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1 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: Fax: website: www. africa-union.org CONSELHO EXECUTIVO Décima Sétima Sessão Ordinária de Julho de 2010 Kampala, Uganda EX.CL/602(XVII) Original: Inglês RELATÓRIO DO COMITÉ AFRICANO DE PERITOS SOBRE OS DIREITOS E O BEM-ESTAR DA CRIANÇA (CAPDBC) À DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO EXECUTIVO JULHO DE 2010 KAMPALA, UGANDA

2 EX.CL/602(XVII) Pág. (i) NOTA INTRODUTÓRIA SOBRE O RELATÓRIO DO COMITÉ AFRICANO DE PERITOS SOBRE OS DIREITOS E O BEM-ESTAR DA CRIANÇA (CAEDBE) À DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO EXECUTIVO 1. O Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança foi criado durante a 37ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, que decorreu em Lusaka, Zâmbia, em Julho de 2001, em conformidade com os Artigos 32º e seguintes da Carta Africana sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança. O mandato do Comité consiste, entre outros, na promoção e protecção dos direitos da criança africana, com base nas disposições da Carta. 2. Desde a sua criação, o Comité, não obstante a insuficiência de meios postos à sua disposição, realizou várias acções em prol da protecção e promoção dos direitos da criança. Essas acções já foram objecto de apresentação em relatórios precedentes ao Conselho Executivo. O Comité nota com satisfação os progressos realizados na ratificação da Carta e apresentação de relatórios pelos Estados Partes sobre a sua implementação. Com efeito, o número de países que ratificaram a Carta eleva-se a 45, dos quais 12 Estados-membros apresentaram, ao longo dos últimos dois anos, os seus relatórios sobre a implementação da Carta ao Comité. Trata-se da Nigéria, Egipto, Ruanda, Burkina Faso, Níger, Mali, Tanzânia, Quénia, Uganda, Togo, Líbia e Camarões. O Comité apresenta as suas felicitações a estes 12 Estados-membros. 3. O presente relatório resume as recomendações e as decisões da 14ª Sessão do Comité, que decorreu de 16 a 19 de Novembro de 2009, da 15ª Sessão, que teve lugar de 15 a 17 de Março de 2010, bem como da sessão de trabalho com o Comité das Nações Unidas sobre os direitos da criança, realizada de 18 a 19 de Março de 2010, todas em Adis Abeba, Etiópia. 4. O Comité exorta os Estados-membros a prestarem o seu apoio a fim de lhe permitir a boa realização da sua missão e considerarem a problemática dos direitos da criança como uma prioridade de desenvolvimento, para que a África seja um continente digno das crianças. 5. O relatório é submetido ao Conselho Executivo para análise.

3 Pág. 1 INTRODUÇÃO 1. O Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança tem a honra de apresentar o seu relatório de actividades à Décima Sétima Sessão Ordinária do Conselho Executivo. 2. Criado pelos Artigos 32 a 45 da Carta Africana sobre os Direitos e o Bemestar da Criança, o Comité tem como mandato zelar pela protecção e promoção dos direitos prescritos pela Carta. Neste contexto, o Comité é responsável pelo acompanhamento da implementação das disposições da Carta pelos Estados Partes. A este propósito, o Artigo 43º da referida Carta prescreve a apresentação, pelos Estados Partes, de relatórios sobre as medidas adoptadas para dar efeito às disposições da Carta. 3. Desde a sua criação, o Comité, não obstante a insuficiência de meios postos à sua disposição, realizou várias acções em prol da protecção e promoção dos direitos da criança. Essas acções já foram objecto de apresentação em relatórios precedentes ao Conselho Executivo. O Comité nota com satisfação os progressos realizados na ratificação da Carta e submissão de relatórios pelos Estados Partes sobre a sua implementação. Com efeito, o número de países que ratificaram a Carta eleva-se a 45, dos quais 12 Estados-membros, ao longo dos últimos dois anos, apresentaram os seus relatórios sobre a implementação da Carta ao Comité. Tratase da Nigéria, Egipto, Ruanda, Burkina Faso, Níger, Mali, Tanzânia, Quénia, Uganda, Togo, Líbia e Camarões. O Comité apresenta as suas felicitações a estes 12 Estados-membros e lança um apelo firme aos países que ainda não submeteram os seus relatórios a acelerar o processo de honrar o compromisso na promoção e protecção dos direitos da criança. 4. De Julho de 2009 a Abril de 2010, o Comité, com os recursos limitados concedidos pelos Estados-membros e o apoio de alguns parceiros, realizou determinadas acções baseadas na efectivação das suas duas sessões estatutárias, designadamente a 14ª e a 15ª sessões, a organização de uma reunião com o Comité das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e a participação em alguns encontros organizados pelos parceiros. Neste contexto, o presente relatório resume as recomendações e as decisões da 14ª e da 15ª sessões e da reunião de trabalho com o Comité das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança. I. 14ª SESSÃO DO COMITÉ AFRICANO DE PERITOS SOBRE OS DIREITOS E O BEM-ESTAR DA CRIANÇA (CAEDBE) 5. A 14ª sessão do Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança decorreu de 16 a 19 de Novembro de 2009, em Adis Abeba, Etiópia, no Centro de Conferências da Comissão da União Africana, com a participação de nove membros do Comité, representantes dos Governos de Burkina Faso, Quénia, Mali e Tanzânia assim como representantes das agências das Nações Unidas, de organizações internacionais e nacionais responsáveis pelas questões da Criança. Esta 14ª sessão foi uma ocasião para o Comité examinar os relatórios submetidos

4 Pág. 2 pelos Estados Partes sobre a implementação da Carta, na presença dos seus representantes, e discutir sobre outras questões. 6. Neste contexto, o Comité procedeu à análise dos relatórios de Burkina Faso, Quénia, Mali e Tanzânia. O exame dos relatórios do Níger e do Ruanda foi adiado. (i) Debate sobre o Relatório de Burkina Faso 7. A delegação de Burkina Faso era encabeçada pela Ministra da Acção Social e Solidariedade Nacional, acompanhada por técnicos de diferentes Departamentos envolvidos na problemática ligada aos direitos e ao bem-estar da criança, incluindo o Representante Permanente de Burkina Faso junto da União Africana. A Ministra apresentou o resumo do conteúdo do relatório bem como as acções realizadas pelo seu país para a promoção, protecção e o bem-estar da criança, designadamente a adopção da estratégia e da política nacional sobre os direitos da criança, a elaboração de um quadro estratégico da promoção da criança para o período , a introdução de módulos de formação sobre os direitos da criança em algumas escolas, tais como a ENAM, a Escola Nacional da Polícia, a criação de um Parlamento Juvenil, a elaboração de um projecto de lei sobre a protecção da criança, etc. 8. Ela realçou igualmente alguns progressos alcançados, principalmente a redução da taxa de mortalidade materno-infantil, o aumento da cobertura de vacinação, a prestação gratuita de cuidados preventivos, a realização de campanhas de sensibilização sobre as mutilações genitais femininas, tendo como objectivo a tolerância «zero», a adopção da lei que cria a jurisdição de menores, a criação de uma Direcção para a manutenção das raparigas nas escolas bem como a adopção de uma lei sobre o tráfico de seres humanos. 9. Todavia, a Ministra sublinhou que não obstante estes progressos, há outros desafios por vencer, dentre os quais a pobreza das famílias, a insuficiência de recursos nacionais para a implementação de políticas sociais e dos compromissos tomados, tanto ao nível nacional como ao nível internacional, bem como a insuficiência de dados desagregados sobre as crianças. (ii) Debate sobre o relatório do Quénia 10. A delegação do Quénia era dirigida pela Ministra do Género, Criança e Desenvolvimento Social, fazendo-se acompanhar por uma forte equipa constituída por representantes de sectores responsáveis pelas questões da criança. Na sua apresentação, a Ministra realçou os grandes avanços realizados pelo Quénia, desde a ratificação e apropriação da Carta sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança Africana. Ela sublinhou igualmente os desafios encontrados na implementação de alguns programas e as medidas tomadas pelo seu país para ultrapassar esses desafios. Os domínios específicos onde os referidos progressos foram realizados são os seguintes: educação, saúde e violência contra as crianças. 11. Durante o debate que se seguiu, a Ministra respondeu a várias questões levantados pelos membros sobre os seguintes pontos específicos: definição da criança, lei sobre a adopção, registo de nascimento, participação das crianças,

5 Pág. 3 estabelecimento de um Parlamento Juvenil, crianças em conflito com a lei, abuso de drogas e substâncias nocivas às crianças, castigos corporais e mutilações genitais femininas. (iii) Debate sobre o relatório do Mali 12. A delegação do Mali foi dirigida pela Ministra da Promoção da Mulher, da Criança e da Família, acompanhada por uma equipa multidisciplinar no domínio da criança. Na sua comunicação, ela resumiu o conteúdo do relatório, tendo desenvolvido os seguintes pontos: documentos relativos à protecção dos direitos da criança assinados pelo Mali, criação de centros especializados de detenção, reeducação e reinserção, implementação do Plano de Acção da CEDEAO sobre o tráfico de seres humanos, adopção de uma lei de orientação sobre a educação, criação de centros de acolhimento e de alojamento, criação de centros especializados para a detenção de menores, revisão do código penal em prol da criança, adopção de uma lei sobre a menoridade penal e a criação de jurisdição para menores. A Ministra apresentou em seguida as estratégias sectoriais nacionais sobre a saúde, educação e justiça bem como as suas perspectivas. 13. Durante o debate que se seguiu, a Ministra deu as respostas necessárias a várias questões colocadas ou observações feitas pelos membros do Comité. Essas questões referem-se, entre outros, à repressão do tráfico de crianças e ao abuso da droga, casamentos prematuros, ausência de legislação que reprime as mutilações genitais femininas, noção de indignidade da criança aplicada à herança, impacto da pobreza nos direitos da criança, definição da criança, malnutrição e projecto do código da família. (iv) Debate sobre o relatório da Tanzânia 14. A delegação da Tanzânia, conduzida pela Secretária Permanente para Questões de Género, acompanhada por uma equipa constituída por vários dirigentes de sectores relativos à criança, apresentou o seu relatório, no qual realçou o processo de elaboração de uma lei em prol da criança, o ensino primário gratuito, o que permitiu o crescimento da taxa de inscrição a 95%, a criação de um organismo de coordenação da implementação da Carta Africana sobre os Direitos da Criança, a elaboração de políticas nacionais, estratégias e plano de acção em benefício da criança bem como a redução da mortalidade infantil. A representante da Tanzânia apresentou igualmente os desafios enfrentados pelo seu país, principalmente os constrangimentos financeiros, a pobreza das famílias, as práticas tradicionais muito enraizadas nas mentalidades assim como a lentidão na harmonização das leis entre a Tanzânia continental e Zanzibar. 15. Durante o debate que se seguiu, os representantes da Tanzânia prestaram esclarecimentos às questões e observações dos membros do Comité sobre as diferenças levantadas entre as leis da Tanzânia continental e as de Zanzibar, a falta de registo de crianças de mães solteiras e a não proibição de castigos corporais.

6 Pág. 4 (v) Debate sobre o relatório do Ruanda 16. O representante da Embaixada do Ruanda solicitou o adiamento da análise do relatório do seu país para a próxima sessão do Comité. Este último tomou nota do pedido e decidiu que o relatório do Ruanda será examinado na sua próxima sessão. Todavia, o Comité chamou a atenção do representante do Ruanda sobre este segundo adiamento, tendo solicitado vivamente a tomada das disposições necessárias para a participação efectiva da delegação do Ruanda na próxima sessão. (vi) Debate sobre o relatório do Níger 17. O representante do Níger solicitou o adiamento da análise do relatório para a próxima sessão do Comité. Este último tomou nota do pedido e decidiu que o relatório do Níger será examinado na sua próxima sessão. 18. A Presidente do Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança felicitou a todas as delegações por terem submetido relatórios que reflectem os esforços envidados desde a ratificação da Carta pelos respectivos países, tendo lhes informado que as observações e recomendações do Comité serlhes-ão enviadas. (vii) Diversos 19. Durante esta sessão, o Comité procedeu igualmente à análise de diversas questões, designadamente a colaboração entre o Comité e a Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, os pedidos de concessão do estatuto de observador a algumas ONGs bem como as comunicações recebidas sobre casos de violações dos direitos da criança. II. 15ª SESSÃO DO COMITÉ AFRICANO DE PERITOS SOBRE OS DIREITOS E O BEM-ESTAR DA CRIANÇA (CAEDBE) 20. A 15ª sessão do Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança decorreu de 15 a 17 de Março de 2010, em Adis Abeba, Etiópia, no Centro de Conferências da Comissão da União Africana, com a participação de dez membros do Comité, representantes do Governo do Uganda, das agências das Nações Unidas e de organizações internacionais e nacionais responsáveis pelas questões da criança. A realização da 15ª sessão constituiu uma ocasião para o Comité organizar uma reunião especial sobre as violações cometidas contra as crianças e proceder ao exame do relatório de avaliação do mandato e das atribuições do Comité, na sequência da adopção do seu plano estratégico Esta sessão permitiu também ao Comité proceder à análise do relatório submetido pelo Uganda sobre a implementação da Carta. Tendo em conta que a delegação do Ruanda não respondeu, uma vez mais, ao convite que lhe foi endereçado, o Comité decidiu retirar da agenda o exame do respectivo relatório. Por outro lado, o Comité adoptou o tema do Dia da Criança Africana para o ano 2011 e debruçou-se sobre algumas questões diversas.

7 Pág. 5 (i) Sessão especial sobre a violência contra as crianças 21. A primeira comunicação nesta sessão especial foi feita pela Representante do Escritório de Ligação da UNICEF junto da Comissão da União Africana, que fez uma declaração em nome da Drª Martha Santos Pais, Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas (UNSRSR) sobre a violência contra as crianças, sob o tema «Violência contra as crianças: relatório sobre os progressos realizados e os desafios encontrados», seguida pelo Representante da organização African Child Policy Forum, que fez uma comunicação sobre «a violência contra as crianças em África: desafios e prioridades para África». 22. Depois destas comunicações, os participantes recomendaram a sensibilização dos Estados-membros para se tornarem pioneiros da luta contra a violência infantil e que o tema «luta contra a violência infantil» seja seleccionado como um tema da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA. (ii) Apresentação e análise do projecto de relatório sobre a avaliação do Comité e do projecto de plano de acção estratégico do Comité para o período Em conformidade com a Decisão EX.CL/Dec.489(XV), adoptada pela 15ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo, solicitando à Comissão da União Africana para prestar assistência ao Comité na elaboração do seu Plano de Acção , o Departamento dos Assuntos Sociais recorreu aos serviços de um consultor para elaborar um projecto de Plano Estratégico e fazer uma avaliação do mandato e das atribuições do Comité, a fim de formular propostas visando o reforço das suas capacidades. O consultor apresentou o projecto de relatório sobre a avaliação do Comité aos respectivos membros que, por seu turno, felicitaram-se pela qualidade do trabalho, tendo feito observações e recomendações para enriquecer o documento. O Comité adoptou também o projecto do plano estratégico Um projecto de plano de acção quinquenal em processo de finalização será submetido à próxima sessão do Comité para adopção. (iii) Adopção do tema do Dia da Criança Africana para Os membros do Comité, tendo em conta a importância actual da problemática das crianças de rua, adoptaram o seguinte tema para o Dia da Criança Africana 2011: «UNIDOS PARA ACÇÕES URGENTES EM BENEFÍCIO DAS CRIANÇAS DE RUA» (iv) Debate sobre o relatório do Uganda 25. A delegação do Uganda, dirigida pela Ministra de Estado para a Juventude e Assuntos da Criança, acompanhada por uma forte equipa multidisciplinar, apresentou o seu relatório e respondeu às questões que lhe foram colocadas depois da pré-sessão.

8 Pág Depois da apresentação do relatório pela Ministra, os debates articularam-se em torno das medidas tomadas contra as práticas tradicionais nefastas contra as crianças, militarização das crianças, adopção de crianças por estrangeiros, especialmente os ocidentais, ambiente familiar e responsabilidade alternativa, saúde e desenvolvimento social, lazer e actividades culturais, medidas especiais de protecção contra castigos corporais nas escolas e participação das crianças na preparação do relatório. 27. A Presidente do Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança felicitou à delegação do Uganda por ter submetido um relatório que reflecte os esforços envidados por este país em benefício das crianças, tendo lhe informado que as observações e recomendações do Comité sobre o relatório lhe serão enviadas. (v) Análise das comunicações recebidas 28. O Comité procedeu à análise das comunicações recebidas do Centro dos Direitos Humanos da Universidade de Pretória, do Instituto dos Direitos Humanos e Desenvolvimento em África (IDHDA) e da Open Society Justice Initiave (OSJI) sobre casos de violações dos direitos da criança. Depois das deliberações, o Comité remeteu à sua próxima sessão a análise da comunicação do Centro dos Direitos Humanos da Universidade de Pretória, a pedido desta instituição, tendo aceite a comunicação do Instituto dos Direitos Humanos e Desenvolvimento em África (IDHDA) e da Open Society Justice Initiative (OSJI). (vi) Análise de pedidos de estatuto de observador 29. Os membros examinaram quatro pedidos de estatuto de observador junto do Comité, submetidos por organizações da sociedade civil. Depois de debate, decidiram conceder o estatuto de observador, sem objecções, à organização African Child Policy Forum, com algumas reservas para a Save the Children Sweden e ao Instituto dos Direitos Humanos e Desenvolvimento. (vii) Diversos 30. Sob este ponto, os membros levantaram a questão da autonomia do Comité, assunto que apenas poderá ser efectivo quando o Secretariado estiver fora da Comissão da União Africana. Neste contexto, eles exortaram para que um Estadomembro aceite acolher a sede do Secretariado. O Comité, seguro do compromisso dos Estados-membros com a causa da Criança Africana e para a implementação da Carta, está convencido de que este apelo firme será entendido, o que lhe permitirá o cumprimento eficaz da sua missão. III. REUNIÃO DO GRUPO DE TRABALHO CONJUNTO ENTRE O COMITÉ AFRICANO DE PERITOS SOBRE OS DIREITOS E O BEM- ESTAR DA CRIANÇA E O COMITÉ DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA 31. Em cumprimento da Decisão EX.CL/Dec.441(XIII), do Conselho Executivo, adoptada durante a sua 13ª Sessão Ordinária, exortando o Comité Africano de

9 Pág. 7 Peritos sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança para colaborar com o Comité das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, a primeira sessão do grupo de trabalho conjunto entre as duas Instituições decorreu de 18 a 19 de Março de 2010, em Adis Abeba, sede da Comissão da União Africana (CUA). Depois do debate, os membros dos dois Comités julgaram útil uma colaboração formal nos seguintes domínios: Troca de informações e de experiências; Análise comparativa dos dois tratados; Identificação, para efeitos de advocacia, dos Estados que ainda não ratificaram um dos tratados; Investigação e estudos; Promoção dos dois instrumentos, com enfoque na Carta Africana; Acompanhamento das observações e recomendações finais aos Estados-membros, através da realização de ateliês e visitas no terreno; Modalidades de interacção com as organizações da sociedade civil. 32. Os dois Comités fizeram igualmente uma reflexão sobre um projecto de roteiro para actividades conjuntas de interesse comum. Assim, propuseram que as actividades que se seguem sejam programas a médio prazo: Troca sistemática de informações sobre o trabalho dos dois Comités, tendo em vista a implementação dos respectivos instrumentos (Carta e CDE) bem como a coordenação do acompanhamento de recomendações conjuntas; Advocacia para uma melhor visibilidade da Carta e da sua implementação; Análise dos dois tratados para a identificação dos aspectos comuns e das fraquezas; Planificação de ateliês regionais e sub-regionais sobre as observações e recomendações feitas aos Estados-membros; Participação dos membros nas actividades organizadas por ambos os Comités. 33. As questões que se seguem poderão ser tratadas a longo prazo:

10 Pág. 8 Criação de um grupo de trabalho encarregue de estudar a obrigação dos Estados-membros de submeter relatórios sobre a implementação dos dois tratados; Cooperação com instituições de investigação e instituições universitárias, particularmente em África; Realização de estudos conjuntos; Reforço da cooperação entre os dois Comités, com enfoque no apoio ao Comité Africano. 34. Foi igualmente discutida a questão do financiamento de actividades conjuntas, tendo os dois Comités acordado em fazer uma reflexão sobre a possibilidade da obtenção de um financiamento através dos parceiros. IV. CONCLUSÃO 35. A terminar, o Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e o Bem-estar da Criança exorta os países que ainda não ratificaram a Carta e os que não submeteram os seus relatórios sobre a implementação da Carta a acelerarem o processo. 36. O Comité gostaria de chamar a atenção dos Estados-membros a respeito dos meios financeiros e humanos postos à sua disposição. Com efeito, somente cento e oitenta mil ( ) $EU foram concedidos ao Comité para o financiamento destas actividades, dos quais oitenta mil (80.000) $EU são provenientes das contribuições dos Estados-membros. Actualmente, o seu Secretariado é constituído por apenas uma pessoa, de um total de três, de acordo com a estrutura de Maputo, o que não lhe permite assumir o mandato continental que lhe foi atribuído. O Comité solicita aos Estados-membros para fazer uma revisão do seu orçamento bem como da estrutura do seu Secretariado, aumentando os efectivos, a fim de lhe permitir o pleno cumprimento das suas tarefas. 37. O Comité exorta os Estados-membros a tomar em consideração a problemática dos direitos da criança como uma prioridade de desenvolvimento. De igual modo, o Comité recomenda uma planificação e uma orçamentação consequentes em benefício das crianças africanas, a fim de promover a segurança e a melhoria do capital humano, sem o qual nenhum desenvolvimento poderá ser sustentável. 38. Comité propõe que um Estado-membro aceite acolher o seu Secretariado, de tal modo a tornar efectiva a sua autonomia e lhe permitir o bom cumprimento do seu mandato.

11 Pág. 9 Nós, estamos determinados a acabar de uma vez por todas com o flagelo de conflitos e violência no nosso Continente, reconhecendo as nossas deficiências e erros, atribuindo os nossos recursos e envolvendo os nossos melhores quadros, e aproveitando todas as oportunidades para avançar com a Agenda sobre a Prevenção de Conflitos, Instauração da Paz, Manutenção da Paz e Reconstrução Pós-conflito. Nós, na qualidade de líderes, não podemos simplesmente transferir o fardo dos conflitos para a nova geração de Africanos (Parágrafo 9 da Declaração de Tripoli, de 31 de Agosto de 2009)