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3 REVISTA CIENTÍFICA ISSN Impresso: X ISSN Eletrônico: Volume 10, Número 2, 2015

4 INFORMAÇÕES GERAIS A revista Acta Tecnológica é uma publicação oficial de divulgação científica e tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão e se destina a divulgar os conhecimentos técnicos, científicos e culturais produzidos nesta e demais instituições da rede de ensino básico, técnico, tecnológico e superior. A missão da Acta Tecnológica é publicar artigos científicos, revisões bibliográficas, relatos de casos, resumos de teses e dissertações, notas técnicas e outros referentes às áreas de Ciências Agrárias, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Ciências Biológicas, Meio Ambiente, Educação, Letras e Artes, Ciências Sociais e Ensino das Ciências e Matemática, contribuindo para a divulgação e promoção de debates sobre temas de interesse estratégico para o desenvolvimento científico e tecnológico regional e nacional. A Acta Tecnológica tem periodicidade semestral, podendo, no entanto, ser publicadas edições especiais. A Equipe Editorial é composta por editores, um corpo de assessores científicos e uma equipe de apoio nas áreas de revisão textual, normalização, design editorial e tecnologia da informação. Acta Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão Av. Marechal Castelo Branco, nº São Francisco São Luís-MA - CEP: Fone: (98) A exatidão das informações, os conceitos e opiniões emitidos nos resumos e textos completos são de exclusiva responsabilidade dos autores. Catalogação na Publicação Bibliotecária Michelle Silva Pinto CRB 13/622. A188 Acta Tecnológica / Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão. Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação. v. 10, n. 2, jul/dez, _ São Luís: IFMA, Semestral Endereço eletrônico < ISSN Impresso: X ISSN Eletrônico: Multidisciplinar Periódicos 2. Educação 3. Ciência e Tecnologia de Alimentos 4. Ciências Biológicas 5. Meio Ambiente 6. Ciências Agrárias 7. Letras e Artes 8. Ciências Sociais 9. Ensino das Ciências e Matemática. I Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. CDU :631:641.13

5 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão Reitor Francisco Roberto Brandão Ferreira Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação Natilene Mesquita Brito Presidente da Editora IFMA Gedeon Silva Reis Editora Chefe Flávia Arruda de Sousa Conselho Editorial Stefan Hubertus Dorner Gedeon Silva Reis Glayde Maria Carvalho Veras Dihego Silva Bonfim Flávia Arruda de Sousa Leonardo Baltazar Cantanhede Revisão de Texto Flávia Alexandra Pereira Pinto Triciane Rabelo dos Santos Almada Design Editorial Luís Cláudio de Melo Brito Rocha Tecnologia da Informação José Maria Ramos dos Reis Documentação e Normalização Michelle Silva Pinto

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7 EDITORIAL A revista Acta Tecnológica é uma publicação oficial de divulgação científica e tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IFMA, atualmente apoiada pela Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação - PRPGI. Esta edição marca a retomada das atividades da Revista após um período de adequação e mudanças em sua equipe editorial, fatores que promoveram um lapso na periodicidade do mesmo. Nesse período de adequações a equipe editorial, bem como seu conselho, se dedicaram à avaliação das políticas e do fluxo editorial, afim de promover o amadurecimento do periódico e elevar sua qualidade técnico científica. Como orientação na reabertura de submissões o periódico trará normas mais rígidas, mudanças no padrão estético, uma política de comunicação mais efetiva com os pareceristas, inclusive ampliando seu corpo de avaliadores, e dando maior atenção aos critérios de avaliação e indexação nacionais e internacionais. No desenvolvimento de um periódico, percebe-se que seu crescimento perpassa por toda uma rede colaborativa, exigindo grande empenho de todos os envolvidos. Nesse sentido: Agradecemos a Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Natilene de Mesquita Brito, pelo apoio à revista e seu corpo editorial no que tange às questões orçamentarias e logísticas por meio da PRPGI, ainda pela motivação e apoio direto na reestruturação das políticas editorias. Agradecemos ao Presidente da EDIFMA, Gedeon Silva Reis, pelo compromisso e apoio. Agradecemos todos os editores de seção e conselheiros, pelo trabalho desenvolvido. Agradecemos toda a equipe editorial pelo empenho em garantir a qualidade do periódico, com respeito às normas, padrão estético renovado e soluções em tecnologia da informação. Agradecemos todos os autores que submeteram seus trabalhos para esta edição e os pareceristas pela disponibilidade em colaborar com o crescimento do periódico. Neste volume 10, número 2, trazemos seis artigos com múltiplas temáticas. O artigo Percepção da população sobre a importância do tratamento doméstico da água consumida em dois bairros do município de Codó (Maranhão, Brasil), levanta a questão da importância do tratamento doméstico da água para consumo humano. No artigo Estudo do crescimento e composição corporal de linhagens de codornas de corte e postura, os autores trazem dados que podem ser utilizados para decisões referentes ao manejo, programas alimentares e seleção genética das linhagens de codornas estudadas. No artigo Modelagem ponderal de bovinos da raça tabapuã utilizando modelos de regressão aleatória, os autores realizam uma revisão concluindo como positiva a utilização do modelo proposto. No artigo A agricultura familiar e o desenvolvimento rural no nordeste do brasil: uma análise comparativa com a região sul, os autores analisam a influência da agricultura familiar na região Nordeste sob a ótica do desenvolvimento rural. No artigo Tecnologia de bioflocos no cultivo de tilápia do

8 nilo (oreochromis niloticus), os autores realizam uma revisão destacando as características práticas e teóricas da tecnologia, tendo como perspectiva o desenvolvimento sustentável do setor produtivo. Finalizando este número da revista temos o artigo Fishburger de Biquara (Haemulon Plumierii - Lacepède, 1801) com Adição de Diferentes Extensores, cujo objetivo se concentra na elaboração de fishburgers, e análise de seus aspectos físico-químicos, nutricionais e sensoriais, a fim de criar alternativas de agregação de valor à espécie de peixe utilizada. Por fim a equipe editorial da Revista Acta Tecnológica espera que este número atenda às expectativas dos leitores, trazendo artigos de qualidade técnico científica, cumprindo sua missão de divulgação e promoção de debates sobre temas de interesse estratégico para o desenvolvimento científico e tecnológico regional e nacional. Boa leitura! Flávia Arruda de Sousa Editora-chefe da Revista Acta Tecnológica

9 SUMÁRIO Percepção da população sobre a importância do tratamento doméstico da água consumida em dois bairros do município de Codó (Maranhão, Brasil) Ana Luiza Privado Martins, Meirinalva Batista Miranda Coelho e Walbert Sousa da Silva. Estudo do crescimento e composição corporal de linhagens de codornas de corte e postura Daiane de Oliveira Grieser, Simara Márcia Marcato, Antonio Claudio Furlan, Vittor Zancanela, Ana Paula Del Vesco, Eliany Batista, Tiago Junior Pasquetti, e Tainara Ciuffi Euzébio. Modelagem ponderal de bovinos da raça tabapuã utilizando modelos de regressão aleatória Marcelo Richelly Alves de Oliveira, José Elivalto Guimarães Campelo, Danielle Maria Machado Ribeiro Azevêdo, Luanna Chácara Pires e Severino Cavalcante de Sousa Júnior. A agricultura familiar e o desenvolvimento rural no nordeste do Brasil: uma análise comparativa com a região sul Thiago José Arruda de Oliveira, Stefan Hubertus Dörner e Pery Francisco Assis Shikida. Tecnologia de bioflocos no cultivo de tilápia do nilo (Oreochromis niloticus) Rômulo Batista Rodrigues, Fábio Meurer, Deividy Miranda da Silva, Mariana Uczay e Wilson Rogério Boscolo. Fishburger de biquara (Haemulon Plumierii - Lacepède, 1801) com adição de diferentes extensores Jefferson Fernando de Azevedo Fay, Pedro Henrique de Sá Vieira, Bruno Wesley da Silva, Rodrigo Rossetti Veloso e Paulo Roberto Campagnoli de Oliveira Filho.

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11 Percepção da população sobre a importância do tratamento doméstico da água consumida em dois bairros do município de Codó (Maranhão, Brasil) Ana Luiza Privado Martins 1 ; Meirinalva Batista Miranda Coelho 2 ; Walbert Sousa da Silva 3 ; 11 1 Bióloga, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - Campus Codó, Brasil. ana.lpm@ifma.edu.br; 2 Química, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - Campus Codó, Brasil; 3 Técnico em Meio Ambiente formado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - Campus Codó, Brasil; RESUMO Sabe-se, atualmente, que a origem da água de consumo e o seu tratamento por empresas destinadas a esse fim são importantes. Porém, além disso, é preciso que ela receba algum tipo de tratamento domiciliar antes de ser ingerida, visto que muitas pessoas não têm conhecimento sobre os riscos de doenças transmitidas pela água. O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo de percepção entre moradores de dois bairros do município de Codó (Maranhão) sobre a importância do tratamento doméstico da água consumida. Foram utilizados, como objetos de pesquisa, os seguintes bairros: Dalas (área nobre da cidade) e Santo Antônio (bairro mais carente). Para realização do trabalho, foram feitas pesquisas bibliográficas e de campo, destacando-se a aplicação de questionários. No Dalas, observou-se que em todos os casos a água é proveniente de rede geral de distribuição, chegando transparente aos domicílios e que, mesmo assim, ela sempre é filtrada pelos moradores antes do consumo. No Santo Antônio, por outro lado, verificou-se que em alguns casos a água tem outra origem, como de poços. Além disso, nesse bairro, algumas vezes ela chega turva às casas, sendo que a maioria dos moradores não realiza nenhum tratamento doméstico antes que ela seja ingerida, pois acreditam que a mesma chega aos domicílios livre de impurezas. Enquanto no Dalas os entrevistados afirmaram não ser comum a diarreia entre moradores, no Santo Antônio foi registrado que esta aparece de forma mais frequente, em muitos casos. Alguns fatores sociais, como a escolaridade, a renda e a ocupação profissional, demonstraram manter relação com a forma de tratamento domiciliar da água. Além disso, a diarreia pareceu manter estreita relação com o não tratamento da mesma antes da sua ingestão. Termos para indexação: Água filtrada, Água fervida, Doenças.

12 12 Population s perception of the importance of the domestic treatment of consumed water at two neighborhoods in municipality of Codó (Maranhão, Brazil) ABSTRACT It is currently known that the source of drinking water and its treatment by enterprises for this purpose are important. But, in addition, it needs to receive some kind of home treatment before being ingested. Since many people do not have knowledge about the risks of waterborne diseases, this study aimed to realize a study of perceptions between residents of two neighborhoods in the city of Codó (Maranhão) about the importance of the treatment of the consumed domestic water. The following neighborhoods were used as research objects: Dallas (prime area of the city) and Santo Antônio (poorer neighborhood). To perform the work, bibliographical and field researches were done, highlighting questionnaires. In Dallas, it was observed in all cases, that the water comes from the general distribution network, reaching transparent to households and nevertheless it is always filtered before consumption by the residents. In Santo Antonio, on the other side, it has been found in some cases that the water comes from another source, as wells. Furthermore, in this neighborhood, sometimes it gets blurred to the homes, and most residents do not perform any domestic treatment before it is ingested, because they believe that it arrives free of impurities in homes. While in Dallas, respondents said that diarrhea was not common among residents, in Santo Antônio it was announced that it appears in most frequent basis in many cases. Some social factors, such as education, income and occupation, have demonstrated they maintain relation to the way water is treated at home. Diarrhea also seemed to keep close relation with untreated water before ingestion. Index terms: Filtered Water, Boiled Water, Diseases.

13 1 INTRODUÇÃO A água é uma riqueza natural essencial à vida na terra (BORJA et al., 2002) e é utilizada para inúmeras finalidades. Porém, apesar do planeta ser constituído em grande parte por esse recurso, verifica-se, ao longo dos anos, um grande aumento da sua degradação, o que acaba levando a diversos problemas relacionados à saúde humana. No Brasil, existem muitos estudos publicados referentes à água potável, podendo-se destacar os seguintes: Borja et al. (2002), Ramos et al. (2008), Santos et al. (2008) e Pereira et al. (2009). No estado do Maranhão, destaca-se o trabalho de Carmo et al. (2010). Verifica-se que os estudos realizados sobre a água de consumo humano tratam, no geral, sobre os problemas relacionados ao tratamento feito antes que ela chegue às casas. Porém, pouca atenção tem sido dada ao tratamento doméstico que a população dá a esse recurso, embora seja fator essencial para amenizar a contaminação por organismos patógenos. Sabe-se que a manutenção da qualidade da água distribuída exige certos cuidados. No entanto, verifica-se que, quando esta chega aos domicílios, pode haver um acondicionamento inadequado, levando à sua contaminação, pois há pouca orientação aos consumidores com relação à necessidade de cuidados especiais para que haja qualidade dessa água. De acordo com Caubet (2004), dois milhões de seres humanos, principalmente crianças, morrem anualmente nos países mais pobres por causa de doenças gastrointestinais propagadas pela falta de água tratada. Segundo a Organização Mundial de Saúde, no Brasil morrem atualmente 29 pessoas ao dia por doenças decorrentes da qualidade da água e do não tratamento de esgotos, e estima-se que cerca de 70% dos leitos dos hospitais estejam ocupados por pessoas que contraíram doenças transmitidas pela água (OLÍMPIO JÚNIOR, 2007). Para Carvalho (2007), o tratamento é a melhor forma de reduzir a morbimortalidade relacionada ao consumo da água contaminada. Diante dessa realidade, este trabalho teve como objetivo realizar um estudo de percepção dos moradores de dois bairros do município de Codó (Maranhão) sobre a importância do tratamento doméstico da água consumida. 2 METODOLOGIA O município de Codó está localizado na mesorregião leste do estado do Maranhão e encontra-se inserido na Microrregião de Codó, na qual encontram-se também os municípios de Timbiras, Coroatá, Peritoró, Capinzal do Norte e Alto Alegre do Maranhão. Segundo o IBGE (2010), possui uma área territorial de km² e uma população aproximada de indivíduos. O adensamento populacional desordenado é notório na cidade, em especial onde habita a população de baixa renda, caracterizada pela alta taxa de analfabetismo. 13

14 14 Foram utilizados no presente estudo dois bairros como objetos de pesquisa, os quais são o Dalas e o Santo Antônio. O primeiro é considerado uma área nobre da cidade, enquanto no segundo observam-se inúmeros problemas de ordem socioeconômica. O estudo foi realizado entre janeiro e outubro de Para sua realização, foram feitas pesquisas bibliográficas, as quais constaram de buscas a assuntos relacionados à temática em estudo. Foram também realizadas pesquisas de campo, nas quais foram feitas observações in loco e entrevistas à população, tendo como roteiro um questionário semi-estruturado, baseado nos modelos propostos por Pereira et al. (2006) e Santos et al. (2008). Foi utilizado o método de amostragem definido como amostra não probabilística acidental, onde responderam ao questionário os habitantes do local presentes no momento em que a pesquisa era realizada e que se disponibilizaram para isso. Cabe dizer que para este trabalho foi entrevistado apenas um representante por domicílio amostrado e que o tamanho da amostra foi de 100 pessoas, sendo 50 entrevistados por bairro. O questionário continha perguntas de caráter socioeconômico e questões referentes à percepção da população sobre a qualidade da água consumida, além de investigações sobre as doenças ocorrentes relacionadas ao consumo de água contaminada. As informações obtidas através dos questionários foram analisadas utilizando-se o programa JMP 3.0 (1995). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Através da pesquisa realizada, pôde-se observar que 58% dos entrevistados eram do sexo feminino, enquanto 42% correspondiam ao sexo masculino. A faixa etária que prevaleceu foi a de indivíduos entre 21 e 30 anos, correspondendo a 30% do total. 3.1 Bairro Santo Antônio Com relação à escolaridade, 34% cursaram parte do ensino fundamental, mas há ainda uma elevada percentagem dos que cursaram nível superior (20%) (Figura 1.A). Como meios de informação, a maioria afirmou ter apenas a televisão em casa (72%) (Figura 1.B). Figura 1: A. Escolaridade; B. Meios de informação dos moradores do bairro Santo Antônio, Codó, Maranhão (NE: não estudou; EI: educação infantil; EFI: ensino fundamental incompleto; EFC: ensino fundamental completo; EMI: ensino médio incompleto; EMC: ensino médio completo; ES: ensino superior).

15 Dentre as profissões citadas, destacaram-se as de lavrador (20%) e de estudante (16%). Cabe ressaltar ainda, o elevado percentual de desempregados no bairro (12%) (Figura 2.A). Em se tratando da renda média mensal familiar, 50% respondeu que esta consiste entre 1 e 2 salários mínimos e 30% afirmou que a mesma corresponde a menos de 1 salário mínimo (Figura 2.B). pondeu que esta é proveniente de rede geral de distribuição (Figura 3.B). Também se observou que para 82% dos entrevistados, essa água chega à residência com aspecto transparente, enquanto que para 18%, ela tem uma aparência turva (Figuras 4.A). No que diz respeito ao tratamento doméstico dado a mesma, 60% afirmou não tratá-la antes da ingestão, enquanto 38% relatou utilizar a filtração e, apenas 2%, a fervura (Figura 4.B). Os entrevistados que não tratam a água defendem a ideia de que a mesma já chega às residências livre de contaminação. 15 Figura 2: A. Profissão exercida; B. Renda mensal média familiar dos entrevistados do bairro Santo Antônio, Codó, Maranhão (SM: salário mínimo). Quanto ao número de moradores nos domicílios amostrados, em 66% deles há entre 5 e 10 pessoas, enquanto em 34%, há mais de 10 pessoas (Figura 3.A). Com relação à origem da água, 68% res- Figura 3: A. Quantidade de moradores na casa; B. Origem da água nas residências amostradas no bairro Santo Antônio, Codó, Maranhão (RGD: rede geral de distribuição).

16 o nível escolar mais baixo registrado no bairro foi o ensino fundamental completo, cursado por 2% da amostra (Figura 6.A). Como meios de informação, a maioria afirmou ter apenas a televisão em casa (48%) (Figura 6.B). 16 Figura 4: A. Aparência da água que chega às casas; B. Tratamento doméstico dado à água pelos moradores do bairro Santo Antônio, Codó, Maranhão. Observou-se que a diarreia ocorre na maior parte dos domicílios, seja de forma freqüente (36%) ou rara (18%) (Figura 5). Figura 6: A. Escolaridade; B. Meios de informação dos moradores do bairro Dalas, Codó, Maranhão (EFC: ensino fundamental completo; EMI: ensino médio incompleto; EMC: ensino médio completo; ES: ensino superior). Figura 5: Frequência de diarreia nos domicílios do bairro Santo Antônio, Codó, Maranhão. 3.2 Bairro Dalas Em se tratando da escolaridade, a maioria (58%) cursou o ensino superior, sendo que As profissões mais citadas foram as seguintes: estudante (28%), secretário (10%) e professor (8%). O total de desempregados atingiu 6% da amostra (Figura 7.A). Outras profissões somaram 42%, podendo ser citadas: médico, engenheiro, fisioterapeuta, autônomo, nutricionista, dentre outras. Com relação à renda média mensal familiar, para 50% esta consiste entre 1 e 2 salários mí-

17 nimos e para 26%, entre 2 e 3. Há ainda os que afirmam ter uma renda maior que 3 salários (18%), enquanto apenas 6% possui renda menor que 1 salário mínimo (Figura 7.B). Com relação à origem da água, 100% respondeu que esta é proveniente de rede geral de distribuição. Também foi registrado que para 100% dos entrevistados, essa água chega à residência com aspecto transparente. No que diz respeito ao tratamento doméstico dado a mesma, 100% afirmou utilizar a filtração. Tal método é tido por eles como o mais eficiente. Segundo relatos, fica claro que os entrevistados acreditam que o sistema de tratamento e distribuição da água na cidade é bastante deficiente. Segundo os relatos, a diarreia não é comum no domicílio de 100% dos entrevistados. 17 Figura 7: A. Profissão exercida; B. Renda mensal média familiar dos entrevistados do bairro Dalas, Codó, Maranhão (SM: salário mínimo). Em 74% dos casos, o número de moradores nos domicílios é menor que 5, enquanto em apenas 26% essa quantidade fica entre 5 e 10 pessoas (Figura 8.A). Figura 8: A. Quantidade de moradores nas casas amostradas no bairro Dalas, Codó, Maranhão. 3.3 Comparação entre os bairros Pôde-se verificar, diante dos dados, que no Dalas foi registrado maior número de pessoas com nível superior, enquanto no Santo Antônio há ainda os que não tiveram acesso aos estudos. Observou-se, no segundo, que as profissões mais citadas foram aquelas que não necessitam de um nível de escolaridade elevado, que grande parte dos entrevistados tem uma renda mensal familiar muito baixa e que a quantidade de pessoas na casa é elevada. O contrário ocorreu no Dalas, onde muitas das ocupações citadas exigem formação em curso superior, a renda mensal familiar é bem mais elevada e a quantidade de moradores por domicílio é menor. Sabe-se que a formação escolar, atualmente, exerce grande influência sobre a renda de qualquer trabalhador, pois quanto maior a escolaridade, maior também é o salário adquirido por ele.

18 18 Os dois bairros registraram muitos meios de informação presentes nas casas, destacando-se a televisão. Tem-se conhecimento de que a televisão não é um simples meio de informação e veiculação de conteúdos específicos, mas consiste no mais poderoso meio de comunicação de massas, articulando-se com todas as instâncias sociais. Cabe enfatizar que ela pode consistir em uma ferramenta eficaz para conscientização sobre o tratamento domiciliar da água. No Dalas, observou-se, que em todos os casos, a água é proveniente de rede geral de distribuição, chegando transparente aos domicílios e que, mesmo assim, ela sempre é filtrada pelos moradores antes do consumo. No Santo Antônio, por outro lado, verificou-se que em alguns casos a água tem outra origem, como de poços. Além disso, nesse bairro, a água algumas vezes chega turva às casas, sendo que a maioria dos moradores não realiza nenhum tratamento doméstico antes que ela seja ingerida. É importante ressaltar que, se a água não for devidamente tratada, pode afetar a saúde do homem de várias maneiras, como exemplo, pela ingestão direta (FUNASA, 2004). O perigo à saúde se deve ao fato de que ela pode ser um importante veículo de agentes biológicos e químicos potencialmente nocivos ao homem quando há falta de cuidado e efetivo tratamento, comprometendo assim, a saúde e o bem-estar da comunidade (D ÁGUILA et al., 2000). Enquanto no Dalas os entrevistados afirmaram não ser comum a diarreia entre os moradores, no Santo Antônio foi registrado que esta aparece de forma frequente em muitos casos. Várias são as doenças de veiculação hídrica existentes, sendo a diarreia um sintoma bem característico da maioria delas. Apesar de 100% dos entrevistados no Dalas terem respondido que nunca ocorre diarreia em seu domicílio, sabe-se que ela é bem comum nas populações em geral, visto que não é só consequência da ingestão de água contaminada. 3.4 Tratamento doméstico da água versus fatores sociais Quando dados referentes ao tratamento doméstico da água e à escolaridade foram cruzados, pôde-se perceber que existe certa relação entre eles. Observou-se que, quanto menor a escolaridade, mais o tratamento doméstico da água é negligenciado, sendo que todos os entrevistados que não tiveram a oportunidade de estudar, responderam que não dão tratamento algum à água antes de sua ingestão. Porém, é importante notar que, mesmo sendo considerados indivíduos com maior grau de instrução, 2 pessoas com nível superior afirmaram não fornecer nenhum tipo de tratamento à água antes de consumi-la (Tabela 1). Tabela 1: Relação entre tratamento doméstico dado à água e escolaridade nos bairros Dalas e Santo Antônio, Codó, Maranhão (NE: não estudou; EI: educação infantil; EFI: ensino fundamental incompleto; EFC: ensino fundamental completo; EMI: ensino médio incompleto; EMC: ensino médio completo; ES: ensino superior).

19 TRATAMENTO DADO À ÁGUA ESCOLARIDADE NE EI EFI EFC EMI EMC ES TOTAL Fervura Filtração Nenhum TOTAL Ao serem relacionados a renda mensal média por família e os tipos de tratamento doméstico dados à água, notou-se que todas as pessoas com renda maior que 3 salários mínimos preferem realizar a filtração da água antes de ingeri-la. Por outro lado, a maioria dos entrevistados cuja renda é menor que 1 salário mínimo não realiza nenhum mecanismo para tratamento da mesma (Tabela 2). 19 Tabela 2: Relação entre tratamento doméstico da água e renda mensal média familiar nos bairros Dalas e Santo Antônio, Codó, Maranhão (SM: salário mínimo). TRATAMENTO DADO À ÁGUA RENDA MENSAL < 1 SM 1-2 SM 2-3 SM > 3 SM TOTAL Fervura Filtração Nenhum TOTAL Vários estudos têm demonstrado, por meio de análises bacteriológicas de água que, principalmente em zonas rurais e periféricas, é alto o índice de amostras consideradas inadequadas ao consumo humano. Isso evidencia os efeitos indesejáveis da falta de saneamento, ou seja, da falta de cobertura da rede de abastecimento de água e esgoto, somando-se a esse fato a pobreza, a baixa qualidade de vida e o nível educacional da população (FIGUEI- REDO et al., 1998; VALENTE et al.,1999; D ÁGUILA et al., 2000). Cruzando-se dados relacionados à ocupação profissional e ao tratamento da água, percebeu-se que todos os lavradores entrevistados não tratam a água de forma alguma, assim como a maioria das diaristas. É importante citar que para 3 estudantes e 1 professor, essa realidade também se faz presente (Tabela 3). Tabela 3: Relação entre tratamento doméstico dado à água e ocupação profissional nos bairros Dalas e Santo Antônio, Codó, Maranhão (A: desempregado; B: Lavrador, C: diarista, D: vendedor; E: estudante; F: professor; G: outra). TRATAMENTO DADO À ÁGUA OCUPAÇÃO PROFISSIONAL A B C D E F G TOTAL Fervura Filtração Nenhum TOTAL

20 No que se refere à relação entre tratamento da água e frequência de diarreia nos domicílios estudados, observa-se que o desconforto intestinal é bem comum em residências onde não há fervura nem filtragem do líquido em questão. Por outro lado, na maioria das moradias onde se filtra a água, segundo relatos, a diarreia não ocorre (Tabela 4). Tabela 4: Relação entre tratamento doméstico dado à água e frequência de diarreia no bairro Santo Antônio, Codó, Maranhão. 20 TRATAMENTO DADO À ÁGUA FREQUÊNCIA DE DIARREIA Nunca Raramente Frequentemente TOTAL Fervura Filtração Nenhum TOTAL Houve relatos de frequência da diarreia na residência cujo morador afirmou adotar a fervura da água. De acordo com Pádua (2009), esse é um dos meios mais antigos e eficazes para tratamento da água. Entretanto, tem-se o conhecimento de que esse recurso pode ser contaminado durante o armazenamento caseiro. Além disso, a diarreia pode ter outras causas, como, por exemplo, a ingestão de alimento contaminado e, conforme Messias (2013), a utilização de substâncias terapêuticas (como antibióticos e anticoncepcionais). Silva et al. (2009) defende que se deve dar atenção especial às tubulações, reservatórios e equipamentos de tratamento de água, bem como às práticas de higiene domiciliares. Segundo Macêdo (2004), a contaminação da água ocorre principalmente por dejetos provenientes do homem e de animais, dentre outros, favorecendo a persistência e/ou o desenvolvimento de microrganismos patogênicos que podem transmitir ao homem principalmente doenças gastrintestinais. 5 CONCLUSÕES Observou-se, através do presente estudo que, na maioria dos casos, a água é proveniente de rede geral de distribuição. Porém, enquanto no Dalas predominou a filtração como tratamento caseiro dado à água, no Santo Antônio, em muitas moradias, não é dado tratamento algum antes do seu consumo. Alguns fatores sociais, como a escolaridade, a renda e a ocupação profissional, demonstraram ter relação com a forma como a água é tratada nos domicílios. Além disso, a diarreia pareceu manter estreita relação com o seu não tratamento antes da ingestão. Os resultados evidenciaram a carência de informações relacionadas aos perigos do consumo de água contaminada pela população, em especial no bairro Santo Antônio, o que demonstra a necessidade de sensibilizar a comunidade sobre as vantagens de ações simples, como fervura e filtração da água a ser ingerida.

21 REFERÊNCIAS BORJA, P.C.; BARRETO, R.L.; ARAÚJO, V.S. et al. Qualidade da água distribuída e consumida pela população da cidade do Salvador: características e fatores determinantes. In: SIMPÓSIO ÍTALO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 6., 2002, Vitória. Anais... Vitória, CARMO, C.D.S.; ALVES, C.M.C.; CAVALCANTE, P.R. et al. Avaliação da fluoretação da água do sistema de abastecimento público na Ilha de São Luís, Maranhão, Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, n. 15, Supl. 1, p , CARVALHO, J.P. Análise bacteriológica da água de consumo dos moradores do bairro Ronaldo Aragao em Porto Velho. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA, 24., 2007, Brasília. Anais... Brasília, CAUBET, C.G. A Água, a lei, a política. Curitiba: Juruá, p. D AGUILA, P.S.; ROQUE, O.C. da C.; MIRANDA, C.A.S. et al. Avaliação da qualidade de água para abastecimento público do Município de Nova Iguaçu. Cad. Saúde Pública, v. 16, n. 3, p , FIGUEIREDO, AV.A.; OLIVEIRA, V.P.A.; REIS, J.D.P.E et al. Qualidade sanitária da água para consumo humano em escolas rurais do Distrito Federal, Brasil. Rev. Saúde do Distrito Federal, Brasília, v. 9, n. 2, p , FUNASA - Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento Orientações Técnicas. Brasília: MS, IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Disponível em: < Acesso em: 10 jul JMP Statistics and Graphic Guide. Versão (Computer Software and Manuel). SAS Institute Tnc., Cary, north Cardina. CD-ROM MACÊDO, J.A.B. Águas & Águas. Belo Horizonte: Conselho Regional de Química-MG, p. MESSIAS, J. A. Diarreias agudas e crônicas. Adolesc. Saude, v. 10 (Supl. 3), p , OLÍMPIO JÚNIOR, A. Consciência sobre a Água. Disponível em: < org.br/public_html/website/default.asp?tp=3&pag=trabalhos.htm# consciencia >. Acesso em 19 de fev PÁDUA, V. L. Remoção de micro-organismos emergentes e micro contaminantes orgânicos no tratamento da água para consumo humano. Rio de Janeiro: ABES, p. PEREIRA, L.T.P.; ESMERINO, L.A.; KULCHETSCKI, L. et al. Qualidade da água utilizada

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23 Estudo do crescimento e composição corporal de linhagens de codornas de corte e postura Daiane de Oliveira Grieser 1 *; Simara Márcia Marcato 1 ; Antonio Claudio Furlan 1 ; Vittor Zancanela 2 ; Ana Paula Del Vesco 2 ; Eliany Batista 1 ; Tiago Junior Pasquetti 1 ; Tainara Ciuffi Euzébio 1 ; 23 1 Departamento de Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá. Maringá, Brasil; 2 Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Sergipe. Sergipe, Brasil; * Autor correspondente: Universidade Estadual de Maringá - Av. Colombo, 5790, Maringá - Paraná, Brasil. Telefone: +55 (44) , Fax: +55 (44) , daianegrieser@gmail.com; RESUMO As curvas de crescimento permitem a comparação de crescimento em aves de diferentes linhagens e sexo, tornando possível avaliar os efeitos de seleção genética, de sexo ou de diferentes fatores ambientais sobre o desenvolvimento das codornas. Com base nos resultados obtidos através das curvas de crescimento, podem ser observadas as diferenças e semelhanças entre linhagens e sexo no desempenho, rendimento de carcaça e cortes, nas curvas de crescimento e deposição química corporal e no desenvolvimento dos órgãos e partes. Esses dados podem ser utilizados para decisões referentes ao manejo, programas alimentares e seleção genética dos animais. Desta forma, esta revisão tratará das características gerais da criação de codornas, bem como seu desempenho, rendimento da carcaça e cortes, e os parâmetros de crescimento do peso vivo, dos componentes químicos corporais, dos órgãos e das partes da carcaça. Termos para indexação: Coturnix coturnix japônica; Coturnix coturnix sp; equação de Gompertz; curvas de crescimento, órgãos; partes da carcaça.

24 Study of growth and body composition of meat-type quails strain and laying ABSTRACT 24 Growth curves allow the comparison of growth in birds of different strains and sex, making it possible to evaluate the effects of genetic selection, sex or different environmental factors on the development of quail. Based on the results obtained from the growth curves can be observed the differences and similarities between strains and sex on performance, carcass yield and cuts in the growth curves and body chemical deposition, and development of organs and parts. These data can be used for decisions concerning the management, feeding programs and genetic selection of animals. Thus, this review will discuss the general characteristics of the quail creation, and their performance, carcass yield and cuts, and growth parameters of live weight, the body chemical components of organs and parts of the carcass. Index terms: Coturnix coturnix japonica; Coturnix coturnix sp; Gompertz equation; growth curves; organs and body parts.

25 1 INTRODUÇÃO A codorna tem origem do norte da África, da Europa e da Ásia, pertence à ordem dos Galináceos, família dos Fasianídeos (Fhasianidae), da subfamília dos Perdicinidae e do gênero Coturnix, sendo, portanto, da mesma família das galinhas e perdizes (SOUZA-SO- ARES & SIEWERDT, 2005). O Japão foi um dos primeiros países a iniciar a criação comercial, no início do século XX, realizando cruzamentos entre as codornas provenientes da Europa e espécies selvagens, obtendo, assim, um tipo domesticado que passou a chamar de codorna japonesa (Coturnix coturnix japonica). A partir de então, iniciou a sua exploração, visando a produção de carne e ovos (REIS, 1980). A coturnicultura se espalhou do Japão para a China e logo chegou à Europa. A codorna japonesa foi introduzida no Brasil após 1950, iniciando a produção de ovos em escala comercial em São Paulo a partir de 1960 e, posteriormente, a exploração da carne, difundindo para os demais estados (SOUZA-SOARES & SIEWERDT, 2005). A comercialização da carne em maior escala teve início em 1989, quando a empresa Perdigão Industrial, atualmente chamada de Brasil Foods (BRF), começou a atuar no mercado com a linha Avis Raras, utilizando matrizes europeias importadas (PASQUETTI, 2011). Nos anos 1990, eram utilizadas três linhagens de codornas em criações comerciais: Coturnix coturnix coturnix ou codorna europeia ; Coturnix coturnix japonica e a Bobwhite Quail ou codorna americana. Essas linhagens possuem diferentes características de peso, precocidade, tamanho e cor de ovo (branco ou pintado), taxa de postura e coloração das penas, caracterizando a aptidão de cada uma para produção de carne ou ovos (BAUMGARTNER, 1994). A Coturnix coturnix japonica, comumente chamada de doméstica ou japonesa, é a mais difundida mundialmente, por sua grande precocidade e alta produção de ovos, sendo também as mais difundidas no Brasil. As principais características da linhagem são carcaças de pequeno porte, entre 120 e 180g, e carne de baixa qualidade (AL- BINO & NEME, 1998). Com a finalidade de abate para a comercialização da carne, os produtores estão optando pela linhagem Coturnix coturnix coturnix, também conhecida como codorna francesa ou europeia. Esta é uma linhagem de codornas maiores que atingem o peso vivo de 200 a 300g, possuem coloração marrom mais viva, e seu temperamento é mais calmo (REZENDE et al., 2004). A taxa de crescimento, o peso a maturidade, o peso final e a taxa de ganho diário são maiores em codornas europeias, o que permite maior precocidade ao abate quando comparadas com as codornas japonesas (BO- NAFÉ, 2008). Porém, atingem a maturidade sexual praticamente na mesma idade da codorna de postura, sendo o peso e tamanho dos ovos maiores (REZENDE et al., 2004). Segundo Silva & Costa (2009), a taxa de crescimento máxima para codornas japonesas e europeias é atingida por volta dos 27 dias de idade. Du Preez & Sales (1997) 25

26 26 determinaram a curva de crescimento para codornas europeias utilizando as equações de Gompertz, e concluíram que ocorreu um rápido crescimento até aos 21 dias de idade, após esse período o ganho passou a ser decrescente, possivelmente por ocorrer uma mudança de deposição de proteína e água para gordura na carcaça, e pelo fato de os órgãos requererem maior quantidade de energia na dieta. Estes autores também encontraram diferenças no crescimento entre os sexos. A criação de codornas para a produção de carne e ovos tem se desenvolvido de forma expressiva, sendo uma boa alternativa para obtenção de produtos de alta qualidade nutricional para a população (MÓRI et al., 2005). Esta atividade vem se destacando no mercado brasileiro, conforme demonstrado nos dados do IBGE (2011), que registrou um número efetivo de codornas no Brasil, em 2004, de aproximadamente 6 milhões e, em 2009, este efetivo foi aumentado para 11 milhões de cabeças, ou seja, um aumento de 83,33%. Segundo Silva & Costa (2009), o Brasil é considerado o quinto maior produtor mundial de carne de codorna e o segundo de ovos. O crescimento anual da coturnicultura se deve principalmente por esta atividade requerer baixos custos de investimentos com instalações, por ser um animal pequeno, além de apresentar tolerância a temperaturas elevadas, resistência a doenças, rápido crescimento e retorno financeiro (SILVA et al., 2007). A criação de codornas também se torna vantajosa por serem animais de fácil manejo, precocidade sexual (40-42 dias), capazes de apresentar até cinco gerações em um ano além de ter um curto período de incubação (17 dias) (BONAFÉ, 2008). A evolução desta atividade pode ser observada com o aumento dos plantéis e índices de produtividade, isso ocorreu pela difusão de tecnologias a campo, como a ampliação de fornecedores de codornas de um dia e melhoramento genético. Como consequência, tem-se codornas mais pesadas, mais produtivas, mais resistentes e com ovos e cortes nobres maiores (OLIVEIRA, 2007). Entretanto, para melhorar os índices produtivos e minimizar a desuniformidade dos lotes, um dos principais problemas da criação, é preciso melhorar o manejo, a genética e a nutrição das codornas. Os modelos matemáticos são utilizados para descrever o desenvolvimento da carcaça e das partes, permitindo uma análise para a adoção de estratégias que possibilite melhores desempenhos, principalmente quanto ao aumento do ganho de peso e da eficiência alimentar. Por meio da estimativa do crescimento das codornas, pode-se predizer as exigências nutricionais, a melhor idade de abate, os índices de eficiência de produção, proporcionar dados para desenvolver modelos de crescimento, ou seja, software a serem utilizados pelas empresas, diminuindo os custos de produção da criação de aves (MARCATO, 2007). Uma das principais vantagens que a simulação do crescimento através de modelos matemáticos proporciona é estimar o peso vivo a uma idade específica e concentrar informações (taxa de ganho diário, tamanho à

27 maturidade, idade do máximo crescimento, entre outros) de uma população em poucos parâmetros facilmente interpretáveis, possibilitando ao criador e a indústria condições para decisões sobre o manejo, alimentação e seleção (FREITAS et al., 1983). Dessa forma, torna-se extremamente importante o fornecimento de informações que permitirão o entendimento dos modelos de crescimento das aves já existentes e estimularão a elaboração de pesquisas nessa área. 2 DESEMPENHO E RENDIMENTO DA CARCAÇA E CORTES NOBRES DE CODORNAS DE CORTE E POSTURA A eficiência da produção de carne de codornas não depende apenas de características qualitativas de carcaça. Aspectos quantitativos como rendimentos e índices produtivos devem ser considerados (ALMEIDA et al., 2002). Os seus índices produtivos são ainda baixos, apresentando altos valores de consumo de ração e conversão alimentar (OLIVEI- RA, 2001). As características de desempenho e carcaça de codornas são influenciadas pela duração do período de crescimento, genética, manejo, conteúdo nutricional da ração utilizada, especialmente durante o seu crescimento (KUL et al., 2006). Em um experimento com codornas japonesas foi verificado que, no final do período de seis semanas, os pesos de abate foram de 168,59g e 213,99g para machos e fêmeas, respectivamente. O peso de carcaça e rendimento de carcaça foram respectivamente de 122,11g e 72,55% para machos e 136,46g e 64,10% para as fêmeas (KIRMIZIBAYRAK & ALTINEL, 2001). Da mesma forma, Kul et al. (2006), observaram que as fêmeas de codornas japonesas tiveram maior peso de abate, consumiram mais ração e suas taxas de conversão alimentar foram menores, quando comparadas com os machos. Outros autores (OKAMOTO et al., 1989; AYASAN et al., 2000) também relataram menores taxas de conversão alimentar para as fêmeas. Du Preez & Sales (1997) observaram o consumo de ração acumulado de codornas europeias de 01 até 104 dias de idade e concluíram que um plateau no consumo alimentar diário ocorreu, aproximadamente, quando o máximo peso foi atingido, por volta dos 65 e 77 dias de idade, para machos e fêmeas, respectivamente. Quanto à conformação de carcaça das codornas, observa-se que esta característica precisa ser melhorada, visto que esses animais apresentam baixo rendimento de cortes nobres, como peito e coxa e sobrecoxas (ALMEIDA et al., 2002). De acordo com Baumgartner et al. (1985), as linhagens de codornas de corte, quando comparadas com as de postura, tiveram melhor rendimento de peito e foram semelhantes para os rendimentos de pernas, asas e coxas. 3 DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE CRESCIMENTO A descrição do crescimento das codornas é 27

28 28 o primeiro passo para a elaboração de modelos de simulação, capazes de predizer as exigências nutricionais das aves e determinar os efeitos de diferentes programas nutricionais e condições ambientais sobre o desempenho das mesmas (GOUS et al., 1999). Leeson & Summers (1997) afirmaram que o requerimento de nutrientes e o crescimento do animal estão intimamente relacionados, porque quanto maior é o ganho de peso diário dos animais, maiores são as exigências nutricionais, estabilizando quando o máximo peso é atingido. Cada linhagem animal possui uma curva diferente de crescimento, a qual deve ser analisada em condições ideais ou não limitantes. Diferentes linhagens e sexo podem diferir em vários aspectos, como peso à maturidade, composição e taxas de deposição dos nutrientes corporais, sendo que são esses aspectos que afetam as características da curva de crescimento (GOUS et al., 1999). Entre as várias aplicações das curvas de crescimento na produção animal, algumas se destacam: a) resumir em três ou quatro parâmetros as características de crescimento da população, porque alguns parâmetros dos modelos não lineares utilizados possuem interpretabilidade biológica; b) avaliar o perfil de respostas de tratamentos ao longo do tempo; c) estudar as interações de respostas das subpopulações ou tratamentos com o tempo; d) identificar em uma população os animais mais pesados em idades mais jovens (FREITAS, 2005). Diversos modelos matemáticos não lineares são utilizados para descrever o crescimento dos animais durante todo o período de vida, relacionando peso e idade e a deposição de nutrientes. Entre eles, destacam Logística, Brody, Robertson, Richards, Bertalanffy e Gompertz (FITZHUGH JR. & TAYLOR, 1976). A escolha do melhor modelo a ser adotado, deve ser baseada na análise de no mínimo três itens: possibilidade de interpretação biológica dos parâmetros, qualidade do ajuste e dificuldades computacionais. Com relação ao primeiro item, deve acontecer a racionalização da interpretação biológica para qualquer espécie animal, o que não ocorre com a função Von Bertalanffy. O segundo item é sobre a diminuição dos desvios de pesos observados em relação aos pesos estimados. O último item refere às dificuldades computacionais, que variam conforme a função escolhida e as características do conjunto de dados (FITZHUGH JR. & TAYLOR, 1976). Com o objetivo de determinar o modelo matemático mais adequado para a simulação do crescimento de frangos de corte, foram comparadas sete equações, sendo quatro não lineares (Gompertz, Richards, Logística e Bertalanffy) e a regressão polinomial até o 3º grau. Com base nos valores do coeficiente de determinação, quadrado médio residual e interpretabilidade biológica dos parâmetros, Freitas et al. (1983) concluíram que o modelo de Gompertz explicou 99% da variação total existente durante o crescimento das aves de ambos os sexos. Narinc et al. (2010) realizaram um estudo comparando os seguintes modelos de crescimento: Gompertz, Richards, Logística,

29 Bertalanffy, Brody, Exponencial negatival, Morgan-Mercer Flodin e três modelos Hyperbolastic, para características de crescimento de codornas japonesas. Os autores concluíram que o modelo de Gompertz foi o que melhor se ajustou aos dados, sendo este o mais apropriado para descrever o peso corporal relacionando com a idade de codornas japonesas. Da mesma forma, Oliveira et al. (2008), realizaram um experimento com duas linhagens de codornas de corte (Coturnix coturnix coturnix), e verificaram que as equações de regressão estimadas com o uso do modelo de Gompertz explicaram cerca de 97% das variações dos dados de peso corporal médio. Assim, a função de Gompertz foi considerada a mais adequada para descrever o crescimento das aves e a deposição de nutrientes (PASTERNAK & SHALEV, 1994; HANCOCK et al., 1995; GOUS et al., 1999; SAKOMURA et al., 2005; NEME et al., 2006; MARCATO, 2007; OLIVEIRA et al., 2008; NARINC et al., 2010; FIGUEIREDO et al., 2010). As equações de Gompertz são formas de predizer o crescimento e a deposição de nutrientes dos animais relacionando peso e idade. Além disso, os parâmetros da equação podem ser utilizados para elaborar modelos de crescimento, servindo de subsídios para empresas do ramo, com o fornecimento de informações do crescimento das aves, podendo também auxiliar nas pesquisas de exigências nutricionais (MARCATO et al., 2008). A curva de Gompertz, ao contrário de outras funções, considera que a massa corporal inicial é sempre superior a zero, o que reflete no fato de que o animal já nasce com algum peso. O peso corporal tende a atingir um valor máximo dado pelo parâmetro Pm da função que, teoricamente, só seria alcançado após um tempo infinito, mas pode ser extrapolado a partir dos dados experimentais. As características da curva de Gompertz giram em torno do ponto de inflexão em que a taxa de crescimento é máxima. A idade em que ocorre o ponto de inflexão é dada pelo parâmetro t* da função (FIALHO, 1999). O outro parâmetro da função é o b, que indica a taxa de crescimento relativo, em g/dia por g de massa corporal, no ponto em que o crescimento é máximo. Valores maiores de b concentram o crescimento em torno do ponto de inflexão, aumentando a taxa de crescimento máximo, as custas de um crescimento inicial e final mais lento. Ao contrário, valores menores de b fazem com que o crescimento seja mais distribuído ao longo do tempo (Fialho, 1999). A equação de acordo com Gompertz (1825), expressa o peso corporal em função da idade: P t = P m. exp(- exp(- b( t - t* ))) Em que: P t = peso estimado (g) do animal ao tempo t (dias); P m = peso (g) à maturidade do animal; t = idade (dias); b = taxa máxima de crescimento ou de deposição de tecido (g/dia por g); t* = idade do máximo crescimento ou deposição (dias); As taxas de crescimento (TC) são obtidas pela derivada da equação de Gompertz (Sakomura & Rostagno, 2007): TC = Pm.b(exp(-exp(-b.(t-t*)))).(exp(-b.(t-t*))). 29

30 30 4 DETERMINAÇÃO DE CRESCIMENTO E COMPOSIÇÃO CORPORAL As equações de Gompertz, além de predizerem o peso e deposição de nutrientes corporais das aves em qualquer idade, auxiliam na definição da idade ótima de seu abate, podendo contribuir para melhorar o desempenho e reduzir o custo de produção. Através da predição das curvas de crescimento e deposição de nutrientes, também podem ser estabelecidos programas alimentares específicos para linhagens e sexo (MARCATO, 2007). Primeiramente, se escolhe o melhor modelo matemático para determinar o crescimento das aves, após, realiza-se a predição da composição corporal, uma vez que esta sofre mudanças durante o crescimento, tanto em termos químicos como físicos, visto que a taxa de ganho de diferentes componentes não é diretamente proporcional à taxa de crescimento em diferentes pesos. O conteúdo de lipídios de aves em crescimento sofre mudanças durante o desenvolvimento afetado pela composição da dieta (Santos et al., 2005). O crescimento dos componentes corporais pode ser explicado utilizando a função de Gompertz (EMMANS, 1986; GOUS et al., 1999). As codornas de corte apresentam taxa de crescimento e peso final muito maior que as de postura, o que permite atingirem peso adequado ao abate em idade precoce. Um dos fatores que contribuem para este crescimento rápido é o maior consumo de alimentos nos primeiros estádios de vida, devido a uma alta correlação entre esses dois fatores (MARKS, 1993). Durante este período de crescimento ocorre maior deposição de proteína e água na carcaça da codorna, atingindo aproximadamente 200g, cerca de 25 vezes o seu peso inicial (1 dia de idade 8g). Após está idade, em média aos 21 dias, o ganho de peso passa a ser decrescente, ocorrendo maior deposição de gordura e retenção de nutrientes no aparelho reprodutivo (SILVA et al., 2007). Geralmente em aves domésticas os machos possuem maior peso que fêmeas, mas para codornas ocorre o inverso, sendo as fêmeas mais pesadas que os machos, diferença que se inicia por volta da terceira e quarta semana de idade, e são atribuídos aos pesos dos ovários e fígado das fêmeas (OGUZ et al., 1996). Caron et al. (1990) salientaram que machos mais pesados produzem carcaças mais pesadas, enquanto fêmeas mais pesadas são aquelas mais maduras sexualmente, por isso possuem aparelho reprodutivo mais pesado. Du Preez & Sales (1997) estabeleceram uma curva de crescimento do nascimento aos 104 dias de idade de codornas de corte (Coturnix coturnix coturnix), utilizando a equação de Gompertz. Os resultados mostraram diferenças entre sexos, sendo os pesos estimados para machos 148,0 ± 3,00, e para fêmeas 191,9 ± 5,35. Os machos atingiram o máximo crescimento aos 13,4 ± 0,33 dias, sendo mais precoces do que as fêmeas, que atingiram aos 16,4 ± 0,46 dias. As taxas de crescimento foram de 0,097 e 0,077, para machos e fêmeas, respectivamente. A curva de crescimento de codornas japo-

31 nesas de um a 42 dias de idade mostrou acentuada taxa de crescimento no final da primeira semana e declínio na metade da quarta (OLIVEIRA, 2002). De acordo com Silva & Ribeiro (2001), na fase inicial, um a 14 dias de idade, as codornas japonesas dobram sete vezes o próprio peso inicial. Estudando o efeito da seleção para aumento de ganho de peso, em seis linhagens de codornas japonesas, foram obtidos valores para machos e fêmeas, respectivamente, nas quatro semanas, de 213,1 e 225,0g (NESTOR et al., 2002). As carcaças de codornas japonesas são muito pequenas, e como sua principal finalidade é a produção de ovos, elas geralmente são abatidas com um ano de idade, ao término de sua vida produtiva, o que deixa a carne dura. Mesmo assim essa carne é comercializada com aceitação de mercado (GARCIA, 2002). Em razão da grande diferença de crescimento entre sexo e linhagens, a criação de plantéis de machos e fêmeas juntos, ou de linhagens não definidas, prejudicam os índices de eficiência da produção e as características do produto final. 5 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PARTES E ÓRGÃOS DE CODORNAS DE CORTE E POSTURA Atualmente, a carne de codorna é comercializada em embalagens com aproximadamente cinco carcaças congeladas com peso médio de 200g. No geral, a cadeia de produção de carne de codorna tem muito a evoluir, principalmente na agregação de valor ao produto final, explorando a venda de cortes nobres. No Brasil, a preferência para consumo de cortes das aves é pela coxa, sobrecoxa e peito, sendo este último corte o que apresenta maior valor comercial. A curva de crescimento de todas as partes é importante para predizer seu o peso, possibilitando a identificação da melhor idade ao abate com o objetivo de maximizar o peso de cada parte, visando atender as exigências do mercado consumidor (MARCATO, 2007). Em um trabalho realizado por Corrêa (2010), com codornas de corte, foram verificados que maiores pesos corporais de carcaça, peito, coxa, asa, fígado e moela foram encontrados nas fêmeas. O peso do coração e sobrecoxa não apresentaram diferenças entre sexo. Os órgãos de codornas não são aproveitados devido ao seu tamanho reduzido, e não se tem interesse em aumentar seu tamanho, porém o aumento do peso corporal deve ser proporcional ao aumento dos órgãos para não ocorrer distúrbios metabólicos e fisiológicos na ave. Deste modo, as curvas de crescimento dos órgãos podem ser utilizadas para prevenir esses problemas funcionais. O fígado, a moela e o intestino delgado desenvolvem-se rapidamente após a eclosão, demonstrando a importância destes órgãos para as aves neonatas (Iji et al., 2001; KATANBAF et al., 1988). Este rápido crescimento dos órgãos do trato gastrointestinal atinge um pico entre três e sete dias e declina em seguida (Iji et al., 2001; MURAKAMI et al., 1992). 31

32 Lilja et al. (1985) observaram, em codornas de corte, que o intestino delgado atingiu seu pico entre o oitavo e décimo dia de idade, e foi quatro vezes maior que o crescimento corporal, enquanto o fígado foi apenas duas vezes maior que o crescimento corporal no 11º dia de idade. 32 Em um experimento com codornas japonesas, observou-se que os pesos do coração, fígado e miúdos foram maiores em fêmeas e menores em machos. No entanto, essa diferença foi significativa apenas para o peso do fígado (KUL et al., 2006). O fígado é considerado o principal órgão metabólico do corpo, portanto fatores nutricionais podem interferir em seu funcionamento. A redução e o aumento da atividade metabólica influenciam o tamanho desse órgão, podendo ser visualizado facilmente em aves submetidas à restrição alimentar, que têm o tamanho do fígado reduzido (MARCATO et al., 2010). 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta abordagem permitirá uma base para o entendimento do crescimento das codornas, possibilitando planejar melhores estratégias de seleção desses animais, com o uso de estimativas do crescimento corporal e outros tecidos como partes e órgãos, obtidos através de modelos de crescimento.

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39 Modelagem ponderal de bovinos da raça tabapuã utilizando modelos de regressão aleatória Marcelo Richelly Alves de Oliveira 1 ; José Elivalto Guimarães Campelo 2 ; Danielle Maria Machado Ribeiro Azevêdo 3 ; Luanna Chácara Pires 4 ; Severino Cavalcante de Sousa Júnior 5 ; 39 1 Zootecnista pelo Instituto de Ensino Superior Múltiplo - IESM, Timon, MA. Mestrando em Ciência Animal pela Universidade Federal do Piauí - UFPI; 2 Eng Agrônomo, Dr. em Zootecnia, Docente da Universidade Federal do Piauí - UFPI; 3 Médica Veterinária, Dra. em Zootecnia, Pesquisadora Embrapa Meio-Norte; 4 Zootecnista, Dra. em Zootecnia, Docente Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB; 5 Zootecnista, Dr. em Zootecnia, Docente da Universidade Federal do Piauí - UFPI; RESUMO O Brasil é notadamente um dos maiores produtores de alimentos do mundo, onde se encontram possível encontrar condições climáticas e de solo favoráveis, o que propicia uma produção diferenciada nas suas diferentes regiões. Dentre as aptidões que o país possui na produção de alimentos, a atividade pecuária têm sido uma das mais relevantes. Neste sentido, destaque deve ser dado à produção de bovinos, que conta com mais de 211 milhões de animais e, deste total, em torno de 140 milhões possuem aptidão para produção de carne. Nesta perspectiva, torna-se importante a adoção de ferramentas tecnológicas capazes de incrementar a produção pecuária, como a utilização de técnicas de melhoramento genético animal, principalmente pelo uso de métodos de seleção e cruzamentos, bem como a união destes. Como exemplo, tem-se a avaliação de parâmetros que caracterizam a curva de crescimento dos animais, com base na altura ou no peso em diferentes idades, comum em bovinos de corte. Esta avaliação geralmente é realizada com a obtenção de dados longitudinais, ou medidas repetidas no tempo que, para sua análise, vêm sendo utilizado nos últimos anos, os modelos de dimensão infinita, ou modelos de regressão aleatória (MRA), por possibilitarem acompanhar a curva média de crescimento dos animais em um determinado período. Ao se adotar um modelo de dimensão infinita, como o de regressão aleatória, na análise de medidas repetidas no tempo, faz-se necessária a utilização de uma matriz de covariâncias de dimensão infinita, assim como no modelo. Nesta situação, uma alternativa apresentada é o uso das funções de covariâncias. Termos para indexação: curva de crescimento, funções de covariância, polinômios de Legendre, pecuária.

40 Weigth modeling of tabapuã cattle using random regression models ABSTRACT 40 Brazil is notably one of the largest food producers in the world where the same, you can find the favorable climate and soil conditions, which allows for a differentiated production in its different regions. Among the skills that the country has on food production, cattle ranching have been one of the most relevant. In this regard, attention should be paid for cattle, which has more than 211 million animals, and of this total, around 140 million have aptitude for meat production. In this perspective, it is important to adopt technological tools capable of increasing livestock production, as the use of the animal breeding techniques, mainly by the use of methods of selection and breeding, as well as the union of these. As an example, there is the evaluation of parameters characterizing the growth curve of animals, based on height or weight at different ages, common in beef cattle. This evaluation is usually done with obtaining longitudinal data or repeated measures, which for analysis, have been used in recent years, models of infinite dimension, or random regression models (RRM), as they allow to monitor the average growth curve of animals in a given period. By adopting a model of infinite dimension, as the random regression, analysis of repeated measures, it is necessary to use a covariance matrix of infinite dimension, and in the model. Index terms: covariance functions, growth curve, Legendre polynomials, livestock.

41 1 INTRODUÇÃO No cenário mundial contemporâneo, produzir alimentos de qualidade torna-se cada vez mais necessário, haja vista que a população está cada vez mais exigente e preocupada em manter uma vida mais saudável. Além disto, conceitos como bem-estar na produção animal e respeito ao meio ambiente, tanto pela adoção de sistemas de produção mais sustentáveis, bem como pela redução, ou mesmo a eliminação no uso de agrotóxicos com a produção de alimentos orgânicos, é de grande relevância para os produtores que desejam atingir novos mercados consumidores e manter o fornecimento aos mais exigentes. Neste contexto, características como vastas extensões de terras, abundante oferta de águas continentais, além de abrigar uma das maiores reservas globais de água doce, fazem do país um ator relevante no papel de produzir de uma das mais básicas carências humanas, que é uma alimentação de qualidade. Dentre as aptidões que o Brasil possui na produção de alimentos, a atividade pecuária têm sido uma das mais relevantes, principalmente no tocante à produção e exportação de proteína animal. Neste sentido, destaque deve ser dado à produção de bovinos, que conta com mais de 211 milhões de animais, e deste total, em torno de 140 milhões possuem aptidão para produção de carne. O país é o maior produtor comercial e um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo. Entretanto, esta atividade ainda apresenta índices de produção abaixo do esperado. Tal fato pode ser justificado pela ineficiência nos manejos sanitário, reprodutivo e alimentar, além de fatores genéticos (SIDRA, 2012; JESUS SAN- TOS et al., 2012). Nesta perspectiva, torna-se importante a adoção de ferramentas tecnológicas capazes de incrementar a produção pecuária, como a utilização de técnicas de melhoramento genético animal, principalmente pelo uso de métodos de seleção e cruzamentos, bem como a união destes. Segundo Ferreira e Marques (2013), os pecuaristas vêm apresentando um melhor entendimento de como utilizarem o melhoramento genético como estratégia para obterem melhorarias em seus rebanhos, não aceitando mais, manter em suas propriedades, animais que apresentem baixo desempenho produtivo. Dentre os estudos que podem ser realizados visando o aumento da produção dos rebanhos bovinos, a identificação dos melhores indivíduos do plantel para reprodução merece estudos aprofundados, bem como a determinação de parâmetros de avaliação genética que contribuam para a melhoria da produtividade da carne bovina. Como exemplo, tem-se a avaliação de parâmetros que caracterizam a curva de crescimento dos animais, com base na altura ou no peso em diferentes idades, comum em bovinos de corte. Essa avaliação geralmente é feita com a obtenção de dados longitudinais, ou medidas repetidas no tempo, que para sua análise, vêm sendo utilizado nos últimos anos, os modelos de dimensão infinita, ou modelos de regressão aleatória 41

42 42 (MRA), por possibilitarem acompanhar a curva média de crescimento dos animais em um determinado período (MALHADO et al., 2008). Ao se adotar um modelo de dimensão infinita, como o de regressão aleatória, na análise de medidas repetidas no tempo, faz-se necessária a utilização de uma matriz de covariâncias de dimensão infinita, assim como no modelo. Nesta situação, uma alternativa apresentada é o uso das funções de covariâncias (SOUSA JÚNIOR et al., 2010). Estas funções podem ser definidas como funções contínuas, que são utilizadas para a estimação de variâncias e covariâncias de uma dada característica mensurada em pontos distintos de uma trajetória. Seu uso apresenta algumas vantagens importantes na avaliação de medidas repetidas, tais como a modelagem acurada da estrutura de covariâncias da característica em estudo, predição dessas estruturas em qualquer ponto de uma escala contínua de tempo, conferindo uma maior flexibilidade no uso de medidas repetidas de peso do animal, obtidas em qualquer momento ao longo de sua vida. Além disso, não há a necessidade de ajuste destas idades para idades pré-determinadas ou padrão. Tais vantagens apontadas quanto ao uso das funções de covariâncias, podem ser justificadas pelos seus eficientes empregos em pacotes de programas estatísticos para análises de dados. Além disso, quando estimadas pelo método de regressão aleatória, são bastante úteis para análise de dados de crescimento dos animais, como o desenvolvimento ponderal em bovinos de corte, por exemplo, visando o progresso genético na produção animal. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Importância da bovinocultura para o Brasil O Brasil ocupa a quinta posição entre os maiores países do mundo em extensão territorial, possuindo 8,5 milhões de km² de terras, destes, 1,7 milhão são ocupados por áreas de pastagens. O país apresenta ainda uma grande diversidade climática, mesmo com predominância do clima tropical. Tal diversidade interfere no regime de chuvas, que influencia na qualidade das pastagens e, por consequência, na atividade pecuária que, no Brasil, é baseada principalmente na criação de animais a pasto. Além disso, este fato reflete diretamente no valor de compra e venda dos animais entre as diferentes regiões do país (ABIEC, 2011). A atividade pecuária no Brasil é antiga, seus primeiros registros datam desde o início da sua colonização, no século XVI, e até hoje assume um relevante papel para o desenvolvimento da economia nacional. Dentre as atividades pecuárias, a bovinocultura foi precursora de um dos principiais ciclos econômicos do país, quando da chegada dos primeiros animais pelo litoral nordestino, trazidos pelos colonizadores portugueses (SANTOS; SOUSA; BRAGA FILHO, 2011), mas especificamente no ano de 1533, pela expedição liderada por Martin Alfonso de Sousa pelas capitânias hereditárias (SILVA; BOAVENTURA; FIORAVANTI, 2012).

43 Com o passar dos tempos, a atividade pecuária continuou contribuindo com a economia do Brasil, de forma que, a partir do começo do século XXI, o país passou a ser considerado um dos maiores produtores e exportadores de carnes do mundo, com destaque à carne bovina. Tal fato deve-se aos constantes investimentos no setor produtivo, com incrementos na quantidade e qualidade do que é produzido, por meio de mudanças no manejo e uso de novas tecnologias, como a rastreabilidade, investindo-se, também, na qualidade das carcaças e segurança alimentar. Tanto esmero vem mostrando bons resultados, como no ano de 2004, em que o Brasil ocupou a liderança entre os países produtores e exportadores de carne bovina, com base em dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) (FERREIRA e MARQUES, 2013). Segundo dados do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA), o país é detentor do maior rebanho bovino comercial do mundo, com um efetivo de 211 milhões de animais, sendo líder nas exportações de carne bovina, com produção em torno de 10,2 milhões de toneladas de carcaça (SI- DRA, 2012; ABIEC, 2014). Entretanto, assumir o título de maior exportador, não necessariamente, significa ter alta produtividade, tendo em vista a base dos sistemas de produção de carnes no país, que é predominantemente a pasto, ocupando grandes extensões de terra. Muito ainda precisa ser feito para tornar os sistemas de produção de carne bovina no Brasil mais competitivos e produtivamente mais eficientes (CAMPOS et al., 2013). Mesmo sob esta visão, a Coordenação Geral de Planejamento Estratégico, da Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), prevê um aumento em torno de 12,6 milhões de toneladas na produção de carnes (bovina, suína e aves) até o biênio 2018/2019, representando um aumento de 51% ao se comparar à produção no ano de 2008, sendo destacada a carne bovina, considerada a mais produzida e exportada pelo Brasil. Além disso, a presença da atividade pecuária em todas as regiões do país mostra a importância econômica e social deste segmento para o agronegócio brasileiro (MAPA, 2008). No tocante ao desempenho das exportações brasileiras de carne bovina, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), demonstraram um importante crescimento neste setor, no terceiro trimestre do ano de 2013, quando comparado ao mesmo período do ano de 2012 (Tabela 1). Os maiores compradores da carne bovina produzida no país, no ano de 2013, e que representaram por volta de 87,3% das importações foram a Rússia (1º), Hong Kong (2º) e Egito (3º), nas três primeiras posições, seguidos por Venezuela (4º), Chile (5º), Irã (6º), Argélia (7º), Itália (8º), Holanda (9º) e Filipinas (10º). Todos esses países, (exceto o Irã) aumentaram suas importações de carne bovina brasileira, quando comparado ao mesmo período do ano anterior (IBGE, 2013). 43

44 Tabela 1: Bovinos abatidos, produção de carcaça, exportação de carne bovina in natura e faturamento Brasil Trimestres selecionados de 2012 e Bovinos abatidos, produção de carcaça e exportação de carne bovina Variação (%) 3º trimestre (1) 2º trimestre (2) 3º trimestre (3) (3/1) (3/2) Bovinos abatidos¹ (cabeças) ,7 4,4 Carcaça produzida¹ (t) ,4 6,4 Carne in natura exportada² (t) ,3 19,0 Faturamento da exportação² (milhões de US$) 1 220, , ,609 17,9 17,0 Preço médio (US$/t) ,4-1,7 Fonte: 1 Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, IBGE e ²Secretaria de Comércio Exterior, Secex/MDIC. No entanto, os resultados mencionados somente se manterão neste patamar se o país se adequar ainda mais às exigências do mercado atual, sendo cada vez mais necessário oferecer um produto de alto padrão seguindo a tendência do mercado externo, em especial, o europeu, que exige que a carne bovina seja oriunda de manejos que respeitem conceitos específicos, como o bem-estar dos animais, o abate humanitário e a sustentabilidade dos sistemas de produção, com foco na preservação ambiental (MAPA, 2007). Como alternativa para alcançar estas melhorias, uma das ferramentas que podem ser utilizadas para obtenção de carnes de maior qualidade e que atendam as necessidades dos mercados interno e externo, destaca-se o melhoramento genético, segmento da produção animal de grande relevância por dar resultados em longo prazo (BUENO et al., 2011). Por meio da sua inclusão, aumento significativo na produção de bovinos de corte tem sido alcançado, principalmente pelo uso das duas principais ferramentas de melhoramento, a seleção e o cruzamento, além da combinação destas. Pois a utilização da genética na produção pecuária é de grande ajuda, por ser um fator que contribui para resultados finais satisfatórios à produção de carne (SANTOS; SOUSA e FILHO, 2011). Neste cenário, a pecuária de corte brasileira apresenta potencias para continuar em expansão. Segundo Costa et al. (2006), o Brasil é considerado como o único país do mundo com capacidade de crescimento da sua área total destinada à produção agropecuária, dispondo em torno de 90 milhões de hectares para tal finalidade, sendo considerado, ainda, como última fronteira agrícola mundial. 2.2 A Raça Tabapuã Em se tratando do melhoramento da bovinocultura de corte, o material genético mais

45 utilizado no Brasil é o de animais zebuínos (Bos indicus), que representam cerca de 80% do rebanho nacional. Animais deste grupo racial são comprovadamente mais rústicos, ou seja, mais adaptáveis às condições climáticas brasileiras, onde são criados, em sua maioria, sob condições extensivas, ocupando grandes áreas de pastagem, nativas e/ou cultivadas. Pelas características citadas, as raças zebuínas podem ser encontradas de Norte a Sul do país (ABIEC, 2011). Sob estes aspectos, uma das raças zebuínas que vem se destacando como opção para produção de carne nas condições tropicais do Brasil, é a raça Tabapuã. Vercesi Filho et al. (2002) afirmaram que esta foi a primeira raça zebuína de caráter mocho formada no país. Sua formação é composta basicamente por animais das raças Guzerá e Nelore. Atualmente a raça Tabapuã tem ocupado papel de destaque na modernização da bovinocultura de corte brasileira (SILVA; BOA- VENTURA; FIORAVANTE, 2012). O bovino Tabapuã, como raça brasileira, foi reconhecido como tal pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no ano de 1981, sendo registrado pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Estes animais resultaram do cruzamento do gado bovino nacional (mocho) com animais originários da Índia. Em que na década de 1940, na cidade de Tabapuã, Estado de São Paulo, foi o período em que a raça adquiriu características próprias, sendo, ainda, a terceira raça zebuína com aptidão para corte formada no mundo, após a formação das raças Brahman e Indubrasil (ABCT, 2013). Ainda segundo a Associação Brasileira de Criadores de Tabapuã (ABCT, 2013), animais desta raça apresentam como principais vantagens à docilidade e o fácil manejo. Além disso, as fêmeas apresentam altos índices de fertilidade, chegando a atingir em média mais de 60% desta característica, entre os 18 e 20 meses de idade. Possuem boa habilidade materna, produzindo bezerros de alto desempenho, que, ao atingirem 120 dias de idade, podem chegar ao peso médio de 118 kg, e serem desmamados pesando cerca de 200 kg. Quanto à precocidade, estes animais são abatidos aos 30 meses de idade, aproximadamente, 10 meses a menos que animais da raça Nelore, por exemplo. Segundo Menezes et al. (2013), esta raça aliada às demais raças zebuínas, vem contribuindo nos últimos tempos, para o incremento na pecuária de corte brasileira, permitindo uma competitiva produção de carne em condições de clima tropical, com produção baseada na oferta de pasto, o que reduz o custo de produção da carne, sendo esse sistema, menos oneroso quando se compara a produção de bovinos em sistema de confinamento. Quanto ao número efetivo de animais Tabapuã no país, só no ano de 2010, este número era de aproximadamente animais. Este número significativo, aliado ao fato de que animais desta raça apresentarem características desejáveis, segundo exigências de mercado, tais como boa conformação e qualidade de carcaça, maior ênfase deve ser dada aos estudos voltados à avaliação e melhoria do desempenho pro- 45

46 46 dutivo dos indivíduos desta raça (SOUSA JÚNIOR et al., 2010 e 2012). Em relação ao efetivo de bovinos da raça Tabapuã encontrados na região Nordeste, Caires (2012) destacou que, no início dos anos 2000, foi observado um pequeno aumento no número de nascimentos desses animais. Entretanto, entre os anos de 2001 e 2005, houve um aumento significativo no número de registros de animais desta raça, quando, em 2005, o número de animais nascidos na região foi de animais. Após este período a frequência de natalidade decresceu e, em 2006, o número de registros ficou em torno de animais. Estes números mostram que há necessidade de divulgação das vantagens de se introduzir o material genético destes animais nos rebanhos da região, sendo necessária também, a realização de trabalhos referentes ao melhoramento desta raça, que ainda são escassos no país e principalmente na região Nordeste (FERRAZ FILHO et al., 2002). 2.3 Crescimento animal O crescimento é uma das funções primordiais dos seres vivos. A simples definição de crescimento como de algo se tornar maior, talvez seja a mais oportuna de ser utilizada, ao invés de se empregar diversas tentativas complicadas para expressar esse fenônemo (LAWRENCE e FOWLER, 2012). Sendo o crescimento animal um evento de natureza complexa, este é ocasionado por diversos fatores, como os intrínsecos (ação hormonal), além de causas externas, principalmente a alimentação. Este fenômeno pode ser denominado como o incremento no volume da massa tecidual dos animais, incluindo a deposição adiposa. Esse aumento no volume de massa dos tecidos pode ser explicado pela ação da multiplicação das células (hiperplasia) e pelo o aumento das células já existentes no organismo (hipertrofia) (ALVES, 2003). No que concerne a este tema, inúmeros estudos sobre o crescimento animal demonstram como ocorre o desenvolvimento dos tecidos nestes indivíduos, nos seus primeiros dias de vida, mostrando que, a priori, é predominante a presença dos tecidos musculares e ósseos, sendo que o tecido adiposo ou gordura vem em seguida, representando um percentual reduzido. E que com passar do tempo esta proporção é alterada, quando a percentagem de músculos apresenta um leve aumento, até o momento em que se inicia o acúmulo de gordura e expressiva diminuição da proporção de massa muscular (LUCHIARI FILHO, 2000). Em síntese, o desenvolvimento do peso dos animais (ponderal) é definido como um processo ininterrupto, em que cada fase de vida do animal apresenta uma taxa de crescimento específica (PAZ et al., 2004). De modo mais detalhado, Alves (2003) explicou que a dinâmica do crescimento animal traduz que, antes do nascimento, a taxa de crescimento dos mesmos é acelerada, apresentando um comportamento exponencial. Já na fase após o nascimento, essa taxa de crescimento se torna lenta, em seguida, aumenta de forma rápida e desacelera no

47 início da fase de puberdade. Por fim, quando o animal atinge a maturidade esse crescimento é reduzido. Segundo Malhado et al. (2009), as primeiras pesquisas voltadas ao estudo da curva de crescimento e desenvolvimento do peso de animais, se deu no ano de 1932, pelo pesquisador Hammond, além de integrantes da Escola de Cambrigde. Estes estudiosos desenvolveram diversas pesquisas que os possibilitou descrever por meio de gráficos, o crescimento dos animais utilizando uma curva. De modo geral, esta curva pode ser representada em formato sigmoide, por lembrar um formato de s, sendo ajustada pelo uso de modelos não lineares. Tais modelos aos serem ajustados a características quantitativas de interesse econômico como peso e comprimento dos animais, no decorrer de um período, permitem resumir um número significativo de mensurações em poucos parâmetros biologicamente interpretáveis (SILVA et al., 2011). Esta curva, denominada de curva de crescimento, compreende a relação entre o peso e a idade dos animais, sendo esta, utilizada em diversas funções, dentre elas, a concatenação no número de parâmetros para avaliar as características de crescimento da população (número de três ou quatro parâmetros) e a identificação dos animais mais pesados em idades precoces. Todas estas informações são, de modo geral, relevantes no estudo e avaliação de curvas de crescimento animal (FREITAS, 2005). Segundo Silva et al. (2011), ao se avaliar os parâmetros advindos das curvas de crescimento, em bovinos de corte, por exemplo, o melhorista e o produtor podem analisar biologicamente o crescimento dos indivíduos ao se estimar a idade ideal de abate do animal, quando a curva de crescimento médio do mesmo, atinge seu ponto máximo (ou maturidade). Em pesquisas desenvolvidas na área do melhoramento genético animal, características de crescimento formam a base principal das informações utilizadas em avaliações genéticas na pecuária de corte. Essas características são influenciadas tanto pelos próprios genes dos animais como por fatores ambientais, em que o crescimento desses indivíduos na fase que antecede a desmama está intimamente ligado ao potencial de crescimento pré e pós-nascimento do bezerro, bem como à habilidade materna da vaca. (SOUSA JÚNIOR et al, 2011). Quanto à relevância da avaliação do crescimento dos animais nos sistemas pecuários, Silva et al. (2004) e Laureano et al. (2011) destacaram que essa avaliação proporciona realizar uma melhor análise e administração da atividade pecuária por parte dos produtores, sendo que, para isto, são utilizados alguns métodos de acompanhamento do crescimento dos animais, dentre estes, destacam-se as citadas curvas de crescimento que auxiliam, por exemplo, na identificação das demandas nutricionais dos animais em cada etapa de seu crescimento, além de otimizar o desenvolvimento de programas de melhoramento genético. 47

48 Modelagem do crescimento Características relacionadas ao crescimento animal são adotadas em programas de melhoramento genético de bovinos de corte como critérios de seleção, pelo fato da remuneração dos produtores serem realizadas com base no peso das carcaças (LAUREA- NO et al., 2011). Características como pesos e ganhos em peso, além de econômicas e fáceis de serem medidas em um grande número de indivíduos, apresentam variabilidade genética de magnitude mediana em bovinos de origem zebuína como o Nelore e o Tabapuã, promovendo ganhos genéticos aceitáveis (ALBUQUERQUE; MERCADAN- TE; ELER, 2007; SOUSA JÚNIOR et al, 2012). Com a presente preocupação dos bovinocultores de corte em relação ao crescimento dos animais, é relevante o uso de métodos ou técnicas que propiciem avaliações cada vez mais acuradas dos parâmetros genéticos, que serão utilizados no estudo do desenvolvimento dos animais destinados à produção de carne, podendo ser adotada para essa finalidade, a análise de dados longitudinais ou medidas repetidas por meio das curvas de crescimento, com auxílio de modelos matemáticos lineares ou não-lineares (ESPILOGAN et al., 2013). Segundo Freitas (2005), ao se tratar do uso de medidas repetidas em avaliações da curva de crescimento animal, duas causas de variabilidade devem ser destacadas. A primeira está relacionada à variação aleatória entre os indivíduos e a segunda está ligada a variação aleatória entre mensurações dentro de indivíduo. Ao se utilizar inúmeras medidas de peso tomadas ao longo da vida dos animais, essas são reduzidas a alguns parâmetros, fornecendo, assim, uma curva de crescimento. Em que a interpretação dos parâmetros estimados fornece uma explicação do que está ocorrendo biologicamente com o animal, como a velocidade do crescimento em determinado período em que as medidas foram mensuradas (MCMANUS; LOUVAN- DINI e CAMPOS, 2010). Quanto aos modelos comumente utilizados na descrição de curvas de crescimento Mendes et al. (2009) e Santoro et al. (2005) destacam, os modelos não-lineares, em que os parâmetros de interpretação biológica são estimados basicamente pelo peso superior ou máximo (assintótico) dos animais e pelo nível de maturidade, o que informa a velocidade do crescimento dos mesmos. Além disso, estes modelos descrevem o crescimento do indivíduo ao longo de sua vida, ao avaliar os componentes genéticos e ambientais que interferem na forma da curva de crescimento dos animais. O uso destes modelos na avaliação de curvas de crescimento, em especial, de bovinos de leite e/ou corte, torna-se mais interessante, pois os mesmos são flexíveis quando usados com registros de medidas de peso tomadas em determinadas idades. Estes autores destacam os modelos não-lineares mais citados na literatura utilizados na descrição da curva de crescimento animal, sendo eles Brody, Gompertz, Logístico, Richards e Von Bertalanffy, enfatizando que a avaliação da curva de crescimento animal foi realizada

49 primeiramente com o modelo Bertalanffy para estudos metabólicos (ESPILOGAN et al., 2013). Outros modelos tradicionalmente utilizados na avaliação de dados longitudinais são os modelos de repetibilidade, que consideram como única todas as características medidas no indivíduo e os modelos multicaracterísticas, ao assumir que cada medida tomada é uma característica diferente. No entanto, com o avanço da computação e o surgimento de novos programas estatísticos, foram desenvolvidos métodos mais parcimoniosos de avaliação do crescimento animal, que oferecem melhor interpretação biológica e menor tempo para a análise dos dados (DIONELLO et al., 2008; IWAISAKI et al., 2005). Dentre os métodos comumente utilizados para avaliação da curva de crescimento dos animais, têm se observado a utilização significativa de modelos de regressão aleatória (MRA), pois segundo Palharim et al. (2013) e Meyer (2005), estes modelos são uma ótima opção para avaliação genética baseada nas análises de medidas repetidas, ou dados longitudinais, como as medidas de pesos dos animais relacionados às idades distintas. 2.5 Modelos de Regressão Aleatória (MRA) A utilização de modelos de dimensão infinita ou modelos de regressão aleatória (MRA) destaca-se como uma das inovações metodológicas que objetivam a avaliação genética de medidas repetidas dos animais, sendo estas intimamente correlacionadas quanto mais próximas forem tomadas. Além disso, estes modelos têm sido desenvolvidos e aplicados com frequência em programas que visam o melhoramento genético de bovinos (SHAEFFER e JAMROZIK, 2008; PEREIRA et al., 2010). Albuquerque e El Faro (2008) explicaram de forma detalhada a importância do uso dos modelos de regressão aleatória, destacando que esses têm recebido atenção especial por compor de forma apropriada informações obtidas durante a vida produtiva do animal, como medidas repetidas no tempo, sem que se faça necessária à padronização das idades para mensurá-las. Além de permitir a redução do número de medidas realizadas por animal, seu uso fornece estimativas mais apropriadas dos parâmetros genéticos em relação aos modelos tradicionalmente utilizados, como por exemplo, os modelos multicaracterísticas (ROBBINS et al., 2005). No uso dos modelos tradicionais em estudos de dados longitudinais, é comumente observada certa imprecisão na obtenção dos valores genéticos preditos dos indivíduos, pelo fato destes mensurarem os pesos dos animais em idades específicas, conhecidas como idades padrão, além de eliminar os registros que estão fora dos intervalos de idade, diferente do que se tem observado nos MRA que utilizam todos os registros disponíveis (SÁNCHEZ et al., 2008; MOTA et al., 2013). Segundo Dias et al. (2006), os modelos de regressão aleatória podem ser definidos como um exemplo peculiar de funções de covariância, que possibilita a estimação de 49

50 50 forma direta dos coeficientes destas funções, adotando-se a metodologia da máxima verossimilhança restrita (REML). Além disso, estes autores mencionam que em alguns estudos realizados para avaliar o crescimento de bovinos de corte, os pesquisadores concluíram que o uso de modelos de regressão aleatória proporcionou a estimação de componentes de variância em qualquer idade analisada. Outros benefícios no emprego dos MRA são apontados por Boligon et al. (2010), ao afirmarem que esses modelos permitem a inclusão de registros de pesos que comumente seriam excluídos sem comprometer a avaliação da curva de crescimento do animal. Estes autores citam que, antigamente, em alguns estudos com bovinos de corte, se considerava apenas medidas de peso após os dois anos de idade. No entanto, perceberam que quanto mais cedo estas medidas são tomadas, mais acurada será a avaliação do desenvolvimento ponderal dos indivíduos. Segundo Dionello et al. (2008), tais modelos organizam medidas repetidas para características que, aos poucos, vão se modificando no decorrer da idade, sendo desnecessárias pressuposições relativas à persistência das correlações e variâncias, além de serem utilizados no melhoramento genético animal, para modelagem do crescimento por meio dos estudos de medidas de peso, como as de bovinos de corte. No Brasil, trabalhos utilizando MRA têm sido desenvolvidos para avaliação de dados longitudinais, envolvendo características de crescimento de bovinos de corte, de modo que os parâmetros genéticos possam ser estimados para todas as idades dentro do intervalo considerado no estudo (TO- RAL et al., 2009; BALDI et al., 2010). Além da bovinocultura de corte, estes modelos vêm sendo empregados na modelagem de características em várias espécies de animais de interesse econômico, como no estudo do crescimento de suínos (PINHEI- RO et al., 2013), crescimento de codornas de corte (Bonafé et al., 2011), e produção de leite em cabras (MENEZES et al., 2011), destacando-se nesta pesquisa, a modelagem de registros referentes à produção de leite no dia do controle. Ainda sobre a utilização dos MRA em avaliação de dados longitudinais, Cobuci et al. (2006) e Sousa Júnior et al. (2014) ao estudarem curvas de lactação de vacas leiteiras, afirmam que esses modelos são adequados para esta avaliação, por permitirem a predição dos coeficientes de regressão que constituem o valor genético de cada um dos animais avaliados em decorrência do tempo, distinguindo-se de outros modelos utilizados que fazem o mesmo, no entanto, apenas em um período determinado. Freitas et al. (2010) e Mota et al. (2013) afirmaram que, ao se adotar os MRA, não é necessário o uso de um número mínimo de mensurações por animal para as avaliações genéticas, o que permite a estimação dos componentes de covariância entre épocas distintas, incluindo períodos em que essas medidas não foram tomadas. Além disso, o uso desses modelos envolve a predição dos valores de produção por meio de funções

51 contínuas, que descrevem tanto os efeitos fixos (considerados como a curva média) como os aleatórios (considerados como desvios de cada animal). Já Sousa Júnior et al. (2014) trabalhando, com bovinos de leite da raça Holandesa, afirmaram que o número de controle pode alterar o rank dos animais selecionados e por consequência pode acarretar na seleção de diferentes animais (touros) e principalmente para mães e animais com dados. Ao se adotar um modelo de dimensão infinita, como o de regressão aleatória, na análise de medidas repetidas no tempo, faz-se necessário a utilização de uma matriz de covariâncias de dimensão infinita, assim como no modelo. Nesta situação, uma alternativa apresentada é o uso das funções de covariâncias (SANTORO et al., 2005). 2.6 Funções de covariâncias (FC) Antigamente, era comum o uso de funções matemáticas na descrição do crescimento dos animais. Tais funções possibilitavam concatenar informações em determinados pontos da trajetória do ganho de peso do animal, além de demonstrar seu desenvolvimento em decorrência da idade, possibilitando ainda, a comparação de taxas de crescimento de animais distintos em semelhantes estados fisiológicos (THOLON e QUEIROZ, 2009). Segundo Pereira et al. (2010), as funções de covariâncias são funções contínuas, que provém covariâncias de características mensuradas em pontos distintos de uma trajetória como a curva de crescimento. Tais funções fazem a descrição das covariâncias entre medidas realizadas em certas idades (como registros de peso em diferentes fases da vida do animal), atuando como uma função dessas idades. Estas funções representam as variâncias e as covariâncias de características de dimensão infinita, ou seja, características que sofrem constantes modificações no decorrer do tempo, como o peso dos animais, e que podem ser tomadas infinitas vezes (possíveis) no decorrer da vida dos indivíduos. Além de atuarem na modelagem das variâncias e covariâncias ao longo do tempo, podem receber a descrição de regressões aleatórias (THOLON e QUEIROZ, 2008). As funções de covariância evidenciam a correlação estatística entre duas características de uma trajetória em pontos diferentes, ou seja, a disposição que apresentam em possuir a mesma direção e magnitude. A determinação da função de covariância é sempre necessária como indicador do comportamento da curva de crescimento, como, por exemplo, em um determinado ponto, ou idade do animal (SOUZA e SÁ, 2008). Ultimamente, o uso dessas funções tem sido recomendado como uma importante opção na modelagem de características longitudinais, sendo estimadas por meio de modelos de regressão aleatória (DIONELLO et al., 2008; PALHARIM et al., 2013). Segundo Boligon et al. (2010), para descrever as mudanças que ocorrem em curvas de crescimento de bovinos de corte, utili- 51

52 52 zando medidas de peso, do nascimento às idades mais avançadas, com modelos de regressão aleatória, é considerada adequada a estimação de funções de covariâncias. Além disso, as funções de covariâncias permitem ajustar curvas aleatórias de crescimento para cada indivíduo integrante da análise, onde cada uma delas representa um desvio de uma curva da média da população. Como os efeitos aleatórios são descritos por funções contínuas nos modelos de regressão aleatória, as funções de covariâncias se tornam equivalentes a esses modelos (PELICIONI et al., 2009). As estimativas dessas funções, que incorporam medidas de peso tomadas do nascimento à idade adulta, podem ser usadas em funções que propiciam mudanças na forma das curvas de crescimento dos animais ao longo do tempo. Subsidiando, ainda, a seleção por parte dos pecuaristas do momento ideal para comercializarem seus animais na indústria frigorífica (MACEDO et al., 2009; BOLIGON et al., 2010). Uma das principais vantagens que pode ser destacada ao se utilizar funções de covariâncias está no fato destas, diminuírem a quantidade de parâmetros que deverão ser estimados, o que facilita a interpretação dos resultados. Além disso, as mesmas têm sido utilizadas com frequência em vários segmentos, justificado por Santoro e Barbosa (2010), principalmente por se mostrarem eficazes ao serem implementadas em programas estatísticos, como o SAS, por exemplo. Pelos importantes motivos citados é que essas funções têm sido amplamente aplicadas no melhoramento genético animal, como, por exemplo, em registros de crescimento e produção de animais de várias espécies de interesse zootécnico, como os bovinos de corte (SANTORO et al., 2005). 3 CONCLUSÕES O uso de modelos de regressão aleatória é indicado na avaliação genética em programas de melhoramento de bovinos da raça Tabapuã como forma de selecionar os indivíduos com características de crescimento desejáveis à finalidade de acordo com o sistema produtivo. Ao se avaliar a curva de crescimento desses animais pela interpretação de parâmetros genéticos obtidos com o auxílio de modelos estatísticos, é possível identificar animais com maior velocidade de crescimento permitindo a definição daqueles indicados ao abate precoce, diminuindo assim os custos de manutenção dos animais no rebanho por parte do produtor.

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59 A agricultura familiar e o desenvolvimento rural no nordeste do Brasil: uma análise comparativa com a região sul Thiago José Arruda de Oliveira 1 ; Stefan Hubertus Dörner 2 ; Pery Francisco Assis Shikida 3 ; 59 1 Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Tocantins; Doutorando do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Toledo; Bolsista da Capes. thiago. arruda85@gmail.com; 2 Mestre em Economia Empresarial pela Universidade Cândido Mendes; Doutorando do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Toledo; Bolsista do CNPq. stefandoerner@hotmail. com; 3 Pós-doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas/SP; Doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP; Professor Associado do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Toledo. peryshikida@hotmail.com; RESUMO Este artigo analisa a influência da agricultura familiar na região Nordeste sob a ótica do desenvolvimento rural. Além disso, compara-se o seu desempenho com os resultados obtidos na região Sul. Para tanto, estratificaram-se os dados censitários do IBGE no ano de 2010 tendo como base a participação da agricultura familiar na produção agropecuária municipal. Em seguida, realizou-se uma análise referente ao desempenho em dimensões selecionadas e comparações com a região Sul. Os resultados apontam que o nível de produção, renda e a infraestrutura são as principais diferenças entre as regiões Sul e Nordeste. Com base nos dados analisados, não se constataram evidências que sustentam a afirmação de que o desenvolvimento rural está atrelado à presença da agricultura familiar. Recomendam-se análises de dados mais detalhados para cenários microrregionais. Termos para indexação: Políticas, História, Indicadores.

60 Family farming and rural development in the northeast of Brazil compared to the southern region. 60 ABSTRACT This paper analyzed the impacts of family agriculture on rural development in the Northeast region and carried out a comparison with the results obtained in the South region of the country. Based on the participation of family agriculture output in municipal agriculture and stock farming output, data of the 2010 census realized by the Brazilian Institute of Geography and Economics were stratified. The performances referring selected dimensions were analyzed and compared to those obtained in the South region. Based on the examined database, no evidences could be found which corroborate assertion that rural development is linked to the presence of family agriculture. Nevertheless, further analyses of more detailed database for micro regions may be recommended. Index terms: Politics, History, Indicators.

61 1 INTRODUÇÃO A atividade canavieira, iniciada no século XVI, caracterizou a produção no Nordeste. Entretanto, a concorrência da produção de açúcar nas Antilhas, em meados do século XVII, conduziu a produção nordestina para a estagnação. Atualmente, esta região permanece com níveis de produção agrícola inferior, comparando-se com o Centro-Oeste e Sudeste. Além disso, concentra a maior parte das pequenas propriedades familiares do Brasil, sendo que estes geralmente estão relacionados à pobreza, ao abandono e ao atraso econômico (FA- VERO, 2011; NASCIMENTO, 2009). O desafio para os formuladores de políticas públicas é retirar o pequeno campesino do Nordeste da situação de retraimento socioeconômico. Diferente do que ocorre na região Sul, onde os agricultores familiares estão inseridos no processo de desenvolvimento rural. Este conceito não deve ser confundido com crescimento econômico. Trata-se de um processo que envolve as dimensões econômica, sociocultural, político-institucional e ambiental (KAGEYAMA, 2008). Na literatura existem diversas definições para a agricultura familiar. Não se pretende aprofundar a discussão sobre a terminologia. Este trabalho segue a definição dada pela Lei nº de 2006, utilizada por todos os órgãos federais para os quais os produtores da agricultura familiar são aqueles que exercem as atividades produtivas no próprio estabelecimento de até quatro módulos fiscais e predominantemente por meio de mão de obra familiar. Além disso, a renda deve ser oriunda do estabelecimento e sob a direção do proprietário, também membro da mesma família (BRASIL, 2006). Os motivos para a ocorrência deste cenário devem-se à aproximação entre as pequenas propriedades rurais e o meio urbano. Esta integração possibilita que a produção do campo alcance os consumidores das cidades, e com estas trocas comerciais, o pequeno agricultor obtém renda, adquirindo bens e serviços que podem melhorar o bem -estar de sua família (STOFELL, 2013). Constatando que a maior parte dos pequenos agricultores do Sul inserem-se na dinâmica socioeconômica regional, analisa-se porque esta situação não ocorre no Nordeste. Nesta investigação utiliza-se a metodologia elaborada por Stoffel (2013) com dados do ano de Através dos resultados obtidos, pode-se comparar o nível de desenvolvimento rural destas duas regiões. A justificativa para este estudo deve-se à oportunidade de ampliar os conhecimentos sobre esta temática, podendo sugerir políticas públicas regionalizadas que possam atender às necessidades dos pequenos campesinos do Nordeste. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O Nordeste brasileiro: breve histórico O Nordeste brasileiro é composto por nove estados 4. Colonizado desde o século XVI, foi a primeira região de produção primário-exportadora da colônia portuguesa. A ativida- 4 São estes: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. 61

62 62 de açucareira impulsionou a ocupação das capitanias nordestinas. Esta expansão possibilitou o surgimento de atividades complementares como a pecuária, estimulando a posse de terras interioranas. Entretanto, a competição com outras regiões produtoras e a ausência de mercados consumidores internos enfraqueceu a produção canavieira no fim do século XVII (CANO, 1998; PRA- DO JR; 2004). No século XVIII, com a descoberta do ouro no Sudeste, o Nordeste começa a exercer função econômica secundária na Colônia. Os longos períodos de seca também afetaram a sua produção agrícola. Desde o fim do século XIX, o governo federal iniciou a construção de barragens e açudes para combater os efeitos da estiagem. Em 1909, cria-se, para este proposto, a Inspetoria de Obras Contra as Secas sendo alterado para Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) em Todavia, tais medidas não amenizaram os efeitos da escassez de chuvas ocorridas no início da década de 1930 (CANO, 1998; CARDOSO e HELWEGE, 1993). Nas décadas de 1950/60, o Estado intervém novamente, criando a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FINOR). O objetivo destes organismos era disponibilizar infraestrutura econômica para os estados nordestinos. Porém, as políticas regionais neste período fracassaram, não só pela falta de recursos, mas, principalmente, pelos conflitos de interesse que inviabilizaram as transformações estruturais do setor agrícola (DINIZ, 2001; GUI- MARÃES NETO et al, 1995). Nos anos 1970, o I e II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), que consistiam em atrair investimentos para as regiões marginalizadas foram executados pelo governo militar. Durante este período, o Nordeste obteve crescimentos da produção industrial de alimentos. Todavia, a instabilidade macroeconômica da década seguinte impossibilitou o prosseguimento destas políticas regionais. Apenas com o término do período inflacionário em 1994 estas ações retornaram à pauta de discussão entre os pesquisadores e políticos (GUIMARÃES NETO et al., 1995). 2.2 O Sul: breve histórico O processo de ocupação do Sul difere da região Nordeste. Era apenas uma faixa de terra arduamente disputada por portugueses e espanhóis. Para defender esta parte da Colônia, Portugal incentivou a vinda de açorianos para a região 5. As terras foram subdividas entre os colonos onde o emprego do trabalho escravo era raro. A população era etnicamente homogênea, estruturado em pequenos e médios estabelecimentos agrícolas (PRADO JR, 2004). A agropecuária sulista expande a partir do 5 Este processo de migração direcionada persistiu na região Sul após a independência do Brasil no ano de Imigrantes europeus, principalmente alemães e italianos, produziam em propriedades até 25 hectares, utilizando essencialmente a mão-de-obra familiar (STOFFEL, 2013).

63 começo do século XX. No Paraná, o beneficiamento da erva-mate participava com 49% do valor da produção industrial do Estado. Em Santa Catarina, o mate detinha 27%, enquanto que a banha, manteiga e farinha juntas somavam 26% do total produzido. No Rio Grande do Sul, o charque representava 37% da produção e a banha e o beneficiamento de couro mais de 18% (CANO, 1998). Apesar deste crescimento, a pecuária da região Sul não apresenta nível técnico superior ao do interior nordestino. O gado vivia em estado semisselvagem, abandonado a própria sorte. Além disto, a moderna indústria alimentícia paulista conteve a expansão da estrutura industrial de pequeno e médio porte dos sulistas. Na década de 1930, São Paulo produzia charque equivalente à metade da produção gaúcha e ambos concorriam no mercado nacional. Em 1939, a região Sul contava com apenas 13,8% da produção industrial brasileira (CANO, 1998; PRADO JR, 2004). Apenas na década de 1970, com o I e II PND, a atividade sulista retornou ao crescimento econômico através das indústrias de bens de consumo e capital. A produção de máquinas, equipamentos e demais implementos agrícolas voltados para a agropecuária da região colaboraram para aumentar o produto interno bruto dos estados da região Sul neste período. Contudo, a modernização da produção rural ameaçou a estrutura familiar de pequenas propriedades, reduzindo a sua participação na dinâmica econômica regional (GUIMARÃES NETO et al., 1995; STOFFEL, 2013). Todavia, apesar da diminuição da participação de estabelecimentos familiares, em 2006, mais de 80% do total da mão de obra atuante no campo estão relacionados à produção entre os membros de uma mesma parentela. Este dado demonstra que a estrutura familiar continua sendo bastante importante na dinâmica econômica da região Sul (STOFFEL, 2013). Referente ao valor produzido pelos agricultores familiares, nota-se que a produção na região Sul é muito elevada em comparação à região Nordeste. Este cenário deve-se as ações articuladas entre o campo e a cidade, facilitando a obtenção de renda tão necessária para o processo de desenvolvimento rural. Díspar do que ocorre no Nordeste, onde as pequenas propriedades familiares produzem gêneros de baixo valor agregado com pouca utilização de tecnologia, insuficiente para que as famílias adquiram algum excedente de renda (FAVERO, 2011; NAS- CIMENTO, 2009; STOFFEL, 2013). As diferenças entre o Nordeste e o Sul estão relacionadas ao processo histórico. Quando o Brasil era parte do território português, as duas grandes regiões iniciam a sua trajetória em diferentes caminhos. A agropecuária nordestina foi estruturada na produção de apenas um bem - cana de açúcar voltado para o mercado externo e com mão de obra escrava. Distinta dos sulistas, de trabalho familiar direcionado ao consumo interno. A tabela 1 sintetiza as divergências entre as regiões. 63

64 Tabela 1: As diferenças entre o Nordeste e o Sul. 64 Parâmetro Nordeste Sul Século de ocupação XVI XIX Primeira estrutura produtiva Primário-exportador Primário-interno Mão de obra inicial Escrava Familiar Políticas públicas elaboradas pelo governo brasileiro Agricultura familiar Combater a seca Alta participação na estrutura agrícola regional Modernizar a agricultura Alta participação na estrutura agrícola regional Elaboração própria. Após a ruptura com Portugal, a situação permaneceu inalterada. Aprofunda-se a pobreza no Nordeste, enquanto que no Sul, a migração de alemães, italianos e demais europeus acelerou o processo de produção familiar. O governo federal intervém nos bolsões nordestinos de miséria, contudo não surte o efeito esperado. As políticas regionais também são executadas nos estados sulistas, ameaçando as pequenas propriedades rurais por causa da tecnificação da produção agrária. Por fim, o processo histórico mostra que a desarticulação dos agricultores familiares nordestinos ocorre devido as tentativas frustradas do Estado em corrigir um problema secular. Díspar no Sul, onde a agricultura desde o princípio até os dias atuais é baseada na inserção das famílias na dinâmica econômica, facilitando o processo de desenvolvimento rural em seu território (STOFFEL, 2013). 2.3 Políticas públicas e desenvolvimento rural O governo federal tenta inserir os agricultores familiares por meio de políticas públicas tais como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e o Plano Safra da Agricultura Familiar na dinâmica produtiva agrícola. Estas ações podem melhorar as condições de vida destas famílias, aumentando os seus rendimentos e possibilitando o acesso a bens de consumo, serviços e tecnologia (BACHA, 2010). Neste contexto, a presença de agricultores familiares pode transfigurar em desenvolvimento rural por meio da aproximação entre pequenas propriedades rurais e o meio urbano. Esta integração possibilita que a produção do campo alcance os consumidores das cidades, e com estas trocas comerciais o pequeno agricultor pode obter renda e adquirir bens e serviços (STOFFEL, 2013). De acordo com Buainain e Dedecca (2010), um número crescente de agricultores familiares está conseguindo figurar no dinamismo agrícola. Estas se inserem na cadeia de agroindústrias como fornecedores em sistemas verticais, ou por meio de contratos de suprimento

65 com nível de integração variável. Esta inserção permite que o pequeno campesino se fixe no meio rural, contribuindo para a heterogeneidade da estrutura ocupacional da agricultura brasileira. A preocupação do Estado em proteger a agricultura familiar tem desencadeado as situações descritas anteriormente. Em um estudo de caso que trata da relação entre acesso a serviços públicos e desenvolvimento local, Cardoso e Oliveira e Silva (2012) notaram que a eletrificação de pequenas propriedades rurais na região do Felicíssimo 6, trouxe melhorias nas condições de vidas dos seus habitantes. Esta ação faz parte do programa federal Luz Para Todos, que consiste na instalação gratuita de postes e fiação elétrica em áreas carentes. 65 Entretanto, é complexo extinguir a pobreza rural e incorporar os agricultores familiares no processo produtivo. No caso do Nordeste, é a região onde se encontra a maior parcela dos trabalhadores do campo, constatando-se grandes fluxos migratórios do interior para as capitais. Portanto, o Estado tem um enorme desafio no que tange a progredir a agricultura familiar nas regiões deprimidas (BUAINAIN e DEDECCA, 2010; STOFFEL, 2013). 3 METODOLOGIA Para identificar os municípios nordestinos onde o desenvolvimento regional pode estar atrelado a presença de agricultores familiares, emprega-se dados secundários do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE para comprovar esta relação. Para tanto, extraem-se o Valor Bruto da Produção Agropecuária Municipal (VBP) em geral e o Valor Bruto Produzido pela agricultura familiar por município. Em seguida, são estratificados em quatro categorias conforme a tabela 2. Tabela 2: Estratos de classificação: participação da agricultura familiar na produção agropecuária total do município. Estrato I II III IV Critério Municípios nos quais a agricultura familiar representa menos de 50% do VBP agropecuário municipal. Municípios nos quais a agricultura familiar representa acima de 50% e até 70% do VBP agropecuário municipal. Municípios nos quais a agricultura familiar representa acima de 70% e até 85% do VBP agropecuário municipal. Municípios nos quais a agricultura familiar representa acima de 85% do VBP agropecuário municipal. Fonte: Stoffel (2013). Elaboração própria. 6 Região situada entre os municípios de Santa Tereza e Novo Acordo, na microrregião do Jalapão, no Estado do Tocantins.

66 Além de participar da dinâmica econômica municipal, os agricultores familiares devem ter a capacidade de construir capital social ou instrumentalizar o desenvolvimento rural através do acesso à educação, saúde, habitação e lazer. Para analisar este aspecto é comparado o desempenho entre os estratos nas seguintes dimensões: demográfica, social, econômica e ambiental (STOFFEL, 2013). Tabela 3: Desenvolvimento rural - parâmetros utilizados nos municípios nordestinos. 66 Demográfico Social Econômico Categoria Parâmetro Fonte Composição População rural em cada faixa etária (%) Moradia Grau de instrução Desenvolv. humano Renda e consumo Infraestrutura Domicílios na zona rural por quantidade de moradores (%) Nível educacional concluído das pessoas maiores de 25 anos (%) Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Rendimento médio mensal da população rural com mais de dez anos; Valor adicionado bruto da Agropecuária; Domicílios com eletrodomésticos (%) 7 Domicílios rurais com energia elétrica (%); Domicílios com linha telefônica fixa, móvel e internet (%) IBGE IBGE/ PNUD IBGE Ambiental Serviços Domicílios no meio rural por tipo de abastecimento de água (%); Domicílios rurais por tipo de esgotamento sanitário (%) IBGE Fonte: Stoffel (2013). Elaboração própria. 7 Neste artigo, os critérios utilizados para a seleção das variáveis de cada dimensão consistem naqueles que obtiveram algum tipo de representatividade - negativa ou positiva - no Estrato IV. Este é o grupo prioritário, pois indica a maior presença da agricultura familiar na dinâmica produtiva municipal. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir da metodologia adotada, classificaram-se os municípios nordestinos de acordo com a presença da agricultura familiar na produção agrícola total. Os resultados demonstram que o estado da Bahia é aquele onde se presencia o maior percentual de localidades em todos os estratos, conforme se observa na Tabela 4. 7 Consideram-se rádio, televisão, máquina de lavar, freezer ou geladeira.

67 Tabela 4: Municípios do Nordeste distribuídos por estrato em ESTRATO Percentuais 8 MA PI CE RN PB PE AL SE BA I 18,88 11,35 9,95 12,37 11,10 6,63 5,48 3,32 20,92 II 10,31 15,65 7,63 12,21 15,65 9,92 3,44 5,73 19,47 III 6,59 15,57 10,18 5,39 15,57 11,98 5,39 4,19 25,15 IV 5,34 11,70 11,88 4,99 11,88 14,97 7,06 4,65 27,54 Fonte: IBGE. Elaboração própria. 67 Nota-se que nos estados onde o bioma Cerrado está presente - Maranhão, Piauí e Bahia são aqueles que concentram a maior parte do estrato I. No Maranhão este cenário é evidente, com pouca participação do estrato III e IV. Por outro lado, na Bahia e no Piauí, os estratos estão mais bem distribuídos, de igual forma nos Estados de Alagoas e Sergipe. No Ceará e em Pernambuco, percebe-se a maior quantidade de municípios nos estratos de grande participação da agricultura familiar III e IV. No Rio Grande do Norte, é nítido que a produção familiar é menor do que a não familiar, enquanto que na Paraíba esta participação é moderada. A figura 1 ilustra a localização espacial destes estratos. A maior parte dos municípios dos estratos III e IV localizam-se no interior dos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, além dos municípios piauienses pertencentes ao bioma caatinga. Na Bahia, estes estratos estão situados durante o trajeto do rio São Francisco e na macrorregião do Nordeste Baiano. No Maranhão e no Piauí, a maior parte dos agricultores familiares posicionam no norte de seus perspectivos estados. A Figura 1 ilustra estes fenômenos: 8 8 Em relação à região Nordeste. Figura 1: Distribuição espacial dos estratos no Nordeste : Elaboração própria. Observa-se na Figura 1 que no litoral, onde estão localizados oito das nove capitais nordestinas, e no interior do Maranhão, Piauí e Bahia, especificamente nas mesorregiões Oeste e Sul Baiano, estão agrupadas a maioria dos municípios pertencentes ao estrato I e II. Constata-se que nas áreas de fronteira com outras grandes regiões do país, a agricultura familiar é pouco relevante. Por fim,

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