CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DO MILHO SAFRINHA A DIFERENTES FONTES E DOSES DE NITROGÊNIO APLICADO EM COBERTURA COM INOCULAÇÃO DE
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- Diogo Philippi Felgueiras
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1 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DO MILHO SAFRINHA A DIFERENTES FONTES E DOSES DE NITROGÊNIO APLICADO EM COBERTURA COM INOCULAÇÃO DE Azospirillum brasilense VIA FOLIAR Allan Hisashi Nakao (1), Ricardo Antonio Ferreira Rodrigues (2), Marcelo Fernando Pereira Souza (3), Carol Cipriano Pinto (4), Juliano Costa da Silva (3), Amanda Ribeiro Peres (3),Gabriela Helena Pine Americo (3), José Roberto Portugal (3) Introdução O cultivo de Milho Safrinha tem adquirido importância nos últimos anos em consequência das alternativas econômicas viáveis para a safra de outono/inverno e um bom retorno financeiro. Além dos benefícios agronômicos da rotação de culturas um aumento na palhada, contribuindo no equilíbrio dos nutrientes do solo no solo aumentando-se a sua fertilidade. O nitrogênio é um dos nutrientes mais requeridos pelas plantas cultivadas. Sendo assim o milho é uma das culturas que emprega grandes quantidades de nitrogênio em seu ciclo. A principal fonte de nitrogênio no Brasil é a ureia, que apresenta como vantagens a alta concentração de N e o menor preço de N por unidade, possuindo alta solubilidade. Entretanto apresenta desvantagens, como a possibilidade de perdas de N por volatilização de NH 3, fitoxidez de biureto e perdas por lixiviação (CANTARELLA, 2007). Vários trabalhos com Azospirillum spp. tem demonstrado aumento na produtividade de grãos de milho (HUNGRIA et al., 2010). Entretanto, resultados da interação bactérias diazotróficas e milho em termos de potencial agronômico, fixação de nitrogênio ou promoção do crescimento, depende de muitos fatores ambientais e bióticos, tais como genótipo da planta, comunidade microbiológica do solo e disponibilidade de nitrogênio (ROESCH et al., 2006). 1 Engenheiro-Agrônomo, Mestrando do curso de Agronomia Universidade Estadual Paulista, UNESP - Ilha Solteira-SP, CEP: allannakao@hotmail.com 2 Engenheiro-Agrônomo, Dr., Professor da Universidade Estadual Paulista, UNESP Ilha Solteira SP, CEP: ricardo@agr.feis.unesp.br 3 Engenheiro-Agrônomo, Pós-graduação do curso de Agronomia Universidade Estadual Paulista, UNESP Ilha Solteira SP. celonando@hotmail.com, jcagro@gmail.com, amandarperes_agro@yahoo.com.br, americo.gabi@gmail.com, jrp_agro@yahoo.com 4 Engenheira-Agrônoma, Pós-graduação do curso de Agronomia Universidade Estadual Paulista, UNESP Jaboticabal SP. carolinacipriano@ymail.com [1]
2 Estudos sobre o uso de ureia revestida com polímeros, ainda são incipientes, o que justifica a avaliação do material, comparada com ureia normal, na cultura do milho. Com base no exposto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência agronômica do uso de ureia comum e da ureia revestida com polímeros em superfície juntamente na ausência e presença de inoculação via foliar de Azospirillum brasilense. Material e Métodos O experimento foi conduzido na propriedade Sítio Vitória, situado no município de Vitória Brasil-SP. Localizado entre S de latitude sul e de longitude oeste, altitude de 472 m, precipitação anual média de mm e temperatura média de 24,4 0 C. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é tropical úmido, Aw, com inverno seco e ameno e verão quente e chuvoso. O solo da área foi classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico (EMBRAPA, 2006). Anteriormente à instalação do experimento, foram coletadas amostras de solo à profundidade de 0-20 cm, para caracterizações químicas. As análises indicam: ph Cacl2 5,7; 0 mmolc dm -3 de Al; 18 mmolc dm -3 de Ca; 6 mmolc dm -3 Mg; 18 mmolc dm -3 de H+Al; 1,6 mmolc dm -3 de K; 22 mg dm -3 de P resina; 25,6 mmolc dm -3 de SB; 43,6 mmolc dm -3 de CTC; V% 58,72 e 19 g dm -3 de M.O. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso em esquema fatorial 2 x 4 x 2 com três repetições. Os tratamentos utilizados foram: duas fontes nitrogenadas (ureia convencional e ureia revestida por polímero) quatro doses de N (0, 27, 54 e 81 kg ha -1 ) e com ou sem inoculação por A. brasilense na dose de 100 ml -1 aplicado via foliar. A adubação nitrogenada de cobertura foi realizada em uma única aplicação, quando a cultura do milho apresentava-se no estádio V5, ou seja, plantas com cinco folhas totalmente expandidas (FANCELLI; DOURADO NETO, 2004). A ureia comum (45% de N) e ureia revestida (43% de N) foram aplicadas manualmente sobre a superfície do solo, na entrelinha da cultura, com aproximadamente 10 cm da linha de plantio do milho. A inoculação via foliar foi realizada com inoculante Masterfix Gramineas com as estirpes AbV 5 e AbV 6 de A. brasilense (2x10 8 células viáveis ml -1 ) na dose de 100 ml ha -1, [2]
3 realizadas quando as plantas estavam no estádio de desenvolvimento V6 (seis folhas expandidas), sendo ambos realizados no final da tarde. As dimensões das parcelas foram de quatro linhas de 5,0 m de comprimento, mais 1,6 m de bordadura, sendo consideradas para as avaliações, apenas as duas linhas internas. Os espaçamentos entre linhas foi de 0,80 m, com 6 sementes por metro. O híbrido (simples) utilizado foi o Dow AgroSciences 2B710, sendo semeado, mecanicamente, no dia 02 de março de Para implantação do experimento, o solo foi preparado de maneira convencional (aração e gradagem). A colheita do milho foi realizada individual e manualmente por unidade experimental, no dia 29 junho de 2013, aos 115 dias após a emergência das plantas. Os dados, foram avaliados por meio da análise de variância pelo teste F. Quando o valor de F foi significativo ao nível de 5% de probabilidade, aplicou-se o teste de Tukey para comparação das médias, utilizando o programa estatístico SISVAR. Resultados e Discussão Os resultados obtidos na avaliação de fontes com e sem inoculação de A. brasilense e doses de nitrogênio em cobertura do milho estão apresentados nas Tabelas 1 e 2. Não houve diferença significativa para as variáveis avaliadas quanto à aplicação de diferentes fontes de nitrogênio, com exceção da prolificidade de espiga (Tabela 1). Quanto à utilização de doses de nitrogênio, diferenças estatísticas foram observadas para diâmetro do colmo, altura da planta e altura de inserção da espiga. Também, constatou-se interação significativa para diâmetro do colmo e altura de inserção da espiga. O uso de ureia convencional + A.brasilense proporcionou maior prolificidade de espiga (1,10), diferindo do resultado verificado no tratamento com ureia revestida + A.brasilense (1,04), sem, no entanto, diferir dos demais tratamentos (Tabela 1). Os resultados do presente trabalho diferem dos relatados por Civardi et al. (2011), que não encontraram diferenças para prolificidade de espiga em função da aplicação de ureia convencional e revestida por polímero. Contudo, os resultados deste trabalho assemelhamse aos relatados de outros autores acima citados para as variáveis, altura de planta, diâmetro de espiga e diâmetro do colmo, para as quais não foram constatadas diferenças estatísticas. [3]
4 O uso de doses de nitrogênio influenciou significativamente no diâmetro do colmo, altura de plantas e altura de inserção da espiga. Os resultados observados para ambas as variáveis analisadas comportaram de modo semelhante com os valores, assim ajustando a um modelo matemático em uma função do tipo quadrática (Tabela 1). Independentemente da variável avaliada, constatou-se que os valores médios aumentaram positivamente em resposta a aplicação de nitrogênio em cobertura do milho até 54 kg ha -1, a partir do qual, verificou-se queda nos valores médios para as variáveis analisadas. Tabela 1. Comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE), diâmetro de sabugo (DS), diâmetro do colmo (DC), altura de planta (AP), altura de inserção da espiga (AIE), prolificidade de espiga (PE) e número de fileiras por espiga (NFE) em função de tratamentos de fontes e doses de N com e sem inoculação de A. brasilense via foliar, Vitória Brasil, SP, safra Tratamento CE DE DS DC AP AIE PE NFE (cm) (n ) Fontes - (F) Cultivo em 2013 Ureia 15,05 4,91 3,10 2,03 248,00 94,44 1,05ab 18,38 Ureia + Inoculação 15,09 4,79 3,07 2,01 250,88 94,76 1,10a 18,66 Ureia R 15,08 4,91 3,06 1,95 248,03 94,19 1,05ab 18,95 Ureia R + inoculação 15,33 4,93 3,01 2,03 248,39 96,31 1,04b 18,71 Teste de F 0,35 ns 1,58 ns 0,50 ns 1,72 ns 0,38 ns 0,81 ns 4,42 * 1,93 ns CV (%) 5,04 3,58 5,76 5,15 3,13 3,87 4,34 3,15 DMS 0,84 0,19 0,19 0,11 8,63 4,07 0,05 0,65 Doses de N (Kg) - (D) 0 14,66 4,84 2,99 1,91 241,01 91,67 1,04 18, ,51 4,97 3,15 2,02 249,84 96,07 1,06 18, ,27 4,89 3,08 2,06 252,76 97,38 1,07 18, ,14 4,87 3,03 2,04 251,70 94,58 1,06 18,78 Teste de F 2,63 ns 1,16 ns 1,62 ns 4,67 ** 5,68 ** 5,34 ** 0,93 ns s 0,55 n Tipo de Equação Q Q Q - - R 2 (%) ,83 99,79 99, Teste de F ,82 * 4,86 * 11,52 ** - - Teste de F F X D 0,77 ns 1,50 ns 0,88 ns 2,32 * 1,90 ns 2,28 * 1,25 ns 1,57 ns Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** e * : significativo ao nível de 1 e 5% respectivamente. ns : não significativo. Em que: Ureia C: ureia convencional; Ureia R.: ureia revestida; CV: coeficiente de variação e DMS: diferença mínima significativa. A interação significativa entre fontes e doses para diâmetro do colmo demonstrou resposta significativa para as áreas com ureia + inoculação de A. brasilense e ureia revestida + inoculação (Tabela 2). O comportamento das fontes de nitrogênio foi semelhante para as diferentes doses de nitrogênio, excetuando o tratamento com a aplicação de 81 kg ha -1. Nas áreas com aplicação da maior dose de nitrogênio associado com a fonte ureia revestida + A. brasilense, constatou-se maiores ganhos médios (2,20 [4]
5 cm), que por sua vez diferiu do tratamento adotado apenas com ureia revestida (1,93 cm) mais aplicação de 81 kg ha -1 de nitrogênio, sem, no entanto, diferir dos demais tratamentos (Tabela 2). Os resultados para diâmetro do colmo nas áreas submetidas à aplicação de ureia + inoculação de A. brasilense e uso de doses de nitrogênio apresentaram respostas que se adequaram a uma função matemática quadrática. Deste modo, respostas positivas foram verificadas para a aplicação de 27 kg ha -1 de nitrogênio (2,11 cm), contudo, constataram-se respostas negativas a aplicação de nitrogênio em doses mais elevadas (Tabela 2). Tabela 2. Desdobramento da interação fontes e doses, referente ao diâmetro do colmo e altura da inserção da espiga, Vitória Brasil, SP, 2013 Tratamentos N (kg ha -1 ) Fontes Equação R 2 (%) Diâmetro do colmo (cm) Ureia 1,99a 2,05a 2,08a 2,00ab - ns Ureia + inoc 1,88a 2,11a 2,05a 2,00ab Y = 1,90+0,0048x-0,000031x 2 * 84,39 Ureia R 1,89a 2,02a 1,95a 1,93b - ns Ureia R + inoc 1,88a 1,90a 2,14a 2,20a Y = 1,85+0,0021x ** 89,92 Altura de inserção da espiga (cm) Ureia 93,06a 95,53a 97,53a 91,33a Y = 92,723+0,128x-0,0009x 2 * 90,18 Ureia + inoc 95,53a 92,40a 97,50a 93,63a - ns Ureia R 85,83a 97,50a 98,66a 95,16a Y = 86,063+0,281x-0,0015x 2 ** 98,91 Ureia R + inoc 92,26a 93,63a 95,83a 98,20a - ns Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** e * : significativo ao nível de 1 e 5% respectivamente e ns: não significativo. Em que: Ureia C: ureia convencional; Ureia R.: ureia revestida; Ureia + inoc.: ureia + inoculação. Comportamento diferente para a mesma variável foi observado para a associação ureia revestida + A. brasilense e doses de nitrogênio. Assim, os valores médios obtidos apresentaram respostas positivas à aplicação de nitrogênio ao solo em cobertura, se ajustando em uma função do tipo linear. Na interação fontes e doses para altura de inserção de espiga, diferenças estatísticas foram observadas apenas para ureia e ureia revestida, ambas não inoculadas. Os resultados para ambos os tratamentos de fontes se assemelharam quanto às respostas pela aplicação de nitrogênio em cobertura na cultura do milho. Desse modo, os resultados se ajustaram em uma função do tipo quadrática, com respostas positivas e maiores valores médios alcançados (97,53 e 98,66 cm para ureia convencional e revestida não inoculada, respectivamente) pela aplicação de 54 kg ha -1 de nitrogênio. Contudo, redução na altura da [5]
6 inserção das espigas foi verificada em ambos os tratamentos em função da aplicação da dose de 81 kg ha -1. Conclusões Nas condições do presente trabalho as diferentes fontes nitrogenadas acarretaram em maior prolificidade de espiga de milho, em destaque para Ureia + inoculação via foliar de A. brasilense. De maneira geral, as diferentes doses de N em cobertura proporcionaram aumento no diâmetro de colmo, altura da planta e altura de inserção de espiga, no qual, obtiveram-se maiores valores para a dose de 54 kg ha -1. Referências CANTARELLA, H. Nitrogênio. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ, V. H.; BARROS, N. F.; FONTES, R. L. F.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. (Ed.). Fertilidade do Solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, p CIVARDI, E.A; NETO, A.N.S.; RAGAGNIN, V.A.; GODOY, E.R.; BROD, E. Ureia de liberação lenta aplicada superficialmente e ureia comum incorporada ao solo no rendimento do milho. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.41, n.1, p , jan/mar, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa, p. FANCELLI, A. L.; DOURADO NETO, D. Produção de milho. 2. ed. Guaíba: Agropecuária, FANCELLI, A. L.; DOURADO NETO, D. Produção de milho. 2. ed. Guaíba: Agropecuária, HUNGRIA, M.; CAMPO, R. J.; SOUZA, E. M. S.; PEDROSA, F. O. Inoculation with selected strains of Azospirillum brasilense and A. lipoferum improves yields of maize and wheat in Brazil. Plant and Soil, Netherlands, v. 331, n. 1/2, p , ROESCH, L. F. W.; OLIVARES, F. L.; PASSAGLIA, L. P. M.; SELBACH, P. A.; SÁ, E. L. S de; CAMARGO, F. A. O. Characterization of diazotrophic bacteria associated with maize: effect of plant genotype, ontogeny and nitrogen-supply. World Journal of Microbiology & Biotechnology, Dordrecht, v. 22, n. 9, p , [6]
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