III - O tributo no Direito Brasileiro
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- Márcia Zagalo Cunha
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1 III - O tributo no Direito Brasileiro 1
2 O Tributo 1 - Conceito de tributo 2- O tributo e suas classificações 3- A determinação da natureza jurídica do tributo 4 Espécies e características dos tributos no ordenamento jurídico brasileiro: 4.1 Os impostos; As taxas; 4.3 A contribuição de melhoria; Os Empréstimos Compulsórios; As Contribuições Especiais. 2
3 1- O Tributo - conceito CTN- art. 3º É toda prestação pecuniária compulsória Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir Que não constitua sanção de ato ilícito Instituída em lei e Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 3
4 2- O Tributo Classificações* Competência tributária Discriminação Finalidade de sua instituição Hipótese de Incidência Fundamento Repercussão Contribuinte 4
5 3 -A determinação da natureza jurídica do tributo 5
6 O art. 4º do CTN A natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação São, portanto, irrelevantes: a denominação; características formais adotadas pela lei; destinação legal do produto da sua arrecadação. 6
7 O fato gerador Importância do fato gerador (Amilcar Falcão) permite distinguir os tributos in genere (imposto, taxa, contribuição de melhoria) e in specie (cada espécie de imposto). Fixa o regime jurídico aplicável, identifica o sujeito passivo, estabelece o quantum devido; classifica o tributo em vinculado ou não vinculado, etc. 7
8 4 As diferentes espécies de Tributos CTN. Art. 5 - Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria. Doutrina e Jurisprudência - Impostos, Taxas, Contribuição de Melhoria, Empréstimos Compulsórios e Contribuições Especiais. 8
9 4.1 - O Imposto Espécie mais antiga de tributo (per capita). É um tributo que se destina a gastos gerais. Não há contra-prestação do Estado (é um tributo não vinculado por excelência). Forma mais complexa e maior fonte de receita do Estado moderno. Competência - privativa ou residual. Imposto e a capacidade contributiva. 9
10 Imposto - período moderno Conceito CTN. Art. 16. O imposto é utilizado para fins fiscais (arrecadatórios) e extrafiscais (interventivos). Obedece o princípio da capacidade contributiva. Generalidade, Universalidade e progressividade. Igualdade. Processo de sua instituição - econômico e político. Remunera os serviços a título universal (uti universii). CF. art. 167, IV. 10
11 Impostos - Classificações 1-Repercussão tributária 2- Contribuinte 3-Alíquotas 4-Discriminação 5-Previsibilidade 6-Finalidade 7- CTN 11
12 4.2 - As Taxas 12
13 Introdução. São tributos vinculados e comutativos. Possuem caráter contraprestacional. A competência, para a sua instituição, é comum. Esta espécie tributária é devida em virtude da utilização de serviços públicos ou em razão do exercício do poder de polícia. Taxas de serviço e taxas de polícia. 13
14 A Taxa Conceito legal - CF. art. 145, II e o CTN. art. 77. atribuição administrativa??? Atribuições União Federal CF. art Municípios CF. art Estados/DF - CF art. 25, 1º. A sua base de cálculo deve ser diferente da utilizada para a instituição de impostos. Remunera serviços a título singular (uti singuli). Hipóteses de Incidência de uma taxa: a) Exercício regular do Poder de Polícia; b) Utilização efetiva de serviço público ; c) Utilização potencial de serviço público. 14
15 Taxas de polícia Poder de Polícia - CTN. Art. 78. Atividade da Administração... H.I. Exercício regular do poder de polícia Condições de validade do exercício do Poder de Polícia CTN. Art. 78, único Órgão competente? Lei aplicável... Devido processo legal? Atos discricionários... Sem abuso ou desvio de poder... Características gerais das taxas de polícia... 15
16 Taxas de Serviços Serviço Público - conceito. Classificação dos serviços públicos. HI - Utilização potencial do serviço público. Utilização efetiva do serviço público. Requisitos obrigatórios do serviço público: Especificidade Divisibilidade (Mensurabilidade) Características das taxas de serviço... 16
17 Taxas - Conclusões Espécie autônoma do gênero tributo (caráter ressarcitório). Relação direta entre o beneficiário e o Estado. Base de cálculo diferente da utilizada por impostos. Base de Cálculo - custo estimado do serviço. Alíquota - critério de rateio. 17
18 Figuras próximas das taxas... Pedágios... Tarifas... Preços Públicos... 18
19 Taxas e Preços Públicos 19
20 Taxa e Preço Público 1 - A taxa é uma receita derivada, obrigatória, de direito público e o preço público é uma receita originária, contratual, de direito privado. 2- A taxa existe onde o serviço é essencial ao Estado, enquanto o preço público se origina de uma atividade não essencial. 20
21 Taxa e Preço Público 3- Preço público - o Estado desempenha a atividade como particular e na taxa, o Estado atua com o poder de império e esta decorre do exercício do poder de polícia ou pela prestação de um serviço público. 4- Preço público - prevalece o interesse privado e na taxa prevalece o interesse público. 21
22 Taxa e Preço Público 5- A Taxa decorre de lei e o preço público de um acordo de vontades. 6- A Taxa visa cobrir o custo do serviço enquanto no preço público, há o intuito de lucro. 7- O preço, por ser de direito privado, pode ensejar o desfazimento do acordo, o que não ocorre com a taxa, que é um tributo. 22
23 4.3 - Contribuição de Melhoria 23
24 Contribuição de Melhoria... Introdução. Tributo vinculado e retributivo. Competência comum. Cobrado em razão de valorização imobiliária decorrente de obra pública. Há uma relação expressa de obras que podem ensejar a instituição deste tributo. É cobrado uma única vez. Este tributo possui dois limites - o geral e o individual. 24
25 A Contribuição de Melhoria no Brasil CTN - limites total e individual Decreto Lei 195- complementa o CTN sobre a matéria E/C 1/69 - disposições semelhantes ao CTN E/C 23/83 modifica a definição do tributo (limite total). CF 88 - art. 145, III- recepcionou a EC 23/83 (benefício imobiliário). 25
26 Contribuição de Melhoria Previsão legal - CF. art. 145, III e pelo CTN, arts. 81 e 82. Regulamentação Decreto-Lei nº 195/67. Relação de obras - art. 2º do DL 195/67. Só pode ser cobrada em razão de obras públicas que provoquem valorização imobiliária. O sujeito passivo é o proprietário do imóvel, não se admite a repercussão. 26
27 CTN art. 81 Atribuição Administrativa. Hipótese de Incidência valorização da propriedade imóvel decorrente de obras públicas. Cobrança do tributo - características 27
28 Requisitos mínimos da Lei.. CTN. Art Publicação dos elementos: a) memorial descritivo do projeto; b)orçamento do custo da obra; c)parcela do custo a ser financiada pela contribuição; d)zona beneficiada; e) fator de absorção (zona ou zonas beneficiadas). 2-prazo p/impugnação e 3- regulamentação do processo administrativo. 28
29 Contribuição de Melhoria X Taxa (semelhanças) I- Ambos são tributos vinculados. II-Retributivos. III-Podem ser instituídos por todos os entes políticos. 29
30 Contribuição de Melhoria X Taxa (diferenças) 1 - A taxa é periódica e a contribuição de melhoria incide uma só vez. 2- A taxa é cobrada a priori e a contribuição de melhoria, a posteriori. 3- O encargo da taxa é uniforme entre os contribuintes e o da contribuição de melhoria tem limites (geral e individual). 30
31 4.4 - Os Empréstimos Compulsórios 31
32 Empréstimos Compulsórios... Histórico Empréstimos Públicos ( voluntários e coercitivos). Situações Emergenciais. Restituibilidade. Foram utilizados sob diferentes formas. No Brasil II Guerra Mundial (imposto da guerra) e posteriormente, foram instituídos mais de 60 vezes. Competência privativa da União Federal. 32
33 Os Empréstimos Compulsórios Conceito legal - CTN art. 15 e CF art.148. Espécies distintas das demais. Características - Excepcionalidade e restituibilidade ( imposto restituível ). Espécies emergenciais. Natureza Jurídica de tributo. 33
34 CTN art. 15 Competência privativa da União Situações excepcionais... I guerra externa ou sua iminência; II- calamidade pública; III- conjuntura que exija a absorção temporária do poder aquisitivo. único a lei deve estabelecer o prazo e as condições do empréstimo. 34
35 CF. art Competência privativa da União Federal Lei Complementar: I guerra externa, sua iminência ou calamidade pública; II investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional (obediência ao art. 150, III, b ). único vinculação na utilização dos recursos Princípios aplicáveis. 35
36 4.5 As Contribuições Especiais 36
37 Contribuições Especiais CTN, art. 217 foi acrescido posteriormente ao seu surgimento, demonstrando a natureza tributária de algumas contribuições já existentes no ordenamento jurídico nacional (FGTS, FUNRURAL, quotas da previdência, etc). CF. art. 149, caput contribuições sociais, contribuições interventivas e contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas. CF. 195 Contribuições para a seguridade social. CF. art. 149, 1º - contribuições de natureza não tributária. 37
38 Contribuições Especiais CF. art. 149 e art. 195 Espécies: Sociais; Seguridade Social; Intervenção no domínio econômico; Interesse de categoriais profissionais ou econômicas; Financiamento da Iluminação Pública CF A. 38
39 Contribuições Sociais São de competência privativa da União Federal. Há uma referibilidade, isto é, uma referência entre o pagamento e os benefícios pretendidos. Há atuação do Estado para finalidades específicas. São tributos e submetem-se a vários princípios tributários. Não incidirão sobre as exportações e incidirão sobre a importação de bens ou serviços. Ex. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; Contribuição do Salário-Educação; Contribuição para o PIS/PASEP. 39
40 Contribuições para a Seguridade Social A Seguridade Social, conceito mais amplo que a Previdência Social, está definida na Constituição Federal, nos arts. 194 e 195. Seguridade saúde, previdência e assistência social. Deve-se observar, ademais, que a instituição de nova fonte de custeio para a seguridade social, está na competência residual (CF. art. 154, I cc CF. art. 195, 4º ). Ex. Cofins; Contribuições previdenciárias (autônomo, empregador, etc). prazo nonagesimal Responsabilidade tributária* 40
41 Contribuições para a Seguridade Social Financiamento da Seguridade Social está previsto na CF. art As contribuições dessa espécie, são de competência da União Federal, obedecendo aos princípios tributários gerais. Ex. Cofins- Contribuição para o financiamento da seguridade social; Contribuições previdenciárias (autônomo, empregador, etc); Contribuição previdenciária nos pagamentos feitos a terceiros, etc. 41
42 Contribuições Interventivas CF. art. 149 e CF. art. 177, 4º, I e II. Utilizadas como instrumentos de atuação da União Federal na área econômica. Finalidades especiais... A competência para a sua instituição é privativa da União. Ex. Contribuição do Adicional para o Fundo de Renovação da Marinha Mercante AFRMM; Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - Cide. Cide - Leis n s /01 e /02. 42
43 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Lei /01 Cide (Combustíveis). É exceção à Anterioridade Tributária, porém obedece ao prazo nonagesimal. Destinação dos recursos: pagamento de subsídios (preços, transportes) de álcool, gás; financiamento de projetos ambientais relacionados; financiamento de programas de infra-estrutura de transporte. Suas alíquotas poderão ser ad-valorem ou específicas. 43
44 As Contribuições Interventivas, possuem algumas características: 1- não incidirão sobre as receitas de exportação; e 2 incidirão sobre a importação de bens e serviços, podendo as pessoas naturais serem equiparadas à importadores, para tal finalidade. 44
45 Contribuições para a Regulamentação de categorias profissionais ou econômicas... São também denominadas de Contribuições Parafiscais. São instituídas por entidades profissionais, autorizadas por lei a cobrarem-nas de seus filiados (filiação obrigatória). Não integram o orçamento da União. Os profissionais devem efetuar o recolhimento aos respectivos conselhos. OAB, CRM, CRO, CREA, CRC, etc. 45
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