II será não-cumulativo, copensando-se o que for devido em
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- Pedro Lucas Quintão
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1 Ação Declaratória Aproveitamento de Créditos de IPI 1 Resumo: Empresas Industriais (não optantes do SIMPLES), fabricantes de produtos cuja "saída" seja tributada pelo IPI e que utilizam, no processo industrial, insumos que não foram tributados (IPI) na operação anterior (produtos isentos, nãotributados ou com alíquota zero). 2 Construção Jurídica Autorizadora do Creditamento, As empresas focadas no item precedente são tributadas pelo Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), de competência da União,com previsão legal consubstanciada no art. 153, IV da Constituição Federal de Assim como ocorre com o ICMS, o fato gerador da referida exação é a "saída" dos produtos do estabelecimento fabricante4 e, por expressa previsão na Carta Magna de 1988 ( 3º, inc. II do art. Supra), o IPI também é regido pelo principio da não cumulatividade, ex vi: Par. 3º - o imposto previsto no inciso IV: II será não-cumulativo, copensando-se o que for devido em cada operação com o montange cobrado nas anteriores;(grifamos). Importa, ainda, referir que o Regulamento do IPI dispõe, a respeito do exortado principio,quando refere que "a não- cumulatividade doimposto é efetivada pelo sistema de crédito, atribuído ao contribuinte, do imposto relativo a produtos entrados no seu establecimento, para ser abatido do que for devido pelos produtos dele saídos, num mesmo período". (art. 146).
2 Tal sistemática contábil de créditos e débitos permite que o imposto incida somente sobre o valor agregado ao produto em cada operação do processo industrial, sob pena de afetação ao principio da não-cumulatividade. Desta forma, toda vez que uma mercadoria industrializada tiver, em sua cadeia produtiva, " insumos" não tributados, isentos ou com alíquota zero de IPI, a empresa tem o direito de creditar-se do imposto correspondente na sua " contacorrente", desde que requeira, em tempo hábil, a tutela jurisdicional,. A ncfessidade de se recorrer ao judiciário, dessarte, decorre dos óbices criados pela Secretaria da Receita Federal (SRF) no reconhecimento do direito em comento. 2.1 Suporte Jurisprudencial O dissenso entre contribuintes e Fazenda Nacional foi levado à apreciação do Poder Judiciário que, paulatinamente, veio à reconhecer que asiste razão aos pleitos formulados, entendimento este que veio a consolidar-se, inclusive, no Supremo Tribunal Federal, cuja ementa passa a trnascrever, verbis: "CONSTITUCIONAL.TRIBUTÁRIO. IPI. CREDITAMENTO. INSUMOS. ISENTOS. SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO. Se o contribuinte do IPI pode creditar o valor dos insumos adquiridos sob o regime de isenção, inexiste razão para deixar de reconhecer-lhe o mesmo direito na aquisição de insumos favorecidos pela alíquota zero, pois nada extrema, na prática, as referidas figuras desonerativas, notadamente quando se trata de aplicar o principio da nãocomulatividade. A isenção e a alíquota zero em um dos elos da cadeia produtiva desapareriam quando da operação subseqüente, se não admitido o crédito". ( STF Rext. Nº PR, Rela Min, Nelson Jobin, publicidade no D.J.U. 1 de , p 32/33) (grifamos).
3 Assenta-se, no Superior Tribunal de Justiça, a mesma linha exegética, assim como em boa parte dos Acórdãos prolatados pelo Eg. Tribunal Regional Federal da 4ª região, dos quais, a titulo exemplificativo, transcreve: "TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI. MATÉRIAS-PRIMAS E INSUMOS ISENTOS. NÃO TRIBUTADOS OU TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. PRODUTO FINAL TRIBUTADO. POSSIBILIDADE DE CREDITAMENTO. PRAZO DECADENCIAL. COMPENSAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA". 1. O principio da não-comulatividade, insculpido no artigo 153,= 3ºm II, da Constituição Federal, deve ser observado em todas as etapas do processo produtivo, inclusive se houver o emprego de matériasprimas ou insumos isentos, não tributados, ou tributados à alíquota zero no processo de industrialização do produto. Se for eliminada a possibilidade de aproveitamento do crédito de IPI referente a insumos adquiridos sem a incidência dessa exação, estar-se-á anulando o tratamento privilegiado, pois a alíquota do tributo recairá sobre a totalidade do valor do produto industrializado e não somente sobre o valor agregado. 2. A restrição imposta pelo art, 153, 2º, II, da constituição, está adstrita ao ICMS. 3. A discriminação doutrinária entre isenção, não tributação e tributação à alíquota zero, não constitui óbice ao direito de crédito do IPI, visto que, na prática, todas são formas de desoneração tributária. Embora o art. 11 da Lei nº 9.779/99 não abarque a hipótese dos autos, reforça essa tese, porquanto o legislador avalizou igualdade de tratamento às situações ee isenção e tributação com aliquota zero, resguardando a regra constitucional da não-cumulatividade do IPI. 4. O fato do IPI possuir uma forma diferenciada de apuração, mediante a aferição de créditos e débitos por intermédio de um "sistema conta-corrente", não afasta a aplicação das regras do CTN. Embora os créditos em questão sejam escriturais, não há se negar que o pagamento indevido, a justificar o direito do contribuinte ao ressarcimento do tributo. 5. Em sede de prazo decadencial, aplica-se o Art. 150, 4º, combinado com o Art. 168 do CTN, ou seja, o contribuinte terá direito à escrituração de créditos do IPI nos 10(dez) anos anteriores à propositura da ação,. 6. Na forma do artigo 66 da Lei 8.383/91, é possível a compensação dos valores apurados a maior somente com prestações vincendas do próprio IPI, extinguindo-se o crédito sob condição resolutória da ulterior homologação (art. 150, 1º, do CTN). O artigo 11 da Lei 9.779/99 em nada alterou a sistemática de compensação, devendo o contribuinte, se pretender utilizar tais créditos na compensação
4 com outros tributos ou contribuições administrados pela SRF, protocolar requerimento administrativo nesse sentido. 7. Aplicável no particular, a correção monetária integral, consoante precedente da 1ª Seção deste Tribunal (EIAC nº inclsuive com a incidência da Taxa SELIC, a partir de 01/01/1996, afastado, no entanto, qualquer outro acréscimo porque composta de correção monetária e juros, na forma do art. 39, 4º, da Lei nº 9.250/95, sob pena de malferimento do principio da isonomia". (TRF-4ª Região. MAS nº /RS, 1ª Turma, Rel. Des, Fed, Wellington M. de Almeida, publicado no D.J,.U. de , p.442/3). Destarte, à vista da breve explanação até aqui realizada, pode-se dizer que hoje, com largam margem de segurança jurídica, o interessado em reconhecido o seu direito ao creditamento do IPI, nas condições expostas, pode fazer o uso do mecanismo jurídico adequado e requerer a prestação da tutela jurisdicional do Estado. 3. SUGESTÕES DE CONTRIBUINTES DO IPI a) Industrias moveleiras; b) Industrias de refrigerantes; c) Fábricas de cachaças; d) Vinícolas; e) Metalúrgicas; f) Industria de embalagens; 3.1. Documentos Indispensáveis à análise de viabilidade. a) Livro do Registro de Entrada b) Livro do Registro de Saídas;
5 c) Livro de Registro de Apuração do IPI; d) Relação dos Produtos Fabricados com a classificação fiscal pertinente e o percentual do IPI.
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