Senhor Presidente da Câmara Municipal de S. Vicente. Senhoras e Senhores Ministros com responsabilidade sobre o Mar, nos países da CPLP

Transcrição

1 Discurso do Senhor Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Jorge Santos, na abertura do Cabo Verde Ocean Week 2018 Mindelo, 19 de novembro de 2018 Senhor Presidente da Câmara Municipal de S. Vicente Senhor Ministro da Economia Marítima Senhor Vice-Presidente das Seychelles Senhoras e Senhores Ministros com responsabilidade sobre o Mar, nos países da CPLP Senhor Comissário Europeu Senhor Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Economia Marítima Senhor Líder (do grupo parlamentar) Senhoras e Senhores Deputados da Nação Senhora Representante Residente do SNU em Cabo Verde Senhora Embaixadora da EU em Cabo Verde Senhoras e Senhores Embaixadores Senhoras e Senhores Presidentes das Associações de Profissionais Senhoras e Senhores Conferencistas 1/7

2 Senhoras e Senhores representantes da Comunicação Social Livre Distintos Convidados Minhas Senhoras e Meus Senhores Começo por saudar a todas e a todos e manifestar que é, para mim, um prazer muito especial poder estar aqui, nesta linda e acolhedora cidade de Mindelo e perante tão ilustre assistência, a presidir à abertura da Primeira Semana dos Oceanos em Cabo Verde e convosco partilhar um momento que espero ver repetido, no futuro. Quero, por isso, agradecer à S/Ex.ª o Senhor Ministro da Economia Marítima de Cabo Verde pelo convite, pois ele me proporciona a oportunidade para participar de uma reflexão que creio ser de absoluta importância para o nosso País e fundamental para o Oceano que nos envolve e nos liga ao mundo. 2/7

3 Senhor Ministro, Excelências, Minhas senhoras e meus senhores A nossa responsabilidade global para com a preservação e exploração racional dos oceanos é fundamental para o futuro do Planeta e para a preservação da humanidade. Hoje sabemos que, para além de representarem cerca de 70% da superfície total da Terra, os oceanos fornecem mais de 50% do oxigénio que respiramos, absorvem cerca de 30% do dióxido de carbono produzido pela atividade humana e desempenham um papel fundamental no equilíbrio térmico atual do globo terrestre, com uma função reguladora indispensável sobre o clima e as condições meteorológicas do Planeta. Acresce-se ainda que: - Mais de milhões de pessoas (quase 40% da população mundial) dependem dos oceanos como fonte primária de alimentação; - Cerca de 80% do comércio global, em volume, é transportado por via marítima; 3/7

4 - Mais de 350 milhões de empregos, à escala global, estão ligados às pescas oceânicas. Estes números interpelam-nos sobre a nossa responsabilidade para com a proteção e desenvolvimento dos ecossistemas dos oceanos e para com a nossa inevitável dependência do mar. Será sempre uma responsabilidade partilhada, que deverá ser assumida quer individualmente pelas nações, quer a nível das instâncias bilaterais e multilaterais de cooperação e desenvolvimento. Em Cabo Verde assumimos que temos uma responsabilidade muito grande na defesa e preservação do Oceano Atlântico. Essa responsabilidade deriva de vários fatores, entre os quais destaco: - A área total do território nacional (calculado em Km2), 99,5% são águas do Atlântico. E essa parte do território precisa de ser vigiada, protegida e explorada de forma sustentável; 4/7

5 - A eficiente unificação do território emerso só é possível pela via marítima; - Parte fundamental da nossa economia de hoje está assente no oceano, nomeadamente as pescas, o turismo, os transportes, a reparação naval, a atividade portuária; - A nossa segurança alimentar está fortemente condicionada pelos recursos que retiramos nos nossos mares. É onde a nossa população encontra a parte fundamental do seu aporte proteico/alimentar; - A segunda maior exportação de Cabo Verde é de produtos do mar com um, ainda, forte potencial de aumento da exploração; - A projeção da nossa economia nacional, com o objetivo de fazer de Cabo Verde uma economia de circulação localizada no Atlântico Medio, pretende contar com uma forte componente da economia marítima, com o aproveitamento das potencialidades em novas áreas como: Conhecimento científico; Desenvolvimento tecnológico e inovação; Comercio Internacional e transportes marítimos, Portos e logística, Bunkering Internacional; Transhipement; construção e reparação naval; Energias renováveis; Pesca, aquacultura e indústrias conexas; Recursos fósseis; Turismo de cruzeiros, náutica de recreios e lazer; e Segurança Marítima. 5/7

6 Entendemos assim ser vital para o nosso País não só explorar mas também preservar e proteger o Oceano Atlântico, como fonte de sobrevivência e viabilidade económica e ambiental nacional. Para tanto devemos nos munir de conhecimentos e informações necessários à projeção do futuro. Mas devemos também saber buscar, a nível internacional, as parcerias certas e fundamentais para atingirmos objetivos específicos, não só nossos mas também globais, em ações win-win. Buscar parcerias significa darmo-nos a conhecer ao mundo, desenvolver uma verdadeira e dinâmica diplomacia económica, promover trocas, partilhar oportunidades e agir conjuntamente na defesa do património comum. É por isso de reconhecer a importância desta CABO VERDE OCEAN WEEK que, a meu ver, representa um meio para o conhecimento mútuo e para a promoção da cooperação. Percebi que as atividades projetadas abarcam conferências, mesas redondas e painéis com temas os mais variados: vão de identificação dos desafios e oportunidades da economia azul às estratégias dos investimentos no setor, passando 6/7

7 pela discussão de modelos de parcerias globais, abordagens de cooperação entre estados e territórios banhados pelo mar e mecanismos de integração e complementaridade de mercados. Percebi também que se procurou ter presente, nesta semana, especialistas das mais variadas áreas do domínio do mar; governantes e figuras ilustres de países amigos com experiência e vivência do mar; e representantes de organizações internacionais parceiras. Para todas e todos vão as minhas saudações. Estamos perante uma assunção clara de que é no intercâmbio de conhecimento e no tratamento das questões do mar de forma coletiva, global e comprometida que encontraremos as melhores soluções e formas de garantir a sustentabilidade de sua exploração. É este o caminho: os oceanos são parte importante e viva do nosso habitat comum; é, pois, nossa responsabilidade compreendê-los, protegê-los e explorá-los de forma responsável. 7/7

8 Está provado que nenhum país sozinho pode assumir a gestão dos oceanos; menos ainda se tratando dos Pequenos Países Insulares como é o nosso caso. Impõe-se, portanto, uma abordagem coletiva, baseada na comunhão de interesses e numa harmonização da ação. Creio por isso que eventos como este devem ser promovidos e viabilizados; e erigidos como espaços para a construção de ambientes propícios para a definição duma estratégia de complementaridade na gestão e proteção dos oceanos. Complementarmente devem ser assumidos compromissos globais no quadro de uma cooperação institucional entre as nações. Estas são, pois, algumas ideias que quero partilhar convosco, na certeza de que esta vai ser uma semana cheia e frutífera. Acredito que também será uma semana de muito convívio com a cidade do Mindelo e com a ilha de S. Vicente, que, justamente, foi escolhida para sediar este importante certame. Resta-me pois desejar-vos sucessos e declarar aberta a primeira CABO VERDE OCEAN WEEK. MUITO OBRIGADO, pela vossa atenção! 8/7

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