Superior Tribunal de Justiça

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1 EDcl no AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº PR (2004/ ) RELATOR : MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA EMBARGANTE : BENEDITA GONÇALVES BISCAIA ADVOGADO : ZAQUEU SUTIL DE OLIVEIRA E OUTROS EMBARGADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : MARCOS EDUARTE REOLON EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTENTE. PREVIDENCIÁRIO. EXECUÇÃO NÃO EMBARGADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DESCABIMENTO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. PRETENSÃO INFRINGENTE. REJEITADOS. 1. Como decidido no aresto turmário embargado, é inviável o exame da matéria trazida exclusivamente no agravo regimental, que aduz ser a presente execução de pequeno valor, nos termos da Lei /01, por se tratar de inovação recursal. A tese exposta no apelo interno está dissociada do tema discutido nas instâncias ordinárias e na especial, logo, vedada a sua cognição. 2. Omissão não presente. É manifesta a impossibilidade de se emprestar efeitos infringentes aos embargos aclaratórios sem que ocorra omissão, obscuridade ou contradição no acórdão objurgado. 3. Embargos de declaração rejeitados. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Paulo Gallotti e Paulo Medina votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Nilson Naves. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Paulo Gallotti. Brasília (DF), 11 de abril de 2006 (Data do Julgamento) MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 26/06/2006 Página 1 de 7

2 EDcl no AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº PR (2004/ ) RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA (Relator): Trata-se de embargos declaratórios interpostos pela autora, Benedita Gonçalves Biscaia, ora embargante, em face do acórdão proferido pela E. Sexta Turma, que negou provimento ao agravo regimental, ementado nestes termos: "PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO NÃO EMBARGADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA, AJUIZADA APÓS A EDIÇÃO DA MP /01. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. NÃO CABIMENTO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. QUESTÃO NOVA. IMPOSSIBILIDADE DE EXAME. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. Inviável se mostra a análise do fundamento de que não incide a Medida Provisória n.º /01 nas execuções de pequeno valor, em sede de agravo interno, porquanto constitui questão nova, não suscitada nas instâncias ordinárias. 2. Agravo regimental não provido." Sustenta a embargante que o aresto turmário padece de omissão, vez que, não se pronunciou sobre a incidência de honorários advocatícios nas execuções não embargadas contra a Fazenda Pública na hipótese de ser o crédito exeqüendo inferior a 60 (sessenta) salários mínimos, ou seja, de pequeno valor nos termos da Lei /2001. É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 26/06/2006 Página 2 de 7

3 EDcl no AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº PR (2004/ ) EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTENTE. PREVIDENCIÁRIO. EXECUÇÃO NÃO EMBARGADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DESCABIMENTO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. PRETENSÃO INFRINGENTE. REJEITADOS. 1. Como decidido no aresto turmário embargado, é inviável o exame da matéria trazida exclusivamente no agravo regimental, que aduz ser a presente execução de pequeno valor, nos termos da Lei /01, por se tratar de inovação recursal. A tese exposta no apelo interno está dissociada do tema discutido nas instâncias ordinárias e na especial, logo, vedada a sua cognição. 2. Omissão não presente. É manifesta a impossibilidade de se emprestar efeitos infringentes aos embargos aclaratórios sem que ocorra omissão, obscuridade ou contradição no acórdão objurgado. 3. Embargos de declaração rejeitados. VOTO O EXMO. SR. MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA (Relator): 1. Os presentes embargos aclaratórios não merecem acolhimento. O decisum embargado consignou, literalmente, que é inviável, nesta oportunidade, a análise da não incidência da Medida Provisória /01 nas execuções de pequeno valor, visto que constitui questão nova não suscitada nas instâncias ordinárias (fls. 127 a 132). Por sua vez, a embargante insiste na tese de que o crédito exeqüendo é de pequeno valor, nos termos da Lei /2001, o que autorizaria a fixação dos honorários advocatícios na presente execução em desfavor da Fazenda Pública, ainda que não embargada (fls. 142 a 144). Como exaustivamente debatido no julgado turmário embargado, o enfrentamento de tal matéria encontra-se inviável nesta ocasião, posto que esta característica peculiar não foi levantada no momento oportuno, ou seja, na contra-minuta ao agravo de instrumento (fls. 19 a 22) ou nas contra-razões ao recurso especial (fl. 48), o que configura a ausência total de debate prévio sobre o referido tema. O agravo regimental é instrumento que se apresta a impugnar as razões da decisão singular vergastada, sendo vedado ao agravante inovar, trazendo a lume questões não Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 26/06/2006 Página 3 de 7

4 propaladas ou analisadas anteriormente. Logo, é inadmissível o agravo regimental anteriormente interposto, visto que nítida a pretensão da autora em ver apreciada questão nova, não suscitada no momento adequado para tal indagação. O debate travado nas instâncias ordinárias e na especial cinge-se acerca do cabimento dos honorários advocatícios nas execuções não embargadas contra o Poder Público, em momento algum adentrou-se na singularidade de ser a presente execução paga mediante requisição de pequeno valor. Incide, portanto, a Súmula 182 desta Casa, visto que o agravo interno, nesta parte, não atacou o fundamento do julgado singular agravado, mesmo porque a matéria não foi decidida monocraticamente. É cediço neste Tribunal Superior a impossibilidade de inovação nas razões de agravo regimental. Confira-se: "AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. EX-COMBATENTE. 2ª GUERRA MUNDIAL. CONCEITO. DIREITO À PENSÃO ESPECIAL. LEI Nº 5.315/67 E ARTIGO 53 DO ADCT/88. TERMO FINAL. INOVAÇÃO. [...] 2. Em sede de agravo regimental não se conhece de alegações estranhas ao acórdão recorrido, às razões da insurgência especial e ao agravo de instrumento, eis que evidenciam vedada inovação de fundamento. [...] 4. Agravo regimental improvido." (AgRg no RESP /PB, Sexta Turma, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, D.J. 04/04/2005) "PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. QUESTÕES NÃO ARGÜIDAS NO RECURSO ESPECIAL E NAS CONTRA-RAZÕES. INOVAÇÃO DE FUNDAMENTOS. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. 1. Em sede de agravo regimental, não é possível a apreciação de matérias não veiculadas nas razões do recurso especial e sequer suscitadas nas contra-razões, por força da preclusão consumativa. Precedentes. 2. Agravo regimental desprovido." (AgRg no RESP /SP, Quinta Turma, Relatora Ministra Laurita Vaz, D.J. 23/05/2005) Logo, como decidido anteriormente, não desafia cognição o tema novo abordado exclusivamente nesta instância especial. Portanto, depreende-se que a pretensão da embargante tem nítido fim infringente, na tentativa de rejulgamento da causa pela via inadequada. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 26/06/2006 Página 4 de 7

5 Dessarte, o acórdão não possui nenhum vício a ser sanado por meio dos embargos de declaração, artigo 535 do Código de Processo Civil. Em verdade, o aresto não padece de nenhuma omissão, contradição ou obscuridade, vez que houve a manifestação acerca de todas as questões relevantes para a solução da controvérsia. A utilização de efeito modificativo nos embargos declaratórios somente se justifica quando traduz em conseqüência lógica da correção de eventuais vícios. Os embargos interpostos, em verdade, se aprestam a rediscutir questões ponderadas no decisum. Não cabe, todavia, redecidir, nessa trilha, quando é da índole do recurso apenas reexprimir, no dizer peculiar de Pontes de Miranda, que a jurisprudência consagra, arredando, sistematicamente, embargos declaratórios, com feição, mesmo dissimulada, de infringentes. Com efeito, o julgador não precisa responder, nem se ater a todos os argumentos levantados pelas partes, se já tiver motivos suficientes para fundamentar sua decisão. In casu, houve o julgamento da questão de maneira fundamentada, apenas não tendo sido adotada a tese da embargante. 2. Quanto ao explícito questionamento prévio dos dispositivos constitucionais tidos como malferidos, é remansoso o entendimento neste Sodalício de ser impróprio, em sede de recurso especial, examinar afronta a dispositivos ou princípios constitucionais, ainda que com propósito exclusivo de prequestionamento, sob pena de usurpação de competência constitucional atribuída ao Supremo Tribunal Federal. Precedentes: EDcl no AgRg no ERESP /PR, Relator Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, D.J. 07/03/2005; EDcl no RESP /CE, Minha Relatoria, D.J. 09/05/2005. Por fim, caso a embargante insista em interpor recurso manifestamente infundado e procrastinatório, incorrerá na pena prevista no artigo 538, parágrafo único do Código de Processo Civil. Dentro dessa linha, não há como possam prosperar os embargos de declaração interpostos pela autora, ante a patente inexistência de omissão a ser sanada. 3. Do exposto, rejeito os embargos de declaração. 4. É como voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 26/06/2006 Página 5 de 7

6 CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEXTA TURMA Número Registro: 2004/ EDcl no AgRg nos EDcl no REsp / PR Números Origem: EM MESA JULGADO: 11/04/2006 Relator Exmo. Sr. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro PAULO GALLOTTI Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. BRASILINO PEREIRA DOS SANTOS Secretário Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA AUTUAÇÃO RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : MARCOS EDUARTE REOLON RECORRIDO : BENEDITA GONÇALVES BISCAIA ADVOGADO : ZAQUEU SUTIL DE OLIVEIRA E OUTROS ASSUNTO: Previdenciário - Benefícios - Aposentadoria - Trabalhador Rural EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EMBARGANTE : BENEDITA GONÇALVES BISCAIA ADVOGADO : ZAQUEU SUTIL DE OLIVEIRA E OUTROS EMBARGADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : MARCOS EDUARTE REOLON CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator." Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Paulo Gallotti e Paulo Medina votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Nilson Naves. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Paulo Gallotti. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 26/06/2006 Página 6 de 7

7 Brasília, 11 de abril de 2006 ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA Secretário Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 26/06/2006 Página 7 de 7