RELATÓRIO TC / TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "RELATÓRIO TC-021.654/2014-0 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO"

Transcrição

1 GRUPO I CLASSE V Plenário TC / Apenso:TC / Natureza: Relatório de Levantamento de Auditoria. Entidades: Ministério do Esporte (ME), Comitê Olímpico do Brasil (COB), Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Confederação Brasileira de Clubes (CBC), Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU), Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB) e confederações nacionais de modalidades esportivas. Interessado: Tribunal de Contas da União. Advogados constituídos nos autos: Aline Crivelari (OAB/SP ), Erika C. Frageti Santoro (OAB/SP ), Eric Sarmanho de Albuquerque (OAB/DF ), Antônio Pedro da Silva Machado (OAB/DF A) e outros à peça 297; Luiz Fernando de Moraes (OAB/DF ); Carlos Henrique Bernardes Castello Chiossi (OAB/SP ) e outros à peça 291; Helio Bello Cavalcanti (OAB/RJ 3.243), Sergio Mazzillo (OAB/RJ ), Rodrigo Costa Magalhães (OAB/RJ ), Pedro Henrique Augusto Corrêa da Silva (OAB/RJ ) e outros à peça 216; Wladimir Vinycius de Moraes Camargos (OAB/DF ). SUMÁRIO: RELATÓRIO DE LEVANTAMENTO DE AUDITORIA. SISTEMA NACIONAL DO DESPORTO. DETERMINAÇÕES. CLASSIFICAÇÃO DE PEÇA DOS AUTOS COMO SIGILOSA.DETERMINAÇÕES.RECOMENDAÇÕES. ARQUIVAMENTO. RELATÓRIO Transcrevo a seguir o relatório de levantamento de auditoria (peça 283), Registro Fiscalis 555/2014, elaborado pela equipe de auditoria da Secretaria de Controle Externo da Educação, Cultura e do Desporto (SecexEducação) e aprovado pelos dirigentes daquela unidade técnica. 1 Apresentação 1. O presente relatório encontra-se dividido em capítulos, de forma que o leitor tenha, inicialmente, uma visão geral do esporte de rendimento no Brasil, em especial no que tange ao Sistema Nacional do Desporto (SND), seguida da apresentação de informações e de particularidades dos principais segmentos que compõem esse universo, quais sejam: olímpico, paralímpico, escolar, universitário e clubístico. 2. São apresentadas, ainda, informações relacionadas à atuação do Ministério do Esporte (ME) e à Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB), agentes que são relacionados ao SND, apesar de não integrarem formalmente o sistema. 3. Tendo em vista o contexto atual, com a preparação para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, dedica-se um capítulo à reflexão de como esse evento teve impacto nos recursos disponíveis ao desporto de rendimento no Brasil, e dos riscos, percebidos pelos diversos atores, com relação ao atingimento das metas para os Jogos, e ao período pós Considerando o objetivo do presente levantamento, por fim, trata-se: dos controles e da transparência dos recursos aplicados no SND, dos desafios da avaliação de resultados, e, finalmente, 1

2 dos principais riscos observados e das ações de controle possíveis pelo Tribunal de Contas da União (TCU). 2 Introdução 5. Trata-se de processo de levantamento instaurado com o objetivo de compreender o funcionamento dos componentes do Sistema Nacional do Desporto, com destaque para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a Confederação Brasileira de Clubes (CBC) e as entidades de administração do desporto (confederações), suas fontes de financiamento, formas de aplicação dos recursos públicos recebidos, controles e resultados. 2.1 Antecedentes 6. O presente levantamento foi autorizado pelo Acórdão 2.195/2014-TCU-Plenário, com a finalidade de evidenciar pontos críticos que possam direcionar futuras fiscalizações deste Tribunal, bem como delinear estratégia para o atendimento do item 9.5 do Acórdão 765/2014-TCU-Plenário. 7. O TC /2012-4, cujo assunto consiste em levantamento de auditoria para conhecer a dinâmica de transferência de recursos públicos para entidades esportivas de alto rendimento, apresenta-se apensado ao presente processo, conforme autorizado pelo Acórdão 2.865/2014-TCU- Plenário. 8. Ademais, citam-se os seguintes trabalhos, cujos temas relacionam-se ao esporte de rendimento: i) TC / levantamento com o objetivo de conhecer as políticas públicas e seus programas, ações e instrumentos de apoio e incentivo ao desenvolvimento do esporte, inclusive sob a modalidade de patrocínio, abrangendo: o Ministério do Esporte, a Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República, o Comitê Olímpico do Brasil, o Comitê Paralímpico Brasileiro, o Banco do Brasil S.A., a Caixa Econômica Federal, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, o Petróleo Brasileiro S.A., Petrobrás Distribuidora S.A. e Centrais Elétricas Brasileiras S.A. O resultado desse levantamento encontra-se consignado no Acórdão 704/2004-TCU- Plenário; ii) TC / auditoria no programa Brasil no Esporte de Alto Rendimento, com ênfase em aspectos considerados por especialistas como fundamentais para o sucesso de uma política de esporte de alto rendimento: a) detecção de atletas; b) ciência do esporte; c) apoio financeiro prestado ao atleta e perspectivas para a sua pós-carreira; e d) infraestrutura de treinamento para a preparação de aletas em alto nível. Essa auditoria resultou no Acórdão 357/2011-TCU-Plenário; e iii) TC / monitoramento do atendimento às determinações contidas no Acórdão 357/2011-TCU-Plenário, a ser apreciado pelo Plenário. 2.2 Objetivo e escopo da fiscalização 9. O presente levantamento tem por objetivo compreender o funcionamento do Sistema Nacional do Desporto, com destaque para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a Confederação Brasileira de Clubes (CBC) e as entidades de administração do desporto (confederações), e, nesse contexto, conhecer o montante de recursos aplicados ao desporto de rendimento, as fontes de financiamento, as formas de aplicação desses recursos, os controles e a formas de avaliação dos resultados frente aos recursos aplicados. 10. Registra-se que nem todos os componentes do SND foram incluídos nesse trabalho, que trata mais especificamente do subsistema consignado no art. 6º, parágrafo único, da Lei 9.615/1998, formado pelo COB, pelo CPB, pela CBC e pelas confederações, considerando o determinado no Acórdão 765/2014-TCU-Plenário. Não obstante, serão apresentadas algumas informações relacionadas às federações e aos clubes, coletadas de forma indireta. Ademais, por sua atuação junto ao SND, foram incluídos o Ministério do Esporte (ME) e a Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB) no escopo do trabalho. 2

3 11. Quanto aos diferentes recursos citados no Acórdão 765/2014-TCU-Plenário, são tratados aqueles relacionados à Lei Agnelo/Piva (Lei /2001, que alterou a Lei 9.615/1998), à Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte (Lei /2006), às transferências voluntárias e aos patrocínios. Os recursos referentes à Bolsa Atleta (Lei /2004) são apresentados sem maior detalhamento, em razão de terem sido objeto de análise mais aprofundada no âmbito do TC /2014-5, anteriormente mencionado. 12. Em relação às modalidades, incluem-se no levantamento todas as modalidades olímpicas e paralímpicas, conforme apurado junto ao COB e ao CPB, excetuando-se o futebol, por sua particularidade de não receber, de forma direta, recursos públicos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). 13. De acordo com o art. 3º, do Decreto 7.984/2013, o desporto apresenta-se em três distintas manifestações: o desporto educacional, o desporto de participação e o desporto de rendimento. Em razão da finalidade do SND, no presente levantamento, maior foco é dado ao desporto de rendimento, caracterizado pela prática com a finalidade de obtenção de resultados de superação ou de performance. O desporto educacional é tratado no trabalho apenas em uma de suas vertentes, a do esporte escolar, que pode ser praticado em competições, visto ser destinatário de uma parcela de recursos da Lei 9.615/1998, a serem aplicados pelo COB, pelo CPB e pela CBC de forma compulsória. O desporto de participação não integra o escopo do levantamento. 2.3 Métodos utilizados e limitações metodológicas 14. O trabalho foi realizado de acordo com as disposições da Portaria Segecex/TCU 15/2011, que define os padrões gerais, de planejamento, de execução, de elaboração do relatório e de controle de qualidade para os levantamentos cuja finalidade seja conhecer a organização e o funcionamento de sistemas, de programas, de projetos ou de atividades governamentais. A matriz de planejamento foi aprovada em painel de referência realizado com a participação de servidores do Tribunal. 15. No processo de planejamento, foram realizados mais dois painéis, um deles contando com a participação de gestores do ME, do COB, do CPB, da Confederação Brasileira de Clubes (CBC), da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU), de algumas confederações/associações olímpicas e paralímpicas e do Conselho Federal de Educação Física (Confef). O outro painel contou com a presença de especialistas no tema. 16. Ainda, foram realizadas visitas às sedes do ME, da CDMB, do COB, do CPB, da CBC, da CBDE e da CBDU, para um conhecimento mais aprofundado da estrutura de cada organização e de seus principais processos de trabalho. 17. Na sequência, foram expedidas diligências para as organizações visitadas, assim como para todas as confederações olímpicas (Apêndice 4) e paralímpicas (Apêndice 5), para o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) e para as seguintes estatais: Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras); Banco do Brasil S.A. (BB); Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios); Banco da Amazônia S.A.; Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB); Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Caixa Econômica Federal (Caixa); Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras); Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (Valec); Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras); Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero); e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). 18. Os questionários aplicados envolveram, de modo geral, diferentes dimensões, como: mapa de recursos, setor de atuação da organização e seus arranjos institucionais, planejamento, principais ações, estruturas, controles, riscos percebidos, como pode ser observado do Apêndice 1. Dessa forma, as informações consignadas no presente levantamento são provenientes de dados declarados pelas organizações diligenciadas. Além disso, todos os valores informados são nominais, e aqueles referentes a 2015 e 2016 são apenas estimados pelas entidades. 3

4 19. As respostas das organizações diligenciadas apresentaram algumas limitações ao trabalho, como inconsistências, incompletude e falta de dados, que demandaram a realização de procedimentos adicionais de verificação, limpeza e correção para que pudessem ser utilizados com maior segurança ao longo do presente relatório. 20. Ressalta-se que os referenciais de cálculo para todos os gráficos utilizados ao longo do relatório encontram-se no Apêndice 8. 3 Visão Geral do SND 21. Neste capítulo será apresentada uma visão geral do SND, contemplando o que é esse sistema, os normativos básicos, o organograma, as entidades que o compõem, as competências, os direcionadores estratégicos, a interação entre seus componentes e os recursos envolvidos. 3.1 Normativos básicos 22. Em termos de legislação vigente, destaca-se a Lei 9.615/1998 (incluindo suas alterações), que institui normas gerais sobre desporto. Conhecida como Lei Pelé, esse normativo dispõe sobre os princípios, as manifestações desportivas, as finalidades do desporto, o Sistema Brasileiro do Desporto (sistema que abrange o SND), a prática desportiva profissional, e a ordem e a Justiça Desportiva. 23. A Lei Pelé é regulamentada pelo Decreto 7.984/2013, pela Portaria ME 1/2014 e pela Portaria ME 224/2014. A Portaria ME 1/2014 dispõe sobre os limites de utilização de recursos financeiros para custeio de despesas administrativas necessárias ao cumprimento das metas pactuadas pelo COB, pelo CPB e pela CBC, e a Portaria ME 224/2014 estabelece o procedimento de verificação, pelas unidades administrativas do Ministério do Esporte, do cumprimento das exigências legais previstas nos arts. 18 e 18-A da Lei 9.615/1998, pelas entidades do SND a serem beneficiadas por recursos públicos federais. 24. Há, ainda, dois normativos deste Tribunal, a Instrução Normativa-TCU 48/2004 e a Decisão Normativa-TCU 69/2005, que dispõem, respectivamente, sobre os procedimentos para a fiscalização da aplicação dos recursos repassados ao COB e ao CPB, e sobre o conteúdo e demais questões técnicas pertinentes à disponibilização pelo COB e pelo CPB, na internet, das informações de que trata o art. 6º da IN-TCU 48/ Ainda no campo legislativo, pode-se evidenciar como norma influente na atuação do SND, a Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) Lei /2006. Essa lei concede benefícios fiscais para pessoas físicas ou jurídicas que realizem patrocínio ou doação em favor de projetos desportivos ou paradesportivos. O SND também tem suas ações parametrizadas pela legislação federal de convênios, resultado da utilização de recursos públicos, conforme dispõe a Lei 9.615/ Citam-se, ainda, princípios constitucionais a que o SND deve se submeter e legislações específicas, relativas a outras formas de repasses recebidos pelas entidades que o compõem, como patrocínios e repasses por outros entes. 3.2 O Sistema Brasileiro do Desporto 27. Apresenta-se, na figura 1, a composição do SBD e como o SND está inserido nele: 4

5 Figura 1 Organograma do SBD e do SND Fonte: Lei 9.615/1998. Notas: 1 Comitê Olímpico Brasileiro, atualmente chamado de Comitê Olímpico do Brasil. 2 Comitê Paraolímpico Brasileiro, atualmente chamado de Comitê Paralímpico Brasileiro. 28. O SBD contempla, além do SND, o ME, o CNE e os sistemas de desporto dos estados, do DF e dos municípios. 29. Compete ao Ministério do Esporte de acordo com a Lei 9.615/1998: a) propor o Plano Nacional do Desporto (PND) decenal, elaborado, com apoio do CNE; b) verificar o cumprimento das exigências legais pelas entidades do SND a serem beneficiadas com recursos públicos federais; c) verificar a compatibilidade e a adequação dos programas de trabalhos apresentados; d) verificar o cumprimento dos contratos de desempenho firmados com essas entidades; e) acompanhar os programas e projetos de fomento, desenvolvimento e manutenção do desporto, de formação de recursos humanos, de preparação técnica, manutenção e locomoção de atletas, e sua participação em eventos desportivos; e f) apresentar anualmente relatório da aplicação dos recursos, que deverá ser aprovado pelo CNE. 30. O CNE é órgão colegiado de normatização, de deliberação e de assessoramento, vinculado ao Ministro de Estado do Esporte, conforme art. 11 da Lei 9.615/1998. São atribuições do CNE: oferecer subsídios técnicos à elaboração do PND e propor prioridades para o plano de aplicação de recursos do ME. De acordo com o art.11 do Decreto 7.984/2013, compete, ainda, ao CNE: zelar pela aplicação dos recursos da Lei 9.615/1998, propor diretrizes para a integração entre o esporte e outros setores socioeconômicos, propor ações para incentivar boas práticas de gestão 5

6 corporativa, de equilíbrio financeiro, de competitividade desportiva e de transparência na administração do desporto nacional. 31. De acordo com o art. 4º, inciso IV, da Lei 9.615/1998, os sistemas de desportos dos outros entes federativos organizam-se de forma autônoma e em regime de colaboração, e sua integração se dá por vínculos de natureza técnica específicos de cada modalidade, seguindo o princípio da descentralização. Conforme o art. 7º, parágrafo único do Decreto 7.984/2013, a constituição de sistemas próprios de desporto pelos municípios é facultativa. 32. A Lei 9.615/1998 limita-se a determinar, em seu art. 6º, 2º, que do adicional, de titularidade do Ministério do Esporte, de 4,5% sobre cada bilhete dos concursos de prognósticos, 1/3 deve ser repassado às Secretarias de Esporte dos estados e do Distrito Federal, proporcionalmente ao montante de apostas em cada unidade da federação, para aplicação prioritária em jogos escolares olímpicos e paralímpicos, admitida também sua aplicação no desporto educacional, na construção ampliação e recuperação de instalações esportivas, e no apoio ao desporto para pessoas portadoras de deficiência. Acrescenta-se que, desse montante, pelo menos 50% devem ser investidos em benefício dos municípios. Não obstante, a legislação não determina nenhum tipo de aprovação de programas de trabalho dessas Secretarias pelo ME, tampouco o acompanhamento e o controle da aplicação desses recursos. 33. A Lei 9.615/1998 não define competências para os demais entes federativos, a despeito de afirmar que devem atuar em regime de colaboração. Nesse sentido, há prejuízo à articulação e à colaboração entre os entes federativos, para o alcance de objetivos nacionais. 3.3 O Sistema Nacional do Desporto 34. O SND é um sistema formado por pessoas físicas e jurídicas de direito privado, com ou sem fins lucrativos, encarregadas da coordenação, da administração, da normatização, do apoio e da prática do desporto, bem como as incumbidas da Justiça Desportiva. 35. O SBD e o SND apresentam finalidades diversas. O primeiro tem por objetivo garantir a prática desportiva regular e melhorar seu padrão de qualidade, enquanto o segundo tem por finalidade promover e aprimorar as práticas desportivas de rendimento. No entanto, por estar inserido no Sistema Brasileiro do Desporto, deve o Sistema Nacional do Desporto seguir suas diretrizes, especialmente no que tange à adequação de suas ações ao Plano Nacional do Desporto. 36. Do SND, destaca-se, na figura 1, o subsistema formado pelo COB, pelo CPB, pela CBC e as entidades nacionais de administração do desporto a eles filiadas ou vinculadas. 37. Conforme arts. 14 e 15 da Lei /1998, o COB e o CPB possuem competências análogas, cada um em sua área de atuação. A essas entidades compete, em especial, planejar as atividades do esporte, representar o País nos eventos olímpicos ou paralímpicos, nos comitês e nos movimentos internacionais, e fomentar o movimento olímpico ou paralímpico no território nacional. 38. No que tange à CBC, a Lei 9.615/1998 não contempla suas competências, dispondo tão somente sobre a destinação obrigatória dos recursos repassados à entidade, que devem ser aplicados única e exclusivamente para a formação dos atletas olímpicos e paralímpicos. 39. Os demais integrantes do SND também não têm competências definidas na lei em comento, que dispõe que serão definidas nos respectivos estatutos. Não obstante, a Lei Pelé consigna que as confederações serão responsáveis pela organização dos calendários anuais de eventos oficiais das respectivas modalidades. 40. O art. 217 da Constituição Federal/1988 (CF/1988), prescreve que é dever do Estado fomentar as práticas desportivas, respeitada a autonomia das entidades desportivas, quanto à sua organização e funcionamento, tendo em vista a natureza jurídica dessas entidades. Não obstante, não se vislumbra impedimento à definição de competências diversas aos respectivos componentes, considerando os recursos públicos aportados no sistema, como será visto adiante. 41. Dessa forma, observa-se que, tanto o SBD, quanto o SND, encontram-se postos na legislação, sem que outras disposições tratem de definir claramente os papéis e competências de cada integrante, de forma a garantir uma atuação, de fato, sistêmica e convergente de todos os atores. 6

7 3.4 Direcionadores estratégicos 42. A Lei 9.615/1998 dispõe que os recursos do Ministério do Esporte, inclusive aqueles repassados aos componentes do SND, serão aplicados conforme dispuser o Plano Nacional do Desporto (PND), a ser elaborado e proposto à Presidência da República pelo ME, ouvido o CNE e com a participação de outros ministérios. 43. A Política Nacional do Esporte, estabelecida na Resolução 5 do CNE poderia ser considerado como direcionador estratégico do esporte. Ela dispõe sobre os objetivos, princípios e diretrizes e ações estratégicas, a partir dos resultados da Conferência Nacional realizada em 2004, porém de forma ampla, sem, contemplar o conteúdo mínimo prescrito para o PND, conforme o Decreto 7.984/ Considerando a inexistência do PND, o art.17, parágrafo único, do Decreto 7.984/2013, dispõe que os recursos do ME sejam destinados conforme as leis orçamentárias vigentes. Dessa forma, atualmente, o Plano Plurianual (Lei /2012) é o direcionador estratégico, a despeito de não se prestar a substituir o PND. 45. O PND, que deverá ter vigência decenal de acordo com o Decreto 7.984/2013, deve conter análise da situação nacional do desenvolvimento do desporto, definir diretrizes, consolidar programas e ações, indicar prioridades, metas e requisitos para sua execução, explicitar responsabilidades dos órgãos e entidades da União e os mecanismos de integração e de coordenação com os integrantes do SND, e definir mecanismos de monitoramento e de avaliação. 46. Questionado sobre o processo de elaboração do PND, o ME informou que: O Ministério do Esporte está formalizando um grupo de trabalho com a participação de representantes dos seus diversos setores, que será responsável pela elaboração do Plano Nacional do Esporte, partindo dos preceitos legais em vigor, das informações disponíveis no ME, com o resultado da III Conferência Nacional do Esporte que contou com ampla participação da sociedade e outros órgãos de governo cujo tema foi contribuir com o Plano Decenal do Esporte. Uma vez formalizado o grupo de trabalho, será aprovado um cronograma de trabalho com prazos e metas para a elaboração, podendo contar com consultas a segmentos esportivos, de forma ampliada. Somente após essa etapa, será exposto o cronograma para publicação do Plano Nacional do Esporte. Destacamos que o Parágrafo 3 do art. 5 da Lei 9615/1998 com a redação dada pela lei /2011 atribui ao Ministério do Esporte ouvido o Conselho Nacional do Esporte - CNE, nos termos do inciso II do art. 11, propor o Plano Nacional de Desporto. Assim sendo, não cabe ao Ministério do Esporte pretender antecipar o tipo de instrumento legal a ser instituído para a publicação, antes de ouvir o CNE, a Casa Civil e demais atores. 47. Registra-se que, em 16/4/2015, foi editada a Portaria ME 105, que instituiu Grupo de Trabalho para a elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes e Bases do Sistema Nacional do Esporte, integrado por representantes de diversos segmentos esportivos, com prazo de 90 dias, prorrogável, para conclusão dos trabalhos. 48. Pelas informações apresentadas, evidencia-se que o processo de elaboração do PND ainda se encontra em estágio embrionário, a despeito de o comando legal datar de 2011 e do decreto regulamentador, de Do exposto, constata-se, atualmente, a ausência de direcionadores estratégicos, conforme dispõe a Lei 9.615/1998, para as ações do SND. Ademais, a ausência de PND impacta na assinatura dos contratos de desempenho das entidades beneficiárias de recursos públicos com o ME, assunto tratado em capítulo adiante. 3.5 Interação entre os componentes do SND 50. Sobre a importância da interação entre os componentes do SND, transcreve-se, a seguir, trecho do Preâmbulo da Política Nacional do Esporte, Resolução 5 do Conselho Nacional do Esporte, de 14/6/2005: Uma política pública carece de racionalidade, pois existem poucas maneiras de solucio nar uma situação em que aumentam as necessidades sociais e as demandas organizadas, como é o caso do esporte. A racionalidade das ações e o controle social podem multiplicar seus efeitos e, para isso, 7

8 é fundamental que haja articulação entre as esferas de governo União, estados e municípios -, os poderes Executivo e Legislativo -, as entidades esportivas e a sociedade, de forma que todos trabalhem em torno de objetivos comuns. Só assim será evitada a duplicação de esforços e as ações passarão a ser coordenadas, ampliando-se o foco de atuação. (...) Para transformar o esporte efetivamente em política de Estado, é imperativo que se aprofundem os vínculos institucionais de forma a estabelecer uma rede de intervenção. Para tanto, é preciso, primeiramente, desenvolver ações de colaboração e cooperação entre os demais ministérios entre a União, os estados, os municípios e entre os entes governamentais, não-governamentais e a iniciativa privada. A aproximação dessas instituições poderá frutificar na consolidaçã o de parcerias, permitindo a potencialização das iniciativas, evitando a fragmentação dos recursos e favorecendo a continuidade dos programas. Concentrar esforços e otimizar a utilização dos recursos é o primeiro passo para o alcance dos objetivos pretendidos. 51. O conceito de sistema pressupõe a existência de interação entre seus componentes, para que os seus integrantes possam agir de forma convergente. No entanto, esse é um pressuposto que não se verifica no contexto do SBD e do SND, posto que, na análise das informações prestadas pelos gestores, não foi possível identificar qualquer câmara, ou mecanismo do gênero, formalizada para propiciar a atuação convergente. 52. Registra-se que alguns opinaram que o CNE seria essa câmara, como o ME, o COB e o CPB. A princípio, esse Conselho poderia ser a instância de interação entre o ME e os integrantes do SND. No entanto, algumas considerações sobre o CNE evidenciam que esse é um entendimento equivocado: i) conforme pode ser constatado no Apêndice 3 ao presente relatório, no CNE não há assento para representantes de todos os componentes do SND, como, por exemplo, confederações olímpicas ou paralímpicas (à exceção da Confederação Brasileira de Futebol), entre outros. Por outro lado, organizações que não constam do SND, têm assento no conselho, como, por exemplo, a Organização Nacional das Entidades do Desporto (ONED), que representa entidades de atividades desportivas e paradesportivas não enquadradas como olímpicas ou paralímpicas; ii) de acordo com a Lei 9.615/1998, esse Conselho consiste em órgão de normatização, de deliberação e de assessoramento, diretamente vinculado ao Ministro do Esporte. Em suas atribuições, incluem-se, por exemplo, a proposição de prioridades para o plano de aplicação de recursos do ME (art.11, inciso IV, da Lei 9.615/1998), a proposição de ações para incentivar boas práticas de gestão corporativa, de equilíbrio financeiro, de competitividade desportiva e de transparência na administração do desporto nacional (art. 11, inciso IX do Decreto 7.984/2013), e a contribuição para a implementação das diretrizes e das estratégias do PND (art. 11, inciso II do Decreto 7.984/2013). A despeito disso, o exame às atas das reuniões de 2010 a 2015, permite constatar que a atuação do CNE ainda é bastante limitada, frente a todas as suas competências, como pode ser constatado, pelas resoluções publicadas no período, apresentadas na tabela 1: Tabela 1 Resoluções do CNE publicadas entre 2010 e 2015 Resolução CNE Data Assunto 37 01/11/2013 Altera dispositivos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva /11/2013 Revoga a Resolução CNE 2, de 5/5/2004, que continha normas básicas de controle de dopagem /12/2012 Aprova critérios para a concessão de Bolsa Atleta /12/ /12/2011 Aprova a lista de substâncias e métodos proibidos na prática desportiva para o ano de Aprova a lista de substâncias e métodos proibidos na prática desportiva para o ano de

9 32 04/05/2011 Aprova critérios para a concessão Bolsa Atleta /02/2011 Aprova alteração do Regulamento do Campeonato Estadual da Série B de Futebol Profissional do Rio de Janeiro para o ano de /12/2010 Aprova a lista de substâncias e métodos proibidos na prática desportiva. Fonte: iii) conforme informações publicadas no sítio eletrônico do ME, de 2010 até a data da verificação desta equipe, haviam sido realizadas somente 6 reuniões, contemplando intervalo que chega a ser superior a um ano: Tabela 2 Reuniões do CNE Reunião Data 27ª Reunião Ordinária 20/03/ ª Reunião Ordinária 17/10/ ª Reunião Ordinária 06/12/ ª Reunião Ordinária 11/10/ ª Reunião Ordinária 04/11/ ª Reunião Ordinária 17/12/2010 Fonte: iv) conforme informações prestadas pela Secretaria Nacional do Esporte de Alto Rendimento (Snear), não obstante o CNE seja a instância formal que faz a interação com o SND, há a previsão de criação de Câmaras Setoriais, ainda não instaladas, restringindo-se essa interação a reuniões especificas com agentes do SND, em função de determinadas situações. 53. Diante dessas considerações, evidencia-se a deficiência da interação entre os componentes do SND e entre esses e o SBD. 3.6 Contexto orçamentário 54. Serão apresentados neste item os recursos à disposição do esporte de rendimento, em especial, aqueles aportados aos componentes do SND, contemplando análises sob diversos aspectos. I Como os recursos são aportados ao sistema 55. A figura 2 apresenta os principais fluxos de recursos que mantêm o esporte de rendimento: 9

10 Figura 2 Principais fluxos de recursos do esporte de rendimento Fonte: informações prestadas em resposta às diligências e normativos relacionados ao repasse de recursos para o esporte de rendimento. Elaboração: SecexEducação. Notas: 1 - confederações (ou federações) vinculadas ao COB e/ou filiadas ao CPB, assim como a Confederação Brasileira de Desporto Escolar e a Confederação Brasileira de Desporto Universitário. A CBDE e a CBDU podem receber recursos tanto do COB, quanto do CPB, quanto da CBC. 2 - Empresas privadas ou pessoas físicas podem aportar recursos para entidades desportivas cujos projetos tenham sido previamente aprovados pelo ME. 3 - Formas diversas de repasses, como, por exemplo, leis de incentivo ao esporte estaduais, convênios, etc. 4 - CDMB conta também com recursos do próprio Ministério da Defesa, órgão no qual está inserida. 5 - Termos de Execução Descentralizada (TED). 56. Como se vê, os recursos que financiam o esporte de rendimento brasileiro provêm de fontes diversas e permeiam o SND mediante diferentes formas de repasse, que serão apresentadas a seguir: i) Convênios: recursos do orçamento do ME que podem ser repassados para os componentes do SND (incluindo, nesse caso, as federações, as ligas e as entidades de prática desportiva). Registra-se que outros entes também podem firmar esses convênios com o ME. Os convênios consistem em instrumento de transferência de recursos financeiros dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal em benefício de órgão ou entidade da Administração Pública de outros entes ou de entidades privadas sem fins lucrativos, em regime de mútua cooperação. O objetivo é a execução de programa de governo, com a realização de projeto, de atividade, de serviço, de aquisição de bens ou de evento de 10

11 interesse recíproco. Os convênios regem-se por legislação específica, da qual se destaca o Decreto 6.170/2007. Nesse caso, o proponente apresenta um plano de trabalho, incluindo entre outras informações, o orçamento e o cronograma de execução. Uma vez aprovado o plano de trabalho, pelo ME, é realizada a liberação dos recursos financeiros ao órgão ou entidade convenente, que executa o disposto no plano sob a fiscalização do concedente. Ao final, o convenente deve prestar contas dos recursos utilizados e essa documentação passa pela análise para aprovação pelo concedente. Essas transferências caracterizam-se por serem voluntárias. Ou seja, são realizadas segundo decisão do gestor federal dos recursos. ii) Lei de Incentivo ao Esporte (LIE): trata-se da Lei /2006, com vigência de 2007 a 2015, que possibilita reduções do imposto de renda devido por pessoas físicas ou jurídicas, considerando valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos, desenvolvidos por entidade sem fins lucrativos (no caso, qualquer componente do SND), podendo ser voltados ao desporto educacional, ao desporto de participação ou ao desporto de rendimento. Dessa forma, representa mecanismo de renúncia de receitas pela União. Nessa modalidade, o proponente apresenta projeto ao ME, que faz análise técnica e submete o documento a uma Comissão Técnica (com três membros indicados pelo ME e três, pelo CNE). Uma vez aprovado o projeto, fica autorizada a entidade a captar recursos privados, de pessoas físicas ou jurídicas. O valor autorizado consiste no limite máximo de recursos que podem ser captados. Desse modo, não há repasse de recursos diretamente pelo ME. Não obstante, a execução do projeto deve ser realizada sob a fiscalização do ME, a quem o proponente deve apresentar prestação de contas a ser aprovada pelo órgão. iii) Patrocínios: consistem em ações de comunicação realizadas por meio da aquisição do direito de associação da marca ou de produtos e serviços do patrocinador a projeto de iniciativa de terceiro (no caso, qualquer componente do SND), mediante a celebração de contrato de patrocínio, com objetivos de gerar identificação e reconhecimento do patrocinador, de divulgar e de agregar valor à marca do patrocinador. Nesse caso, a relação entre patrocinador e patrocinado rege-se por contrato entre as partes, envolvendo um projeto de patrocínio e uma contrapartida. Os patrocínios podem ser públicos (por órgãos ou entidades da Administração Pública) ou privados. No caso de patrocínios com recursos públicos, regidos pelo Decreto 6.555/2008, é vedada a contratação por intermédio de agência de publicidade e/ou agência de promoção, conforme dispõe a Instrução Normativa da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) 9/2014. Destaca-se que cabe ao patrocinador a verificação do cumprimento do objeto, das contrapartidas, e das demais disposições contratuais, assim como a adoção de critérios para avaliação dos resultados alcançados com os patrocínios. Dessa forma, o patrocinado deve apresentar, ao final, relatório que comprove a realização do projeto de acordo com o contratado. iv) Lei Agnelo/Piva (Lei /2001): trata-se de alteração da Lei 9.615/1998, incluindo nesta a previsão de repasses de recursos dos concursos de prognóstico para o COB e para o CPB. A partir de alterações posteriores, incluiu-se a CBC como beneficiária desses recursos. Figura 3 demonstra o percentual dos recursos consignados na Lei 9.615/1998, repassados a Secretarias de Esporte dos estados e do DF e ao COB, ao CPB e à CBC, diretamente, com a possibilidade de repasse para confederações/clubes filiados: 11

12 Figura 3 - Principais repasses de recursos previstos na Lei 9.615/1998 Fonte: Lei 9.615/1998. A Lei 9.615/1998 dispõe, em seu art. 6º, que constituem recursos do ME: as receitas oriundas de concursos de prognósticos previstos em lei; o adicional de 4,5% incidente sobre cada bilhete; as doações, os legados e os patrocínios; os prêmios de concursos de prognósticos da Loteria Esportiva Federal, não reclamados; e outras fontes. Desse adicional de 4,5% de cada bilhete, 1/3 deve ser repassado para as Secretarias de Esporte dos estados e do DF, proporcionalmente ao montante das apostas efetuadas em cada unidade da Federação, para aplicação prioritária em jogos escolares de esportes olímpicos e paralímpicos. Ainda, esse montante deverá ser integralmente aplicado em atividades finalísticas do esporte, sendo pelo menos 50% (cinquenta por cento) investidos em projetos apresentados pelos municípios ou em benefício destes. Ademais, em seu art. 56, a Lei 9.615/1998 trata dos recursos para o desporto, assegurados em programas de trabalho constantes dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, além dos provenientes de: fundos desportivos, concursos de prognósticos (receitas e prêmios não reclamados nos prazos), doações, patrocínios e legados, incentivos fiscais, 2% da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias, deduzidos os valores dos prêmios, 1/6 do adicional de 4,5% incidente sobre cada bilhete, e outras fontes. Dos 2% da arrecadação bruta, 85% são destinados ao COB e 15% ao CPB, enquanto da parcela de 1/6 do adicional de 4,5% sobre cada bilhete é destinada à CBC. Desses valores, a lei determina que o COB, o CPB e a CBC devem aplicar 10% no desporto 12

13 escolar, em programação definida com a CBDE, e 5% no desporto universitário, em programação definida com a CBDU. Os recursos recebidos pelo COB, pelo CPB e pela CBC podem ser repassados às confederações/clubes a eles filiados, por meio de convênios. Ainda, a Lei 9.615/1998 dispõe, em seu art. 9º, 1º, que anualmente, COB e CPB receberão a renda líquida total de um dos testes da Loteria Esportiva Federal, para treinamento e para competições preparatórias das equipes olímpicas nacionais, e, nos anos de realização dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Pan-Americanos, a renda líquida de um segundo teste, para a participação de delegações nacionais nesses eventos. Esses recursos constituem receitas próprias das entidades, apesar de a lei determinar sua destinação. Registra-se, ainda, que dos recursos da CBC, no mínimo, 15% devem ser aplicados em atividades paradesportivas, de acordo com o art. 3 do Decreto 7.984/2013. Para o recebimento de recursos públicos federais, deve ser cumprida a condição de prévia de assinatura de contrato de desempenho, pelo ME, com o COB, o CPB e as confederações, no qual devem ser determinadas metas a serem cumpridas. O contrato de desempenho será tratado em capítulo à parte no presente relatório, dada a sua relevância. De acordo com a lei, assinado o contrato, a Caixa Econômica Federal (Caixa) pode então fazer o repasse dos recursos. Além do contrato de desempenho, a aplicação desses recursos rege-se pelo conjunto de normas aplicáveis a convênios da União. v) Aporte de recursos por outros entes: do mesmo modo como a União aporta recursos ao esporte de rendimento, os demais entes federativos (estados, DF e municípios) podem fazêlo, por diferentes meios, como, por exemplo, leis de incentivo ao esporte, patrocínios, convênios, etc., de acordo com suas respectivas legislações. vi) Timemania: A Lei /2006, que instituiu a Timemania, uma loteria diferenciada, com a utilização dos clubes de futebol, que recebem 22% da arrecadação da loteria, destinados à quitação de dívidas com a União, em troca da utilização de suas marcas, destina, do total de recursos de cada concurso, 3% para o ME, dos quais, 1/3 é destinado a ações dos clubes sociais, de acordo com os projetos aprovados pela Confederação Brasileira de Clubes. Considerando o escopo do presente levantamento, não será dado destaque a esses recursos, visto não transitarem de forma direta pelo subsistema formado pelo COB, pelo CPB, pela CPB e pelas confederações. 57. Outros recursos aportados ao esporte de rendimento, sem que passem diretamente pelas entidades do SND: i) Gastos diretos do ME: além dos recursos aplicados por meio de descentralização para as entidades, o ME faz aplicação direta de recursos do seu orçamento. O exemplo mais emblemático da atuação direta do ME consiste no Bolsa-Atleta, um programa de incentivo direto ao atleta, mantido desde O programa rege-se pela Lei /2004 e destina bolsas prioritariamente aos atletas praticantes do esporte de alto rendimento em modalidades olímpicas e paralímpicas, sem prejuízo da análise e deliberação acerca das demais modalidades, no limite de 15% dos recursos orçamentários disponíveis para a Bolsa-Atleta. A partir do cumprimento de pré-requisitos definidos em lei, entre as quais, a obrigatoriedade de vinculação a alguma entidade de prática esportiva, o atleta é classificado em uma das seis categorias de bolsa, cuja concessão não gera qualquer 13

14 vínculo entre os beneficiados e a Administração Pública Federal. Prestação de contas deve ser encaminhada pelo atleta ao final do período de concessão da bolsa (anual). Por não se tratar de recursos aportados às entidades do SND, e, por ter sido abordado no âmbito do TC /2014-5, esse programa não será tratado de forma aprofundada no presente relatório. ii) Termos de Execução Descentralizada (TED): trata-se de descentralização de crédito entre o ME e outros órgãos ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, regida pelo Decreto 6.170/2007, mesma legislação de convênios. O ME realiza TED s para diversos órgãos ou entidades, como ministérios e universidades, com distintos objetivos. Destaca-se, nesse contexto, os termos de execução descentralizada realizados para o Ministério da Defesa (Comissão Desportiva Militar do Brasil), visto a existência do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, a ser tratado com maior detalhamento, no capítulo 9. iii) Gastos diretos do Ministério da Defesa (MD): também em função do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, serão apresentados os gastos diretos pelo Ministério da Defesa no esporte de rendimento. II Total de recursos para o esporte de rendimento por ano 58. A partir das respostas ás diligências enviadas aos órgãos e entidades participantes do presente levantamento, foi possível apurar o montante de recursos alocado ao esporte de rendimento no período : Figura 4 Recursos para o esporte de rendimento por ano, em R$ bilhões, no período Fonte: ME, COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas/paralímpicas, empresas estatais federais e TC / Nota: 1 valores previstos. 59. Inicialmente, cabe registrar que no período já foram utilizados os valores executados, enquanto que no período são apenas previstos. Além disso, deve ser levado em consideração que os valores das ações orçamentárias relativas à organização, apoio e preparação 14

15 para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (128X, 14TQ e 20SL) estão incluídos no montante total. 60. Observa-se crescimento expressivo dos valores ao longo dos anos, tendo o maior montante sido registrado em 2014, o qual representou aumento de aproximadamente 286% em comparação com o montante de A variação ano a ano está representada na figura A queda em 2015 e 2016 pode ser explicada, em parte, pela não divulgação de valores da Lei de Incentivo ao Esporte por parte do ME para esse período, conforme comentado em tópico mais adiante, e pela falta de informações sobre os valores previstos para o Bolsa-Atleta nesses anos, tendo em vista que o referido programa não fez parte do escopo do presente trabalho, e, portanto, não foi objeto de questionamento ao ME. 62. Destaca-se que os valores relativos aos gastos do Ministério da Defesa com o esporte de rendimento não foram incluídos no gráfico apresentado, tendo em vista que a CDMB não compõe formalmente o SND. No período , esses valores chegam a R$ 1,88 bilhões. III Principais fontes 63. Na tabela 3 serão apresentadas as principais fontes de financiamento destinadas para o esporte de rendimento, levando em consideração o corte para os anos de , pelo fato de que esses valores já foram executados: Tabela 3 Valores executados no esporte de rendimento por fonte, período Total esporte de rendimento por fonte Lei Agnelo Piva R$ ,18 R$ ,09 R$ ,93 R$ ,68 R$ ,27 Lei de Incentivo ao Esporte R$ ,63 R$ ,54 R$ ,73 R$ ,24 R$ ,14 Bolsa-Atleta R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 Transferências voluntárias federais R$ ,00 R$ ,72 R$ ,51 R$ ,72 R$ ,42 Transferências legais (CBC + R$ ,06 R$ ,73 R$ ,29 R$ ,77 R$ ,69 estados/municípios) Patrocínios de Estatais Federais R$ ,26 R$ ,63 R$ ,49 R$ ,82 R$ ,45 Recursos Públicos Estaduais 1 R$ ,00 R$ ,97 R$ ,03 R$ ,44 R$ ,18 Patrocínios de Estatais Estaduais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ ,00 R$ 0,00 Recursos Públicos 1 Municipais R$ ,23 R$ ,51 R$ ,26 R$ ,19 R$ ,96 Patrocínios de Estatais Municipais R$ ,00 R$ 1.696,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 Patrocínios de Empresas Privadas R$ ,97 R$ ,23 R$ ,93 R$ ,73 R$ ,89 Solidariedade Olímpica R$ ,73 R$ ,46 R$ ,35 R$ ,67 R$ ,48 Recursos Próprios 2 R$ ,95 R$ ,98 R$ ,40 R$ ,33 R$ ,58 Outros R$ ,53 R$ ,11 R$ ,78 R$ ,64 R$ ,07 TOTAL R$ ,54 R$ ,97 R$ ,70 R$ ,23 R$ ,13 TOTAL NO PERÍODO R$ , Fonte: ME, COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas/paralímpicas, empresas estatais federais e TC / Notas: 1 inclui todo o tipo de recursos financeiros recebidos de estados ou municípios (transferências voluntárias, leis de incentivo, loterias, etc.), exceto de empresas estatais. 2 inclui recursos relacionados a direito de imagem, direitos patrimoniais, aluguéis, contribuições de federações, clubes ou atletas, etc. 15

16 64. É possível perceber a tendência crescente da importância dos recursos do Bolsa-Atleta e, principalmente, das transferências voluntárias federais. De forma a realizar análise mais precisa, segue gráfico que mostra a importância relativa das principais fontes em relação ao total de cada ano, no período , conforme apresentado na figura 5: Figura 5 Principais fontes do esporte de rendimento Fonte: ME, COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas/paralímpicas, empresas estatais federais e TC / Como visto acima, observa-se que tem aumentado significativamente a participação das transferências voluntárias federais no total de recursos em cada ano, motivada, principalmente, pelos gastos referentes aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio Em relação ao total no período , essa fonte responde por 45%. Por outro lado, a participação relativa das demais fontes de recursos vem diminuindo, com exceção do Bolsa-Atleta. 66. Ampliando o escopo de análise, constata-se que o esporte de rendimento é custeado, em grande medida, por recursos públicos federais, que representam 94% de todos os recursos apurados no período analisado. 67. Tal fato pode ensejar distorções na aplicação desses recursos e demonstra o descumprimento do disposto no art. 18, inciso I, da Lei 9.615/1998, que dispõe que a viabilidade e autonomia financeira das entidades são pré-requisitos para o recebimento de isenções fiscais e repasses de recursos públicos federais, assunto tratado com maior detalhamento no capítulo 11. IV Importância dos recursos de patrocínio das estatais e empresas privadas 68. Partindo dos dados apresentados na seção anterior, e comparando-se o patrocínio das estatais federais, estaduais e municipais com aquele das empresas privadas, destinados ao esporte de rendimento, obtém-se os valores apresentados na figura 6: 16

17 Figura 6 Patrocínios de estatais x empresas privadas para o esporte de rendimento, em milhões, no período Fonte: ME, COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas/paralímpicas, empresas estatais federais. 69. Percebe-se que a participação de recursos de patrocínios privados no esporte de rendimento é residual, apesar de ter aumentado em números absolutos nos últimos anos. A porcentagem do montante desses recursos em relação ao total apurado para todo o segmento esportivo no período foi de apenas 1,63%, enquanto que o patrocínio das estatais alcançou 8,33%. V Principais beneficiários dos recursos públicos federais 70. Considerando a ausência de um Plano Nacional do Desporto, como direcionador da atuação de todos os envolvidos no esporte de rendimento, não há uma estratégia unificada de distribuição de recursos pelas diversas modalidades. 71. Apesar de se tratar de recursos públicos, não há política nacional que indique se os recursos devem ser distribuídos de forma mais igualitária entre todas as modalidades, ou se devem ser concentrados mais recursos em algumas modalidades com maiores chances de medalhas, estratégia adotada, por exemplo, pelo Reino Unido, na preparação para os Jogos Olímpicos de Segundo estudo publicado em 2008 pelo National Audit Office, Preparing for Sporting Success at the London 2012 Olympic and Paralympic Games and Beyond, mais de 60% do financiamento disponibilizado às entidades nacionais de administração do desporto haviam sido direcionados para cinco modalidades olímpicas e duas modalidades paralímpicas. 72. Em relação às principais entidades do SND beneficiadas com recursos públicos federais, é possível visualizar a seguinte distribuição de recursos para o período , conforme informações colhidas por intermédio das diligências: 17

18 Figura 7 Principais entidades do SND beneficiadas com recursos públicos federais, no período Fonte: COB, CPB, CBC, confederações olímpicas e paralímpicas. 73. Percebe-se que o COB e as confederações olímpicas, que representam o desporto olímpico, foram destinatários de 73% dos recursos públicos federais no período analisado, enquanto que o CPB e as confederações paralímpicas receberam 18%. 74. Os valores totais aplicados em modalidades esportivas serão analisados dentro dos tópicos específicos de cada segmento do SND, apresentados mais adiante. VI Aplicação dos recursos 75. Em primeiro lugar, cabe destacar que os recursos previstos na Lei 9.615/1998 devem ser aplicados, seja pelo ME, seja pelas entidades beneficiadas, ou seja pelas Secretarias de Esporte dos estados e do DF, em consonância com o Plano Nacional do Desporto, fato que ainda não é uma realidade, pela inexistência desse plano. 76. Ademais, a Lei 9.615/1998 determina que os recursos do ME serão aplicados conforme dispuser o Plano Nacional do Desporto, com as seguintes destinações (art. 7º): I - desporto educacional; II - desporto de rendimento, nos casos de participação de entidades nacionais de administração do desporto em competições internacionais, bem como as competições brasileiras dos desportos de criação nacional; III - desporto de criação nacional; IV - capacitação de recursos humanos: a) cientistas desportivos; b) professores de educação física; e c) técnicos de desporto; V - apoio a projeto de pesquisa, documentação e informação; VI - construção, ampliação e recuperação de instalações esportivas; VII - apoio supletivo ao sistema de assistência ao atleta profissional com a finalidade de promover sua adaptação ao mercado de trabalho quando deixar a atividade; VIII - apoio ao desporto para pessoas portadoras de deficiência. 18

19 77. Consoante o art. 56, 3º da Lei 9.615/1998 os recursos repassados ao COB e ao CPB devem ser aplicados exclusiva e integralmente em programas e projetos de fomento, desenvolvimento e manutenção do desporto, de formação de recursos humanos, de preparação técnica, manutenção e locomoção de atletas, bem como na participação em eventos esportivos. Os recursos repassados à CBC, por sua vez, devem ser aplicados única e exclusivamente para a formação de atletas olímpicos e paralímpicos, de acordo com o art. 56, 10 da mesma lei. 78. No que tange aos recursos públicos a serem aplicados na manutenção das entidades (COB, CPB, CBC, confederações/federações vinculadas ao COB e ao CPB, e clubes filiados à CBC), com a regulamentação da Lei 9.615/1998, pelo Decreto 7.984/2013 e pela Portaria ME 1/2014, foram definidos os seguintes limites: Figura 8 Limites para gastos com manutenção das entidades Fonte: Portaria ME 1/ Registra-se que, apesar de ser permitida a utilização do percentual de 10% dos valores repassados pela CBC com a manutenção de suas entidades vinculadas, a CBC vedou a aplicação desses recursos em despesas administrativas, por meio da Instrução Normativa CBC 4/ Em exame às informações prestadas em resposta às diligências, foram apurados os seguintes montantes gastos ou a serem gastos com a área-meio custeio e manutenção e área-fim das entidades: 19

20 Figura 9 Gastos com área-meio e área-fim de entidades integrantes do SND Fonte: COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas e paralímpicas. Nota: 1 valores previstos. 81. A partir do gráfico apresentado, constata-se que a relação entre os gastos com área-meio e área-fim apresenta tendência decrescente, embora tenha sido verificada leve alta em Quanto ao gasto total nas duas áreas em todo o período, verifica-se que a área-fim é alvo de 71,7% do montante total, enquanto a área-meio fica com 28,3%. 83. Do total de recursos gastos na área-meio, predominam aqueles provenientes da Lei Agnelo/Piva. O nível de dependência das entidades dessa fonte de recurso, considerando em que medida a entidade utiliza recursos dessa lei em seus gastos com a área-meio, pode ser visualizado abaixo: Figura 10 Quantidade de entidades por faixa de dependência dos recursos da Lei Agnelo/Piva para custeio Fonte: COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas e paralímpicas. 84. Verifica-se que apenas quatro entidades não utilizam recursos da Lei Agnelo/Piva em sua manutenção, sendo representadas por aquelas que estão no primeiro bloco, revelando que grande 20

21 parte delas dependem significativamente de recursos públicos para o seu custeio. Ressalta-se que, para receber tais recursos, a Lei 9.615/1998 dispõe, em seu art. 18, que somente serão beneficiadas com isenções fiscais e repasses de recursos públicos federais da administração direta e indireta, nos termos do inciso II do art. 217 da Constituição Federal, as entidades do Sistema Nacional do Desporto que possuírem viabilidade e autonomia financeiras. 85. O quadro é igualmente relevante para COB, CPB e CBC, que, do total alocado para manutenção pelas três entidades no período avaliado, 83,8% provém de recursos da Lei Agnelo/Piva. 4 O Desporto Olímpico 86. Neste capítulo serão apresentadas as informações relativas ao desporto olímpico, apresentando suas especificidades e o quanto seu financiamento representa no universo do esporte de rendimento. 4.1 Comitê Olímpico do Brasil 87. O Comitê Olímpico do Brasil (antigo Comitê Olímpico Brasileiro) consiste em associação civil de natureza desportiva, de utilidade pública, sem fins lucrativos, pertencente ao Movimento Olímpico Internacional, que atua no desenvolvimento do desporto olímpico. 88. Conforme o estatuto da entidade, integram o COB pessoas físicas e jurídicas, estas podendo ser: i) filiadas: entidades nacionais de administração do desporto que sejam filiadas a federações internacionais, representantes de modalidades participantes do Jogos Olímpicos; ii) vinculadas: entidades nacionais de administração do desporto que sejam filiadas a federações internacionais, representantes de modalidades que não se incluam nos Jogos Olímpicos, mas sim dos Jogos Pan-americanos, Jogos Sul-Americanos e/ou outras competições regionais de igual natureza; ou iii) reconhecidas: entidades nacionais de administração do desporto que sejam filiadas a federações internacionais cujas modalidades não estejam incluídas nos Jogos Olímpicos, nem de quaisquer competições multiesportivas regionais nas quais caiba ao COB a representação nacional, e entidades nacionais de natureza cultural ou científica sem fins econômicos que apoiem o desporto ou que tenham prestado relevantes serviços ao Olimpismo. 89. De acordo com as informações prestadas em resposta à diligência, o COB tem como principais ações: i) Auxílio aos atletas, por meio da Gerência de Performance Esportiva; ii) Apoio administrativo às confederações quanto a diversos temas (planejamento financeiro, compras, jurídico, prestação de contas), incluindo auxílio à gestão no planejamento esportivo; iii) Realização dos Jogos Escolares da Juventude, onde são detectados talentos; iv) Realização de programas voltados ao desenvolvimento de profissionais do esporte, incluindo gerentes, treinadores, árbitros e profissionais de apoio, com o oferecimento de: Curso de Fundamentos de Administração Esportiva; Curso de Administração Esportiva; Curso Avançado de Gestão Esportiva; Curso de Introdução ao Sistema Olímpico; Curso de Capacitação de Chefes de Equipe; e Academia Brasileira de Treinadores; v) Desenvolvimento do Programa de Apoio ao Atleta, para que os atletas possam se planejar e se preparar da maneira mais adequada, desde a iniciação da carreira esportiva 21

22 de alto rendimento até a fase de transição de atleta profissional para o mercado de trabalho, nas vertentes: Promoção Educacional e Apoio na Gestão da Carreira Esportiva; vi) Prestação de serviços especializados na preparação de equipes de alto rendimento, com profissionais de apoio (bioquímicos, médicos, fisioterapeutas, massoterapeutas, fisiologistas, meteorologistas, preparadores físicos), além treinadores/coordenadores vinculados às principais equipes e atletas. Destacam-se parcerias do COB com universidades, na implantação do Laboratório Olímpico e com entidades de pesquisa e ciências aplicadas no suporte ao treinamento esportivo de alto rendimento, além de interação informal com a Rede Cenesp; e vii) Investimento direto na manutenção do Centro de Treinamento Time Brasil, em funcionamento no Parque Municipal Maria Lenk/Arena do Rio e que serve ao treinamento de equipes de Atletismo, Ginástica Artística, Judô, Lutas, Taekwondo, Nado Sincronizado, Tênis e Vôlei de Praia. 90. Do exposto, verifica-se que o COB possui atribuições que vão além da representação do País nos eventos olímpicos e outros de igual natureza. 91. Em termos de estrutura, o COB apresenta o seguinte organograma: Figura 11 Organograma do COB Fonte: COB. 92. Ao todo, o COB conta com 202 funcionários, estando seu quadro de pessoal vinculado a plano de cargos e salários, formalmente instituído pela entidade. O COB possui sede própria, localizada no Rio de Janeiro/RJ. 4.2 Confederações Olímpicas 22

23 93. De acordo com o art. 16 da Lei 9.615/1998 (redação dada pela Lei nº , de 2011), as entidades nacionais de administração do desporto são pessoas jurídicas de direito privado, com organização e funcionamento autônomo, e terão as competências definidas em seus estatutos, podendo filiar entidades regionais de administração e entidades de prática desportiva. 94. Na lei em comento não se encontra consignada nenhuma atribuição ou competência específica para essas entidades. 95. As confederações olímpicas, em número de 30, foram todas diligenciadas no presente levantamento (vide Apêndice 4), com exceção da Confederação Brasileira de Futebol, que foi retirada do escopo. Observa-se que essas entidades concentram-se da seguinte forma, por estado da federação: Figura 12 - Concentração de confederações olímpicas por estado Fonte: Conforme pode ser visto na figura 12, a maior parte das confederações olímpicas situamse no Rio de Janeiro (51,7%) e em São Paulo (24,1%). 97. Em relação à situação de suas sedes e também à existência de plano de cargos e salários, o cenário relatado por essas entidades é apresentado na sequência: 23

24 Figura 13 - Informações sobre estrutura das confederações olímpicas Fonte: confederações olímpicas. 98. Percebe-se que a maioria das entidades possui sede alugada (51,7%) e não dispõe de plano de cargos e salários formalmente instituído (79,3%), evidenciando estrutura deficiente dessas confederações. 99. Quando se compara a receita total de cada confederação no período analisado com a quantidade de atletas acompanhados por entidade, obtém-se os resultados apresentados na tabela 6: Tabela 4 Receita total e acompanhamento de atletas por confederação olímpica, no período Receita total no período Atletas federados em atividade Atletas de alto rendimento acompanhados CB Atletismo R$ , CBD Aquáticos R$ , CB Judô R$ , CB Basketball R$ , CB Ginástica R$ , CB Rugby R$ , CB Hipismo R$ , CB Golfe R$ , CB Ciclismo R$ , CB Tênis de Mesa R$ , CB Lutas Associadas R$ , CB Handebol R$ , CBD Neve R$ , CB Remo R$ , CB Voleibol R$ , CB Pentatlo Moderno R$ , CB Canoagem R$ , CB Tiro Esportivo R$ , CB Taekwondo R$ , CB Boxe R$ , CB Hóquei sobre Grama R$ , CB Esgrima R$ , CB Tênis R$ , CB Levantamento de Peso R$ ,

25 CB Vela R$ , CB Badminton R$ , CB Triathlon R$ , CB Tiro com Arco R$ , CBD Gelo R$ , Total R$ , Fonte: confederações olímpicas. Nota: 1 valores previstos para 2015 e Observa-se que, apesar da maior parte dos atletas federados em atividade e dos de alto rendimento acompanhados estarem concentrados nas confederações com maior receita total, essa correlação nem sempre acontece, tendo em vista existirem casos que mostram situação diversa, como os da Confederação Brasileira de Voleibol, Confederação Brasileira de Canoagem e Confederação Brasileira de Taekwondo, por exemplo. 4.3 Federações Olímpicas 101. Segundo dados informados pelas confederações olímpicas, existem 487 federações olímpicas, distribuídas geograficamente da seguinte maneira: Figura 14 Concentração de federações olímpicas por estado Fonte: confederações olímpicas A partir do gráfico, é possível observar que os estados do Sudeste e, principalmente, do Sul possuem entidades que representam a maior parte das modalidades olímpicas. Por outro lado, o quadro revela que, em alguns estados, não há representação de diversas modalidades, o que pode ser considerado como potencial prejuízo à identificação e captação de talentos e desenvolvimento do esporte. A concentração pode significar um desafio ainda maior no sentido da interiorização, da democratização e da massificação da prática esportiva Em relação à estrutura, mais especificamente sobre existência de sede e valor da receita anual, as federações apresentam o seguinte quadro: 25

26 Figura 15 Informações sobre estrutura das federações olímpicas Fonte: confederações olímpicas A maior parte das federações possui sede alugada (28,9%) ou não dispõe de sede (28,1%), bem como apresenta receita anual inferior a R$ 60 mil (71,3%), o que pode indicar baixo nível de autonomia e organização dessas entidades. Sobre as dívidas com bingos, apenas 18 entidades apresentam pendências atualmente. Ressalta-se que as confederações olímpicas não souberam informar os dados para todas as federações a si vinculadas Registra-se, por fim, que 12 confederações olímpicas efetuaram ou pretendem efetuar repasse de recursos para as suas federações vinculadas no período Planejamento das ações do desporto olímpico 106. Em resposta à diligência, o COB corroborou a ausência de política pública com diretrizes claras para a aplicação de recursos, com metas e indicadores de desempenho, afirmando que apenas existem menções à previsão de metas na Lei 9.615/1998 e no Decreto 7.984/ Não obstante, a entidade tem planejamento próprio. Conforme seu Mapa Estratégico (Apêndice 6), o COB tem como objetivo institucional tornar e manter o Brasil uma potência olímpica e a meta estabelecida para os Jogos Olímpicos 2016 consiste em atingir a 10ª posição, pelo total de medalhas, a partir da manutenção do número de medalhas conquistadas tradicionalmente por algumas modalidades e a conquista de medalhas em novas modalidades No sítio eletrônico da entidade ( encontra-se a seguinte informação: Observando a experiência de países bem sucedidos, foi constatada a necessidade de ações estruturadas de desenvolvimento, em mais de 20 modalidades, para ampliar as chances de se atingir o objetivo. A receita é dosar, de forma científica, habilidade e talento com potencial de resultado, assemelhando-se ao que hoje é realizado por grandes potências como estados Unidos, Alemanha, Itália, Coreia do Sul, França, entre outras Essa informação evidencia que a estratégia adotada pela entidade consiste na priorização, e não do investimento equânime entre as modalidades. Para este ciclo olímpico, a distribuição anual de recursos entre as modalidades vem sendo feita mediante a análise dos seguintes critérios: 26

27 i) Critérios Esportivos: número de ouros em disputa no próximo Jogos Olímpicos; medalhas no último Pan e ouros no último Pan; medalha no Mundial Menores ou Junior ou Sub-20; top 8 mundial e medalha mundial principal; participação nas 03 últimas edições dos Jogos Olímpicos; top 8 na última edição dos Jogos Olímpicos; medalhas na última edição dos Jogos Olímpicos; medalhas de ouro em uma das 3 últimas edições dos Jogos Olímpicos; ouro na última edição dos Jogos Olímpicos; sequência de medalhas nas 3 últimas edições dos Jogos Olímpicos; e quantidades de atletas nas posições top 3, 8 e 20; ii) Critérios Administrativos: estrutura técnica da modalidade no Brasil; possibilidade de desenvolvimento e performance; e gestão administrativa da modalidade; e iii) Outros critérios: confederações com resultados em nível mundial e olímpico; confederações com resultados em nível pan-americano; confederações com resultados em nível sul-americano; confederações ainda sem resultados internacionais; número de federações filiadas; número de modalidades na confederação; número de atletas confederados; e avaliação das demais fontes de recurso das confederações. 4.5 Contexto orçamentário 110. Neste tópico serão apresentados o total de recursos destinados ao esporte olímpico, as principais fontes e beneficiários desses recursos, e onde são aplicados, incluindo análise sobre gastos com área-meio e área-fim das entidades. I Total gerido por COB e confederações olímpicas 111. Dos recursos destinados ao esporte de rendimento, observa-se que 21,38% (R$ 1,7 bilhão) é aplicado no desporto olímpico. Esse valor evoluiu da seguinte forma no período avaliado: Figura 16 Recursos alocados ao desporto olímpico Fonte: COB e confederações olímpicas. Nota: 1 valores previstos Verifica-se que o pico de recursos destinado ao esporte olímpico será alcançado em 2015, em que o valor representará aumento de 98,4% em relação ao montante de recursos alocado em

28 113. No geral, o aumento na destinação de recursos pode ser visualizado em todos os anos, com exceção de 2016, em que a queda poderia ser explicada, em parte, pela diminuição dos valores relativos a transferências voluntárias federais, que têm previsão de queda de 49,4% em comparação com II Principais fontes 114. Ao longo do período , as fontes de recursos que financiaram ou financiarão o desporto olímpico, bem como a participação relativa das principais, são apresentadas na tabela 7: Tabela 5 Fontes e valores de recursos destinados ao esporte olímpico por ano, em milhões, no período Valores em R$ milhões Lei Agnelo Piva R$ 142,70 R$ 156,95 R$ 165,94 R$ 183,96 R$ 218,55 R$ 202,00 R$ 222,20 Lei de Incentivo ao Esporte R$ 10,61 R$ 21,54 R$ 25,98 R$ 28,70 R$ 25,95 R$ 34,06 R$ 31,61 Transferências Voluntárias Federais R$ 6,21 R$ 12,36 R$ 18,89 R$ 36,59 R$ 13,30 R$ 79,61 R$ 40,32 Patrocínios de Estatais Federais R$ 44,80 R$ 47,87 R$ 50,14 R$ 65,29 R$ 73,12 R$ 77,82 R$ 72,27 Recursos Públicos Estaduais 1 R$ 4,74 R$ 14,76 R$ 16,41 R$ 19,39 R$ 7,94 R$ 8,63 R$ 1,20 Patrocínios de Estatais Estaduais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 Recursos Públicos 1 Municipais R$ 5,92 R$ 7,09 R$ 2,37 R$ 0,43 R$ 0,91 R$ 0,25 R$ 0,26 Patrocínios de Estatais Municipais R$ 1,14 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 Patrocínios de Empresas Privadas R$ 11,21 R$ 19,34 R$ 28,05 R$ 27,17 R$ 34,87 R$ 22,63 R$ 23,69 Solidariedade Olímpica R$ 0,23 R$ 0,33 R$ 0,23 R$ 0,68 R$ 5,71 R$ 9,87 R$ 9,82 Recursos Próprios 2 R$ 11,61 R$ 14,97 R$ 15,03 R$ 16,03 R$ 19,02 R$ 15,69 R$ 17,75 Outros R$ 6,46 R$ 14,92 R$ 28,57 R$ 10,90 R$ 50,11 R$ 36,76 R$ 37,27 TOTAL R$ 245,62 R$ 310,11 R$ 351,60 R$ 389,45 R$ 449,49 R$ 487,32 R$ 456,39 TOTAL NO PERÍODO R$ 2.689,97 Fonte: COB e confederações olímpicas. Notas: 1 inclui todo o tipo de recursos financeiros recebidos de estados ou municípios (transferências voluntárias, leis de incentivo, loterias, etc.), exceto estatais. 2 inclui recursos relacionados a direito de imagem, direitos patrimoniais, aluguéis, etc. 3 valores previstos. 28

29 Figura 17 Participação relativa das principais fontes do esporte olímpico por ano Fonte: COB e confederações olímpicas De forma geral, percebe-se que as principais fontes de recursos são a Lei Agnelo/Piva, os patrocínios de estatais federais, as transferências voluntárias federais e a Lei de Incentivo ao Esporte, que tiveram, em relação ao total destinado em todo o período, participação de 48%, 16%, 7,7% e 6,6%, respectivamente Portanto, a maior parte do financiamento do esporte olímpico vem de recursos públicos federais, que respondem por 78,3% do total apurado no período , enquanto que, por outro lado, a participação de recursos próprios e patrocínios privados é baixa, sendo, respectivamente, de cerca de 4% e 6% do total. III Principais beneficiários 117. A seguir, serão apresentadas as confederações olímpicas que mais receberam ou receberão recursos do COB via Lei Agnelo/Piva, e também aquelas entidades que contaram com maior quantidade total de recursos, considerando todas as fontes: Figura 18 Principais confederações beneficiadas com repasses do COB, considerando o período Figura 19 Confederações com mais recursos totais, considerando o período Fonte: confederações olímpicas. Nota: 1 valores previstos para 2015 e Fonte: confederações olímpicas. Nota: 1 valores previstos para 2015 e

30 118. No tocante aos recursos da Lei Agnelo/Piva provenientes do COB, as cinco confederações olímpicas mais beneficiadas concentraram 27,75% do total de recursos repassados ou a serem repassados por aquela entidade nos anos de 2010 a Já para as cinco entidades com maior quantidade total de recursos, o percentual de concentração chega a 55,5% do total de recursos recebidos ou a serem recebidos por todas as confederações olímpicas no período avaliado. IV Aplicação dos recursos 120. No que se refere aos gastos diretos, sem repasses a outras entidades, o COB destina seus recursos da seguinte forma entre área meio custeio e manutenção e área fim: Figura 20 Gastos do COB com área-meio e área-fim Fonte: COB. Nota: 1 valores previstos A totalidade dos recursos gastos na área-meio é oriunda da Lei Agnelo/Piva (R$ 151,46 milhões), o que evidencia a importância e a dependência dessa fonte para a manutenção do COB. Na área-fim, essa porcentagem chega a 67,1% Em relação ao gasto total nas duas áreas em todo o período, constata-se que a área-fim é alvo de 74% do montante total, contra 26% da área-meio Para as confederações olímpicas, o quadro consolidado difere pouco do apresentado para o COB, podendo ser visualizado na figura 21: 30

31 Figura 21 Gastos das confederações olímpicas com área-meio e área-fim, em milhões, no período Fonte: confederações olímpicas. Obs.: CB Canoagem, CB Handebol e CB Tiro com Arco não informaram os valores para essa questão Quanto ao gasto total nas duas áreas, verifica-se que a área-fim prevalece com 77,9% do montante total, contra 22,1% da área-meio. Sobre os recursos alocados para manutenção, o grau de dependência observado das confederações olímpicas em relação aos recursos da Lei Agnelo/Piva pode ser verificado na figura 22: Figura 22 Quantidade de confederações olímpicas por faixa de dependência dos recursos da Lei Agnelo/Piva para custeio Fonte: confederações olímpicas. Obs.: CB Canoagem, CB Handebol e CB Tiro com Arco não informaram os valores para essa questão Constata-se que poucas entidades possuem autonomia e viabilidade financeira, sendo elas as confederações Brasileiras de Atletismo, Basketball, Golfe e Rugby, que estão na primeira faixa (0-31

32 20%). A maior parte das confederações olímpicas, ou 15 das 26 que responderam a esse item da diligência (57,7%), depende totalmente de recursos públicos para manutenção O COB também mantém fundos para formação de reserva financeira, com objetivo de atender a gastos imprevistos ou previstos, mas superiores às receitas correntes. O montante de recursos destinado a esses fundos no período avaliado encontra-se disposto a seguir: Figura 23 Recursos mantidos em fundos pelo COB, no período Fonte: COB. Nota: 1 valores previstos Sobre esse ponto, cabe destacar o montante relevante de recursos em Demais fundos, que, conforme esclareceu a entidade, é referente aos valores existentes ou previstos como saldo bancário dos recursos reservados ao desporto escolar e universitário. A existência de recursos não utilizados, da ordem de R$ 197 milhões no período , evidencia a falta de priorização do desporto escolar e universitário, além de indicar que as entidades representantes desses segmentos apresentam estrutura deficiente Por fim, releva destacar o gasto direto do COB com modalidades olímpicas. A tabela 8 resume essas informações: Tabela 6 Gastos diretos do COB com modalidades olímpicas, agrupados por confederação 2 % sobre o valor total Modalidade Total no período (exclui o Outras ) 1º Ginástica R$ ,41 23,94% 2º Vela R$ ,46 21,87% 3º Atletismo R$ ,24 11,08% 4º Judô R$ ,27 6,44% 5º Canoagem R$ ,73 6,29% 6º Esportes aquáticos R$ ,62 5,30% 7º Badminton R$ ,64 3,43% 8º Basketball R$ ,64 3,43% 9º Pentatlo Moderno R$ ,92 3,28% 10º Taekwondo R$ ,73 2,25% 32

33 11º Voleibol R$ ,34 2,24% 12º Esportes no gelo R$ ,35 2,21% 13º Handebol R$ ,00 2,10% 14º Tênis R$ ,14 1,35% 15º Tênis de Mesa R$ ,82 1,27% 16º Boxe R$ ,30 1,18% 17º Tiro Esportivo R$ ,01 0,88% 18º Triathlon R$ ,74 0,54% 19º Lutas Associadas R$ ,89 0,40% 20º Hipismo R$ ,00 0,16% 21º Levantamento de Peso R$ ,00 0,16% 22º Ciclismo R$ ,02 0,12% 23º Remo R$ ,89 0,10% 24º Hóquei sobre Grama R$ 1.264,94 0,00% 25º Esportes na neve R$ 0,00 0,00% 26º Esgrima R$ 0,00 0,00% 27º Futebol R$ 0,00 0,00% 28º Golfe R$ 0,00 0,00% 29º Rugby R$ 0,00 0,00% 30º Tiro com Arco R$ 0,00 0,00% Outras 1 R$ ,81 - Total R$ ,91 100% Fonte: COB. Notas: 1 inclui gastos que não se consegue individualizar por modalidade, tais como gastos com treinamentos com mais de uma modalidade, equipes multidisciplinares que atendem a vários esportes, etc. 2 valores previstos para 2015 e Verifica-se que as cinco primeiras modalidades absorvem 69,6% dos gastos diretos do COB. A tabela completa, com valores separados por ano, pode ser vista no Apêndice O COB também aporta diretamente recursos para o desporto escolar e universitário, sendo que, no período , os valores informados foram de R$ 114 milhões e R$ 31,8 milhões, respectivamente. 5 O Desporto Paralímpico 131. Neste capítulo serão apresentadas as informações relativas ao desporto paralímpico, apresentando suas especificidades e o quanto seu financiamento representa no universo do esporte de rendimento. 5.1 Comitê Paralímpico Brasileiro 132. O Comitê Paralímpico Brasileiro é uma organização civil de interesse público, sem fins lucrativos, que tem por finalidade representar, dirigir e coordenar na área de sua atuação o segmento esportivo paralímpico brasileiro, de acordo com seu estatuto Conforme informações prestadas em resposta à diligência, as principais ações do CPB consistem em: i) Atendimento dedicado de equipe multidisciplinar aos atletas que fazem parte das seleções brasileiras permanentes; ii) Planejamento de participação de calendário internacional de competição para toda a seleção permanente; 33

34 iii) Criação do Time Brasil Paralímpico, para que os estados e municípios pudessem ter nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 e também nas grandes competições um grupo de grandes atletas, trazendo assim visibilidade para o estado/município apoiador e também para que os atletas que residem ou tenham nascido nesse estado/município tenham mais uma fonte de financiamento para o desenvolvimento do seu trabalho; iv) Execução do Programa Atletas Caixa Loterias de Alto Rendimento, com concessão de auxílio financeiro (bolsas), dividido de acordo com a categoria e as conquistas de cada atleta, incluindo atletas já aposentados. v) Organização das informações e elaboração dos Planos Esportivos de cada um dos atletas que tenha habilitação para fazer parte do Programa de Bolsa Pódio, do ME; vi) Apoio às confederações/associações: além do repasse dos recursos da Lei Agnelo Piva e o acompanhamento do desenvolvimento do planejamento estratégico de cada modalidade o CPB procura fazer parcerias as confederações/associação, como por exemplo no patrocínio com a Caixa Loterias; vii) Apresentação de projetos ao Ministério do Esporte, em que todas as modalidades são atendidas; viii) Descoberta de talentos por meio dos Projetos Paralimpíadas Escolares e Clube Escolar Paralímpico; ix) O desenvolvimento de profissionais do esporte, por meio da Academia Paralímpica Brasileira, que tem por finalidade o fomento e o desenvolvimento das áreas de Educação e Formação e Produção Científica e Tecnológica dentro do CPB; x) Programa de Transição de Carreira, recém implantado, com o objetivo de oferecer a atletas que tenham participado da delegação paralímpica brasileira em Jogos Paralímpicos no período de 1996 a 2012, a oportunidade de formação e de capacitação para a transição de carreira, por meio de parcerias com órgãos governamentais e organizações privadas; xi) O desenvolvimento da ciência do esporte, por meio de parceria com as seguintes universidades: Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), contemplando os serviços de avaliações cientificas e médicas, e de desenvolvimento de pesquisas que possam trazer a melhoria técnica das atividades desenvolvidas pelos atletas. Tem-se, ainda, a parceria com o Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo (NAR), onde os atletas passam por avaliação de potência aplicada à sua modalidade; xii) Centros de Referência para as modalidades de Atletismo e de Natação, na cidade de São Caetano do Sul, para a modalidade de Judô na cidade de São Paulo e para a modalidade de Halterofilismo em Uberlândia, geralmente localizados próximos a uma universidade parceira, com equipe multidisciplinar à disposição de um grupo de atletas que foram selecionados de acordo com seus resultados e potencial técnico; e xiii) Centros regionais de desenvolvimento, onde o CPB disponibiliza em parceria com uma universidade e/ou governo estadual/municipal todo o equipamento necessário para o desenvolvimento de atletas e o parceiro local disponibiliza o espaço e um profissional capacitado, pago com recursos do CPB, viabilizados por meio de convênios com o ME. Existem centros para as seguintes modalidades: Halterofilismo São Paulo, Brasília, Goiânia, Manaus, Natal, São Bento do Sul, Itu; e Tiro Esportivo Curitiba, Pomerode e Vitória. 34

35 134. Registra-se que, de modo diverso do que ocorre com o desporto olímpico, o comitê gerencia diretamente cinco modalidades, em razão da inexistência de confederações a elas vinculadas Do exposto, verifica-se que o CPB, assim como o COB, possui atribuições que vão além da representação do País nos eventos paralímpicos e outros de igual natureza Em termos de estrutura, o CPB apresenta o seguinte organograma: Figura 24 Organograma do CPB Fonte: CPB Ao todo, o CPB conta com 95 funcionários, estando seu quadro de pessoal vinculado a plano de cargos e salários, formalmente instituído pela entidade. O CPB possui sede própria, localizada em Brasília/DF. 5.2 Confederações paralímpicas 138. Assim como no caso das confederações olímpicas, de acordo com o art. 16 da Lei 9.615/1998 (redação dada pela Lei nº , de 2011), as entidades nacionais de administração do desporto paralímpico são pessoas jurídicas de direito privado, com organização e funcionamento autônomo, e terão as competências definidas em seus estatutos, não havendo, na lei, nenhuma atribuição ou competência específica para essas entidades As confederações/associações paralímpicas, em número de 15, incluindo algumas confederações olímpicas que também atuam no desporto paralímpico, foram todas diligenciadas no presente levantamento (Apêndice 5). Observa-se que essas entidades concentram-se da seguinte forma, por unidade da Federação: 35

36 Figura 25 Concentração de confederações/associações paralímpicas por estado Fonte: Conforme pode ser visto no gráfico, a maior parte das confederações/associações paralímpicas situam-se no Rio de Janeiro (53,3%) e em São Paulo (20%), o que revela, por um lado, o alto grau de concentração das entidades, e, por outro, o baixo nível de representação das modalidades, tendo em vista a falta de federações paralímpicas, podendo levar a um potencial prejuízo ao desenvolvimento do desporto paralímpico Em relação à situação de suas sedes e também à existência de plano de cargos e salários, o cenário relatado por essas entidades é apresentado na sequência: Figura 26 Informações sobre estrutura das confederações/associações paralímpicas Fonte: confederações/associações paralímpicas. 36

37 Obs.: AND Deficientes e CB Voleibol para Deficientes não responderam ao item sobre plano de cargos e salários Destaca-se que apenas uma entidade possui sede própria (7% do total), e somente três, ou 23% do total, dispõe de plano de cargos e salários formalmente instituído No que se refere ao acompanhamento dos atletas por estado, observou-se a seguinte situação: Figura 27 Quantidade de atletas confederados/associados em atividade, por estado da federação Figura 28 Quantidade de atletas de alto rendimento atualmente acompanhados/assistidos pelas confederações/associações paralímpicas, por estado da federação Fonte: confederações/associações paralímpicas. Fonte: confederações/associações paralímpicas A quantidade total de atletas federados e aqueles de alto rendimento que são acompanhados é maior nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste. Quanto ao último grupo, o Sudeste concentra 54,12% dos atletas, o Sul 16,71% e o Nordeste 16,47% Ainda sobre os atletas de alto rendimento acompanhados, percebe-se que há maior concentração de atletas nos estados em que estão situadas as confederações/associações paralímpicas, fato que, somado à ausência de federações, revela potencial fragilidade no sistema de identificação, captação e desenvolvimento de atletas de alto nível. 5.3 Federações paralímpicas 146. Diferentemente do que ocorre no desporto olímpico, não há a figura das federações paralímpicas no arranjo do desporto paralímpico. Portanto, são as próprias confederações/associações paralímpicas que organizam as modalidades sob suas responsabilidades. 5.4 Planejamento das ações do desporto paralímpico 147. O CPB citou, em resposta à diligência, a Política Nacional do Esporte, como política pública do esporte brasileiro. Acerca dessa informação, cumpre reiterar que os documentos que resultam das conferências nacionais do esporte não se prestam a substituir o Plano Nacional do Desporto, posto que este último tem conteúdo mínimo prescrito pela Lei 9.615/1998 e pelo Decreto 7.984/2013, contemplando, por exemplo, metas, mecanismos de monitoramento e de avaliação O objetivo institucional do CPB consiste em coordenar, supervisionar e dirigir as ações voltadas para o fomento, o desenvolvimento, o treinamento e as competições das modalidades paralímpicas, congregando as confederações/associações e clubes, responsáveis pela administração e prática das modalidades paralímpicas, bem como administrando direta ou indiretamente as modalidades estabelecidas pelos programas paralímpicos e parapan-americanos dos Jogos Paralímpicos e Jogos Parapan-americanos. 37

38 149. Quanto ao planejamento da entidade, propriamente dito, o CPB tem o Planejamento Estratégico do Esporte Paralímpico Brasileiro , no qual se verifica que as metas estabelecidas para os Jogos Paralímpicos Rio 2016 consistem em: conquistar o quinto lugar no quadro geral de medalhas, levando-se em consideração a contagem pelo sistema internacional que é por medalhas de ouro, prata e bronze; conquistar medalhas em um maior número de modalidades, com um maior número de atletas, e aumentar o número de finais disputadas por atletas e equipes do Brasil, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, em relação à última participação do país em Londres Outras metas para 2016 incluem: ter o envolvimento direto de mais de 80% dos Governos Estaduais do país na promoção e/ou organização de eventos esportivos voltados às crianças, jovens e adultos com deficiência; ter consolidado o envolvimento dos clubes e associações esportivas em todas as regiões na oferta da prática esportiva regular voltada para as pessoas com deficiência no país; apresentar um legado de recursos humanos qualificados em diversos níveis do conhecimento científico voltado para o esporte a ser oferecido às crianças, jovens e adultos com deficiência em todas as regiões do país; deixar um legado em estruturas esportivas preparadas para o pleno desenvolvimento da prática esportiva de pessoas com deficiência em todas as regiões do país Ainda, de acordo com seu Planejamento Estratégico do Esporte Paralímpico Brasileiro (Pear ), o CPB tem como objetivos, entre outros, a implementação de ações voltadas para: a sinergia de objetivos entre o Departamento Técnico do CPB e das Associações e confederações Nacionais filiadas e vinculadas; o estímulo ao aumento da prática esportiva formal para crianças e jovens com deficiência em todo o país; a capacitação de profissionais de apoio das diversas modalidades; a valorização do ambiente escolar para promoção esportiva voltada para crianças e jovens com deficiência em todo o país; a geração de Programas e Projetos voltados à renovação de médio e longo prazo no quadro de atletas de alto rendimento; a estruturação do Sistema de Classificação (funcional, oftalmológica e intelectual) para regular a prática esportiva de pessoas com deficiência em todo o país; e à identificação e valorização dos destaques para o alto rendimento Para a distribuição de recursos pelas modalidades, o CPB desenvolveu um fluxo de procedimentos por modalidade, conforme figura a seguir, retirada do Pear ( Figura 29 Fluxo de procedimentos por modalidade Fonte: CPB O Fluxo contempla metodologia baseada em índices mensuráveis de avaliação e de acompanhamento, sendo estabelecidas metas específicas, a partir da análise da situação da modalidade, em âmbito nacional e internacional, com auxílio de análise SWOT. Com as metas estabelecidas, são definidos programas, projetos e, finalmente as ações estruturantes (rubricas de investimento) a serem contempladas com os recursos disponíveis. O Pear contém, para o 38

39 período, os valores previstos para cada ação estruturante, por modalidade. O documento ainda prevê avaliação constante dos programas e projetos existentes Quanto aos montantes definidos por modalidade, informou-se que o CPB faz previsão conservadora, dada a variabilidade dos recursos repassados, e que o excedente vai para um fundo de reserva, que pode ser utilizado, de acordo com as demandas das confederações, até o limite de 20% do valor definido para cada uma delas. 5.5 Contexto orçamentário 155. Neste tópico serão apresentados o total de recursos destinados ao esporte paralímpico, as principais fontes e beneficiários desses recursos, e onde são aplicados, incluindo análise sobre gastos com área-meio e área-fim das entidades. I Total de recursos geridos por CPB e confederações/associações paralímpicas 156. Dos recursos destinados ao esporte de rendimento, observa-se que 4,72% (R$ 363,75 milhões) é aplicado no desporto paralímpico. Esse valor evoluiu da seguinte maneira no período avaliado: Figura 30 Recursos alocados ao desporto paralímpico, em R$ milhões, no período Fonte: CPB e confederações/associações paralímpicas. Nota: 1 valores previstos Observa-se expressivo crescimento no montante de recursos destinados ao esporte paralímpico no período analisado, que alcançou quase 200%. O aumento pode ser visualizado em todos os anos, com exceção de 2014, em que a queda momentânea pode ser explicada, em parte, pela diminuição dos valores relativos a transferências voluntárias federais naquele ano, que caíram 46% na comparação com II Principais fontes 158. Ao longo do período , as fontes de recursos que financiaram ou financiarão o desporto paralímpico, bem como a participação relativa das principais, são apresentadas na sequência: 39

40 Tabela 7 Fontes e valores de recursos destinados ao esporte olímpico por ano Valores em R$ milhões Lei Agnelo Piva R$ 25,18 R$ 27,62 R$ 29,37 R$ 32,45 R$ 38,60 R$ 42,45 R$ 46,70 Lei de Incentivo ao Esporte R$ 0,65 R$ 1,05 R$ 0,05 R$ 5,87 R$ 5,63 R$ 1,80 R$ 1,80 Transferências Voluntárias Federais Patrocínios de Estatais Federais R$ 0,43 R$ 8,19 R$ 19,38 R$ 18,89 R$ 10,16 R$ 29,05 R$ 26,41 R$ 9,65 R$ 8,50 R$ 12,50 R$ 29,05 R$ 30,05 R$ 30,20 R$ 35,25 Recursos Públicos 1 R$ 1,40 R$ 3,96 R$ 4,11 R$ 8,98 R$ 6,63 R$ 4,99 R$ 4,99 Estaduais Recursos Públicos 1 R$ 0,01 R$ 1,13 R$ 2,22 R$ 2,27 R$ 2,25 R$ 2,40 R$ 2,40 Municipais Patrocínios de Empresas Privadas R$ 0,45 R$ 0,37 R$ 0,81 R$ 0,66 R$ 1,47 R$ 1,38 R$ 0,38 Recursos Próprios 2 R$ 1,78 R$ 2,04 R$ 2,19 R$ 2,36 R$ 2,54 R$ 3,26 R$ 3,45 Outros R$ 1,07 R$ 0,42 R$ 0,61 R$ 0,31 R$ 0,44 R$ 0,37 R$ 0,37 TOTAL R$ 40,61 R$ 53,28 R$ 71,24 R$ 100,84 R$ 97,78 R$ 115,91 R$ 121,77 TOTAL NO PERÍODO R$ 601,43 Fonte: CPB e confederações/associações paralímpicas. Notas: 1 inclui todo o tipo de recursos financeiros recebidos de estados ou municípios (transferências voluntárias, leis de incentivo, loterias, etc.), exceto estatais. 2 inclui recursos relacionados a direito de imagem, direitos patrimoniais, aluguéis, etc. 3 valores previstos. 40

41 Figura 31 - Participação relativa das principais fontes do esporte paralímpico por ano Fonte: CPB e confederações/associações paralímpicas De forma geral, percebe-se que as principais fontes de recursos são a Lei Agnelo/Piva, os patrocínios de estatais federais e as transferências voluntárias federais, que tiveram, em relação ao total destinado em todo o período, participação de 40,3%, 25,8% e 18,7%, respectivamente. Todavia, é perceptível a diminuição da importância dos recursos da Lei Agnelo/Piva ao longo dos últimos anos A significativa quantidade de recursos públicos federais aportadas no desporto paralímpico é característica semelhante ao que se observa no financiamento do desporto olímpico. Da mesma forma, assim como naquele, a participação de recursos próprios e patrocínios privados também é baixa, sendo cerca de 3% e 1% em relação ao total do período, respectivamente. III Principais beneficiários 161. A seguir, serão apresentadas as confederações/associações paralímpicas que mais receberam ou receberão recursos do CPB via Lei Agnelo/Piva, e também aquelas entidades que contaram com maior quantidade total de recursos, considerando todas as fontes: Figura 32 Principais confederações/associações beneficiadas com repasses do CPB, considerando o período Figura 33 Confederações/associações com mais recursos totais, considerando o período Fonte: confederações/associações paralímpicas. Nota: 1 valores previstos para 2015 e Fonte: confederações/associações paralímpicas. Nota: 1 valores previstos para 2015 e

42 162. No tocante aos recursos da Lei Agnelo/Piva provenientes do CPB, as cinco confederações/associações paralímpicas mais beneficiadas concentraram 64,4% do total de recursos repassados ou a serem repassados por aquela entidade nos anos de 2010 a Já para as cinco entidades com maior quantidade total de recursos, considerando todas as fontes, o percentual de concentração chega a 73,3% do total de recursos geridos por todas as confederações/associações paralímpicas no período avaliado Ressalta-se que a Confederação Brasileira de Desporto de Deficientes Visuais, Associação Nacional de Desporto para Deficientes e Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Intelectuais são entidades que têm responsabilidade por organizar diversas modalidades paralímpicas. IV Aplicação dos recursos 165. No que se refere aos gastos diretos, o CPB destina seus recursos da seguinte forma entre área meio custeio e manutenção e área fim: Figura 34 Gastos do CPB com área-meio e área-fim Fonte: CPB. Nota: 1 valores previstos Dos gastos totais na área-meio, 74% são oriundos da Lei Agnelo/Piva, o que evidencia a importância dessa fonte para a manutenção do CPB. Na área-fim, essa porcentagem cai para 32,4%. Em relação ao gasto total nas duas áreas em todo o período, constata-se que a área-fim é alvo de 81,9% do montante total, contra 18,1% da área-meio Para as confederações/associações paralímpicas, o quadro consolidado pode ser visualizado na sequência: 42

43 Figura 35 Gastos das confederações/associações paralímpicas com área-meio e área-fim Fonte: confederações/associações paralímpicas. Nota: 1 valores previstos. Obs.: ABD Deficientes Intelectuais, AND Deficientes, CB Remo e CB Voleibol Deficientes não informaram os valores para essa questão Quanto ao gasto total nas duas áreas, verifica-se que a área-fim prevalece com 77,9% do montante total, contra 22,1% da área-meio Em relação aos recursos alocados para manutenção, observou-se que todas as confederações/associações paralímpicas que responderam a esse item da diligência são totalmente dependentes dos recursos da Lei Agnelo/Piva, o que evidencia falta de autonomia e viabilidade financeira dessas entidades Destaca-se que as confederações Brasileiras de Canoagem, Ciclismo, Hipismo, Tênis, Tênis de Mesa, Tiro com Arco e Triathlon, que cuidam das suas respectivas modalidades paralímpicas, captam recursos tanto do CPB quanto do COB para custeio, via Lei Agnelo/Piva. Dessas, as confederações Brasileiras de Tênis e Triathlon dependem integralmente de recursos públicos para sua manutenção O CPB também mantém fundo de reserva para formação de reserva financeira, com objetivo de atender a gastos imprevistos ou previstos, mas superiores às receitas correntes. Conforme esclareceu a entidade, os valores do fundo foram, em grande parte, utilizados e demonstrados nos itens específicos da diligência enviada. O montante de recursos destinado a esse fundo no período avaliado encontra-se disposto a seguir: 43

44 Figura 36 Recursos do fundo de reserva do CPB Fonte: CPB. Nota: 1 valores previstos Por fim, releva destacar o gasto direto do CPB com cada modalidade paralímpica. A tabela abaixo resume essas informações: Tabela 8 Gastos diretos do CPB por modalidade paralímpica, período % sobre o valor Total no período total 1º Atletismo R$ ,57 20,27% 2º Natação R$ ,48 17,60% 3º Futebol de 5 R$ ,99 8,89% 4º Tiro esportivo R$ ,39 6,00% 5º Goalball R$ ,09 5,75% 6º Esgrima em cadeira de rodas R$ ,25 5,71% 7º Halterofilismo R$ ,54 5,34% 8º Bocha R$ ,91 4,25% 9º Futebol de 7 R$ ,61 3,79% 10º Voleibol R$ ,99 3,55% 11º Judô R$ ,04 3,54% 12º Vela R$ ,06 3,38% 13º Rúgbi em cadeira de rodas R$ ,70 2,82% 14º Basquetebol em cadeira de rodas R$ ,47 2,45% 15º Tênis de Mesa R$ ,84 2,01% 16º Hipismo R$ ,43 1,86% 17º Ciclismo R$ ,83 0,97% 18º Remo R$ ,10 0,88% 19º Canoagem R$ ,83 0,67% 20º Triathlon R$ ,67 0,11% 21º Tiro com Arco R$ ,55 0,09% 22º Tênis em Cadeira de Rodas R$ ,99 0,06% Total R$ ,33 100% Fonte: CPB. Nota: 1 valores previstos para 2015 e

45 173. Verifica-se que as cinco primeiras modalidades absorvem 58,5% dos gastos diretos do CPB. Registra-se que a tabela completa, com valores separados por ano, pode ser vista no Apêndice 9. 6 O Desporto Escolar e Universitário 174. Neste capítulo serão apresentadas as informações relativas ao desporto escolar e ao desporto universitário, apresentando suas especificidades e o quanto seu financiamento representa no universo do esporte de rendimento De acordo com o art. 29, 1º do Decreto 7.984/2013, consideram-se desporto escolar e desporto universitário aqueles praticados por estudantes regularmente matriculados nos ensinos fundamental/médio ou em cursos de educação superior, respectivamente. 6.1 Confederação Brasileira de Desporto Escolar e Confederação Brasileira de Desporto Universitário 176. Como no caso das confederações olímpicas e paralímpicas, de acordo com o art. 16 da Lei 9.615/1998 (redação dada pela Lei nº , de 2011), a Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE) e a Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU) são pessoas jurídicas de direito privado, com organização e funcionamento autônomo, e com competências definidas em seus estatutos Não obstante, de acordo com o art. 29, incisos I e II do Decreto 7.984/2013 essas entidades possuem competência para definir conjuntamente com o COB, com o CPB e com a CBC a programação relativa à aplicação dos recursos destinados ao desporto escolar/universitário. Ainda, segundo o 4º do mesmo artigo, cabe a essas entidades a realização de competições nacionais A Confederação Brasileira de Desporto Escolar consiste em entidade privada que tem como objetivo institucional fomentar o desporto escolar no Brasil. Seu papel no SND é o de representar o interesse do segmento do Desporto Escolar junto ao sistema Suas principais ações consistem no suporte à realização de eventos organizados pelas federações filiadas, constantes de calendário nacional, e na realização de eventos esportivos escolares no âmbito municipal, estadual, nacional e internacional, proporcionando condições favoráveis para o desenvolvimento da potencialidade esportiva dos alunos Registra-se que, a despeito de a Lei 9.615/1998 conter comando para a aplicação de parte dos recursos no desporto escolar, somente a partir de redação dada pela Lei /2011 definiu-se que essa aplicação deve atender programação definida conjuntamente com a Confederação Brasileira do Desporto Escolar. Registra-se, ainda, que a entidade foi reconhecida pelo COB em A partir dessas mudanças, a CBDE informou que está em fase de elaboração um programa de apoio e manutenção das federações filiadas Sobre esta última ação, é necessário destacar que não há previsão legal, considerando a Lei 9.615/1998 e regulamentação, para a aplicação de recursos destinados ao desporto escolar na manutenção de federações filiadas à CBDE Em sua estrutura, a CBDE conta com quatro funcionários, sendo ausente plano de cargos e salários. A entidade possui sede alugada, localizada em Brasília/DF Constata-se que a entidade encontra-se ainda em estágio primário de organização, considerando as respostas apresentadas pela CBDE à diligência, os documentos encaminhados, a visita realizada à sua sede e às informações constantes de seu sítio eletrônico, com baixo nível de profissionalização. 45

46 184. A Confederação Brasileira de Desporto Universitário consiste em associação de fins não econômicos, de caráter desportivo, constituída pelas entidades filiadas de administração estadual do desporto universitário, de acordo com seu estatuto O objetivo institucional da CBDU é planejar, organizar, dirigir, controlar, representar, em todo o país, a prática do desporto e do paradesporto universitário, em consonância com o sistema nacional do desporto universitário em todas as suas manifestações, junto aos poderes públicos em caráter geral, e junto às organizações internacionais. Conforme resposta à diligência, o papel da CBDU é fomentar o desporto universitário em todas as Instituições de Ensino Superior com alunos desportistas, coordenar e gerir o sistema do desporto universitário por meio das federações universitárias, bem como promover o desporto de alto rendimento dentro do ambiente educacional no Brasil As principais ações da CBDU incluem: interceder nas aquisições de bolsas de estudo para atletas, e oferecer aprimoramento da parte técnica e esportiva na participação dos atletas nas competições da CBDU; apoiar as federações universitárias, por meio da disponibilização de bens, de materiais esportivos, e, atualmente, por meio de pareceria com a Confederação Brasileira de Clubes para a realização dos jogos estaduais; atuar em conjunto com as confederações e universidades para o desenvolvimento das habilidades, visando ao desenvolvimento de atletas; apoiar a capacitação de profissionais do esporte; realizar, anualmente, o Fórum do Desporto Universitário e, durante o JUBS, o seminário do desporto universitário Em sua estrutura, a CBDU conta com vinte funcionários, e, apesar de ter apresentado planilha contendo o salário dos seus cargos efetivos, não se constatou a existência formal de plano de cargos e salários com todos os seus atributos. A entidade possui sede própria, localizada em Brasília/DF. 6.2 Federações 188. Tanto a CBDE quanto a CBDU contam com federações vinculadas em todos os estados brasileiros. Em relação à sua estrutura física, as federações apresentam o seguinte quadro: Figura 37 Comparação das sedes das federações escolares e universitárias 46

47 Fonte: CBDE e CBDU Nesse quesito, percebe-se que as federações escolares estão em melhores condições de instalação em relação às universitárias, tendo em vista que estas últimas apresentam maior número de entidades que não possuem sede ou estão exercendo suas atividades em sede alugada (15 e 4, respectivamente). No entanto, nota-se que a maioria das federações de ambas ainda não tem sede, o que pode demonstrar baixo grau de profissionalização dessas entidades No que se refere às receitas anuais, as federações da CBDE e CBDU encontram-se na seguinte situação: Figura 38 Receita anual das federações escolares e universitárias Fonte: CBDE e CBDU Novamente observa-se vantagem para as federações escolares na comparação com as universitárias, embora o quadro geral aponte para a insuficiência de recursos das entidades, devido ao número baixo de federações que possuem receita anual superior a R$ 60 mil apenas 22% para as escolares e 7% para as universitárias Outra forma de comparar as federações escolares e universitárias é por meio da observação da quantidade de instituições e atletas associados à cada entidade por estado. Quanto ao primeiro quesito, o cenário relatado pela CBDE e pela CBDU pode ser visualizado nos mapas abaixo: Figura 39 Quantidade de escolas associadas à CBDE, por estado da federação Figura 40 Quantidade de instituições de ensino superior associadas à CBDU, por estado da federação 47

48 Fonte: CBDE e CBDU. Fonte: CBDE e CBDU No que tange ao segundo quesito, as confederações informaram a seguinte situação das suas federações vinculadas: Figura 41 Quantidade de alunos associados à CBDE, por estado Figura 42 Quantidade de atletas associadas à CBDU, por da federação estado da federação Fonte: CBDE e CBDU. Fonte: CBDE e CBDU Conforme dados dos últimos Censo da Educação Básica e Censo da Educação Superior, realizados em 2013, havia 188 mil escolas e 2,4 mil instituições de ensino superior, com cerca de 50 milhões e 7,3 milhões de matrículas em cada modalidade de ensino, respectivamente Apesar do universo de escolas e alunos matriculados na educação básica ser maior do que o número de instituições e alunos matriculados no ensino superior, os mapas acima mostram que as federações universitárias possuem maior número de instituições (817) e atletas (53.843) associados em comparação com as federações escolares 608 e , respectivamente, o que indica maior capacidade de organização daquelas entidades, e reforça a vulnerabilidade das federações vinculadas à CBDE, o que, por sua vez, pode levar a uma fragilidade no esporte de base. 6.3 Planejamento das ações do desporto escolar e universitário 196. Acerca de seu planejamento, a CBDE informou, em resposta à diligência, que possui como meta para 2016 executar o calendário de eventos da CBDE incentivando a pratica esportiva escolar. Ainda, complementou que, a partir de 2014, a entidade está em fase de construção de metas e indicadores para aplicação dos recursos da Lei 9.615/ O gestor afirmou a existência de planejamento anual, formalizado em ata de Assembleia Geral Ordinária. No entanto, não foram apresentadas informações adicionais, tampouco o referido documento, também não encontrado no sítio eletrônico da entidade. Dessa forma, não foi possível 48

49 conhecer o planejamento da entidade, visto que a única informação apresentada foi a de que a CBDE prioriza a aplicação dos recursos em ações que credencie ao país a participação no calendário internacional do Desporto Escolar Como meta para 2015, foram apresentadas as seguintes: formular o plano de Cargos e Salários; adquirir um sistema de TI; e contratar uma Auditoria Independente Diante das respostas apresentadas pela CBDE à diligência, dos documentos encaminhados, e das informações constantes de seu sítio eletrônico, reitera-se o baixo nível de profissionalização da entidade A CBDU ratificou, em resposta à diligência, a ausência de política pública que direcione a aplicação de recursos pela entidade A CBDU organiza, todos os anos, um fórum do desporto universitário, aberto a todos os interessados, onde diretrizes são formuladas. Ademais, institui suas metas anualmente, apresentadas pelo departamento técnico. Tanto as diretrizes, quanto as metas são discutidas e avaliadas em assembleias. Registra-se que nenhum documento de formalização do planejamento foi encaminhado a este Tribunal Em consulta às Atas das Assembleias Gerais de 2011, 2012, 2013 e 2014, constantes do sítio eletrônico da entidade, observou-se que, nos dois últimos anos, não houve menção ao planejamento. Em 2011 e em 2012, houve menção à aprovação dos respectivos calendários de eventos. Não obstante, tais documentos não se prestam à finalidade de formalização de planejamento institucional, visto que não contêm registro de conteúdo do planejamento aprovado Acerca da estratégia de priorização de recursos, o gestor informou que os recursos da Lei Agnelo Piva são aplicados na manutenção e nos Jogos Universitários Brasileiros, e eventualmente são utilizados para complementar as despesas não alcançadas em convênios com o Ministério do Esporte e da Liga do Desporto Universitário. Ademais, registrou-se que os convênios com o ME objetivam a representação do Brasil nos campeonatos do calendário internacional, e que os recursos da lei de incentivo são aplicados na realização da Liga do Desporto Universitário Complementarmente, foi informado que a CBDU firmou compromisso com o COB e com suas confederações filiadas, desde 2012, no sentido de contribuir com a formação e preparação dos jovens atletas, objetivando uma melhor participação do Time Brasil (marca da delegação brasileira em Jogos Olímpicos, da Juventude, Pan-americanos, Sul-americanos e da Lusofonia), nos Jogos Olímpicos de 2016, ainda que abdicando de eventuais conquistas de medalhas nos campeonatos mundiais e universíades (eventos internacionais, análogos aos jogos olímpicos, realizados pela Federação Internacional do Desporto Universitário) Diante das informações apresentadas, observa-se a necessidade de uma maior maturação da CBDU em relação ao seu processo de planejamento. 6.4 Contexto orçamentário 206. Neste tópico serão abordados aspectos sobre o montante de recursos da Lei Agnelo/Piva que estão disponíveis para o desporto escolar e universitário, o mapa de recursos da CBDE e CBDU, que mostra o quanto as entidades recebem de cada fonte, e a forma como são aplicados, incluindo análise sobre gastos com área-meio e área-fim. I Recursos da Lei Agnelo/Piva para o desporto escolar e universitário por ano 207. A Lei 9.615/1998 determina, em seu art. 56, 2º, que, dos recursos da Lei Agnelo/Piva correspondentes ao COB, CPB e CBC, 10% serão destinados ao desporto escolar e 5% para o desporto universitário. 49

50 208. Aplicando-se os percentuais definidos sobre os valores recebidos por essas entidades, temse os montantes a seguir: Figura 43 Recursos da Lei Agnelo/Piva disponíveis para o desporto escolar e universitário Fonte: CBDE e CBDU. Nota: 1 valores previstos Como mostrado no gráfico, os valores são crescentes no período analisado, com exceção de 2015, que apresenta leve queda. É importante registrar que nem todos os recursos disponíveis são repassados para a CBDE e CBDU, já que podem ser objeto de aplicação direta no desporto escolar e universitário por parte de COB, CPB e CBC. II Mapa de recursos da CBDE e CBDU 210. Considerando os valores previstos para 2015 e 2016, CBDE e CBDU teriam à sua disposição os seguintes montantes de recursos no período : 50

51 Figura 44 Comparação de recursos totais recebidos/previstos pela CBDE e CBDU no período , por fonte Fonte: CBDE e CBDU. Notas: 1 inclui recursos provenientes do Comitê Olímpico do Brasil, do Comitê Paralímpico Brasileiro e da Confederação Brasileira de Clubes. 2 inclui recursos relacionados a direito de imagem, direitos patrimoniais, aluguéis, etc Assim como observado em outras entidades, resta evidente a dependência da CBDE e CBDU do recebimento de recursos públicos federais para realizar suas ações, sendo a participação de recursos de patrocínios privados de apenas 0,66% em relação ao total Apesar do percentual da Lei Agnelo/Piva destinado ao desporto escolar ser o dobro do desporto universitário, verifica-se que os valores recebidos pela CBDE são menores que aqueles da CBDU. Tal fato justifica-se pois a CBDE começou a ter acesso a tais recursos somente em 2014, após o seu reconhecimento como confederação pelo COB, que até então não havia ocorrido devido à falta de estrutura de gestão A evolução dos valores ano a ano recebidos pela CBDE pode ser verificada na sequência: 51

52 Figura 45 Mapa de recursos da CBDE Fonte: CBDE. Notas: 1 inclui recursos provenientes do Comitê Olímpico Brasileiro, do Comitê Paralímpico Brasileiro e da Confederação Brasileira de Clubes. 2 valores previstos Nota-se que a entidade é bastante dependente de transferências voluntárias federais, que respondem por 60% do total de recursos recebidos no período A importância relativa dessa fonte só começa a diminuir a partir de 2014, quando a CBDE passou a receber recursos da Lei Agnelo/Piva, mas mantendo, ainda assim, participação expressiva no montante total Em relação à CBDU, foi observada a seguinte evolução no período em análise: 52

53 Figura 46 Mapa de recursos da CBDU Fonte: CBDU. Notas: 1 inclui recursos provenientes do Comitê Olímpico do Brasil, do Comitê Paralímpico Brasileiro e da Confederação Brasileira de Clubes. 2 inclui recursos relacionados a direito de imagem, direitos patrimoniais, aluguéis, etc. 3 valores previstos Também as transferências voluntárias federais são fonte importante para a entidade, porém em grau menor do que aquele verificado na CBDE, correspondendo a 37,2% do montante total de recursos recebidos em todo o período. Os recursos da Lei Agnelo/Piva respondem por 46,13% do valor total, enquanto a captação via Lei de Incentivo ao Esporte contribui com 13,42%. IV Aplicação dos recursos 217. De início, releva mencionar que, dos recursos do COB e da CBC destinados ao desporto escolar e universitário, o Decreto 7.984/2013, em seu art. 29, 4º, dispõe que ao menos 50% serão efetivamente empregados nas principais competições nacionais realizadas diretamente pela CBDE e pela CBDU, respectivamente No que se refere aos gastos diretos, a CBDE destina seus recursos da seguinte forma entre área meio custeio e manutenção e área fim: 53

54 Figura 47 Gastos diretos com área-meio e área-fim da CBDE Fonte: CBDE. Nota: 1 valores previstos Cabe destacar que a entidade não informou valores para os anos de Dos recursos destinados à área-meio, a CBDE registrou que 100% vem da Lei Agnelo/Piva, o que reforça a total dependência de recursos públicos para custear o funcionamento da entidade A CBDE também informou que os recursos despendidos na área-fim são todos provenientes da Lei Agnelo/Piva, fato que contrasta com a informação apresentada no mapa de recursos da entidade, o qual mostra outras fontes de recursos à disposição no período em análise, conforme visto anteriormente Em relação ao total de recursos destinados para as duas áreas, 10,9% são alocados na área-meio, e 89,1% na área-fim Os gastos diretos da CBDU por área podem ser vistos na sequência: Figura 48 Gastos diretos com área-meio e área-fim da CBDU Fonte: CBDU. 54

55 Nota: 1 valores previstos Os recursos da Lei Agnelo/Piva representam 77,89% do montante total despendido na área-meio da CBDU, o que evidencia a importância da fonte para o custeio da entidade. Nos gastos da área-fim, a participação dos valores advindos da Lei Agnelo/Piva chega a 40,61%. A queda do montante empregado na área-fim em 2012 pode ser explicada, em parte, pela diminuição em quase R$ 1 milhão dos recursos da Lei Agnelo/Piva destinados naquele ano em comparação com o exercício anterior Analisando o total dos valores destinados para as duas áreas, observa-se que 12,2% são alocados na área-meio, enquanto 87,8% são aplicados na área-fim. 7 O Setor Clubístico 225. Neste capítulo serão apresentadas as informações relativas ao setor clubístico, apresentando suas especificidades e questões pertinentes ao seu financiamento, considerando a inclusão da Confederação Brasileira de Clubes como beneficiária dos recursos da Lei 9.615/1998, a partir de alterações pela Lei / Confederação Brasileira de Clubes 226. A Confederação Brasileira de Clubes (CBC) consiste em associação civil de natureza desportiva, social, cultural e representativa de direito privado, sem fins econômicos, integrada por clubes esportivos sociais (filiados), sindicatos e federações (vinculados) Conforme o seu estatuto, são objetivos sociais da CBC, entre outros: representar os clubes esportivos sociais, no planejamento das atividades do esporte de seu subsistema especifico; difundir e incentivar a prática de modalidades desportivas, no segmento clubístico; promover eventos nacionais ou regionais, com ações voltadas ao incentivo, à formação e à prática desportiva dos clubes esportivos sociais; amparar os interesses dos filiados e vinculados, bem como representá-los; e formar atletas olímpicos ou paralímpicos A CBC tem assento no Conselho Nacional do Esporte desde 2002, e passou a integrar o Sistema Nacional do Desporto, previsto na Lei 9.615/1998, por meio de sua alteração aprovada pela Lei / A partir dessa alteração legislativa, suas principais ações passaram a incluir o Programa Formação de Atletas Olímpicos e Paralímpicos que tem por finalidade o apoio à Formação de Atletas, destinado a atletas que disputam categorias inferiores à principal. Dessa forma, foi elaborado o Regulamento de Descentralização de Recursos da CBC - RDR, para possibilitar o repasse dos recursos da Lei 9.615/1998 aos clubes filiados, por meio de Editais de Chamamento Interno de Projetos, processo iniciado em maio de Acrescente-se a realização de Editais de Chamamento Externo de Projetos, para repasse de recursos à CBDE e à CBDU A Lei 9.615/1998 e o Decreto 7.984/2013 não dispõem sobre qual seria o papel da CBC no SND, exceto quanto ao fato de designarem que os recursos a ela repassados devem ser aplicados única e exclusivamente para a formação de atletas olímpicos e paralímpicos A CBC conta com a seguinte estrutura: 55

56 Figura 49 Organograma da CBC Fonte: CBC A CBC ocupa dois imóveis, um próprio e outro alugado, ambos localizados em Campinas/SP. Segundo informações da entidade, existem 44 pessoas no seu quadro de pessoal, e há plano de cargos e salários formalmente instituído, aprovado pela norma POLRH-001 Gestão de Cargos e Salários (peça 116) Registra-se que a Federação Nacional dos Clubes Esportivos (Fenaclubes), apesar de pessoa jurídica distinta da CBC, compartilha com esta toda a estrutura de sua sede. A entidade tem como finalidade, de acordo com o seu estatuto, o estudo, a coordenação, proteção e representação legal dos interesses sócio-econômicos da categoria integrada no Plano Sindical. Considerando que a legislação permite a utilização de recursos com despesas administrativas da CBC, mostra-se necessária a distinção das duas entidades, de forma que recursos da CBC não sejam aplicados na Fenaclubes. 7.2 Clubes 234. De acordo com o art. 29, 2º, da Lei 9.615/1998, é considerada formadora de atleta a entidade de prática desportiva que: I - forneça aos atletas programas de treinamento nas categorias de base e complementação educacional; e II - satisfaça cumulativamente os seguintes requisitos: a) estar o atleta em formação inscrito por ela na respectiva entidade regional de administração do desporto há, pelo menos, 1 (um) ano; b) comprovar que, efetivamente, o atleta em formação está inscrito em competições oficiais; 56

57 c) garantir assistência educacional, psicológica, médica e odontológica, assim como alimentação, transporte e convivência familiar; d) manter alojamento e instalações desportivas adequados, sobretudo em matéria de alimentação, higiene, segurança e salubridade; e) manter corpo de profissionais especializados em formação técnico-desportiva; f) ajustar o tempo destinado à efetiva atividade de formação do atleta, não superior a 4 (quatro) horas por dia, aos horários do currículo escolar ou de curso profissionalizante, além de propiciarlhe a matrícula escolar, com exigência de frequência e satisfatório aproveitamento; g) ser a formação do atleta gratuita e a expensas da entidade de prática desportiva; h) comprovar que participa anualmente de competições organizadas por entidade de administração do desporto em, pelo menos, 2 (duas) categorias da respectiva modalidade desportiva; e i) garantir que o período de seleção não coincida com os horários escolares Quanto à quantidade de clubes existentes no Brasil, e suas informações básicas, verificouse que a CBC ainda não possui diagnóstico da situação do setor clubístico. Não obstante, conhecido é o fato de que apenas uma pequena parte do universo de clubes é filiada à CBC e que, destes, uma parte ainda menor encontra-se apta a receber os recursos, em razão das exigências da Lei 9.615/1998. Como resultado, uma quantidade bastante reduzida de clubes é beneficiada com repasses da CBC Essas informações estão resumidas na figura a seguir: Figura 50 Situação dos clubes associados à CBC Fonte: CBC Destaca-se que os clubes encontram-se em situação peculiar, que pode influenciar no aproveitamento dos recursos destinados a este setor, uma vez que a formação de atletas de alto rendimento consiste em apenas uma parte das atividades dos clubes. Dessa forma, pode acontecer de 57

58 não ser interesse dos associados que mantêm o clube, que sejam realizados investimentos nessa atividade. 7.3 Planejamento das ações do setor clubístico 238. A CBC mencionou a Política Nacional do Esporte como a política pública direcionadora da aplicação dos seus recursos, a despeito da ausência de metas e indicadores, conforme já observado anteriormente no presente relatório O planejamento das ações da CBC encontra-se formalizado nos Planos de Ação Plurianual 2013 a 2016 e pelo Programa de Formação de Atletas Olímpicos e Paralímpicos, publicados no sítio eletrônico da entidade Considerando o início das atividades com os recursos da Lei 9.615/1998, para o ano de 2014 foi formalizado o planejamento anual no Plano de Descentralização de Recursos, tendo sido previstos 7 editais de chamamento: para a aquisição de equipamentos e materiais esportivos modalidades olímpicas e paralímpicas; para a participação em competições modalidades olímpicas e paralímpicas; para o desporto escolar e para o desporto universitário, incluindo realização das principais competições nacionais da CBDE e da CBDU. Segundo o gestor, os critérios para distribuição dos recursos foram definidos a partir das necessidades identificadas nos clubes filiados à CBC, somadas ao fato de que os recursos disponíveis para os editais de 2014 não têm previsão de se manter no mesmo patamar, dado o acúmulo de recursos no período em que se aguardava a regulamentação pelo ME. Dessa forma, a CBC ponderou ser mais apropriado investir na modernização da infraestrutura esportiva O gestor ainda informou a necessidade de um planejamento mais detalhado, a partir de um diagnóstico do setor clubístico a ser realizado no exercício de 2015, que permitirá definir com clareza a realidade do setor, suas demandas e potencialidades e a definição de metas e indicadores para o biênio Foram apresentadas as seguintes metas, em resposta à diligência: melhorar a infraestrutura esportiva para a formação de atletas dos clubes sociais esportivos; ampliar e qualificar a participação dos clubes sociais esportivos na formação de atletas olímpicos e paralímpicos na perspectiva do Sistema Nacional do Desporto; aprimorar os programas de formação de atletas e paratletas desenvolvidos pelos clubes sociais esportivos, ampliando o número de atletas beneficiados; estruturar um programa específico de apoio ao esporte escolar e universitário contribuindo de forma mais efetiva para o seu desenvolvimento; estimular os clubes sociais esportivos a ampliar sua atuação do paredesporto; desenvolver um programa nacional de capacitação de gestores voltada à atuação na formação de atletas nas modalidades olímpicas e paralímpicas e na aplicação de recursos públicos; criar uma Rede Nacional de Clubes Formadores, promovendo a troca de experiências já desenvolvidas na formação de atletas por meio de transferência de tecnologias sociais; instituir um Selo Nacional Clube formador nas modalidades olímpicas e paralímpicas como forma de valorização das iniciativas dos clubes sociais esportivos; fomentar os programas de atletas em formação valorizando a camisa dos clubes sociais esportivos de origem, resgatando os valores de pertencimento dos sócios pelos clubes tradicionais; realizar um Diagnóstico Nacional sobre a participação dos clubes sociais esportivos na formação de atletas e paratletas, desde a iniciação até a excelência esportiva, que permita a atualização permanente por meio da criação de um Sistema Informatizado Integrado. 58

59 243. Ademais, informou-se que se encontram em andamento discussões para construção de novo Plano Estratégico, e de Plano de Ação para o Biênio , em que serão definidos, entre outras coisas, os indicadores de desempenho Para a distribuição dos recursos, por meio dos Editais lançados, a CBC buscou estimular ações para o desporto paralímpico, com mais ações passíveis de financiamento e a redução do valor mínimo dos projetos. Merecem destaque, ainda: a previsão de certificações pelas confederações sobre os projetos apresentados pelos clubes para cada modalidade. 7.4 Contexto orçamentário 245. Neste tópico serão abordados o mapa de recursos da CBC, que mostra o quanto a entidade recebe de cada fonte de recurso, e a forma com que são aplicados, incluindo análise sobre gastos com área-meio e área-fim. I Mapa de recursos da CBC 246. No período , a CBC contou com os recursos a seguir dispostos: Figura 51 Mapa de recursos da CBC Fonte: CBC. Notas: 1 inclui recursos recebidos relacionados a direito de imagem, a direitos patrimoniais, a aluguéis, contribuições de associados, etc. 2 quaisquer recursos recebidos não incluídos nos itens anteriores, como patrocínios, recursos estaduais ou municipais, etc. 3 valores previstos A partir de 2012, a CBC passou a receber recursos da Lei Agnelo/Piva, porém só começou a utilizá-los em Como visto no gráfico, é grande a importância dos valores provenientes dessa fonte, que alcança 93% do total recebido pela entidade em todo o período. II Aplicação dos recursos 248. Com início em 2014, ano em que começou a utilizar os recursos da Lei Agnelo/Piva, a CBC colocou à disposição dos clubes, por meio dos editais de chamamento, determinado montante de recursos, condicionando sua liberação à apresentação de projetos pré-estabelecidos pela entidade A distribuição dos recursos entre as diversas categorias previstas nos editais pode ser vista no gráfico abaixo: 59

60 Figura 52 Recursos ofertados pela CBC, em R$ milhões Fonte: CBC. Nota: 1 valores previstos Do total ofertado no período, a maior parte vai para o esporte olímpico: 69%, dividido entre participação em eventos esportivos olímpicos 45,8% e aquisição e instalação de equipamentos desportivos olímpicos 13,9%. Para o esporte paralímpico, o montante total é de 23,2%, sendo 13,9% para participação em eventos esportivos paralímpicos e 9,3% para aquisição e instalação de equipamentos desportivos paralímpicos Quanto à destinação dos gastos diretos entre área-meio e área-fim, a CBC apresentou o seguinte quadro: Figura 53 Gastos diretos com área-meio e área-fim da CBC Fonte: CBC. Nota: 1 valores previstos. 60

61 252. Dos gastos totais na área-meio, 77,5% são oriundos da Lei Agnelo/Piva, o que evidencia, mais uma vez, a dependência da CBC com relação aos recursos recebidos dessa fonte. Na área-fim, essa porcentagem cai para 13,26% Em relação ao gasto total nas duas áreas, observa-se que a área-meio recebe maior destaque, com 71,6% alocado do montante total, contra 28,4% da área-fim. Conforme destacado pela CBC, o cálculo feito considera apenas os gastos diretos, o que exclui os repasses para os clubes, de modo que o valor total efetivamente destinado à área-fim é superior ao informado no presente tópico. 8 O Ministério do Esporte e o SND 254. No presente capítulo, serão apresentadas informações pertinentes ao Ministério do Esporte (ME), suas atribuições, suas competências, sua atuação, sua estrutura, seu planejamento e seus recursos. Ainda, será destacada a questão do contrato de desempenho, previsto na Lei 9.615/ Conforme apresentado anteriormente, o ME não se encontra incluído no SND, mas sim no Sistema Brasileiro do Desporto. No entanto, dada sua necessária interação com o SND, visto que consiste no grande condutor da política nacional de esporte, mostra-se pertinente que sejam trazidas informações a seu respeito neste levantamento. 8.1 Atribuições e competências e atuação do ME 256. O Decreto 7.784/2012, que aprova a estrutura regimental do Ministério do Esporte, dispõe, em seu art. 1º, que o órgão tem como áreas de competência: a política nacional de desenvolvimento da prática de esportes; o intercâmbio com organismos públicos e privados, nacionais, internacionais e estrangeiros, voltados à promoção do esporte; o estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às atividades esportivas; e o planejamento, a coordenação, a supervisão e a avalição dos planos e dos programas de incentivo ao esporte e às ações de democratização da prática desportiva e da inclusão social por meio do esporte Por sua vez, a Lei 9.615/1998 traz algumas atribuições específicas do ME. Segundo seu art. 5º, 3º, cabe ao ME a proposição do Plano Nacional do Desporto. De acordo com o art. 6º, 2º, deve o ME realizar repasses de recursos aos estados e ao Distrito Federal. Ademais, o ME deve garantir que seus recursos tenham a destinação conforme prescrita no art. 7º da Lei 9.615/1998, e em consonância com o Plano Nacional do Desporto, ainda que aplicadas por terceiros, como o caso dos recursos repassados às entidades do SND (art.5º) Conforme informações prestadas em resposta às diligências encaminhadas à Secretaria Executiva do Ministério do Esporte (SE/ME) e à Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (Snear), o papel do ME perante o Sistema Nacional do Desporto é: Estimular a realização de competições e eventos regulares, que contribuam para o desenvolvimento do esporte de rendimento; fomentar modelos de gestão e governança para a sustentabilidade e a utilização de legados do esporte de Alto Rendimento; estimular a produção e a utilização do conhecimento do esporte de alto rendimento; capacitar os diversos atores envolvidos no esporte de Alto Rendimento; fomentar o desenvolvimento da ciência e da tecnologia aplicada ao esporte de rendimento, em parceria preferencial com instituições federais de ensino e pesquisa; ampliar a base do esporte de rendimento no país, tendo como foco a escola; promover acordos de cooperação e intercâmbios internacionais para a troca de conhecimento e experiências Dessa forma, o objetivo institucional do ME consiste em construir uma Política Nacional de Esporte, trabalhando não só com o desenvolvimento do esporte de rendimento, mas também, com as ações de inclusão social por meio do esporte, a fim de garantir o acesso gratuito à prática esportiva, a qualidade de vida e o desenvolvimento humano. 61

62 260. De acordo com gestor, suas ações principais, no que tange ao esporte de rendimento, incluem: investimentos diretos para centros de treinamento, em mais de municípios; apoio direto ao atleta, por meio do Programa Bolsa Atleta, incluindo a Bolsa Pódio (inserida no Plano Brasil Medalhas 2016); apoio indireto, por meio de convênios com as confederações para contratação de técnicos, de equipes multidisciplinares, da viabilização de participação do atleta em treinamentos e/ou em competições esportivas e para aquisição de materiais e equipamentos esportivos; parceria com entes públicos, com confederações e com federações, para implementação dos Centros de Iniciação Esportiva (CIE); realização de estudos relacionados ao período pós-carreira dos atletas de rendimento e de esforços no sentido da viabilização de um curso, à distância, de tecnólogo em gestão esportiva; e manutenção da Rede Cenesp, formada por 14 Instituições de Ensino Superior, para o desenvolvimento da ciência do esporte Cabe detalhar algumas das iniciativas do ME, como o Plano Brasil Medalhas 2016, lançado em 2012, com o objetivo de contribuir para que o Brasil esteja entre os 10 primeiros países nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e entre os 5 primeiros países nos Jogos Paralímpicos. O Plano prevê investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões no período , sendo R$ 1,5 bilhão para o esporte de rendimento e R$ 1 bilhão para o plano de medalhas, propriamente dito. Deste R$ 1 bilhão, R$ ,00 seriam destinados ao apoio ao atleta e R$ ,00, a centros de treinamento. Na categoria de ação apoio ao atleta, inserem-se a Bolsa Pódio, a Bolsa Técnico, o custeio de equipe multidisciplinar, o apoio a treinamento no Brasil e no exterior, e a participação em competições No orçamento do Plano, inserem-se recursos de patrocínio das seguintes estatais federais: BB, Correios, BNB, BNDES, Petrobras, Caixa, Eletrobras e Infraero. Trata-se de iniciativa singular de direcionamento dos patrocínios das estatais, visto que comumente esses recursos são aplicados de acordo com decisão tomada pelas próprias patrocinadoras Dessa forma, o Plano Brasil Medalhas prevê a gestão integrada de recursos, entre o ME, as confederações, o COB, o CPB e as estatais, sem que, no entanto, seja apresentado maior detalhamento dos processos de governança envolvidos. Ademais, é previsto o apoio ao aprimoramento da gestão das confederações, também, sem maior detalhamento no referido documento Acerca dos Centros de Iniciação Esportiva (CIEs) fazem parte da Rede Nacional de Treinamento, prevista na Lei /2011, e têm como objetivo, conforme exposto no sítio eletrônico do ME, ampliar a oferta de infraestrutura de equipamento público esportivo qualificado, incentivando a iniciação esportiva em territórios de vulnerabilidade social das grandes cidades brasileiras Sobre a Rede Cenesp, cumpre informar que essa rede compõe-se de centros de desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica na área do esporte, com objetivo de detectar selecionar e desenvolver talentos esportivos. Conforme informações prestadas em resposta à diligência, a Snear está reformulando o papel da Rede Cenesp em relação ao esporte de alto rendimento, vez que a prática na colaboração entre a academia e o esporte carece de um modelo mais funcional, pois os interesses têm sido conflitantes em função da finalidade de cada ente, do tempo e da forma de resposta e da disponibilidade de ambos para que esta área tenha mais aplicabilidade para o resultado esportivo Sobre essa necessidade de reformulação da interação entre a academia e o esporte, registra-se convênio realizado pelo ME com a Universidade Federal de Santa Maria, para o desenvolvimento do Centro de Pesquisa em Ambiente Simulado, para possibilitar a simulação de ambientes que os atletas encontrarão nas competições, no que se refere, por exemplo, às condições climáticas A atuação da Snear, no planejamento e na estruturação de ações de apoio ao esporte de alto rendimento no país, foi tratada com maior detalhamento no âmbito do TC /2014-5, 62

63 monitoramento do Acordão 357/2011-TCU-Plenário, contemplando os CIEs, a Rede Cenesp, o Bolsa Atleta, e as ações voltadas ao período pós-carreira dos atletas No que diz respeito às ações visando a integração da atuação das diferentes Secretarias Finalísticas do ME, cita-se o Programa Atleta na Escola, parceria com os Ministérios da Educação e da Defesa, articulado com a Snear e a Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), para, segundo o gestor, incentivar a prática esportiva nas escolas, democratizar o acesso ao esporte, desenvolver e difundir valores olímpicos e paralímpicos entre estudantes de educação básica, estimular a formação do atleta escolar e identificar e orientar jovens talentos Ademais, citam-se o Programa Segundo Tempo (que objetiva democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte por crianças, adolescentes e jovens) e o Programa Esporte e Lazer da Cidade (que objetiva proporcionar a prática de atividades físicas, culturais e de lazer que envolvem todas as faixas etárias e as pessoas portadoras de deficiência), realizados, de acordo com o gestor, de forma articulada entre a Snear e a Snelis, com a previsão de utilização dos espaços dos CIEs Registra-se, no entanto, que foi observado baixo grau de interação, com a predominância de ações desarticuladas, entre as secretarias finalísticas do ME, considerando as diligências e as diversas visitas realizadas ao órgão, corroboradas pela ausência de um planejamento estratégico do ME, documento que seria capaz de dar direcionamento convergente para as partes que o compõem Ainda, o baixo grau de interação entre as secretarias do ME reflete-se na ausência de fluxo formal de procedimentos de controles cruzados sobre as diversas formas de repasse de recursos, com o objetivo de coibir o aporte de recursos em duplicidade para um mesmo objeto. 8.2 Os Contratos de Desempenho 272. Para fins de cumprimento da obrigação de garantir a aplicação dos seus recursos em consonância com o Plano Nacional do Desporto, ainda que aplicados por terceiros, a Lei 9.615/1998, a partir de alterações promovidas pela Lei /2011, prevê o instrumento do contrato de desempenho (art. 56-A), obrigatório para o COB, o CPB e as entidades nacionais de administração do desporto, e facultativo para outras entidades. 63

64 Figura 54 Explicação sobre o contrato de desempenho Fonte: Lei 9.615/ O contrato de desempenho, firmado com o ME, constitui condição para o recebimento dos recursos públicos federais por entidades do SND, com cláusulas essenciais, conforme art. 56-A, 2º, incisos I a VI: I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela entidade; II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e dos respectivos prazos de execução ou cronograma; III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado; IV - a que estabelece as obrigações da entidade, entre as quais a de apresentar ao Ministério do Esporte, ao término de cada exercício, relatório sobre a execução do seu objeto, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente realizados; V - a que estabelece a obrigatoriedade de apresentação de regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do poder público, observados os princípios estabelecidos no inciso I do art. 56-B desta Lei; e VI - a de publicação no Diário Oficial da União de seu extrato e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da documentação obrigatória referida no inciso V, sob pena de não liberação dos recursos nele previstos A assinatura e a execução do contrato de desempenho devem seguir o seguinte fluxo: 64

65 Figura 55 Fluxo de assinatura e execução do contrato de desempenho Fonte: Lei 9.615/ O contrato de desempenho deve ser acompanhado de plano estratégico de aplicação de recursos (Pear), considerando o ciclo olímpico ou paralímpico de quatro anos, devendo conter a estratégia de base, as diretrizes, os objetivos, os indicadores e as metas a serem atingidas Ademais, para a assinatura do contrato de desempenho, exige-se das entidades que seus estatutos contenham disposições expressas sobre: a observância dos princípios da administração pública; a adoção de práticas de gestão com a finalidade de coibir a obtenção indevida de vantagens; a constituição de conselho fiscal; e os requisitos mínimos da prestação de contas da entidade A verificação do cumprimento dos termos do contrato de desempenho pode ser feita por comissão técnica designada pelo ME, com emissão de parecer sobre os resultados alcançados, em subsídio aos processos de fiscalização e prestação de contas sob responsabilidade do ME, perante os órgãos de controle interno e externo do Poder Executivo A despeito de o contrato de desempenho ser condição para o recebimento dos recursos da Lei 9.615/1998, no momento, ainda não há ajustes firmados pelo ME, conforme apurado por meio das diligências realizadas, em razão da inexistência de PND, plano ao qual devem se vincular. Tampouco, há prazo definido pelo ME para a conclusão do processo de elaboração do PND e de assinatura dos contratos Como resultado, constata-se prejuízo ao acompanhamento e ao controle da aplicação dos recursos repassados em razão da Lei 9.615/1998, assim como à transparência, visto que os contratos devem ficar no sítio eletrônico do ME, à disposição para qualquer cidadão. 65

66 8.3 Planejamento 280. De acordo com as respostas apresentadas às diligências, assim como os documentos analisados e as visitas realizadas, constata-se a ausência de plano estratégico do Ministério do Esporte, assim como não existe o Plano Nacional do Desporto. Questionado acerca do planejamento do órgão, foi informado pelo gestor que as diretrizes para a aplicação de recursos pelo ME encontram-se no Plano Plurianual (PPA ), e nas respectivas leis orçamentárias anuais O gestor complementou que se encontra em fase de conclusão o Diagnóstico Nacional do Esporte, que contempla quatro variáveis investigativas: perfil dos praticantes e dos não praticantes; legislação do esporte no Brasil; fontes de financiamentos públicos e privados; e a infraestrutura atual em esporte no Brasil de acesso público. A partir desse diagnóstico o ME pretende iniciar o desenvolvimento de sistema informatizado com o objetivo de abrigar os dados e gerar políticas nacionais para o esporte A ausência de planejamento estratégico do órgão, além de representar risco de ineficiência administrativa, resulta na ausência de indicadores de desempenho. Enquanto autoridade máxima do esporte brasileiro, responsável pela proposição do Plano Nacional do Desporto, deveria o ME ser o indutor de todas as ações voltadas ao desporto, pelos mais diversos atores. Não obstante, o órgão não demonstrou ter envidado esforços suficientes para propor seu planejamento estratégico institucional, evidenciando grave fragilidade na sua capacidade de gestão Em suas respostas à diligência, o gestor informou que o ME encontra-se em processo de reposicionamento estratégico, diante dos grandes eventos esportivos sediados no País, a partir de estudo realizado, por meio de contrato com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos CGEE (Contrato 47/2012), que contribuiria com análises prospectivas, para fortalecer a política nacional do esporte, bem como orientar as ações do ME O gestor informou, ainda, que o referido estudo contempla os seguintes pontos: levantamento e análise situacional do ME; estudo da relação de CT&I com os esportes de alto rendimento; realização de Workshops sobre oportunidades para ciência e tecnologia ligadas aos grandes eventos esportivos; legados dos Grandes Eventos Esportivos; e desenho e detalhamento de sistema de indicadores que garantam o monitoramento das políticas públicas vinculadas ao Plano Nacional do Esporte, implantação e operação do mesmo Não obstante o ajuste date de 2012, até o momento, não foram apresentados resultados do estudo, tampouco o plano estratégico do órgão Por outro lado, a Snear possui seu próprio planejamento estratégico, ainda que não possua um diagnóstico completo do esporte de rendimento no Brasil, incluindo a situação das entidades do SND em termos de recursos geridos, de estrutura, de quantidade de atletas. Conforme resposta à diligência, foi informado que se encontra em andamento trabalho conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para a coleta e a sistematização dessas informações, em oito dimensões para todas as modalidades olímpicas e paralímpicas no Brasil, quais sejam: legislação, financiamento, suporte ao atleta, instalações, equipamentos e materiais esportivos, descoberta de talentos, ciência e tecnologia A Snear ratificou a ausência de indicadores de desempenho e apresentou como justificativa a dificuldade de delimitar a governabilidade das intervenções do ME no esporte de rendimento. 66

67 288. Quanto à priorização de recursos pelo ME, a SE/ME informou que encontra-se apoiada em três aspectos: a) grandes eventos e seus legados vinculados ao projeto nacional de desenvolvimento; b) alto rendimento, para alçar o Brasil à condição de potência esportiva; e c) ampliação, democratização do acesso ao esporte, em todas as suas dimensões No que se refere à priorização de recursos pela Snear, o gestor informou ser definida com a Casa Civil da Presidência da República, sendo atualmente priorizados o Plano Brasil Medalhas 2016 e as Obras Olímpicas. Por sua vez, o Plano Brasil Medalhas possui foco nas modalidades com maior probabilidade de conquista de medalhas. Não obstante, não foram encontrados os critérios norteadores dessa decisão. 8.4 Estrutura 290. O ME conta em sua estrutura com as seguintes unidades: Figura 56 Organograma do ME Fonte: Acesso em: 16/4/ O órgão informou contar, em 2014, com 404 servidores no total, sendo 86 efetivos (21,3% do total), 234 comissionados (57,9% do total) e 103 de outras categorias (20,8% do total). A tabela 11 apresenta a distribuição desses servidores pelas unidades do ME: Tabela 9 Força de trabalho do ME em

68 Unidade Servidores Efetivos Comissionados Outros GABINETE DO MINISTRO ASSESSORIA ESPECIAL DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS OUVIDORIA COORDENAÇÃO-GERAL DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO SECRETARIA EXECUTIVA ASSESSORIA EXTTRAORDINÁRIA DE COORDENAÇÃO DOS GRANDES EVENTOS ESPORTIVOS DGI - DEPARTAMENTO DE GESTÃO INTERNA DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ESTRATÉGICA DEPARTAMENTO DE INCENTIVO E FOMENTO AO ESPORTE REPRESENTAÇÃO ESTADUAL NO RIO DE JANEIRO REPRESENTAÇÃO ESTADUAL EM SÃO PAULO CONSULTORIA JURIDICA AUTORIDADE BRASILEIRA DE CONTROLE DE DOPAGEM SECRETARIA NACIO NAL DE ESPORTE, EDUCAÇÃO, LAZER E INCLUSÃO SOCIAL SECRETARIA NACIO NAL DE FUTEBOL E DEFESA DOS DIREITOS DO TORCEDOR SECRETARIA NACIO NAL DE ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO Fonte: SE/ME. Total por coluna Total geral Observa-se que o tamanho do quadro de pessoal do órgão é reduzido, o que, em parte, explica o fato de o ME não ter a capacidade de cumprir todas as competências a ele atribuídas Outra situação que merece destaque é o fato de existirem unidades do ME que não contam com nenhum servidor efetivo, o que pode resultar em fragilidades na gestão. O percentual desses servidores em relação ao total pode ser considerado baixo, sendo de apenas 21,3%. 8.5 Contexto orçamentário 294. Neste tópico serão abordados os recursos orçamentários do ME para o esporte de rendimento, bem como os recursos da Lei de Incentivo ao Esporte que foram aprovados e captados pelas entidades, além da aplicação dos recursos mencionados. I Recursos orçamentários do ME para o esporte de rendimento 295. Consta no PPA o programa 2035 Esporte e Grandes Eventos Esportivos, que contém os seguintes objetivos: i) Ampliar e qualificar o acesso da população ao esporte e ao lazer, por meio de articulações intersetoriais, promovendo a cidadania, a inclusão social e a qualidade de vida. ii) Elevar o Brasil à condição de potência esportiva mundialmente reconhecida, com apoio à preparação de atletas, equipes e profissionais, da base a excelência esportiva, com estímulo à 68

69 pesquisa e inovação tecnológica, qualificação da gestão, melhoria e articulação das estruturas, com segurança e conforto nos espetáculos, fomentando a dimensão econômica. iii) Coordenar, monitorar e fomentar os esforços governamentais de preparação e realização da Copa do Mundo FIFA 2014 e eventos a ela relacionados. iv) Coordenar e integrar a atuação governamental na preparação, promoção e realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, considerando a geração e ampliação do legado esportivo, social e urbano, bem como implantar a infraestrutura esportiva necessária A partir desses objetivos, foram traçadas metas e definidas diversas iniciativas para alcançá-los. Em relação ao esporte de rendimento, o ME executa diferentes ações orçamentárias, destinadas, em especial, a dar suporte a atletas e melhorar a infraestrutura esportiva. No período , as ações orçamentárias que concentraram a maior parte dos recursos voltados ao esporte de rendimento foram: Tabela 10 Ações orçamentárias destinadas ao esporte de alto rendimento Apoio financeiro a atletas Rede nacional de treinamento, preparação de atletas e qualificação da gestão Jogos Olímpicos e Paralímpicos Código/descrição da ação 09HW Concessão de bolsa a atletas 1055 Implantação e Modernização de Centros Científicos e Tecnológicos para o Esporte 20JN Preparação de Atletas 20YA Preparação de Atletas e Capacitação de Recursos Humanos para o Esporte de Alto Rendimento 2358 Funcionamento de Núcleos de Categorias de Base do Esporte de Alto Rendimento 2456 Capacitação de Recursos Humanos para o Esporte de Alto Rendimento 8003 Detecção e Avaliação de Atletas de Alto Rendimento 8766/14TP Implantação e Modernização de Infraestrutura para o Esporte de Alto Rendimento 14TR Implantação dos Centros de Iniciação ao Esporte 128X/14TQ/20SL Implantação de Infraestrutura para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 Fonte: TC /2014-5, peça 31, p. 53. Obs.: não inclui as ações relacionadas à Copa do Mundo Fifa A destinação dos recursos das ações apresentadas acima será analisada em tópico específico mais adiante. II Recursos da Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte 298. Sobre a Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), a Snear informou que, considerando o calendário esportivo, o fato do patrocínio/doação ser facultado aos investidores, as particularidades 69

70 de cada entidade proponente, além da previsão de extinção da lei em 2015, não é viável a prospecção de valores aprovados ou captados em 2015 e Dos recursos totais da LIE aprovados para todas as manifestações esportivas no período (R$ 3,38 bilhões), 67% foram destinados ao esporte de rendimento (R$ 2,28 bilhões), evidenciando a sua priorização. Esses valores ano a ano podem ser visualizados no gráfico abaixo, que mostra o montante total aprovado e captado: Figura 57 Recursos aprovados e captados via Lei de Incentivo ao Esporte Fonte: Snear Do gráfico acima é possível perceber que a captação de recursos é baixa e os valores absolutos se mantiveram estáveis ao longo do período, com exceção de A média de captação de recursos, em relação à quantidade colocada à disposição aprovada, ficou em 28,8% para os anos analisados Em relação ao total de recursos aprovados (R$ 2,28 bilhões), verificou-se que 12,45% se referiam a projetos de confederações olímpicas e paralímpicas, incluindo COB e CPB (R$ 283,5 milhões). As confederações que mais captaram recursos via LIE foram: Figura 58 Entidades que mais captaram recursos da LIE no período

71 Fonte: Snear Constata-se alta concentração dos recursos captados da LIE nas cinco entidades mais beneficiadas, que, juntas, obtiveram 75% do montante total captado no período III Aplicação dos recursos 303. No período analisado, o ME destinou os seguintes recursos para o esporte de rendimento, agrupados por instrumento utilizado: Figura 59 Valores liquidados e a liquidar no esporte de rendimento pelo ME, período Fonte: Snear. Nota: 1 valores previstos Observa-se expressivo aumento de recursos no período em análise, tendo os valores saltado de R$ 129,67 milhões em 2010 para R$ 1,7 bilhão em 2014, o que representa aumento de 1230%, puxado pela elevação do montante referente aos contratos de repasse e aos termos de execução descentralizada No biênio , sobressai o aumento da despesa empenhada em ações relacionadas à implantação de infraestrutura esportiva, resultado, basicamente, do desenvolvimento de projetos relacionados à realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Em relação aos recursos repassados pelo ME por meio de transferências voluntárias para COB, CPB e suas respectivas confederações, verifica-se a seguinte destinação por entidade: Tabela 11 Destinação dos recursos do ME firmados por meio de transferências voluntárias Total no período COMITE PARAOLIMPICO BRASILEIRO R$ ,11 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE VO LEIBOL R$ ,91 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BASKETBALL R$ ,59 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE JUDO R$ ,50 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE HANDEBO L R$ ,40 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TENIS DE MESA R$ ,54 71

72 COMITE O LIMPICO BRASILEIRO R$ ,05 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE PENTATLO MODERNO R$ ,43 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE LUTAS ASSOCIADAS R$ ,29 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE ATLETISMO R$ ,00 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE RUGBY R$ ,26 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE DESPORTOS AQUATICOS R$ ,88 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE GINASTICA R$ ,08 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE HIPISMO R$ ,09 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TIRO ESPORTIVO R$ ,26 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE CICLISMO R$ ,76 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE HOQUEI SOBRE A GRAMA E INDOOR R$ ,03 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BADMINTON R$ ,96 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE GO LFE R$ ,00 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TAEKWONDO R$ ,00 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE DESPORTOS NA NEVE R$ ,61 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TIRO COM ARCO R$ ,02 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE ESGRIMA R$ ,42 CONFEDERACAO BRASILEIRA DO DESPORTO ESCOLAR R$ ,72 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE CANOAGEM R$ ,84 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE TENIS R$ ,06 ENTIDADES PARALÍMPICAS (ASSOCIACAO BRASILEIRA DE VO LEIBOL PARAOLIMPICO) R$ ,00 CONFEDERACAO BRASILEIRA DE BOXE R$ ,07 OUTRAS ENTIDADES R$ ,09 Fonte: Snear A tabela acima mostra maior concentração de valores transferidos nas cinco primeiras entidades, que foram beneficiadas com 54,1% do montante total apurado no período em análise. Excluindo os valores informados para Outras entidades, verifica-se que o desporto olímpico foi destinatário de 81% dos recursos, enquanto o paralímpico ficou com 19% Conforme mencionado anteriormente, o Bolsa-Atleta não será objeto de maior aprofundamento no presente trabalho, tendo em vista que o tema foi detalhado no TC /2014-5, que trata de monitoramento do Acórdão 357/2011-TCU-Plenário, referente à auditoria operacional no Esporte de Alto Rendimento No entanto, por se tratar de gasto do ME materialmente relevante, e constituir-se em política importante do órgão no apoio ao esporte de rendimento, vale destacar a execução orçamentária e financeira da ação correspondente ao referido programa no período , retirada do mencionado TC /2014-5: 72

73 Código / descrição da ação 09HW Concessão de bolsa a atletas Tabela 12 Despesas do ME com o Bolsa-Atleta no período Despesa Autorizada R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 Empenhada R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 Paga R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 Total pago no período 1 R$ ,00 Fonte: TC /2014-5, peça 31, p. 53. Nota: 1 inclui Restos a Pagar pagos no período em análise 310. Novamente percebe-se a tendência de aumento dos gastos no biênio , motivada pelo apoio aos atletas na preparação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio O total pago no ano de 2014 representa acréscimo de aproximadamente 303% na comparação com Sobre os recursos relacionados ao art. 6, II, e art. 56, VII, da Lei 9.615/98, o ME informou os desembolsos a seguir: Tabela 13 Recursos relacionados à Lei 9.615/98 despendidos pela Snear Total no período Transferências a estados e DF R$ ,31 Transferências a clubes sociais (CBC) R$ ,23 Fonte: Snear. 9 A Comissão Desportiva Militar do Brasil e o SND Total R$ , No presente capítulo, serão apresentadas informações pertinentes à Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB), suas principais ações, seu planejamento, suas estruturas e seus recursos A CDMB não se encontra incluída nem no Sistema Nacional do Desporto, nem no Sistema Brasileiro do Desporto e não é mencionada na Lei 9.615/1998. Não obstante, dada sua contribuição para o esporte de rendimento do País, mostra-se pertinente que sejam trazidas informações a seu respeito no presente levantamento. 9.1 A CDMB 314. A Comissão Desportiva Militar do Brasil, foi criada com a edição do Decreto /1956, inicialmente sob a denominação de Comissão Desportiva das Forças Armadas, com as finalidades: de organizar e dirigir as competições desportivas entre as Forças Armadas; de constituir as representações esportivas nacionais em competições esportivas militares internacionais; e de opinar pelas Forças Armadas em congressos desportivos nacionais e internacionais. A comissão integra o CNE, sem, no entanto, ter direito a voto As principais ações desenvolvidas pela CDMB incluem: apoio aos atletas de alto rendimento das Forças Armadas exercendo suas atribuições de supervisão e coordenação do Desporto Militar, como articulador junto aos órgãos responsáveis pelo provisionamento dos recursos financeiros orçamentários com a finalidade de descentralizar tais recursos para aplicação em apoio aos atletas por meio das Comissões de Desportos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; benefícios de melhoramentos nas instalações esportivas e aquisição de materiais esportivos; condução de eventos, como simpósios e conferências; e interação e colaboração com os centros de excelência do esporte militar nacional: Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes CEFAN, Centro de Capacitação Física do Exército CCFEx, Universidade da Força Aérea UNIFA, e com o Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército IPCFEX, organizações responsáveis pelo 73

74 desenvolvimento e aplicação dos conhecimentos técnicos e científicos envolvendo o segmento esportivo Os resultados obtidos pelas delegações brasileiras nas quatro primeiras edições dos Jogos Mundiais Militares (1995, 1999, 2003, 2007), conjugados com o fato de que o Brasil sediaria a 5ª edição do evento (2011), ensejaram a criação do Programa de Atletas de Alto Rendimento nas Forças Armadas, implementado, inicialmente pela Marinha do Brasil e pelo Exército Brasileiro, seguidos pela Aeronáutica, que lançou em 2014 seu primeiro edital para contratação de atletas O Programa foi criado em 2009 com o propósito de fortalecer a posição do país no cenário do Desporto Militar Internacional, e é executado a partir de parceria entre o Ministério da Defesa e o Ministério do Esporte, por meio de Termos de Execução Descentralizada. 9.2 Planejamento 318. O planejamento da CDMB encontra-se formalizado na Instrução Normativa 8/SEPESD/SG-MD, de 19/9/2013, que aprova as diretrizes para os trabalhos do DDM no período de 2014 a 2016, incluindo a priorização das modalidades dos esportes olímpicos, dos esportes militares, das modalidades das equipes femininas e dos campeonatos Entre suas diretrizes, encontra-se aumentar a presença de militares na delegação brasileira dos Jogos Olímpicos Rio Nas Olimpíadas de Londres, de 17 medalhas, 5 foram conquistadas por atletas militares, que enviaram, no total, 54 atletas. A meta da CDMB para os Jogos Olímpicos de 2016 é contribuir com 109 atletas e 17 medalhas, com vistas a atingir o objetivo do COB, que é colocar o Brasil entre os 10 melhores colocados no quadro geral de medalhas. Registrase, no entanto, que não foi informada como se dá a interação do CDMB com o COB para o atingimento desse objetivo em comum O planejamento contempla o Programa/Calendário Anual Desportivo Militar das Forças Armadas, com a previsão da participação das equipes nos campeonatos mundiais e regionais do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM), e nos campeonatos nacionais Em resposta à diligência, o gestor informou que para a distribuição de recursos e a priorização é realizada análise, para cada modalidade, dos resultados alcançados por atleta, levando em consideração: os rankings internacionais e nacionais; os resultados em competições do Comitê Olímpico Internacional (COI) e do CISM; a participação destes atletas no Time Brasil, na Bolsa Pódio, na Bolsa Atleta; e os índices técnicos em determinadas modalidades. 9.3 Estrutura 322. A CDMB encontra-se na estrutura do Ministério da Defesa, integrando a Secretaria de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto (SEPESD), e subordinada ao Departamento de Desporto Militar (DDM), cujo diretor é o presidente da comissão No total, integram os quadros das Forças Armadas 570 atletas de alto rendimento, distribuídos entre as diversas modalidades olímpicas. 9.4 Contexto orçamentário 324. Neste tópico serão abordados aspectos orçamentários do Projeto Atletas de Alto Rendimento, e como a CDMB aplica os recursos de que dispõe, incluindo análise sobre gastos com área-meio e área-fim da entidade. I Total de recursos para o Projeto Atletas de Alto Rendimento 325. Questionada sobre os recursos destinados ao Projeto Atletas de Alto Rendimento, seja por parte do Ministério da Defesa como do Ministério do Esporte, a CDMB informou os valores a seguir: Tabela 14 Recursos para o Projeto Atletas de Alto Rendimento no período

75 Ministério da Defesa Ministério do Esporte 2010 R$ ,66 R$ , R$ ,57 R$ , R$ ,00 R$ , R$ ,56 R$ , R$ ,00 R$ , R$ ,69 R$ , R$ ,00 R$ ,00 Fonte: CDMB. Nota: 1 valores previstos Registra-se que, por ocasião da realização dos 5º Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro, foram criadas dentro do Programa Brasil no Esporte de Alto Rendimento Brasil Campeão as seguintes ações: 327. i) 11ZO Construção de Vila Olímpica para os V Jogos Mundiais Militares 328. ii) 11ZP Construção e Adequação das Instalações Esportivas dos V Jogos Mundiais Militares 329. iii) 11ZQ Implantação da Infraestrutura Tecnológica de Comunicações para os V Jogos Mundiais Militares 330. iv) 20CH Preparação das Equipes Brasileiras dos V Jogos Mundiais Militares 331. v) 20CI Segurança para os V Jogos Mundiais Militares 332. vi) 2272 Gestão e Administração do Programa 333. Como resultado, os valores apurados no presente levantamento para os exercícios de 2010 e 2011 contemplam acréscimo de recursos em razão da realização do evento Atualmente, as ações orçamentárias apoiadoras do desporto militar são: 2000 e 20IG, pelo MD; e ação 20D8 pelo ME. II Aplicação dos recursos 335. No período abrangido pelo trabalho, a CDMB destinou seus recursos da seguinte maneira: 75

76 Figura 60 Aplicação dos recursos da CDMB no período Fonte: CDMB. Notas: 1 inclui participação e organização de eventos esportivos militares. 2 valores previstos O maior gasto da CDMB é com salários de atletas e treinadores, que representam 58,8% do total informado para o período, seguido por instalações desportivas, com 31,8%. O alto volume de recursos gastos com essa finalidade em 2010 pode ser explicado, em parte, pela realização dos V Jogos Mundiais Militares, que ocorreu no Rio de Janeiro em Registra-se, também, que o forte crescimento dos valores no período pode estar relacionado com a preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016, em que a CDMB pretende dobrar a participação de atletas militares na competição em comparação com Londres 2012, conforme relatado anteriormente As modalidades esportivas destinatárias de recursos do Ministério da Defesa no período são: Tabela 15 Recursos do MD para modalidades esportivas Modalidade Total 1º Futebol R$ ,99 R$ ,80 R$ ,79 2º Atletismo R$ ,11 R$ ,30 R$ ,41 3º Judô R$ ,01 R$ ,45 R$ ,46 4º Handebol R$ 0,00 R$ ,00 R$ ,00 5º Boxe R$ ,64 R$ ,26 R$ ,90 6º Taekwondo R$ ,24 R$ ,16 R$ ,40 7º Vela R$ ,12 R$ ,75 R$ ,87 8º Basketball R$ ,19 R$ ,07 R$ ,26 9º Triathlon R$ ,91 R$ ,60 R$ ,51 10º Ciclismo R$ 0,00 R$ ,58 R$ ,58 11º Lutas Associadas R$ ,65 R$ ,82 R$ ,47 12º Voleibol R$ ,22 R$ ,94 R$ ,16 13º Tiro Esportivo R$ ,22 R$ ,70 R$ ,92 14º Pentatlo Moderno R$ ,33 R$ ,13 R$ ,46 76

77 15º Levantamento de Peso R$ ,39 R$ ,52 R$ ,91 16º Badminton R$ 0,00 R$ ,44 R$ ,44 17º Remo R$ 0,00 R$ ,21 R$ ,21 18º Esportes aquáticos R$ 0,00 R$ ,80 R$ ,80 19º Esgrima R$ ,72 R$ ,48 R$ ,20 20º Golfe R$ 0,00 R$ ,62 R$ ,62 21º Tênis R$ 0,00 R$ ,44 R$ ,44 22º Tiro com Arco R$ 0,00 R$ ,44 R$ ,44 23º Hipismo R$ ,53 R$ 7.908,17 R$ ,70 Valor total R$ ,95 Fonte: CDMB. Nota: 1 valores previstos para 2015 e A IN /SEPESD/MD define, em seu Anexo I, 16 modalidades prioritárias para atuação da CDMB. As cinco primeiras são: 1º) Natação; 2º) Atletismo; 3º) Judô; 4º) Voleibol; e 5º) Boxe. Considerando que a referida IN foi editada em 2013, e considerando também apenas os valores de da tabela acima, percebe-se que, em termos de destinação de recursos, não há compatibilidade total entre o quadro mostrado acima e aquele apresentado na norma, pois a modalidade Futebol aparece apenas na 14º posição, enquanto Handebol sequer é listada como prioridade. 10 Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Investimentos no SND e riscos percebidos 340. No presente capítulo serão abordados dois aspectos que tangenciam o fato de o País estar em processo de organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio Em primeiro lugar, será analisada a evolução de recursos disponíveis ao esporte de rendimento no período 2010 a 2016, para avaliar possíveis impactos no montante de recursos e na sua composição Outro aspecto abordado será a questão dos principais riscos e desafios, conforme percepção das principais entidades diligenciadas, tanto para o alcance dos objetivos para os Jogos, quanto para o período que sucede a realização do evento Investimentos no SND período 2010 a A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida em 2009 para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Considerando este fato, apresenta-se o montante de recursos aportado ou a ser aportado no SND no período , que abrange dois ciclos olímpicos: Figura 61 Taxa de crescimento dos recursos disponíveis para o subsistema do SND Fonte: COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas/paralímpicas e empresas estatais federais. Nota: 1 valores previstos. 77

78 343. A tabela 18 detalha as fontes de recursos que foram aportados no SND, no período : Tabela 16 Recursos aportados no SND período Valores em R$ milhões Recursos públicos fed erais R$ 198,29 R$ 240,72 R$ 336,48 R$ 378,15 R$ 404,02 R$ 494,08 R$ 487,03 Recursos públicos estaduais R$ 6,13 R$ 18,72 R$ 20,52 R$ 28,37 R$ 14,58 R$ 13,62 R$ 6,19 Recursos públicos municipais R$ 5,93 R$ 8,22 R$ 4,59 R$ 2,70 R$ 3,16 R$ 2,65 R$ 2,66 Patrocínios de estatais (fed., est., e mun.) R$ 103,29 R$ 103,65 R$ 125,47 R$ 153,17 R$ 156,27 R$ 139,76 R$ 130,66 Outros (inclui recursos próprios e privados) R$ 23,94 R$ 35,81 R$ 50,05 R$ 33,70 R$ 82,56 R$ 70,13 R$ 73,26 Patrocínios de empresa s privadas R$ 11,66 R$ 19,86 R$ 29,00 R$ 28,33 R$ 36,46 R$ 24,13 R$ 24,19 TOTAL R$ 349,25 R$ 426,97 R$ 566,11 R$ 624,43 R$ 697,05 R$ 744,38 R$ 723,99 TOTAL NO PERÍODO R$ 4.132,18 Fonte: COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas/paralímpicas e empresas estatais federais. Nota: 1 valores previstos De maneira geral, a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 veio acompanhada de elevação expressiva dos gastos no período analisado, motivado pelo investimento necessário em infraestrutura esportiva e no apoio a atletas. No entanto, o maior ônus recaiu sobre o governo federal, cujos recursos respondem por 87% do montante total referente a todo o período Outro fato importante a ser observado é que a realização dos megaeventos esportivos ainda não foi capaz de trazer mais recursos e patrocínios privados ao SND, suficientes para minimizar a dependência dos recursos públicos Os recursos de patrocínio das estatais apresentaram evolução de 51,3% no período 2010 a 2014, enquanto os patrocínios privados tiveram acréscimo de 212%. No entanto, esse acréscimo não representou aumento relevante na participação relativa dessa fonte, conforme pode ser observado na figura 62: Figura 62 Participação relativa das fontes de recursos disponíveis para o subsistema do SND Fonte: COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas/paralímpicas e empresas estatais federais. Nota: 1 valores previstos Principais riscos e desafios na percepção das principais entidades 346. Considerando a proximidade dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, foi questionado ao ME, ao COB, ao CPB, à CBC, à CBDE, à CBDU e à CDMB, quais seriam os riscos e 78

79 desafios, na percepção de cada órgão/entidade, tanto para o alcance das metas propostas nos Jogos, quanto para o período pós De modo geral, riscos inerentes à disponibilização de recursos foram os mais comentados nas respostas à diligência, contemplando tanto o montante de recursos quanto seu fluxo de liberação. Conforme expôs a CBDU, por exemplo, vislumbra-se a diminuição nos recursos de patrocínios. Ainda no que tange aos recursos, o ME trouxe observação acerca do encerramento do prazo de vigência da Lei de Incentivo ao Esporte, ao final do ano de O CPB destacou a impossibilidade de planejamento de longo prazo com o detalhamento adequado e o risco de dificuldades de manutenção do nível de atendimento às modalidades paralímpicas. A CDMB enfatizou que mesmo no atual momento, anterior aos Jogos de 2016, são comuns os atrasos no repasse de recursos, bem como os contingenciamentos orçamentários, que representam os principais óbices aos objetivos traçados Outro ponto abordado por diversos respondentes foi a questão dos reduzidos investimentos no desporto educacional (escolar e universitário) e a falta de interação entre ele e o desporto de rendimento, tendo em vista que a falta de conexão entre essas manifestações desportivas resulta em prejuízo à base de atletas, que poderia ser muito mais ampla. A CBC destacou o distanciamento entre os clubes formadores de atletas de alto rendimento e o desporto escolar e universitário. A CBDU, por sua vez, enfatizou a ausência de investimentos das empresas estatais e da iniciativa privada diretamente no desporto educacional Ademais, foi trazida a questão da necessidade de a política de esporte ser uma política de Estado e não de governo, a fim de se garantir a continuidade das ações, sem a sujeição a mudanças pela alternância da alta administração A baixa capacidade operacional foi tema trazido tanto pelo ME, em razão do seu quantitativo de servidores, quanto pela CBC, em razão de os clubes, em sua maioria, não apresentarem capacidade administrativa de gestão de recursos públicos e possuírem pendências com órgãos públicos, impeditivas de recebimento dos recursos Alguns riscos e desafios também merecem destaque, a despeito de terem sido contribuições individuais, como no caso de observações trazidas pelo ME, que colocou em pauta a ausência de sistema integrado de monitoramento e gestão da Política Nacional do Esporte e a necessidade de criação da lei de diretrizes e bases do novo SND. O COB citou a carência de centros esportivos sustentáveis, voltados para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de atletas, o necessário estímulo à formação sustentável de clubes, associações e outras entidades de prática que se tornem realmente a base esportiva nacional, e o primordial investimento nas ciências do esporte. Ainda, foram citadas pela CBC duas questões: a falta de interação entre os componentes do SND, e a ausência de normativos para alguns temas do esporte, como o desporto educacional, por exemplo. 11 Controles e Transparência 352. Neste capítulo, serão abordados aspectos acerca dos controles e da transparência dos recursos públicos aplicados no SND Observa-se a previsão de diversos tipos de controles, em diversas instâncias e momentos, e por diversos responsáveis, a fim de garantir, entre outros, a eficácia, a eficiência, a economicidade e a legalidade da aplicação dos recursos públicos federais pelas entidades do SND. A depender da forma de repasse dos recursos, controles específicos podem ser aplicados A figura a seguir apresenta principais controles envolvidos na aplicação dos recursos públicos federais, pelas entidades desportivas, conforme dispõe a Lei 9.615/1998: 79

80 Figura 63 Principais controles envolvidos na aplicação de recursos públicos federais por entidades desportivas Fonte: 9.615/ Conforme é possível observar na figura apresentada, de acordo com a Lei 9.615/1998, cabe ao ME responsabilidade de implementar controles sobre diversas fases da aplicação dos recursos públicos federais pelas entidades desportivas. Desses controles, serão destacadas no presente capítulo as exigências previstas nos arts. 18 e 18-A da Lei 9.615/1998, cujo cumprimento deve ser verificado pelo ME Ainda, serão tratados os controles das próprias entidades, contemplando a estrutura dos setores de análise de prestações de contas, a existência de sistemas de TI e de auditorias internas/independentes, e o estoque de prestações de contas, assim como será tratada a questão da necessária transparência da aplicação dos recursos públicos federais, esta última essencia l para que seja possível o controle social Exigências previstas nos arts. 18 e 18-A da Lei 9.615/ Os arts. 18 e 18-A da Lei 9.615/1998 (com alterações promovidas pela Lei /2011 e pela Lei /2013) dispõem sobre os requisitos a serem cumpridos por entidades beneficiadas com recursos públicos federais, que são, de fato, controles prévios ao recebimento dos recursos: 80

81 Figura 64 Requisitos para recebimento de recursos públicos federais Fonte: Lei 9.615/ O conteúdo mínimo obrigatório dos estatutos, deve contemplar os seguintes itens, de acordo com as alíneas do inciso VII do art. 18-A da Lei 9.615/1998 (itens incluídos pela Lei /2013): a) princípios definidores de gestão democrática; b) instrumentos de controle social; c) transparência da gestão da movimentação de recursos; d) fiscalização interna; e) alternância no exercício dos cargos de direção; f) aprovação das prestações de contas anuais por conselho de direção, precedida por parecer do conselho fiscal; e g) participação de atletas nos colegiados de direção e na eleição para os cargos da entidade; 359. Acerca dessas exigências do art. 18-A, registra-se a produção de efeitos a partir do 6º mês da publicação da Lei , em 16/10/2013. Findo este prazo, se não cumpridas as exigências, além de não poderem se beneficiar com recursos públicos federais, perdem as entidades os benefícios consignados no art. 15 da Lei 9.532/1997 (que trata da isenção de imposto de renda), e nos arts. 81

82 13 e 14 da Medida Provisória /2001 (que trata de benefícios sobre a contribuição do PIS/PASEP e da COFINS) Conforme o disposto na Lei 9.615/1998, a responsabilidade de verificação do cumprimento das exigências dos arts. 18 e 18-A compete ao ME, que editou a Portaria ME 224, de 18/9/2014, que estabelece o procedimento para essa verificação Cabe destacar alguns aspectos consignados na referida Portaria: a) em seu art. 1º, 1º, dispõe-se que a verificação deve ser prévia à aprovação de projetos que envolvam a transferência de recursos decorrente da Lei de Incentivo ao Esporte e da formalização de acordos relacionados ao repasse de recursos que integrem o orçamento do Ministério do Esporte. É necessário que se observe que para o recebimento dos recursos da Lei 9.615/1998, as entidades também estão submetidas ao cumprimento dessas exigências, a despeito de repasse direto pela Caixa, uma vez que se tratam de recursos públicos federais e que sua utilização deve observar o conjunto de normas aplicáveis à celebração de convênios pela União. O fato de o contrato de desempenho ser condição para o recebimento desses recursos corrobora esse entendimento, assim como o fato de a Lei /2011 ter alterado a redação do 3º do art. 56 da Lei 9.615/1998, retirando inciso que consignava que os recursos repassados ao COB e CPB constituíam receitas próprias. Dessa forma, deve o ME proceder à verificação do cumprimento dos requisitos dos arts. 18 e 19-A da Lei 9.615/1998 por todas as entidades do SND que recebam recursos públicos. b) em seu art. 3º, inciso I, dispõe-se que a verificação acerca da viabilidade e da autonomia financeiras das entidades deverá levar em consideração apenas declaração firmada pelo presidente ou dirigente máximo da entidade e contador legalmente habilitado, até a edição de norma regulamentadora especifica seja debatida com órgãos de controle. Nesse caso, constata-se que a verificação da viabilidade e da autonomia financeiras é fictícia pelo ME, que se coloca na posição de mero tomador de declarações, ao invés de realizar a verificação, de fato. Conforme informações trazidas no presente levantamento, observa-se que o custeio das entidades é dependente dos recursos públicos federais a elas repassados, o que, por si só, demonstra que não há viabilidade e tampouco autonomia financeiras Ainda assim, em consulta ao sítio eletrônico do ME, observa-se que, até a data de 20/3/2015, somente quatorze entidades estão com certidão do ME de cumprimento das exigências previstas nos arts. 18 e 18-A da Lei 9.615/1998 (Apêndice 7). Desta lista, destaca-se a ausência do Comitê Olímpico do Brasil e da Confederação Brasileira de Clubes. Não obstante, verificou-se que os repasses da Lei 9.615/1998 são feitos de forma regular, diretamente pela Caixa, em desacordo com o que prescreve a Lei 9.615/ Destaca-se, ainda, entre as exigências da Lei 9.615/1998, incluídas pela Lei /2013, a necessária alternância no exercício dos cargos de direção das entidades do SND, cujos presidentes tenham o mandato de até quatro anos, permitida uma única recondução. Essa exigência foi criada em contraponto a longos mandatos de presidentes dessas entidades, cujo caso mais emblemático diz respeito ao atual presidente do Comitê Olímpico do Brasil, que ocupa o cargo desde 1995, após deixar a presidência da CBV, entidade que comandou por 20 anos Controles 364. Inicialmente, cumpre registrar que, nas diligências realizadas, foram questionados os valores tanto para as entidades que repassaram os recursos, quanto para aquelas beneficiadas com tais repasses. Na conciliação desses valores, foram constatadas várias divergências, demonstrando 82

83 fragilidades nos controles existentes sobre esses recursos. Ainda, verificaram-se inconsistências em valores informados em mais de um item pelas próprias entidades, que deveriam ser compatíveis A seguir serão analisados os seguintes aspectos do ME, COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU e confederações: estruturas de controle, quantidade de prestações de contas recebidas e analisadas, existência de sistemas de TI e de auditoria interna/externa. I Estrutura e Quantidade de Prestações de Contas 366. Acerca da quantidade de prestações de contas recebidas e analisadas no período 2010 a 2014, bem como a estrutura do setor específico de acompanhamento e de análise desses processos, ME, COB, CPB e CBC informaram: Tabela 17 Quantidade de prestações de contas do ME, do COB, do CPB e da CBC no período Prestações de contas (PCs) - período PCs recebidas PCs analisadas (concluídas) Estoque final Qtd. de pessoal no setor ME COB CPB CBC Fonte: ME, COB, CPB e CBC Para interpretar a tabela, deve-se considerar que tanto ME quanto CPB informaram existir estoques anteriores a 2010, o que não ocorreu com o COB, conforme dados da entidade. Além disso, o ME informou apenas as prestações de contas referentes aos recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, o que corresponde apenas a uma parcela dos recursos transferidos, fato que evidencia fragilidades na gestão, e no controle, dos recursos oriundos de transferências voluntárias firmadas pelo órgão A CBC ainda não possui processo de prestação de contas a ser analisado, tendo em vista que o seu primeiro edital de chamamento interno de projetos, que selecionou 22 entidades para celebração de convênios, só teve resultado publicado no final de outubro de No entanto, é importante que a CBC estruture bem o setor responsável pela análise dos processos, já que em breve receberão diversas prestações de contas. II Sistemas de TI 369. No que se refere aos sistemas de TI, foi questionado ao COB, CPB, CBC, CBDE e CBDU sobre a existência de sistemas de gestão financeira e de acompanhamento e análise de prestações de contas O COB e o CPB são as únicas entidades que possuem sistema de TI para gestão financeira, além do ME, que conta com o Siafi, ao passo que a CBC, a CBDE e a CBDU não possuem sistemas com essa finalidade Sobre sistemas de acompanhamento e análise de prestações de contas, mais uma vez, somente o COB e o CPB possuem. O ME afirmou não possuir sistemas internos de TI com esse fim, contando tão somente com o Siconv, que possui alguns controles em seu módulo de prestação de contas. III Auditoria interna e independente nos componentes do SND 372. No gráfico abaixo será apresentado o quadro referente à existência ou não de auditoria interna e independente nas entidades do SND diligenciadas: 83

84 Figura 65 Existência de auditoria interna e independente nos componentes do SND Fonte: COB, CPB, CBC, CBDE, CBDU, confederações olímpicas e paralímpicas Percebe-se que a maior parte das entidades possui auditoria independente (83,3%), situação diversa para a existência de auditoria interna (66,7%), o que revela espaço para aprimoramento Sobre a auditoria interna, o Referencial Básico de Governança do TCU, publicado pela Portaria TCU 25/2014, dispõe que A auditoria interna existe basicamente para avaliar a eficácia dos controles internos implantados pelos gestores. Trata-se de uma atividade independente e objetiva de avaliação (assurance) e de consultoria, desenhada para adicionar valor e melhorar as operações de uma organização. Ela auxilia uma organização a realizar seus objetivos a partir da aplicação de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gestão de riscos, controle e governança Portanto, é recomendável que as entidades do SND instituam unidade de auditoria interna para contribuir com o alcance dos seus objetivos, por meio do fortalecimento do sistema de controle interno, colaborando, assim, para a melhor aplicação dos recursos públicos de que dispõem Transparência 376. Para avaliação do cumprimento do inciso IV, do art. 18-A da Lei 9.615/1998, que determina que as entidades sejam transparentes na gestão, inclusive quanto aos dados econômicos e financeiros, contratos, patrocinadores, direitos de imagem, propriedade intelectual e quaisquer outros aspectos de gestão, foram realizadas consultas aos sítios eletrônicos do COB, do CPB, da CBC, das confederações olímpicas e das confederações paralímpicas Nas consultas, buscaram-se publicações de balanços, de licitações, de contratos, de planos de cargos e salários, de receitas, de despesas, de plano estratégico de aplicação de recursos e de estatuto. Os resultados das buscas são apresentados no gráfico a seguir: 84

85 Figura 66 Análise dos critérios de transparência das entidades Fonte: Sítios eletrônicos de COB, CPB, CBC, confederações olímpicas e paralímpicas Do gráfico, evidencia-se que a transparência dos recursos ainda se encontra em nível abaixo do esperado, representando prejuízo ao controle social. Cabe registrar que somente uma entidade tinha publicado todos os itens pesquisados, o Comitê Paralímpico Brasileiro. 12 Desafios da Avaliação de Resultados 379. No presente capítulo, serão abordados conceitos sobre avaliação de resultados no esporte de rendimento, com especial ênfase para apresentação da metodologia Spliss (Sports Policies Leading to Sporting Sucess), utilizada mundialmente para esse fim Destaca-se que não é objetivo deste levantamento realizar uma avaliação de resultados do esporte de rendimento, mas tão somente apresentar modelo para ser utilizado em trabalhos futuros a serem conduzidos pelo Tribunal Principais formas de avaliação de resultados adotadas 381. O sucesso em competições esportivas internacionais e olímpicas, e do esporte de rendimento em geral, tem se tornado cada vez mais importante para os países, tendo em vista o reflexo provocado na concretização de outros objetivos governamentais não-esportivos. No entanto, ainda não há consenso sobre a forma mais adequada para medição desses resultados Segundo De Bosscher et al. (2009), tanto políticos quanto a mídia consideram as medalhas conquistadas como a única forma de medir o sucesso internacional, embora esse argumento seja refutado pelo Comitê Olímpico Internacional. De todo modo, a conquista de medalhas é o critério adotado pela maioria das entidades diligenciadas no presente trabalho Nos painéis de referência realizados com gestores e especialistas na área, outras formas de avaliação de resultados foram citadas, como a evolução na participação em competições internacionais e a posição de atletas nos rankings de modalidades esportivas No nível de política pública, verifica-se que as diretrizes gerais instituídas para o esporte de rendimento pela atual Política Nacional do Esporte não são acompanhadas da definição de metas e indicadores, fato que dificulta acompanhar a evolução nacional nesse segmento esportivo, bem como a atuação do ME como responsável pela condução da política. Assim, essa atribuição ficou delegada para as entidades de administração do desporto. 85

86 385. Dessa forma, por exemplo, a CDMB vem instruindo as Comissões Desportivas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica a utilizar os seguintes indicadores para acompanhar seu desempenho: número de participações em campeonatos mundiais e regionais do Conselho Internacional do Esporte Militar; número de medalhas em eventos mundiais e regionais do CISM; número de atletas classificados para o Rio 2016; número de atletas com o Bolsa Pódio; recursos empenhados por modalidade x desempenho; e recursos descentralizados x % empenhado x % liquidado Já o CPB apresenta o quadro mais completo em relação à medição de resultados. Segundo a entidade, são feitas avaliações quanto: a) modalidades individuais; b) modalidades coletivas; c) atletas; e d) programas. Cada categoria conta com suas próprias métricas, que envolvem medalhas em competições, avanço no ranking de modalidades esportivas, faixa etária das seleções brasileiras, aumento na base de atletas e identificação de talentos Metodologia Spliss 387. Até a introdução do modelo Spliss, as pesquisas científicas na área de análise do esporte de rendimento concentravam-se na descrição, identificação e comparação das características dos sistemas esportivos de cada país (MEIRA et al., 2012) Com o objetivo de promover a sistematização de critérios para análise dos sistemas esportivos de forma mais completa, De Bosscher et al. (2008) procuraram validar modelo dos fatores que levam ao sucesso do esporte de alto nível empiricamente. Ao final dos estudos, foi proposto modelo teórico para análise da estrutura esportiva que leva ao sucesso internacional, denominado Spliss Tal modelo está fundamentado em nove pilares, que se relacionam da seguinte maneira: 86

87 Figura 67 Pilares do modelo Spliss para avaliação de resultados Fonte: USP. Comparação internacional das políticas para o esporte de alto rendimento (Spliss) Análise descritiva dos resultados brasileiros (2012) Os nove pilares, juntamente com as noções de Entradas, Processo e Saídas, formam a base para o modelo Spliss. Entradas e saídas podem ser expressas de maneira qualitativa ou quantitativa, e são relativamente fáceis de medir. Processo está relacionado com a eficiência das políticas de esporte, pois diz respeito à melhor maneira de trabalhar as entradas para produzir as saídas requeridas. Portanto, é mais difícil de medir, sendo necessário utilizar meios indiretos ao invés de diretos O pilar 1 é considerado a entrada do modelo e os outros oito pilares fazem parte do Processo. Como saída do modelo, tem-se o sucesso esportivo internacional, composto por resultados nos Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais É possível perceber que o pilar 2 (Organização e estrutura de políticas para o esporte) possui importância central na obtenção de resultados no esporte de rendimento, pois serve de fundamento para os outros sete pilares que fazem parte da etapa Processo, motivo pelo qual a sua constituição deve ocupar espaço na agenda dos países que desejam alcançar sucesso esportivo Uma breve descrição dos nove pilares é apresentada no trabalho de De Bosscher et al. (2008): Tabela 18 Descrição dos nove pilares do modelo Spliss Entrada Pilar 1 Suporte financeiro Pilares do modelo Spliss Descrição Recursos financeiros representam a entrada do modelo, pois países que investem mais em esporte de rendimento são capazes, em teoria, de 87

88 Processo 2 Organização e estrutura de políticas para o esporte 3 Participação e esporte de base 4 Identificação de talentos e Sistema de desenvolvimento 5 Suporte para atletas e pós-carreira 6 - Instalações esportivas 7 - Desenvolvimento e suporte para técnicos 8 - Competições nacionais e internacionais 9 - Pesquisa científica criar mais oportunidades para atletas treinarem sob circunstâncias ideais. Embora a relação entre gasto em esporte de alto nível e sucesso esportivo só seja raramente encontrada na literatura, existem vários exemplos de países que obtiveram melhor performance ao incrementar o investimento no esporte de rendimento. O montante de recurso destinado ao esporte de rendimento é importante, mas é a organização e a estrutura do esporte em um determinado país e a sua relação com a sociedade que permitem o uso eficiente desses recursos, levando a maiores chances de sucesso esportivo. É importante haver bom sistema de comunicação e definição clara de tarefas, além de simplicidade na administração. Embora a relação entre o esporte em geral e o esporte de rendimento seja frequentemente inconclusiva, a maior parte dos atletas de ponta surge na participação de eventos de base. Pode-se afirmar que a participação no esporte de base nem sempre é uma condição para o sucesso, mas ela pode influenciar o sucesso em larga escala, pois há a descoberta de novos talentos e a chance destes treinarem e competirem em vários níveis de habilidade. Visto em uma perspectiva de processo, este pilar começa quando um atleta é descoberto e começa a receber atenção especial. Do ponto de vista da política, há necessidade de: instituir sistemas de monitoramento para identificar características de possíveis talentos; criar sistema robusto de detecção de talentos que minimize o abandono; e organizar sistemas de scouting. A segunda fase do pilar começa quando o atleta segue um período de treinamento intensivo durante o qual ele desenvolve o domínio do seu esporte. A sucessão lógica da fase de identificação e desenvolvimento de talentos é a produção de atletas de elite capazes de competir em alto nível. Apenas em algumas modalidades os atletas conseguem se sustentar unicamente com o que ganham do esporte e podem pagar todos os custos envolvidos. Esse pilar é normalmente coordenado por organismos governamentais nacionais ou pelos clubes de esporte de elite e deve ser analisado, em grande medida, no nível de cada esporte individualmente. Por outro lado, os atletas também precisam trabalhar o pós-carreira enquanto ainda estão em atividade. As instalações esportivas são um importante fator de sucesso que permitem aos atletas treinar em ambiente adequado, de alta qualidade. Prover infraestrutura também proporciona uma ligação entre participação e excelência. A qualidade e quantidade de treinadores são importantes em cada nível do desenvolvimento esportivo. Em termos de alta performance, dois critérios devem ser observados: 1) qualidade e organização dos sistemas de certificação de treinamento; e 2) circunstâncias individuais dos treinadores (de elite). Diversos estudos sobre os Jogos Olímpicos mostraram que a organização de eventos internacionais provoca efeito positivo no sucesso internacional do país-sede. Atletas competindo no seu país tem o benefício de menos custos relativos a viagens e familiaridade com o clima e ambiente de treinamento. Além disso, a estrutura das competições nacionais é um critério significante, visto que competir é fator fundamental no desenvolvimento de atletas. No entanto, essa estrutura necessita ser avaliada para cada esporte individualmente. A pesquisa científica diz respeito à coleta sistemática e à disseminação de informações científicas em áreas como identificação e desenvolvimento de talentos, medicina, nutrição, psicologia, fisiologia e biomecânica. 88

89 Fonte: The Global Sporting Arms Race An international comparative study on Spliss. De Bosscher et al. (2008) Para cada pilar existem indicadores, e, a partir destes, foram estabelecidos Fatores Críticos de Sucesso, que funcionam como direcionadores para a melhoria dos respectivos indicadores De acordo com Meira et al. (2012), o objetivo do modelo é permitir a criação de um Índice de Desenvolvimento Esportivo de cada nação, com fundamento na comparação dos níveis de desenvolvimento de cada pilar, possibilitando o benchmarking com outros países na área de formulação de políticas para o esporte de rendimento Pelo exposto, percebe-se que o modelo Spliss fornece metodologia robusta para se avaliar o esporte de rendimento. No entanto, devido aos objetivos do presente levantamento, bem como à complexidade inerente a esse tipo de trabalho, tal avaliação deve ser objeto de estudo específico. 13 Principais Riscos 397. Este capítulo apresenta riscos relacionados ao esporte de rendimento brasileiro, avaliados pela equipe de auditoria, considerando todas as análises realizadas. I) Risco de ineficiência do Sistema Brasileiro do Desporto e de inefetividade das políticas públicas de esporte 398. O primeiro risco a ser registrado é o de ineficiência das ações do SBD (incluindo o SND), com potencial desperdício de recursos, em vista do fato de que o sistema, como posto atualmente, carece de estruturação, com definições claras das competências de cada ator envolvido (incluindo os diversos entes federativos, as entidades públicas e privadas), e de meios de interação entre os componentes do SND, entre estes e os participantes do SBD e entre as secretarias finalísticas do próprio ME. Dessa forma, o sistema ainda não é, de fato, um sistema A falta de coordenação dos diversos atores demonstra pouca racionalidade nas ações voltadas ao desenvolvimento do esporte de rendimento nacional e pode resultar em sobreposição de recursos para uma mesma atividade e/ou ausência de investimentos em alguma outra, visto que cada entidade tem estratégia própria de priorização de modalidades Destaca-se o caso da CDMB, que tem como meta atual contribuir para o atingimento do objetivo do COB nos Jogos Olímpicos de 2016, com recursos, em grande monta, repassados pelo ME, sem sequer estar incluída no SND ou no SBD. Tampouco puderam ser verificados mecanismos de interação com o próprio COB Registra-se, ainda, a ausência de direcionadores estratégicos comuns, de um Plano Nacional do Desporto, de um plano estratégico do ME. A ausência de um PND enseja a inexistência de um planejamento consistente de longo prazo para o esporte nacional, gerando potencial descontinuidade de políticas públicas, sob forte influência da alternância da alta administração pública federal, e incerteza para o setor desportivo Nesse contexto, observa-se o risco de inefetividade das políticas públicas. Em outras palavras, os recursos são aplicados, sem objetivos e metas definidos, o que, por sua vez, representa óbice tanto para a avaliação dos resultados e do impacto, quanto para o aprimoramento dessas políticas. II) Risco de desvio de recursos públicos destinados ao esporte de rendimento 403. Foi observado, no caso dos recursos públicos destinados ao esporte de rendimento, o risco de desvio, em razão da fragilidade dos controles sobre a aplicação desses recursos. Esses controles já se encontram previstos na Lei 9.615/1998, assim como na legislação específica de cada modalidade de repasse. 89

90 404. No entanto, o que se verifica é que, em grande medida, esses controles não foram ainda implementados. O ME demonstrou não ter capacidade operacional para o controle dos recursos por ele próprio repassados. O exemplo mais emblemático desse contexto consiste na figura do contrato de desempenho, condição para que as entidades desportivas recebam recursos públicos federais, assim como isenções fiscais O contrato de desempenho é uma importante ferramenta de controle da aplicação dos recursos públicos. Não obstante, até o momento, não foi assinado nenhum contrato de desempenho pelo ME. Um dos impedimentos à assinatura desses ajustes é o fato de que deve ser vinculado ao PND, ainda inexistente. Registra-se que mesmo sem contratos assinados, os recursos vêm sendo repassados às entidades do SND Destaca-se, ainda, a inexistência de fluxo formalizado de procedimentos de controles cruzados entre as diversas modalidades de repasse pelo ME, o que poderia coibir eventual aporte de recursos em duplicidade para um mesmo objeto Ademais, no caso do esporte de rendimento, verifica-se a realização de repasses de recursos públicos (da Lei Agnelo/Piva) por entidades privadas a outras entidades privadas, o que, por si só, representa uma maior dificuldade de controle da aplicação desses recursos. III) Risco de perpetuação da dependência dos recursos públicos para a manutenção das principais entidades do SND 408. No presente levantamento, constatou-se que, paradoxalmente, o SND consiste em sistema privado, porém, dependente de recursos públicos para sua subsistência. Essa situação resulta na diminuição dos recursos destinados às atividades fins das entidades desportivas. Ademais, pode significar a falta de estímulo para que as entidades tornem-se autossustentáveis Contatou-se, ainda, o baixo investimento privado no esporte brasileiro, que pode ter como causas a baixa profissionalização de grande parte das entidades do SND e a ocorrência de desvios de recursos largamente noticiados pela mídia, que diminuem o interesse e dificultam a captação de patrocinadores Dessa forma, considerando: que não houve, nos últimos anos, ações efetivas no sentido de estruturação, de fortalecimento e de aperfeiçoamento do sistema esportivo brasileiro; que as principais entidades do SND contam com o aporte contínuo de recursos públicos para sua manutenção; e que os próprios gestores identificam uma provável diminuição dos recursos de patrocínios, após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016; observa-se o risco de que seja perpetuada a dependência dos recursos públicos para a sobrevivência dessas organizações privadas. IV) Risco de óbice ao controle social 411. O controle social mostra-se uma importante ferramenta de controle da aplicação dos recursos públicos. Não obstante, é necessário que a sociedade tenha acesso às informações acerca da gestão desses recursos. Dessa forma, a transparência é essencial, não só no sentido de que as informações devam estar disponíveis, mas também que sejam inteligíveis para o cidadão comum Na consulta realizada, verificou-se, de modo geral, um baixo nível de transparência das informações relativas à gestão das entidades do SND, em desacordo com a Lei 9.615/1998, que prescreve a transparência como um dos requisitos para que as entidades sejam beneficiadas com repasses de recursos públicos e com isenções fiscais. V) Risco de não reversão do quadro de reduzida base do esporte de rendimento 413. Foi observada e reiterada por diversas entidades a falta de investimento no desporto educacional e falta de conexão entre este e o desporto de rendimento, de forma a reduzir a base de 90

91 atletas de alto rendimento. Essa situação mostra-se como um reflexo, tanto da priorização do ME na destinação dos recursos, quanto da ausência de um sistema desportivo estruturado, de fato Uma grande quantidade de atletas de alto rendimento deve ser uma consequência natural de uma ampla base, de uma real democratização do esporte e de mecanismos consistentes de identificação e desenvolvimento de talentos O sistema brasileiro funciona no sentido inverso, a despeito do que dispõe o inciso II do artigo 217 da Constituição Federal, segundo o qual, a destinação de recursos públicos deve promover de forma prioritária o desporto educacional, e, somente em casos específicos, o esporte de alto rendimento O contexto atual evidencia que o Estado tornou-se o grande financiador do esporte de rendimento, enquanto o desporto educacional não vem recebendo o mesmo investimento. Em consulta ao Siafi, na data de 18/5/2015, apurou-se que, no período de 2010 a 2014, foi liquidado montante da ordem de R$ 500 milhões no desporto educacional, evidenciando um descompasso na destinação dos recursos públicos Ademais, para o desenvolvimento do próprio segmento de rendimento, mostra-se necessário que o esporte seja pensado como um todo, de forma menos compartimentalizada, e que as ações sejam convergentes. Atualmente, observa-se que os recursos são concentrados na etapa final do processo de formação de um atleta de alto rendimento. A recente inclusão dos clubes como beneficiários de recursos públicos para formação de atletas olímpicos e paralímpicos representa uma iniciativa nesse sentido, mas ainda não se mostra suficiente para que o esporte brasileiro tenha sua base ampliada, como deveria. VI) Risco de que os resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016, inclusive a meta de posicionarse entre os dez primeiros países classificados, se alcançada, não sejam sustentáveis para o período pós O fato de o país sediar os Jogos Olímpicos de 2016 e o maior aporte de recursos ao desporto, nos últimos anos, não resultou no fortalecimento de todo o sistema esportivo, com regulamentação completa e consistente, com nível maior de profissionalização das entidades esportivas, com participação significativa de recursos privados nesse sistema, com fortalecimento do desporto educacional Dados os riscos relatados pelas entidades e as fragilidades no sistema esportivo, como um todo, observadas no presente levantamento, cumpre registrar o risco de não atingimento da meta de inclusão do Brasil entre os top ten, determinada para o desporto olímpico nos Jogos de 2016, tendo em vista a necessidade de um ganho de rendimento da ordem de mais de 50%, em relação aos Jogos Olímpicos de Londres Somam-se a isso a relatada falta de investimentos no esporte de base e a carência de ações e de planejamento visando ao período pós-2016, pelas principais entidades. Desse modo, caso a meta para os próximos Jogos Olímpicos seja atingida, observa-se o risco de que essa não seja uma posição sustentável para o período pós Conclusão 421. O presente levantamento cumpriu os objetivos propostos, possibilitando conhecimento mais amplo do Sistema Nacional do Desporto, e permitindo a definição de estratégia de atuação do TCU no que se refere ao controle dos recursos públicos federais aplicados no esporte de rendimento Sobre o financiamento do esporte de rendimento, considerado o escopo desta fiscalização, verificou-se a aplicação de valores da ordem de R$ 7,7 bilhões, no período de 2010 a 2014, com previsão de mais R$ 4,92 bilhões no período Desse montante total, pequeno percentual 91

92 corresponde aos patrocínios privados, que são inferiores, inclusive, aos patrocínios das empresas estatais federais, fato que pode ser decorrência do baixo nível de profissionalização de muitas entidades do SND. Além disso a crise de credibilidade das entidades esportivas afasta patrocinadores, diante de casos de desvios de recursos amplamente noticiados pela mídia Dessa forma, constata-se que o SND consiste em sistema privado, dependente, no entanto, de recursos públicos para sua subsistência, contrariando o disposto na Lei 9.615/1998, para a qual as entidades a serem beneficiadas com recursos públicos federais devem ter autonomia e viabilidade financeiras Este trabalho não teve por objetivo avaliar a governança das políticas públicas de esporte. Não obstante, o resultado das análises realizadas permite concluir que há deficiências na governança no contexto atual do esporte brasileiro Governança em políticas públicas se refere aos arranjos institucionais que condicionam a forma pela qual as políticas são formuladas, implementadas e avaliadas, em benefício da sociedade (TCU, 2014). Considerando a complexidade em que essas políticas estão inseridas, e, de forma especial, o esporte de rendimento, é importante que exista uma boa coordenação, seja horizontal, englobando atores da mesma esfera de governo e nível hierárquico, ou vertical, com atores de outras esferas de governo e também de parceiros privados Para que as funções de governança sejam executadas de forma satisfatória no contexto de políticas públicas, alguns mecanismos devem ser adotados: a) liderança, que pode ser entendido como o conjunto de práticas exercido por um órgão/entidade que permite condições mínimas para o exercício da boa governança; b) estratégia, que envolve aspectos como necessidades e expectativas das partes interessadas, definição e alcance da estratégia, definição e monitoramento de objetivos de curto, médio e longo prazo, e alinhamento de estratégias e operações das organizações envolvidas ou afetadas; e c) controle, que deve ser estabelecido como resposta aos riscos da política pública que foram avaliados, buscando fortalecer a transparência e accountability, que envolve, entre outras coisas, a prestação de contas das ações e a responsabilização pelos atos praticados A liderança exercida pelo ME na política de esporte de rendimento é limitada. O ME mostrou-se, em nível de organização, aquém do que seria desejável, dado o seu papel de protagonismo no desporto brasileiro. O órgão conta estrutura deficiente frente a todas as suas atribuições e, dessa forma, não apresenta capacidade operacional de atuar de forma satisfatória como coordenador das ações do sistema esportivo e como responsável pelo controle de grande parte dos recursos públicos aplicados no esporte de rendimento Quanto à estratégia, não existe o Plano Nacional do Desporto, direcionador das ações dos integrantes do SND, cuja proposição é de responsabilidade do ME. O próprio ME ainda não tem plano estratégico para direcionar sua atuação Ademais, o sistema carece de interação consistente entre seus componentes, para que as ações possam ser coordenadas e convergentes, com aproveitamento máximo dos recursos disponíveis. Atualmente, inexistem mecanismos formalizados de interação periódica entre os componentes do SND e destes com o ME. A interação se dá de forma pontual e para demandas específicas. A falta de alinhamento das ações resulta em potencial desperdício de recursos. Acrescente-se a baixa interação também dentro do ME, entre suas Secretarias Finalísticas, consistindo em uma das causas da falta de conexão entre o desporto escolar e o desporto de rendimento. Ademais, não há definição clara das competências de cada ator do SND; e 430. Os controles existentes são insuficientes para mitigar os riscos verificados, conforme as seguintes evidências: o passivo de prestações de contas sem análise no ME; a existência de discrepâncias entre os valores informados pelos órgãos/entidades diligenciados; a existência de inconsistências no procedimento para verificação das exigências dos arts. 18 e 18-A da Lei 92

93 9.615/1998; e o recebimento de recursos públicos por entidades que não possuem a certidão de cumprimento dessas exigências Complementa-se que foi observado baixo nível de transparência das informações pertinentes à gestão de recursos pelas entidades do SND, em desacordo com o que dispõe a Lei 9.615/1998, e em prejuízo ao controle social Desse modo, conclui-se que os mecanismos necessários para uma boa governança da política pública de esporte de rendimento apresentam deficiências que podem prejudicar o alcance dos objetivos do país no que se refere ao almejado sucesso esportivo internacional Destaca-se que o PND pode vir a ser o instrumento para que o esporte torne-se política de Estado, ao invés de política de governo, sujeita à alternância na alta administração. Com o PND, poderia ser garantida a continuidade das políticas do esporte a longo prazo. Sobre isso, cabe o registro de que, de forma geral, não foi observado planejamento para o período pós-2016, gerando incerteza, na opinião de diversas entidades, que temem pela redução dos recursos disponíveis ao esporte após o evento Ainda, esse plano deverá ser o vinculador dos contratos de desempenho entre ME e entidades do SND, com a definição de metas e de resultados a serem atingidos. Tendo em vista a ausência do PND, não há, ainda, contratos assinados. Não obstante os contratos de desempenho sejam condição para o recebimento de recursos públicos federais e de isenções fiscais, as entidades vêm recebendo os recursos públicos, de forma contínua. Esse fato demonstra a urgência de o ME elaborar o PND e assinar os contratos de desempenho, para o atendimento do que dispõe a Lei 9.615/1998. A ausência do PND tem outro efeito negativo, qual seja, a potencial ineficiência da aplicação dos recursos no esporte de rendimento, em vista da falta de coordenação das ações executadas pelos diversos agentes Por fim, considerando os últimos anos, verifica-se que, apesar de o sistema ter evoluído, especialmente em termos de legislação e de montante de recursos aplicados, ainda há muito a percorrer para que se consolide um sistema esportivo brasileiro, de fato. 15 Proposta de Encaminhamento 436. Diante do exposto, submete-se este relatório à consideração superior, com as seguintes propostas: I) Determinar ao Ministério do Esporte, com fulcro no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, que apresente à Secretaria de Controle Externo da Educação, da Cultura e do Desporto (SecexEducação), no prazo de 30 (trinta) dias: a) plano de ação contendo cronograma de atividades e respectivos prazos e responsáveis para a apresentação do Plano Nacional do Desporto e da assinatura dos contratos de desempenho; b) Plano Estratégico do Ministério do Esporte, incluindo ações no sentido de aumento da interação entre as ações de suas secretarias finalísticas, especialmente as relacionadas ao desporto escolar e ao desporto de rendimento; II) Determinar à Secretaria-Geral de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, com fulcro no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, que: a) apresente proposta de revisão da Instrução Normativa-TCU 48/2004 e da Decisão Normativa-TCU 69/2005, que dispõem, respectivamente, sobre os procedimentos para a fiscalização da aplicação dos recursos repassados ao COB e ao CPB, e sobre o conteúdo e demais questões técnicas pertinentes à disponibilização de informações pelo COB e pelo CPB, na internet, consideradas as alterações promovidas na Lei 9.615/1998, pela Lei /2011 e pela Lei /2013; 93

94 b) promova o acompanhamento do grupo de trabalho instituído pela Portaria ME 105, de 16 de abril de 2015, para elaboração de Projeto de Lei de Diretrizes e Bases do Sistema Nacional do Esporte; c) inclua nos Planos Operacionais de Controle Externo deste Tribunal as fiscalizações contidas na peça 282, levando-se em consideração a necessária articulação entre as suas unidades para a realização dos trabalhos propostos. III) Autorizar a Secretaria-Geral de Controle Externo do Tribunal de Contas da União a adotar as providências necessárias com vistas à realização de estudo internacional para identificação de metodologias de avaliação de resultados no esporte de rendimento, e de formas de financiamento dos sistemas esportivos de outros países; IV) Encaminhar cópia do relatório e da deliberação que vier a ser proferida à Comissão do Esporte e à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, à Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, ao Ministério do Esporte, ao Comitê Olímpico do Brasil, ao Comitê Paralímpico Brasileiro, à Confederação Brasileira de Clubes, à Confederação Brasileira de Desporto Escolar, à Confederação Brasileira de Desporto Universitário, à Comissão Desportiva Militar do Brasil, à Confederação Brasileira de Atletismo, à Confederação Brasileira de Badminton, à Confederação Brasileira de Basketball, à Confederação Brasileira de Boxe, à Confederação Brasileira de Canoagem, à Confederação Brasileira de Ciclismo, à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, à Confederação Brasileira de Desportos na Neve, à Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, à Confederação Brasileira de Esgrima, à Confederação Brasileira de Ginástica, à Confederação Brasileira de Golfe, à Confederação Brasileira de Handebol, à Confederação Brasileira de Hipismo, à Confederação Brasileira de Hóquei sobre Grama, à Confederação Brasileira de Judô, à Confederação Brasileira de Levantamento de Peso, à Confederação Brasileira de Lutas Associadas, à Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno, à Confederação Brasileira de Remo, à Confederação Brasileira de Rugby, à Confederação Brasileira de Taekwondo, à Confederação Brasileira de Tênis, à Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, à Confederação Brasileira de Tiro com Arco, à Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, à Confederação Brasileira de Triathlon, à Confederação Brasileira de Vela, à Confederação Brasileira de Voleibol, à Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais, à Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas, à Associação Nacional de Desporto para Deficientes, à Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas, à Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais, à Confederação Brasileira de Vela Adaptada, à Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes, ao Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, à Petróleo Brasileiro S.A., ao Banco do Brasil S.A., à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ao Banco da Amazônia S.A., ao Banco do Nordeste do Brasil S.A., ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, à Caixa Econômica Federal, à Centrais Elétricas Brasileiras S.A., à Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., à Telecomunicações Brasileiras S.A., à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, e à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba; e V) Arquivar os presentes autos. 94

95 Apêndice 1 Estrutura geral dos questionários aplicados às organizações Dimensões Mapa de recursos Setor de atuação da organização e seus arranjos institucionais Planejamento Ações Estrutura das organizações Controles Estrutura do Questionário Itens de Análise Valores recebidos de 2010/2013 e previstos de 2014/2016 Fontes de recursos Recursos despendidos de 2010/2013 e despesas previstas de 2014/2016 Finalidade dos gastos Formas de aplicação Gastos por modalidade Fundos de reserva Repasses de recursos a outras entidades Quantidade de entidades Quantidade de atletas Quantidade de árbitros Quantidade de treinadores Interação entre os componentes do SND Objetivos, metas e indicadores Política pública Apoio ao atleta de alto rendimento Apoio às confederações Descoberta e formação de atletas Centros de treinamento Desenvolvimento de profissionais do esporte Pós carreira de atletas de alto rendimento Ciência do esporte Organograma Planos de cargos e salários Estrutura de controle Sistemas de TI Prestações de contas Transparência 95

96 Apêndice 2 Classificação de despesas em custeio/ atividades finalísticas das entidades, de acordo com a Portaria ME 1/2014 Despesas incluídas no custeio das entidades - Art. 2º, da Portaria ME 1/2014 I despesas com salários, benefícios e encargos trabalhistas pagos a funcionários e membros que mantenham vínculo empregatício ou estatutário com a entidade Despesas não incluídas no custeio das entidades - Art. 3º, da Portaria ME 1/2014 I despesas voltadas às atividades fins, de promoção do desporto II hospedagem diárias, passagens, transporte e alimentação da equipe permanente do comitê e confederação, associação paralímpica ou clube vinculado e filiado, funcionários de que trata o inciso I, desde que relacionadas sejam para a realização de atendimento das atividades meio da respectiva entidade II despesas com salários, benefícios e encargos trabalhistas de funções técnico-esportivas, comissões técnicas e atletas III contratação de assessoria, escritórios de advocacia para acompanhamento dos processos judiciais e administrativos em trâmite jurídica, contábil, de imprensa e de comunicação III despesas relacionadas à locomoção e preparação de delegações para competições esportivas IV serviços de manutenção predial, tais como: a) aluguel de sede, encargos condominiais, tributários (IPTU e taxa de limpeza urbana) e securitários (contra incêndio); b) fornecimento de água, luz, telefone e internet; e c) manutenção de equipamentos de ar condicionado, elevadores, proteção contra incêndio e vigilância IV contratação de serviços de informática específicos, tais como: pacotes de software voltados ao desenvolvimento, promoção, segurança, saúde de atletas e de estratégia para competições e treinamentos de atletas e comissões esportivas 96

97 V segurança, limpeza, lavanderia, aluguel da sede, condomínio, contas de telefone, internet, TV a cabo, água, esgoto, correios, energia elétrica, tratamento do esgoto, manutenção do ar condicionado, transporte de lixo, manutenção dos elevadores e afins VI contratação de serviços de informática essenciais voltados à realização das atividades meio da entidade, tais como: serviços de suporte tecnológico, pacotes de software de segurança, inclusive com aquisição de material, e web design de informática VII serviços postais, cartorários, seguros, serviços de auditoria interna e externa, serviço de prestação de contas, serviços de tradução, serviços gráficos e material de escritório VIII custos com serviços administrativos referentes às atividades de preparação técnica, manutenção e locomoção de atletas de que trata a alínea e do inciso III do art. 21 do Decreto 7.984, de 2013 IX publicação do balanço, contratos de assessoria de imprensa, elaboração de editais, serviços e fornecimento de áudio-visual, assessoria de comunicação e agências de web design 97

98 Apêndice 3 Membros do Conselho Nacional do Esporte N Entidade Titular Representante Suplente 1 Ministro de Estado do Esporte Aldo Rebelo Secretaria Executiva do Ministério do Esporte Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social Secretaria do Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor Secretaria da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem Representante do Comitê Olímpico do Brasil - COB Representante do Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB Representante da Comissão Nacional de Atletas - CNA Representante do Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Esporte e Lazer Representante dos Secretários e Gestores Municipais de Esporte e Lazer Luis Manuel Rebelo Fernandes Ricardo Leyser Gonçalves Ricardo Cappelli Antônio Nascimento Marco Aurelio Klein Bernard Rajzman Mizael Conrado Luis Manuel Rebelo Fernandes Cassia Damiani Ricardo Nascimento de Avellar Fonseca Randal Farah de Oliveira Leão Sérgio Gomes Velloso Ana Cristina Ribeiro da Cunha Vitório Mendes de Moraes Ivaldo Brandão - - Rogério Romero Humberto Aparecido Panzetti 12 Representante dos Clubes Sociais Arialdo Boscolo Representante do Conselho Federal de Educação Física - CONFEF Representante do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte - CBCE Representante da Comissão Desportiva Militar Brasileira - CDMB Representante da Organização Nacional de Entidades Nacionais Dirigentes de Desporto - ONED Representante da Confederação Brasileira de Futebol - CBF Jorge Steinhilber Simone Aparecida Rechia Ferreira Décio Schons Mauzler Paulinetti Jozafá Dantas do Nascimento Joacy Bastos Antônio Carlos Pereira Fernando Manuel de Matos Cruz Antônio Eduardo Branco Paula Cristina Costa Silva Coronel Carlos Eduardo Ilha dos Santos Márcio Moreira Vandenbergue Sobreira Machado 18 Representante do Desporto Nacional Hortência de Fátima Marcari - 19 Representante do Desporto Nacional Antônio Moreno Neto - 20 Representante do Desporto Nacional Marta Cléria Lima - 21 Representante do Desporto Nacional Marcus Vinícius Simões Freire - 22 Representante do Desporto Nacional Ronaldo Luís Nazário de Lima - 98

99 99

100 Apêndice 4 Confederações olímpicas diligenciadas 1 Confederação Brasileira de Atletismo 2 Confederação Brasileira de Badminton 3 Confederação Brasileira de Basketball 4 Confederação Brasileira de Boxe 5 Confederação Brasileira de Canoagem 6 Confederação Brasileira de Ciclismo 7 Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos 8 Confederação Brasileira de Desportos na Neve 9 Confederação Brasileira de Desportos no Gelo 10 Confederação Brasileira de Esgrima 11 Confederação Brasileira de Ginástica 12 Confederação Brasileira de Golfe 13 Confederação Brasileira de Handebol 14 Confederação Brasileira de Hipismo 15 Confederação Brasileira de Hóquei sobre Grama 16 Confederação Brasileira de Judô 17 Confederação Brasileira de Levantamento de Peso 18 Confederação Brasileira de Lutas Associadas 19 Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno 20 Confederação Brasileira de Remo 21 Confederação Brasileira de Rugby 22 Confederação Brasileira de Taekwondo 23 Confederação Brasileira de Tênis 24 Confederação Brasileira de Tênis de Mesa 25 Confederação Brasileira de Tiro com Arco 26 Confederação Brasileira de Tiro Esportivo 27 Confederação Brasileira de Triathlon 28 Confederação Brasileira de Vela 29 Confederação Brasileira de Voleibol 100

101 Apêndice 5 Confederações/Associações paralímpicas diligenciadas 1 Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais 2 Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas 3 Associação Nacional de Desporto para Deficientes 4 Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas 5 Confederação Brasileira de Canoagem 6 Confederação Brasileira de Ciclismo 7 Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais 8 Confederação Brasileira de Hipismo 9 Confederação Brasileira de Remo 10 Confederação Brasileira de Tênis 11 Confederação Brasileira de Tênis de Mesa 12 Confederação Brasileira de Tiro com Arco 13 Confederação Brasileira de Triathlon 14 Confederação Brasileira de Vela Adaptada 15 Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes 101

102 Apêndice 6 Mapa Estratégico do COB 102

LEI 11.438, DE 29 DE DEZEMBRO DE

LEI 11.438, DE 29 DE DEZEMBRO DE LEI 11.438, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2006 Dispõe sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras providências. * V. Dec. 6.180/2007 (Regulamenta a Lei 11.438/2006).

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.438, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2006. Dispõe sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo e

Leia mais

Presidência da República

Presidência da República Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI N o 10.880, DE 9 DE JUNHO DE 2004. Institui o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar - PNATE e o Programa de Apoio

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.438, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2006. Texto compilado Dispõe sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter

Leia mais

Resoluções sobre Financiamento das três edições da Conferência Nacional do Esporte

Resoluções sobre Financiamento das três edições da Conferência Nacional do Esporte SEMINÁRIO NACIONAL DO ESPORTE EM CONSTRUÇÃO: SISTEMAS PÚBLICOS NACIONAIS E MODELOS ESPORTIVOS INTERNACIONAIS Resoluções sobre Financiamento das três edições da Conferência Nacional do Esporte Prof. Dr.

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.438, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2006. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte

Leia mais

DECISÃO Nº 193/2011 D E C I D E

DECISÃO Nº 193/2011 D E C I D E CONSUN Conselho Universitário DECISÃO Nº 193/2011 O CONSELHO UNIVERSITÁRIO, em sessão de 08/04/2011, tendo em vista o constante no processo nº 23078.032500/10-21, de acordo com o Parecer nº 022/2011 da

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 5.707, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2006. Institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administração

Leia mais

LEI COMPLEMENTAR Nº 326, DE 4 DE OUTUBRO DE 2000 (AUTORIA DO PROJETO: PODER EXECUTIVO)

LEI COMPLEMENTAR Nº 326, DE 4 DE OUTUBRO DE 2000 (AUTORIA DO PROJETO: PODER EXECUTIVO) LEI COMPLEMENTAR Nº 326, DE 4 DE OUTUBRO DE 2000 (AUTORIA DO PROJETO: PODER EXECUTIVO) Publicação: DODF nº 192 de 5/10/2000 PÁG.01 e 02. Regulamentada pelo Decreto nº 21.933, de 31/01/2001 DODF nº 23,

Leia mais

-0> INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 65, DE 30 DE OUTUBRO DE 2012.

-0> INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 65, DE 30 DE OUTUBRO DE 2012. -0> INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 65, DE 30 DE OUTUBRO DE 2012. Dispõe sobre os critérios e os procedimentos para promoção, organização e participação da ANAC em eventos internos e externos. A DIRETORIA DA AGÊNCIA

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE NEPOMUCENO

PREFEITURA MUNICIPAL DE NEPOMUCENO LEI N 495, DE 21 DE OUTUBRO DE 2014. DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE ESPORTES E DO FUNDO MUNICIPAL DE ESPORTES E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS O Povo do Município de Nepomuceno, Minas Gerais,

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 01/2015 DO CONSELHO CURADOR DA FUNDAÇÃO DE APOIO UNIVERSITÁRIO

RESOLUÇÃO Nº 01/2015 DO CONSELHO CURADOR DA FUNDAÇÃO DE APOIO UNIVERSITÁRIO RESOLUÇÃO Nº 01/2015 DO CONSELHO CURADOR DA FUNDAÇÃO DE APOIO UNIVERSITÁRIO Define diretrizes e procedimentos relativos a gestão de recursos financeiros captados ou administrados pela Fundação de Apoio

Leia mais

Brasília, 27 de maio de 2013.

Brasília, 27 de maio de 2013. NOTA TÉCNICA N o 20 /2013 Brasília, 27 de maio de 2013. ÁREA: Desenvolvimento Social TÍTULO: Fundo para Infância e Adolescência (FIA) REFERÊNCIAS: Lei Federal n o 4.320, de 17 de março de 1964 Constituição

Leia mais

DECRETO Nº 55.867, DE 23 DE JANEIRO DE 2015

DECRETO Nº 55.867, DE 23 DE JANEIRO DE 2015 Secretaria Geral Parlamentar Secretaria de Documentação Equipe de Documentação do Legislativo DECRETO Nº 55.867, DE 23 DE JANEIRO DE 2015 Confere nova regulamentação ao Conselho Municipal de Segurança

Leia mais

EDITAL DE CHAMAMENTO INTERNO DE PROJETOS Nº 02/2014 ANEXO I FORMULÁRIO DE APRESENTAÇÃO DE PROJETO

EDITAL DE CHAMAMENTO INTERNO DE PROJETOS Nº 02/2014 ANEXO I FORMULÁRIO DE APRESENTAÇÃO DE PROJETO EDITAL DE CHAMAMENTO INTERNO DE PROJETOS Nº 0/04 ANEXO I FORMULÁRIO DE APRESENTAÇÃO DE PROJETO. IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE PROPONENTE Nome da Entidade CNPJ Dirigente da Entidade. HISTÓRICO DA PROPONENTE..

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 12.593, DE 18 DE JANEIRO DE 2012. Mensagem de veto Institui o Plano Plurianual da União para o período de 2012 a 2015. A PRESIDENTA

Leia mais

Perguntas F requentes Relacionadas à Inscrição de Entidades de Assistência Social nos Conselhos Municipais de Assistência Social e do Distrito Federal

Perguntas F requentes Relacionadas à Inscrição de Entidades de Assistência Social nos Conselhos Municipais de Assistência Social e do Distrito Federal Perguntas F requentes Relacionadas à Inscrição de Entidades de Assistência Social nos Conselhos Municipais de Assistência Social e do Distrito Federal 1. Onde localizar os procedimentos para inscrição

Leia mais

0046 - Transferência da Cota-Parte dos Estados e DF Exportadores na Arrecadação do IPI (CF, Art. 159)

0046 - Transferência da Cota-Parte dos Estados e DF Exportadores na Arrecadação do IPI (CF, Art. 159) Programa 0903 - Operações Especiais: Transferências Constitucionais e as Decorrentes de Legislação Específica Número de Ações 22 0044 - Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal - FPE (CF,

Leia mais

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS PLANOS DE CONTINGÊNCIAS ARAÚJO GOMES Capitão SC PMSC ARAÚJO GOMES defesacivilgomes@yahoo.com.br PLANO DE CONTINGÊNCIA O planejamento para emergências é complexo por suas características intrínsecas. Como

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 101 DE 17 DE MARÇO DE 2005 (*)

RESOLUÇÃO Nº 101 DE 17 DE MARÇO DE 2005 (*) RESOLUÇÃO Nº 101 DE 17 DE MARÇO DE 2005 (*) Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente Dispõe sobre os Procedimentos e critérios para a aprovação de projetos a serem financiados com recursos

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 866, DE 2015 (Do Sr. Izalci)

PROJETO DE LEI N.º 866, DE 2015 (Do Sr. Izalci) *C0052108A* C0052108A CÂMARA DOS DEPUTADOS PROJETO DE LEI N.º 866, DE 2015 (Do Sr. Izalci) Cria o Fundo Nacional de Apoio ao Sistema Socioeducativo DESPACHO: ÀS COMISSÕES DE: SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA;

Leia mais

http://www.receita.fazenda.gov.br/prepararimpressao/imprimepagina.asp

http://www.receita.fazenda.gov.br/prepararimpressao/imprimepagina.asp Page 1 of 5 Decreto nº 6.260, de 20 de novembro de 2007 DOU de 20.11.2007 Dispõe sobre a exclusão do lucro líquido, para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre

Leia mais

CAPÍTULO I DOS OBJETIVOS

CAPÍTULO I DOS OBJETIVOS Dispõe sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico FNDCT, e dá outras providências. O Congresso Nacional decreta: CAPÍTULO I DOS OBJETIVOS Art. 1º O Fundo Nacional de Desenvolvimento

Leia mais

gestão das Instâncias de Governança nas regiões turísticas prioritárias do país.

gestão das Instâncias de Governança nas regiões turísticas prioritárias do país. OBJETIVO GERAL Estabelecer cooperação técnica para desenvolver e implementar ações que visem a fortalecer o ciclo da gestão das Instâncias de Governança nas regiões turísticas prioritárias do país. IMPORTANTE:

Leia mais

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI Nº 5.339, DE 2013

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI Nº 5.339, DE 2013 COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI Nº 5.339, DE 2013 (Apenso: Projeto de Lei nº 4.865, de 2012) Altera o art. 20 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, para instituir

Leia mais

PORTARIA-TCU Nº 385, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009 (Revogada) (Portaria - TCU nº 36, de 31/01/2011, BTCU nº 03, de 31/01/2011)

PORTARIA-TCU Nº 385, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009 (Revogada) (Portaria - TCU nº 36, de 31/01/2011, BTCU nº 03, de 31/01/2011) PORTARIA-TCU Nº 385, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009 (Revogada) (Portaria - TCU nº 36, de 31/01/2011, BTCU nº 03, de 31/01/2011) Dispõe sobre as competências da Secretaria de Infraestrutura de Tecnologia da

Leia mais

NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS. INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT]

NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS. INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT] NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT] 1. Os Tribunais de Contas somente podem realizar suas tarefas quando são independentes da entidade auditada e são protegidos

Leia mais

DECRETO Nº 30226 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2008

DECRETO Nº 30226 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2008 DECRETO Nº 30226 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2008 Regulamenta o Fundo Especial Projeto Tiradentes, criado pela Lei nº 3.019, de 2000, de 3 de maio de 2000. O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 016/2015 DE 05 DE MARÇO DE 2015

RESOLUÇÃO Nº 016/2015 DE 05 DE MARÇO DE 2015 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO CONSELHO SUPERIOR RESOLUÇÃO Nº 016/2015 DE 05

Leia mais

DECRETO Nº. III - criação de estrutura de financiamento pública e transparente para a extensão universitária;

DECRETO Nº. III - criação de estrutura de financiamento pública e transparente para a extensão universitária; DECRETO Nº. Institui o Plano Nacional de Extensão Universitária PNExt Art. 1º Fica instituído o Plano Nacional de Extensão Universitária PNExt constante deste Decreto, com o objetivo de promover a política

Leia mais

Dom Macedo Costa. ESTADO DA BAHIA Município de Dom Macedo Costa Prefeitura Municipal Onde Pulsa o Desenvolvimento

Dom Macedo Costa. ESTADO DA BAHIA Município de Dom Macedo Costa Prefeitura Municipal Onde Pulsa o Desenvolvimento Terça-feira 54 - Ano I - Nº 98 Dom Macedo Costa LEI MUNICIPAL Nº 400/2010 De 27 de dezembro de 2010 Dispõe sobre a criação do Sistema Municipal de Cultura e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL

Leia mais

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 77, DE 18 DE MARÇO DE 2014.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 77, DE 18 DE MARÇO DE 2014. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 77, DE 18 DE MARÇO DE 2014. Institui os procedimentos para o gerenciamento de projetos prioritários no âmbito da Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC e dá outras providências.

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 6.047-D, DE 2005. O CONGRESSO NACIONAL decreta:

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 6.047-D, DE 2005. O CONGRESSO NACIONAL decreta: COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 6.047-D, DE 2005 Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas em assegurar o direito

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

REGULAMENTO DO PLANO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA - PGA

REGULAMENTO DO PLANO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA - PGA INSTITUTO GEIPREV DE SEGURIDADE SOCIAL REGULAMENTO DO PLANO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA - PGA Regulamento aprovado pelo Conselho Deliberativo do GEIPREV na 123ª reunião realizada em 27/11/2009. 1 SUMÁRIO

Leia mais

Bem-vindo a sala de aula do curso: Siconv Transferências voluntárias da União. Facilitador: Fernanda Lyra

Bem-vindo a sala de aula do curso: Siconv Transferências voluntárias da União. Facilitador: Fernanda Lyra Bem-vindo a sala de aula do curso: Siconv Transferências voluntárias da União Facilitador: Fernanda Lyra Horário da Aula: 28 de janeiro - Segunda - das 18h às 20h SICONV TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS DA UNIÃO

Leia mais

INTRODUÇÃO. Apresentação

INTRODUÇÃO. Apresentação ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO ATRICON 09/2014 DIRETRIZES DE CONTROLE EXTERNO ATRICON 3207/2014: OS TRIBUNAIS DE CONTAS E O DESENVOLVIMENTO LOCAL: CONTROLE DO TRATAMENTO DIFERENCIADO E FAVORECIDO ÀS MICROEMPRESAS

Leia mais

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 66, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2012.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 66, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2012. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 66, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2012. Institui o Programa de Fortalecimento Institucional da ANAC. A DIRETORIA DA AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL - ANAC, no exercício das competências

Leia mais

LEI Nº 2.278/07, DE 24 DE AGOSTO DE 2007.

LEI Nº 2.278/07, DE 24 DE AGOSTO DE 2007. LEI Nº 2.278/07, DE 24 DE AGOSTO DE 2007. Dispõe sobre a criação do Instituto Escola de Governo e Gestão Pública de Ananindeua, e dá outras providências. A CÂMARA MUNICIPAL DE ANANINDEUA estatui, e eu

Leia mais

PORTARIA Nº 375, DE 10 DE MARÇO DE 2014

PORTARIA Nº 375, DE 10 DE MARÇO DE 2014 PORTARIA Nº 375, DE 10 DE MARÇO DE 2014 Regulamenta a aplicação das emendas parlamentares que adicionarem recursos à Rede SUS no exercício de 2014 para aplicação em obras de ampliação e construção de entidades

Leia mais

Reunião de Abertura do Monitoramento 2015. Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária - SCPPO

Reunião de Abertura do Monitoramento 2015. Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária - SCPPO Reunião de Abertura do Monitoramento 2015 Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária - SCPPO Roteiro da Apresentação 1. Contextualização; 2. Monitoramento; 3. Processo de monitoramento;

Leia mais

CARTA DE OPINIÃO - IBGC 1 Comitê de Auditoria para Instituições Financeiras de Capital Fechado

CARTA DE OPINIÃO - IBGC 1 Comitê de Auditoria para Instituições Financeiras de Capital Fechado CARTA DE OPINIÃO - IBGC 1 Comitê de Auditoria para Instituições Financeiras de Capital Fechado Em maio de 2004 foi publicada a Resolução 3.198 do Conselho Monetário Nacional, que trouxe, entre outras novidades,

Leia mais

INCENTIVOS FISCAIS, UMA VISÃO GERAL

INCENTIVOS FISCAIS, UMA VISÃO GERAL INCENTIVOS FISCAIS, UMA VISÃO GERAL Danilo Brandani Tiisel danilo@socialprofit.com.br MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS Características da Atividade Atividade planejada e complexa: envolve marketing, comunicação,

Leia mais

TERMO DE REFERÊNCIA (TR) GAUD 4.6.8 01 VAGA

TERMO DE REFERÊNCIA (TR) GAUD 4.6.8 01 VAGA INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA TERMO DE REFERÊNCIA (TR) GAUD 4.6.8 01 VAGA 1 IDENTIFICAÇÃO DA CONSULTORIA Contratação de consultoria pessoa física para serviços de preparação

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.346, DE 15 DE SETEMBRO DE 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN com vistas em assegurar

Leia mais

MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Habitação. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano

MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Habitação. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Habitação CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano SNHIS / FNHIS - Lei nº 11.124/05 REQUISITOS PARA ADESÃO DOS MUNICÍPIOS AO

Leia mais

Cadastro Nacional das Entidades de Assistência Social CNEAS

Cadastro Nacional das Entidades de Assistência Social CNEAS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS Secretaria Nacional de Assistencia Social SNAS Departamento da Rede Socioassistencial Privada do SUAS DRSP Cadastro Nacional das Entidades de Assistência

Leia mais

das demais previsões relativas ao estágio previstas no Projeto Pedagógico do Curso, no Regimento Interno e na Legislação.

das demais previsões relativas ao estágio previstas no Projeto Pedagógico do Curso, no Regimento Interno e na Legislação. DIRETRIZES E NORMAS PARA O ESTÁGIO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA FACULDADE REDENTOR DE PARAÍBA DO SUL DOS OBJETIVOS Art. 1 O Sistema de Estágio da FACULDADE REDENTOR DE PARAÍBA DO SUL terá por objetivos gerais:

Leia mais

DIRETRIZES DE CONTROLE EXTERNO Projeto Qualidade e Agilidade dos TCs QATC2

DIRETRIZES DE CONTROLE EXTERNO Projeto Qualidade e Agilidade dos TCs QATC2 DE CONTROLE EXTERNO Projeto Qualidade e Agilidade dos TCs QATC2 Resolução Atricon 02/2014 Controle Externo Concomitante Coordenador: Cons. Valter Albano da Silva TCE/MT Resolução Atricon 09/2014 LC123/2006

Leia mais

REGIMENTO INTERNO DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA SPA da Fafich/UFMG

REGIMENTO INTERNO DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA SPA da Fafich/UFMG REGIMENTO INTERNO DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA SPA da Fafich/UFMG CAPÍTULO I DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES Art. 1 o ) O Serviço de Psicologia Aplicada, órgão complementar vinculado à Faculdade de Filosofia

Leia mais

GESTÃO DE PROJETOS SICONV APRENDIZADO QUE GERA RESULTADOS

GESTÃO DE PROJETOS SICONV APRENDIZADO QUE GERA RESULTADOS GESTÃO DE PROJETOS SICONV APRENDIZADO QUE GERA RESULTADOS ABORDAGEM Conceitos relacionados ao tema; Legislação aplicável à execução; Modelo de gestão e processo adotado pela Fundep. O que é o SICONV? CONCEITOS

Leia mais

Marcones Libório de Sá Prefeito

Marcones Libório de Sá Prefeito Mensagem n. 010 /2015 Salgueiro, 14 de Setembro de 2015. Senhor Presidente, Senhores (as) Vereadores (as), Considerando os princípios de descentralização e transparência, que tem levado esta administração

Leia mais

Prof. Marcus Tomasi UDESC/ESAG

Prof. Marcus Tomasi UDESC/ESAG Prof. Marcus Tomasi UDESC/ESAG O QUE É... É a síntese do contrato firmado entre o governo e a sociedade, onde as contribuições da sociedade (receitas) são transformadas em ações do governo (despesas) para

Leia mais

PROJETO DE LEI N. O CONGRESSO NACIONAL decreta:

PROJETO DE LEI N. O CONGRESSO NACIONAL decreta: PROJETO DE LEI N Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego PRONATEC, altera as Leis n. 7.998, de 11 de janeiro de 1990, n. 8.121, de 24 de julho de 1991 e n. 10.260, de 12 de julho

Leia mais

Dispõe sobre a implementação de estrutura de gerenciamento de capital.

Dispõe sobre a implementação de estrutura de gerenciamento de capital. RESOLUCAO 3.988 Dispõe sobre a implementação de estrutura de gerenciamento de capital. O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho

Leia mais

RESOLUÇÃO PGE Nº 3743 18 DE MARÇO DE 2015.

RESOLUÇÃO PGE Nº 3743 18 DE MARÇO DE 2015. RESOLUÇÃO PGE Nº 3743 18 DE MARÇO DE 2015. ESTABELECE NORMAS SOBRE OS RELATÓRIOS DOS ÓRGÃOS LOCAIS E SETORIAIS DO SISTEMA JURÍDICO E REVOGA A RESOLUÇÃO PGE Nº 2.928, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2011. A PROCURADORA-GERAL

Leia mais

Comitê de Articulação Federativa Regimento Interno

Comitê de Articulação Federativa Regimento Interno PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS SUBCHEFIA DE ASSUNTOS FEDERATIVOS Comitê de Articulação Federativa Regimento Interno DA NATUREZA E FINALIDADE Art. 1º O Comitê de Articulação

Leia mais

2/5 Art. 16 XI Art.55 - Parágrafo único Art. 57 - III VII VIII

2/5 Art. 16 XI Art.55 - Parágrafo único Art. 57 - III VII VIII 1/5 Alterações de dispositivos do Estatuto Social aprovadas pelo Conselho Deliberativo em 10 de novembro de 2014 visando atender à Portaria nº 224, de 18/09/2014, do Ministério do Esporte, de forma a ser

Leia mais

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS RESOLUÇÃO N 137, DE 21 DE JANEIRO DE 2010.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS RESOLUÇÃO N 137, DE 21 DE JANEIRO DE 2010. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS RESOLUÇÃO N 137, DE 21 DE JANEIRO DE 2010. Dispõe sobre os parâmetros para a criação e o funcionamento dos Fundos Nacional, Estaduais e Municipais

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº...

PROJETO DE LEI Nº... PROJETO DE LEI Nº... Estabelece os componentes municipais do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN, criado pela Lei Federal nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. A Câmara Municipal

Leia mais

RESOLUÇÃO N 83/TCE/RO-2011

RESOLUÇÃO N 83/TCE/RO-2011 RESOLUÇÃO N 83/TCE/RO-2011 Dispõe sobre o exercício da fiscalização dos atos de gestão pelo Tribunal de Contas e dá outras providências. O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA, no uso de suas atribuições

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DO ESTADO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DO ESTADO PLANO DE AUDITORIA DE LONGO PRAZO (PALP) 2015-2018 Sumário: 1 INTRODUÇÃO... 4 2 AUDITORIAS DE CONFORMIDADE (OU DE REGULARIDADE)... 5 2.1 Atos de nomeação e admissão, respectivamente, para cargos efetivos

Leia mais

SECRETARIA DE SAÚDE SECRETARIA EXECUTIVA DE COORDENAÇÃO GERAL DIRETORIA GERAL DE PLANEJAMENTO - GERÊNCIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA E PARTICIPATIVA

SECRETARIA DE SAÚDE SECRETARIA EXECUTIVA DE COORDENAÇÃO GERAL DIRETORIA GERAL DE PLANEJAMENTO - GERÊNCIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA E PARTICIPATIVA NOTA TÉCNICA 03/13 PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE ORIENTAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO - 2014 Introdução: O Planejamento é uma tecnologia de gestão que visa articular mudanças e aprimorar o desempenho dos sistemas

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO Nº 21/2007

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO Nº 21/2007 RESOLUÇÃO Nº 21/2007 O DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, no uso de suas atribuições legais e estatutárias, CONSIDERANDO o que consta do Processo nº 25.154/2007-18 CENTRO DE EDUCAÇÃO (CE); CONSIDERANDO

Leia mais

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão GABINETE DO MINISTRO PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 342, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão GABINETE DO MINISTRO PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 342, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão GABINETE DO MINISTRO PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 342, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008 Altera a Portaria Interministerial nº 127/MP/MF/CGU, de 29 de maio de 2008,

Leia mais

LEI MUNICIPAL Nº 3.486/2005

LEI MUNICIPAL Nº 3.486/2005 LEI MUNICIPAL Nº 3.486/2005 Institui o COMITÊ DE CONTROLE SOCIAL DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA (PBF), e dá outras providências. CLÁUDIO KAISER, Prefeito Municipal de Taquara, Estado do Rio Grande do Sul, FAÇO

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE MORRINHOS Estado de Goiás LEI N. 1.233, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1.993. O PREFEITO MUNICIPAL DE MORRINHOS,

PREFEITURA MUNICIPAL DE MORRINHOS Estado de Goiás LEI N. 1.233, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1.993. O PREFEITO MUNICIPAL DE MORRINHOS, LEI N. 1.233, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1.993. Institui o Fundo Municipal de Saúde e da outras providencias.. O PREFEITO MUNICIPAL DE MORRINHOS, Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu, Prefeito Municipal,

Leia mais

SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL PORTARIA Nº 634, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2013.

SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL PORTARIA Nº 634, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2013. SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL PORTARIA Nº 634, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2013. Dispõe sobre regras gerais acerca das diretrizes, normas e procedimentos contábeis aplicáveis aos entes da Federação, com vistas

Leia mais

Publicada no D.O. de 14.06.2012 RESOLUÇÃO SEPLAG Nº 714 DE 13 DE JUNHO DE 2012

Publicada no D.O. de 14.06.2012 RESOLUÇÃO SEPLAG Nº 714 DE 13 DE JUNHO DE 2012 GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO Publicada no D.O. de 14.06.2012 RESOLUÇÃO SEPLAG Nº 714 DE 13 DE JUNHO DE 2012 NORMATIZA A SOLICITAÇÃO PARA INCLUSÃO, NOS

Leia mais

R E S O L U Ç Ã O. Fica alterado o Regulamento de Estágio Supervisionado do Curso de Psicologia, do. São Paulo, 26 de abril de 2012.

R E S O L U Ç Ã O. Fica alterado o Regulamento de Estágio Supervisionado do Curso de Psicologia, do. São Paulo, 26 de abril de 2012. RESOLUÇÃO CONSEACC/SP 04/2012 ALTERA O REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE PSICOLOGIA, DO CAMPUS SÃO PAULO DA UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO USF. A Presidente do Conselho Acadêmico de Campus

Leia mais

MENSAGEM Nº. Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal,

MENSAGEM Nº. Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal, MENSAGEM Nº Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal, Submeto à apreciação dessa egrégia Casa Legislativa o Projeto de Lei do Plano Plurianual 2014-2017 PPA 2014-2017, nos termos do 1º, art.

Leia mais

REGIMENTO DO FÓRUM ESTADUAL PERMANENTE DE APOIO À FORMAÇÃO DOCENTE GOIÁS (FORPROF-GO)

REGIMENTO DO FÓRUM ESTADUAL PERMANENTE DE APOIO À FORMAÇÃO DOCENTE GOIÁS (FORPROF-GO) REGIMENTO DO FÓRUM ESTADUAL PERMANENTE DE APOIO À FORMAÇÃO DOCENTE GOIÁS (FORPROF-GO) Goiânia-2010 REGIMENTO DO FÓRUM ESTADUAL PERMANENTE DE APOIO À FORMAÇÃO DOCENTE GOIÁS (FORPROF-GO) CAPÍTULO I DOS FUNDAMENTOS

Leia mais

LEI Nº 15.853 DE 11 DE OUTUBRO DE 2011.

LEI Nº 15.853 DE 11 DE OUTUBRO DE 2011. LEI Nº 15.853 DE 11 DE OUTUBRO DE 2011. 1 Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Economia Solidária e o Fundo Municipal de Fomento à Economia Solidária e dá outras providências. O Prefeito Municipal

Leia mais

DECRETO Nº 713, DE 1º DE ABRIL DE 2013

DECRETO Nº 713, DE 1º DE ABRIL DE 2013 DECRETO Nº 713, DE 1º DE ABRIL DE 2013 Publicado no DOE(Pa) de 02.04.13. Institui o Programa de Parcerias Público-Privadas PPP/PA e regulamenta o Conselho Gestor de Parcerias Público- Privadas do Estado

Leia mais

EDITAL DE COMPOSIÇÃO DO COMITÊ GESTOR DO PROGRAMA MUNICIPAL DE PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS

EDITAL DE COMPOSIÇÃO DO COMITÊ GESTOR DO PROGRAMA MUNICIPAL DE PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS EDITAL DE COMPOSIÇÃO DO COMITÊ GESTOR DO PROGRAMA MUNICIPAL DE PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS A Secretaria Municipal de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente convida os Órgãos Públicos

Leia mais

GABINETE DO MINISTRO

GABINETE DO MINISTRO GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 1.007, DE 9 DE OUTUBRO DE 2013. Altera a Portaria MEC nº 168, de 07 de março de 2013, que dispõe sobre a oferta da Bolsa-Formação no âmbito do Programa Nacional de Acesso

Leia mais

META NACIONAL 20- ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto

META NACIONAL 20- ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto META NACIONAL 20- ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do País no 5 o (quinto) ano de vigência

Leia mais

ANEXO I DA RESOLUÇÃO CONSU Nº. 1.091/2014

ANEXO I DA RESOLUÇÃO CONSU Nº. 1.091/2014 1 REGULAMENTO DO PROGRAMA INTERNO DE AUXÍLIO FINANCEIRO AOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU (AUXPPG) CAPÍTULO I Das Disposições Preliminares Art. 1º. O Programa Interno de Auxílio Financeiro aos

Leia mais

ORDEM DE SERVIÇO Nº 010/13.

ORDEM DE SERVIÇO Nº 010/13. ORDEM DE SERVIÇO Nº 010/13. Porto Alegre, 1º de agosto de 2013. AOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS, PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍ- PIO, DIRETOR DO DEPARTAMEN- TO DE ESGOTOS PLUVIAIS, DIRE- TORES-GERAIS DE AUTARQUIAS,

Leia mais

O PREFEITO DE GOIÂNIA, no uso de suas atribuições legais, e CAPÍTULO I DO FUNDO MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER

O PREFEITO DE GOIÂNIA, no uso de suas atribuições legais, e CAPÍTULO I DO FUNDO MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER 1 Gabinete do Prefeito DECRETO Nº 4139, DE 11 DE SETEMBRO DE 2013. Regulamenta o Fundo Municipal de Esporte e Lazer e o Incentivo ao Esporte e Lazer e dá outras providências. O PREFEITO DE GOIÂNIA, no

Leia mais

EDITAL PARA SELEÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS 2015

EDITAL PARA SELEÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS 2015 EDITAL PARA SELEÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS 2015 1. DO OBJETO 1.1. O presente edital tem por objeto realizar uma chamada pública nacional para seleção de projetos que contribuam para o empoderamento das mulheres

Leia mais

RESOLVEU: I - probidade na condução das atividades no melhor interesse de seus clientes e na integridade do mercado;

RESOLVEU: I - probidade na condução das atividades no melhor interesse de seus clientes e na integridade do mercado; Estabelece normas e procedimentos a serem observados nas operações em bolsas de valores e dá outras providências. O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS torna público que o Colegiado, em sessão

Leia mais

Programa de Capacitação em Gestão do PPA Curso PPA: Elaboração e Gestão Ciclo Básico. Elaboração de Planos Gerenciais dos Programas do PPA

Programa de Capacitação em Gestão do PPA Curso PPA: Elaboração e Gestão Ciclo Básico. Elaboração de Planos Gerenciais dos Programas do PPA Programa de Capacitação em Gestão do PPA Curso PPA: Elaboração e Gestão Ciclo Básico Elaboração de Planos Gerenciais dos Programas do PPA Brasília, abril/2006 APRESENTAÇÃO O presente manual tem por objetivo

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº, DE 2008 (Do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame)

PROJETO DE LEI Nº, DE 2008 (Do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame) PROJETO DE LEI Nº, DE 2008 (Do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame) Regulamenta o inciso XVI do art. 22 da Constituição Federal que trata da organização do sistema nacional de emprego, para a adoção de políticas

Leia mais

RELAÇÕES ENTRE O IFRS E AS FUNDAÇÕES DE APOIO AUTORIZADAS PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) E PELO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (MCTI)

RELAÇÕES ENTRE O IFRS E AS FUNDAÇÕES DE APOIO AUTORIZADAS PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) E PELO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (MCTI) RELAÇÕES ENTRE O IFRS E AS FUNDAÇÕES DE APOIO AUTORIZADAS PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) E PELO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (MCTI) Dispõe sobre as normas que regulamentam as relações

Leia mais

PPP PARCERIA PÚBLICO PRIVADA

PPP PARCERIA PÚBLICO PRIVADA PPP PARCERIA PÚBLICO PRIVADA Autores: Eng Sérgio Piccinelli Eng Carlos Henrique Machado Edição: José Carlos Lada Outubro / 2014 Formas de Contratação pela Administração 1) Contratação Direta (Formas de

Leia mais

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA POLÍTICA ESTADUAL DE APOIO AO COOPERATIVISMO

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA POLÍTICA ESTADUAL DE APOIO AO COOPERATIVISMO LEI N. 1.598, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2004 Institui a Política Estadual de Apoio ao Cooperativismo. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE seguinte Lei: FAÇO SABER que a Assembléia Legislativa do Estado do Acre decreta

Leia mais

Programa UNIBRAL Edital CGCI n. 014 /2007

Programa UNIBRAL Edital CGCI n. 014 /2007 Programa UNIBRAL Edital CGCI n. 014 /2007 1 Do programa e objetivo 1.1 O Programa UNIBRAL, apoiado no acordo de cooperação assinado entre Brasil e Alemanha em 31 de outubro de 2000, tem como objetivo estimular

Leia mais

Relação entre as Fundações de Apoio e a FINEP (execução e prestação de contas) 2013

Relação entre as Fundações de Apoio e a FINEP (execução e prestação de contas) 2013 Relação entre as Fundações de Apoio e a FINEP (execução e prestação de contas) 2013 Conceitos FINEP - Agência Brasileira da Inovação é uma empresa pública vinculada ao MCTI, que atua como Secretaria Executiva

Leia mais

Fundo Setorial de Petróleo e Gás Natural Comitê Gestor REGIMENTO INTERNO

Fundo Setorial de Petróleo e Gás Natural Comitê Gestor REGIMENTO INTERNO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Fundo Setorial de Petróleo e Gás Natural Comitê Gestor REGIMENTO INTERNO (aprovado na 49ª Reunião do Comitê realizada em 11 de abril de 2013) CAPÍTULO I Do

Leia mais

CAPITULO I DA POLÍTICA MUNICIPAL DO COOPERATIVISMO.

CAPITULO I DA POLÍTICA MUNICIPAL DO COOPERATIVISMO. LEI Nº 1.827/2009. EMENTA: Institui a política de apoio e incentivo ao desenvolvimento do Cooperativismo no âmbito do município de Santa Cruz do Capibaribe/PE e dá outras providências. A MESA DIRETORA

Leia mais

NORMAS GERAIS PARA A REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE PESQUISA NA FAMA. Título I. Da Natureza, Caracterização, Fins e Objetivos

NORMAS GERAIS PARA A REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE PESQUISA NA FAMA. Título I. Da Natureza, Caracterização, Fins e Objetivos NORMAS GERAIS PARA A REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE PESQUISA NA FAMA Título I Da Natureza, Caracterização, Fins e Objetivos Art. 1 - A COORDENAÇÃO DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - CPPE é o órgão

Leia mais

PROPOSTA DE PROJETO DE LEI

PROPOSTA DE PROJETO DE LEI PROPOSTA DE PROJETO DE LEI Institui o Conselho Estadual de Comunicação Social e dá outras providências. Art. 1º. É instituído o Conselho Estadual de Comunicação Social, instância pública de caráter independente,

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 4.433, DE 23 DE JULHO DE 2015. Brasil. CAPÍTULO I DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO

RESOLUÇÃO Nº 4.433, DE 23 DE JULHO DE 2015. Brasil. CAPÍTULO I DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO RESOLUÇÃO Nº 4.433, DE 23 DE JULHO DE 2015 Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar

Leia mais

PROJETO DE LEI CAPÍTULO I DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E DO PLANO PLURIANUAL

PROJETO DE LEI CAPÍTULO I DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E DO PLANO PLURIANUAL PROJETO DE LEI Institui o Plano Plurianual da União para o período 2012-2015. O CONGRESSO NACIONAL decreta: CAPÍTULO I DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E DO PLANO PLURIANUAL Art.1 o Esta lei institui o Plano

Leia mais

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS TIPO DE AUDITORIA : AUDITORIA DE GESTÃO EXERCÍCIO : 2007 PROCESSO Nº

Leia mais