Proa Rumo Rota. A correta orientação de uma aeronave em voo é fator essencial quando se deseja um deslocamento de um ponto a outro.
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- Gabriel Henrique Vieira
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1 Proa Rumo Rota A correta orientação de uma aeronave em voo é fator essencial quando se deseja um deslocamento de um ponto a outro. A aeronave é envolvida por massa de ar atmosférico, que normalmente está em deslocamento, fato conhecido como vento. O vento é um agente que influirá diretamente na determinação da orientação de uma aeronave.
2 Proa Rumo Rota O efeito do vento sobre a direção seguida por uma aeronave é comparável ao de correnteza de um rio sobre um barco que procura atravessá-lo. Durante a travessia, a correnteza desviará o barco da trajetória e este atingirá a margem oposta em um ponto diferente do inicialmente pretendido. Com uma aeronave em voo, este efeito será o mesmo, só que em virtude do deslocamento da massa de ar.
3 Proa Rumo Rota
4 Proa Rumo Rota Passamos então a definir três elementos da navegação aérea: Proa é a direção do eixo longitudinal de uma aeronave; Rota é a projeção, na superfície terrestre, da trajetória prevista ou percorrida por uma aeronave; Rumo é a direção da rota.
5 Proa Rumo Rota Devemos perceber que rota e rumo são elementos distintos. Pode-se dizer que rota é o próprio caminho (linha) entre dois pontos e o rumo é o sentido (direção) do caminho. Tanto o rumo como a rota podem ser ou previstos (não voados) ou percorridos (realmente voados), que não necessariamente coincidem.
6 Proa Rumo Rota Imaginemos agora um deslocamento de uma aeronave com influência de vento lateral. A aeronave sai do ponto A com proa do ponto B. Porém, a ação do vento faz com que a trajetória seja AC. Verifica-se que o vento atua na aeronave sem modificar a sua proa.
7 Proa Rumo Rota
8 Proa Rumo Rota Mesmo com a ação do vento, é possível para qualquer aeronave sair do ponto A e chegar ao ponto B. Utilizando meios de corrigir o desvio provocado pelo vento. O navegador, conhecendo a direção e intensidade do vento atuante na região, tem condições de calcular qual deve ser a correção necessária para compensar a ação deste vento.
9 Proa Rumo Rota Assim, surgirão mais dois elementos: Deriva (DR) é o ângulo formado da proa mantida em voo até o rumo pretendido. Correção de Deriva (ACD) é o ângulo formado do rumo pretendido até a proa a manter em voo.
10 Proa Rumo Rota Com a correção de deriva aplicada contra o vento, a aeronave deriva sobre o rumo pretendido, e chega no ponto B. Neste caso, onde o rumo está a direita da proa, costuma-se dizer que o rumo é maior que a proa. Se o vento influenciasse pelo lado direito, o rumo seria menor que a proa. Notamos que os termos maior e menor têm os mesmos significados de à direita e à esquerda, respectivamente. Podemos ter situações em que o rumo será igual a proa, quando não houver vento ou se este existir, atuar exatamente de cauda (por trás) ou de proa (pela frente).
11 Triângulo de Velocidades Além de causar uma derrapagem no ar da aeronave, um vento lateral também terá influência na determinação da velocidade desenvolvida por uma aeronave. Portanto, uma aeronave em voo estará sob influência de duas forças (velocidades) originando uma força (velocidade) resultante. Estas três velocidades formam o Triângulo de Velocidades ou Triângulo do vento, composto por três vetores.
12 Triângulo de Velocidades 1) Vetor Vento: É um vetor cuja direção é de onde o vento vem e a intensidade é a velocidade horizontal da massa de ar (VV). Tem origem no vetor aeronave e extremidade no vetor solo, daí se dizer que o vento sempre sopra da proa para o rumo. 2) Vetor Aeronave: Composto pela direção do eixo longitudinal da aeronave e intensidade igual a velocidade que a aeronave desenvolve em relação ao ar (VA). 3) Vetor Solo: Obtido pela direção da rota e intensidade equivalente a velocidade em relação ao solo (VS). É o vetor resultante da composição do vetor aeronave e vento e representa a trajetória seguida por uma aeronave na superfície terrestre.
13 Triângulo de Velocidades A solução do triângulo de velocidades é um trabalho constante do navegador. Por intermédio do meio gráfico, réguas de cálculo (computador de voo E6B ou similar) ou calculadoras eletrônicas apropriadas, chega-se ao resultado das incógnitas. Não é objetivo no momento a solução do triângulo, mas simplesmente a compreensão do efeito do vento na direção e velocidade da aeronave, ou seja, se o rumo é maior ou menor que a proa e se a VS é maior ou menor que a VA.
14 Magnetismo Terrestre O espaço, em torno de um ímã, em que se faz sentir sua força magnética, é chamado de Campo Magnético. Em qualquer parte do campo, a força magnética tem uma intensidade e direção definidas. O campo magnético normalmente pode ser representado por linhas de força magnética que nunca se cruzam ou interrompem, mas convergem para dois pontos chamados polos.
15 Magnetismo Terrestre A Terra age como um grande ímã esférico tendo suas propriedades características. O magnetismo terrestre em qualquer lugar é medido pela determinação da direção e intensidade do campo magnético. Os dois valores variam com o tempo, entretanto, a variação da intensidade é abandonada em navegação.
16 Polos Magnéticos Os polos magnéticos atualmente estão localizados nas coordenadas geográficas 73ºN 100ºW (Ilha do Príncipe de Gales, Polo Norte Magnético) e 68ºS 144ºE (Antártica = Polo Sul Magnético). Sendo assim, em determinado lugar da superfície terrestre, poderemos obter a direção do Norte Magnético (NM) e a direção do Norte Verdadeiro (NV).
17 Declinação Magnética Ao valor angular obtido do NV até o NM chamamos de Declinação Magnética, sigla DMG. A Dmg pode variar de 0º a 180º para Este ou para Oeste. Se o NM está a esquerda do NV a Dmg é W (Oeste), se está a direita, a dmg é E (Este), e se as direções coincidirem é nula.
18 Declinação Magnética
19 Declinação Magnética Ao navegador interessa saber o valor da Dmg de uma região que pretenda voar pois as direções obtidas nos equipamentos de bordo são referenciadas ao NM, e não ao NV. Sendo conhecido o valor da Dmg, através de uma operação matemática simples, chega-se ao resultado pretendido, ou seja, transformaremos ângulos verdadeiros em ângulos magnéticos.
20 Declinação Magnética nas Cartas As cartas aeronáuticas trarão expressas o valor da Dmg através de linhas isogônicas. Estas linhas, que unem pontos de mesma Dmg, serão representadas por uma linha tracejada, acompanhada do valor da Dmg e a letra designativa E ou W, conforme o caso.
21 Linhas Isogônicas
22 Declinação Magnética nas Cartas Além das linhas isogônicas, poderemos ter também nas cartas Linhas Agônicas. As linhas Agônicas unem pontos de declinação magnética nula (0º), representada na carta através de uma linha tracejada duplamente. Normalmente, no lugar do algarismo zero, aparecerão escritas as palavras No Variation.
23 Variação da Dmg A Dmg varia com o tempo em virtude de diversos fatores, fazendo inclusive com que haja possibilidade de mudança de numeração das cabeceiras de pista dos aeródromos, que são numeradas em função do ângulo obtido a partir do NM até a direção do eixo da pista. Um exemplo típico é o do aeródromo de Manaus onde recentemente as cabeceiras passaram de 10/28 para 11/29.
24 Variação da Dmg
25 Variação da Dmg A primeira preocupação, portanto, é verificar se a Dmg impressa numa carta está atualizada. Se não estiver, haverá necessidade de atualização. Para isto, na própria carta, virá o valor da Variação Média Anual que deverá ser somado ou subtraído da Dmg impressa na carta para atualização.
26 Variação da Dmg Exemplo: Uma carta de 2007 apresentava numa região a Dmg de 20ºW. Sabendo-se que a variação média anual é de 6 W, qual seria a Dmg desta região em 2017?
27 Inclinação Magnética O campo magnético formado em torno da superfície terrestre faz com que a agulha imantada de uma bússola fique alinhada na mesma direção de suas linhas de força. Esta tendência de alinhamento fará com que, em certas situações, tenhamos a direção horizontal não coincidente com a direção da agulha. Esta diferença angular será nula (0º) próxima do Equador e será máxima (90º) sobre os polos magnéticos.
28 Inclinação Magnética A este ângulo chamamos de Inclinação Magnética, responsável pela inutilidade do uso da bússola magnética para navegar em regiões polares. Podemos concluir que o campo magnético atua com uma força sobre a agulha de uma bússola em qualquer direção. Esta força magnética pode ser decomposta em dois componentes, que atuariam na vertical e na horizontal.
29 Inclinação Magnética A componente horizontal provoca o alinhamento da agulha na direção Norte-Sul magnética. A componente horizontal provoca a tendência de inclinação da agulha em relação ao horizonte. Entende-se facilmente que a componente vertical é nula no Equador e atinge um valor máximo sobre os polos magnéticos.
30 Inclinação Magnética Linhas Isoclínicas são linhas que unem pontos de mesma inclinação magnética. Só serão representadas em cartas de altas latitudes onde o uso da bússola magnética não é aconselhável para orientação. Linhas Isopóricas são linhas que unem pontos de mesma variação da Dmg. Não virão representadas nas cartas de navegação em virtude de só interessarem a quem executa os serviços de atualização das mesmas. Em termos práticos não consideraremos estas linhas para atualizar uma carta pois ela terá inserida a variação média anual da região apresentada, o que é suficiente.
31 Bússola Magnética Sem dúvida alguma, o mais importante equipamento de navegação a bordo das aeronaves é a bússola. Basicamente, a bússola magnética é composta por um ímã montado sobre uma superfície circular ou cônica graduada que, suspensa sobre um pivô, tenderia a se alinhar com a direção Norte-Sul magnética da superfície terrestre, indicando ao piloto o valor angular que a direção do eixo longitudinal da aeronave (proa) forma com o Norte Magnético (NM).
32 Bússola Magnética Entretanto, a agulha ou ímã no interior da bússola sofre influência também de forças magnéticas da estrutura da aeronave e seus sistemas elétricos. Estas forças podem causar um desvio da agulha e, consequentemente, um erro no valor indicado na linha de fé do visor.
33 Bússola Magnética Considerando este desvio, na realidade a agulha de uma bússola se alinha com um norte resultante dos campos magnéticos terrestre e da própria aeronave, batizado de Norte Bússola, ou NB, ou ainda Norte Agulha (NA). O erro provocado, expresso por um valor angular para Este ou Oeste a partir da direção NM à direção NB, é chamado de Desvio Bússola (DB), Desvio Agulha (DA) ou simplesmente Desvio (D).
34 Bússola Magnética O Desvio Bússola (DB) varia com a direção em que a aeronave estiver orientada e será definido por intermédio de um cartão de desvios colocado próximo da bússola. O erro pode ser diminuído por intermédio de compensadores magnéticos, não devendo atingir nunca valor maior do que 5º.
35 Bússola Magnética
36 Bússola Magnética
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