Coordenação-Geral de Tributação

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1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Divergência nº Data 03 de maio de 2017 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Reforma em parte, de ofício, a Solução de Consulta SRRF/4ªRF/Diana nº 11, de 10 de setembro de Mercadoria: Sistema RFID Radio Frequency Identification para demonstração e teste de etiquetas eletrônicas em instrumentos médicos, em presença de metais e sob a ação de temperatura de esterilização, denominado comercialmente Medical Demo Kit, a ser utilizado em sistemas de controle de ativos hospitalares, composto pelos artigos abaixo cuja classificação fiscal deve ser feita separadamente: Cesta de alumínio, com tampa, para armazenagem dos instrumentos médicos etiquetados para análise da influência dos metais no desempenho do Sistema RFID Aparelho Leitor de Rádio Freqüência (RFID), em formato de caneta, que recebe os dados das etiquetas eletrônicas, tags, repassandoos ao sistema de processamento de dados para a identificação eletrônica dos instrumentos médicos etiquetados, denominado comercialmente: L10- USB-ID-PEN Suporte óptico, gravado com programa RFID Radio Frequency Identification, denominado: Reconstitution Demokit Software Tesouras e pinça para uso em medicina, com etiquetas eletrônicas RFID nelas afixadas. Etiquetas eletrônicas, tags, com tecnologia de rádio frequência (microchip de silício, contendo código eletrônico único Eletronic Product Code- EPC, número de série e informação adicional), apresentadas isoladamente, a serem fixadas em instrumentos médicos para a sua identificação eletrônica, denominadas comercialmente: MediTAG-metal e MediTAG-plastique RW2K, não foram classificadas por falta de informações detalhadas sobre o produto. Dispositivos Legais: RGI 1 (textos das posições 76.16, 84.71, e 90.18) e RGI 6 (textos das subposições de primeiro nível , , e e de segundo nível e ) e RGC 1 (textos dos itens , e e dos subitens e ) da NCM constante da TEC, aprovada pela Res. Camex nº 125, de 2016, e da Tipi, aprovada pelo Dec. nº 8.950, de 2016; e em subsídios 1

2 Fls. 2 extraídos das Nesh, aprovadas pelo Dec. nº 435, de 1992, e atualizadas pela IN RFB nº 807, de 2008, e alterações posteriores. Relatório [informação sigilosa] 2. [informação sigilosa] 3. [informação sigilosa] 4. [informação sigilosa] 5. [informação sigilosa] Fundamentos 6. O produto classificado na Solução de Consulta SRRF/4ªRF/Diana nº 11, de 10 de setembro de 2009, é um kit composto por um suporte óptico gravado com o software Reconstitution Demotik Software, um leitor de radio freqüência (RFID Radio Frequency Identification), dez etiquetas (TAG) de RFID, sendo 7 com carcaça em metal e 3 carcaça plástica, cinco instrumentos médicos (tesouras/pinças) com etiquetas coladas e uma cesta metálica em alumínio. 7. Sobre as etiquetas de RFID objeto a presente revisão de classificação, a petição inicial informa que tal artigo contém microchip de silício com tecnologia RFID e serve de suporte para gravação dos dados de identificação do equipamento ao qual será afixado. Desprovida de bateria, a etiqueta não possui transmissor e apenas reflete quando estimulada pela ondas eletromagnéticas emitidas pela antena no leitor de RFID. Por suportar temperaturas acima de 140ºC, é indicada para fixação em instrumentos médico-cirúrgicos que necessitam de esterilização em apoximadamente 120ºC. Classificação da mercadoria: 8. Os processos administrativos de consulta sobre classificação de mercadorias são disciplinados segundo o disposto na IN RFB nº 1.464/2014, com aplicação das Regras Gerais Interpretativas para o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (RGI-SH), constantes do Anexo à Convenção Internacional de mesmo nome, aprovada no Brasil pelo Decreto Legislativo nº 71, de 11 de outubro de 1988, e promulgada pelo Decreto nº , de 23 de dezembro de 1988, com posteriores alterações aprovadas pelo Secretário da Receita Federal do Brasil, por força da competência que lhe foi delegada pelo art. 2º do Decreto nº 766, de 3 de março de 1993, bem assim como das Regras Gerais Complementares (RGC) à Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante da Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex nº 125, de 15 de dezembro de 2016, e da Tabela de Incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 8.950, de 29 de dezembro de

3 Fls A classificação fiscal de mercadorias deve, igualmente, seguir as orientações e esclarecimentos fornecidos pelas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (Nesh), internalizadas no Brasil pelo Decreto nº 435, de 27 de janeiro de A versão atual das Nesh foi aprovada pela Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (IN RFB) nº 807, de 11 de janeiro de 2008, atualizada pelas IN RFB nº 1.072, de 30 de setembro de 2010 e nº 1.260, de 20 de março de 2012, por força da delegação de competência outorgada pelo art. 1º da Portaria MF nº 91, de 24 de fevereiro de Ainda que não constituam instrumento legal para a classificação fiscal de mercadorias, as Nesh são elemento subsidiário fundamental para interpretação da Nomenclatura do SH e correta classificação fiscal de uma determinada mercadoria. 10. Conforme referido no parágrafo anterior, as Nesh, mesmo constituindo elemento subsidiário fundamental para a classificação fiscal de mercadorias, não possuem força legal nesse sentido, fazendo-se sempre necessário o recurso às RGI-SH e às RGC da NCM para atribuição do código correto de um produto específico. A RGI 1 determina que a classificação de mercadorias é feita pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo, só se fazendo recurso às demais RGI quando não for possível o enquadramento por aplicação dessa RGI, bem como nos casos de produtos com características específicas. Por seu lado, a RGI 6 aplica às subposições as mesmas Regras utilizadas em nível de posição, enquanto que as RGC são utilizadas no nível da NCM. A análise e aplicação das Regras de classificação e os subsídios fornecidos pelas Nesh irão, desse modo, definir o código correto para classificação das mercadorias. 11. A Solução de Consulta ora reformada classificou o as etiquetas (TAG) de RFID na posição residual por entender que possui função própria não compreendida noutras posições do Capítulo 85; entretanto o artigo está compreendido nos dizeres da posição pois trata-se de um suporte semicondutor (microchip de silício) para gravação dos dados de identificação de objetos, com acionamento por aproximação, senão vejamos: Discos, fitas, dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de semicondutores, "cartões inteligentes" e outros suportes para gravação de som ou para gravações semelhantes, mesmo gravados, incluindo as matrizes e moldes galvânicos para fabricação de discos, exceto os produtos do Capítulo 37. (grifou-se) 12. As Nesh da posição esclarecem que o seguinte: A presente posição abrange diferentes tipos de suportes, mesmo gravados, para a gravação de som ou para gravações análogas (por exemplo, dados numéricos, textos, imagens, vídeo ou outros dados gráficos, programas). Estes suportes podem, em geral, ser inseridos e retirados de um aparelho de gravação ou de leitura e ser transferidos de um destes aparelhos para outro. Os suportes desta posição podem ser gravados, não gravados, ou conter informações pré-gravadas, podendo receber mais informações gravadas. A presente posição compreende os suportes apresentados em formas intermédias (por exemplo, matrizes, gravações originais, matrizes de prensagem) destinados a ser utilizados na produção em série de suportes gravados acabados. Contudo, a presente posição não inclui os dispositivos que sirvam para gravar os dados ou os recuperar do suporte. 3

4 Fls. 4 A presente posição compreende, por exemplo: [...] C.- OS SUPORTES SEMICONDUTORES Os produtos deste grupo contêm um ou mais circuitos integrados eletrônicos. (grifou-se) 13. A RGI-6 determina o seguinte: A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das Notas de subposição respectivas, bem como, mutatis mutandis, pelas Regras precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Na acepção da presente Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário. 14. A posição desdobra-se nas seguintes subposições de 1º nível: Suportes magnéticos: Suportes ópticos: Suportes de semicondutor: Outros 15. Sendo um suporte para armazenamento composto de circuito integrado eletrônico, classifica-se, pela RGI-6, na subposição de 1º nível , que por sua vez desdobra-se em: Dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de semicondutores Cartões inteligentes Outros 16. Sobre a posição 85.23, a Nota 5 do Capítulo 85 estabelece o seguinte: 5.- Na acepção da posição 85.23: a) Entende-se por dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de semicondutores (por exemplo, cartões de memória flash ou cartões de memória eletrônica flash ), os dispositivos de armazenamento que tenham um plugue de conexão, que comportem no mesmo invólucro uma ou mais memórias flash (por exemplo, flash E 2 PROM ) na forma de circuitos integrados, montados numa placa de circuitos impressos. Podem comportar um controlador que se apresenta com a forma de circuito integrado e elementos discretos passivos, tais como os condensadores e as resistências. b) Entende-se por cartões inteligentes os cartões que comportem, embebidos na massa, um ou mais circuitos integrados eletrônicos (um microprocessador, uma memória de acesso aleatório (RAM) ou uma memória somente de leitura (ROM)), em forma de chips. Estes cartões podem apresentar-se munidos de contatos, de uma tarja (pista) magnética ou de uma antena embebida, mas que não contenham outros elementos de circuito ativos ou passivos. 17. E as Nesh dessa posição esclarecem que: C.- OS SUPORTES SEMICONDUTORES Os produtos deste grupo contêm um ou mais circuitos integrados eletrônicos. Assim, este grupo compreende: 1) Dispositivo de armazenamento não volátil de dados, à base de semicondutores, para a gravação de dados provenientes de uma fonte externa. (Ver a Nota 5 a) do 4

5 Fls. 5 presente Capítulo). Estes dispositivos (conhecidos igualmente pelo nome de cartões de memória flash ou cartões de memória eletrônica flash ) são utilizados para a gravação de dados provenientes de uma fonte externa ou para a transmissão de dados a uma fonte externa, tal como sistemas de navegação e de localização por satélite, terminais de recolha de dados, scanners portáteis, material elétrico de monitoração médica, aparelhos de gravação de áudio, receptores pessoais de mensagens, telefones celulares, câmeras fotográficas digitais e máquinas automáticas para processamento de dados. De uma maneira geral, os dados podem ser armazenados no dispositivo e lidos logo que este esteja ligado ao mencionado aparelho, ou podem também ser transferidos para ou de uma máquina automática para processamento de dados. Estes suportes utilizam exclusivamente a eletricidade fornecida pelos aparelhos aos quais são conectados e não precisam de qualquer pilha. Estes dispositivos de armazenamento não volátil de dados compreendem, num mesmo invólucro, uma ou mais memórias flash ( FLASH E 2 PROM/EEPROM ) que se apresentam na forma de circuitos integrados montados numa placa de circuito impresso e incorporam um conector para ligação ao aparelho hospedeiro. Podem conter condensadores, resistências e um microcontrolador que se apresenta na forma de um circuito integrado. Como exemplos de dispositivos de armazenamento não volátil de dados, podem citar-se as memórias flash USB. 2) Os cartões inteligentes (smart cards) (ver a Nota 5 b) do presente Capítulo), que contêm, embebidos na massa, um ou mais circuitos integrados eletrônicos (microprocessador, memória de acesso aleatório (RAM) ou memória apenas de leitura (ROM)) na forma de microplaquetas (chips). Os cartões inteligentes podem conter contactos, uma pista magnética ou uma antena incorporada, mas não contêm nenhum outro elemento de circuito, ativo ou passivo. Estes cartões inteligentes (smart cards) compreendem igualmente os artigos conhecidos pelo nome de cartões e etiquetas de acionamento por aproximação desde que preencham as condições referidas na Nota 5 b) do presente Capítulo. Os cartões e etiquetas de acionamento por aproximação são constituídos por um circuito integrado de memória apenas de leitura (ROM) ligado a uma antena impressa. Funcionam pela criação de um campo de interferência (cuja natureza é determinada por um código contido na memória apenas de leitura (ROM)) ao nível da antena a fim de modificar um sinal emitido pelo leitor e reenviado a este. Este tipo de cartão ou etiqueta não transmite dados. (grifou-se) 18. Dos dizeres da Nota e das Nesh acima transcritas depreende-se que o dispositivo sob classificação não se enquadra na subposição pois é desprovido de conector incorporado para ligação com o objeto hospedeiro, sendo sua leitura efetuada por comunicação via radiofreqüência com o equipamento leitor. Porém, sem as informações adicionais solicitadas ao consulente acerca dos elementos de circuito presentes na etiqueta, não é possível afirmar se estas enquadram-se, nos termos da Nota 5 b) c/c as respectivas Nesh, como uma etiqueta de acionamento por aproximação equiparada para fins de classificação fiscal ao cartão inteligente da subposição ou seria um produto diverso classificado na subposição Por falta de informações detalhadas sobre as etiquetas de RFID, é impossível efetuar a sua classificação fiscal completa (8 dígitos). Entretanto, diante da confirmação de que a subposição de primeiro nível é , fica evidente o equivoco no código indicado pela Solução de Consulta ora reformada. 5

6 Fls Diante das alterações da NCM ocorridas após a emissão da referida Solução de Consulta, esclarece-se que o código foi excluído da Nomenclatura em 01/01/2012 e desde então o Suporte óptico, gravado com o software Reconstitution Demotik Software classifica-se no código Conclusão 21. Com base nas Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI) 1 (texto da posição 85.23), RGI-6 (textos da subposição de primeiro nível e de segundo nível ) e RGC-1 (texto do item ) da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante da Tarifa Externa Comum, aprovada pela Resolução Camex nº 125/2016, e da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 8.950/2016, e alterações posteriores, o produto suporte óptico, gravado com programa RFID Radio Frequency Identification, denominado: Reconstitution Demokit Software CLASSIFICA-SE no código A falta de informações detalhadas sobre as etiquetas de RFID enseja a reforma parcial da Solução de Consulta SRRF/4ªRF/Diana nº 11, de 10 de setembro de 2009, para revogar sua classificação no código constante daquele ato administrativo. Ordem de Intimação Com base no 1º do art. 50 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e no art. 11 da IN RFB nº 1.464/2014, bem como nos Fundamentos e na Conclusão acima, após aprovação pelo Comitê do Centro de Classificação Fiscal de Mercadorias, constituído pela Portaria RFB nº 1.092, de 30 de maio de 2014, à sessão de 8 de outubro de 2015, REFORMA-SE DE OFÍCIO, na forma desta Solução de Divergência, a Solução de Consulta SRRF/4ªRF/Diana nº 11, de 10 de setembro de 2009, para classificar a mercadoria consultada de acordo com o indicado na Ementa supra. Divulgue-se e publique-se nos termos do art. 28 da IN RFB nº 1.464/2014. Remeta-se o presente processo à [informação sigilosa] para ciência do consulente, nos termos do art. 11, parágrafo único, da IN RFB nº 1.464/2014, e demais providências. ÁLVARO AUGUSTO DE V. LEITE RIBEIRO CARLOS HUMBERTO STECKEL LUIZ HENRIQUE DOMINGUES DANIELLE CARVALHO DE LACERDA Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil Relatora MARCO ANTÔNIO RODRIGUES CASADO CLÁUDIA ELENA FIGUEIRA CARDOSO NAVARRO Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil Presidente do Comitê 6