nossa pedra preciosa, o nosso petróleo e o nosso diamante. Este pais foi
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- Igor Padilha
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1 Excia Sr. Presidente da Assembleia, Excia Sr. Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Excias Sr.as Ministras e Sr.s Ministros, Caras Colegas Deputadas e Deputados, Desde sempre, tivemos a virtude de assumir a nossa população como a nossa pedra preciosa, o nosso petróleo e o nosso diamante. Este pais foi edificado sobre os ombros dos Cabo-Verdianos e, neste particular, a Juventude sempre foi pedra de toque, a viola-baixo que deu balanço e ritmo a todo o nosso processo de construção. A Juventude é a oportunidade de Cabo Verde e enganado está quem pensar que pode promover o desenvolvimento destas ilhas com a marginalização dos jovens. Se quisermos, efetivamente, ter sucesso neste processo, os Jovens têm de ser os atores principais. É neste entendimento que estou aqui, pelo que solicito a permissão desta magna casa, para, a partir deste púlpito, como jovem, falar para os Jovens, sobre os Jovens. Numa conversa franca e, olhos-nos-olhos, falarmos dos desafios, das oportunidades, mas também do sacrifício, do trabalho e da dedicação. Durante os últimos anos, fruto de políticas desajustadas, centralizadoras, sem sensibilidade e focadas na manutenção de um determinado status quo no poder, a Juventude foi relegada a um papel marginal e inferior. E isso tem uma cara.
2 Os dados estatísticos revelam isso mesmo: Em 2016, 41% dos desempregados eram jovens, tínhamos 45,8% de população inativa e, destes, a grande maioria é jovem. Os dados do INE nos revelam ainda que temos cerca de 65 mil jovens que não trabalham, não estudam e não estão integrados em nenhum programa de formação ou estágio profissional, destes 40 mil fizeram o secundário e 4 mil têm ensino superior ou médio. Estes dados têm uma cara. Esta realidade gerou um clima de desconfiança e descredito: os jovens perderam a confiança na política, deixaram de acreditar numa administração pública imparcial e que avalie o recrutamento com base na competência. Nos fizeram acreditar que para alcançarmos uma bolsa de estudo, uma oportunidade de estágio, uma formação profissional ou um emprego decente teríamos de nos submeter a uma autoridade partidária. É este o cenário inicial, um quadro dramático de dificuldades múltiplas, mas que com determinação, coragem e foco no resultado, o governo tem estado a promover uma autêntica revolução. Caros Colegas Deputados, O estado das coisas exigiu do governo a implementação de uma série de políticas de contingência para, em primeiro lugar, estancar a deriva negativa; ao mesmo tempo, foi edificando um novo quadro de políticas com o fito de incluir e fazer da juventude um fator transformador, uma oportunidade para Cabo Verde. É com o entendimento de que todos devem ter igualdade de oportunidade que o governo implementou, logo de inicio, a sua política de inclusão social
3 com a reforma do sistema de ensino assente na melhoria das condições de acesso, alargando o ensino obrigatório e gratuito, estabeleceu a intercomunicação do ensino básico com o profissional e modernizando o ensino técnico, por fim, a implementado da isenção total no ensino para deficientes. Deu, também, início a um intenso programa de regularização de pendentes: em 2017 foram entregues 2500 certificados do IEFP, CERMI e Escola de Hotelaria, relativos ao período de 2011 a 2015, que estavam retidos por falta de pagamento; Aumentou imediatamente a subsidiação de propinas para a Formação Profissional com a participação do Fundo de Turismo e do Tesouro. Foi melhorado as condições de acesso ao alojamento para os não residentes em Santiago. A mudança de governo trouxe uma nova atitude na relação com as Câmaras Municipais e com as associações empresariais, facto que viabilizou uma parceria que permitiu maior articulação entre os parceiros. A consequência foi o aumento da eficiência, dinamismo e produtividade do sistema. Em paralelo com este programa de contingência, o governo não perdeu tempo e foi edificando um robusto pacote de políticas ativas de emprego jovem, fundamentadas nos Estágios Profissionais, na Formação Profissional e em incentivos à contratação dos Jovens. É, hoje, notório uma maior dinâmica da Formação Profissional com um aumento significativo das ofertas formativas e do número de formandos: de 2011 a 2013 o IEFP (que incluía a Escola de Hotelaria e Turismo) efetuou
4 356 ações de formação, que beneficiaram cerca de 7,068 indivíduos. De 2016 a 2018, o IEFP (agora sem EHT) efetuou 399 ações de formação, beneficiando jovens, um acréscimo de 840 benificiários. Foram, também, desenvolvidas várias outras iniciativas de formação profissional como foco no emprego e no fomento do empreendedorismo, por exemplo, iniciativas em articulação com a política de transição energética; ou com foco na reconversão de jovens licenciados para áreas de maior potencial de emprego; houve ofertas de formação contínua articulada com o programa de formalização e certificação das profissões; e a formação de formadores para as ofertas de formação da CEDEAO. No Pilar dos Estágios Profissionais o governo faz um grande up-grade ao programa encontrado: passamos de um programa de 3 meses, com uma dotação orçamental de 15 mil contos e que beneficiava anualmente 350 jovens, para um programa com a duração de 6 meses, uma dotação orçamental de 318 mil contos (ou seja, mais de 10 vezes mais) e que beneficia 5000 mil jovens. Os estágios Profissionais deixaram de ser um programa voltado para o sector público para passar a incluir o sector privado, para além de se ter incluído incentivos fiscais e dedução à coleta das empresas que aderirem ao programa. Uma outra medida de folego, criado já no OE2017, foi a introdução de incentivos para a contratação dos Jovens para o primeiro emprego, onde se introduziu a majoração de 150% dos gastos salariais com cada jovem contratado, para além da isenção da prestação da entidade patronal para com a Segurança Social. Toda a política para a juventude não terá significado nem impacto se não for sustentada por um sector privado robusto e em crescimento,
5 assim, como forma de completar o puzzle, é também implementado uma forte agenda de Fomento Empresarial baseado na partilha de risco. Assim, o Governo implementa fortes linhas de créditos para as Micros, Pequenas e Médias Empresas em condições favoráveis; introduz o princípio da Garantia Parcial; implementa uma enorme campanha de empreendedorismo Jovem, onde destaca o programa StartUP Jovem. Tem em andamento a operacionalização da Prô-Garante e da Prô-Capital, ambos com capitalização garantida. Tudo isso para facilitar o acesso ao financiamento. Estas medidas já começaram a dar fruto e estão devidamente alavancadas no sucesso da nossa Economia. Hoje, temos a economia a crescer cerca de 5% ano, o rendimento das famílias a aumentar, o desemprego a diminuir (2016 era de 15%, e 2017 foi de 12,2%), Desempego Jovem a diminuir (2016 foi de 41% e 2017 foi de 32,4%), estamos a criar empregos (entre 2016 e 2017 foram criados 9289 empregos), o subemprego está a diminuir (2016 tínhamos 19,4% e 2017 temos 16%). Para terminar, quero dizer aos Jovens que apesar de todo o trabalho efetuado temos um longo caminho pela frente. Não temos ainda os níveis desejados, mas se está a trabalhar com determinação e foco no resultado. Ao governo é reservado o papel de construir a arquitetura social e institucional, promover um ambiente inclusivo e que estimule a competitividade e a criatividade, mas o papel de criar, de empreender será sempre dos jovens, pelo que contamos com a força e a determinação que sempre caracterizou a juventude Cabo-Verdiana. Com sacrifício e espirito de missão vamos construir um Cabo Verde desenvolvido.
6 Muito Obrigado.
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