anterior, usado na pesquisa Taquaril (Chacham et al. 2007) cujos indicadores de autonomia foram inspirados pelo trabalho de Jejeebhoy (2000), no qual cinco dimensões de autonomia (e seus respectivos indicadores) foram identificadas: a autoridade para tomar decisões econômicas e relacionadas com os filhos; mobilidade; ausência de ameaça do companheiro; acesso e controle de recursos econômicos. Em relação ao questionário anterior, algumas perguntas foram eliminadas ou reescritas baseando-se na análise dos dados produzidos pela pesquisa anterior e refletindo os objetivos da atual pesquisa. Outras questões referentes a participação no mercado de trabalho e sobre a autonomia e divisão de trabalho na esfera doméstica foram incorporadas ao questionário a partir do modelo de questionário utilizado por Araújo e Scalon (2005) na pesquisa Gênero, Família e Trabalho no Brasil. No questionário as seguintes variáveis foram utilizadas como indicadores das diferentes dimensões de autonomia: QUADRO 1 Área de autonomia Variáveis utilizadas no estudo Sexualidade Se desejava a primeira relação sexual; se conversou com o parceiro sobre evitar filhos na primeira relação sexual; se gosta da relação sexual; se o companheiro participa das decisões preventivas; se tem dificuldade em propor o uso da camisinha ao parceiro; se o parceiro já recusou uso da camisinha; se conseguiria evitar ou interromper uma relação sexual, caso quisesse. Mobilidade e acesso a recursos Lugares onde a mulher pode ir sozinha (centro de saúde, sociais centros comunitários, casa de amigos e parentes, shopping ou outra cidade); se tem atividades de lazer; se tem acesso a TV, rádio ou livros; se tem a chave de casa; se tem hora marcada para chegar em casa; se pode sair/ escolher os amigos; se pode Acesso e controle sobre recursos econômicos Autoridade relacionada com a usar a roupa que quiser. Se tem trabalho remunerado e se controla como seu dinheiro e/ou o dinheiro da casa será gasto; no caso de não ter trabalho, se tem alguma fonte de renda; se tem liberdade para comprar objeto de uso pessoal; sem tem conta bancária. Se tem o poder de decidir sobre questões como disciplina, o

8 tomada de decisões sobre os filhos/ divisão de trabalho doméstico Liberdade de ameaças que fazer se a criança adoece, até que idade os filhos irão estudar e que tipo de escola irão freqüentar; quem cuida das crianças; quem é o principal responsável pelas tarefas domésticas e pelos cuidados cotidianos com as crianças. Se teme, ou foi exposta a, violência física, psicológica ou sexual ou outro abuso por parte do parceiro ou parente; se já viu a mãe ser vítima de violência doméstica; se sente que pode evitar ou interromper a relação sexual, se quiser; se pode demandar o uso do preservativo com segurança. Resultados Perfil econômico e social das entrevistadas As jovens entrevistadas, apesar de residirem na mesma região da cidade (Centro- Sul), apresentaram uma situação socioeconômica bastante heterogênea quando se comparou as moradoras dos bairros e moradoras das favelas. Na favela, a renda mensal de mais de 60% dos domicílios ficou concentrada entre um a três salários mínimos (com uma renda média de R$863,00), o que denota condições materiais bastante precárias, o que significa uma renda de um mais de um quarto do salário mínimo per capita, tendo em vista que foi encontrada uma média de sete moradores por domicílio. Nos bairros, a maioria das respondentes declarou uma renda familiar mensal em média de R$ Como o número médio de moradores por domicílio encontrado nesse grupo foi quatro, a renda per capita mensal foi de R$1.900, revelando o abismo econômico entre as adolescentes e jovens moradoras dos bairros e das favelas. Quanto à chefia da família, a maioria das moradoras dos bairros (51%) declarou que o pai era o chefe da família, contra 31% das jovens residentes em favelas. Já o inverso ocorre quanto à declaração de que a mãe era chefe da família, com 34% das moradoras das favelas declarando que a mãe era a responsável pelo domicílio contra 25% das moradoras dos bairros. Na favela, dada a maior ocorrência de casamento e união estável entre as jovens, foi encontrada uma proporção muito maior de situações nas quais o companheiro da entrevistada era o chefe da família (35% das jovens entre 20 e 24 anos, moradoras das favelas). A declaração de que a própria entrevistada era a

9 chefe da família ocorreu apenas em 0,7% das moradoras dos bairros e 4,5% das moradoras das favelas. Em relação ao estado civil, apenas 1,7% das moradoras dos bairros estavam casadas ou unidas no momento da entrevista. Entre as moradoras das favelas, apesar de a maioria ser solteira (75%), havia uma proporção muito maior de mulheres que estavam ou estiveram em uma união estável (34% do total), sendo que no momento da entrevista 17% estavam unidas, 6% estavam casadas, 2% eram separadas ou divorciadas; houve até o caso de uma jovem viúva. A grande proporção de jovens que declarou ser parda ou preta entre as residentes nas favelas (86%), em comparação a maioria de jovens de classe média que se declaram brancas (69%), é outro forte indicativo do nível de desigualdade social, dada a correlação entre pobreza e raça no Brasil, com a grande maioria da população negra vivendo abaixo da linha da pobreza. Outro ponto significativo de diferenciação entre esses dois grupos é a predominância das religiões evangélicas ou pentecostais entre as jovens da favela (43%), que já superaram a católica (37%) em número de adeptos nas favelas pesquisadas. Entre as jovens de classe média, o número de adeptas da religião católica continua ser expressivo (61%), apesar de um grande número de jovens terem se declarado sem religião (32%) e da religião espírita aparecer em segundo lugar (7%) como religião declarada. Com relação à escolaridade, a maioria absoluta (98%) das adolescentes de 15 à 19 anos de classe média estava estudando, enquanto que mais de 30% das adolescentes residentes em favelas já havia parado de estudar. Entre elas, 34% haviam parado por ter engravidado e/ou para cuidarem dos filhos. Contudo, uma proporção significativa delas (29%) parou porque não gostava de estudar, dado que sugere uma baixa qualidade do ensino oferecido na região. Os resultados também indicam que o segundo grau é o limite da escolarização das jovens moradoras das favelas, ou seja, elas não conseguem acessar o ensino superior. Entre as adolescentes de 15 a 19 anos, 32% das moradoras dos bairros já possuíam 2º grau completo e 17,5% já estavam na universidade; entre as adolescentes da mesma faixa etária moradoras das favelas, apenas 9% possuíam o 2º grau completo e nenhuma estava na universidade. Entre as jovens entre 20 e 24 anos residentes em bairros, 70% estava cursando ou já tinha completado um curso superior, enquanto que apenas 3% das jovens residentes em favelas estavam na universidade, apesar de que 34% delas já tinham concluído o segundo grau.

10 Com relação à inserção das entrevistadas no mercado de trabalho observou-se que as moradoras das favelas ingressam mais precocemente no mercado de trabalho. Assim, 25% das adolescentes moradoras das favelas entre 15 e 19 anos já exerciam algum trabalho remunerado, contra 14% das adolescentes moradoras dos bairros da mesma faixa etária. A proporção de jovens entre 20 e 24 anos exercendo atividade remunerada era a mesma tanto entre moradoras dos bairros quanto as das favelas, em torno de 50%. Entretanto, entre as moradoras dos bairros o rendimento médio mensal ficava em R$ 700, predominando como ocupação o estágio do ensino superior (47%), enquanto que entre as moradoras das favelas o rendimento médio mensal foi de R$ 330, predominavam comerciárias (56%) e trabalhadoras domésticas (24%). Observa-se claramente uma concentração das jovens residentes em favelas em empregos no setor de serviços de baixa qualificação, caracterizados por baixo salários, relações precárias de trabalho, baixa estabilidade no emprego e poucas chances de ascensão profissional. Considerando que 34% das jovens entre 20 e 24 anos residentes em favelas (e 40% do total) já haviam completado o segundo grau, isso evidencia a limitação desse diploma em promover uma inclusão mais qualificada no mercado de trabalho. Determinantes do comportamento sexual e reprodutivo A TABELA 1 apresenta os dados relativos à experiência sexual e reprodutiva das adolescentes e mulheres jovens entrevistadas, de acordo com o local da residência: bairros ou favelas da região centro-sul de Belo Horizonte. Segundo os dados, as moradoras da favela começaram sua vida sexual e reprodutiva mais cedo do que as moradoras dos bairros. A primeira relação ocorreu em média antes dos 16 anos de idade, em torno de um ano mais cedo do que as jovens residentes nos bairros de classe média e a primeira gravidez em torno dos dezessete anos de idade. Enquanto a probabilidade de já ter tido sexo é praticamente a mesma para os dois grupos, as chances das jovens residentes em favelas já terem engravidado é aproximadamente quinze vezes maior e a de uma gravidez antes dos vinte anos é dezoito vezes maior comparada com as jovens de classe média.

11 TABELA 1 Comportamento sexual e reprodutivo das adolescentes e mulheres jovens moradoras dos bairros e das favelas da Região Centro-Sul, segundo faixa etária. Belo Horizonte, BAIRRO FAVELA N=292 N=356 Comportamento sexual e Grupo etário Grupo etário reprodutivo 1 15 a a a a 24 Experiência sexual e gravidez Fez sexo e ficou grávida Fez sexo e não ficou grávida Nunca fez sexo Idade mediana na 1º relação (em anos) Idade da primeira relação sexual 1 Até 14 anos De 15 a 18 anos Acima de 18 anos Nunca teve relação sexual 1,5 44,5 54,0 5,8 84,6 9,6 20,3 29,6 50,2 62,7 26,7 10, , ,3 38,7 54,0 Usou preservativo na primeira relação 88,7 87,9 77,7 64,9 Usou preservativo na última relação 66,1 47,5 50,5 39,6 Idade mediana na 1º gravidez (em anos) 17 19, Deseja a primeira gravidez 5 28,6 41,9 Usava contraceptivo quando engravidou a primeira vez 22,2 77,8 Idade da primeira gravidez 1 Até 14 anos De 15 a 18 anos Acima de 18 anos Nunca engravidaram 1,5-98,5 1,9 3,8 94,2 4,3 15,0 1,0 79,7 2,7 35,3 24,7 37,3 ¹ Correlação significativa com p-valor = 5 O uso da camisinha na primeira relação foi significativo entre os dois grupos, com 88% das jovens residentes em bairros declarando ter usado preservativo na primeira relação e 70,5% das jovens residentes em favelas. Nos dois grupos se observa uma queda no uso da camisinha com 53% das jovens dos bairros e 44% das jovens residentes em favelas tendo declarado seu uso nessa ocasião. A diminuição do uso da camisinha coincide com a entrada da jovem em relações amorosas estáveis, conjugais ou não, nas quais o preservativo é substituído por outros métodos contraceptivos. Os resultados também indicam que as jovens de classe média fazem um uso mais sistemático e eficaz dos métodos contraceptivos (quando não usam mais o preservativo) pois apenas 4% das sexualmente ativas declararam ter ficado grávida alguma vez, sendo que apenas 1,7% ficaram grávidas antes dos 20 anos. Já entre as jovens sexualmente ativas residentes em favelas, 57% já ficaram grávidas pelo menos uma vez, sendo que, entre essas, 80% tiveram a primeira gravidez antes dos 20 anos de idade. A prevalência da gravidez na adolescência foi de 31% entre as jovens residentes em favelas. Principalmente entre as jovens de 15 a 19 anos a grande maioria dessas 4,5 53,2 33,3 9,0 16,4 33,3 50,2 17,3 55,3 16,7 10,7

12 gravidezes não foram desejadas apesar de também não terem sido evitadas: mais de 70% declarou que não queria a primeira gravidez, contudo, 78% não estava usando nenhum contraceptivo quando engravidou. Nessa análise da trajetória sexual e reprodutiva das jovens, buscamos identificar primeiramente quais os fatores socioeconômicos impactam na diferença da trajetória sexual e reprodutiva das adolescentes e jovens moradoras das favelas e dos bairros (dados não apresentados). Considerando as adolescentes entre 15 e 19 anos já fizeram sexo tanto as que ficaram grávidas quanto as que não ficaram grávidas, é mais provável que morem em casas chefiadas pela mãe. Já entre as adolescentes da mesma faixa etária que nunca fizeram sexo, é mais provável que elas morem em casas chefiadas pelo pai. Para as adolescentes, enquanto morar com o pai é um fator que adia a iniciação sexual, enquanto que morar só com mãe diminui a probabilidade das sexualmente ativas ficarem grávidas, possivelmente em função de uma atitude menos conservadora da mãe na educação sexual da filha. Considerando as jovens entre 20 e 24 anos que já fizeram sexo e ficaram grávidas, é mais provável que elas morem em casas chefiadas pelo companheiro. Já entre as jovens da mesma faixa etária que fizeram sexo e nunca ficaram grávidas, é mais provável que elas tenham até segundo grau completo e morem em casas chefiadas pelo pai, da mesma forma que as que nunca fizeram sexo. A religião não mostrou ter nenhuma influência na probabilidade das jovens residentes em favelas terem tido sexo ou mesmo de terem engravido antes dos 19 anos de idade. Entre as moradoras dos bairros, as jovens evangélicas declararam com menor frequência já terem tido relações sexuais em comparação com as católicas e as sem religião. Também não encontramos nenhum diferencial segundo a cor declarada pelas jovens. De modo geral, comparando as jovens residentes em favelas e bairros que já tiveram filhos, principalmente as que tiveram a primeira gravidez antes dos 19 anos, essas tinham menor escolaridade do que as jovens que nunca engravidaram em ambos os grupos, assim como menor renda familiar. Entre as jovens residentes em favelas, a que ficaram grávidas na adolescência tinham maior chance de estar fora da escola, de estar casada/unida e de estar trabalhando no momento em que a pesquisa foi realizada. As jovens que ficaram grávidas após os 18 anos tinham maior probabilidade de se declarar como dona de casa enquanto que as jovens que tiveram filhos até os 18 anos

13 tinham maior probabilidade de terem largado escola e/ou emprego para cuidar dos filhos e de trabalharem como empregadas domésticas. Em relação a probabilidade do uso da camisinha na primeira relação, nem renda, nem educação, nem cor ou religião tiveram influência significativa na probabilidade do uso. Somente entre as jovens residentes em favelas a idade teve impacto significativo, dado o aumento da probabilidade de uso entre as mais jovens. Em relação ao uso na última relação a variável com maior poder de predição do uso foi o estado civil, com as jovens casadas ou em uniões estáveis apresentando uma probabilidade muito menor de uso do preservativo. Indicadores de autonomia e o comportamento sexual e reprodutivo Ponto central de nossa pesquisa que passamos a discutir agora, é a análise da relação dos indicadores de autonomia com a experiência sexual e chance de gravidez entre as adolescentes e mulheres jovens pesquisadas, conforme mostrado na TABELA 2. Considerando as adolescentes e jovens pesquisadas que nunca fizeram sexo, observase que elas estão menos expostas à arbitrariedade de um companheiro nas suas decisões sobre roupas ou amigos/as, ao mesmo tempo em que elas estão sujeitas (até por serem mais jovens, em média) ao controle por parte dos pais, principalmente sobre a hora para chegarem em casa. As que fizeram sexo e ficaram grávidas antes dos 19 anos eram mais prováveis de se relacionarem ou de já terem se relacionado (a pergunta não se referia exclusivamente ao parceiro atual) com parceiros autoritários e violentos. As jovens que ficaram grávidas antes de completarem os 19 anos apresentaram maior probabilidade de terem sido vítima de violência física por parte de um parceiro, de terem sido proibidas por um parceiro (marido/companheiro ou namorado) de usar determinado tipo de roupa, e/ou de ter algum amigo e/ou de terem a hora de chegar em casa determinada pelo parceiro. Essa relação entre parceiro controlador/violento e a maior probabilidade de gravidez na adolescência foi encontrada tanto entre jovens residentes nos bairros quanto entre as que moravam em favelas, e foi significativa para os dois grupos, independente do fato da jovem ter relatado obediência ou não à proibição. Entre as que fizeram sexo e nunca ficaram grávidas e as que ficaram grávidas depois dos 18 anos, é mais provável que ninguém as tenha proibido de usar algum tipo de roupa ou de ter amigos/as ou que determine a hora que elas chegam em casa. As

14 jovens que já fizeram sexo e nunca ficaram grávidas e as que ficaram após os 18 anos apresentaram probabilidade menor de terem sido vítimas de violência por parte de um parceiro do que as jovens que ficaram grávidas ainda na adolescência. Ou seja, observase uma relação entre a falta de autonomia na esfera da mobilidade (o que significa estar livre de controle e/ou violência por parte de um parceiro) e o início precoce da vida reprodutiva. TABELA 2 Indicadores de autonomia e comportamento sexual e reprodutivo das adolescentes e mulheres jovens moradoras dos bairros e favelas da Região Centro-Sul, Belo Horizonte, Indicadores de autonomia 1 Quem proibiu roupas Pais Companheiro Ninguém Quem proibiu amigos Pais/Parentes Companheiro Ninguém Quem determina hora Os pais Marido Ninguém Já foi agredida fisicamente por um parceiro Sim Não Nunca fez sexo N=89 23,9 76,1 7,9 7,9 84,3 62,5-37,5 Gravidez até 18 anos N= ¹ Correlação significativa com p-valor=5 ou menor BAIRRO N=292 Gravidez após 18 anos N=6 16,7 83,3 16,7 33, ,7 83,3 Nenhuma gravidez N=193 15,2 8,4 76,4 17,7 9,9 72,4 21,4-78,6 2,6 97,4 Nunca fez sexo N=89 27,7 4,2 68,1 28,0 3,4 68,6 64,4 35,6 10 Gravidez até 18 anos N=5 12,4 44,3 43,3 16,5 36,1 47,4 11,5 6,2 82,3 25,8 74,2 FAVELA N=356 Gravidez após 18 anos N=39 10,3 35,9 53,8 12,8 30,8 56,4 5,1 5,1 89,7 20,5 79,5 Nenhuma gravidez N=101 10,9 33,7 55,4 2 19,0 61,0 29,0 5,0 66,0 18,8 81,2 Outros indicadores usados como marcadores de autonomia na esfera da sexualidade (para as sexualmente ativas) foram relacionados com a probabilidade da gravidez na adolescência (TABELA 3): se conversou com o parceiro sobre contracepção antes da primeira relação sexual; a idade da jovem na primeira relação; se usou camisinha na primeira relação sexual; se usou na última relação sexual; e se teve algum parceiro que já se recusou a usar o preservativo. Não encontramos relação com outros indicadores de autonomia na esfera da sexualidade que se referiam diretamente a capacidade da jovem negociar o uso da camisinha e a probabilidade da gravidez na adolescência, entre eles: se a jovem se sentia confortável para demandar o uso do preservativo ou para interromper a relação para pedir que o parceiro coloque a

15 camisinha e se conseguiria interromper a última relação para pedir que o parceiro colocasse a camisinha. TABELA 3 Indicadores de autonomia e comportamento sexual e reprodutivo das adolescentes e mulheres jovens moradoras dos bairros e favelas da Região Centro-Sul, Belo Horizonte, Indicadores de autonomia Conversou com parceiro sobre contracepção antes da 1ª relação sexual² Sim Não Idade na 1º relação sexual 1 Até 14 anos De 15 a 18 anos 18 anos ou mais Usou camisinha na 1ª relação sexual² Sim Não Usou camisinha na última relação sexual 1 Sim Não Já propôs camisinha e parceiro recusou² Sim Não Gravidez até 18 anos N= BAIRRO N=292 Gravidez após 18 anos N=6 5 33, ,3 16,7 10 Nenhuma gravidez N=193 50,3 46,6 7,3 66,3 26,4 88,6 11,4 55,4 44, ,9 89,1 ¹ Correlação significativa com p-valor=5 ou menor ² Correlação significativa com p-valor=5 ou menor somente para as jovens residentes em favelas Gravidez até 18 anos N=97 39,6 59,4 34,0 64,9 1,0 56,7 43,3 32,0 68,0 29,9 70,1 FAVELA N=356 Gravidez após 18 anos N=39 53,8 46,2 12,8 61,5 25,6 74,4 25,6 41,0 59,0 46,2 53,8 Nenhuma gravidez N=101 64,4 35,6 21,8 64,4 13,9 82,2 17,8 57,4 42,6 21,8 78,2 Quanto menor a idade da jovem na primeira relação sexual, maior a probabilidade de ocorrer uma gravidez ainda na adolescência. Isso faz sentido se pensarmos que aumenta o tempo de exposição da jovem a possibilidade de uma gravidez, mas também essa chance pode ser influenciada por uma menor capacidade da jovem com menos de 15 anos de idade de demandar o uso da camisinha ou de ter acesso a informação ou a formas confiáveis de contracepção. Há uma clara relação entre baixa freqüência de uso do preservativo na primeira relação e ocorrência da gravidez, nos dois grupos pesquisados. Também se observou uma relação entre conversar com o parceiro sobre contracepção antes da primeira relação sexual e a ocorrência da gravidez entre jovens na favela: nesse grupo, ter conversado com o parceiro diminui significativamente a probabilidade da ocorrência de uma gravidez, indicando a importância da preocupação preventiva/contraceptiva estar presente no início da vida sexual. Já entre as jovens de

16 classe média, a frequência do uso da camisinha na primeira relação foi alta em todos os grupos e a variação encontrada não foi estatisticamente significativa. Construindo índices de autonomia em diferentes esferas A partir das variáveis de autonomia que se mostraram significativas para explicar o comportamento sexual e reprodutivo das jovens entrevistadas, foram construídos 3 índices de autonomia. As variáveis utilizadas para a construção dos índices de autonomia, em diferentes esferas (índices padronizados para variar de 0 a 1), foram as seguintes: Índice de autonomia em relação ao controle e à violência por parte do parceiro: 1. Se a jovem já foi vítima de violência por parte do parceiro 2. Se o parceiro controla o tipo de roupa que a jovem usa 3. Se o parceiro controla as amizades que a jovem tem 4. Se ela tem hora para chegar em casa estabelecida pelo parceiro Índice de autonomia em relação à sexualidade: 1. Se a jovem conversou com o parceiro sobre contracepção antes da 1ª relação sexual; 2. Se ela queria a 1ª relação sexual; 3. Nota para a vontade de ter a 1ª relação sexual; 4. Se o parceiro já recusou o uso da camisinha; 5. Se a jovem teria dificuldade para negociar o uso da camisinha; 6. Se a jovem conseguiria interromper a relação sexual depois das primeiras carícias para demandar o uso da camisinha; 7. Se a jovem se sente segura para interromper a última relação sexual para demandar o uso da camisinha. Índice de autonomia em relação a acesso e controle de recursos financeiros 1. Se a jovem tem acesso a alguma fonte de renda; 2. Grau de controle da jovem sobre o destino da renda que ela recebe: roupas para si; bar, sair com amigos, se divertir; bijuteria, maquiagem, perfumaria; artigos de higiene pessoal; alimentos e mantimentos para a casa; conta de água, luz, telefone; mensalidade, material e uniforme escolar; roupas para os filhos; aluguel, prestação da casa; outros Os índices construídos foram relacionados com as seguintes possibilidades: se jovem nunca teve relação sexual, se já teve relação sexual e engravidou até os 18 anos, se já teve relação sexual e ficou grávida após os 18 anos e se já teve relação sexual e nunca ficou grávida. Os resultados encontrados (TABELA 4) indicam que um baixo nível de autonomia em relação ao grau de controle e/ou violência exercido pelo parceiro

17 está relacionada a uma maior probabilidade de ter ficado grávida antes dos 19 anos tanto entre as jovens que moram nas favelas quanto as que residem nos bairros. Já um alto grau de autonomia nessa esfera está relacionado com a probabilidade de nunca ter tido sexo ou já ter tido sexo e nunca engravidado, principalmente entre as moradoras dos bairros, reafirmando assim os resultados dos cruzamentos individuais apresentados na Tabela 2. A autonomia na esfera da sexualidade mostrou uma relação significativa com a probabilidade da gravidez na adolescência entre as jovens residentes em bairros. Como esse índice é composto em grande parte por variáveis relacionadas à capacidade da jovem negociar o uso da camisinha, essa correlação sinaliza que a dificuldade da jovem em negociar o uso do preservativo se relaciona com maior probabilidade de gravidez. TABELA 4 Índices de autonomia e comportamento sexual e reprodutivo das adolescentes e mulheres jovens moradoras dos bairros e das favelas da Região Centro-Sul, Belo Horizonte, Índices de autonomia Autonomia: controle e violência ¹ Baixo Médio Alto Autonomia: sexualidade 3 Baixo Médio Alto Autonomia: financeira² Baixo Médio Alto Nunca fez sexo N=89 6,7 93, ,4 54,7 27,9 Gravidez até 18 anos N= Bairro Gravidez após 18 anos N=6 33,3 66,7 16,7 83,3 5 16,7 33,3 Nenhuma gravidez N=193 9,4 90,6 2,6 22,5 74,9 23,7 53,2 23,2 Nunca fez sexo N=120 5,0 95, ,6 64,6 19,8 Gravidez até 18 anos N=97 10,3 43,3 46,4 17,7 45,8 36,5 5 37,5 12,5 ¹ Correlação significativa com p-valor = 5 ou menor ² Correlação significativa com p-valor = 5 ou menor somente para as jovens residentes em favelas 3 Correlação significativa com p-valor = 5 ou menor somente para as jovens residentes em bairros Favela Gravidez após 18 anos N=39 10,3 28,2 61,5 30,8 41,0 28,2 41,2 44,1 14,7 Nenhuma gravidez N=101 Por fim, a relação com a autonomia financeira é significativa para as jovens residentes em favelas, sendo que as jovens que já ficaram grávidas apresentaram um menor grau de autonomia financeira do que jovens que nunca fizeram sexo ou já fizeram e nunca engravidaram. Por outro lado, temos que considerar que uma gravidez aumenta a chance da jovem estar unida/casada e as jovens nessa situação tem menor probabilidade de estar trabalhando e de ter renda própria e/ou controle sobre os recursos da casa. Já entre as jovens dos bairros, a gravidez não apresenta relação direta com a probabilidade de estar casada ou com a falta de acesso ou de controle sobre os recursos 7,9 27,7 64,4 11,9 45,5 42,6 26,5 62,7 10,8

18 financeiros, portanto um baixo nível de autonomia financeira está mais relacionado a ser jovem e ainda na escola (e, portanto fora do mercado de trabalho) do que a presença da gravidez. Esses resultados reforçam a premissa central da pesquisa de que a experiência da gravidez na adolescência traz impactos muito diferenciados na trajetória de vida das jovens, dependendo da classe social a qual ela pertence apesar das relações desiguais de gênero mensuradas aqui pelo maior ou menor nível de autonomia influenciar na probabilidade de gravidez em ambos os grupos. Já em relação ao uso do preservativo tanto na primeira quanto na última relação, os resultados dos cruzamentos com os índices de autonomia (apresentados na TABELA 5) indicam que um alto nível de autonomia em relação ao grau de controle e/ou violência exercido pelo parceiro está relacionado a uma maior probabilidade do uso do preservativo na primeira relação sexual, mas não na última, tanto entre as jovens que moram nas favelas quanto as que residem nos bairros. TABELA 5 Indices de autonomia com o uso do preservativo pelas adolescentes e mulheres jovens moradoras dos bairros e das favelas da Região Centro-Sul, Belo Horizonte, Índices de autonomia Autonomia em relação a controle e violência por parte do parceiro Baixo Médio Alto Autonomia em relação à sexualidade Baixo Médio Alto Autonomia em relação a acesso e controle de recursos financeiros Baixo Médio Alto ¹ Correlação significativa com p-valor = 5 ou menor Usou camisinha na primeira relação (¹) 10 71,4 91,1 6 87,5 89,9 86,0 89,4 89,4 Bairro Usou camisinha na última relação 10 33,3 55, ,7 46,0 53,8 61,7 Usou camisinha na primeira relação (¹) 45,5 70,4 74,6 (¹) 46,3 71,7 80,9 65,8 79,4 66,7 Favela Usou camisinha na última relação 40,9 39,5 47,8 43,9 39,6 50,6 43,4 54,6 33,3 Já em relação dos índices de autonomia na esfera da sexualidade e financeira com o uso do preservativo, a única associação estatisticamente significativa encontrada foi entre um nível médio e alto de autonomia na esfera da sexualidade com uma maior probabilidade do uso do preservativo na primeira relação sexual, mas não na última, somente para as jovens das favelas. Autonomia financeira não aparece como associada ao uso da camisinha para nenhum grupo, nem na primeira nem na última relação sexual.

19 Os índices construídos foram padronizados (para variarem de 0 a 1) e utilizados em uma série de regressões logísticas que nos permitissem avaliar o impacto de cada índice dentro de um modelo constituído por variáveis sócio-econômicas como renda familiar, anos de estudo e idade, além dos índices de autonomia. A primeira regressão usou como variável dependente a probabilidade do não uso da camisinha na primeira relação sexual, e como variáveis independentes a renda familiar, a idade da primeira relação sexual, a idade atual, o número de anos de estudo da jovem e os índices que agregam as variáveis relativas à autonomia na esfera da sexualidade, financeira e da violência e controle por parte do parceiro. Regressão 1: Probabilidade do não uso da camisinha na primeira relação de acordo com características sócio-econômicas das jovens e os índices de autonomia. Variáveis B S.E. Wald df Sig. Exp(B) Renda (log) -0,131 0,323 0, ,685 0,877 Idade da primeira relação sexual , ,233 0,920 Idade atual 0, , ,115 Escolaridade , ,168 0,927 Autonomia violência e mobilidade 0,985 0,539 3, ,373 Autonomia sexual 1,983 0,588 11, ,138 Autonomia financeira 1,093 0,526 4, ,335 Constante 1,599 1,454 1, ,271 4,950 Os resultados da regressão indicam a não associação das variáveis renda, escolaridade e da idade na primeira relação sexual com a probabilidade do uso da camisinha. Além disso, também indicam uma associação significativa entre idade atual, onde a cada ano adicional a chance do não uso da camisinha na primeira relação aumenta em 11,5%. O modelo também apresenta uma associação entre o grau de autonomia em todas as esferas com o não uso da camisinha, com destaque a autonomia sexual onde o incremento de uma unidade no indicador de autonomia diminui a chance do não uso da camisinha em 86,2%. No que se refere à autonomia financeira o incremento de uma unidade no indicador diminui a chance do não uso da camisinha em 66,5% e a autonomia de violência o mobilidade onde o incremento de uma unidade diminui a chance do não uso em 62,7%. A segunda regressão teve como variável dependente a probabilidade do não uso da camisinha na última relação sexual, e como variáveis independentes a renda familiar, a idade atual e o número de anos de estudo da jovem, além dos índices que

20 agregam as variáveis relativas à autonomia na esfera da sexualidade, financeira e da ausência de violência e controle por parte do parceiro. Regressão 2: Probabilidade do não uso da camisinha na última relação de acordo com características sócio-econômicas das jovens e os índices de autonomia. Variáveis B S.E. Wald df Sig. Exp(B) Renda (log) 75 0, ,000 0, Idade atual ,873 1, Escolaridade ,762 1, Autonomia violência e mobilidade -0,441 0,475 0,861 1,000 0, Autonomia sexual -0,445 0,503 0,782 1,000 0, Autonomia financeira -1,272 0,423 9,035 1, Constante 0,174 1, ,000 0, De acordo com os resultados acima, a probabilidade de não uso do preservativo da última relação está fortemente associada à idade da jovem onde a cada ano de idade a probabilidade do não uso aumenta em 9%. A probabilidade do não uso na última relação tem uma relação inversa com a escolaridade e, principalmente com a autonomia financeira o incremento de uma unidade na escolaridade diminui a chance do não uso em 8% e de uma unidade no indicador de autonomia financeira a chance do não uso cai em 72%. Os índices de autonomia sexual e da ausência do controle/violência por parte do parceiro não foram significativos nesse modelo. Uma regressão multinomial foi utilizada no terceiro modelo, que teve como variável dependente a probabilidade da jovem ter engravidado antes e após os dezenove anos de idade comparada à probabilidade de ter tido sexo e nunca engravidado. As variáveis independentes foram a renda familiar, a idade da primeira relação sexual, a idade atual, o número de anos de estudo da jovem e os índices que agregam as variáveis relativas à autonomia na esfera da sexualidade, financeira e da ausência da violência e controle por parte do parceiro. A probabilidade de gravidez antes dos 18 anos de idade está associada a falta de autonomia financeira, baixa renda e menor idade na primeira relação; O acréscimo de uma unidade no Log da renda diminui a chance engravidar antes dos 18 anos em 60%, o acréscimo de um ano na idade da primeira relação diminui em 22% e o acréscimo de uma unidade na autonomia financeira diminui a chance de engravidar antes dos 18 anos em 2,46 vezes. A gravidez após os 19 anos está associada a falta de autonomia na esfera

21 da sexualidade e baixa renda. O acréscimo de uma unidade no Log da renda diminui a chance engravidar depois dos 18 anos em 60%, o acréscimo de uma unidade na autonomia sexual diminui a chance de engravidar depois dos 18 anos em 64%. Regressão 3 - Probabilidade de a jovem ter engravidado (até e após os 18 anos de idade) em relação a ter feito sexo e nunca ter engravidado Variáveis B Std. Wald df Sig. Exp(B) 95%. Fez sexo e E C fid Intercept 14,810 1,836 65,0991,00000 engravidou até os 18 anos de idade Renda (log) -2,336 0,450 26,9371, ,406 Escolaridade -0, ,768 1, ,897 0,789 1,290 Fez sexo e engravidou após os 18 anos de idade Idade primeira relação sexual Autonomia violência/controle -0, ,5751, ,688 0,577 1,221-0,771 0,598 1,662 1,0000,197 0,462 0,143 1,598 Autonomia sexual 0,682 0,391 1,0000,532 0,653 0,172 0,348 Autonomia financeira -1,683 0,605 7,741 1, , ,463 Intercept 5,436 1,823 8,890 1,00003 Renda (log) -1,855 0,487 14,5271, , ,406 Escolaridade 0, ,872 1,0000,171 1,110 0,956 1,290 Idade primeira relação sexual Autonomia violência/controle ,0000,801 1,023 0,857 1,221-0,966 0,732 1,742 1,0000,187 0, ,598 Autonomia sexual -2,555 0,766 11,1421, ,348 Autonomia financeira -0,463 0,696 0,443 1,0000,506 0,629 0,161 2,463 Algumas Considerações Finais Os resultados indicam uma associação significativa entre a prevalência da gravidez na adolescência e o uso do preservativo entre as jovens dos dois grupos entrevistados com alguns indicadores de autonomia, particularmente para aqueles relacionados com o controle e/ou violência exercidos pelo parceiro e na esfera da sexualidade. O grau de autonomia de entrevistada e sua habilidade em demandar o uso do preservativo e de prevenir uma gravidez não planejada foi afetada pelo tipo de relação estabelecida como parceiro. Relações desiguais de gênero parecem influenciar diretamente a probabilidade do não uso da camisinha e da gravidez na adolescência

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