ABRIL, 2013 (DOCUMENTO FINAL) DOCUMENTO PREPARADO POR EM COLABORAÇÃO COM PROJETO IEE/11/BWI/473/SI FORESEE
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- Luiz Guilherme Arruda
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1 ABRIL, 2013 (DOCUMENTO FINAL) DOCUMENTO PREPARADO POR EM COLABORAÇÃO COM PROJETO IEE/11/BWI/473/SI FORESEE
2 A responsabilidade pelo conteúdo desta publicação é dos autores, não refletindo necessariamente a opinião da União Europeia. A EACI e a Comissão Europeia não são responsáveis por qualquer uso que possa ser feito a partir das informações nela contidas. Informação adicional Mais detalhes sobre o projeto BUILD UP Skills podem ser encontradas em Mais detalhes sobre o programa IEE podem ser encontradas em
3 CONTENTS preâmbulo... 1 sumário executivo... 3 Introdução... 5 SETOR DA CONSTRUÇÃO... 5 O sector da construção e a economia nacional... 5 Parque edificado... 5 Edifícios com elevado desempenho energético... 6 CONSUMO DE ENERGIA E ENERGIAS RENOVÁVEIS EM EDIFÍCIOS... 7 POLÍTICA ENERGÉTICA Planos nacionais de Ação para a Eficiência Energética e as Energias Renováveis Legislação relevante no sector dos edifícios Sumário das atividades previstas relativamente à implementação da EPBD recast e da Diretiva das renováveis OFERTA EDUCATIVA E FORMATIVA INSERIDA NO SISTEMA NACIONAL DE QUALIFICAÇÕES O Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) As estruturas de coordenação do sistema nacional de qualificações Entidades formadoras do sistema nacional de qualificações Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ) As modalidades de educação e formação de dupla certificação Formação contínua no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações NECESSIDADES DE QUALIFICAÇÃO E LACUNAS Força de trabalho relevante para a Eficiência Energética (EE) e Fontes de Energia Renováveis (FER) Competências e necessidades de qualificação Lacunas de competências BARREIRAS MEDIDAS PRIORITÁRIAS VISÃO ESTRATÉGICA AÇÕES ESTRUTURAIS Processo de regulação de algumas atividades / profissões no contexto do Sistema de Regulação de Acesso a Profissões Iniciativas no âmbito do Sistema Nacional de Qualificação... 30
4 Medidas de certificação parcial AÇÕES OPERACIONAIS Profissões relacionadas com Energia Renovável Profissões relacionadas com Sistemas de Energia (com excepção RES) Profissões relacionadas coma envolvente de edifícios AÇÕES DE SUPORTE Medidas de promoção de acesso à formação Campanha de informação sobre a importância da construção com baixo consumo de energia PLANO DE AÇÃO ESTRUTURAL (M.ST.) OPERACIONAL (M.OP.) SUPORTE (M.SP.) CONCLusões AUtores/CONTRIBUTos Autores Contributos REFERÊncias... 47
5 PREÂMBULO O roteiro para a formação de trabalhadores do setor de construção na área da eficiência energética (EE) e de fontes de energia renovável (FER) foi desenvolvido no quadro do projeto BUILD-UP SKILLS PORTUGAL, projeto de 18 meses financiado pelo programa Intelligent Energy Europe 1, com o objetivo de: Identificar as medidas para superar as barreiras e as lacunas de competências nas diversas profissões para satisfazer as metas de 2020 no sector da construção; Incorporar formação em soluções energéticas inteligentes por meio de alterações nos currículos e práticas convencionais; Sugerir as medidas necessárias para assegurar que o valor acrescentado de uma força de trabalho mais qualificada é reconhecido e a utilização de trabalhadores qualificados é motivada ou tornada obrigatória. O roteiro nacional constitui o principal produto final do projeto e consiste em: Apresentar a estratégia global para o cumprimento das necessidades de formação dos artífices do setor de construção ou dos instaladores, a fim de alcançar as metas de 2020 de energia definidos nos planos de acção nacionais para a eficiência energética e as fontes de energia renováveis (PNAEE e PNAER); Indicar as medidas principais / prioritárias para os artífices do setor de construção ou dos instaladores e ocupações consideradas relevantes e essenciais para alcançar os objetivos nacionais; Delinear o plano de ação, um conjunto de recomendações para a atividade, focalizando o alvo específico a ser formado ou outras acções estruturais e promocionais. Este documento descreve o ponto de vista das entidades do consórcio projeto - Laboratório Nacional de Energia e Geologia, IP (LNEG), Agência para a Energia (ADENE), Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e a Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional (ANQEP) - complementada pelo Instituto de Construção e do Imobiliário, IP (INCI) e dos contactos estabelecidos com várias entidades que representam os centros de formação profissional para o setor de construção civil, associações empresariais ou industriais nacionais, comerciante e 1 IEE/11/BWI/473/SI FORESEE TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 1
6 associações profissionais e outras entidades públicas ou entidades certificadoras no sector da construção. Apesar de todas as entidades do projeto serem dependentes do Ministério da Economia e do Emprego e do Ministério da Educação e Ciência, este documento não constitui um ponto de vista político oficial ou estratégia do Governo Português para o cronograma considerado. Além disso, o plano de ação descreve as medidas necessárias, em termos de formação operacional, para alcançar os objetivos estabelecidas pelo Governo Português no sector da energia para As entidades que enviaram cartas de suporte ao presente documento, não pertencentes ao Ministério da Economia e do Emprego, ao manifestarem o seu apoio não significa necessariamente, o apoio total aos planos de acção nacionais para a eficiência energética e de fontes de energia renováveis (PNAEE e PNAER) ou ainda a outros regulamentos de construção, na sequência da transposição das directivas europeias, relacionadas com a Eficiência Energética e Fontes de Energia Renovável. Suportado por: Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I.P. (LNEG) Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) Agência para a Energia (ADENE) Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional (ANQEP) 2 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
7 SUMÁRIO EXECUTIVO O projecto BUILD-UP SKILLS-Portugal incidiu na avaliação dos trabalhadores do setor de construção, especificamente artífices e instaladores, em termos de suas competências em eficiência energética (EE) e fontes de energia renovável (FER). Portugal estabeleceu, tal como outros países da UE, uma política energética com dois eixos de ação: i) aumentar a eficiência energética, reduzindo o consumo de energia final e ii) aumentar a parcela de FER no total de energia primária. Essas metas foram quantificadas nos planos revistos relativos PNAEE e PNAER 2. Definir o percurso para atingir os objectivos propostos para 2020 é crucial. A reformulação da Directiva do Desempenho Energético dos Edifícios (2010/31/CE) impulsiona os países a apertar as exigências e requisitos do edifício em termos energéticos, em 2020, os novos edifícios deverão ter necessidades de energia quase nulas., tratando-se pois de metas muito ambiciosas. Apesar da atividade do setor de construção estar a diminuir, a força de trabalho ainda não tem as competências adequadas, pelo que a formação para EE e RES torna-se necessária e urgente. Em Portugal, a força laboral referente a trabalhadores com capacidades em eficiência energética (EE) e em energias renováveis (RES) no sector da construção estima-se compreendida entre 55 a 65 mil, o que irá refletir em termos formativos, incluindo as situações de primeiro emprego ou desemprego, a a trabalhadores ainda por formar. Com vista a cumprir a Diretiva Europeia de Energia Renovável (2009/28/CE), este roteiro identifica a necessidade de se dispor de formação específica nas seguintes tecnologias: sistemas solares fotovoltaicos, sistemas solares térmicos, sistemas a biomassa, bombas de calor e sistemas geotérmicos superficiais. No que diz respeito à envolvente do edifício e outros sistemas de energia conducentes à promoção de EE em edifícios, incide em instaladores de janelas, trabalhadores de isolamento térmico (incluindo pedreiros), instaladores de AVAC e caldeiras, eletricistas de instalações de baixa tensão, técnicos de gestão energética e operação de edifícios. 2 Aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros de 28 fevereiro de 2013, ainda não publicado. TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 3
8 O plano de ação para o período compreendido entre 2014 e 2020 é constituído por um conjunto de medidas estruturais, operacionais e de apoio. O alvo principal do plano de ação operacional encontra-se na força laboral existente relevante para a EE e RES, ou seja 67 por cento do total a formar. Contudo, programas de requalificação para desempregados (cerca de 13 por cento do total a formar) constituem também um aspeto importante a ser considerado na estratégia formativa em EE e RES. O custo de investimento para o conjunto de medidas operacionais será da ordem de 25 a 46 milhões de euros. 4 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
9 INTRODUÇÃO SETOR DA CONSTRUÇÃO O sector da construção e a economia nacional A crise económica portuguesa tem tido consequências ao nível da desaceleração do PIB. Após um período de quatro anos de crescimento anual, o ano de 2008 ficou marcado por uma variação nula, seguida por uma queda do PIB de 2,5 por cento em Em 2010, registou-se uma pequena recuperação da atividade económica, com um aumento de 1,4%, seguida de uma nova desaceleração da atividade, em 2011 (Figura 1) Figura 1 Evolução do Valor Acrescentado Bruto no sector da Construção e do Produto Interno Bruto, em preços correntes. Fonte: INE, Contas Nacionais. A importância do sector da Construção para a economia nacional tem vindo a decrescer desde 2001, sendo que, em 2009, a produção nesse sector correspondia a 9,6% da produção nacional (Quadro 3.1). Relativamente ao VAB deste sector de atividade, os dados de 2011 indicam que esse representa 6,29% do VAB total o que se encontra em linha com a média dos países europeus (6,5% em 2008 Parque edificado Em Portugal, conforme indicado no estudo do Buildings Performance Institute Europe (BPIE), a área construída é de aproximadamente 400 milhões de m2, sendo que os edifícios residenciais representam cerca de 75%, valor este que se aproxima da média europeia. O CENSOS de 2011 contabilizou mais de 3,5 milhões de edifícios destinados, total ou parcialmente, à habitação. A proporção entre edifícios com apenas um alojamento e os restantes (multi-familiares) é de 87%, o TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 5
10 que não representa efectivamente a percentage em de vivendas na medida em que poderão existir edifícios com um único alojamento e cujos restantes fogos se destinem a outras atividades, nomeadamente económicas. O sector residencial é, sem qualquer dúvida, o segmento de maior dimensão, em termos de número de edifícios e área construída, muito embora não existam estatísticas nacionais relativas ao universo de edifícios não residenciais. Nesse sentido recorreu-se ao número total de edifícios construídos entre 1999 e 2010 não destinados à habitação, o que equivale a um total acumulado de e 15,4% do total de edifícios construídos nessa década ( ). O parque habitacional, segundo os dados do último CENSOS, apresenta uma distribuição pelos vários períodos definidos para os últimos 100 anos, segundo a distribuição apresentada na Figura 5.1. Notar que os edifícios destinados à habitação construídos nas últimas duas décadas são cerca de 1 milhão (1.034 mil), pelo poderá estimar-se que nesse mesmo período tenham sido construídos cerca de edifícios não residenciais. Uma estimativa possível para o universo total destes edifícios é de mil edifícios, com o pressuposto que a taxa de edifícios não residenciaiss tem vindo a crescer nas últimas décadas. Fonte: CENSOS 2011 e estimativa com base em estatísticas sobre Obras Completas, INE (2011). Figura 2 Edifícios por época de construção. Edifícios com elevado desempenho energético A informação a seguir disponibilizada diz respeito a uma síntese actualizada mensalmentee sobre Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE), no que respeita ao registo de Certificados Energéticos (CE) e Declarações de Conformidade Regulamentar (DCR), sendo que se aplicam, respectivamente, a edifícios construídos e a edifícios em fase de projecto. 6 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRA AINING ROADMAP
11 Existem cerca de 500 mil imóveis certificados no Sistema de Certificação Energética (SCE), dos quais, 100 mil encontram-se em fase de projecto e os restantes 400 mil respeitam a imóveis existentes e recém-construídos que já tiveram uma DCR. Os imóveis destinados à habitação continuam a liderar com 90% dos certificados emitidos no SCE. Fonte: ADENE. Figura 3 Número de Certificados Energéticos/Declarações de Conformidade Regulamentar emitidos Os Certificados Energéticos dos imóveis existentes de habitação e serviços com a classe A e A+ têm respectivamente a seguinte repartição e 392, aproximadamente 5% e 1% da escala completa de classes energéticas dentro das duas categorias. Quanto à repartição percentual por tipo de edifícios, a 90% e 10% correspondem respectivamente cerca de 460 e 40 mil imóveis certificados. O nível de eficiência energética nos edifícios existentes é baixo, quando comparado com os dos edifícios novos. Para além da reabilitação tradicional, os edifícios existentes têm um elevado potencial de aumento de eficiência energética após introdução de medidas de melhoria de eficiência energética. As exigências introduzidas pela regulamentação térmica dos edifícios em vigor, conduziram a uma considerável melhoria da eficiência energética dos edifícios, embora que ainda seja possível enquadrar outras medidas de melhoria. CONSUMO DE ENERGIA E ENERGIAS RENOVÁVEIS EM EDIFÍCIOS O consumo de energia final no sector dos edifícios (doméstico e serviços) encontra-se apresentado na Figura 4 para os últimos dez anos para os quais existem estatísticas (balanço energético nacional). Pode considerarse que o consumo de energia nos sectores doméstico e de serviços, TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 7
12 descontando os consumos relativos aos combustíveis rodoviários no sector dos serviços, corresponde ao consumo de energia nos edifícios. A Figura 4 apresenta ainda a evolução dos consumos de energia primária, no mesmo período. Fonte: DGEG Figura 4 Consumo de energia final nos edifícios, sector doméstico e de serviços, e consumo de energia primária. Como se pode observar, o comportamento do consumo de energia nos edifícios tem um comportamento semelhante ao consumo de energia primária, embora que o peso relativo deste sector tenha vindo a crescer nos últimos anos, como se pode verificar pela Figura 5. Fonte: DGEG Figura 5 Peso relativo do consumo de energia final nos edifícios relativamente ao consumo de energia primária 8 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
13 No que se refere ao consumo por fonte de energia (Figura 6), denota-se que a principal fonte de energia utilizada nos edifícios é a eletricidade, seguida pelo GPL (gases de petróleo liquefeitos) e pelas lenhas e resíduos vegetais. Pode ainda verificar-se que o consumo de gasóleo de aquecimento, fuelóleo e GPL tem vindo a diminuir, devido a maior penetração do gás natural, que tem vindo a aumentar nos últimos anos. Source: DGEG Figure 6 Evolução do consumo de energia final nos edifícios (habitação e serviços), por fonte de energia. A Figura 6 mostra também um aumento da utilização de energia solar térmica, este índice apenas começou a ser apurado para efeitos de balanço energético em Notar que o valor apurado para as lenhas e resíduos vegetais é estimado em função de estudos com base em inquéritos realizados às famílias. O último data de 2010 e permitiu apurar que a utilização de lenhas e resíduos vegetais reduziu significativamente face ao estudo de Atualmente a repartição de FER no consumo de energia nos edifícios representa 18 por cento. TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 9
14 POLÍTICA ENERGÉTICA Planos nacionais de Ação para a Eficiência Energética e as Energias Renováveis Os Planos Nacionais de Ação para a Eficiência Energética e as Energias Renováveis (PNAEE e PNAER, respetivamente) 3, foram aprovados, mas ainda não se encontram publicados, seguem a mesma linha de ação dos aprovados em 2008 e , atualizados para as actuais condições contexto macroeconómico, principalmente no que se refere as restrições de financiamento e da desaceleração da economia. Na última década ( ) o consumo de energia primária, bem como a energia final diminuiu 5, enquanto que a oferta de energia renovável sofreu um acréscimo 6. Os planos de acção nacionais revistas, PNAER e PNAEE, estabelecem as seguintes metas para os próximos anos: Para 2016, um decréscimo de 1,5 milhões de tep em energia final, em comparação com a média final de energia entre 2001 e 2005; Para 2020, um decréscimo de 8 milhões de tep em energia primária, em comparação com a projecção de consumo de energia do modelo PRIMES da Comissão Europeia. Inicialmente o PNAEE e o PNAER previram que o setor de construção, incluindo edifícios públicos, residenciais e de serviços, contribui com 26% para a meta de redução de energia final (cerca de 470 ktep). De acordo com o relatório de 2010, referente à implementação, uma diminuição de energia de 220 ktep já está alcançado, alavancado pelas seguintes medidas - Renovação Casa & Escritório, Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios, renováveis na hora e solar térmica, inicialmente destinadas a: Programa de incentivos para a reabilitação urbana sustentável, com o objetivo de atingir 1 em cada 15 lares com classe energética optimizada (igual ou superior a B-); Programa para renovar 1 milhão de grandes electrodomésticos; Substituição de 5 milhões de lâmpadas com CFL; 75 mil casas produtoras de eletricidade (165mW de potência instalada); 3 Linhas estratégicas para a revisão dos Planos Nacionais de Ação para as Energias Renováveis e Eficiência Energética, Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), Junho Resolução do Conselho de Ministros no. 80/2008, Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE), Portugal Eficiência Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis (PNAER), Decréscimo médio anual de 1% para a energia primária, e 0.2% para a energia final. 6 Crescimento médio anual de 19%. 10 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
15 1 em cada 15 edifícios com Água Quente Solar A revisão do PNAEE e PNAER reforçar a maioria das medidas acima referidas, nomeadamente através da promoção, até 2020: Instalação de janelas eficientes; Aplicação de isolamento térmico nas paredes exteriores e coberturas; Instalação de sistemas de recuperação de calor em lareiras; Melhoria da construção de novas habitações e de serviços; Edifícios públicos com a certificação de desempenho energético; Instalação de colectores solares em edifícios residenciais, edifícios de serviços e edifícios públicos; Instalação de sistemas de produção de energia renovável (eólica e fotovoltaica) em edifícios residenciais e de serviços (micro e um programa de mini-geração). TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 11
16 Legislação relevante no sector dos edifícios O Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE) é um dos três pilares sobre os quais assenta a legislação relativa à qualidade térmica dos edifícios em Portugal e que se pretende venha a proporcionar economias significativas de energia. Juntamente com os diplomas que vieram rever a regulamentação técnica aplicável neste âmbito aos edifícios de habitação (RCCTE 7 ) e aos edifícios de serviços (RSECE 8 ), o SCE define regras e métodos para verificação da aplicação efetiva destes regulamentos às novas edificações, bem como, numa fase posterior, aos imóveis já construídos. O RCCTE estabelece requisitos de qualidade para os novos edifícios de habitação e de pequenos serviços sem sistemas de climatização ou com sistemas de climatização com potência inferior ou igual a 25 KW, nomeadamente ao nível das características da envolvente (paredes, envidraçados, pavimentos e coberturas), limitando as perdas térmicas e controlando os ganhos solares excessivos. Este regulamento impõe limites aos consumos energéticos da habitação para climatização e produção de águas quentes, num claro incentivo à utilização de sistemas eficientes e de fontes energéticas com menor impacte em termos de consumo de energia primária. A legislação determina também a obrigatoriedade da instalação de coletores solares e valoriza a utilização de outras fontes de energia renovável na determinação do desempenho energético do edifício. O RSECE define um conjunto de requisitos aplicáveis a edifícios de serviços e de habitação dotados de sistemas de climatização com potência superior a 25 kw, os quais, para além dos aspetos da qualidade da envolvente e da limitação dos consumos energéticos, abrangem também a eficiência e manutenção dos sistemas de climatização dos edifícios, obrigando igualmente à realização de auditorias periódicas aos edifícios de serviços. Neste regulamento, a qualidade do ar interior surge também com requisitos que abrangem as taxas de renovação do ar interior nos espaços e a concentração máxima dos principais poluentes. O Decreto Legislativo Regional n.º 1/2008/M, de 11 de Janeiro, adapta à Região Autónoma da Madeira o SCE, o RSECE e RCCTE. Por sua vez, o 7 Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios, aprovado pelo Decreto- Lei no. 80/2006 de 4 April. 8 Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios, aprovado pelo Decreto-Lei no. 79/2006 de 4 Abril. 12 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
17 Decreto Legislativo Regional n.º 16/2009/A, de 13 de Outubro, adapta à Região Autónoma dos Açores o SCE. O Decreto-Lei n. 118-A/2010, de 25 de novembro, estabeleceu o regime jurídico para a produção de energia por meio de pequenas centrais designadas por unidades de micro-geração, com uma capacidade de ligação à rede elétrica até 5,75 kw no sistema geral e até em 3,68kW o sistema subsidiado. A fim de beneficiar das taxas de venda subsidiadas, os promotores desta medida deve instalar sistemas solares térmicos ou outros sistemas equivalentes utilizando fontes de energia renováveis. O Decreto-Lei n. 34/2011, de 8 de março, estabeleceu o regime jurídico aplicável à produção de energia por meio de centrais pequenas unidades chamadas de mini-geração, com uma capacidade conexão à rede até 250 kw. Sumário das atividades previstas relativamente à implementação da EPBD recast e da Diretiva das renováveis No que diz respeito às atividades relativas à implementação da Diretiva EPBD reformulada, Portugal está a proceder à alteração dos regulamentos do Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior dos Edifícios (SCE). Nesta revisão serão estabelecidos critérios de classificação mais exigentes no sistema de classificação dos edifícios Relativamente às atividades previstas na diretiva das renováveis, estas encontram-se listadas no PNAER, sendo que as de maior relevância, no que toca ao sector dos edifícios, são o programa renováveis na hora (acima descrito) para a área da eletricidade, e a aposta em sistemas descentralizados de produção energia, quer para a produção de AQS, quer para a climatização, recorrendo a sistemas solares térmicos, caldeiras a biomassa ou bombas de calor. Note-se que os sistemas de redes térmicas de distribuição de energia (district heating), face às condições climatéricas de Portugal apresentariam níveis muito reduzidos de utilização, não sendo economicamente viáveis. Refira-se também que Portugal participa na acção europeia concertada para a implementação da Directiva das Energias Renováveis (2009/28/EC) denominada CA-RES ( onde, quer a temática da Energia nos Edifícios, quer as questões ligadas à Certificação de instaladores de sistemas de Energias Renováveis, quer ainda as questões ligadas à informação genérica sobre as Energias Renováveis e os seus benefícios são abordadas, havendo uma estreita ligação entre a participação nacional na CA-RES e na iniciativa Buid up Skills. TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 13
18 OFERTA EDUCATIVA E FORMATIVA INSERIDA NO SISTEMA NACIONAL DE QUALIFICAÇÕES O Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) O SNQ tem como objetivo assegurar a relevância da formação e das aprendizagens para o desenvolvimento pessoal e para a modernização das empresas e da economia. Assegura a obtenção de qualificações certificadas, permitindo a certificação das competências adquiridas através da conclusão de um percurso de formação integral, no âmbito de uma modalidade de formação inicial, ou através da conclusão de unidades de formação de curta duração constantes dos referenciais do Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ). Estas unidades podem ser creditáveis para efeito de obtenção da qualificação posterior. Não obstante, no âmbito do SNQ as ações de formação não inseridas no CNQ conferem um certificado de formação profissional que atesta a conclusão dessa formação com aproveitamento e permite o reconhecimento das competências adquiridas. O SNQ disponibiliza ainda a caderneta individual de competências, que regista todas as competências adquiridas ou desenvolvidas ao longo da vida, quer as referidas no Catálogo Nacional de Qualificações, quer as restantes ações de formação, mesmo que realizadas por entidade formadora não certificada. As estruturas de coordenação do sistema nacional de qualificações O CNQ é coordenado pelos membros do governo responsáveis pelas áreas da formação profissional e da educação. No âmbito da criação do SNQ, foi criada a Agência Nacional para a Qualificação e o ensino Profissional (ANQEP). A ANQEP é o organismo sob a tutela conjunta dos Ministérios da Economia e do Emprego e da Educação e Ciência, com atribuições de coordenação da rede de estruturas, bem como o acompanhamento, a monitorização, a avaliação e a regulação do sistema, em estreita colaboração com as demais entidades que integram o SNQ. A ANQEP criou os Conselhos Setoriais para a Qualificação para o desenvolvimento e atualização do Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), que constitui o instrumento do SNQ para a gestão estratégica das qualificações. Estes Conselhos Setoriais para a Qualificação são grupos de trabalho técnico-consultivo que identificam em permanência as necessidades de atualização das qualificações constantes do CNQ, numa perspetiva de adequação da formação às evoluções tecnológicas e às 14 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
19 competências requeridas pelos setores, quer se trate de formação inicial quer se trate de aprendizagem ao longo da vida. Os Conselhos Setoriais para a Qualificação integram entre outros, especialistas indicados pelo ministério que tutele o respetivo setor de atividade, associações sindicais e associações de empregadores, representativas dos correspondentes setores de atividade, empresas de referência, entidades formadoras com maior especialização setorial ou regional e peritos independentes. Entidades formadoras do sistema nacional de qualificações Constituem a rede de entidades formadoras do SNQ os estabelecimentos de ensino básico e secundário, os estabelecimentos de ensino particular e cooperativo com paralelismo pedagógico ou reconhecimento de interesse público, as escolas profissionais, os centros de formação profissional e de reabilitação profissional e as entidades com estruturas formativas certificadas do setor privado, no âmbito dos ministérios responsáveis pelas áreas da formação profissional e da educação, as entidades formadoras integradas noutros ministérios ou noutras pessoas coletivas de direito público. No caso concreto dos setores da construção civil e energia, podem ser identificadas algumas entidades formadoras da rede do Sistema nacional de Qualificações mais relevantes, designadamente: 1) Os Centros de formação de gestão participada da rede do Instituto de Emprego e Formação Profissional, para o setor da construção civil: CICCOPN - Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte CENFIC - Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Sul 2) Os Centros de formação de gestão participada da rede do Instituto de Emprego e Formação Profissional, bem como quer os centros de formação de associações setoriais no setor da eletrónica, energia e metalomecânica: CINEL - Centro de Formação Profissional da Indústria Eletrónica, Energia, Telecomunicações e Tecnologias da Informação APIEF - Centro de Formação Profissional para a Indústria Térmica, Energia e Ambiente ENFIM - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica 3) Os estabelecimentos de ensino público ou privado, com autorização de funcionamento de cursos das áreas de educação e formação da construção civil e da energia e eletricidade:: TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 15
20 Escolas Básicas e Secundárias da rede pública Escolas Profissionais privadas tuteladas pelo ministério da educação 4) As entidades certificadas pela Direção-Geral de Emprego e relações do Trabalho (DGERT) nas áreas de formação relevantes para o setor da construção e da energia. Estas são entidades formadoras avaliadas pela, com condições mínimas comprovadas, em termos do referencial de qualidade de estruturação da atividade formativa, relativas à capacidade instalada em termos de recursos, às práticas inerentes aos processos de desenvolvimento da formação e aos resultados alcançados. Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ) O Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ) constitui um instrumento de gestão estratégica das qualificações de nível não superior contendo os referenciais essenciais para uma melhor adequação das respostas formativas às necessidades das empresas, do mercado de trabalho e dos cidadãos. Em conformidade, os elementos que integram o CNQ são atualizados em permanência, com o apoio dos conselhos setoriais para a qualificação, mediante a inclusão, exclusão ou alteração de qualificações, tendo em conta as necessidades atuais e emergentes das empresas, dos setores económicos e dos indivíduos. As qualificações que integram o CNQ estão estruturadas por níveis de qualificação definidos pelo Quadro Nacional de Qualificações (QNQ), que adota os princípios do Quadro Europeu de Qualificações (QEQ), no que diz respeito à descrição das qualificações em termos de resultados de aprendizagem, de acordo com os descritores associados a cada nível de qualificação, promovendo a comparabilidade das qualificações em função do seu perfil e não em função dos conteúdos ou dos processos formativos. Obtenção de qualificação significa ter a aquisição de competências reconhecidas e certificadas, de acordo com as referências plenamente estabelecidas. Os elementos de tais referenciais encontram-se representados na Figura eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
21 Figura 7 Referenciais de qualificação do Catálogo Nacional de Qualificações TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 17
22 As modalidades de educação e formação de dupla certificação As qualificações integradas no SNQ constituem qualificações de dupla certificação, que consiste no reconhecimento de competências para exercer uma ou mais atividades profissionais e de uma habilitação escolar, através de um diploma. As qualificações podem ser acessíveis por um conjunto de modalidades de formação de dupla certificação, orientadas quer para jovens quer para adultos, estruturadas a partir dos referenciais de qualificação do CNQ. Neste sentido, as Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) constantes de cada referencial de formação do CNQ estruturam as ofertas formativas de dupla certificação, incluindo as formações modulares certificadas que permitem a obtenção de dupla certificação de modo progressivo e flexível, e servem, também, à formação contínua Modalidades de formação de dupla certificação destinada a jovens Modalidades de formação de dupla certificação destinada a adultos 18 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
23 Modalidades de educação de dupla certificação e formação, orientadas para o nível pós-secundário não universitário Formação contínua no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações O SNQ define a formação contínua como qualquer educação e atividade de formação desenvolvida depois de se sair do sistema de ensino, ou depois de se entrar na força de trabalho, o que habilita o indivíduo a melhorar as suas competências profissionais e relacionais, tendo em vista desenvolver uma ou mais atividades profissionais, melhor adaptação à mudança tecnológica e organizacional e fortalecer a sua empregabilidade. As unidades de formação de curta duração (UFCD) da SNQ são a base para a dupla-certificação da formação contínua, realizada por entidades formadoras certificadas, centros de formação profissional da rede IEFP ou estabelecimentos de ensino, que constituem a rede entidade do SNQ. Estas entidades concedem um certificado de qualificações, provando que tais UFCDs foram concluídas com êxito, contribuindo para a obtenção de uma qualificação certificada por um diploma. O SNQ também determina que um certificado de formação profissional de é emitido por lei para todas as atividades de formação certificada não incluídos no SNQ, quando tais atividades são desenvolvidas por uma entidade certificada para esse fim, ou por estabelecimentos de ensino reconhecidos pelo ministério competente - que é dizer, entidades formadoras pertencentes às SNQ. TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 19
24 NECESSIDADES DE QUALIFICAÇÃO E LACUNAS Força de trabalho relevante para a Eficiência Energética (EE) e Fontes de Energia Renováveis (FER) A análise das profissões 9 permitiu identificar aquelas que são relevantes para o cumprimento, em termos energéticos, das metas para Relativamente ao número de trabalhadores para as ocupações identificadas, deve ser salientado que a sua actualização não é viável, devido a limitações de dados estatísticos, em termos nacionais. Uma vez que, os dados mais actualizados reportam a 2009 (Tabela 1), de acordo com a classificação de profissões de 1994 que não contemplam algumas das novas profissões. Um total de quase 80 mil trabalhadores representa 17 por cento da força de trabalho do setor de construção nesse mesmo ano. Tabela 1 Número de empregados no setor dos edifícios com profissões relevantes em EE e RES 10, ano PROFISSÃO 2009 Técnico da construção e obras públicas (Agente técnico de arquitetura e engenharia) 2,938 Técnico de instalações elétricas 962 Técnico de refrigeração e climatização (técnico de frio) 747 Técnico de manutenção - electricidade 104 Técnico de redes - electricidade 29 Desenhador projectista 290 Desenhador 634 Pedreiro 41,408 Encarregado trabalhadores de construção civil e obras públicas 8,655 Carpinteiro de limpos 5,324 Ladrilhador 1,416 Assentador de revestimentos 1,698 Estucador 3,594 Montador de isolamentos 960 Vidraceiro-colocador 121 Canalizador 5,596 Montador de tubagens 405 Electromecânico de elevadores e aparelhos similares 1,253 Electromecânico de refrigeração e climatização (electromecânico de frio) 603 Elecctricista-montador de instalações de baixa tensão 2,219 TOTAL Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério da Economia e do Emprego, Equipe Permanente de Inquérito, No entanto, o crescimento do emprego no sector da construção tem seguido a tendência de declínio que ocorre a nível nacional e, em 2011, registou-se um decréscimo de 8,7 por cento da população no activo, o que corresponde, de 2010 a 2011, a perda de postos de trabalho. Essa queda também se reflete na percentagem da população com emprego no 9 Análise do grupo base de acordo com a classificação ISCO e CPP Classificação Nacional. 20 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
25 sector da construção relativamente ao total da população empregada em Portugal, atingindo 9,1 por cento em Na realidade, esta é uma tendência que tem vindo a acompanhar a evolução do emprego no setor na última década. O desemprego registado (à procura de um novo emprego), por atividade económica, mostra que, no sector da construção, o crescimento entre 2009 e 2011 foi de 21 por cento, registando quase 70 mil inscritos, o que representa 14,4 por cento do total nacional. Uma análise adicional ao desemprego mostra que "trabalhadores não qualificados: mineiros, construção civil e operadores de indústria e dos trabalhadores relacionados com o trabalho das minas e construção" estão dentro das cinco principais categorias de requerentes, representando 18 por cento do total. Aplicando a mesma taxa de desempregado do sector da construção, para a força de trabalho relativo à EE e RES, seria de esperar que a força de trabalho atual esteja no intervalo de a Em resumo, pelo aumento do desemprego e redução de ofertas de emprego, podemos concluir que a disparidade entre o pedido e oferta de emprego tem vindo a aumentar nos últimos anos. Isso reforça a importância e necessidade de emprego melhor e mais qualificada no sector da construção. Competências e necessidades de qualificação Os Planos nacionais de acção para a EE e a FER apontam para um conjunto de competências relevantes a fim de alcançar as metas preconizadas para 2020 em termos energéticos, ou seja, trabalhadores na área da construção especializados em Instalação de janelas; Aplicação de isolamento térmico; Instalação e manutenção de coletores soalres; Instalação e manutenção de painéis solares fotovoltaicos e de eólica; Instalação e manutençaão de sistemas de biomassa; Instalação e mautenção de geotermia superficial; Instalação e manutenção de sistemas AVAC; Instalação e manutenção de bombas de calor; Ventilação natural e mecânica; Sistemas de iluminação; Instalação e manutenção de caldeiras; Gestão e operação de sistemas de energia. TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 21
26 Tabela 2 Necessidade de competências de profissões relevantes para atingir as metas de energia LINHA DE AÇÃO PROFISSÕES OBJETIVO Cenário inferior Cenário superior Renováveis para electricidade Instaladores de Sistemas PV e Microturbinas Eólicas Renováveis para aquecimento e arrefecimento Instaladores de Coletores Solares Térmicos Instaladores de Caldeiras a Biomassa e Lareiras Instaladores de Bombas de Calor Instaladores de Geotermia Superficial Sistemas de energia (outros não RES) Instaladores AVAC Iluminação Instaladores de Caldeiras Gestão & Operação de sistemas de energia Envolvente Instaladores de Janelas edifício Pedreiro e Instaladores de Isolamento Térmico TOTAL A Tabela 2 apresenta uma estimativa do número total de trabalhadores qualificados necessários por profissão, relativo ao período compreendido entre , para cumprir, em termos energéticos, as metas para 2020, de acordo com as estratégias definidas pelo PNAEE e PNAER, bem como as exigências que vêm dos regulamentos de construção de energia. É de salientar que algumas dessas competências podem ser adquiridas pelo mesmo trabalhador, pelo que o grupo alvo pode ser menor do que os que foram apresentados. Do total de 31, milhares de trabalhadores, é ainda possível estimar-se que uma parcela significativa, dependendo da profissão, virá da força de trabalho atual após a formação (70 por cento). O restante são jovens que tenham concluído o / programas de formação existentes atualizador ou a requalificação de trabalhadores desempregados. Lacunas de competências A Tabela 3 constitui o resultado de se cruzarem as profissões, previamente identificados, com as qualificações nacionais em vigor (Quadro Nacional de Qualificações, níveis 2 e 4), apontando-se desde logo quais as actualizações de competências necessárias. 22 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
27 Tabela 4 Lacunas de competências das profissões relevantes para atingir os obejtivos energéticos para PROFISSÃO QUALIFICAÇÃO ATUALIZAÇÃO DE COMPETÊNCIAS Instalador de sistemas solares fotovoltaicos Técnico instalador de sistemas solares fotovoltaicos Atualização a partir da formação de base de electricista Instaladores de sistemas solares térmicos Instaladores de sistemas de bioenergia Técnico instaladores de sistemas solares térmicos Técnico instalador de sistemas de bioenergia Atualização a partir da formação de base de canalizador Integração com o técnico instalador de sistemas de bioenergia para permitir a dupla qualificação Atualização a partir da formação de base de canalizador Integração com o técnico instalador de sistemas solares térmicos para permitir a dupla qualificação Canalizador Canalizador Permitir a atualização para instalador de sistemas solares térmicos e de bioenergia Eletricistas de instalações de baixa tensão Técnico de instalações elétricas Permitir a atualização para instalador de sistemas solares fotovoltaicos Técnico de gás Técnico de gás Permitir a atualização para instalador de sistemas solares térmicos e de bioenergia Reforço das competências/conhecimentos relacionados com as noções básicas de energia, produção e consume de energia, eficiência energéticas e fontes de energia renováveis. Instalador de ar condicionado e de sistemas de refrigeração Desenhador Electricista de construções e similares Técnico de frio e climatização Técnico de refrigeração e climatização Desenhador de sistemas de refrigeração e climatização Electricista de instalações Permitir a atualização para instalador de sistemas solares térmicos e de bioenergia. Reforço das competências/conhecimentos relacionados com as noções básicas de energia, produção e consume de energia, eficiência energéticas e fontes de energia renováveis. Permitir a atualização para instalador de sistemas solares térmicos e de bioenergia. Permitir a atualização para instalador de sistemas eólicos e solares fotovoltaicos. Montador de tubagens SEM QUALIFICAÇÃO 11 Eficiência energética relacionada com a ventilação mecânica. Pedreiro Pedreiro Aplicação de isolamento térmico e correção de pontes térmicas. Carpinteiros de limpos e toscos Colocadores de telhados e de Carpinteiro de limpos SEM QUALIFICAÇÃO Instalador de janelas com outra caixilharia que não seja madeira. 11 Sem qualificação significa que não existe um programa de qualificação específica no Sistema Nacional de Qualificação. TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 23
28 coberturas Assentadores de revestimentos e ladrilhadores Estudador Trabalhador qualificado em isolamentos acústicos e térmicos Vidraceiros Encarregado de construção Desenhadores Ladrilhador e azulejador SEM QUALIFICAÇÃO SEM QUALIFICAÇÃO NO QUALIFICATION Técnico de obra/condutor de obra Técnico de desenho de construção civil Aplicação de isolamento térmico Abordagem geral sobre a eficiência energética na construção. Abordagem geral sobre a eficiência energética na construção. Técnico de engenharia civil Técnico de construção civil Abordagem geral sobre a eficiência energética na construção. Sistemas de energia renovável para produção de eletricidade Técnicas na área da eletricidade são essenciais para a correta instalação de sistemas fotovoltaicos ou de microturbinas eólicas, que constitui uma pedra angular na formação de instaladores destas tecnologias. Tendo em conta que os electricistas têm essas aptidões, seria possível realizar unidades de formação de curta duração (UFCD) específicas para a instalação de sistemas de produção de energia (energia solar fotovoltaica e sistemas eólicos), de modo a proporcionar-lhes essas competências. Sistemas de energia renovável para produção de calor Para efeitos de produção de água quente sanitária (AQS) e aquecimento ambiente dos edifícios, pode recorrer-se a sistemas solares térmicos ou caldeiras a biomassa sólida, líquida ou gás. A instalação e manutenção de sistemas têm por base técnicas de canalizadores, como soldagem de tubos de diversos materiais, bem como a ligação de vários equipamentos às redes de água quente e fria e de aquecimento central de edifícios. Uma vez que os canalizadores têm essas competências à partida, seria possível, a fim de se proporcionarem essas qualificações, realizar apenas uma UFCD específica para lidar com instalação de energia solar térmica e biomassa. Sistemas de AVAC, caldeiras e outros equipamentos a gás Tendo em conta as principais competências do grupo de trabalhadores acima referidos, seria possível realizar apenas uma específica UFCD para reforço das competências / conhecimentos relacionados com as noções 24 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
29 básicas de energia, produção energia de / consumo, eficiência energética e fontes renováveis de energia. Outro equipamento elétrico Assumindo que Eletricistas e Eletromecânicos e instaladores têm as competências acima referidas, seria possível realizar apenas uma UFCD específica para a instalação de produção de energia renovável (eólica e sistemas de energia solar fotovoltaica), a fim de proporcionar-lhes essas competências. Construção civil Devido ao facto de a experiência de pedreiro estar fortemente relacionadas com a envolvente exterior, uma actualização de qualificação é necessária a fim de incluir a aplicação de técnicas de isolamento térmico, bem como a correcção de pontes térmicas. A atualização geral sobre o isolamento térmico é necessária também para a construção de pavimentos e de telhados. As competências de carpinteiro atualmente incidem apenas em materiais constituídos por madeira. Assim, em relação à instalação de janelas e portas, elementos importantes para um desempenho energeticamente eficiente, há duas opções: 1. Atualização da qualificação carpinteiro para incluir competências específicas sobre a instalação de outros materiais para os caixilhos das janelas, 2. A Qualificação de carpinteiro incluir competeências específicas para outros materiais dos caixilhos de janelas, 3. Criar uma certificação parcial para os instaladores de janelas. No que diz respeito o encarregado de construção, desenhadores e técnicos de engenharia civil, uma abordagem geral, comuns às das outras qualificações, devem ser introduzidas nas aptidões de qualificação, ou seja, em isolamento térmico, janelas, técnicas de reabilitação, novos componentes, novos elementos de fachadas, solares passivos sistemas e dispositivos de sombreamento. Outras lacunas Formação ministrada normalmente tem uma extensa componente teórica negligenciando aspectos práticos, em particular para os profissionais mais jovens; Necessidade de se proceder à revisão dos conteúdos programáticos para incluir o conceito de eficiência energética e de fontes de energia renováveis; TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 25
30 Melhoria dos manuais de formação. 26 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
31 BARREIRAS A fim de serem identificadas as principais barreiras, relacionados com a qualificação dos trabalhadores da construção civil, foram realizadas reuniões com diferentes atores, através de uma troca construtiva de pontos de vista. Em relação à oferta formativa, foi apontado que: A oferta formativa existe, mas às vezes não é adequada às necessidades das empresas; Dificuldade em motivar as empresas devido aos custos envolvidos; Qualidade dos formandos necessita ser melhorada; Melhor marketing. Além dos aspectos mencionados anteriormente, devem ser destacados os pontos de vista dos potenciais formandos e empresas: Falta de motivação devido à barreira referente à idade; An investment in training is not always a driver of competition among companies and it is not regarded as advantageous Um investimento em formação nem sempre é tido como um motor de concorrência entre as empresas não sendo considerado vantajoso. A incerteza quanto à evolução de algumas questões sócio-econômicas e políticas foram referidos como críticos para o desenvolvimento das qualificações da força de trabalho: A evolução da situação económica: força de trabalho, parque imobiliários, preços de combustível e de eletricidade; O investimento público, ou seja, a política para o setor de construção, reabilitação de edifícios, a formação, a certificação de desempenho energético; Evolução, disponibilização e acesso a novas soluções tecnológicas. TRAINING ROADMAP eficiência energética e fontes de energia renováveis 27
32 MEDIDAS PRIORITÁRIAS VISÃO ESTRATÉGICA A idéia básica e geral para superar as barreiras identificadas relativas à adequação, custos, idade e incerteza a nível económico, político e tecnológico, residem na promoção da formação como sendo uma maisvalia para as empresas e para as próprias pessoas, especificamente através de: Flexibilidade: cursos de formação modular com a possibilidade de capitalização dos módulos; Envolvimento das empresas: cursos nos locais de trabalho com melhoria da componente prática e redução de custos; Formação transversal sobre eficiência energética e energias renováveis: inclusão de módulos que desenvolvem competências fundamentais sobre EE e FER no currículo de todos os cursos do sector da construção; Requalificação: programas específicos, no atual contexto socio-económico a nível nacional, para desempregados, promovendo a sua inclusão e o desenvolvimento de competências para a eficiência energética e energias renováveis. Tendo em conta as restrições económicas para investimentos e incentivos e a forte desaceleração das novas construções, o período de deve ser analisada no âmbito das restrições de crise, pelo menos durante os primeiros anos de todo o período. O plano de acção inclui três níveis de atuação de acordo com o seu nível de operação e objetivo, especificamente: Estruturais: ações com foco no Sistema Nacional de Qualificação (por exemplo, novas qualificações, revisões curriculares, novas UFCD) e esquemas de certificação. Operacionais: ações incidindo na formação da força de trabalho e dos desempregados, incluindo aqueles já em formação (jovens e adultos). 28 eficiência energética e fontes de energia renováveis TRAINING ROADMAP
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