Identificação dos perfis genético e somatotípico que caracterizam atletas de voleibol masculino adulto de alto rendimento no Brasil
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- Anderson Chagas Clementino
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1 doi: /fpj p EISSN Identificação dos perfis genético e somatotípico que caracterizam atletas de voleibol masculino adulto de alto rendimento no Brasil Artigo Original Mário Felizardo Medina Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco/RJ Escola de Educação Física do Exército EsEFEX IPCFEx - RJ José Fernandes Filho Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco/RJ Medina, M.F.; Fernandes Filho, J. Identifi cação dos perfi s genético e somatotípico que caracterizam atletas de voleibol masculino adulto de alto rendimento no Brasil. Fitness & Performance Journal, v.1, n.4, p.12-19, RESUMO: O presente estudo teve por objetivo identifi car as características do perfi l genético e somatotípico de atletas, de voleibol masculino adulto, de alto rendimento, no Brasil. Ao elaborar-se este trabalho considerou-se, como amostra, 22 atletas convocados para a Seleção Brasileira de voleibol no ano de A implicação prática, na identifi cação no Brasil do perfi l no Voleibol, se coadunou com as necessidades desta modalidade esportiva. Carecem, em nosso pais, informações sobre o atleta de alto rendimento, quanto aos aspectos genéticos e os somatotípicos. O grupo foi submetido a uma avaliação para identifi cação do perfi l genético, por meio das impressões digitais (ID), segundo o protocolo de CUMMINS & MIDLLO (1942), e, ainda, a uma avaliação do somatótipo, pelo método antropométrico, de HEATH-CARTER (1967). Na identifi cação do perfi l genético foram elaboradas as características dos modelos das Impressões Digitais, para atletas de voleibol masculino adulto, de alto rendimento, que incluem os índices mais informativos e integrais: D10= 13,4 ± 3,11; SQTL= 125,6 ± 39,12; L= 6,5 ± 2,94; W = 3,4 ± 2,97 e A= 0,1 ± 0,29. Também fi caram estabelecidos os tipos predominantes de fórmula digital: LW (40,9%), WL (27,3%), 10L (22,7%) e ALW (9,1%). Com relação ao tipo de desenho e à soma da quantidade de linhas, de cada um dos dedos das mãos, observou-se que existe simetria, nos dedos das duas mãos. Na identifi cação do perfi l somatotípico, foram apresentadas as características do grupo investigado, segundo os três componentes do somatótipo, de Heath-Carter, quais sejam: endomorfi a= 1,9 ± 0,53; mesomorfi a= 4,4 ± 1,00 e ectomorfi a= 3,1 ± 0,74. Tais valores caracterizam o grupo investigado como mesomorfo- ectomórfi co. Palavras-chave: Perfi l, genético, somatotipo, voleibol, alto rendimento Endereço para correspondência: Data de Recebimento: maio / 2002 Data de Aprovação: junho / 2002 Copyright 2002 por Colégio Brasileiro de Atividade Física, Saúde e Esporte. Fit Perf J Rio de Janeiro jul/ago 2002
2 ABSTRACT Genetic and somatotype profiles identification of high performance male adult volleyball players in Brazil The present study focuses on the characteristics of the genetic and somatotypical profiles of high performance, adult, male, volleyball athletes in Brazil. In elaborating this work, 22 athletes from the Brazilian Volleyball Team in the year 2000 were observed. The practical implication, in identifying the profile of volleyball in Brazil, is incorporated with the needs of this sport modality. In our country, there is a lack of information in respect of the genetic and somatotypical aspects of the high performance athlete. The group was submitted to an evaluation to identify the genetic profile by means of digital impressions (DI), following the protocol of CUMMINS and MIDLLO (1942), and also to an evaluation of somatotype, by the anthropometric method of HEATH-CARTER (1967). In identifying the genetic profile, the characteristics of models of the Digital Impressions were elaborated for high performance, adult, male, volleyball athletes, that included the most informative and integral indices: D10 = 13.4± 3.11; SQTL = ± 39.12; L = 6.5 ± 2.94; W = 3.4 ± 2.97; and A = 0.1 ± The predominant types of digital form were also established: LW (40.9%), WL (27.3%), 10L (22.7%) and ALW (9..%). In relation to the type of design, and the sum of the quantity of lines of each of the fingers, it was observed that symmetry existed in the fingers of both hands. In identifying the somatotypical profile, the characteristics of the group studied were presented following the three components of somatotype of Heath-Carter, which were: endomorphy = 1.9 ± 0.53; mesomorphy = 4.4 ± 1.00; and ectomorphy = 3.1 ± These values characterize the group studied as mesomorphic- ectomorphical. Keywords: Profi le, somatotype, genetic, volleyball, high performance. RESUMEN Identificación de los perfiles genético y somático típico que caracterizan a los atletas de voleibol masculino adulto de alto rendimiento em Brasil El presente estudio tiene por objetivo identificar las características del perfil genético e somático típico de atletas, de voleibol masculino adulto, de alto rendimiento, en Brasil. En la elaboración de este trabajo se ha tomado como muestra a 22 atletas convocados para la Selección Brasileña de voleibol en el año de El resultado último de esta identificación de un perfil de Voleibol en Brasil, há sido su incorporación como una necesidad de esta modalidad deportiva. En nuestro país, no existen estudios sobre el atleta de alto rendimiento, en lo referente a los aspectos genéticos e somáticos típicos. El grupo fue sometido a una evaluación para identificar el perfil genético, por medio de las huellas dactilares (ID), según el protocolo de CUMMINS & MIDLLO (1942) y además a un estudio del tipo somático, con el método antropométrico, de HEATH-CARTER (1967). En la identificación del perfil genético se obtuvieron las características de los modelos de las Huellas Dactilares, para atletas de voleibol masculino adulto, de alto rendimiento, que incluyen los índices más significativos y completos: D10= 13,4 ± 3,11; SQTL= 125,6 ± 39,12; L= 6,5 ± 2,94; W = 3,4 ± 2,97 e A= 0,1 ± 0,29. Se establecieron, también, los tipos predominantes de fórmula dactilar: LW (40,9%), WL (27,3%), 10L (22,7%) e ALW (9,1%). En relación al tipo de dibujo y a la cantidad total de líneas, de cada uno de los dedos de las manos, se observó que existe simetría, en los dedos de ambas. En la identificación del perfil somático típico, las características del grupo estudiado de acuerdo com los tres componentes del tipo somático, de Heath-Carter, fueron endomorfia= 1,9 ± 0,53; mesomorfia= 4,4 ± 1,00 e ectomorfia= 3,1 ± 0,74. Estos valores caracterizan al grupo estudiado como mesomorfo-ectomórfico. Palabras clave: Perfi l, genético, somático tipo, voleibol, alto rendimento INTRODUÇÃO O voleibol foi criado no ano de 1895 pelo norte-americano William George Morgan, diretor de atividades físicas da ACM- Associação Cristã de Moços, na cidade de Holyoke, em Massachusetts, nos Estados Unidos da América do Norte. O nome original do novo esporte era minonette. Nessa época, o esporte em moda era o basquetebol, que tinha sido instituído apenas, há três anos, sendo muito enérgico e cansativo para homens de idade. Por sugestão do pastor, Lawrence Rinder, Morgan idealizou um jogo, menos fatigante que o basquetebol, para os associados, mais velhos, da ACM, e colocou uma rede, semelhante à de tênis, a uma altura de 1,98m, sobre a qual, uma câmara de bola de basquetebol era batida, surgindo assim, o esporte que seria mais tarde denominado voleibol (BIZZOCCHI, p.18, 2000). No Brasil, apesar de ter sido introduzido por volta do ano 1915 (MATTHELESEN, 1993), esta modalidade esportiva não apresentou um destaque importante, até o ano de 1982, quando o voleibol ganhou projeção nacional, com a vitória da equipe Brasileira, masculina, no Mundialito, realizado no Rio de Janeiro. A partir desta época, o Brasil passou a fazer parte da elite internacional, do voleibol masculino, conquistando vários títulos, como: medalha de prata, no Mundial da Argentina (1982); medalha de prata, na Olimpíada de Los Angeles (1984); medalha de ouro, na Olimpíada de Barcelona (1992); campeão da Liga Mundial (1993); quinto lugar, na Olimpíada de Atlanta (1996); sexto lugar, na Olimpíada de Sydney (2000), bicampeão da LigaMundial (2001), e, além dessas conquistas, o Brasil ainda possuí títulos mundiais em todas as categorias de base. Conforme UGRINOWITSCH (1997), atualmente, o Brasil divide com a Itália o posto de melhor campeonato de clubes do mundo. Estes dados permitem afi rmar que, na última década, o Brasil passou a ocupar um papel de destaque no cenário do voleibol mundial, tornando-se uma Escola respeitada em todo o mundo. Tais procedimentos, no entanto, são relativamente recentes, e, é lícito dizer-se, inclusive, que, num passado não distante, o voleibol se encontrava, no que se refere ao treinamento, no período do empirismo, conforme ratifi ca DANTAS (1998, p.23). O advento da superliga nacional demonstra a necessidade premente da sistematização, no voleibol, trazendo a reboque os conceitos científi cos e o uso da tecnologia e marketing, que darão a merecida projeção a este esporte. Dentro deste contexto, urge conhecer-se mais profundamente esta modalidade de esporte, em seus vários aspectos. As questões técnicas e táticas evoluíram naturalmente, por meio do princípio do ensaio e erro. as questões físicas (funcionais), por sua vez, esbarram em princípios primários de treinamento. Criam-se, portanto, o pressuposto e a exigência de se conhecer a modalidade, por diversos ângulos, de funcionais a genéticos. Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 4, 13, jul/ago
3 Por este estudo considera-se que o objetivo principal seja busca de se identifi car, por meio de um conjunto de características, os aspectos somatotípicos, e, em especial, as características genéticas, baseadas na dermatoglifi a. A palavra Perfil, por ser um termo geral e plurívoco, permite que se dê um caráter mais amplo a sua utilização: proporciona mais largo espectro de possibilidades, na determinação das características dos desportistas, transcendendo tendências e valores do Ser e de sua conduta motora. A fi m de apreender, conforme o objetivo já acima aludido, os perfi s somatotípico e genético, característicos dos atletas masculinos, de voleibol adulto de alto rendimento esportivo, pretendeu-se utilizar métodos e protocolos, condizentes com as metas desta pesquisa. No voleibol Brasileiro percebe-se, em geral, grande carência de informações, relacionadas aos aspectos somatotípicos e genéticos. Normalmente, o que há sobre estes temas são adaptações de idéias e formulações de autores, estrangeiros, e/ou, em alguns estudos isolados, ou, ainda, observações, de um ou outro preparador físico, e/ou comissão técnica. FERNANDES FILHO, (1999), e DANTAS, (1999), julgam que confi gurar o perfi l de um grupo, no qual se pretende intervir, pode ser o diferencial entre o sucesso e o fracasso, na programação da estratégia de treinamento esportivo. Espera-se, por conseguinte, graças à pesquisa, já realizada, ir-se ao encontro dos objetivos, acima denunciados, suprindo-se, de certa forma, informações relativas ao esporte em análise. Com tal fi nalidade, elegeu-se, primeiramente, um paradigma ontológico, para orientar os profi ssionais, ligados à área do voleibol. Pretendeu-se, também, delinear parâmetros, objetivando futuros estudos inovadores, na atividade em questão, ao se partir do conhecimento dos fatores, dos dados, e dos resultados, aqui obtidos. Acredita-se ser plenamente viável, contribuir-se por meio deste enunciado para a ampliação de conhecimentos, a respeito de atletas do nosso voleibol, por sua estrutura somática, e, seu tipo físico. Deste modo, talvez, atingir uma compreensão mais abrangente das características, morfológicas e genéticas, dos desportistas. No presente estudo o que se deseja, também é que as informações, aqui levantadas, por meio de avaliações específi cas, sejam, de algum modo, úteis, no desenvolvimento do voleibol em nosso país. Supõem-se, outrossim, o surgimento, a apresentação, e a maior precisão de critérios, mais defi nidos, que tanto sirvam, como referência ao tema, aqui investigado, quanto sejam proveitosos, aos atletas, técnicos e aos demais profi ssionais do esporte Brasileiro, em outras modalidades. O conhecimento das características de um desporto parece propiciar a aplicação adequada das estratégias que infl uenciariam em seu melhor rendimento. FERNANDES FILHO (1997) explicita que o perfi l de características é um instrumento de excelência para o esporte: O crescimento impetuoso do nível de resultados e a extraordinária agudeza da concorrência esportiva fazem avançar, como uma das condições de otimização da preparação esportiva, a tarefa da seleção e da orientação esportiva precoce, de crianças e adolescentes dotados de motricidade. ABRAMOVA (1995) esclarecendo a importância da identifi cação de características genéticas, considera: A interligação (pontos em comum) entre as Impressões Digitais a modalidade esportiva - a posição esportiva refl ete a lei natural biológica geral das ligações mútuas das marcas genéticas com as aptidões congênitas (dotes) das manifestações funcionais independentemente da pertinência àquela população. Por conseguinte, as Impressões Digitais podem ser utilizadas como critérios de orientação esportiva precoce e da seleção esportiva nas condições do Brasil e de qualquer outro país. HEBBELINCK (1989) também destaca o papel da determinação do perfi l:...existe uma necessidade de estudos cineantropométricos longitudinais em atletas de destaque com diferentes idades e níveis competitivos e que para se estabelecer se uma criança tem talento para o esporte é necessário possuir padrões de referência com os quais eles possam ser comparáveis e também possuir perfi s de atletas de alto nível nos diferentes estágios de desenvolvimento. FERNANDES FILHO (1997) alude aos últimos 20 anos, em que pesquisas científi cas do VNIIFK - Moscou foram realizadas que as ID são usadas, diretamente na seleção esportiva, em correlação com qualidades físicas. Ao caracterizar-se um atleta, com auxílio da somatotipologia, visualiza-se uma tendência para um determinado desporto. Ao tratar-se dos desportos individuais, a tarefa parece ser mais simples. DEL VILLAR (1992, p.143) verifi ca que os desportos de equipe, em que os sujeitos reúnem um conglomerado de qualidades que lhes são mais ou menos efi cazes, difi cultam o enquadramento em um somatótipo determinado. Parece que observação de uma série de informações poderia facilitar tal tarefa. MARINS & GIANNICHI (1996, p.53) defendem que a somatótipologia de Heath & Carter permite um estudo apurado sobre o tipo físico ideal, de acordo com cada modalidade esportiva, além de constituir um excelente instrumento a ser empregado, na descoberta de talentos, e para capacitar a continuada monitorização da composição corporal. Segundo FILIN (1998) um atleta de alto nível pode servir como padrão a ser seguido pelos que praticam tal modalidade esportiva. O modelo do atleta de alto nível deve determinar não somente os índices mais substanciais (as características-modelo), mas também os possíveis parâmetros de desvio do ideal, assim como estipular determinadas mudanças no início do suposto desenvolvimento da aptidão esportiva. O presente estudo foi desenvolvido dentro de um modelo de pesquisa descritiva. 14 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 4, 14, jul/ago 2002
4 O tipo de estudo empregado é do de PERFIL que, segundo FLEGNER e DIAS (1995, p.60) é utilizado para mostrar vários padrões de características. Em essência, resume-se em colocar o indivíduo em uma escala de teste de um número de características e traçar o seu perfi l. Material e Sujeitos A amostra limitou-se a 22 atletas da equipe de voleibol, adulto masculino, convocados para a Seleção do Brasil em Os sujeitos da amostra foram aptos e autorizados pela comissão técnica, da qual faz parte o departamento médico, e, seus integrantes, como atleta da equipe do Brasil, convocada para a Seleção em Os critérios de exclusão compreenderam: - Não serem integrantes, como atleta, da equipe que foi convocada para a Seleção do Brasil em 2000; - Serem vetados pela comissão técnica; - não concordarem com os termos de compromisso, assumido com o pesquisador; - Não desejar participar, como voluntário, sem retorno, ou vantagem fi nanceira. Protocolos O protocolo escolhido para determinação das características genéticas, foi o de dermatoglifi a digital, de CUMMINS e MIDLO (1942), a que se refere, FERNANDES FILHO (1997). Fez parte do método usado na presente pesquisa o processamento e posterior obtenção das impressões digitais. Após a obtenção das impressões digitais, houve o processamento preliminar de sua leitura, cujo método padrão é o que se segue: 1) Os tipos de desenhos nas falanges distais dos dedos das mãos: Arco A - desenho sem deltas carateriza-se pela ausência de trirrádios ou deltas e se compõe de cristas, que atravessam, transversalmente, a almofada digital; Presilha L - desenho de um delta, - possui um delta. Trata-se de um desenho meio fechado em que as cristas da pele começam de um extremo do dedo, encurvam-se distalmente em relação ao outro, mas sem se aproximar daquele onde se iniciam. Verticílo W - desenhos de dois deltas - contém dois deltas. Trata-se de uma fi gura fechada, em que as linhas centrais concentram-se, em torno do núcleo do desenho; 2) - A quantidade de linhas (QL) a quantidade de linhas das cristas de pele, dentro do desenho, foi contada segundo a linha que liga delta e o centro do desenho, sem levar-se em consideração a primeira e a última linha da crista, conforme o método de Vucetich. Neste momento, foram calculados os índices padronizados fundamentais da impressões digitais: a) A quantidade dos desenhos de tipos diferentes para os 10 (dez) dedos das mãos; b) A quantidade de linhas (QL) em cada dedo das mãos; c) A complexidade dos desenhos, nos 10 (dez) dedos das mãos; e d) o índice de delta, (D10); este se obtém seguindo a soma de deltas de todos os desenhos, de modo que a avaliação de Arco, (A) é sempre 0, é a ausência de delta; de cada Presilha, (L) - 1 (um delta); de cada Verticílo (W) e S desenho 2 (dois deltas), ou seja L + 2 W; 3) O somatório da quantidade total de linhas - (SQTL): é equivalente à soma da quantidade de linhas nos 10 (dez) dedos das mãos; 4) Os tipos de fórmulas digitais indicam a representação nos indivíduos de diferentes tipos de desenhos. Identifi caram-se, ao todo, 5 (cinco) tipos de fórmulas digitais:- AL - a presença de arco e presilha em qualquer combinação;- ALW - a presença de arco, presilha e verticilo em qualquer combinação;- 10L - dez presilhas;- LW - a presilha e o verticilo com a condição de que o número de presilhas seja maior ou igual a cinco; -WL o verticilo e a presilha, com a condição de que o número de verticilos seja maior do que 5 (cinco). As medidas de somatótipo foram conseguidas pelo método somatotipológico de Heath & Carter, que permite um estudo apurado sobre o tipo físico ideal de cada modalidade esportiva; além de permitir uma contínua monitorização da composição corporal, no decorrer de uma temporada de competição, (ISAK, 2000). Segundo CARTER & HEATH, (1990, p.371), o método possui um r=0,98, constituindo-se um excelente e seguro, método de avaliação. Determinação do primeiro componente Endomorfia Coleta dos valores das dobras cutâneas triciptal, subescapular e supraespinhal. Determinação do segundo componente Mesomorfia O segundocomponente identifi cou-através do registro da estatura em cm. Do diâmetro ósseo do úmero e do fêmur, e ainda do registro da circunferência do braço e da perna, circunferências estas corrigidas através da subtração dos valores, obtidos nas pregas cutâneas triciptal e panturrilha. Determinação do terceiro componente Ectomorfia A determinação deste componente é extremamente simples: para isto registrou-se o peso corporal total e a estatura do avaliado. Após o registro dos dados calculou-se o índice de cada componente. Análise Estatística No sentido de constituir uma análise descritiva da população em questão, objetivando a constituição dos perfi s da referida população, foi feita uma abordagem estatística observando os conceitos descritivos, defi nidas pelos dados colhidos quando Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 4, 15, jul/ago
5 Figura 1 Tipos de desenhos das impressões digitais APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Média dos valores gerais do Tipo de Desenho, SQTL E D10 Arco (A) Presilha (L) Verticilo (W) das observações dos elementos submetidos ao protocolo do experimento. Empregou-se técnicas da Estatística Descritiva, visando caracterizar, o universo amostral pesquisado. Foram utilizadas as distribuições de frequência, quanto as de natureza contínua, isto é, aquelas que obedecem a um sistema métrico bem defi nido e normatizado, seguiu-se os parâmetros estatísticos básicos como tamanho da população, média, desvio padrão, valores máximos e mínimos, análise de dispersão e curtose. A análise de dispersão combinada ao teste de curtose visou quantifi car o grau de homogeneidade da população considerada. Ainda, foi constituída uma variável de caráter adimensional e relativa, derivada da classifi cação por escore, compreendida entre os valores máximos e mínimos observados, no sentido de podermos eliminar as diferenças dimensionais entre os parâmetros do estudo e desta forma podermos fazer uma análise comparativa das distribuições dos mesmos e poder melhor entender as peculiaridades do perfi l do grupo estudado. Estes resultados aparecem como valores normatizados. Grafi camente, utilizou-se o gráfi co do tipo Radar, apresentando-se as curvas que defi nem o intervalo verdade ( 95% ) da média calculada para o respectivo parâmetro. Objetivando a medição dos testes o presente trabalho pautou-se, em consonância com as considerações básicas do tratamento estatístico, a fi m de manter-se a cientifi cidade da pesquisa, considerarou-se o nível de signifi cância de p <0,05, isto é, 95% de probabilidade de não estar cometendo um erro do tipo I, para as afi rmativas e/ou negativas, denotadas durante as investigações. As médias dos valores gerais do tipo de desenho, SQTL e D10 são apresentadas na TABELA 1. Nesta, pode-se ver que a média de arco foi de 0,1 ± 0,29, sendo o valor mínimo,0,0, e o valor máximo, de 1,0. A média de presilha foi de 6,5 ± 2,94, o valor mínimo, de 1,0, e o valor máximo, de 10,0. A média de verticilo foi de 3,4 ± 2,97, o valor mínimo, de 0,0, e o valor máximo, de 9,0. A média de SQTL foi de 125,6 ± 39,12, o valor mínimo, de 61,0, e o valor máximo, de 185,0. A média do índice D10 foi de 13,4 ± 3,11, o valor mínimo, de 10,0, e o valor máximo, de 19,0. Cabe destacar que no caso específico do desenho, tipo arco, observou-se homogeneidade, pois a frequência, e o perfil, deve ser nula, uma vez que não existe a contagem decimal para este tipo de variável. Nos parâmetros, L, W, SQTL e D10, ao contrário de A, observou-se heterogeneidade na distribuição da amostra. Nos trabalhos realizados por ABRAMOVA et al(1995) e FERNANDES(1997), a semelhança com o presente estudo também se confirmou em relação aos valores médios obtidos pela equipe olímpica da Rússia nas variáveis D10 (13,7), SQTL (145), % de frequência dos desenhos A (inexistente), L (62,7%) e W (31,2%) e pelos valores obtidos pela seleção do Brasil nas variáveis D10(14,54), SQTL (133,79), frequência dos desenhos A(0,07), L (5,32), W (4,61), MDT1 a MDT5, MET1 a MET5, MDSQL1 a MDSQL5 e MESQL1 a MESQL5. Com relação ao tipo de desenho e à soma da quantidade de linhas, de cada um dos dedos das mãos, observou-se que existe simetria, nos dedos das duas mãos, e isto que caracteriza mais uma informação da amostra pesquisada, sendo importante registrar, no 3º e 5º dedos, de ambas as mãos, a presilha Tabela 1 Média dos valores gerais do tipo de desenho, SQTL e D10 A L W SQTL D10 n Média 0,1 6,5 3,4 125,6 13,4 D.P 0,29 2,94 2,97 39,12 3,11 Erro Padrão 95% 0,10 1,03 1,04 13,72 1,09 Mínimo 0,0 1,0 0,0 61,0 10,0 Méd - ep 0,0 5,5 2,4 111,9 12,3 Média 0,1 6,5 3,4 125,6 13,4 Méd + ep 0,2 7,5 4,5 139,3 14,5 Máximo 1,0 10,0 9,0 185,0 19,0 Curtose 8,0850-1,2123-1,2272-1,3124-1,1401 Homo Hetero Hetero Hetero Hetero Assimetria 3,0587-0,3216 0,3878-0,0346 0,4727 Dir Esq Dir Simetrica Dir Hetero= Heterogêneo; Homo= Homogêneo; Dir= Direita; Esq= Esquerda 16 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 4, 16, jul/ago 2002
6 Figura 2 - Distribuição das fórmulas digitais Figura 3 - Distribuição do Somatótipo Distribuição segundo Antropometria 27,30% 40,90% 9,10% 22,70% ALW 10L LW WL 9,1% 9,1% 81,8% como tipo de desenho predominante; no 1º e 4º dedos, de ambas as mãos, a presilha ou verticilo, como tipo de desenho predominante; no 2º dedo direito, a presilha, e no 2º dedo esquerdo, a presilha ou verticilo. Tipos de Fórmulas Digitais Os tipos de fórmulas digitais encontrados são apresentados, na Figura 2. São identifi cadas, ao todo, 5 tipos de fórmulas digitais: AL presença de arco e presilha em qualquer combinação; ALW- presença de arco, presilha e verticilo em qualquer combinação; 10L - presença de 10 presilhas; LW presença de presilha e verticilo, com a condição de que o número de presilhas seja maior, ou igual a 5; WL - presença de presilha e verticilo, com a condição de que o número de verticilos seja maior que 5. Na amostra investigada, foi encontrado o tipo de fórmula digital (%), ALW= 9,1%; 10L=22,7%; LW= 40,9% e WL= 27,3%. Média dos valores gerais dos componentes do somatótipo As médias dos valores gerais dos componentes do somatótipo endomorfi a, mesomorfi a e ectomorfi a, são apresentadas na TABELA 2. Nesta pode-se ver que a média de endomorfi a foi de 1,9 ± 0,53, sendo o valor mínimo, 0,9, e o valor máximo, de 2,9. A média de mesomorfi a foi de 4,4 ± 1,00, o valor mínimo, de 2,0, e o valor máximo, de 6,7. A média de ectomorfi a foi de 3,1 ± 0,74, o valor mínimo, de 1,8, e o valor máximo, de 4,7. Outro aspecto importante centra-se na homogeneidade do componente, mesomorfi a, em que a mesma apresenta uma média concentrada (95%), compreendida entre 4,0 e 4,7, representando mais uma característica do perfi l, em estudo. A Figura 2 apresenta a distribuição percentual do grupo, investigado de acordo com os três componentes do somatótipo, sendo que 81,89% foi mesomorfo-ectomórfi co, 34,1%, ectomorfo-mesomórfi co, e, 0,9%, foi ectomorfo- endomórfi co. Cabe ressaltar que, em nenhum momento, foi observado o predomínio do componente, endomorfia, na amostra. Os parâmetros relativos a somatótipo, quando da análise comparativa entre as médias dos respectivos valores, tem-se que a característica do atleta, de voleibol, observa a seguinte composição: Tabela 2 Média dos valores gerais dos componentes do somatótipo Endomorfia Mesomorfia Ectomorfia n Média 1,9 4,4 3,1 D.P 0,53 1,00 0,74 Erro Padrão 95% 0,19 0,35 0,26 Mínimo 0,9 2,0 1,8 Méd - ep 1,7 4,0 2,8 Média 1,9 4,4 3,1 Méd + ep 2,1 4,7 3,3 Máximo 2,9 6,7 4,7 Curtose -0,1128 1,2606-0,3240 Hetero Homo Hetero Assimetria 0,3841-0,1543 0,0863 Dir Esq Dir Hetero= Heterogêneo; Homo= Homogêneo; Dir= Direita; Esq= Esquerda Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 4, 17, jul/ago
7 Figura 4 - Somatocarta ENDO MESO 1 = Medina (2000); 2 = Caldeira (1979); 3 = Heimer (1988); 4 = Carter (1990); 5 = Medina (1999) e 6 = Massa (1999) Mesomorfi a -> Ectomorfi a -> Endomorfi a = 231 O perfi l somatotípico apresentado foi semelhante aos estudos realizados de somatótipo por CALDEIRA (1979), para as equipes do Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, cujo os valores médios obtidos foram de 2,04 4,30 3,19, por HEIMER et al (1988), para a seleção adulta da Iuguslávia, que obtiveram os valores médios de 2,23 3,57 3,19, por CARTER e HEATH (1990,p.248), que concluíram que a equipe campeão do mundo dos Estados Unidos apresentaram os valores médios de 2,5 4,5 3,5, por MEDINA (1999) para a seleção do Brasil (1,88 4,36 3,39) e por MASSA (1999), para atletas profi ssionais (2,69 3,96 3,28). Na FIGURA 3 são apresentadas a média do somatótipo das equipes na Somatocarta Normatização das Variáveis Investigadas ECTO No sentido de se dar um sentido gráfi co, observando-se as características particulares de cada variável experimental, normatizou-se os valores observados, segundo a razão abaixo: Código Variável Código Variável 1 Idade 16 MET5 2 Peso 17 MDT1 3 Estatura 18 MDT2 4 A 19 MDT3 5 L 20 MDT4 6 W 21 MDT5 7 SQTL 22 MESQL1 8 D10 drf 23 MESQL2 9 Endomorfia 24 MESQL3 10 Mesomorfia 25 MESQL4 11 Ectomorfia 26 MESQL5 12 MET1 27 MDSQL1 13 MET2 28 MDSQL2 14 MET3 29 MDSQL3 15 MET4 30 MDSQL4 31 MDSQL5 Escore < i > = [ Val.Obs <i> - Val.Min Obs ] / [ Val.Max Obs Val.Mín ]. Pela razão, acima, todos os valores observados terão o seu correspondente, em escore, admensional ( se dimensão ), observando o intervalo (0 < x < 1 ). Deste modo, todas as variáveis podem ser observadas, grafi camente pelo método radar, dentro de forma de polígono, do perfi l médio do conjunto dos dados observado. Considerando-se a magnitude da signifi cância das médias calculadas, o referido polígono, apresentou as características particulares do referido grupo. O próximo passo da referida abordagem dados, conforme metodologia já descrita anteriormente. Dentro deste processo, dar-se-á um indicativo e uma proposta de se analisar, em trabalhos futuros, combinando-se dados de natureza somatotípica e genética. Acredita-se que esta contribuição, de que o aspecto estatístico agrega a esta linha de pesquisa, revele a adequação que o método infere. Após a realização da normatização dos dados, foi estabelecido o GRÁFICO 1, traduz o espectro do perfi l, do atleta de voleibol. São apresentados os espectros, inferior (média , ,8 0, , , , Mínimo Média Máximo Gráfico 1 Perfil do atleta de voleibol masculino de alto rendimento 18 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 4, 18, jul/ago 2002
8 erro padrão), intermediário (média), e superior (médio + erro padrão). Observar o seguinte glossário de referência. CONCLUSÕES A identifi cação do perfi l genético e somatotípico, de atletas, de voleibol masculino adulto, de alto rendimento, foi assim concluída: Os índices das Impressões Digitais (D10, SQTL, as parcelas de A, L e W e o tipo da fórmula digital constituem as marcas genéticas, informativas da modalidade, voleibol. Na identifi - cação do perfi l genético foram eleboradas as características dos modelos das impressões Digitais, para atletas, de voleibol masculino adulto, de alto rendimento, que incluem os índices mais informativos e integrais: D10 = 13,4+/-3,11; SQTL=125,6+/-39,12; L=6,5+/-2,94; W=3,4+/-2,97 e A=0,1+/-0,29. Também fi caram estabelecidos os tipos predominantes de fórmula digital LW (40,9%), WL (27,3%), 10L (22,7%), ALW (9,1%). NA IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL SOMATOTÍPICO FORAM APRESENTADAS AS CA- RACTERÍSTICAS DO GRUPO INVESTIGADO, SEGUNDO OS TRÊS COMPONENTES DO SOMATÓTIPO DE HEATH-CARTER, QUAIS SEJAM: endomorfi a = 1,9 ± 0,53; mesomorfi a= 4,4 ± 1,00; e ectomorfi a= 3,1 ± 0,74. Tais valores caracterizam, o grupo investigado, como mesomorfo ectomórfi co. Este estudo representou, apenas um degrau, quando comparado à necessidade de novos estudos, referentes à identifi cação do perfi l genético e somatotípico, de atletas, de voleibol masculino adulto, de alto rendimento. REFERÊNCIAS ABRAMOVA, T. F.; NIKITINA T.M.;OZOLIN N.N. POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO DAS IMPRESSÕES DERMATOGLÍFICAS NA SELEÇÃO DEPORTIVA. TEORIA E PRÁTICA DA CULTURA FÍSICA., n.3, p.10-15, BIZZOCCHI, C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. São Paulo: Fazendo Arte Editorial, CALDEIRA, S. The somatotype characteristics of Soth America volleyball players. In: SPORTS MEDICINE CONGRESS, 1979, Puerto Rico. Anais. Puerto Rico, p.45. CARTER J. E. L. & HEATH, B. H. Somatotyping development and applications. New York, USA: Cambridge University Press, CUMMINS & MIDLO. Palmar and plantar dermatoglyphics in primates. Philadelphia p. DANTAS, E., H., M. A Prática da Preparação Física, 4.ed. Rio de Janeiro: Ed. Shape, Comunicação pessoal. Rio de Janeiro DEL VILLAR, C. A. La preparacion fisica del futbol basada en el atletismo. Madrid, Espña: Gymnos, FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física. Rio de Janeiro: SHAPE Impressões dermatoglíficas: - marcas genéticas na seleção dos tipos de esporte e lutas ( a exemplo de desportista do Brasil ) Tese (Doutorado). Moscou, Russia: VNIIFK Comunicação pessoal. Rio de Janeiro FILIN V. P., VOLKOV V. M. Seleção de Talentos nos esportes. Londrina: Miograf, FLEGNER, A. J. e DIAS, J.Manual completo de pesquisa e redação. Rio de Janeiro: EsEFEx, HEATH, B. H. and CARTER, J. E. L. A modified somatotype method. American Journal of physical anthropology, n. 27, p , HEBBELINCK, M. Identificação e desenvolvimento de Talentos no Esporte: Relatos Cineantropométricos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.4, n.1, HEIMER, S.; MISIGOJ, M.; MEDVED, V. Some anthropological characteristics of top volleyball players in SFR Yugoslavia. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v.28, n.2, p , INTERNATIONAL SOCIETY OF ADVANCE OF THE KINESIANTROMETRIC ISAK. Apostila de curso. Rio de Janeiro, MARINS, João C. B. & GIANNICHI, Ronaldo S. Avaliação e prescrição de atividade física: guia prático. Rio de Janeiro: Shape, MASSA, M. Seleção e promoção de talentos esportivos em voleibol masculino: análisis de aspectos cineantropométricos Dissertacão( Mestrado em Educação Física) - Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, São Paulo. MATTHLESEN, S. Q. Um estudo sobre o voleibol: em busca de elementos para sua compreensão. Revista Brasileira de Ciência do Esporte. v.15, n.2, p , MEDINA, M.F. O Estudo do Somatótipo de Atletas da Seleção Brasileira Masculina Adulta. In: Santa Mônica Fitness. Anais SALÉM, M.; MEDINA, M.F. O Estudo do Somatótipo de Atletas da Seleção Brasileira Masculina Juvenil. In: Santa Mônica Fitness. Anais UGRINOWITSCH, C. Determinação de equaciones preditivas para a capacidade de salto vertical através de testes isocinéticos em jogadores de voleibol p. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, São Paulo. Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 4, 19, jul/ago
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