Direito Penal. Prof. Pietro Chidichimo e Prof. Alexandre Salim

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1 Direito Penal 1 Da aplicação da Lei Penal: princípios da legalidade e da anterioridade; a lei penal no tempo e no espaço; o fato típico e seus elementos; relação de causalidade; culpabilidade; superveniência de causa independente. 2 Crime: crime consumado, tentado e impossível; desistência voluntária e arrependimento eficaz; arrependimento posterior; crime doloso e culposo. 3 Erro de tipo: erro de proibição; erro sobre a pessoa; coação irresistível e obediência hierárquica; causas excludentes da ilicitude. 4 Da imputabilidade penal: do concurso de pessoas; do concurso de crimes. p/. Prof.

2 Sumário SUMÁRIO... 2 DIREITO PENAL...3 SÚMULAS ACERCA DO TEMA...63 QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR...64 LISTA DE QUESTÕES GABARITO RESUMO DIRECIONADO de 125

3 DIREITO PENAL 1. Da aplicação da lei penal: princípios da legalidade e da anterioridade. O Direito Penal pertence ao direito público, pois o poder de punir está concentrado nas mãos do Estado, que se destina a prevenir e punir a prática de infrações penais. É certo que, no mais das vezes, as sanções pelo descumprimento de regras fiscais por parte do contribuinte se dão nas órbitas administrativa e civil. Mas, por vezes, quando além do inadimplemento, houver fraude, a punição também surge na seara penal. Para tanto, imprescindível, em nosso concurso, estudarmos também o direito penal e seu regramento. Diante da importância do direito penal na vida das pessoas, os princípios se mostram fundamentais, pois representam uma verdadeira limitação a esse poder, que jamais poderá ser arbitrário. - Princípio da Legalidade: Art. 5º, XXXIX, CF. Art. 9º CIDH. Art. 1º CP Não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem prévia cominação legal. Como se viu, o Direito Penal lida com o bem mais precioso do ser humano, imediatamente abaixo da vida: a liberdade. Em assim sendo, o Princípio da Legalidade é o expoente máximo do limite estatal do poder de punir. Esse princípio, então, estabelece que uma conduta jamais poderá ser considerada crime se não houver previsão legal anterior. Se assim não fosse, seria uma absoluta insegurança jurídica, pois nenhum indivíduo teria coragem de praticar qualquer ato, pois, num futuro, esse ato poderia ser criminalizado. Decorrem do aludido Princípio, os seguintes desdobramentos: a) Estrita Reserva Legal/Estrita Legalidade: apenas a lei, em sentido estrito, pode veicular matéria penal incriminadora. Lei ordinária. Não podem cominar crimes ou penas: a.1) medida provisória (art. 62, 1º, I, b, CF/88); a.2) lei delegada (art. 68, 1º, II, CF/88). Obs.: a necessidade de lei ordinária deriva de um princípio de lex populi, ou seja, o indivíduo tem o direito de ter sua liberdade cerceada, limitada, apenas pela vontade de seus pares (representantes no Congresso Nacional), não pelo soberano (Presidente da República). Deve ser respeitado, ainda, o direito ao processo legislativo (para que o povo possa se manifestar, já que dele emana o poder). b) Princípio da Taxatividade: a lei deve esclarecer o que é e o que não é crime. Mais do que isso. A lei deve ser determinada e clara. Imaginem que, a partir de agora, pessoas que ferissem a moral e os bons costumes fossem punidas pela prática de um crime. Ora, ninguém, de modo taxativo, preciso e claro pode definir o que são moral e costumes ofensivos. 3 de 125

4 c) Princípio da Vedação de Analogia Incriminadora/Exigibilidade de Lei Escrita: não se pode punir por analogia, por semelhança. d) Princípio da Legalidade das Penas: a pena também deve estar claramente prevista. No Brasil foi adotado o sistema mais democrático que existe no mundo. O legislador, levando em conta o bem jurídico tutelado, comina uma pena mínima e uma pena máxima. Após o juiz, levando em conta o caso concreto e o sistema trifásico de aplicação da pena, deve operar dentro dos limites traçados pela lei. e) Princípio da Anterioridade: a lei deve ser anterior ao fato. Essa a razão pela qual se diz ser ela irretroativa. A exceção fica por conta do art. 5º, inciso XL, da CF/88: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Assim, quando se entende por incriminar uma determinada conduta ou por aumentar, por exemplo, a pena de um crime já existente, isso apenas valerá para a frente, não podendo serem aplicadas para o passado, ou seja, jamais poderão alcançar fatos anteriores à sua entrada em vigor. FIQUE DE OLHO 1! Aplicação da lei penal benéfica em vacatio (quando ainda não entrou efetivamente em vigor): não é possível a aplicação, ainda que seja para beneficiar o réu, pois a lei em vacatio não tem efeito jurídico e pode ser revogada sem entrar em vigor. A lei produz seus efeitos a partir de sua entrada em vigor. Não poderá retroagir, salvo para beneficiar o réu. FIQUE DE OLHO 2! Atualmente o que se observa é um movimento contrário, que é o que se tem chamado de direito penal de emergência. Esse tipo de criação de norma, que leva em conta apenas o clamor popular do momento, não se presta ao direito penal, pois é certo que haverá desproporcionalidade. Como exemplo disso, tivemos um recente caso em que um homem ejaculou em uma mulher no interior de um ônibus. É claro que a conduta deve ser reprimida, mas foi ela determinante para que fosse aprovada a Lei /18 que criou um novo tipo penal incriminador, qual seja, o art. 215 A, do CP: Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. Como esse tema já foi cobrado pela nossa banca: PRF CESPE 2013) O princípio da legalidade é parâmetro fixador do conteúdo das normas penais incriminadoras, ou seja, os tipos penais de tal natureza somente podem ser criados por meio de lei em sentido estrito. RESOLUÇÃO: 4 de 125

5 Gabarito: certa. Somente a lei em sentido formal, ou seja, aquela oriunda do Poder Legislativo Federal é que pode criar crimes e cominar penas. A lei penal no tempo e no espaço. Tempo de realização do ato Lei Posterior Fenômeno da (ir)retroatividade Fato típico Torna o fato típico Lei incriminadora irretroatividade art. 1º Fato Típico Mantém o fato típico, mas, de qualquer modo, prejudica o réu Novatio legis in pejus Irretroatividade art. 1º Fato Típico Supressão da figura criminosa Abolitio criminis Retroatividade art. 2º Fato Típico Mantém o fato típico, mas, de qualquer modo, favorece o réu Novatio legis in mellius Retroatividade art.2º, p. único Fato Típico O conteúdo típico migra para outro tipo penal Princípio da continuidade normativotípica Assim, resumidamente temos que: APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO Regra: tempus regit actum Exceção: lei penal posterior mais benéfica - A Lei Penal no Tempo: em direito penal, o que vale é que a lei penal somente poderá retroagir em benefício do réu. Ou seja, a nova lei penal que, de qualquer forma, favorecer o réu, será aplicada em seu benefício - Art. 5º, XL, CF. Art. 9º CADH. Art. 2º CP. A justificativa da retroatividade benéfica não é de que se trata de impunidade. Pelo contrário. Trata-se de uma medida de justiça, pois o Estado, detentor do poder de punir, acabou por reconhecer que, nesse momento, já não mais era necessário o rigor anterior. Assim, como decorrência do Princípio da Legalidade, aplicamos, via de regra, a lei vigente à época do fato. Por essa razão é tão importante sabermos o tempo do crime. E para que? Justamente para que se tenha certeza de qual lei será aplicada ao caso concreto. 5 de 125

6 E qual a teoria adotada pelo Código Penal em relação ao momento do crime? Segundo o art. 4º do CP: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. O Código Penal, assim, em relação ao tempo do crime, adotou o Teoria da Atividade. A lei penal, dessa forma, deve ter sido criada antes da prática da conduta que pretenda incriminar. Mas, como visto acima, a lei pode se movimentar, desde que seja para beneficiar o réu. A esse fenômeno damos o nome de extra-atividade que é dividida em: - Retroatividade: possibilidade de a lei penal ser aplicada a fatos anteriores à sua entrada em vigor e - Ultra-atividade: trata-se da possibilidade de a lei penal ser aplicada mesmo após ter sido revogada ou ter perdido os seus efeitos. Como esse tema já foi cobrado pela nossa banca: TCU CESPE 2015) Segundo o Código Penal Brasileiro vigente, a lei posterior que, de qualquer forma, favorecer o agente delituoso aplica-se aos fatos a ela anteriores, desde que não decididos por sentença penal condenatória transitada em julgado. RESOLUÇÃO: Gabarito: errada. Inclusive quando decididos por sentença penal condenatória transitado em julgado, aplicase a lei penal mais favorável ao agente (novatio legis in mellius ou lex mitior). Logo, a novatio legis in mellius, ou seja, a lei nova que beneficie o acusado de qualquer modo, traz a consequência de ser retroativa. A lei nova mais benéfica, portanto, se movimenta dentro de nosso ordenamento jurídico, justamente em prol do réu. E esse tema é tão importante que o seu regramento está previsto no art. 5, inciso XL, da Constituição Federal, bem como no art. 2, parágrafo único, do Código Penal: Art. 5º, CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XL a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu Art. 2º, CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. PRF - CESPE 2013) Foi considerada correta a seguinte alternativa: A extra-atividade da lei penal constitui exceção à regra geral de aplicação da lei vigente à época dos fatos. 6 de 125

7 RESOLUÇÃO: Extra-atividade é a possibilidade da lei penal, depois de revogada, continuar a regular fatos ocorridos durante a sua vigência (ultra-atividade) ou retroagir para alcançar fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor (retroatividade). A regra geral, trazida pela CF, é a proibição da retroatividade in pejus (para prejudicar o agente), permitindo somente a retroatividade para beneficiá-lo. Em regra, aplica-se a lei penal vigente ao tempo da prática do fato criminoso, de acordo com o princípio do tempus regit actum. Isso significa que o instituto que envolve a lei durante seu período de vigência é denominado de atividade, que é a regra gera. Quando a lei regula situações fora de seu período de vigência, ocorre a chamada extra-atividade, que é a exceção. CUIDADO: existem duas exceções quanto à movimentação da lei penal no tempo para, de certa forma, prejudicá-lo. E eu costumo explicar da seguinte forma para que vocês jamais esqueçam: O ÔNUS É DO RÉU Isso significa haver dois casos em que, mesmo que entre em vigor uma lei penal mais grave, ela incidirá retroativamente. Muito cuidado com isso. Não quer dizer que a lei penal mais grave irá atingir atos anteriores a ela praticados pelo réu. São casos em que o réu já iniciou o seu comportamento delitivo e, após o seus início, sem que o réu pare de praticar os atos criminosos, entra em vigor uma lei penal nova e que agrava a sua situação. Esses casos são: a) Crimes Permanentes: são aqueles em que a consumação se prolonga no tempo. Ou seja, eles seguem acontecendo, sem serem interrompidos, por um período de tempo relativamente longo. É o caso de um crime de sequestro, por exemplo. Enquanto a vítima não for colocada em liberdade, o crime segue se consumando. Agora imaginem que Pedrinho, a vítima, foi sequestrado no dia 10 de outubro de 2017 e permanece assim, trancafiado em um cubículo até o dia 20 de janeiro de Mas quando o crime se iniciou (dia em que Pedrinho teve a sua liberdade privada), a pena desse crime variava entre 02 a 05 anos. Mas que, no dia 21 de dezembro de 2018 (Pedrinho seguia sequestrado), tenha entrado em vigor uma lei que alterou a pena desse crime, que antes era de 02 a 05 anos, passando para 05 a 12 anos de reclusão. Esse crime, pelo fato de que ainda está acontecendo, mesmo tendo se iniciado à época da lei mais favorável, terá a pena estabelecida pela lei mais grave. Isso quer dizer quem o réu será punido por uma pena que irá variar entre 05 e 12 anos. b) Crime Continuado: esse instituto está previsto no art. 71 do CP e significa que, por uma ficção jurídica, vários crimes praticados em sequência, desde que da mesma natureza e em idênticas condições de tempo, local, modo de execução e outras semelhantes, os subsequentes devem compreendidos como continuação do primeiro. Isso quer dizer que todos serão punidos como se fossem apenas um, mas com um aumento da pena. 7 de 125

8 Nesse caso, imaginem que um pai de família prometeu ao seu filho comprar um celular novo de Natal. Para não dar na vista, acaba subtraindo uma determinada quantia durante vários dias, até completar o valor necessário para a aquisição do aludido produto. Nesse caso, não obstante tenha praticado vário crimes de furto, todos devem ser considerados como somente um. Então, se ele tivesse iniciado a prática dos crimes de furto no dia 10 de junho de 2018, em que a pena do referido crime fosse de 01 a 04 anos e seguisse cometendo os crimes até as vésperas do Natal e, no dia 20 de dezembro do mesmo ano, entrasse em vigor uma lei dizendo que a pena do furto seria de 02 a 6 anos, ele responderia por toda a série continuada com a pena nova, maior, ditada pela lei nova, embora mais grave. Aliás, nesse sentido é a orientação do Supremo Tribunal Federal que, inclusive, editou a seguinte súmula: Súmula 711: a lei penal mais grave será aplicada ao crime continuado e ao crime permanente desde que sua vigência seja anterior à cessação da continuidade ou permanência. - Hipóteses de Conflito. 1) Abolitio criminis: é a descriminalização de determinada conduta por lei nova que deixa de considerar crime conduta anteriormente tipificada como ilícito penal. Ela apaga qualquer efeito da lei penal incriminadora, da pena em cumprimento, passando pelo processo e chegando até a própria anotação na ficha criminal do indivíduo, não podendo ser considerada para configurar reincidência ou maus antecedentes. ABOLITIO CRIMINIS Causa extintiva da punibilidade (art. 107, III, do CP) Faz cessar os efeitos da sentença penal condenatória Os efeitos extrapenais são mantidos 2) Novatio legis incriminadora: é a hipótese inversa, ou seja, lei nova que tipifica conduta que antes não era considerada crime. Consagrando a anterioridade da lei penal, não se aplica a fatos anteriores a sua vigência. 3) Lex mitior: lei posterior que melhora a situação do sujeito. Corolário da retroatividade da lei mais benigna, como consagrado na Constituição de 1988, a lei posterior mais benéfica sempre retroage, alcançando inclusive os fatos já alcançados por decisão condenatória já transitada em julgado. Diferencia-se da abolitio criminis, uma vez que aqui não é a conduta, mas outras circunstâncias que são modificadas pela nova lei como: pena ou tempo de prescrição. 4) Lex gravior: lei posterior que agrava a situação do sujeito. A lei mais gravosa não retroage, aplicandose apenas aos fatos ocorridos após sua vigência. Aos fatos anteriores a lei mais gravosa, se aplica a lei anterior mais benigna (ultra-atividade da lei mais benigna). 5) Lei intermediária: trata-se de uma lei que entra em vigor após o fato, mas é revogada antes mesmo do julgamento desse fato. Se favorável ao réu, deverá ser aplicada, pois o sujeito não pode ser prejudicado pela 8 de 125

9 demora do Estado em julgar. Além disso, com a entrada em vigor da lei benéfica, ela passa a integrar o que se chama de direitos públicos de liberdade. 6) Continuidade típico-normativa: ocorre quando uma lei nova aparentemente não mais tratou uma conduta como criminosa. Mas, na verdade, o que ocorreu foi que a nova lei colocou o antigo crime em um novo tipo penal. Exemplo.: foi o caso da Lei 12015/09 (que estabeleceu os crimes contra a dignidade sexual). Antes dela, para se punir alguém que cometesse estupro contra menor de 14 anos, era preciso combinar alguns artigos do Código Penal para tipificar o crime. Com ela, essa conduta passou a fazer de um artigo só, o 217-A, do CP que prevê, expressamente, o estupro de vulnerável. 7) Combinação de leis em favor do réu: não pode o Poder Judiciário unir o que há de melhor em uma lei e na outra, a fim de formar uma terceira lei, pois a tarefa de criar leis pertence ao Legislativo. 8) Aplicação da lei penal benéfica em vacatio (quando ainda não entrou efetivamente em vigor): não é possível a aplicação, ainda que seja para beneficiar o réu, pois a lei em vacatio não tem efeito jurídico e pode ser revogada sem entrar em vigor. SEFAZ-RS - CESPE 2018 Assistente Administrativo Fazendário) A lei penal não retroage quando uma conduta deixa de ser considerada crime. RESOLUÇÃO: Gabarito: incorreta. A lei penal retroage quando beneficiar o agente. Quando a lei posterior deixa de considerar uma conduta como crime (ABOLITIO CRIMINIS), está beneficiando o agente. Logo, retroage. Art. 2º, CP: Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. - Controvérsias. - Ultra-atividade das leis penais temporárias ou excepcionais. Conforme previsto no art. 3, do CP, as leis penais temporárias (que preveem um prazo pré-determinado de vigência) ou excepcionais (que preveem a vigência de determinada lei penal enquanto durarem situações de emergência como: enchente, terremoto) se aplicam ao fato praticado sob sua vigência, ainda que revogadas. Parte majoritária da doutrina entende que não se aplica a retroatividade de lei para beneficiar o réu, porque as situações tipificadas são diversas, permanecendo a razão temporária de incriminação ou agravamento da punição. Parte minoritária entende que a exceção prevista no art.5, XL, da CR é incondicional e que todos os efeitos da lei penal temporária, quando perder vigência, devem ser cassados. - DE OLHO NA MÍDIA. Lei sobre importunação sexual retroage para beneficiar réu acusado de estupro. 9 de 125

10 A 6ª turma do STJ concedeu ordem de ofício para readequar a classificação do tipo penal por superveniência de lei penal mais benéfica ao réu. Quinta-feira, 25 de outubro de 2018 A 6ª turma do STJ readequou a classificação do crime de estupro considerando a superveniência de lei penal mais benéfica ao réu a lei /18, que trata do crime de importunação sexual. A decisão unânime do colegiado foi proferida em HC de relatoria da ministra Laurita Vaz, que concedia a ordem de ofício. No caso, o Tribunal de origem reconheceu que o réu abordou a vítima, interceptou sua passagem, e passou a mão em seu seio e cintura. Contudo, considerou que tal conduta não configuraria o delito de estupro, e desclassificou-o para a contravenção penal do artigo 65 do decreto-lei 3.688/41. A ministra Laurita, em decisão monocrática do início de setembro, ao julgar o recurso do MP/PR, entendeu caracterizado o delito de estupro: Quanto à extensão do conceito de ato libidinoso diverso de conjunção carnal, o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que sua prática pode ocorrer por diversas formas, incluindo toques e contatos voluptuosos, consumando-se o estupro na ocasião em que ocorre o contato físico entre o agressor e a vítima. Aplicação retroativa Já na análise do agravo regimental do paciente contra esta decisão, a ministra afirmou que, não obstante a correção da decisão agravada, nesse ínterim, sobreveio a publicação da Lei n.º , de 24 de setembro 2018, no DJU de 25/09/2018, que, entre outras inovações, tipificou o crime de importunação sexual, punindo-o de forma mais branda do que o estupro, na forma de praticar ato libidinoso. De acordo com a ministra, o "crime mais grave" seria o do próprio art. 213 do CP, que prevê a elementar da violência ou grave ameaça. No caso dos autos, pela descrição da conduta apurada pelas instâncias ordinárias, não houve violência ou grave ameaça (...) o que se subsume à conduta descrita na novel legislação, mais branda e, portanto, de aplicabilidade retroativa. Assim, a ministra fixou a pena-base em 1 ano e 2 meses, a qual tornou definitiva em razão da ausência de atenuantes ou agravantes e de causas de aumento ou diminuição. O regime inicial de cumprimento da pena fixado foi o semiaberto, considerando a existência de circunstância judicial desfavorável. TEMPO DO CRIME ARTIGO 4º DO CÓDIGO PENAL CONSIDERA-SE CONSUMADO CRIME NO MOMENTO DA AÇÃO OU DA OMISSÃO, AINDA QUE OUTRO SEJA O MOMENTO DO RESULTADO - TEORIA DA ATIVIDADE 10 de 125

11 - A Lei Penal no Espaço: um crime pode, por vezes, acabar atingindo interesses de dois ou mais Estados da mesma forma soberanos. Assim, a lei penal no espaço cuida dos limites em que se poderá aplicar a lei penal brasileira. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO Princípio da territorialidade temperada Art. 5º, caput, do CP: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. EXTRATERRITORIALIDADE Incondicionada: art. 7º, I, do CP Condicionada: art. 7º, II, do CP Hipercondicionada: art. 7º, III, do CP Em relação ao lugar do crime, trata-se de um trabalho importante para possibilitar a adoção do princípio da territorialidade, suas exceções, e definir, enfim, os demais princípios reguladores de competência e jurisdição. Tema importante para fixar qual a competência para o julgamento do crime. Fixar competência significa atribuir à autoridade competente a função de apurar e de julgar o delito. - Territorialidade. Assim dispõe o art. 5º do CP: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Como se pode verificar, esse artigo adotou o Princípio da Territorialidade para definir a área de abrangência da lei penal brasileira. Na verdade, diz-se que o Brasil adotou o Princípio da Territorialidade Temperada. Isso significa que o próprio artigo 5º do CP estabelece ressalvas, como os tratados, convenções e regras de Direito Internacional. Via de regra, a lei brasileira se aplica aos crimes cometidos no território nacional, mas, excepcionalmente, a lei estrangeira poderá ser aplicada quando assim dispuserem os tratados e convenções internacionais. 11 de 125

12 - Extraterritorialidade da lei penal. Para analisarmos a extraterritorialidade, devemos definir o que vem a ser território nacional para fins penais. 1) É o espaço sujeito à soberania do Estado; 2) É a superfície terrestre, o mar territorial que corresponde a 12 milhas marítimas a partir do litoral continental e ilhas, conforme Lei 8.617/93; 3) As embarcações e aeronaves públicas ou a serviço do Brasil, onde estiverem; 4) As aeronaves e embarcações brasileiras privadas que estejam em alto-mar ou sobrevoando o alto-mar; 5) As aeronaves e embarcações estrangeiras privadas que se achem em pouso ou em voo ou em porto ou mar territorial brasileiro. Então, como visto, o Código Penal considerada o local do crime para firmar a competência penal internacional (não confundir com o disposto no art. 4º antes mencionado, que diz com o momento da prática do crime). Qual a teoria adotada pelo Brasil? Em relação à extraterritorialidade, o Código Penal adotou a Teoria da Ubiquidade, conforme disposto no art. 6º: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Quando houver colisão de interesses acerca de quem deve punir determinada infração penal, temos de nos valer de 06 princípios que vão nos auxiliar a solucionar cada caso. São eles: a. Princípio da Territorialidade: aplica-se a lei do LUGAR DO CRIME, não se levando em consideração a nacionalidade do sujeito ativo, do sujeito passivo ou do bem jurídico violado. b. Princípio da Nacionalidade Ativa: aplica-se a lei da NACIONALIDADE DO SUJEITO ATIVO DO CRIME. Nesse caso, não interessa o local do crime, a nacionalidade do ofendido ou o bem jurídico violado. c. Princípio da Nacionalidade Passiva: é exatamente o contrário do que diz o anterior. Ou seja, nesse caso, será aplicada a lei da NACIONALIDADE DO SUJEITO PASSIVO DO CRIME, OU SEJA, DA VÍTIMA. d. Princípio da Defesa ou Real: aplica-se a lei da NACIONALIDADE DO SUJEITO PASSIVO OU DO BEM JURÍDICO VIOLADO. Aqui, não importa o local da prática do delito, tampouco a nacionalidade do sujeito ativo. e. Princípio da Justiça Penal Universal ou Cosmopolita: o agente fica sujeito à LEI DO PAÍS ONDE FOR ENCONTRADO. Isso significa que não interessa a sua nacionalidade, o bem jurídico que foi violado ou o local do fato. Como se pode observar, esse princípio está intimamente vinculado aos tratados internacionais que envolvem a cooperação à repressão de determinados tipos de crimes, de caráter transnacional. f. Princípio da Representação ou da Subsidiariedade, do Pavilhão ou da Bandeira: a lei penal nacional aplica-se aos crimes praticados em AERONAVES e EMBARCAÇÕES PRIVADAS, quando no ESTRANGEIRO E LÁ NÃO SEJAM JULGADOS. 12 de 125

13 Então, por certo que teremos casos em que haverá a incidência da lei penal brasileira a crimes praticados no exterior. Daí decorre a previsão do art. 7º do CP: Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República Princípio da Defesa ou Real, pois considera a nacionalidade da vítima; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público Princípio da Defesa ou Real, porque considera a nacionalidade do bem jurídico; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço Princípio da Defesa ou Real, pois leva em conta a nacionalidade do bem jurídico; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil Princípio da Justiça Universal, ou seja, aplica-se a lei do país onde o autor do crime for encontrado. II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir Princípio da Justiça Universal, pois será competente a justiça do país onde o agente for encontrado; b) praticados por brasileiro Princípio da Nacionalidade Ativa; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados Princípio da Representação ou Subsidiário, pois o país em tese competente acaba não julgando o crime. 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. 13 de 125

14 CONCLUSÕES IMPORTANTES: - as hipóteses descritas no inciso I são denominadas de extraterritorialidade incondicionada, conforme o art. 7º, 1º, do CP. Nesse casos, a extraterritorialidade é incondicionada, porque a aplicação da lei penal brasileira não depende da satisfação de qualquer requisito, em razão da importância dos bens jurídicos tutelados. - as hipóteses do inciso II são de extraterritorialidade condicionada, conforme art. 7º, 2º, do CP. Nesses casos, a extraterritorialidade é condicionada, pois para que a lei penal brasileira seja aplicada são necessários certos requisitos (todos devem estar preenchidos, sob pena de não se poder aplicar a lei penal brasileira): a) Brasileiro tem que entrar no território brasileiro (físico ou jurídico), AINDA QUE AQUI NÃO PERMANEÇA. Entrar não significa permanecer. b) O fato tem que ser típico no Brasil e no local onde foi praticado. c) Estar o crime incluído entre aqueles em que a lei autoriza a extradição. O rol de crimes que o Brasil utiliza para extraditar um estrangeiro é o mesmo rol que o Brasil utiliza para julgar o brasileiro que comete crime no exterior. d) Não ter o agente sido julgado, cumprido pena no estrangeiro; e) Não ter o agente sido perdoado no estrangeiro ou não estar extinta a punibilidade, pela lei mais benéfica. - as hipóteses do 3º do art. 7º são de EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA, porque agrega mais duas condições, além das já previstas no 2º. Nesses casos, além das condições do 2º é imprescindível no caso em que estrangeiro pratica crime contra brasileiro. a) Não ter sido requerida a extradição do estrangeiro; b) Ter sido negada a extradição do estrangeiro; c) Ter requisição do Ministro da Justiça. A Lei 9.455/97 Lei de Tortura traz uma hipótese a mais de extraterritorialidade, devendo incidir o referido diploma ainda que o crime não tenha sido cometido em território nacional, bastando que a vítima seja brasileira ou se o sujeito ativo estiver em local sujeito à jurisdição brasileira. Como esse tema já foi cobrado pela nossa banca: TCU CESPE 2013) Julgue o item a seguir elencado, que trata da lei penal no tempo e no espaço. Segundo a norma penal vigente, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido em embarcações brasileiras, sendo elas de natureza pública ou privada, salvo se essas embarcações não se encontrarem em águas internacionais. 14 de 125

15 RESOLUÇÃO: Gabarito: errada. Entende-se por território nacional a soma do espaço físico (ou geográfico) com o espaço jurídico (espaço físico por ficção, por equiparação, por extensão ou território flutuante). Por território físico entende-se o espaço terrestre, marítimo ou aéreo, sujeito à soberania do Estado (solo, rios, lagos, mares interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continente e insular e espaço aéreo correspondente). Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as embarcações e as aeronaves brasileiras (matriculadas no Brasil), mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente (art. 5, 1, CP). É também aplicável a lei brasileira aos crimes cometidos a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil (art. 5, 2, CP). Dispõe o art. 5º, CP: Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. TCU CESPE 2013) Segundo a atual redação do Código Penal Brasileiro, os crimes cometidos no estrangeiro são puníveis segundo a lei brasileira se praticados contra a administração pública quando o agente delituoso estiver a serviço do governo brasileiro, salvo se já absolvido pela justiça no exterior com relação àqueles mesmos atos delituosos. RESOLUÇÃO: Gabarito: incorreta. Ainda que o agente que tenha cometido crime contra a administração pública brasileira ou quando o agente delituoso estiver a serviço do governo brasileiro, aplica-se a lei penal brasileira, independentemente de ter sido julgado pela justiça estrangeira e tenha sido absolvido. Nesse caso, será 15 de 125

16 julgado novamente pela justiça brasileira, pois incide, ao caso, o Princípio da Extraterritorialidade Incondicionada. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: (extraterritorialidade incondicionada) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (princípio da defesa) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (princípio da defesa) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (princípio da defesa) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (princípio da justiça universal/cosmopolita; para alguns, princípio da defesa; e para outros, ainda, princípio da nacionalidade passiva) II - os crimes: (extraterritorialidade condicionada) a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (princípio da justiça universal/cosmopolita) b) praticados por brasileiro; (princípio da nacionalidade ativa) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (princípio da representação) Extratorritorialidade incondicionada 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. O fato típico e seus elementos. O conceito legal de crime está inserido no art. 1º, 1ª parte, da Lei de Introdução ao Código Penal: Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. 16 de 125

17 CRIME (CONCEITO TRIPARTITE) - Quais as diferenças entre crime e contravenção? Crime Aplicação dos princípios da territorialidade e extraterritorialidade Punibilidade da tentativa Contravenção Apenas territorialidade. Não se pune a tentativa Dolosos, culposos ou praeterdolosos Basta ação ou omissão voluntária (art. 3º) Tempo de cumprimento máximo em 30 anos Prazo mínimo de medida de segurança: 1 a 3 anos Máximo 5 anos 6 meses Já, o conceito analítico define crime como sendo a conduta típica, ilícita e culpável (conceito tripartido). Fato Típico Ilícito Culpável - Fato Típico: é a conduta (positiva ou negativa) que provoca um resultado (em regra) que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal, seja um crime ou uma contravenção penal. O fato típico é composto dos seguintes elementos: conduta; resultado; nexo causal e tipicidade. 17 de 125

18 A) Conduta: é um dos elementos do fato típico, pois sem ela não se pode falar em crime. O conceito de conduta, segundo a Teoria Finalista, adotada no Brasil, é toda ação ou omissão humana, voluntária e dirigida a um fim. É imprescindível a existência de vontade dirigida a um fim. Essa teoria foi idealizada pelo alemão Hans Welzel. Além disso, a conduta deve ser voluntária. Isso significa que os atos involuntários, reflexos, oriundos de coação física irresistível, praticados sob sonambulismo, hipnose ou, ainda, derivados de caso fortuito excluem a conduta e, via decorrencial, o próprio crime. > TEORIA FINALISTA DA AÇÃO - a conduta é comportamento humano dirigido a determinada finalidade. Portanto, o dolo (elemento subjetivo) e a culpa (elemento normativo) integram a conduta, não a culpabilidade, que abrange apenas o dolo normativo (potencial consciência da ilicitude). Conduta = ação ou omissão + vontade - Esquema: CRIME tipicidade antijuridicidade culpabilidade A conduta está no fato típico e é o comportamento humano, voluntário, psiquicamente dirigido a um fim. DOLO E CULPA migram da culpabilidade. DOLO E CULPA Pressuposto: imputabilidade exigibilidade de conduta diversa potencial consciência da ilicitude. Conduta, assim é um ato de consciência e vontade. Sem elas não teremos conduta, inexistindo crime por ausência de seu primeiro elemento que é o fato típico. 18 de 125

19 - Ausência de conduta. Existem hipóteses em que, ainda que exista uma determinada modificação no mundo, o indivíduo atua como mero instrumento, sem vontade ou qualquer consciência sobre o fato. Essas hipóteses configuram ausência de ação e são as seguintes: a) Inconsciência: é a falta de capacidade psíquica da vontade, que faz com que a conduta desapareça. É o que ocorre com os chamados movimentos efetuados em estado de sonambulismo, hipnose, desmaio, coma, etc. b) coação física irresistível: ocorre quando sobre o ser humano é empregada uma força tal que o faz intervir como uma mera massa mecânica. c) Movimentos reflexos: atos reflexos que não dependem da vontade do indivíduo, como a reação ao encostar numa superfície muito quente. Cuidado!!! Não se pode confundir a coação física irresistível que elimina a ação e, por consequência, a própria tipicidade do fato com a coação moral irresistível que exclui a culpabilidade. É o que está disposto no art. 22 do CP. Se a coação for moral resistível, o que ocorre é a mera incidência de uma circunstância atenuante art. 65, inciso III, letra c, do CP. -Formas de conduta. a) Conduta comissiva: a conduta penalmente relevante pode se manifestar de forma ativa, quando há um movimento positivo do agente; uma ação. b) Conduta omissiva: A segunda forma de manifestação pode se dar mediante uma inação, quando se estará diante de uma conduta omissiva. É o que ocorre com o crime de omissão de socorro, previsto no art. 135 do CP, caso em que a norma jurídica espera de todos, a prestação de socorro quando dele necessite a vítima. Então, na omissão existe sempre uma ação esperada, que pode ser dirigida a todos nós indistintamente, quando, então, se estará diante de um crime omissivo próprio, em que o sujeito ativo é qualquer pessoa, ou seja, é hipótese de crime comum. Mais do que isso. Essa ação esperada pode, ainda, ser dirigida a uma determinada finalidade e exigida, portanto, de uma pessoa especificamente e que tenha, por isso, um vínculo com o sujeito passivo e, por essa razão, possua a obrigação de evitar a ocorrência do resultado. Essa pessoa, que passa a ter a obrigação de agir, é chamada de garante e as hipóteses estão previstas no art. 13, 2º, do CP. - Relevância da omissão 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 19 de 125

20 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Nesses casos, tem-se o que chamamos de crime omissivo impróprio. A omissão pode ser própria ou imprópria. Um critério para fácil diferenciação entre ambas é sua localização na lei penal. A omissão própria é prevista em determinados tipos penais (art.135 omissão de socorro, art.244 abandono material), enquanto a omissão imprópria é prevista na parte geral (art.13, 2 do CP). Isso ocorre porque a omissão própria (dever genérico de agir) é um dever de agir que surge de um tipo penal específico (omissão de socorro), que cria uma imposição normativa genérica (todos aqueles que omitirem socorro são puníveis, bastando a mera abstenção) e que somente pode ser cometido por omissão (o próprio tipo contém a palavra omissão ou forma equivalente como deixar de ). Já a omissão imprópria (dever especial de agir), também chamada de crime comissivo por omissão, é uma maneira de cometer o crime (que poderia ser cometido por meio de uma ação positiva, por exemplo, matar alguém ) não evitando o resultado que podia ou devia evitar segundo uma obrigação (posição de garantidor, ex. bombeiro salva-vidas) que pode surgir de uma situação concreta (afogamento de banhista) prevista em qualquer tipo penal que descreva um crime de resultado. A omissão própria é caracterizada segundo o tipo penal, por exemplo, para configurar a omissão de socorro é preciso a situação de emergência, a não prestação de socorro e que o sujeito ativo tenha reconhecido de alguma forma essa situação. Excluída a responsabilidade penal se havia risco pessoal ou caso tenha pedido socorro a autoridade pública. Já a omissão imprópria possui o critério especial da posição de garantidor. Assim, o indivíduo, além de conhecer a situação e poder agir (possibilidade física), o resultado deveria ser evitável se tivesse agido (por exemplo, se não socorreu banhista que se encontrava a uma distância que seria impossível chegar nadando), além de ter o dever de impedir o resultado (posição de garantidor). A posição de garantidor surge do dever de agir que a norma impõe, a partir do qual o indivíduo passa a ter uma especial relação de proteção ao bem jurídico. Conforme previsto no próprio Código Penal (art.13, 2, a, b e c), tem o dever de agir aquele que: a) Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância (ex. médico em relação ao paciente, pais em relação aos filhos); b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (ex. obrigação contratual, como no caso de segurança particular); c) Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado (ex. pessoa que ajuda velinha a atravessar faixa de pedestre e a abandona no meio da travessia) se aplica tanto a quem cria a situação de risco quanto a quem de alguma forma agrava essa situação, concorrendo para o resultado. B) Resultado. Dispõe o art. 13 do CP: Art O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. - Resultado naturalístico (físico ou material): O resultado naturalístico é a própria modificação do mundo exterior causada pela conduta. 20 de 125

21 De acordo com o resultado naturalístico, as infrações penais assim podem ser classificadas: a) crime material: há, no tipo penal, a descrição de conduta e resultado e o crime apenas se consuma com a produção do resultado. O exemplo clássico é o crime de homicídio, em que a lei exige a morte da vítima como resultado naturalístico. Outro exemplo é o crime do art. 1º da Lei 8137/90, incisos I a IV, tanto que o próprio STF já editou súmula nesse sentido: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. b) crime formal: o tipo, da mesma forma como ocorre com o crime material, descreve conduta e resultado, mas o crime já se consuma com mera prática da conduta, sendo irrelevante para esse fim o resultado. É o caso do crime de extorsão mediante sequestro, previsto no art. 159 do CP. O tipo descreve a conduta (privar a vítima de sua liberdade sequestro) e um resultado que é a obtenção de qualquer vantagem como condição para resgate. A propósito do texto, vejamos o que diz a Súmula 96 do STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida. c) crime de mera conduta: ao contrário dos anteriores, o tipo penal descreve apenas a conduta, sem fazer menção a resultado. É o caso do crime de violação de domicílio, previsto no art. 150 do CP. - Resultado normativo: para a chamada teoria normativa ou jurídica, resultado é a lesão ou a possibilidade de lesão a um bem jurídico tutelado pela norma penal. ATENÇÃO: para essa teoria, TODOS os crimes possuem resultado, seja ele normativo, seja ele jurídico. Em assim sendo, podemos concluir que não há crime sem resultado jurídico! C) Nexo de causalidade. Voltemos ao art. 13 do CP: Art O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Dessa forma, o nexo de causalidade pode ser entendido como o elo que une a conduta do agente ao resultado naturalístico ocorrido no mundo exterior. Essa a razão de o nexo causal ter apenas importância para os chamados crimes materiais, pois são os únicos que produzem alteração no mundo exterior. - Teorias acerca do nexo causal. Equivalência dos antecedentes ou conditio sine qua non ou condição simples ou condição generalizadora: criada por Glaser e desenvolvida por Von Buri e Stuart Mill em Causa é todo fato humano sem o qual o resultado não teria ocorrido. Causalidade adequada ou condição qualificada ou teoria individualizadora: causa é o antecedente não só necessário, mas idôneo a gerar o resultado, excluindo-se os acontecimentos extraordinários, fortuitos, excepcionais. A contribuição deve ser eficaz a juízo do homem médio e da experiência comum. 21 de 125

22 Relevância jurídica: a causa é a condição relevante para o resultado. Só o objetivamente previsível é causa relevante. TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL Como regra, a teoria da equivalência dos antecedentes (art. 13, caput). Não há diferença entre causa, condição ou ocasião. Para constatar se o acontecimento é causa, emprega-se o método de eliminação hipotética de Thyren (1894): suprime-se mentalmente o fato, se desaparecer o resultado naturalístico, é porque era também causa; se permanecer íntegro o resultado, não é causa. Qual crítica feita em relação ao método de eliminação? Será que essa crítica é procedente? A grande crítica é a possibilidade de regresso ao infinito, sendo uma teoria cega. No entanto, tal insurgência não procede, uma vez que não basta a mera dependência física do acontecimento, exigindo-se a causalidade psíquica, ou seja, dolo ou culpa. Conditio sine qua non - causalidade objetiva: causa Teoria da Eliminação hipotética. + dolo - causalidade psíquica: limita a responsabilidade culpa O CÓDIGO PENAL TERIA ADOTADO ALGUMA OUTRA TEORIA ACERCA DESSE TEMA? Sim. A chamada Teoria da Causalidade Adequada, prevista no art. 13, 1º, do CP. Dela que decorrem os estudos acerca das CONCAUSAS. - Concausas: É a convergência de uma causa externa à vontade do autor, influindo na produção do resultado naturalístico. - Espécies de concausas. 22 de 125

23 As concausas podem ser dependentes ou independentes. A dependente se insere no curso normal do desenvolvimento causal e existe dependência entre os acontecimentos, pois sem o anterior não ocorreria o posterior. Desse modo, não exclui a relação de causalidade. A independente é a que foge da linha normal de desdobramento da conduta. Seu aparecimento é inesperado e imprevisível. Tem capacidade de por si só produzir o resultado. Se absolutamente independente: são desvinculadas da ação ou omissão ilícita e produzem por si só o resultado naturalístico. O agente da conduta principal responde apenas por seu dolo, mas jamais pelo resultado, ante a falta de relação de causalidade. Não importa se preexistente, concomitante ou superveniente. Aplica-se, então, a Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais (conditio sine qua non). Se relativamente independente: tem origem na conduta do agente e, por isso, dependem da atuação do agente para existir. Se preexistente ou concomitante responderá pelo resultado naturalístico, já que se suprimindo mentalmente sua conduta, o crime não teria ocorrido como e quando ocorreu conforme art. 13, caput do CP. Se superveniente e por si só produziu o resultado responderá de acordo com o art. 13, 1º do CP (causalidade adequada). Exemplo 1.: imaginem que João, com intenção de matar, efetua vários disparos de arma de fogo contra Antônio, seu desafeto. Ferido, Antônio é internado em um hospital, no qual vem a falecer, não em razão dos ferimentos, mas queimado em um incêndio que destrói a enfermaria em que se encontrava. Nessa situação, João será responsabilizado por qual crime? João responderá pela tentativa de homicídio, considerando que a morte de Antônio só ocorreu em função de um incêndio ocorrido no hospital, que não teve qualquer participação de João. Assim, ele só responderá por aquilo que efetivamente praticou. Porque houve uma causa que interrompeu o desdobramento natural. Exemplo 2.: Imagine que Paula, com intenção de matar Maria, desfere contra ela quinze facadas, todas na região do tórax. Cerca de duas horas após a ação de Paula, Maria vem a falecer. Todavia, a causa mortis determinada pelo exame necroscópico foi envenenamento. Posteriormente, soube-se que Maria nutria intenções suicidas e que, na manhã dos fatos, havia ingerido veneno. Com base na situação descrita, Paula responderá por qual crime? Paula responderá por homicídio tentado, porque a causa que levou Maria a morte não decorreu das facadas efetivamente empregadas por Paula, mas, sim, ao veneno ingerido por Maria. Dessa forma, não houve a consumação do delito de homicídio. Configura, na hipótese, concausa absolutamente independente preexistente, pois a causa efetiva da morte foi o veneno e o comportamento concorrente foi às facadas. Exemplo 3.: Pedro, hemofílico, foi atingido por um golpe de faca em uma região não letal do corpo. Júlio, autor da facada, que não tinha dolo de matar, mas sabia da condição de saúde específica de Pedro, sai da cena do crime sem desferir outros golpes, estando Pedro ainda vivo. No entanto, algumas horas depois, Pedro morre, pois, apesar de a lesão ser em local não letal, sua condição fisiológica agravou o seu estado de saúde. Acerca do estudo da relação de causalidade, por qual crime Júlio irá responder? 23 de 125

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