DIREITO PROCESSUAL CIVIL APLICADO

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Sandra de Figueiredo Dias
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1 DIREITO PROCESSUAL CIVIL APLICADO

2 MÓDULO 1: FUNDAMENTOS DO PROCESSO CIVIL TEMA 6 - FIXAÇÃO E MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

3 Aula II Competência Relativa e Competência Absoluta. Critérios de Distribuição (1º Parte) MODELO PARECER N X Trata-se de Parecer requerido pela Associação dos Servidores Federais lotados em Miracá do Sul/RS (ASFM), à guisa de opinião jurídica solicitada para o seguinte caso. I CONSULTA E QUESITOS A Consulente, Associação dos Servidores Federais lotados em Miracá do Sul/RS (ASFM), município em que inexiste vara da justiça federal, propôs demanda contra a UNIÃO endereçada à vara única instalada na respectiva comarca, valendo-se da prerrogativa do art. 51, parágrafo único, do Código de Processo Civil. Ao apreciar a petição inicial, o juiz entendeu que a competência seria de uma das Varas da Fazenda Pública localizadas na capital (Porto Alegre), sob o argumento de que a opção legal de foro não se estenderia às entidades de classe. O juiz da Vara de Fazenda Pública de Porto Alegre, no entanto, também declinou da competência e, em razão disso, extinguiu o processo sem resolução do mérito, com fulcro no art. 485, IV, do Código de Processo Civil. II RAZÕES JURÍDICAS DO PARECER

4 O Código de Processo Civil, em seu art. 66, parágrafo único, é inequívoco em afirmar que a dupla negação de competência não importa na extinção terminativa do processo: Art. 66. Há conflito de competência quando: I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. O juízo da Vara de Fazenda Pública de Porto Alegre acertadamente declinou da competência, pois o feito realmente trata de demanda de competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, I, da Constituição Federal: Art Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; No entanto, deixou de remeter os autos processuais à autoridade competente da Justiça Federal, qual seja, o juízo da Subseção Judiciária que congloba o Município

5 de Miracá do Sul/RS, já que a Consulente se valeu da prerrogativa do art. 51, parágrafo único, do Código de Processo Civil. Portanto, a solução de extinção terminativa deveria ter cedido à solução de continuidade do feito, mediante a remessa dos autos à autoridade da Justiça Federal competente. Logo, a escolha do foro pela Consulente foi inadequada, à luz art. 109, I, da Constituição Federal, já que a prerrogativa de foro prevista no art. 51, parágrafo único, do Código de Processo Civil, a despeito de reproduzir o permissivo do art. 109, 2º, constitucional, não importa em delegação de competência para o juízo estadual (exceção no sistema à luz do art. 109, 3º, da CF); evidente, assim, que a Consulente deveria ter promovido a demanda perante o juízo da Subseção Judiciária que congloba o Município de Miracá do Sul/RS. III CONCLUSÃO Por todo, o exposto, já respondidos os quesitos no tópico anterior, o Parecer é pela interposição de recurso de apelação contra a sentença terminativa, com a possibilidade, inclusive, de o douto magistrado retratar-se à luz das razões expendidas efeito regressivo autorizado pelo art. 485, 7º, do CPC para, restaurando o feito, remeter os autos processuais ao juízo da Subseção Judiciária que congloba o Município de Miracá do Sul/RS. São os termos do Parecer. NOME DO ADVOGADO OAB n. XXXXXX

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