Cultivo de Alternanthera dentata
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- Laís Pereira
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1 Cultivo de Alternanthera dentata (Moench) Stuchlik em vasos sob diferentes densidades de plantas Janine Farias Menegaes 1 ; Rogério Antonio Bellé 2 ; Evanisa Fátima R. Q. Melo 3 ; Fernanda Alice A. L. Backes 2 ; Alexandre Swarowsky 2 1 UFSM - Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima 1000, Camobi, , Santa Maria, RS, Mestranda do PPG em Engenharia Agrícola, janine_rs@hotmail.com; 2 UFSM - Professor Dr.; 3 UPF - Universidade de Passo Fundo, RS. Professora Dr.ª, evanisa9@gmail.com; RESUMO A Alternanthera dentata é uma planta com princípios medicinais, indicado principalmente para febre, infecções e lavagem de feridas e, também apresenta caráter ornamental devido às folhagens vermelho-arroxeado. Este ensaio foi conduzido no Setor de Floricultura da UFSM, no período de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, com objetivo avaliar o crescimento da planta em dois tamanhos de vasos e três densidades de plantas por recipiente. Seguindo os critérios de qualidade de vaso em altura de planta adotado por Bellé (2000) e Barbosa et al. (2003), e de cobertura de vaso em função do seu diâmetro proposto por Bellé (2000). Utilizou-se três densidades estacas por vaso (1, 2 e 3), que após enraizadas geraram, respectivamente, as mudas por vaso, em dois tamanhos de potes 15 e 20, com o substrato comercial H-Decker. Foram realizadas, neste período, cinco podas com intervalo de 20 dias, deixando-se apenas uma gema nodal por haste, com fertirrigação após cada poda, com o objetivo de melhorar as características estéticas e comerciais da planta. Verificou-se que o número de mudas para ambos os tamanhos de vasos são indicados para a densidade de três plantas, o qual apresentou melhor cobertura de vaso. Contudo, nenhum dos tratamentos obteve altura de planta dentro dos parâmetros propostos. Conclui-se que, é viável a produção comercial de A. dentata em vaso, com qualidade harmônica em cobertura de vaso, porém necessitando de um período maior entre realizações das podas. PALAVRAS-CHAVE: Alternanthera dentata (Moench) Stuchlik, número de mudas, plantas medicinais. ABSTRACT Growing Alternanthera dentata (Moench) Stuchlik in pots under different plant densities The Alternanthera dentata is a plant with medicinal principles, mainly indicated for fever, infections and washing of wounds, and also features ornamental character due to S1188
2 red - purple foliage. This trial was conducted in the Department of Floriculture UFSM, from November 2013 to February 2014, in order to evaluate plant growth in two pot sizes and three densities of plants per container. Following the quality criteria Pot Plant height adopted by Bellé (2000) and Barbosa et al. (2003), and cover glass as a function of its diameter proposed by Bellé (2000). Used three seedlings per pot (1, 2, 3) thickness, which after rooted generated, respectively, seedlings/pot, two pots sizes of 15 and 2, with the H-Decker substrate. In this period, five pruning interval of 20 days were accomplished, leaving only a nodal bud per stem, with fertigation after each pruning, in order to enhance the aesthetic and commercial characteristics of the plant. It was found that the number of seedlings to both pot sizes is indicated to the density of three plants which showed better coverage of the vessel. However, none of the treatments was obtained plant height within the proposed parameters. We conclude that it is feasible commercial production of potted A. dentata, with harmonic quality cover glass, but requiring a longer period of pruning achievements. Key words: Alternanthera dentata (Moench) Stuchlik, number of plants, medicinal plants. A planta Alternanthera dentata (Moench) Stuchlik é conhecida popularmente como penicilina, periquito, folha-rubi, terramicina, doril e perpetua-dentada (Lorenzi & Souza, 1999; Pereira, 2007). É classificada como uma planta herbácea ereta, 30-50cm de altura, folhas ovalado-alongadas, vermelho-arroxeadas na face superior e arroxeadas na inferior, inflorescências em capítulos globosos terminais, pequenos, de coloração verde-esbranquiçada, com flores diminutas, pouco atrativas (Lorenzi & Souza, 1999; Ribeiro & Paiva, 2014). É uma planta nativa do Brasil, principalmente, dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Pereira, 2007). É utilizada na medicina popular para infecções, febre, dor de cabeça e para lavar feridas (Sens, 2002). No paisagismo é utilizada como arbusto ornamental pela coloração de sua folhagem, cultivada em grupos para efeito de massa colorida, a pleno sol e com irrigações periódicas (Lorenzi & Souza, 1999). Multiplica-se facilmente por estacas (Lorenzi & Souza, 1999), sendo esta uma técnica de propagação vegetativa para muitas culturas hortícolas. A razão principal para o seu S1189
3 emprego é a capacidade de reproduzir, de uma forma exata com as mesmas características genéticas, a indução do enraizamento adventício em segmentos destacados da planta-matriz, em condições favoráveis (Hartmann et al., 2002). Esta espécie apresenta um crescimento com estrutura aberta, arejada, sem uma forma definida, tornando o produto de venda ou no próprio jardim com características pouco chamativas para a venda ou estética. A poda é um modo de melhorar os aspectos estéticos ou sanitários ou econômicos das plantas (Nunes et al., 2010). Assim, este trabalho teve como objetivo analisar o cultivo da espécie A. dentata em diferentes densidades de plantas por vaso, sob efeito da poda para melhorar as características estéticas e comerciais das plantas, conferindo à produção suas aptidões ornamentais e medicinais. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no período de 04 de novembro de 2013 a 20 de fevereiro de 2014, totalizando 108 dias de cultivo, sendo conduzido em casa de vegetação do Setor de Floricultura do Departamento de Fitotecnia no Campus da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS (29 43'S; 53 43'W e altitude de 95m). Foram utilizadas estacas herbáceas de A. dentata com aproximadamente 13cm de altura, 3mm de diâmetro e 4 gemas nodais sendo deixados dois nós acima do substrato, e enraizadas no centro dos recipientes. Utilizou-se dois tamanhos de vasos de plástico, de número 15 (1,5 L, 15cm de diâmetro e 13cm de altura), com espaçamento de 10 vasos m -2, e de número 20 (3,5L, 20cm de diâmetro e 15cm altura), com espaçamento de 8 vasos m -2 contendo o substrato comercial H-Decker. Para ambos os recipientes usou-se a densidade de uma, duas e três plantas por vaso. As podas foram realizadas com um intervalo médio de 20 dias, permanecendo apenas um nó por broto, com o objetivo de melhorar a cobertura do vaso pelo aumento do número de ramos. Os vasos foram irrigados diariamente e, após cada poda, realizou-se uma fertirrigação, com solução de 100ppm de nitrato de potássio, sendo fornecido 150mL da solução por vaso. As avaliações para altura de plantas podadas seguiram os critérios de qualidade de vaso, que relaciona a altura de planta com a altura do vaso para formar um conjunto harmônico, correspondendo de 1,5 vezes a altura do vaso (Bellé, 2000; Barbosa et al., 2003), desta forma, a indicação de altura de planta mínima para os vasos 15 e 20 são de S1190
4 19,5cm e 22,5cm, respectivamente. E, para a avaliação de cobertura de vaso, que relaciona o diâmetro de planta com o diâmetro do vaso, adotou-se a escala de notas de 1 a 5 (Bellé, 2000), observada em vista superior, onde a nota 1 corresponde a até 20% de cobertura do vaso; nota 2,5 a 50% de cobertura de vaso; nota 3,5 a 75% de cobertura de vaso; nota 5 a 100% de cobertura de vaso. As notas intermediárias correspondem aos intervalos percentuais de cobertura de vaso. O experimento foi conduzido em esquema fatorial 2x3 (dois tamanhos de vaso e três densidades de plantas), totalizando seis tratamentos, em delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco repetições. Os resultados foram submetidos a análise de variância e teste F a 5% de probabilidade e análise de regressão. RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise dos dados observados demonstrou interação significativa entre os tamanhos de vasos, somente para altura de plantas. Seguindo o critério de qualidade de vaso proposto por Bellé (2000) e Barbosa et al. (2003) para altura de plantas podadas verificou-se que não houve diferença deste fator para as três densidades de mudas no vaso 15 (Figura 1). Já para o vaso 20, os tratamentos com distintas densidades de plantas, observou-se que houve diferença de altura de planta entre os tratamentos, sendo que a maior altura de planta foi obtida com a densidade de duas mudas por vaso (19,9cm), correspondendo a 88,4% da altura mínima exigida, que é de 22,5cm. Para o parâmetro atribuído de altura de planta nos dois tamanhos de vasos (15 e 20), verificouse que nenhum dos tratamentos com diferentes densidades de plantas obtiveram a altura mínima para a comercialização de A. dentata, sendo as alturas obtidas para o vaso 15 de 14,4cm, 14,5cm e 14,7cm e para o vaso 20 de 16,9cm, 19,9cm e 17,6cm, nas densidades de uma, duas e três plantas, respectivamente (Figuras 1 e 2). A observação dos dados referente à cobertura do vaso, para o pote 15 (Figura 3), verificou-se que a melhor cobertura foi obtida com a densidade de três plantas, com nota de 3,8 ou 81%. Enquanto que, o vaso 15 com uma planta obteve menor fechamento, sendo considerado inferior aos demais, com apenas 50% de cobertura. Para o vaso 20 não houve diferença em função do número de plantas por vaso (Figura 3), com notas de 3,4; 3,5 e 3,6, ou seja, de 73%, 75% e 77% de cobertura do vaso, nas densidades de uma, duas e três plantas por vaso. Verificou-se que quanto ao número de S1191
5 plantas de A. dentata por vaso, a densidade de três mudas, para ambos os tamanhos de vasos, apresentaram as melhores notas de cobertura. Rodrigues (2005) cultivando crisântemo envasado considerou as notas de 3 a 4 como as melhores avaliações de cobertura de vaso para esta espécie. Portanto, devido à utilidade medicinal e ornamental da A. dentata tornou-se viável a sua produção comercial em vaso. A espécie apresentou bom desenvolvimento após a poda, sendo recomendada a densidade de três plantas por vaso, para ambos os tamanhos de vaso, apresentando boa cobertura para a comercialização. No entanto, conclui-se que é necessário um período maior que 20 dias, entre as realizações das podas em A. dentata, para alcançar as alturas mínimas de planta para a comercialização. REFERÊNCIAS BARBOSA JG.; STRINGHETA ACO.; MUNIZ MA Plantio e condução das plantas. In: BARBOSA JG. Crisântemos produção de mudas, cultivo para corte de flor, cultivo em vaso e cultivo hidropônico. Viçosa p. BELLÉ RA Caderno Didático de Floricultura. Curso de Agronomia, UFSM. 142p. HARTMANN HT. et al Plant Propagation: principles and practices. New Jersey USA, 880p. LORENZI H.; SOUZA HM Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. São Paulo: Plantarum. 1020p. NUNES L; CORTEZ P; PATRÍCIO SM Manutenção de arbustos. In. AZEVEDO JC.; GONÇALVES A. Manual de boas práticas em espaços verdes. Plano Verde da Cidade de Bragança. Escola Tipográfica Bragança. p PEREIRA DF Morfoanatomia e histoquímica comparativa entre Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze e Alternanthera dentata (Moench) Stuchlik; estudo fitoquímico e biológico de Alternathera brasiliana. Santa Maria: UFSM. 110p. (Dissertação de mestrado). RIBEIRO MNO.; PAIVA PDO. 2014, 30 de janeiro. Flores na web Dicionário de Flores Periquito. Disponível em: RODRIGUES MA Comportamento de duas cultivares de crisântemo de jardim (Dendranthema indicum Tzvelev.) produzidas em vaso. Santa Maria: UFSM. 87p. (Dissertação de Mestrado). SENS SL Alternativas para a auto-sustentabilidade dos Xokleng da terra indígena Ibirama. Florianópolis: UFSC. 387p. (Dissertação de Mestrado). S1192
6 Figura 1: Altura de Alternanthera dentata no vaso em função de diferentes densidades de plantas por vaso. (Height of Alternanthera dentata in vase for different densities of plants per pot). Santa Maria, UFSM, A B C D E F Figura 2: Ilustrações com a altura da planta no vaso de Alternanthera.dentata com vista frontal. A: vaso de 1,5L com 1 planta; B: vaso de 1,5L com 2 plantas; C: vaso de 1,5L com 3 plantas; D: vaso de 3,5L com 1 planta; E: vaso de 3,5L com 2 plantas; F: vaso de 3,5L com 3 plantas. (Illustration plant height in vessel Alternanthera.dentata front view. A: 1.5 L pot with 1 plant; B: 1.5 L pot with 2 plants; C: 1.5 L pot with 3 plants; D: 3.5 L S1193
7 pot with 1 plant, E: 3.5 L pot with 2 plants; F: 3.5 L pot with 3 plants). Santa Maria, UFSM, A B C D E F Figura 3: Ilustrações dos vasos com as mudas de Alternanthera dentata com vista superior. A: vaso de 3,5L com 1 planta; B: vaso de 3,5L com 2 plantas; C: vaso de 3,5L com 3 plantas; D: vaso de 1,5L com 1 planta; E: vaso de 1,5L com 2 plantas; F: vaso de 1,5L com 3 plantas. (Illustrations of potted seedlings of Alternanthera dentata with top view. A: 3.5 L pot with 1 plant; B: 3.5 L pot with 2 plants; C: 3.5 L pot with 3 plants D: 1.5 L pot with 1 plant; E: 1,5L pot with 2 plants; F: 1.5 L pot with 3 plants). Santa Maria, UFSM, S1194
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