ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES Gabinete da Presidência

Transcrição

1 Caros colegas de Mesa, Exma. Senhora Secretária Regional Adjunta da Presidência para os Assuntos Parlamentares em representação de Sua Excelência o Senhor Presidente do Governo Exma. Senhora e Senhores Líderes Parlamentares, Exmas. Senhoras e Senhores Deputados Regionais, Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Horta Exma. Senhora Vereadora da Câmara Municipal da Horta Demais autoridades e convidados, Minhas Senhoras e Meus Senhores, Agradeço a todos a vossa presença em mais um evento que a Cedar s House acolhe, evento, este, que evoca os 75 anos da Rádio Pública nos Açores. Sendo a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, a Casa da Democracia, o elo de ligação político das nove ilhas que constituem este arquipélago, não poderíamos deixar de nos associar à apresentação deste livro Aqui 1

2 Portugal Os Primeiros Anos da Telefonia nos Açores, reeditado este ano, uma vez que, face à nossa descontinuidade territorial a rádio é, e à época, foi-o de forma predominante, a ponte entre estas nove ilhas atenuando, assim, o seu isolamento natural. Este livro de autoria do Deputado José Andrade conduz-nos a uma viagem muito para além dos 75 anos da Rádio Açoriana que este ano celebramos. Transporta-nos aos remotos anos da década de vinte, do século passado, mais precisamente a 1928, ano da primeira experiência de telegrafia sem fios, e à vontade de muitos em fazer vingar a emissão via rádio nos Açores. Aliás a curiosidade e interesse pelas temáticas das comunicações, a par da nossa posição geográfica, foram desde sempre a base para aventuras e experiências nas telecomunicações, como é exemplo esta nossa ilha do Faial que foi o centro estratégico das telecomunicações entre os continentes europeu e americano, há mais de 120 anos, quando a Horta e Carcavelos ficaram ligados pelo primeiro cabo submarino, o que representou um passo gigantesco nas comunicações. 2

3 Mas a viagem continua até 1941, ano do anúncio público da instalação do Emissor Regional dos Açores da Emissora Nacional, na cidade de Ponta Delgada, com a primeira emissão experimental a ocorrer em 28 de maio. Ao longo desse ano a emissão chega às restantes ilhas sendo que, apenas em 1942, chega ao Corvo, através de uma subscrição pública promovida pelo jornal Comércio do Porto. Estas e muitas outras curiosidades, sobre os primórdios da emissão via rádio nos Açores, como é exemplo a primeira emissão no feminino em 12 de junho de 1935, são revisitadas por este livro. A ligação dos Açores, entre si, e ao Mundo, foi, assim, uma certeza a partir de 1941, há 75 anos atrás, quando os Açores chegaram, por voz, ao Continente Português, aos nossos irmãos ilhéus da Madeira, ou à Austrália, Angola, Cabo Verde, Estados Unidos da América, Inglaterra, Nova Zelândia ou Suécia, sob o indicativo sonoro Aqui Portugal, Ponta Delgada, Emissor Regional dos Açores. 3

4 Hoje a informação está disponível ao segundo e à distancia de um clique, pelo que se torna difícil imaginar um tempo em que as comunicações eram lentas, difíceis e inacessíveis à maioria da população. A nossa natureza arquipelágica e a distância entre as ilhas conduziam a um desconhecimento profundo sobre a realidade de cada uma delas. O trabalho radiofónico à época foi, assim, uma luz no dia-adia nebuloso das nossas populações: percebemos que tínhamos falares diferentes, tradições e formas de estar diferenciadas, mas uniam-nos a fé, o trabalho árduo e a característica impar de ser insular. A rádio aproximou-nos a todos, mesmo mantendo as distâncias físicas que, mais tarde, com a televisão foram sendo cada vez mais esbatidas. Já não estávamos sozinhos Hoje a rádio, e de uma forma geral, os meios de comunicação social tradicionais, enfrentam, na minha opinião, um enorme desafio. A alteração profunda do relacionamento entre utilizador e meio de comunicação exige medidas rápidas e 4

5 cada vez mais inovadoras para quem se quer manter como veículo de informação, nesta era cada vez mais mediatizada. Hoje a comunicação conta-se ao segundo, à distância de tirar o telemóvel do bolso e até a forma de assistir televisão mudou. O que nos reserva o futuro, não sei Mas sei que nos temos de adaptar a essas mudanças, com rigor e profissionalismo, fugindo de títulos fáceis e vendáveis porque uma comunicação social independente e rigorosa dá, também, mais força à democracia, bem como à nossa autonomia. Agradeço, uma vez mais, a vossa presença e espero que tenham um serão agradável! 5

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