COMISSÃO INSTALADORA DO CENTRO DE ARBITRAGEM DESPORTIVA

Transcrição

1 COMISSÃO INSTALADORA DO CENTRO DE ARBITRAGEM DESPORTIVA Após um diálogo intenso e construtivo com o Ministério da Justiça, o Comité Olímpico de Portugal apresentou recentemente a versão final dos Estatutos do Centro de Arbitragem Desportiva / Tribunal Arbitral do Desporto. Com a institucionalização do Centro de Arbitragem Desportiva, o Comité pretende contribuir para uma melhor justiça desportiva, disponibilizando uma instância independente de arbitragem e de recurso, aliviando deste modo a pressão sobre os órgãos próprios das federações e a tentação de levar os litígios para os tribunais comuns. Esta iniciativa insere-se na tendência da política de justiça do Governo, de incentivar as partes litigantes a recorrerem a mecanismos alternativos de resolução dos conflitos, mormente numa área de grande conflitualidade como é a actividade desportiva. Para as virtualidades deste projecto concorrem o apoio, desde a primeira hora, manifestado pelo Ministro da Justiça e o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, a quem foi dado conhecimento 1

2 tempestivo e circunstanciado dos estudos e diligências orgânicas para levar avante esta importante reforma. Trata-se, como já foi amplamente reconhecido, de um projecto estruturante, cuja génese remonta a 2001, ano em que o COP realizou um Seminário Internacional com a presença de figuras maiores do Tribunal Arbitral de Lausana, nomeadamente o seu Secretário-Geral, Matthieu Reeb, projecto impulsionado pelo Comité Olímpico Internacional. Na sequência desta iniciativa, o COP adoptou como seu objecto estatutário a institucionalização de um Centro de Arbitragem Desportiva. O posicionamento do COP, simultaneamente supra-federativo e transversal a todo o sector desportivo, mas também independente do poder político, confere-lhe especial vocação para o efeito. De resto, são conhecidas iniciativas ou experiências paralelas de outros Comités Olímpicos nacionais, de indiscutível êxito. Esta longa mas proficiente trajectória teve como ponto alto a histórica Assembleia Plenária do COP, realizada em 27 de Outubro de 2007, na qual foi aprovada por unanimidade e aclamação a criação do CAD / TAD em Portugal, perante uma representação de cerca de 40 federações. 2

3 O Centro de Arbitragem Desportiva, tal como delineado pela Comissão Instaladora, constituída em 2007, sob a presidência do Juiz Conselheiro Cardoso da Costa, adoptou o modelo da arbitragem institucional, criado pela Lei de Arbitragem Voluntária, inspirando-se nos conhecidos Conseil International de l Arbritrage en Matière de Sport e Tribunal Arbitral du Sport. A solução delineada pelo COP é alicerçada no modo como no artigo 18.º, n.º 5, da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto - Lei n.º 5/2007, de 16 de Janeiro, está prevista a possibilidade de recurso à arbitragem no domínio das «questões estritamente desportivas». O COP é uma associação sem fins lucrativos, reconhecida como instituição de cúpula do Movimento Associativo desportivo, cujo prestígio lhe permite obter a adesão unânime das federações desportivas, clubes e associações de classe. Dispõe dos meios necessários à instalação do pretendido Centro de Arbitragem Desportiva, quer no que respeita à disponibilidade de instalações para a sede e funcionamento, em imóvel graciosamente disponibilizado pela Junta de Freguesia da Ajuda, quer no que concerne aos meios humanos qualificados e logísticos. Esta centenária instituição goza ainda de capacidade financeira e de 3

4 gestão necessárias para garantir o financiamento do Centro, até que este possa dispor das suas próprias receitas e equilibrar a sua administração. Em 14 de Dezembro de 2007, o COP entregou em audiência ao Ministro da Justiça o requerimento de institucionalização do CAD / TAD, juntamente com as peças processuais exigidas, desde o projecto de Estatutos aos vários regulamentos necessários. Desde então, o COP vem articulando com o Gabinete para a Resolução Alternativa de Litígios, departamento do Ministério da Justiça, o aperfeiçoamento dos regulamentos do Centro, um trabalho agora concluído e que apenas aguarda luz verde do Ministro da Justiça para que o Centro se torne realidade. Conforme veio recentemente a público, entendeu o Secretário de Estado do Desporto e o anterior Secretário de Estado da Justiça, Dr. João Correia, constituir uma Comissão para a Justiça Desportiva, tendo como objecto a visão global do normativo jurídico-desportivo, entre a qual a justiça desportiva especializada. Entretanto, verificou-se a necessidade de alterar a composição da Comissão Instaladora do CAD / TAD, a qual passou a ser presidida pelo Dr. Miguel Galvão Teles, personalidade cujo curriculum e reconhecimento público dispensa apresentação. 4

5 Entra também na nova composição da Comissão Instaladora o Dr. João Nogueira da Rocha, advogado do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol e membro do Tribunal Arbitral de Lausana, mantendo-se na mesma os anteriores membros. A Comissão Instaladora do Centro de Arbitragem Desportiva passa, assim, formalmente a ser constituída pelas individualidades abaixo enunciadas, nesta data empossadas, esperando-se que, em 2011, o Ministério da Justiça aprove a consagração desta nova estrutura ao serviço de todo o sistema desportivo português. Lisboa, 27 de Janeiro de 2011 COMISSÃO INSTALADORA Presidente Dr. Miguel Galvão Teles Advogado, Mestrado em Direito, Docente Universitário, Membro do Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia Coordenador Dr. Miguel Nobre Ferreira Advogado, Licenciatura em Direito, Presidente da Comissão Jurídica do COP, Membro do TAS / CAS em Lausana 5

6 Vogais Dr. Sérgio Abrantes Mendes Juiz Desembargador, Licenciatura em Direito Dr. Adriano Gonçalves da Cunha Procurador-Geral Adjunto, Licenciatura em Direito, Auditor Jurídico da Assembleia da República Dr. Alexandre Miguel Mestre Advogado, Mestrado em Estudos Europeus, Docente Universitário Dr. João Nogueira da Rocha Advogado, Licenciatura em Direito, Membro do TAS / CAS em Lausana, Consultor Jurídico e Director do Departamento de Regulamentação da FIFPRO Secretário Dr. José Manuel Costa Jurista, Licenciatura em Direito, Curso técnico de Organização e Gestão de Empresas, Mestrando em Ciências Jurídicas, Assessor da Presidência COP 6