A B R I L D E N º 01 SEPLAN
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- Heitor João Gesser
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1 Uma análise do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de São ~ A B R I L D E N º 01 Quociente Locacional (QL) de São Luís Organ izado ra: LAURA REGIN A CARNEIRO SEPLAN
2 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS EDIVALDO HOLANDA BRAGA JÚNIOR - PREFEITO SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO (SEPLAN) JOSÉ CURSINO RAPOSO MOREIRA - SECRETÁRIO DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE) LAURA REGINA CARNEIRO COORDENADORA-GERAL EDUARDO CELESTINO CORDEIRO COORDENADOR DA ÁREA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS ALINE SEREJO ROCHA - COLETORA DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE) END.: SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SEPLAN RUA DO SOL, Nº 188 CENTRO - SÃO LUÍS/MA - CEP.: FONE: (98) /3671/3674/3675 FAX: (98) Esta publicação tem por objetivo a divulgação de estudos desenvolvidos por pesquisadores do Departamento da Informação e Inteligência Econômica (DIIE), da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento (SEPLAN). Seu conteúdo é de inteira responsabilidade do(s) autor(es), não expressando, necessariamente, o posicionamento da Prefeitura Municipal de São Luís (PMSL). diie@diie.com.br 2
3 APRESENTAÇÃO Em 2013, a Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão FSADU foi contratada para implantar o Departamento da Informação e Inteligência Econômica (DIIE), uma iniciativa do Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga, fruto do acordo de empréstimo entre a Prefeitura Municipal de São Luís e o Banco Mundial (BIRD). Coordenado pelo Prof. Me.Marcelo Virgínio de Melo, o projeto contou com a participação do Prof. Pós-Dr. Paulo Aguiar do Monte, Prof. Dr. Anselmo Cardoso de Paiva, Prof. Me. Felipe de Holanda, Prof. Me. Geraldo Braz Júnior, Profa. Me. Simara Vieira da Rocha, além de estudantes e estagiários dos cursos de Ciências Econômicas e da Computação, da Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Essa equipe-chave selecionada pela FSADU ficou responsável pela criação de mecanismos e instrumentos para o aperfeiçoamento e ampliação do Mapa Socioeconômico de São Luís, bem como o desenvolvimento de equipe da municipalidade na área de Análise de Dados Socioeconômicos e a elaboração do Relatório com dados socioeconômicos de São Luís MA. A fim de dar publicidade às importantes informações, dados e conclusões obtidas nesse estudo, o DIIE irá reproduzir o relatório, de forma fracionada, através da série Textos para Discussão. Nesse primeiro número, o tema abordado é o Quociente Locacional como identificador do grau de especialização das seções de atividades na economia de São Luís em relação às demais capitais do Nordeste 1. INTRODUÇÃO Sobre a identificação de clusters através do uso de um índice de especialização, o Quociente Locacional (QL), derivado do índice de Herfindahl Hirschman (HHI): i. O conceito de cadeia produtiva diz respeito ao conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos, ao longo de todo o processo produtivo e chegando até as etapas do transporte e venda ao consumidor final (PROCHNICK, 2002). A concentração geográfica de empresas caracteriza um fenômeno econômico-espacial, que pode gerar circunstâncias favoráveis ao desenvolvimento das atividades ali desenvolvidas. Quando esses aglomerados produtivos passam a utilizar estruturas e recursos locais de cunho social, econômico, geográfico e político, tal agrupamento passa a ter uma nova dimensão. Tais aglomerados constituem um 3
4 ii. iii. iv. primeiro e mais simplificado conceito de concentração empresarial e englobam além das empresas, entidades públicas e privadas, instituições de ensino, pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, instituições financeiras, dentre outras. A delimitação de uma cadeia produtiva deve permitir a visualização dos encadeamentos para frente e para trás da produção dos bens ou serviços, articulando o fornecimento dos insumos, o processamento, a distribuição e a comercialização, e mediando a relação do sistema produtivo com o mercado consumidor (SEBRAE, 2008, p. 9). Nesse sentido, a identificação dos elos de uma cadeia produtiva exige muitas vezes o bom senso do analista: As dificuldades de representação do sistema, bem como as de suas inter-relações, crescem rapidamente, à medida que as cadeias de produção perdem sua linearidade (BATALHA, 2005, p. 49). As cadeias produtivas resultam da crescente divisão do trabalho e maior interdependência entre os agentes econômicos. Por um lado, as cadeias são criadas pelo processo de desintegração vertical e especialização técnica e social, Por outro lado, as pressões competitivas por maior integração e coordenação entre as atividades, ao longo das cadeias, ampliam a articulação entre os agentes. Mas, além do conceito de cadeia produtiva, delineado anteriormente, o conceito de Arranjos Produtivos Locais - APL também se destaca no estudo da dinâmica local. Nos últimos anos tal conceito reforçou de maneira destacada as estratégias de desenvolvimento econômico local. A literatura pertinente considera APL e cluster como sendo a mesma coisa, embora haja argumentos de que o conceito de cluster converge para as estruturas industriais transnacionais, enquanto o conceito de APL converge para os sistemas produtivos nacionais. Neste sentido, APL e cluster podem ser tratados como sinônimos. A identificação de quais são os principais APLs/ clusteres em uma capital como São Luís envolve uma pesquisa detalhada a partir de fontes primárias e secundárias de informação, que possibilitem construir representações dos sistemas e de suas inter-relações que muitas vezes não se estruturam de forma linear, exigindo investigações detalhadas. Tal esforço de pesquisa, por sua complexidade, demandaria um horizonte temporal maior do que o envolvido na realização deste trabalho. 4
5 2. METODOLOGIA Pelos motivos apontados acima, optou-se por calcular um dos indicadores alternativos comumente utilizados para mensurar graus de especialização na estrutura produtiva de uma determinada região, em comparação à outra região tomada como referência. Dadas as características da região estudada (o município de São Luís) e da Região de referência (conjunto das capitais do Nordeste), o indicador mais adequado é o Quociente Locacional calculado com base no contingente de trabalhadores formais distribuído pelas diversas seções de atividade. Objetivando identificar o grau de especialização das seções de atividades na economia de São Luís em relação às demais capitais do Nordeste, utilizou-se o Quociente Locacional - QL, cujo cálculo foi baseado na razão entre os quantitativos de vínculos formais de cada seção de atividade de São Luís em relação ao total de vínculos da Capital maranhense, comparativamente à razão entre o total de vínculos formais de cada seção de atividade no Nordeste - espaço definido como base ou região padrão -, em relação ao total de vínculos no Nordeste, conforme descrito aritmeticamente a seguir: Onde: QL = E i SLZ i E NE E SLZ E NE E i SLZ = Emprego do seção de atividade i em São Luís; E SLZ = Emprego total em São Luís; E i NE = Emprego do setor i no Nordeste; E NE = Emprego total no Nordeste. A literatura comumente considera a existência de uma especialização do setor i na região j quando o QL > 1 (BRITTO e ALBUQUERQUE, 2001; PAIVA, Op. Cit.). Vale frisar que a literatura de economia regional reconhece que este indicador é bastante apropriado para regiões de porte médio sendo, portanto, adequada para São Luís. A metodologia do QL, neste caso específico, determina em quais seções de atividades São Luís possui especialização tendo como região padrão o conjunto das capitais do Nordeste. Levando-se em consideração os diferentes graus de desenvolvimento das atividades entre as Capitais do Nordeste, além da baixa densidade estrutural em alguns casos, este indicador demonstra-se eficaz na identificação de especialização produtiva da economia ludovicense. 5
6 A variável escolhida para o cálculo do QL, no exame da distribuição geográfica e setorial da atividade produtiva, freqüentemente tem sido o pessoal ocupado, quer seja pela acesso relativamente fácil dos pesquisadores às informações ou, por esta variável constituir-se em um bom indicador para avaliar o potencial de desenvolvimento de um setor. Ressalva-se, porém, como destaca Haddad (1989), o cuidado que se deve ter ao interpretar os índices baseados nesta variável. Regiões com diferentes níveis de desenvolvimento tecnológico para um determinado setor podem apresentar estruturas de emprego semelhantes, mas com produtos de valores agregados diferentes. Ou, o uso intensivo da tecnologia, o qual implica no aumento da produtividade de uma indústria, pode estar correlacionado com uma queda do nível de emprego desta indústria, embora esteja havendo um crescimento da participação da mesma no valor adicionado. (Haddad et. al., 1989). Outro aspecto importante é que sendo a base de dados RAIS/MTE relacionada unicamente ao emprego formal, o QL calculado com base naquelas informações não capta eventuais movimentos que estejam ocorrendo no interior da chamada economia informal. Neste caso, como o peso do setor informal é relativamente semelhante, quando se confronta São Luís com as três maiores capitais da região Nordeste (Salvador, Recife e Fortaleza), o risco de se minimizar ou superestimar o setor informal é minimizado. Mas para um compreensão da dinâmica do segmento informal é necessária uma pesquisa específica. 3. RESULTADOS O cálculo do QL para São Luís, tendo como região padrão o conjunto das capitais do Nordeste, foi realizado para os anos de 2006 e O objetivo neste caso foi verificar se houve alguma mudança nas especializações relativas dos diversos subsetores de atividades ao longo destes anos. Conforme pode-se observar na Tabela 1, em comparação com o conjunto de capitais do Nordeste, São Luís apresentava em 2011 especialização produtiva nas seguintes seções de atividades: Transporte, armazenagem e correio, Construção,Administração pública, defesa e seguridade social, Atividades Imobiliárias e Serviços de utilidade pública (Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação). Ressalte-se que as duas últimas seções de atividades não eram especializadas em 2006, tendo as Atividades imobiliárias se adensado mais que a média das capitais nordestinas em conseqüência do vertiginoso boom imobiliário observado em São Luís no período 2007 a Por outro lado, enquanto que a Administração pública, defesa e seguridade social registrou no período 2006 a 2011 um adensamento relativo, houve no mesmo período uma pequena 6
7 perda de especialização das atividades Transporte, armazenagem e correio e Construção, embora mantendo-se significativamente especializadas em comparação com o conjunto das capitais nordestinas. Tabela 1. Quociente Locacional de São Luís em 2006 e 2011 tendo como variável o estoque desempregados formais e como Região de referência o conjunto das capitais do Nordeste. Seção de atividades São Luis Agric., Pecu., Prod. Florestal, Pesca e Aqüic. 0,527 0,472 Indústrias Extrativas 0,176 0,597 Indústrias de Transformação 0,636 0,599 Eletricidade e Gás 0,883 0,599 Água, Esg., Ativid. de Gest. de Res. E Descont. 0,828 1,117 Construção 1,391 1,309 Comércio, Repar.o de Veíc. Automot. e Motoc. 0,960 0,954 Transporte, Armazenagem e Correio 1,376 1,373 Alojamento e Alimentação 0,677 0,722 Informação e Comunicação 0,558 0,518 Ativid. Financ., de Seguros e Serv. Relacion. 1,064 0,683 Atividades Imobiliárias 0,443 1,201 Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas 0,615 0,707 Ativid. Administ. e Serviços Complementares 0,947 0,937 Adm. Pública, Defesa e Seguridade Social 1,133 1,226 Educação 0,678 0,694 Saúde Humana e Serviços Sociais 0,782 0,712 Artes, Cultura, Esporte e Recreação 0,417 0,481 Outras Atividades de Serviços 1,271 0,850 Serviços Domésticos 1,242 0,533 Organ. Internac. e Outras Instituições Extrater. Fonte:RAIS /MTE. 0,000 0,000 As atividades Financeira, de seguros e serviços relacionados, Serviços Domésticos e Outras atividades de serviços, que eram especializadas em relação à média das capitais nordestinas em 2006, tornaram-se não especializadas em É importante observar também que dentre as atividades que permaneceram não especializadas em 2011, houve aumento da densidade relativa nos segmentos de Indústrias extrativas, Alojamento e alimentação,atividades profissionais, científicas e técnicas e Saúde humana e serviços sociais, enquanto que houve perda de densidade relativa no segmento de Educação e Eletricidade e gás. Já o segmento Comércio, reparação de veículos automóveis e motocicletas manteve-se relativamente estável, pouco baixo da média das capitais da região Nordeste. 7
8 O padrão de especialização observado na economia de São Luís confirma a análise: tratase de uma economia com um ainda reduzido grau de diversificação, na qual as atividades com maior peso relativo são a administração pública, o comércio e as atividades de transportes e logística, neste último caso, em função da excelente localização e do excepcional potencial logístico do município. Registre-se, por outro lado o incipiente grau de desenvolvimento da indústria de transformação e a relativa baixa diversificação no segmento de serviços. Ambos os segmentos requerendo ações específicas da administração municipal, em cooperação com as demais instâncias de governo e com as organizações do setor privado e do terceiro setor para a sua dinamização. Sem embargo, observa-se no período em análise (2006 a 2011), o adensamento das atividades de Construção civil e Imobiliárias, dos serviços de Saúde humana e das Atividades profissionais, científicas e técnicas, sinais de que se encontram em marcha importantes oportunidades de diversificação da estrutura produtiva e de geração de emprego e renda. 8
9 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da UFMA (FSADU). Relatório com dados socioeconômicos de São Luís MA. Produto 1 do Acordo de Empréstimo nº 7578 BR: Implementação do Departamento da Informação e Inteligência Econômica com o desenho e instalação de portal socioeconômico, mediante a criação de mecanismos e instrumentos capazes de atualização, aperfeiçoamento e ampliação do Mapa socioeconômico de São Luís. São Luís: FSADU, p. 9
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