Coordenação-Geral de Tributação

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1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº Data 25 de setembro de 2017 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Código NCM: Mercadoria: Haste de madeira, com algodão na ponta, estéril, denominada swab, própria para coleta de amostras em laboratório de análises clínicas. Dispositivos Legais: RGI/SH 1 e 3-b (texto das posição 56.01), RGI/SH 6 (texto das subposições , ) e RGC 1 (texto do item ), da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante da TEC, aprovada pela Resolução Camex nº 125/2016, e da Tipi, aprovada pelo Decreto nº 8.950/2016, e subsídios extraídos das Nesh, aprovadas pelo Decreto nº 435/1992, e atualizadas pela IN RFB nº 807/2008, e alterações posteriores. Relatório Imagem: Fundamentos 2. O processo cuida de determinar a classificação fiscal do produto denominado swab, estéril, usado para colher e transportar amostras para exames em laboratórios de análises 1

2 Fls. 2 clínicas. É constituído por uma haste de madeira contendo um chumaço de algodão em uma das extremidades e mede 15 cm de comprimento. 3. A classificação fiscal de mercadorias fundamenta-se nas Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI/SH) da Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, nas Regras Gerais Complementares do Mercosul (RGC/NCM), na Regra Geral Complementar da Tipi (RGC/TIPI-1), nos pareceres de classificação do Comitê do Sistema Harmonizado da Organização Mundial das Aduanas (OMA) e nos ditames do Mercosul, e, subsidiariamente, nas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (Nesh). 4. A RGI/SH 1 dispõe que os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes (RGI/SH 2 a 5). A RGI/SH 6, por sua vez, dispõe que a classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para os efeitos legais, pelos textos dessas subposições e pelas RGI 1 a 5, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. 5. De acordo com a Regra Geral Complementar (RGC-NCM 1), as Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão, mutatis mutandis, para determinar dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável e, dentro deste último, o subitem correspondente, entendendo-se que apenas são comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens) do mesmo nível. 6. Citada a legislação pertinente, passa-se a analisar o correto enquadramento na NCM/TEC/Tipi da mercadoria submetida à consulta. 7. Os produtos constituídos de matérias diferentes devem ser classificados de acordo com a matéria que lhes confira o caráter essencial, de acordo com a RGI/SH 3-b, uma vez que não há posição específica que mencione o conjunto. Eis o teor da citada Regra: 3. Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais posições por aplicação da Regra 2 b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuar-se da forma seguinte: a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. (...) b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela reunião de artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra 3 a), classificam-se pela matéria ou artigo que lhes confira a característica essencial, quando for possível realizar esta determinação. 8. O produto é formado pela haste de madeira e pelo chumaço de algodão na ponta. A despeito da predominância quantitativa da madeira, é o algodão que colhe a amostra biológica a ser examinada e a transporta para a realização do exame, ou seja, é o algodão que constitui a parte atuante do produto. Portanto, de acordo com a já citada RGI 3-b, este produto deve ser classificado pelo algodão. 2

3 Fls O chumaço existente na ponta da haste é constituído de fibras têxteis de algodão, mas não é obtido por tecelagem, e sim pela reunião e sobreposição de camadas de fibras. Trata-se de pasta de matéria têxtil, que está compreendida na posição da NCM, cujo texto é o seguinte: Pastas (ouates) de matérias têxteis e artigos destas pastas (ouates); fibras têxteis de comprimento não superior a 5 mm (tontisses), nós e bolotas (borbotos*) de matérias têxteis. (grifou-se) 10. As Nesh, em seus comentários à posição 56.01, esclarecem: A - PASTAS (OUATES) DE MATÉRIAS TÊXTEIS E ARTIGOS DESTAS PASTAS As pastas (ouates) de que trata o presente grupo obtêm-se por sobreposição de várias camadas de véus de fibras têxteis, provenientes da cardação ou formadas por insuflação ou aspiração, que, posteriormente, se comprimem para aumentar a coesão das fibras. Algumas pastas (ouates) são ligeiramente agulhadas a fim de reforçar a coesão das fibras e, eventualmente, fixar a camada da pasta (ouate) em um suporte têxtil, tecido ou não. As pastas (ouates) apresentam-se em camadas flexíveis, de textura volumosa, de espessura regular, cujas fibras são facilmente separáveis. Na maior parte das vezes, fabricam-se com fibras de algodão (pastas (ouates) de algodão hidrófilo e outras pastas (ouates) de algodão) ou com fibras artificiais descontínuas. As pastas (ouates) de qualidade inferior, que se obtêm a partir dos desperdícios da cardação ou da desfiadura, contêm muitas vezes nós ou desperdícios de fios.... Conforme as suas características, as pastas (ouates) empregam-se, geralmente, para enchimento ou estofamento (fabricação de ombreiras para alfaiate, forros de vestuário, de porta-jóias, de escrínios, de estojos, de móveis, de máquinas para passar a ferro, etc.), e como material de acondicionamento ou para usos sanitários. Esta posição abrange tanto as pastas (ouates) em peça ou cortadas em comprimentos determinados, como os artefatos de pastas (ouates) não incluídos de maneira mais específica em outras posições da Nomenclatura (ver, especialmente, as exclusões adiante mencionadas). 11. Desta forma, o produto, por ser um artigo de pasta de matéria têxtil, deve se incluir na posição da NCM. 12. Convém citar a Solução de Consulta SRRF 6ª RF nº 26/2010, que adotou idêntico entendimento e classificou o produto conhecido como cotonete, bastante semelhante ao produto objeto da presente consulta, na posição Reproduzo sua ementa: Hastes flexíveis de polipropileno com as pontas revestidas de algodão hidrófilo para usos diversos, tais como: higiene diária das orelhas, aplicação de medicamentos, retoque de maquiagem, entre outros, comercializado em caixinhas com 75 unidades, denominado comercialmente Hastes Flexíveis (...). (o nome comercial foi retirado) 13. A posição é dividida em 2 subposições de 1º nível: Pastas (ouates) de matérias têxteis e artigos destas pastas (ouates): 3

4 Fls Tontisses, nós e bolotas (borbotos*) de matérias têxteis 14. O produto está abrangido pela subposição , com base na RGI 6, por ser um artigo de pasta de matéria têxtil. A subposição desmembra-se em 3 subposições de 2º nível: De algodão De fibras sintéticas ou artificiais Outros 15. Por ser constituído de algodão, o produto inclui-se na subposição , também por aplicação da RGI 6. Esta divide-se nos 2 seguintes itens: Pastas (ouates) Outros artigos de pastas (ouates) 16. O produto não se identifica, simplesmente, como pasta. É, na verdade, um artigo de pasta, já que se trata de uma haste de madeira com o chumaço de pasta de algodão na ponta. Portanto, classifica-se, com base na RGC 1, no item (e código) Conclusão Com base nas Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado RGI/SH 1 e 3-b (texto da posição 56.01), RGI/SH 6 (texto da subposição e ) e Regra Geral Complementar RGC 1 (texto do item ), da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante da TEC, aprovada pela Resolução Camex nº 125/2016, e da Tipi, aprovada pelo Decreto nº 8.950/2016, e subsídios extraídos das Nesh, aprovadas pelo Decreto nº 435/1992 e atualizadas pela IN RFB nº 807/2008, e alterações posteriores, a haste de madeira com algodão na ponta classifica-se no código NCM Ordem de Intimação Aprovada a Solução de Consulta pela 1ª Turma, constituída pela Portaria RFB nº 1.921/2017, na sessão de 25 de setembro de Divulgue-se e publique-se nos termos do art. 28 da Instrução Normativa RFB nº 1.464/2014. Remeta-se o presente processo à unidade de origem, para ciência ao interessado e demais providências cabíveis. PEDRO PAULO DA SILVA MENEZES Auditor-Fiscal da RFB Membro da 1ª Turma SÍLVIA DE BRITO OLIVEIRA Auditora-Fiscal da RFB Membro da 1ª Turma 4

5 Fls. 5 NEY CAMARA DE CASTRO Auditor-Fiscal da RFB Relator IVANA SANTOS MAYER Auditora-Fiscal da RFB Vice-Presidente da 1ª Turma 5