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- Milton Igrejas Camelo
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1 Cacildo Baptista Palhares Júnior: advogado em Araçatuba (SP) Questões comentadas de Legislação e Princípios Institucionais da Defensoria Pública da prova objetiva do concurso de 2009 para Defensor do Maranhão 96. Em virtude de a Defensoria Pública ser instituição essencial à função jurisdicional do Estado, é da sua incumbência prestar às pessoas necessitadas, de forma integral e gratuita, (A) assistência judicial. (B) assistência judiciária. (C) assistência jurídica, judicial e extrajudicial. (D) assistência jurisdicional. (E) assistência institucional. Resolução: A Lei Complementar do Estado do Maranhão nº 19, de 11 de janeiro de 1994, dispõe sobre a organização e funcionamento da Defensoria Pública do Estado e dá providências correlatas. A Lei Complementar Federal nº 80, de 12 de janeiro de 1994, organiza a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios e prescreve normas gerais para sua organização nos Estados, e dá outras providências. Judiciário, segundo o Dicionário Aurélio, é relativo ao direito processual ou à organização da justiça; judicial. As atribuições da Defensoria Pública não se restringem ao âmbito judicial, mas abrangem também a esfera extrajudicial, conforme dispõe o artigo 1º da Lei Complementar Federal nº 80/94:
2 Art. 1º A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, assim considerados na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. (NR) (Artigo com redação determinada na Lei Complementar nº 132, de , DOU ) Alternativa c. 97. De acordo com a Constituição Federal, a Defensoria Pública tem assegurada, além da autonomia funcional e administrativa, a iniciativa de sua proposta orçamentária, em virtude do que (A) o Defensor Público Geral pode elaborar e enviar a proposta orçamentária da instituição diretamente ao Poder Legislativo. (B) o Defensor Público Geral pode elaborar e enviar a proposta orçamentária da instituição diretamente ao Poder Executivo, após submetêla ao Conselho Superior. (C) o Conselho Superior da Defensoria Pública pode elaborar e enviar a proposta orçamentária da instituição diretamente ao Poder Executivo, após submetê-la ao Defensor Público Geral. (D) tanto o Defensor Público Geral quanto o Conselho Superior podem elaborar e enviar a proposta orçamentária diretamente ao Poder Executivo, após submetê-la um ao outro, porque são órgãos de administração superior da instituição. (E) tanto o Defensor Público Geral quanto o Conselho Superior podem elaborar e enviar a proposta orçamentária diretamente ao Poder Legislativo, após submetê-la um ao outro, porque são órgãos de administração superior da instituição. Resolução:
3 Dispõe o artigo 134, 2º, da Constituição Federal: 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, 2º. (Incluído pela EC nº 45, de 2004) Consta do artigo 97-B, caput, da Lei Complementar Federal nº 80/94: Art. 97-B. A Defensoria Pública do Estado elaborará sua proposta orçamentária atendendo aos seus princípios, às diretrizes e aos limites definidos na lei de diretrizes orçamentárias, encaminhandoa ao Chefe do Poder Executivo para consolidação e encaminhamento ao Poder Legislativo. Diz o artigo 17, IV, da Lei Complementar do Estado do Maranhão nº 19/94: Art. 17 Compete ao Procurador-Geral da Defensoria Pública: (...) IV submeter ao Conselho Superior as propostas de criação e extinção de cargos da carreira e dos Serviços Auxiliares e o orçamento anual; Alternativa b. 98. A autonomia funcional da Defensoria Pública, assegurada pela Constituição Federal, significa que (A) os Defensores Públicos têm independência funcional. (B) os membros do Ministério Público e do Poder Judiciário não são hierarquicamente superiores aos Defensores Públicos.
4 (C) o Defensor Público Geral deve ser eleito pela carreira, através de lista tríplice, nomeando o Governador o mais votado. (D) o controle da utilização dos recursos orçamentários da Defensoria Pública será interno e exercido pelo Conselho Superior. (E) a Defensoria Pública deve conduzir suas atividades na forma da lei, visando à plena realização das suas atribuições institucionais, sem subordinação alguma ao Poder Executivo, cujos atos normativos não a alcançam. Resolução: Disse o Desembargador do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, PAULO ALFEU PUCCINELLI, citado por CIRILO AUGUSTO VARGAS: Tenho que a confusão alegada entre o Estado e a Defensoria Pública não ocorre, a uma, porque a Emenda Constitucional n. 45, de 8 de dezembro de 2004, concedeu autonomia funcional à Defensoria Pública, ou seja, ela deixou de ser um órgão auxiliar do governo e se tornou um órgão constitucional independente, vale dizer, sem nenhuma subordinação ao Poder Executivo. Além do que, também recebeu autonomia administrativa e financeira. Assim, tenho que é perfeitamente possível o Estado de Mato Grosso do Sul ser condenado a pagar honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública, não ocorrendo a mencionada confusão prevista no artigo 381 do Código Civil. Alternativa e. 99. São prerrogativas do Defensor Público: (A) a independência funcional no desempenho de suas atribuições e o uso de vestes talares e insígnias privativas da Defensoria Pública. (B) a estabilidade no cargo, desde a sua posse, e possuir carteira funcional expedida pela instituição, válida como cédula de identidade, e porte de arma.
5 (C) receber intimação pessoal das decisões judiciais, manifestar-se nos autos por meio de cotas e dispor de todos os prazos em dobro. (D) ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e membros do Ministério Público e ter o reajuste de seus vencimentos no mesmo percentual e periodicidade concedidos a esses titulares de cargos das funções essenciais à Justiça. (E) inamovibilidade, salvo se apenado com remoção compulsória, e dispor de instalações condignas com o seu cargo, de preferência no prédio do Fórum, das quais não poderá ser desalojado, sem a anuência prévia do Defensor Público Geral. Resolução: Dispõe o artigo 128 da Lei Complementar 80/94: Art São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública do Estado, dentre outras que a lei local estabelecer: I - receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro todos os prazos; (Inciso com redação determinada na Lei Complementar nº 132, de , DOU ) II - não ser preso, senão por ordem judicial escrita, salvo em flagrante, caso em que a autoridade fará imediata comunicação ao Defensor Público-Geral; III - ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado- Maior, com direito a privacidade e, após sentença condenatória transitada em julgado, ser recolhido em dependência separada, no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena; IV - usar vestes talares e as insígnias privativas da Defensoria Pública;
6 V - (VETADO); VI - comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus assistidos, ainda quando estes se acharem presos ou detidos, mesmo incomunicáveis, tendo livre ingresso em estabelecimentos policiais, prisionais e de internação coletiva, independentemente de prévio agendamento; (Inciso com redação determinada na Lei Complementar nº 132, de , DOU ) VII - ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias, ressalvadas as vedações legais; VIII - examinar, em qualquer repartição pública, autos de flagrantes, inquéritos e processos, assegurada a obtenção de cópias e podendo tomar apontamentos; (Inciso com redação determinada na Lei Complementar nº 132, de , DOU ) IX - manifestar-se em autos administrativos ou judiciais por meio de cota; X - requisitar de autoridade pública ou de seus agentes exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e providências necessárias ao exercício de suas atribuições; XI - representar a parte, em feito administrativo ou judicial, independentemente de mandato, ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes especiais; XII - deixar de patrocinar ação, quando ela for manifestamente incabível ou inconveniente aos interesses da parte sob seu patrocínio, comunicando o fato ao Defensor Público-Geral, com as razões de seu proceder; XIII - ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e demais titulares dos cargos das funções essenciais à justiça;
7 XIV - ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade competente; XV - (VETADO); XVI - (VETADO). Parágrafo único. Quando, no curso de investigação policial, houver indício de prática de infração penal por membro da Defensoria Pública do Estado, a autoridade policial, civil ou militar, comunicará imediatamente o fato ao Defensor Público- Geral, que designará membro da Defensoria Pública para acompanhar a apuração. (NR) As garantias são aquelas previstas no artigo 127 da Lei Complementar 80/94: (A) Incorreta. Art São garantias dos membros da Defensoria Pública do Estado, sem prejuízo de outras que a lei estadual estabelecer: I - a independência funcional no desempenho de suas atribuições; II - a inamovibilidade; III - a irredutibilidade de vencimentos; IV - a estabilidade. Prerrogativa, segundo o Dicionário Aurélio, é a concessão ou vantagem com que se distingue uma pessoa ou uma corporação. A independência funcional é garantia, não prerrogativa, segundo o artigo 127, I, da Lei Complementar 80/94.
8 (B) Incorreta. A estabilidade é garantia, não prerrogativa, de acordo com o artigo 127, IV, da Lei Complementar 80/94. (C) Correta. (D) Incorreta. (E) Incorreta. Inamovibilidade é garantia, não prerrogativa, conforme artigo 127, II, da Lei Complementar 80/94. Alternativa c Ao Defensor Público Geral do Estado, NÃO cabe (A) nomear o Defensor Público aprovado em concurso e aplicar pena de demissão ao Defensor Público que violar proibição legal. (B) dar posse ao Defensor Público aprovado em concurso e promovê-lo por antiguidade, ou merecimento, na forma da lei. (C) integrar o Conselho Superior da Defensoria Pública. (D) descentralizar, através de convênios, a execução de serviços que lhe competem. (E) tornar sem efeito, em circunstância alguma, ato punitivo de Defensor Público, ou penalidade a ele aplicada. Resolução: diz: O artigo 17 da Lei Complementar do Estado do Maranhão nº 19/94 Art. 17 Compete ao Procurador-Geral da Defensoria Pública: I exercer a chefia da Defensoria Pública, representando-a judicial e extrajudicialmente;
9 II garantir o fiel cumprimento, pelos Integrantes e Instituição, dos princípios insculpidos no art. 134 da Constituição Federal, no art. 109 da Constituição Estadual; III presidir ao Conselho Superior da Defensoria Pública; IV submeter ao Conselho Superior as propostas de criação e extinção de cargos da carreira e dos Serviços Auxiliares e o orçamento anual; V apresentar anteprojetos de lei de interesse da Defensoria Pública do Estado; VI praticar atos e decidir as questões relativas a administração geral; VII submeter ao Governador os atos de provimento derivados dos cargos da carreira e dos serviços auxiliares, em razão de promoções, remoções e vacância, entre outros; VIII autorizar membro da Defensoria Pública a afastar-se de seu local de lotação, a serviço; IX dar posse aos Defensores Públicos e funcionários administrativos, conceder-lhes férias, licenças e outros afastamentos bem como impor-lhes penas disciplinares, na forma da lei; X designar, através de portaria, qualquer Defensor Público para o desempenho de atividades administrativas e processuais afetas à instituição, com ou sem prejuízo dos atuais interesses do cargo; XI distribuir os Defensores Públicos para o exercício das funções nos diversos juízos, observando-se a demanda de trabalho; XII submeter ao Governador do Estado ato de nomeação de membro da Defensoria Pública: a) para exercer as atribuições de defensores Regionais; b) para ocupar cargos de confiança junto aos órgãos da Administração c) para apresentar recurso ou propor ação, nos casos de impedimentos ou outros; d) para acompanhar diligência investigatória ou outro procedimento, e
10 e) para assegurar a continuidade dos serviços, em caso de ausência, impedimento ou suspensão de cargo ou com o consentimento deste; XIII dirimir conflitos de atribuições entre membros da Defensoria Pública, designando quem deva oficiar no efeito; XIV editar o Regimento Interno da Defensoria Pública, ouvido o Concelho Superior; XV editar atos, normativos ou não, inerente às suas atribuições, inclusive instruções sobre competência, composição e funcionamento das unidades integrantes da Defensoria Pública, bem como saber as atribuições dos membros da Instituição e de seus servidores. (A) Não cabe ao Defensor Público-Geral, e sim ao Governador do Estado, nomear candidato aprovado em concurso público, conforme o artigo 113 da Lei Complementar 80/94: Art O candidato aprovado no concurso público para ingresso na carreira da Defensoria Pública do Estado será nomeado pelo Governador do Estado para cargo inicial da carreira, respeitada a ordem de classificação e o número de vagas existentes. Dispõe o artigo 19, III, da mesma lei: Art. 19 Compete ao Corregedor-Geral, além de outras atribuições conferidas por lei: (...) III- sugerir ao Procurador-Geral a aplicação de sanções disciplinares, tendo em vista a conclusão de correições e processos administrativos;
11 (B) Cabe ao Defensor Público-Geral do Estado do Maranhão. Artigo 17, IX da Lei Complementar do Estado do Maranhão nº 19/94, assim como caput do artigo 116 da Lei Complementar 80/94: Art As promoções serão efetivadas por ato do Defensor Público-Geral do Estado, obedecidos, alternadamente, os critérios de antiguidade e merecimento. (C) Cabe ao Defensor Público-Geral do Estado do Maranhão. Artigo 17, III, da Lei Complementar do Estado do Maranhão nº 19/94. (D) Cabe ao Defensor Público-Geral do Estado do Maranhão. Artigo 56 da Lei Complementar do Estado do Maranhão nº 19/94: Art. 56 A Defensoria Pública poderá celebrar convênios com órgãos e entidades federais, estaduais e municipais, para a execução descentralizada dos seus serviços; inclusive para o fim de propiciar instalações condignas, junto às populações mais necessitadas, e a prestação de assistência jurídica direta, aos seus próprios servidores. (E) Cabe ao Defensor Público-Geral. Dizem os artigos 134, 2º, e 135, especialmente o parágrafo único, da Lei Complementar 80/94: Art A lei estadual estabelecerá as infrações disciplinares, com as respectivas sanções, procedimentos cabíveis e prazos prescricionais. (...) 2º Caberá ao Defensor Público-Geral aplicar as penalidades previstas em lei, exceto no caso de demissão e cassação de aposentadoria, em que será competente para aplicá-las o Governador do Estado. (...)
12 Art A lei estadual preverá a revisão disciplinar, estabelecendo as hipóteses de cabimento e as pessoas habilitadas a requerê-la. Parágrafo único. Procedente a revisão, será tornado sem efeito o ato punitivo ou aplicada a penalidade adequada, restabelecendo-se os direitos atingidos pela punição, na sua plenitude. Alternativa a.
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