CIRCULAR N.º 5/2014, DE 12 DE DEZEMBRO ASSUNTO: PREPARAÇÃO PARA A APLICAÇÃO DO REGIME SOLVÊNCIA II
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1 CIRCULAR N.º 5/2014, DE 12 DE DEZEMBRO ASSUNTO: PREPARAÇÃO PARA A APLICAÇÃO DO REGIME SOLVÊNCIA II Por força do estabelecido na Diretiva n.º 2009/138/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de novembro, relativa ao acesso à atividade de seguros e resseguros e ao seu exercício (Solvência II), alterada pelas Diretivas n. os 2011/89/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de novembro de 2011, 2012/23/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de setembro de 2012, 2013/23/UE, do Conselho, de 13 de maio de 2013, 2013/58/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de dezembro de 2013 e 2014/51/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril de 2014, o novo regime decorrente desta Diretiva será aplicável ao setor segurador a partir de 1 de janeiro de A 31 de outubro de 2013, a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) emitiu, nos termos do artigo 16.º do Regulamento (UE) n.º 1094/2010 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de novembro de 2010, orientações dirigidas às autoridades de supervisão nacionais sobre o procedimento a adotar na fase de preparação para a aplicação do regime Solvência II, encontrando-se as mesmas publicadas no sítio da EIOPA na Internet, na seguinte hiperligação: As Orientações emitidas pela EIOPA abrangem o sistema de governação, incluindo a autoavaliação prospetiva dos riscos (baseada nos princípios da autoavaliação do risco e da solvência), o pré-pedido de modelos internos e a submissão de informação às autoridades de supervisão nacionais, prevendo-se a respetiva aplicação desde 1 de janeiro de Em dezembro de 2013, o Instituto de Seguros de Portugal confirmou perante a EIOPA a sua intenção de dar cumprimento às referidas Orientações, incorporando-as no seu enquadramento regulatório através de Normas Regulamentares a emitir com base nas normas habilitantes que seriam incluídas na legislação nacional de transposição da Diretiva Solvência II. Em janeiro de 2014, o Instituto de Seguros de Portugal realizou uma sessão de divulgação relativa à implementação do regime Solvência II, com enfoque nas Orientações emitidas pela EIOPA,
2 ressalvando a importância de uma adequada preparação nos termos aí previstos e reiterando a necessidade de manutenção de um diálogo regular entre operadores e autoridade de supervisão no que diz respeito às áreas-chave a acautelar na transição para o novo regime. No plano regulatório, na sequência das alterações à Diretiva Solvência II introduzidas pela Diretiva «Omnibus II» (Diretiva n.º 2014/51/UE), foi necessário incorporar as correspondentes e significativas adaptações no anteprojeto legislativo de transposição. Por outro lado, considerou-se necessário proceder a uma revisão global e integrada da legislação aplicável ao setor segurador e dos fundos de pensões, evitando-se uma indesejável incoerência e desarticulação entre regimes. Deste modo, propôs-se a alteração do regime jurídico da constituição e funcionamento dos fundos de pensões e respetivas entidades gestoras, designadamente com vista a autonomizar o regime penal e contraordenacional aplicável à atividade de gestão de fundos de pensões, prevendo-se, por outro lado, um regime processual autónomo comum aos crimes especiais do setor segurador e dos fundos de pensões e às contraordenações processadas pelo Instituto de Seguros de Portugal. A extensão das alterações legislativas propostas veio a revelar-se impeditiva da aprovação, com a antecipação que se encontrava inicialmente prevista, do pacote legislativo que inclui o diploma de transposição da Diretiva Solvência II, o qual foi submetido a consulta pública entre julho e setembro do corrente ano. Neste contexto, sem prejuízo da manutenção do diálogo regular e contínuo entre operadores e autoridade de supervisão, vem o Instituto de Seguros de Portugal, através da presente Circular, reiterar a necessidade de as empresas de seguros e os grupos seguradores com sede em Portugal prosseguirem os trabalhos preparatórios com vista a uma adequada transição para o regime Solvência II e adotarem as medidas necessárias para o efeito. No corrente ano, o Instituto de Seguros de Portugal já conduziu um estudo de impacto quantitativo (QIS-2014), cujos resultados agregados foram dados a conhecer ao mercado, que permitiu às empresas de seguros submeter informação quantitativa utilizando alguns dos mapas de reporte incluídos no pacote de Orientações relativas à fase de preparação acima referidas, bem como as especificações técnicas que lhes estão subjacentes. Circular n.º 5/2014, de 12 de dezembro 2
3 No ano de 2015 será publicado o Regulamento Delegado da Comissão, que contém as medidas de execução («Nível 2»), bem como as restantes normas técnicas de execução e orientações da EIOPA, que complementam o regime. A este propósito, recorde-se que tais orientações estão sujeitas ao mecanismo de «comply or explain» por parte das várias autoridades de supervisão nacionais, opção que o Instituto de Seguros de Portugal terá oportunamente de reportar à EIOPA. O ano 2015 constituirá, necessariamente, um marco fundamental na preparação para a implementação do regime Solvência II. Nessa medida, pretende o Instituto de Seguros de Portugal não apenas continuar a empreender iniciativas que promovam e testem a preparação das empresas de seguros e dos grupos seguradores, mas também tomar conhecimento das principais dificuldades e desafios que estes têm vindo a enfrentar ao longo deste processo, com o intuito de ponderar as medidas mais adequadas para os ultrapassar. Assim, tenciona este Instituto fazer um ponto de situação sobre o grau de preparação das empresas de seguros e dos grupos seguradores sujeitos à sua supervisão para o regime Solvência II, utilizando como referência as Orientações relativas à fase de preparação emitidas pela EIOPA. No que diz respeito ao reporte, e tal como referido na sessão de divulgação acima mencionada, a linguagem XBRL irá ser utilizada na comunicação entre as autoridades de supervisão nacionais e a EIOPA. O Instituto de Seguros de Portugal reconhece que essa linguagem otimiza a transmissão de informação financeira, entendendo, por isso, que a mesma deve ser adotada na prestação do reporte harmonizado em regime Solvência II pelas empresas de seguros e pelos grupos seguradores. Neste sentido, o Instituto de Seguros de Portugal pretende testar os circuitos de comunicação com as empresas de seguros e os grupos seguradores num contexto de utilização da linguagem XBRL para a troca de informação. Pelo exposto, através da presente Circular, solicita-se que as empresas de seguros e os grupos seguradores: 1. Disponibilizem ao Instituto de Seguros de Portugal, até 31 de janeiro de 2015: Circular n.º 5/2014, de 12 de dezembro 3
4 a) O questionário anexo à presente Circular, preenchido de forma detalhada e circunstanciada; b) A identificação das tarefas já executadas, bem como um plano de implementação das previstas, com vista à preparação para a aplicação do regime Solvência II, que inclua: i) A calendarização das tarefas planeadas, e respetivo grau de execução; ii) A abordagem aos vários tipos de requisitos incluídos no regime Solvência II (quantitativos, qualitativos e de reporte e divulgação de informação), bem como aos sistemas de informação, aos planos de formação e outros (especificando); c) O detalhe sobre as áreas em que se têm verificado mais dificuldades / constrangimentos (e.g. interpretação e aplicação das disposições da Diretiva, das orientações da EIOPA ou de outros documentos, constrangimentos em termos de recursos humanos ou financeiros, etc.), no que respeita à preparação para o regime Solvência II. 2. Enviem ao Instituto de Seguros de Portugal, até 31 de março de 2015, a política de autoavaliação do risco e da solvência, bem como cópia do relatório que tenha sido produzido no seguimento de um exercício de autoavaliação do risco e da solvência já efetuado ou que seja efetuado até essa data, o qual deve conter as conclusões e os resultados das avaliações realizadas Submetam ao Instituto de Seguros de Portugal o conjunto de informação prevista nas Orientações sobre a submissão de informação às autoridades de supervisão nacionais de acordo com as datas de referência e nos prazos aí indicados. 1 Note-se que a autoavaliação prospetiva dos riscos da empresa, baseada nos princípios da autoavaliação do risco e da solvência (comummente designada por FLAOR ), definida pelas respetivas Orientações relativas à fase de preparação, não é mais do que uma implementação faseada desses princípios de autoavaliação do risco e da solvência (comummente designada por ORSA ). Circular n.º 5/2014, de 12 de dezembro 4
5 A informação de natureza quantitativa prevista nas Orientações sobre a submissão de informação às autoridades de supervisão nacionais deve ser submetida utilizando a taxonomia XBRL desenvolvida pela EIOPA, publicada no sítio da EIOPA na Internet, na seguinte hiperligação: Para este efeito, o Instituto de Seguros de Portugal irá disponibilizar ferramentas de apoio à submissão da informação quantitativa, assim como informar quais os respetivos canais de comunicação. Para o esclarecimento de eventuais dúvidas relativas a esta Circular deve ser utilizado o endereço de correio eletrónico solvencia2@isp.pt. O CONSELHO DIRETIVO: José Figueiredo Almaça, presidente Filipe Aleman Serrano, vice- -presidente. Circular n.º 5/2014, de 12 de dezembro 5
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