ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GESTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA PARA SAÚDE MATERNA

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1 ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GESTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA PARA SAÚDE MATERNA William Magno de M. G. Monteiro Alexandre A. C. de Oliveira Alexandre Carvalho de Medeiros Claudia Lobão de Oliveira Glauber Andrade Pessoa RESUMO O objetivo deste trabalho é apontar quais os principais benefícios que as atividades físicas trazem para mulheres durante a gestação e no pós-parto. A revisão literária é a base principal deste trabalho, nos ajudando, assim, a estabelecer uma conexão direta com os estudos atuais que competem ao tema. Dentre os periódicos escolhidos estão a Revista Científica Eletrônica de Ciências Aplicadas da FAIT, o site de Pós-graduação da Universidade Pontifícia Católica de Goiás, a Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde e Scielo. A Atividade Física durante a gestação ameniza, e muitas vezes finda, diversos problemas quanto à saúde e causa bem-estar. Vimos que exercícios dirigidos para gestantes proporciona melhorias na saúde da mãe durante a gestação e no pós-parto. Palavras chaves: Exercícios e gestação; Atividade física na gravidez; Saúde materna.

2 Introdução O presente trabalho busca aprofundar-se nos conhecimentos teóricos já abordados academicamente acerca dos benefícios que a atividade física pode trazer para saúde materna. O assunto é bastante discutido em diversas áreas da saúde e atualmente está em evidência, devido ao crescimento da preocupação da mãe em manter uma gestação saudável por fatores como, por exemplo, trabalho, maior acesso à informação e aumento da gravidez planejada, entre outras coisas. Diante de tantas transformações ao longo da gestação o corpo materno sofre com oscilações hormonais e de pressão arterial, aumento do peso e da flacidez pósparto. Tendo em vista os benefícios da atividade regular na vida dos seres humanos, buscaremos focar na saúde materna durante a gravidez e no pós-parto, procurando observar como tais atividades contribuem na amortização dos efeitos negativos da gravidez para o corpo feminino. Os principais fatores determinantes da retenção de peso em mulheres no pós-parto incluem o ganho de peso durante a gestação e a intensidade da lactação. Diversos estudos (Boardley et al., 1995; Gunderson & Abrams, 1999; Ohlin & Rossner, 1990; Parham et al., 1990; Schauberger et al., 1992;) revelaram que quanto maior o ganho de peso durante a gestação, maior a retenção de peso no pós-parto. (KAC, 2001) Segundo Gilberto Kac o aumento do peso pós-parto está diretamente ligado a grande retenção deste ao longo da gestação. Ou seja, uma das formas mais indicadas para diminuir este acúmulo de peso, além de uma alimentação saudável, a prática de atividades físicas direcionadas a gestantes. Uma das afirmações do autor também é a interrupção das atividades praticadas antes da gravidez que se estende ao longo da amamentação. Por este motivo, manter-se praticando exercícios físicos moderados pode amenizar a retenção de peso. O acúmulo de peso é um dos principais fatores que acarretam doenças e distúrbios no organismo dos indivíduos, e não é diferente com mulheres no período gestacional. O objetivo deste trabalho é apontar quais os principais benefícios que as atividades físicas trazem para mulheres durante a gestação e no pós-parto. Contribuindo, também, para o desenvolvimento saudável do bebê e para minimização de abortos.

3 Compreender, através de pesquisa empírica, com análise de dados e baseada primordialmente em pesquisa bibliográfica, os efeitos dos estímulos das atividades físicas para saúde física e mental materna no período gestacional. A questão principal, que move este trabalho, é: Quais os benefícios que a atividade física pode trazer para saúde materna? Diante da pesquisas e dos dados que serão apresentados responderemos essa e outras questões ligadas à saúde da mãe ao longo da gravidez em relação com a atividade física. Benefícios e malefícios são apontados por diversos autores, o que nos instiga a buscar por novos caminhos. Metodologia O presente estudo tem como método a pesquisa bibliográfica que se sistematiza em materiais publicados em jornais, revistas, livros, redes eletrônicas, teses, dissertações, entre outros meios públicos de acessibilidade democrática. A busca pela literatura na área condizente com a temática é essencial para o desenvolvimento do estudo aqui abordado. A revisão literária é a base principal deste trabalho, nos ajudando, assim, a estabelecer uma conexão direta com os estudos atuais que competem ao tema. A partir do levantamento bibliográfico de livros e artigos em revistas científicas, contextualizamos o tema na busca para solucionar o problema citado na introdução. Através de uma revisão literária em revistas eletrônicas e periódicos de boa conceituação com publicações nos últimos vinte anos. Dentre os periódicos escolhidos está a Revista Científica Eletrônica de Ciências Aplicadas da FAIT, o site de Pós-graduação da Universidade Pontifícia Católica de Goiás, a Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde e Scielo. Destas revistas foram extraídos doze artigos para a estruturação deste estudo. Salientando que estes foram selecionados após algumas pesquisas, refinamentos, exclusão por títulos e resumos que não vão de encontro com a temática.

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5 Análise de Dados Quadro 01: Autor Ano Rev. Qualis Objetivo Metodologia SCARPA, Simone Cristina; Avaliar as Estudo de coorte KURASHIMA, Carolina modificações na com 57 mulheres Harumi; TAKITO, Monica prática de atividade (Grupo Controle = Yuri. física (AF) e as 29 e Grupo (2012) barreiras para Intervenção = 28), e Revista Brasileira Saúde adoção de um estilo idade média igual a Materna e Infantil de vida saudável em 28 (±6) anos. As Qualis Capes B1 mulheres que informações foram receberam obtidas através de orientações entrevistas em visita nutricionais e de AF domiciliar (durante a durante a gestação e intervenção) e no primeiro ano após inquérito telefônico o parto. (um ano após o SILVEIRA, L. C.; SEGRE, C. A. (2012) Einstein Qualis Capes B3 Verificar se o exercício físico de média intensidade, realizado durante a gestação, pode influenciar na via de parto, e observar a adesão ao exercício entre primigestas com diferentes níveis de escolaridade. término da intervenção), utilizou-se questionário de AF. Para análise das barreiras foi realizada uma entrevista semiestruturada com questões abertas, as quais foram codificadas e agrupadas para análise dos dados. Foram realizados testes de quiquadrado, Mann- Whitney U e Friedman. Estudo realizado no Centro de Incentivo ao Aleitamento Materno, em São Sebastião (SP), entre 7 de abril de 2008 a 14 de abril de Estudo prospectivo envolvendo 66 gestantes primíparas, as quais foram alocadas em dois grupos, um Principais Resultados Aos seis meses, apenas 30% das mulheres do grupo Intervenção realizavam AF no lazer pelo menos 120 minutos por semana, contra 10% do grupo Controle, reduzindo para 18% e 4%, respectivamente, dois anos após o parto. As principais barreiras à prática de AF regular foram: falta de tempo (44%), cuidado com os filhos (37%), trabalho (21%), afazeres domésticos (21%) e comodismo (26%). O grupo que praticou exercício regular teve maior número de partos vaginais, com diferença estatística significativa avaliada pelo teste do χ2 (p=0,031). As gestantes com melhor nível de escolaridade apresentaram maior adesão ao programa de exercícios, diferença estatisticamente com

6 TAKITO, Monica Yuri; NERI, Lenycia de Cassya L.; BENÍCIO, Maria Helena D Aquino (2012) Revista Brasileira de Medicina do Esporte Qualis Capes A2 O objetivo do presente estudo é analisar a reprodutibilidade e validade concorrente de um questionário de atividades físicas para gestantes. Grupo Exercício, que praticou atividade física regular durante a gravidez, e o Grupo Controle, que não praticou atividade física regular durante o mesmo período. O nível de significância adotado neste trabalho foi de 5% (p=0,05). Em amostra de 68 gestantes, no segundo trimestre de gestação foi realizada entrevista para aplicação do questionário, que foi repetida com aproximadamente uma semana de intervalo e no puerpério. No período entre as duas primeiras entrevistas, as mulheres utilizaram monitor de frequência cardíaca (n=38). significante (p=0,01736). As análises de reprodutibilidade foram adequadas com coeficientes de correlação intraclasse variando de 0,54 a 0,85. A análise das variáveis categóricas, com questões subjetivas e de autopercepção da atividade física, resultou em maior intervalo de coeficiente kappa com valores entre 0,29 e 0,76 entre a aplicação do questionário com uma semana de intervalo, e 0,08 a 0,70 comparado ao puerpério. As análises de validade conduziram a resultado satisfatório quanto à média das diferenças encontrada por intermédio do gráfico de Bland e Altman (1986) entre o questionário e o freqüencímetro. Entretanto, o intervalo da dispersão não se apresentou adequado, visto que variou em mais de sete horas para atividades leves e em quase onze horas por dia para atividades moderadas. As análises do presente estudo parecem assegurar a reprodutibilidade do

7 DUMITH, Samuel C; DOMINGUES, Marlos R.; SASSI, Raul A Mendoza; CESAR, Juraci A. (2009) Revista de Saúde Pública Qualis Capes A2 TAVARES, Jousilene de S.; MELO, Adriana Suely de O.; AMORIM, Melania Maria R. de; BARROS, Vivianne Oliveira; TAKITO, Monica Yuri; BENÍCIO, Maria Helena D Aquino; CARDOSO, Maria Aparecida A. (2008) Revista brasileira de epidemiologia Qualis Capes B1 Analisar fatores associados à prática de atividade física durante a gestação e sua relação com indicadores de saúde materno-infantil. Avaliar o padrão de atividade física entre gestantes atendidas pela estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Campina Grande/ PB. Estudo transversal realizado com todos os nascimentos ocorridos em maternidades no município de Rio Grande, RS, durante o ano de 2007 (N = 2.557). As informações foram obtidas por entrevista, por meio de um questionário pré-codificado aplicado às mães. Os desfechos de saúde materno infantil analisados foram: hospitalização durante a gravidez, parto por cesárea, prematuridade (idade gestacional menor de 37 semanas), baixo peso ao nascer (< g) e morte fetal. Foi acompanhada uma coorte observacional de gestantes (n=118), a partir da 16ª semana gestacional, durante os anos de 2005 a A cada quatro semanas eram aferidas as condições clínicas, socioeconômicas e obstétricas, incluindo a aplicação questionário de atividade física para gestantes. No entanto, com relação à validação, a comparação com os resultados obtidos pelo freqüêncímetro não mostrou graus de concordância adequados. Relataram ter praticado atividade física durante a gestação 32,8% (IC95% 31,0;34,6) das mães. Os fatores associados à prática de atividade física na gestação, após ajustes para possíveis confundidores, foram: idade materna (associação inversa), escolaridade (associação direta), ser primigesta, ter feito prénatal, e ter recebido orientação para a prática de exercícios durante o pré-natal. Mulheres que praticaram atividade física durante a gestação mostraram menor probabilidade de realização de cesariana e de terem filho natimorto. Não houve associação entre atividade física e parto prematuro, hospitalização e baixo peso ao nascer. As características socioeconômicas da coorte estudada indicaram majoritariamente gestantes de baixo poder aquisitivo, baixa escolaridade e baixo percentual de mulheres economicamente ativas. O padrão de atividade física observado foi baixo desde o primeiro trimestre gestacional,

8 SILVA, Francisco Trindade (2007) Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia Qualis Capes B2 Mensurar o gasto energético em gestantes através de um questionário, o Pregnancy Physical Activity Questionnaire PPAQ, proposto por Chasan Taber (2004). de um questionário específico sobre atividade física na 16ª, 24ª e 32ª semanas gestacionais. A avaliação foi feita a partir da somatória do equivalente metabólico (METs) e as atividades cotidianas foram divididas em quatro grupos: atividades laboral, doméstica e caminhada, além de inatividade. As gestantes foram classificadas de acordo com o padrão de atividade física realizado em: sedentárias, praticantes de atividades física leve, moderada e vigorosa. Os dados foram analisados no programa Epi Info Estudo de natureza quantitativa descritiva, de corte transversal. Realizou-se em 12 unidades municipais de saúde de Fortaleza, pertencentes à Secretaria Executiva Regional IV. A amostra do estudo corresponde a 305 gestantes atendidas nos postos de saúde da regional. O PPAQ, para adequar-se à realidade brasileira, foi validado durante fases do estudo é direcionado por metodologia da Organização oscilando entre o leve e o sedentário, e foi diminuindo com o evoluir da gravidez, com 100% das gestantes alcançando o padrão sedentário na 32ª semana. Em relação aos grupos de atividades, observou-se um predomínio de atividades domésticas, seguidas pelas atividades de lazer. Foram incluídas 305 gestantes, sendo a prevalência de gasto energético classificado como leve foi encontrado em 51,4% dos casos e, quando agrupamos atividade sedentário e leve, este valor cresce para 80,3%, mostrando que há uma prevalência de inatividade física durante o período gestacional. Com o desenvolvimento da gestação, percebe-se um discreto aumento na classificação da atividade leve para os três trimestres, 44,9, 57,3 e 61,4% e uma acentuada redução na classificação moderado, 29,1, 25,2 e

9 TAKITO, Monica Yuri; BENÍCIO, Maria Helena D'Aquino; LATORRE, Maria do R. D. de O. (2005) Revista de Saúde Pública Qualis Capes A2 Avaliar a relação entre postura/atividade física materna e o peso inadequado ao nascer. Mundial de Saúde (OMS). O questionário capita o gasto energético em Metabolic Equivalents Tasks (METs); sendo classificado quanto à intensidade em sedentário (<1,5 METs), leve (1,5 a <3,0 METs), moderado (3,0 a 6,0 METs) e vigoroso (>6,0 METs). Para processar as informações utilizouse o Epi-info 6.04a. A associação entre variáveis foi testada pelo X2 ou pelo Teste Exato de Fisher, com 5% de significância. Coorte prospectiva com 152 gestantes de serviço de assistência pré-natal de baixo risco de um hospital especializado, localizado no Município de São Paulo. Para cada gestante foram realizadas três entrevistas ao longo da gestação, quando foi avaliada a freqüência de atividades físicas diárias. O peso ao nascer (inadequado <3.000 g e adequado g) foi a variável dependente e as variáveis de freqüência de atividades físicas foram as variáveis independentes. Foi realizada análise 4,5%. Apresentaram nível de significância as variáveis: trimestre de gestação, escolaridade, estado civil e raça com relação ao gasto energético. Foi identificado como fator de proteção para o peso inadequado ao nascer a realização de caminhada no primeiro período da gestação por menos de 50 min (OR ajustado =0,44; IC 95%: 0,20-0,98). A permanência em pé parada por mais de 2,5 horas mostrou acentuado risco no segundo trimestre (OR ajustado =3,23; IC 95%: 1,30-7,99). Dentre as atividades que requerem a postura ereta, identificou-se relação do tipo dose-resposta para lavar roupa e cozinhar (p de tendência linear <0,01 e 0,05, respectivamente). Após ajuste pelas variáveis de controle, apenas a atividade de lavar roupa no segundo trimestre confirmou a significância

10 BATISTA, Daniele Costa; CHIARA, Vera Lucia; GUGELMIN, Sílvia Angela; MARTINS, Patrícia Dias (2003) Revista Brasileira Saúde Materna e Infantil Qualis Capes B1 KAC, Gilberto (2001) Caderno de Saúde Pública Qualis Capes A1 São reconhecidos os benefícios da prática de atividade física sobre o ciclo vital, sem consenso quanto à gestação. A presente revisão tem como principal objetivo descrever os determinantes da retenção de peso e da obesidade em mulheres no pósparto. estatística de regressão logística univariada e múltipla, tendo como variáveis de controle a escolaridade tabagismo morar com o companheiro e estado nutricional inicial. Este artigo reviu considerações e efeitos da prática da atividade física durante a gestação sobre a saúde da gestante não-atleta e o feto. Foram utilizados os bancos de dados Medline e Pubmed referentes ao período Este trabalho constitui-se em uma revisão de literatura sobre fatores determinantes da retenção de peso em mulheres no pós-parto. estatística. Dentre os benefícios, os artigos destacam: prevenção e redução de lombalgias, de dores das mãos e pés e estresse cardiovascular, fortalecimento da musculatura pélvica, redução de partos prematuros e cesáreas, maior flexibilidade e tolerância à dor, controle do ganho ponderal e elevação da autoestima da gestante. No feto, observou-se aumento do peso ao nascer e melhoria da condição nutricional. Não se encontraram recomendações de necessidades nutricionais para a gestante não-atleta. Não existiu consenso quanto às necessidades nutricionais e o tipo de atividade física dessa gestante, sendo o exercício na água o mais indicado. Porém destacaram-se diversas contraindicações da prática de exercícios na gestação. Os resultados da revisão demonstraram que os principais fatores determinantes incluem o ganho de peso gestacional e a intensidade da lactação. Diversos estudos demonstraram que

11 ALEXANDRE, Lara Ventura; PAULA, Marília Teixeira de; BASSO, Nicole Rafaela; SILVEIRA, Érika Aparecida da. SANTOS, Sione Cordeiro; VESPASIANO, Bruno de Souza. Avaliar os efeitos da atividade física sobre a saúde materna e fetal. O objetivo da presente pesquisa é realizar uma busca sistemática nas conceituadas bases eletrônicas além de periódicos nacionais. Ademais saber se exercícios físicos na gestação melhora ou não a vida da gestante e do feto. Estudo do tipo revisão sistemática realizada no MEDLINE / PubMed, LILACS e SciELO no período de 2001 e Foram incluídos quatorze ensaios clínicos randomizados e seis não randomizados. Utilizando como palavras-chaves: motor activity/atividade motora, pregnancy/gravidez, gestação/gestação, pregnant woman/gestante. O presente trabalho foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica. Para elaboração do presente texto, foram selecionados artigos nacionais. Os termos chaves utilizados no idioma português foram os relacionados a seguir: gestantes,exercício e benefícios. quanto maior o ganho de peso durante a gestação, maior a retenção de peso no pós-parto. O fumo esteve associado a uma menor retenção, enquanto a lactação só exerceu efeito protetor para a retenção de peso em alguns estudos. O processo de pesquisa identificou inicialmente 1324 artigos através da estratégia de busca e em seguida foram triados em: artigos realizados em humanos (n= 434) e estudos publicados entre 2001 e 2011 (n= 245). Após a leitura dos títulos e resumos foram selecionados 20 artigos, sendo 5 artigos sobre saúde fetal e 15 sobre saúde materna. Apenas um estudo foi de gestante com sobrepeso, os demais foram de gestantes saudáveis. A prática de exercício físico moderado durante a gestação contribui para melhoras positivas na saúde da mãe e do feto, tanto na parte biológica como na psicológica, tomando alguns cuidados para não exceder os limites do corpo, com a liberação de um médico e acompanhamento de um profissional qualificado. Tomando todos os cuidados necessários, a prática de exercício físico é uma ótima opção para melhorar a qualidade de vida durante a gestação e pós-parto.

12 Atividade Física para gestante A atividade física durante a gestação é altamente recomendada desde que seja acompanhada e a gravidez não seja de risco. O acompanhamento médico é essencial para a prática de atividades, para que não haja risco. Estas atividades devem ser acompanhadas por um profissional de Educação Física capacitado e que planeje as atividades de maneira a adaptá-las às gestantes. Sugere-se que as gestantes sejam estimuladas a realizar atividade física, porém urge que os profissionais responsáveis pela assistência pré-natal recebam treinamento adequado. O ideal é que a prática de atividade física ocorra de forma planejada, acompanhada e sistematizada no sentido de modificar o padrão de atividade física das gestantes, de forma a melhorar a qualidade de vida das mulheres durante a gestação. (TAVARES; MELO; AMORIM; BARROS; TAKITO; BENÍCIO; CARDOSO. 2009). Existe uma diversidade enorme de exercícios praticados ao longo da gestação, ou seja, existe atividade para todos os gostos não havendo o porquê de uma mãe saudável não praticar. Alguns exercícios recomendados e seus benefícios estão explicitados no quadro abaixo. Musculação Pilates Hidroginástica Caminhada Ioga Alongamento Quadro 02: Fortalece musculaturas responsáveis pelo controle postural Ajuda na distribuição do peso, fortalecimento muscular e na região pélvica. Ajuda aliviar o peso extra da gestação, diminuindo impactos e ameniza as dores do parto. Ajuda manter a forma física. Flexibilidade, tonifica os músculos e a circulação. Agilidade, elasticidade do corpo prevenindo lesões. Treinamento funcional Fonte: Portal da Educação Física, Equilíbrio, força, flexibilidade, resistência e coordenação. Podemos observar nesta tabela os benefícios mais diretamente relacionados aos exercícios destacados, mas se forem mais profundamente estudados veremos outros benefícios mais específicos ligados a estas atividades.

13 Benefícios Com o aumento do peso, entre outros fatores gestacionais, os problemas posturais que acarretam dores nas costas são intensificados, principalmente em mulheres sobrecarregadas com o emprego e os afazeres domésticos, mulheres que não têm auxílio nas suas atividades diárias. Os resultados encontrados indicam que a orientação sobre a atividade física deve ser enfatizada durante a assistência pré-natal, principalmente nas mulheres que não têm ajuda no trabalho doméstico e/ou permaneçam na postura em pé parada por tempo prolongado. (TAKITO; BENÍCIO; LATORRE. 2005). A atividade física atinge na melhoria da postura quando iniciada no começo da gestação. Segundo o artigo da citação acima a intervenção iniciada no começo do pré-natal evita que a postura inadequada acarreta dores nas costas, lombalgia, etc. Em sua pesquisa, Kac (2001), apresenta outro tipo de benefício trazido pelos exercícios físicos que é a perda de peso. Através de exercícios moderados e com acompanhamento adequado na alimentação a perda de peso é progressiva e auxilia na saúde materna com o controle da pressão arterial, colesterol, etc. Na mesma linha do estudo de Dewey (1998b), Lovelady et al. (2000), valendo-se de um ensaio clínico randomizado, concluíram que um programa moderado de exercício físico, em conjunto com uma leve restrição calórica, é benéfico na perda de peso em mulheres lactantes com sobrepeso. Os autores concluem que uma perda entre 1kg e 2kg por mês não compromete a produção de leite e, consequentemente, o crescimento infantil (Lovelady et al., 2000). (KAC, 2001)

14 A tabela abaixo foi extraída do artigo de revisão Exercício Físico na gestação de Sione Cordeiro SANTOS e Bruno de Souza VESPASIANO. Nela são apresentados diversos benefícios biológicos e psicológicos trazidos por exercícios direcionados às gestantes. Quadro 03: Benefícios Biológicos e Psicológicos Manutenção ou melhora do condicionamento físico. Menor ganho de peso e adiposidade materna. Diminuição de complicações obstétricas. Menor risco de parto prematuro. Diminuição do risco de diabetes gestacional Menor hospitalização e diminuição na incidência de cesárea Melhora da autoestima e autoimagem Melhora da sensação de bem estar Diminuição da sensação de isolamento social Diminuição da ansiedade, do estresse e do risco de depressão. Fonte: Fisher, 2003 Podemos observar que além dos benefícios físicos existem benefícios mentais como a melhoria da autoestima e autoimagem, da sensação de bem-estar, a diminuição da sensação de isolamento social, da ansiedade, do estresse e do risco de depressão. Estes são problemas muito comuns na gestação e às mulheres podem ter na atividade física uma solução. Considerações Finais O presente trabalho observou que a Atividade Física durante a gestação ameniza, e muitas vezes finda, diversos problemas quanto à saúde e causa bemestar. Vimos que exercícios dirigidos para gestantes proporciona melhorias na saúde da mãe durante e no pós-parto. A gestação é uma fase muito complexa e cheia de dificuldades, muitos problemas de saúde surgem ao longo dela e, tendo isto em vista, todo o suporte teórico e o estudo praticado nesta pesquisa, podemos dizer que o assunto ainda não está esgotado e oferece uma gama enorme de ramificações possíveis.

15 Referências ALEXANDRE, Lara Ventura; PAULA, Marília Teixeira de; BASSO, Nicole Rafaela; SILVEIRA, Érika Aparecida da. Atividade física durante a gestação: efeitos sobre a saúde materna e fetal. TCC da Pós-graduação da Universidade Pontifícia Católica de Goiás. BATISTA, Daniele Costa; CHIARA, Vera Lucia; GUGELMIN, Sílvia Angela; MARTINS, Patrícia Dias. Atividade física e gestação: saúde da gestante não atleta e crescimento fetal. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.3 no. 2 Recife Apr./June DUMITH, Samuel C; DOMINGUES, Marlos R.; SASSI, Raul A Mendoza; CESAR, Juraci A. Atividade física durante a gestação e associação com indicadores de saúde materno-infantil. Rev. Saúde Pública vol.46 no.2 São Paulo Apr Epub Feb 14, KAC, Gilberto. Fatores determinantes da retenção de peso no pós-parto: uma revisão da literatura. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 17(3): , mai-jun, SANTOS, Sione Cordeiro; VESPASIANO, Bruno de Souza. Exercício físico na gestação. Revista Científica Eletrônica de Ciências Aplicadas da FAIT. SCARPA, Simone Cristina; KURASHIMA, Carolina Harumi; TAKITO, Monica Yuri. Impacto da orientação para a prática regular de atividade física dois anos após o parto. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.12 no.2 Recife Apr./June SILVA, Francisco Trindade. Avaliação do nível de atividade física durante a gestação. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.29 no.9 Rio de Janeiro Sept SILVEIRA, L. C.; SEGRE, C. A. Exercício físico durante a gestação e sua influência no tipo de parto. Einstein. 2012; 10(4):

16 TAKITO, Monica Yuri; BENÍCIO, Maria Helena D'Aquino; LATORRE, Maria do R. D. de O. Postura materna durante a gestação e sua influência sobre o peso ao nascer. Rev. Saúde Pública vol.39 n 3. São Paulo. June TAKITO, Monica Yuri; NERI, Lenycia de Cassya L.; BENÍCIO, Maria Helena D Aquino. Avaliação da reprodutibilidade e validade de questionário de atividade física para gestantes. Rev Bras Med Esporte vol.14 no.2 Niterói. Mar. /Apr TAVARES, Jousilene de S.; MELO, Adriana Suely de O.; AMORIM, Melania Maria R. de; BARROS, Vivianne Oliveira; TAKITO, Monica Yuri; BENÍCIO, Maria Helena D Aquino; CARDOSO, Maria Aparecida A. Padrão de atividade física entre gestantes atendidas pela estratégia saúde da família de Campina Grande PB. Rev. bras. epidemiol. vol.12 no.1 São Paulo Mar