82,5% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada
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- Thereza Guimarães Mascarenhas
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1 Saneamento no Brasil Definição: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. É o conjunto de medidas adotadas em um local para melhorar a vida e a saúde dos habitantes, impedindo que fatores físicos de efeitos nocivos possam prejudicar as pessoas no seu bem-estar físico mental e social. Essas medidas devem ser adotadas pelos três níveis de governo (Municipal, Estadual e Federal) e contemplar o abastecimento de água tratada; coleta e tratamento de esgoto; limpeza urbana; manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais. Lei do Saneamento: Em 2007, após décadas de discussões e diferentes projetos de lei, a Lei Federal foi sancionada e estabelece as diretrizes nacionais e a política federal ao saneamento. A partir da nova lei ficou definido que o planejamento do saneamento básico está a cargo do município, e a prestação dos serviços pode ser feito pelo ente público municipal ou por concessionária pública e/ou privada. Dados Gerais: 82,5% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada 48,6% da população têm acesso à coleta de esgoto Apenas 39% dos esgotos do país são tratados A média de consumo de água dos brasileiros em 2013 foi de 166,3 litros (uma pequena queda de 0,7% com relação a 2012). Menor consumo no Nordeste (125,8 litros); maior consumo no Sudeste (194 litros); O setor de saneamento gerou 727 mil empregos diretos e indiretos em todo o país com receitas totais, em água e esgotos, de R$91,6 bilhões; Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2013)
2 Principais dados do saneamento por estado Região Sudeste MG SP RJ ES Rede de água: 86,97 Coleta de esgoto: 74,22 Tratamento de esgoto: 32,76 Perdas de água: 33,46 Região Sul Rede de água: 95,85 Coleta de esgoto: 87,36 Tratamento de esgoto: 53,34 Perdas de água: 34,34 RS SC PR Rede de água: 84,06 Coleta de esgoto: 29,15 Tratamento de esgoto: 12,58 Perdas de água: 37,23 Região Nordeste Rede de água: 86,02 Coleta de esgoto: 16,03 Tratamento de esgoto: 19,58 Perdas de água: 33,71 Rede de água: 89,15 Coleta de esgoto: 62,59 Tratamento de esgoto: 34,32 Perdas de água: 30,82 Rede de água: 91,15 Coleta de esgoto: 60 Tratamento de esgoto: 63,75 Perdas de água: 33,35 BA SE AL PE Rede de água: 77,43 Coleta de esgoto: 31,02 Tratamento de esgoto: 46,56 Perdas de água: 41,58 Rede de água: 83,05 Coleta de esgoto: 15,25 Tratamento de esgoto: 22,39 Perdas de água: 59,27 Rede de água: 76,46 Coleta de esgoto: 18,83 Tratamento de esgoto: 18,52 Perdas de água: 46,12 PB RN CE PI Rede de água: 75,60 Coleta de esgoto: 24,54 Tratamento de esgoto: 34,02 Perdas de água: 36,18 MA Rede de água: 53,34 Coleta de esgoto: 10,19 Tratamento de esgoto: 5,85 Perdas de água: 37,84 Região Centro-Oeste Rede de água: 81,37 Coleta de esgoto: 21,54 Tratamento de esgoto: 21,09 Perdas de água: 55,26 Rede de água: 69,75 Coleta de esgoto: 25,32 Tratamento de esgoto: 33,22 Perdas de água: 36,52 MS MT DF GO Rede de água: 85,75 Coleta de esgoto: 36,47 Tratamento de esgoto: 32,76 Perdas de água: 32,92 Rede de água: 86,23 Coleta de esgoto: 17,72 Tratamento de esgoto: 23,85 Perdas de água: 47,17 Fonte: Sistema Nacional de informações sobre Saneamento (SNIS) Rede de água: 98,20 Coleta de esgoto: 82,73 Tratamento de esgoto: 66,13 Perdas de água: 27,27 Rede de água: 80,90 Coleta de esgoto: 41,82 Tratamento de esgoto: 32,36 Perdas de água: 34,39 Rede de água: 70,89 Coleta de esgoto: 19,68 Tratamento de esgoto: 26,38 Perdas de água: 53,69 Rede de água: 67,12 Coleta de esgoto: 6,64 Tratamento de esgoto: 8,30 Perdas de água: 51,82 Rede de água: 85,62 Coleta de esgoto: 41,51 Tratamento de esgoto: 44,93 Perdas de água: 28,78
3 Região Norte AC RO AM PA Rede de água: 42,61 Coleta de esgoto: 10,44 Tratamento de esgoto: 17,69 Perdas de água: 55,90 Rede de água: 38,78 Coleta de esgoto: 3,63 Tratamento de esgoto: 4,58 Perdas de água: 52,75 RR AP TO Rede de água: 80,17 Coleta de esgoto: 24,74 Tratamento de esgoto: 44,55 Perdas de água: 59,74 Rede de água: 73,03 Coleta de esgoto: 6,41 Tratamento de esgoto: 24,26 Perdas de água: 46,99 Rede de água: 36,16 Coleta de esgoto: 4,12 Tratamento de esgoto: 5,63 Perdas de água: 76,54 Fonte: Sistema Nacional de informações sobre Saneamento (SNIS) Amazônia Legal: Rede de água: 75,45 Coleta de esgoto: 14,71 Tratamento de esgoto: 17,65 Perdas de água: 34,34 Rede de água: 42,19 Coleta de esgoto: 3,75 Tratamento de esgoto: 2,72 Perdas de água: 48,91 A Amazônia detém a maior quantidade de água doce do Brasil, 73% de toda vazão hídrica. Mas o acesso ao saneamento nos 771 municípios da região está entre os piores do país. 60% dos municípios são atendidos por rede geral de água. A população atendida com água tratada no Brasil é de 82,7%. 26,4% dos domicílios dependem de poços e nascentes. 13,2%, de outras formas, como lagos, açudes e caminhões pipa. A coleta de esgoto também está abaixo da média nacional: 14,6% na Amazônia 48,29% no Brasil. A fossa rudimentar é a principal forma de descarte, presente em 49,2% dos municípios. Rondônia, Pará e Amazônia são os estados em pior situação, com menos de 5% de coleta de esgoto.
4 Investimentos: O custo para universalizar o acesso aos 4 serviços do saneamento (água, esgotos, resíduos sólidos e drenagem pluvial) é de R$ 508 bilhões, no período de 2014 a Para universalização da água e dos esgotos esse custo será de R$ 303 bilhões em 20 anos. Fonte: Informações - Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) 7 milhões de habitantes ainda não têm acesso a banheiro. Fonte: Progress on Sanitation and Drinking-Water, 2014 Organização Mundial da Saúde (OMS)/ UNICEF Setores afetados pela falta de Saneamento Saneamento é Preservação Em 2010, as perdas de faturamento das empresas operadoras com vazamentos, roubos e ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo de água, alcançaram, na média nacional 37,5%; Índices de Perdas por região: Norte - 51,55% Nordeste - 44,93% Centro-Oeste - 32,59% Sudeste - 35,19% Sul - 32,29% Uma redução de apenas 10% nas perdas no Brasil agregaria R$ 1,3 bilhão à receita operacional com água, equivalente a 42% do investimento realizado em abastecimento de água em 2010 para todo o país; Fonte: Perdas de Água: Entraves ao avanço do saneamento básico e riscos de agravamento à escassez hídrica no Brasil - Instituto Trata Brasil, 2013 O Brasil possui quase 13% dos recursos hídricos superficiais do planeta. No entanto, 73%deles concentram-se na bacia hidrográfica amazônica, onde mora apenas 4% da população brasileira; Os rios Tietê (SP), Iguaçu (PR) e Ipojuca (PE) estão entre os mais poluídos do Brasil. O Tietê, por exemplo, recebe 690 toneladas de poluentes por dia, principalmente esgoto doméstico sem tratamento piscinas olímpicas de esgotos são despejadas em rios, mares e cursos d água, apenas pelas 100 maiores cidades brasileiras. Fonte: Ranking do Saneamento (SNIS 2011) - Instituto Trata Brasil, 2013
5 Imóveis em áreas com saneamento chegam a valer quase 14% mais do que outro em área sem os serviços. A valorização dos imóveis chegaria a R$ 178,3 bilhões, portanto, sozinha, compensaria parcialmente o custo da universalização do saneamento para o Brasil, que foi estimado em R$ 313,2 bilhões pelo estudo. Fonte: Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento brasileiro - Instituto Trata Brasil / CEBDS, 2014 Saneamento é Turismo No turismo, estima-se que a universalização criaria quase 500 mil postos de trabalho (hotéis, pousadas, restaurantes, agências de turismo, empresas de transportes de passageiros, etc.) A renda gerada com essas atividades alcançaria R$ 7,2 bilhões por ano em salários e um crescimento de PIB de mais de R$ 12 bilhões para o país. Fonte: Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento brasileiro - Instituto Trata Brasil / CEBDS, 2014 Saneamento é Trabalho Em 2012, cerca de 300 mil trabalhadores se afastaram do trabalho por diarreias e perderam 900 mil dias de trabalho. 37,0%concentrou-se na região Sudeste do país e 27,1%, no Nordeste; Cada afastamento leva à perda de 17 horas de trabalho, então em 2012 houve um gasto de R$ 1,112 bilhão em horas pagas, mas não trabalhadas efetivamente; Com a universalização do saneamento seriam 196 mil dias a menos implicando numa redução de custo de R$ 258milhões por ano. Trabalhadores sem acesso à coleta de esgoto ganham salários, em média, 10,1% inferiores aos daqueles que moram em locais com coleta de esgoto;
6 Estima-se que a elevação de 6,1% na massa de salários do país, que hoje está em torno de R$ 1,7 trilhão, possibilitaria um crescimento da folha de pagamentos de R$ 105,5 bilhões por ano. A probabilidade de uma pessoa com acesso a rede de esgoto faltar as suas atividades normais por diarreia é 19,2% menor que uma pessoa que não tem acesso à rede; Fonte: Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento brasileiro - Instituto Trata Brasil / CEBDS, 2014 Saneamento é Saúde Cada R$ 1 investido em saneamento gera economia de R$ 4 na saúde; Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS) Em 2013, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 340 mil internações por infecções gastrintestinais no país; O custo de uma internação por infecção gastrintestinal no Sistema Único de Saúde (SUS) foi de cerca de R$ 355,71 por paciente na média nacional. Se 100% da população tivesse acesso à coleta de esgoto haveria uma redução, em termos absolutos, de 74,6 mil internações. 56% dessa redução ocorreria no Nordeste. Em 2013, pessoas morreram no hospital por causa das infecções gastrintestinais. Se todos tivessem saneamento básico haveria redução de 329 mortes (15,5%). Fonte: Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento brasileiro - Instituto Trata Brasil / CEBDS, 2014 Em 2011, pessoas foram internadas por diarreia no Brasil. Dessas, eram crianças menores de 5 anos. Os gastos do SUS com internações por diarreia foram de R$ 140 milhões. Somente nas 100 maiores cidades este gasto foi de R$ 23 milhões, ou seja, 16,4% do total;
7 Nas 100 maiores cidades do País, pessoas foram internadas por diarreias; delas foram crianças entre 0 e 5 anos de idade (53% do total); O Norte e o Nordeste aparecem como as áreas com as taxas mais elevadas de internações por diarreias 7 das 10 cidades com pior desempenho foram dessas regiões; O município de Ananindeua (PA) foi o caso mais crítico, com a pior taxa de internação em todos os anos analisados (acima de 900internações por 100 mil habitantes). Gastos de R$ 314 mil por 100 mil habitantes; Taubaté (SP) é o município com o menor gasto por internação por diarreias, o gasto total foi de R$ 721,00 por 100 mil habitantes; Analisando os índices de atendimento em coleta de esgoto em 2010, o estudo apontou que em 60 das 100 cidades os baixos índices de atendimento resultaram em altas taxas de internação por diarreias. Fonte: Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População - Instituto Trata Brasil, 2013 Saneamento é Educação A universalização do acesso à coleta de esgoto e água tratada traria uma redução de 6,8% no atraso escolar dos alunos que vivem em regiões sem saneamento; A diferença de aproveitamento escolar entre crianças que têm e não têm acesso ao saneamento básico pode chegar a 18% (FGV, 2009); Fonte: Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento brasileiro - Instituto Trata Brasil / CEBDS, 2014 Saneamento é Cidadania Em 2012, de pessoas entrevistadas, 13% não sabiam o que é saneamento básico. 6% responderam que saneamento é saúde. Mesmo o esgoto sendo um problema para muitas cidades, a população identificou o esgoto como o 6º maior problema, atrás de saúde, segurança, drogas, educação e transporte.
8 Quanto ao destino de seus esgotos, 49% afirmaram ir para a natureza (soma dos 31% - rios, 8% - mar, 7% - córregos e 3% - ruas). 19% que vão para um centro de tratamento; 29% afirmaram não saber. A maior parte dos entrevistados (68%) sabe que o Prefeito é o responsável. 19% dizem ser o Estado, 3% o Governo Federal e 4% as empresas privadas. 75% das pessoas disseram que nunca cobraram nenhuma providência da prefeitura com relação à falta de saneamento. Fonte: A percepção do brasileiro quanto ao saneamento básico e a responsibiladade do poder público - Insituto Trata Brasil - Ibope, 2012 Casas têm mais TVs e menos redes de esgotos em 11 estados brasileiros; Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2013
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