Senhoras e Senhores Representantes da Comunicação Social Minhas Senhores e Meus Senhores

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Natália Bayer
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1 DISCUSO DE PAN, ENG. JORGE SANTOS, NA CONFERÊNCIA PARLAMENTAR A MACARONÉSIA LABORATORIO DA BIODIVERSIDADE NO ATLÂNTICO Centro Oceanográfico de Mindelo 26 de fevereiro de 2019 Senhor Presidente da Câmara Municipal de S. Vicente Senhor Secretário de Estado da Economia Marítima Caros Colegas Presidentes do Parlamento das Canárias, da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira e da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores Distintos deputados membros do Grupo de Ligação para a preparação das X Jornadas Parlamentares Atlânticas Senhoras e Senhores convidados Distintos Conferencistas Senhoras e Senhores Representantes da Comunicação Social Minhas Senhores e Meus Senhores 1

2 Permitam-me antes de mais agradecer. Agradecer pela oportunidade deste seminário, aqui nesta bela e sempre acolhedora cidade de Mindelo. Agradecer às autoridades locais pela hospitalidade e pelo envolvimento. Agradecer ao Ministério da Economia Marítima, pela coorganização, fornecendo oradores, instalações e meios logísticos. Agradecer, em especial os meus colegas das Canárias, da Madeira e dos Açores e respetivas delegações, por estarem aqui presentes para juntos refletirmos sobre o nosso Oceano Atlântico e o potencial de oportunidades de desenvolvimento que ele nos proporciona. É com um prazer sempre renovado que aqui vos acolhemos para, mais uma vez, trocarmos experiências, potenciarmos a nossa cooperação e fortalecermos a nossa amizade. 2

3 A temática desta Conferência, A MACARONÉSIA LABORATÓRIO DA BIODIVERSIDADE NO ATLÂNTICO, enquadrase na preparação das X Jornadas Parlamentares que terão lugar em Cabo Verde, nos dias 13 e 14 de Julho de As reflexões que aqui fizermos certamente fornecerão pistas importantes às equipas de trabalho, que estão encarregues de preparar aquela magna reunião. Não será pois uma simples conferência, antes um espaço de trabalho para partilhar com a sociedade pontos de vista a propósito de um tema que nos interessa a todos. A saber: como melhor conviver com o nosso mar e, de forma sustentável, dele tirar recursos para o desenvolvimento dos nossos territórios e o bem-estar dos nossos povos. Caros colegas presidentes, Minhas senhoras e meus senhores O espaço da Macaronésia é constituído pelos quatro arquipélagos, aqui presentes. 3

4 Temos em comum este mar atlântico que nos une e nos molda a vida, mas que se constitui no elemento fundamental da nossa cooperação. Em conjunto somos pouco mais de Km2 de terra mas mais de Km2 de zona marítima. Um imenso espaço aquático que, ao longo dos séculos, nos serviu como via de comunicação, proporcionou ambiente de cooperação e garantiu muito da nossa sobrevivência. Espaço que até os dias de hoje, nos proporciona grande parte do nosso aporte alimentar, portanto dos meios de sobrevivência. Ele constitui-se no principal caminho para as nossas trocas comerciais; Ele pode ser para nós um instrumento fundamental para o desenvolvimento económico e social. No nosso mar existe um enorme potencial de cooperação, em setores diversificado: nas pescas e aquacultura, nos transportes, no turismo, na investigação científica, no desporto, na produção 4

5 de água e energia renováveis, na arqueologia, na exploração de recursos fósseis, entre outros. É um potencial de cooperação que representa oportunidades que, se inteligentemente exploradas, podem constituir a espinha dorsal do nosso processo de desenvolvimento futuro, passível de utilização a longo prazo. Precisamos de conhecimentos científicos suficientes, de uma estratégia de desenvolvimento sustentável, de um programa de especialização e de incentivo capaz de captar os recursos necessários. Mas o nosso mar é também uma fonte de desafios. Desafios quanto ao aprofundamento do seu conhecimento e quanto a sua dinâmica evolutiva; Desafios ambientais, nomeadamente o seu grande potencial de catástrofes naturais e de mudanças climáticas; Desafios de segurança contra os múltiplos tráficos ilícitos; Desafios de investigação e proteção de todos os recursos económicos que ele nos pode proporcionar; 5

6 Desafios de preservação da sua biodiversidade. E são desafios comuns aos nossos quatro arquipélagos. O Mar deve ser, pois, a área prioritária da nossa cooperação e entendimento; cada um de nós terá a responsabilidade sobre o seu próprio espaço, é verdade; mas a eficácia das medidas para relevar os desafios, depende da nossa capacidade de implementar políticas e ações conjuntas. A proteção do Meio Ambiente e da Biodiversidade Marinha á um amplo campo de aproximação, de entendimentos e de cooperação entre nós. Torna-se por isso premente que aos discursos e ações da política, sejam adicionados o intercâmbio e a cooperação no domínio da Investigação, da Ciência e da Educação. Temos que cooperar no conhecimento aprofundado e contínuo do nosso Oceano Atlântico; Temos que conservar e proteger o seu ambiente; 6

7 Temos que velar pela preservação das condições necessárias à vida no ambiente marinho, e na sua forma mais diversificada; Temos que proceder à exploração sustentável dos recursos, nos limites cientificamente suportáveis; Temos que criar as capacidades necessárias para garantir condições de segurança no nosso mar: segurança da circulação de pessoas e bens; segurança da exploração das capacidades haliêuticas; proteção contra o terrorismo e os tráficos. O nosso mar é imenso, ele é o elo de ligação entre três continentes (África, Europa e Américas), que albergam uma população de cerca de milhões de pessoas, que se comunicam entre si de forma intensa. Os nossos arquipélagos sempre desempenharam um papel importante na ligação entre as duas margens Ainda hoje constituimos passagem obrigatória para grande parte do tráfego (aéreo, marítimo ou de telecomunicações) existente. Temos e teremos um papel preponderante tanto na segurança quanto na exploração deste oceano. 7

8 Temos a obrigação de garantir que os seus recursos não serão delapidados e que ele continuará a ser uma estrada segura. Acredito que temos todas as condições para promover a transformação dos nossos territórios em Reservas da Biosfera, onde as pessoas podem viver com qualidade e em harmonia com a natureza. O desafio é enorme e exige a cooperação dos vizinhos ribeirinhos. Mas o imput inicial deve ser nosso. Excelências, Hoje, tratamos aqui da oceanografia e da biodiversidade, com a colaboração científica de gente que estuda e se dedica a estas matérias. E pudemos constatar quão rica é a vida no nosso mar; qual o potencial de desenvolvimento que encerra; que perigos corremos e que comportamento devemos ter para a preservar. 8

9 Pudemos aqui ter a contribuição de ilustres participantes. Valeu a pena ter trazido esta questão para a academia e para a discussão pública. Ficou-nos a sensação de pouco; é sinal de que apenas estamos no início! Mas nesta matéria, se quisermos bem decidir, temos que contar com a contribuição daqueles que estudam que investigam e que, por isso, tem as informações necessárias que melhor nos ajudarão a encontrar as boas soluções para a exploração sustentada dos recursos marinhos. Estamos e trocar experiências e visões para a construção de uma economia azul. O caso de Cabo Verde acaba de ser apresentado pelo nosso Secretário de Estado da Economia Marítima, que aproveito para agradecer. A esta apresentação pouco tenho a acrescentar. Trata-se de um projeto que está pronto para arrancar. 9

10 Na sua fase de implementação gostaríamos de poder contar com investidores portugueses e espanhóis, especialmente se forem da Madeira, dos Açores ou das Canárias. Mas sobretudo gostaríamos de poder contar com a contribuição institucional dos Governos da Macaronésia, no processo de investigação e organização condicentes aos melhores resultados. Na verdade estamos a tentar uma construção para melhor convivermos com os nossos mares, fazer deles oportunidades de desenvolvimento e elos da nossa ligação com o mundo. Nessa jornada buscamos parceiros que se nos assemelham e com quem podemos contar; pela amizade, pela cooperação, pela defesa de interesses comuns. O nosso futuro dependerá em muito de como conhecermos, explorarmos o protegermos o nosso mar. 10

11 Creio que disso estamos cientes e disponíveis para, num quadro de colaboração WIN WIN, fazermos um caminho paralelo e complementar. Nesta perspetiva, acredito que a discussão e o intercâmbio apenas começaram. Outras ações darão corpo e este grande projeto, para continuarmos a apreender as melhores formas de harmoniosamente conviver com o nosso oceano e dele extrairmos recursos para o nosso desenvolvimento, de uma forma sustentada. Vai valer a pena! Obrigado pela vossa atenção. 11

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