Sem Globo, parceiros buscam 'liberar' Liga

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1 O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO NÚMERO DO DIA EDIÇÃO TERÇA-FEIRA, 9 / ABRIL / bi De Euros chegou o mercado de patrocínio na Europa, segundo levantamento da European Sponsorship Association (ESA). Sem Globo, parceiros buscam 'liberar' Liga POR DUDA LOPES E WAGNER GIANNELLA Os patrocinadores da Liga dos Campeões têm pensado em ativações que possam potencializar a audiência do torneio no Brasil. Nissan e, mais recentemente, Heineken fizeram ações para se apropriar da transmissão do torneio pela internet e tentar, assim, ampliar o acesso das pessoas aos jogos. Nesta temporada, os patrocinadores do torneio europeu tiveram um baque na estratégia para o mercado brasileiro: o torneio perdeu muita exposição de mídia. Sem acordo com a Uefa, entidade que administra a competição, a Globo deixou de transmitir a Liga dos Campeões em rede aberta no Brasil. Para manter a exibição gratuita, o torneio passou para o Facebook, com alcance obviamente reduzido. Na última semana, a Heineken anunciou a mais recente novidade, com a chamada "Heineken TV". Trata-se de uma plataforma digital, em parceria com o Facebook e 1

2 com a Turner, que exibe os jogos na televisão fechada, para transmitir o torneio de forma aberta a torcedores em alguns bares. A ação começará a valer no dia 13 de abril, com a participação do ex-jogador Zé Roberto e do jornalista Mauro Beting. A ideia é criar um centro de conteúdo ao vivo para facilitar o acesso do torcedor ao torneio. Além de assistir às partidas, o espectador poderá interagir com um sistema de inteligência artificial que representará Zé Roberto e Mauro Beting. A conversa será possível por meio do Messenger, sistema de mensagens do Facebook, com respostas a fatos e curiosidades da Liga dos Campeões. Além do jogo em si, a Heineken TV fará o pré e pós-evento, com diversas informações. Em março, a Nissan já havia anunciado uma ação para facilitar o acesso do torcedor às transmissões. O Nissan Scan pede para que os torcedores tirem fotos de anúncios da marca em mídia exterior. O fã precisa então enviar a imagem obtida a um site criado pela empresa, após preencher um formulário de registro. Com isso, a companhia cede um código que dá direito a um mês de acesso aos jogos da Liga dos Campeões por meio da plataforma de streaming do Esporte Interativo. A ação foi colocada em prática no ano passado, mas, para este ano, a iniciativa foi ampliada, com a inclusão de jogos das oitavas de final da Liga dos Campeões. A iniciativa reforça o plano nacional de ativação da Nissan, com o uso do torneio em publicidade divulgada em todo o país ao longo da atual temporada. As duas, por sinal, são as marcas que têm apostado mais forte em uma ativação do torneio europeu no Brasil. Nos últimos anos, a estratégia ganhou força com ações também da Pepsico, do Santander e da Mastercard. SPOTIFY FECHA PARCERIA COM SANTOS CORINTHIANS FECHA APORTE PARA OMBROS O Santos anunciou uma parceria com o Spotify, atualmente o maior serviço de assinatura de streaming de música do mundo. Com o acordo, a plataforma garante predomínio total entre os quatro grandes do Estado de São Paulo, já que Corinthians, Palmeiras e São Paulo já possuíam contratos com a empresa. Desde o anúncio, o perfil oficial do Santos já está ativo no serviço de streaming e conta com playlists oficiais dos próprios jogadores. O Corinthians apresentou um novo patrocinador para a camisa. A empresa "Cartão de Todos" ficou com a região do ombro do uniforme, acima da Universidade Brasil e ao lado da MarjoSports. A marca fez a estreia na segundafeira (8), em partida que classificou o time para a final do Paulistão. A Cartão de Todos é especializada em cartões de descontos. A empresa oferecerá aos torcedores um produto personalizado com a marca do time paulista. Ele valerá para serviços usados pela companhia, como atendimento médico e produtos farmacêuticos, mas também para produtos licenciados oficiais do Corinthians.

3 Facebook deixa de ter Libertadores exclusiva POR POR ERICH REDAÇÃO BETING A nunciada como grande novidade para a atual temporada, a transmissão exclusiva de jogos da Libertadores pelo Facebook não acontecerá mais na América Hispânica e pode também deixar o Brasil. A Conmebol divulgou um comunicado na noite de segunda-feira em que anunciou o fim dos jogos exclusivos pela rede social. Para compensar a mudança, a entidade aumentou a quantidade de jogos a que o Facebook terá direito. Em parceria com a Fox Sports, a Libertadores terá 46 partidas exibidas pela plataforma Facebook Watch. No contrato que previa a exclusividade, eram 28 jogos transmitidos no streaming. As partidas serão agora divididas com a Fox Sports. A iniciativa passa a valer a partir desta terça-feira (9), com jogos exibidos na página da Libertadores e da própria Fox Sports no Facebook. A transmissão valerá para Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. No mercado brasileiro, não houve alteração. Segundo publicou o jornal "Folha de S.Paulo", há uma negociação em curso para que a medida chegue ao país, com a mesma fórmula aplicada nos vizinhos de língua espanhola. O Brasil é hoje um dos mercados de principal aposta do Facebook para a transmissão de jogos ao vivo. "O comportamento do consumidor está mudando e queremos ajudar a trazer essa mudança e essa inovação para o ecossistema esportivo na América Latina. Nossa experiência nos mostrou que adicionar mais partidas pode facilitar uma melhor adoção da mudança", justificou o diretor de alianças esportivas do Facebook, Leonardo Lenz, em nota divulgada no site oficial da Conmebol. O Facebook tem contrato com a entidade sul-americana até

4 Under Armour assina com Mick Schumacher POR REDAÇÃO APÓS LIGA, UEFA EXPANDE PARCERIA COM FEDEX PARA EURO 2020 A Uefa divulgou que expandiu sua parceria com a multinacional americana de logística FedEx. A marca, que já tinha um acordo com a entidade para a Liga Europa (e o renovou no ano passado até 2021), fechou para ser patrocinadora da Euro 2020, que será disputada em doze países espalhados por toda a Europa. De acordo com a imprensa internacional, o objetivo da FedEx é usar o torneio continental, uma das principais disputas entre seleções nacionais. Se nos últimos tempos a Under Armour tem tido problemas em acertar no futebol, nos outros esportes a empresa vai "dando seus pulos" para garantir visibilidade e fazer aumentar mais rapidamente o processo de internacionalização da marca. Dessa vez, a companhia americana decidiu olhar para a Fórmula 1, ou melhor, para o futuro da categoria mais importante do automobilismo mundial. A Under Armour fechou com Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, heptacampeão e dono de diversos recordes na categoria. Atual campeão da Fórmula 3 Europeia e disputando a Fórmula 2 neste ano, Mick pilotou um carro de Fórmula 1 pela primeira vez na semana passada, durante testes no Bahrein. Ele é visto por muita gente dentro da Ferrari como o sucessor de Sebastian Vettel e futuro parceiro do monegasco Charles Leclerc. "A Under Armour vai me ajudar a aumentar meu desempenho mais rapidamente e de forma mais eficaz, especialmente quando se trata de otimizar meus tempos de treinamento fitness e recuperação", afirmou o filho de Michael Schumacher. Com o patrocínio pessoal, Mick se junta a outros nomes importantes do portfólio da Under Armour, como Stephen Curry (basquete), Teddy Riner (judô), Anthony Joshua (boxe), Zhu Ting (vôlei) e Lindsey Vonn (esqui alpino). As diferentes modalidades demonstram a estratégia da companhia americana de expandir a marca e depender cada vez menos da visibilidade do futebol. WEBMOTORS MIRA STOCK CAR E FECHA COM PILOTO A Webmotors estreou neste final de semana, no Autódromo do Velopark, em Nova Santa Rita, na Grande Porto Alegre (RS), o patrocínio máster ao piloto Bruno Baptista, de 22 anos, que faz sua segunda temporada na Stock Car. O objetivo da marca é se aproximar ainda mais da categoria mais importante do automobilismo nacional. Como uma plataforma de negócios e soluções para o setor automotivo, a Webmotors enxergou na Stock Car a melhor maneira de expor sua marca no esporte. No passado, a empresa já chegou a patrocinar outros nomes, mas acredita que Bruno Baptista representa melhor o que a marca quer passar hoje.

5 OPINIÃO O abismo que separa a América da Europa POR ERICH BETING diretor executivo da Máquina do Esporte Adecisão da Conmebol de acabar com a exclusividade do Facebook na transmissão dos jogos da Libertadores revela quanto é falso o discurso de modernidade que a entidade sul-americana tenta implementar. No ano passado, para tentar sair do buraco em que ela mesmo se meteu, a Conmebol anunciou um pacote de medidas que tinha como objetivo transformar a Libertadores num produto mais atrativo esportiva e comercialmente. O plano da entidade não foi nada além de copiar aquilo que deu certo na Liga dos Campeões da Uefa. Os direitos comerciais e de mídia do torneio passaram a ser vendidos por uma agência. E até mesmo o conceito de final em jogo único no fim de semana foi "importado". Foi em meio a esse contexto que surgiu o acordo para que o Facebook tivesse o direito à transmissão de alguns jogos exclusivos na Libertadores. Até isso alinhava a Libertadores da Liga europeia. Mas de nada adianta pensar diferente se a pretensa modernidade for barrada a cada dificuldade que aparece em ações mais ousadas. Em menos de dois meses, a Conmebol rasgou o contrato que tinha com o Facebook. Muito provavelmente, a entidade e os dirigentes de clubes, atuaram contra a modernidade, alegando que o alcance da rede social era muito menor que o da TV. Qualquer pessoa minimamente preparada sabe que essa migração de plataforma traz menor alcance de público, mas ao mesmo tempo assegura a aquisição de um novo público, mais jovem e mais engajado, para consumir as suas transmissões. Além disso, pelo acordo do Facebook, os dados de quem assistiu ao jogo por ele estão todos disponíveis para consumo da Conmebol e dos clubes que disputam a partida. Essa troca de informações, aliás, é o que seduziu as marcas aqui no Brasil a fazer uma limonada a partir do limão que foi a saída da TV aberta da Liga dos Campeões. Os europeus não vão nunca bater o pé contra o Facebook. Eles usam inteligência para ler os dados de usuários sul-americanos conectados no futebol do continente. Da mesma forma, os patrocinadores perceberam o quanto isso pode ajudá-los e, para ativar esses patrocínios, resolveram ampliar o alcance do Facebook para as pessoas. O abismo que separa o futebol da América do Sul da Europa é gritante. E são em pequenas coisas, como a inovação de levar para o streaming a transmissão de alguns jogos, que percebemos o quanto ainda estamos distantes. A nova Conmebol nada mais é do que o sapato velho do futebol sul-americano embalado numa caixa nova. A nova Conmebol nada mais é do que o sapato velho do futebol da América do Sul embalado numa caixa nova