Curso de Biblioteconomia
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- Jonathan Castanho Bennert
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2 Curso de Biblioteconomia Disciplina: Formação e desenvolvimento de coleções Seleção de materiais de informação para bibliotecas Prof. Me. Dayo de Araújo Silva Côrbo CRB5633
3 Apresentação Roteiro da 1ª. aula: Trabalhar os conceitos essenciais à disciplina, dando ênfase aos assuntos abordados nas unidades 1 e 2 do livro didático. Unidade 1: Conceitos básicos sobre seleção de materiais informacionais. Unidade 2: Política de seleção. Unidade 3 Revisão das unidades 1 e 2 da aula. Unidade 4 Espaço para dúvidas dos alunos.
4 A função de selecionar materiais para o acervo faz parte das atividades de formação e desenvolvimento de coleções. Conforme descrito por Evans o processo de formação e desenvolvimento de coleções é um processo cíclico, sistêmico e contínuo.
5 O modelo cíclico de Evans é composto por diversas atividades que não podem ser consideradas isoladamente, mas como partes integrantes de um todo. Essa característica é fundamental para que o processo seja eficiente em sua ação. Estudo da comunidade; Políticas de seleção; Aquisição; Desbastamento e descarte. Avaliação. Tomando como base o modelo de Evans podemos identificar as seguintes funções subjacentes ao processo de formação e desenvolvimento de coleções: Planejamento e elaboração de políticas; Seleção; Aquisição; Avaliação de coleções; Desbastamento e descarte de coleções.
6 A seleção de materiais se divide: quanto a forma Periódicos Livros Materiais multimídia Patentes Microformas quanto ao conteúdo Assuntos de interesse Nível de cobertura
7 Para Figueiredo (1993) é atribuído a Gabriel Naudé em seu livro publicado em 1627: Avis pour dresser une bibliotehèque, considerado como o primeiro tratado de biblioteconomia, o trabalho de ter condensado a informação até então esparsa e indefinida sobre o assunto, e de ter discutido extensivamente os princípios de seleção de livros. No século XVII, a atividade de seleção de livros era considerada uma arte. Bibliotecário deve ser um erudito e conhecedor das principais referências bibliográficas. A arte de constituir e organizar uma biblioteca requer mais do que as modestas práticas de um vendedor de livros; o bibliotecário, na verdade, tem que conhecer tanto livros como pessoas, o bastante para fornecer os livros apropriados para os seus leitores, sem hesitação, assim como os farmacêuticos têm que conhecer tanto as drogas como as pessoas para prescreverem as drogas necessárias aos seus pacientes. Shera (1976) considera o bibliotecário, primeiramente como um bibliófilo, como sua responsabilidade básica, a de colocar nas estantes da sua biblioteca aqueles livros que mais contribuem para o crescimento intelectual de sua clientela.
8 Bibliotecário Técnico Seleção de materiais como atividade técnica especializada. Para Spiller (1976) Juntamente com o trabalho de referência, de aconselhamento de leitoras, a seleção de livros representa a esfera da biblioteconomia que distingue a profissão de muitas outras ocupações administrativas. O autor criticou a tendência de se considerar a seleção de materiais como uma arte, para Spiller a atividade é um problema técnico de organização. A partir dessa mesma interpretação para Vergueiro (2010) a seleção de materiais é uma atividade técnica especializada e se relaciona com alguns critérios de seleção são eles: Assunto Área de atuação da biblioteca. Usuário Definição do usuário. Documento Avaliação da necessidade de cada documento. Preço Viabilidade da aquisição da obra.
9 Para Weitzel (2012) a explosão bibliográfica após a invenção da imprensa foi responsável pela publicação de um volume estimado de 130 milhões de livros entre 1500 e Essa multiplicação tornou o processo de formar e desenvolver coleções em bibliotecas mais complexo do que anteriormente e passou a envolver o desafio de identificar quais obras mereciam fazer parte dos acervos. Tendo em vista essa dificuldade para selecionar as melhores obras, era bastante comum seguir as recomendações de bibliófilos. No século XIX, as obras desses bibliófilos se tornaram verdadeiros guias para auxiliar na seleção das obras mais pertinentes às bibliotecas, tanto do ponto de vista técnico quanto prático, uma vez que os títulos recomendados para fazer parte do acervo estavam listados com as apreciações dos bibliófilos.
10 Weitzel (2012) identificou obras de autores do século XIX que apoiaram o curso de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional, o primeiro surgido no Brasil em Peignot (1823) Namur (1834) Hesse (1841) Rouveyre (1878) Richard (1883) Gräsel (1893) Petzholdt (1894) Maire (1896) O resultado da pesquisa da autora demonstrou que os bibliófilos do século XIX já apresentavam os principais conceitos, métodos e práticas presentes nas obras contemporâneas, definindo o que se convencionou denominar de abordagem baseada no acesso orientada para as necessidades dos usuários.
11 Para Weitzel (2002) o processo de formar e desenvolver coleções sempre esteve presente ao longo da história do livro e das bibliotecas. Desde a biblioteca de Alexandria até às bibliotecas digitais, não há como formar e desenvolver coleções sem se deparar com questões como: O quê, o porquê, o para quê, o como e o para quem colecionar. Formar e desenvolver coleções vai além de selecionar e adquirir obras, cita o processo cíclico de Evans (2000). Nos dias de hoje, a impossibilidade de armazenar tudo o que foi escrito e publicado no mundo em bibliotecas faz do processo de desenvolvimento de coleções uma estratégia, um mecanismo para viabilizar um espaço social que expresse os anseios de um segmento da sociedade em relação às suas necessidades informacionais.
12 Para Weitzel (2002) da Antiguidade até a Idade Moderna, a lógica praticada era a de se colecionar praticamente tudo o que existia disponível uma vez que a produção editorial estava ainda em seu estágio inicial. Nesse período, imperava a ideia de acumulação e armazenamento de coleções. Na primeira metade do século XVII, os modelos que apoiavam a formação de coleções consideravam aspectos religiosos ou relativos à raridade e luxo das obras, sem considerar o valor de seu conteúdo. Naudé (1627) apresentou inovações, especialmente em relação ao processo de seleção, que não se alinhava à concepção de bibliotecas voltadas para a acumulação e armazenamento. As bibliotecas deveriam adotar critérios de seleção para formar coleções úteis, o que contestava a orientação de que a biblioteca deveria ser um lugar para acumular tudo o que havia disponível.
13 No século XVIII, a expansão do volume da produção editorial, que se iniciou lentamente com a invenção da prensa com tipos móveis, e depois, avançou para o que se denomina hoje de explosão informacional. Foi sentida pelos bibliófilos desse século, principalmente na acumulação e armazenamento exaustivo de coleções em bibliotecas. No Século XIX, surgem os clássicos manuais para formar coleções. No Século XX, o cenário do século XIX, de aumento no volume de publicações, se agravou devido a especialização das áreas do conhecimento e os grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Na década de 1960, nos Estados Unidos se aumenta, na literatura especializada, a preocupação com a seleção de materiais informacionais.
14 Para Vergueiro (2010) a atividade de seleção pode ser resumida em: Processo de seleção: está relacionado com as etapas da seleção, inclui o trabalho da comissão de seleção que toma decisões sobre quais itens devem ser incorporados e elabora a lista de itens aprovados segundo critérios estabelecidos em uma política. Política de seleção: apresenta as responsabilidades dos atores do processo de seleção, (bibliotecários e comissão de seleção), os critérios estabelecidos, os instrumentos auxiliares de seleção, entre outras políticas específicas que podem se relacionar com questões sobre censura na seleção, duplicação de itens, coleção de obras raras e/ou locais, entre outros.
15 Unidade 2 Política de seleção
16 Unidade 2: Política de seleção. Para Vergueiro (2010) uma política de seleção é um conjunto de critérios de seleção. A política de seleção procura garantir que todo material seja incorporado ao acervo segundo razões objetivas predeterminadas e não segundo preferências pessoais. Essa política garante que as lacunas existentes no acervo não são fruto do descaso ou ineficiência do profissional responsável pela seleção, mas se coadunam com o processo de planejamento vigente na instituição bibliotecária, sendo coerentes com os propósitos e objetivos estabelecidos para sua atuação.
17 Unidade 2: Política de seleção. Para Maciel e Mendonça (2000) uma política de seleção deve incluir um estudo da comunidade de usuários, a partir de um diagnóstico do perfil dos usuários. Após o diagnóstico, a segunda fase do planejamento é a elaboração da política: Indicação do responsável pelo processo de seleção, que pode ser o gerente da biblioteca ou do setor específico de seleção, ou ainda, uma comissão formada por bibliotecários e usuários da biblioteca; Indicação do tipo de material que irá compor o acervo, independente do seu suporte. Definição dos assuntos que irão fazer parte da coleção;
18 Unidade 2: Política de seleção. Tomadas de decisão necessárias para uma seleção de materiais informacionais. Escolha dos instrumentos adequados para a seleção das diferentes coleções bases que compõem o acervo: bibliografias, catálogos comerciais de livrarias e editoras, sugestões de usuários; Estabelecimento de prioridades para aquisição das diferentes coleções que a biblioteca abriga e as quais viabiliza o acesso: livros, periódicos, mapas, materiais multimídias e outros. Escolha de critérios para cobertura de assuntos de maior demanda, incluindo o nível de cobertura ou verticalização necessária a cada um deles, em particular; Prioridade em relação ao idioma e atualização do material a ser adquirido; Indicação do número de exemplares necessários; Incorporação de documentos doados.
19 Unidade 2: Política de seleção. Requisitos indispensáveis para o processo de seleção: Manutenção dos catálogos comerciais de livrarias e editoras; Manutenção e atualização das sugestões dos usuários. Acompanhamento do movimento editorial na área de atuação da biblioteca. Atenção ao fatos externos da biblioteca, como por exemplo, no âmbito das bibliotecas públicas, os fatos políticos, culturais, econômicos e sociais marcantes da vida da comunidade; nas bibliotecas universitárias, novos cursos criados pela instituição, novas linhas de pesquisa e outros. Tais procedimentos visam manter a biblioteca como um circuito provedor de dados e informações. Reflexão sobre o processo de produção do conhecimento na área de atuação da biblioteca; Controle estatístico das atividades.
20 Unidade 3 e 4 Revisão das unidades 1 e 2 Espaço para dúvidas dos alunos
21 Referências: FIGUEIREDO, N. M. de. Desenvolvimento e avaliação de coleções. Rio de Janeiro: Rabiskus, MACIEL, A. C.; MENDONÇA, M. A. R. Bibliotecas como organizações. Niterói: Interciência, VERGUEIRO, W. Seleção de materiais de informação. 3. ed. Brasília: Briquet de Lemos, WEITZEL, S. R. Desenvolvimento de coleções: origem dos fundamentos contemporâneos. TransInformação, v.24, n.3, p , set/dez O desenvolvimento de coleções e a organização do conhecimento: suas origens e desafios. Perspectivas em Ciência da Informação, v.7, n.1, p.61-67, 2002.
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