M RELATÓRIO DE ESTÁGIO REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS. Farmácia da Maia Jéssica Lopes Figueiredo

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1 M RELATÓRIO DE ESTÁGIO REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Farmácia da Maia Jéssica Lopes Figueiredo

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3 Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas Relatório de Estágio Profissionalizante Farmácia da Maia janeiro de 2017 a julho de 2017 Jéssica Lopes Figueiredo Orientadora: Doutora Maria Assunção Nápoles Tutor FFUP: Prof. Doutor Paulo Lobão julho de 2017 i

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5 Declaração de Integridade Eu, Jéssica Lopes Figueiredo, abaixo assinado, nº , aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento. Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica. Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, de de Assinatura: ii

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7 Agradecimentos À Senhora Doutora Maria Assunção Nápoles, orientadora e Diretora Técnica da Farmácia da Maia. Obrigada por toda a paciência, compreensão, apoio e disponibilidade durante estes últimos seis meses. Obrigada por todos os seus conselhos e ensinamentos, e acima de tudo, por me dar a oportunidade de fazer um estágio tão enriquecedor numa farmácia especial. Irei levar para o meu futuro profissional, tudo aquilo que aprendi consigo. Obrigada por me ajudar a crescer tanto a nível pessoal como a nível profissional. Ao Professor Doutor Paulo Lobão, um tutor sempre disponível para ajudar. Obrigada pela prontidão com que respondeu a todas as minhas dúvidas e por me acompanhar nesta última etapa do curso. Aos Professores da Faculdade de Farmácia do Porto que me acompanharam durante os cinco anos de curso. Obrigada por contribuírem para a minha formação com a vosso conhecimento e por me ajudarem a preparar para o futuro. Um especial obrigado à Professora Doutora Isabel Almeida, mais que uma professora foi uma tutora durante os últimos anos de faculdade. Obrigada por todas as oportunidades criadas e por acreditar no meu trabalho. À equipa da Farmácia da Maia, Elisabete, Emanuel, Dra. Cláudia, Catarina e Carla por toda a ajuda que me deram durante o estágio. Obrigada por partilharem comigo os vossos conhecimentos e experiências e, acima de tudo, obrigada por me ajudarem sempre que precisei, contribuindo para a minha formação enquanto farmacêutica. À Diana, à Andry, à Marta, ao Martins e à Bárbara, amigos e companheiros de muitas aventuras durante os anos de faculdade. Obrigada por toda a ajuda e por toda a paciência. Vocês são a família do coração. Aos meus pais e à minha irmã por todo o suporte e apoio incondicional ao longo da minha passagem pela faculdade. Obrigada por me proporcionarem a oportunidade de seguir os meus sonhos e por nunca me deixarem desistir perante as adversidades. Obrigada por estarem sempre presentes e fazerem de mim a pessoa que sou hoje. Por último, ao Henrique. Uma pessoa especial e carinhosa que me ampara e ajuda mesmo sem eu pedir. Um namorado sempre presente, tanto nos bons como nos maus momentos, que me protege e incentiva sempre a dar o melhor de mim em tudo o que faço. Contigo aprendi a valorizar o que é realmente importa; nunca esquecerei tudo o que fizeste por mim. Obrigada por fazeres esta caminhada comigo e nunca desistires de mim. A todos, obrigada. iii

8 Resumo A farmácia comunitária é um espaço de saúde onde os utentes podem, não só, adquirir a sua medicação, mas também receber aconselhamento farmacêutico por parte dos profissionais que nela trabalham. Na realidade, a população portuguesa confia nesta classe profissional, valorizando tanto as indicações como os conselhos que são prestados. Talvez devido a este facto, a farmácia é muitas vezes o primeiro local de contacto entre o doente e o profissional de saúde. Devido à enorme importância da farmácia na atualidade, faz todo o sentido que o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas culmine num estágio curricular neste local, de forma a preparar os ainda estudantes para o seu futuro profissional. Assim, o presente relatório foi elaborado no âmbito do referido estágio curricular e encontra-se dividido em duas partes principais: na primeira parte é possível encontrar a descrição das caraterísticas da Farmácia da Maia e as atividades nela realizadas, enquanto na segunda parte é possível encontrar a descrição dos projetos elaborados durante o mesmo período de estágio. Durante os seis meses de estágio curricular, tive a privilégio de conviver e de aprender com profissionais de excelência que partilharam comigo os seus conhecimentos e experiências. A Farmácia da Maia é, por isso, uma farmácia especial que acima de tudo valoriza um atendimento personalizado para cada utente. Aqui, adquiri imensos conhecimentos e tive um vislumbre do que é realmente a vida profissional de um farmacêutico. Ser farmacêutico é muito mais do que dispensar embalagens de medicamentos, é detetar problemas relacionados com os mesmos, é saber identificar as necessidades de cada doente e acima de tudo é saber interpretar cada pessoa como um todo em vez de analisar cada problema de saúde isoladamente. Durante o estágio, tive oportunidade de executar inúmeras tarefas na farmácia de que foram exemplo a realização de encomendas, a dispensa de medicamentos e produtos de saúde, a préconferência de receitas e a elaboração de montras e lineares. Todas as tarefas supracitadas são de grande importância para o bom funcionamento da farmácia, o que se traduz, mais tarde, num bom atendimento ao utente. Não obstante, realizei ainda três projetos distintos: o primeiro referente ao estudo do conhecimento dos utentes da Farmácia da Maia relativamente à diabetes, hipertensão arterial e colesterol; o segundo relativo ao hipotiroidismo e o terceiro relativo aos suplementos alimentares existentes na Farmácia da Maia. Todas as atividades desenvolvidas durante o período de estágio contribuíram tanto para o meu crescimento profissional como pessoal. iv

9 Lista de Abreviaturas ASAE CD CNPEM CYP DCI DGAV ECA FEFO HDL HLA IL IVA LDL MHC MNSRM MSRM PAD PAS PRM PVF PVP RNM SNS TNF TSH Autoridade de Segurança Alimentar e Económica Cluster of Differentiation Código Nacional de Prescrição Eletrónica de Medicamentos Citocromo P450 Denominação Comum Internacional Direção Geral de Alimentação e Veterinária Enzima Conversora de Angiotensina First Expired First Out High-Desity Lipoproteins Antigénio Leucocitário Humano Interleucina Imposto de Valor Acrescentado Low-Density Lipoproteins Complexo Principal de Histocompatibilidade Medicamento Não Sujeito a Receita Médica Medicamento Sujeito a Receita Médica Pressão Arterial Diastólica Pressão Arterial Sistólica Problema Relacionado com o Medicamento Preço de Venda à Farmácia Preço de Venda ao Público Resultado Negativo associado ao uso do Medicamento Sistema Nacional de Saúde Fator de Necrose Tumoral Hormona Estimulante da Tiroide v

10 Índice AGRADECIMENTOS III RESUMO IV LISTA DE ABREVIATURAS V ÍNDICE VI PARTE I: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA FARMÁCIA DA MAIA 1 1. Introdução 1 2. A Farmácia da Maia Localização geográfica e caracterização sociocultural Caracterização do espaço exterior Horário de funcionamento Recursos humanos Caracterização do espaço interior Fontes de informação e sistema informático 4 3. Administração e gestão da farmácia Gestão de stocks Realização de encomendas Entrada, conferência e armazenamento de encomendas Controlo dos prazos de validade Gestão de devoluções 8 4. Dispensa de medicamentos Medicamentos sujeitos a receita médica Medicamentos não sujeitos a receita médica Medicamentos de uso veterinário Dispositivos médicos Medicamentos manipulados Dispensa de outros medicamentos e produtos de saúde Os serviços da Farmácia da Maia Determinação da glicémia, colesterol total, triglicerídeos e pressão arterial 18 vi

11 5.2. Consultas de nutrição, podologia e naturopatia Valormed e Recolha de Radiografias Estratégias de marketing As formações Apresentações orais Cronograma de Estágio 21 PARTE II: TEMAS DESENVOLVIDOS NO ÂMBITO DO ESTÁGIO CURRICULAR 22 Projeto 1: Estudo do conhecimento dos utentes da Farmácia da Maia relativamente à diabetes, hipertensão arterial e colesterol Introdução Contextualização Diabetes Hipertensão arterial Colesterol elevado Realização de um inquérito para avaliação do conhecimento Rastreio Cardiovascular Mesa Temática Conclusão 33 Projeto 2: A tiroide e o Hipotiroidismo Introdução Contextualização O Hipotiroidismo A importância do Acompanhamento Farmacoterapêutico O caso de estudo Conclusão 41 Projeto 3: O mundo dos suplementos alimentares Introdução Contextualização Os suplementos alimentares Organização dos suplementos alimentares em tabela Conclusão 43 vii

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44 ANEXOS 49 viii

13 Parte I: Atividades desenvolvidas na Farmácia da Maia 1. Introdução A farmácia comunitária é muitas vezes o primeiro local de contacto entre o doente e um profissional de saúde. Nesta trabalham os farmacêuticos, profissionais de fácil acesso e com conhecimentos, não só, dos medicamentos, mas também, de inúmeras patologias e respetivos sintomas. Assim, o farmacêutico é considerado um técnico do medicamento uma vez que apresenta conhecimentos sobre a química, formulação e utilização dos mesmos. Esta classe profissional apresenta, desta forma, a nobre missão, não só, de ajudar os doentes a tirarem o máximo partido da sua medicação como na educação para a saúde. Na maior parte das farmácias comunitárias é, hoje, possível encontrar vários serviços sendo que de entre eles, destacam-se a dispensa de medicamentos, a determinação de parâmetros bioquímicos como a glicémia, por exemplo, e ainda o aconselhamento farmacêutico. Dada a importância da farmácia comunitária na sociedade, faz todo o sentido que o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas culmine num estágio curricular neste espaço, de modo a permitir aos ainda estudantes, familiarizarem-se com uma nova realidade. Assim, o presente relatório foi realizado no âmbito desse mesmo estágio, com o objetivo de descrever resumidamente todas as atividades realizadas durante o mesmo. 2. A Farmácia da Maia A totalidade do estágio curricular foi realizada na Farmácia da Maia e teve a duração de seis meses, com início no dia dezassete de janeiro e término no dia dezassete de julho de No início do estágio curricular, ficou acordado que o meu horário seria de segunda a sexta-feira (horário variável) e faria, adicionalmente, um sábado de manhã por mês, com o objetivo de contactar com as diferentes dinâmicas da Farmácia Localização geográfica e caracterização sociocultural A Farmácia da Maia localiza-se na Rua D. Afonso Henriques nº 3218 em Águas Santas. Esta encontra-se muito bem localizada, numa rua de fácil acesso, estando rodeada de vários serviços como um banco, uma praça de táxis, uma paragem de autocarros, restaurantes e uma padaria. Esta farmácia apresenta ainda a grande vantagem de se encontrar próxima do Centro de Saúde de Águas Santas. A maior parte dos utentes que frequentam a Farmácia da Maia são, normalmente, residentes na zona, o que faz com que seja possível, não só, fazer um ótimo acompanhamento clínico dos mesmos como permite ainda a criação de um elo de confiança entre o farmacêutico e o utente. De realçar que os utentes desta farmácia apresentam diferentes condições socioeconómicas e diferentes idades, no entanto, a faixa etária predominante encontra-se acima dos 50 anos. Apesar 1

14 disso, é possível constatar-se que pessoas mais jovens também recorrem aos serviços desta farmácia Caracterização do espaço exterior A Farmácia da Maia, fundada no ano de 1934, encontra-se hoje, com um visual contemporâneo e profissional, estando assinalada com uma cruz verde luminosa que transmite informações como a data, hora e horário de funcionamento. Adicionalmente, é possível encontrar no exterior da farmácia, o nome da mesma (Farmácia da Maia) em letras luminosas, assim como o nome da Diretora Técnica (Dra. Maria Assunção Nápoles) e o horário de funcionamento. A farmácia apresenta ainda duas montras, que são alteradas com bastante regularidade, promovendo não só, os inúmeros produtos de venda livre, mas também possíveis campanhas promocionais que estejam a decorrer. Não obstante, na parte exterior da farmácia é ainda possível encontrar informações sobre os serviços prestados, assim como informação relativamente às farmácias que se encontram de serviço. Na fachada encontra-se um postigo, sendo utilizado quando a farmácia se encontra de serviço noturno, de modo a garantir a segurança do profissional que realiza os atendimentos. Para além disso, na parte exterior da farmácia encontram-se destacadas algumas das mais valias da farmácia, nomeadamente, a homeopatia e a fitoterapia (Anexo A). Assim, é possível concluir que a farmácia cumpre os requisitos legais estabelecidos no Decreto-Lei nº171/2012.[1] 2.3. Horário de funcionamento A Farmácia da Maia encontra-se aberta de segunda a sexta-feira das 8h30 às 22h00 e no sábado das 8h30 às 19h00. Aos domingos e feriados encontra-se encerrada Recursos humanos A equipa da Farmácia da Maia é constituída por: Dra. Maria Assunção Nápoles - Proprietária e Diretora Técnica Dra. Ana Cláudia Ferreira - Farmacêutica Dra. Ana Filipa Gonçalves - Farmacêutica Catarina Silva - Técnica de Farmácia Elisabete Gonçalves - Técnica de Farmácia Carla Vieira Técnico Auxiliar de Farmácia Emanuel Oliveira Técnico Auxiliar de Farmácia 2.5. Caracterização do espaço interior O interior da Farmácia da Maia pode ser divido em sete áreas distintas, sendo que cada uma delas apresenta a sua própria relevância e características. A primeira área da Farmácia da 2

15 Maia é o espaço de atendimento ao público, um local de extrema importância, uma vez que é onde se estabelece o contato com os utentes; é um espaço amplo e de fácil acessibilidade onde podemos encontrar seis postos de trabalho, cada um deles com o seu computador, impressora, leitor de código de barras, leitor de cartão de cidadão e respetiva caixa. Neste espaço é ainda possível encontrar lineares onde se encontram expostos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM), medicamentos homeopáticos, suplementos alimentares, dispositivos médicos, produtos dermocosméticos, produtos de higiene íntima e corporal, produtos de higiene dentária, produtos veterinários e o espaço bebé (inclui leites, chupetas, biberões e outros acessórios para mães e bebés) (Anexo B Fig. B1). Os lineares encontram-se organizados por temas e com frases elucidativas para que seja fácil ao utente identificar a panóplia de produtos existentes na farmácia (Anexo B Fig. B2). De realçar que os referidos lineares são cuidadosamente pensados e alterados com regularidade sendo que os produtos expostos variam tendo em consideração, por exemplo, a altura do ano. Adicionalmente, neste local encontram-se ainda uma máquina de senhas, duas cadeiras para que as pessoas possam descansar e aguardar pela sua vez e uma balança. A Farmácia da Maia dispõe de dois gabinetes de Boas Práticas, sendo estes pautados pela privacidade e comodidade. O primeiro gabinete destina-se à medição de parâmetros bioquímicos como a glicémia, o colesterol total e os triglicerídeos bem como a avaliação da pressão arterial. (Anexo B Fig. B3). Por sua vez, o segundo gabinete, de maiores dimensões, é utilizado para administração de injetáveis, consultas de podologia, consultas de naturopatia, consultas de nutrição e depilação a laser. (Anexo B Fig. B4). Ambos os gabinetes são utilizados para falar com os utentes de questões mais pessoais e confidenciais quando os mesmos não se sentem confortáveis em fazê-lo no balcão de atendimento como, por exemplo, questões relacionadas com contraceção de emergência. Enquanto que as áreas supracitadas promovem uma relação de proximidade e o contacto direto entre farmacêutico e doente, áreas como a de receção e conferência de encomendas, laboratório e armazém permitem à equipa desta farmácia criar as condições necessárias para melhor atender cada utente. A área de receção e conferência de encomendas é composta por uma bancada onde constam um computador, um leitor de código de barras, uma impressora, uma fotocopiadora e uma impressora de código de barras. É neste local que se rececionam e conferem todas as encomendas que, diariamente, chegam a esta farmácia (Anexo B Fig. B5). Um outro local de extrema importância é o laboratório de preparação de manipulados onde é possível encontrar não só, os equipamentos necessários para preparar manipulados, nomeadamente uma balança analítica e um unguator, mas também, material como provetas, vidros de relógio e espátulas. Nesta área encontram-se ainda armazenados os excipientes e matériasprimas disponíveis para a preparação dos mesmos, assim como, um lava-louça. (Anexo B Fig. B6) Uma das partes mais importantes para qualquer farmácia é o armazém onde, como o próprio nome indica, todos os medicamentos se encontram devidamente armazenados e organizados. Na Farmácia da Maia, especificamente, os medicamentos de marca e os 3

16 medicamentos genéricos, cujas fórmulas farmacêuticas são comprimidos, cápsulas, pomadas e cremes encontram-se disponíveis em blocos de gavetas separados (Anexo B Fig. B7). Adicionalmente, todos os produtos oftálmicos, soluções, suspensões, ampolas, injetáveis, chás, compressas, sacos de ostomia, ligaduras, tiras de teste, lancetas e agulhas para determinação da glicémia encontram-se organizados num rombic ordenado em secções (Anexo B Fig. B8). Todos os inaladores e frascos conta-gotas encontram-se devidamente organizados numa estante à parte, assim como os supositórios. Os medicamentos cujo armazenamento não pode ser feito à temperatura ambiente encontram-se num frigorífico de frio seco, cuja temperatura e humidade são controladas todos os dias (Anexo B Fig. B9). Por último, mas não menos importante, a Farmácia da Maia dispõe de um vestiário para toda a equipa e de um gabinete utilizado pela Diretora Técnica, onde se encontra a biblioteca da farmácia (que contém, por exemplo, a Farmacopeia Portuguesa e o Formulário Galénico) e onde é realizada a gestão e administração da mesma Fontes de informação e sistema informático O farmacêutico é um prestador de cuidados de saúde e é necessário que este seja provido de informação científica rigorosa e atualizada para que possa, dessa forma, ajudar e aconselhar o seu utente de maneira informada e fundamentada. Na Farmácia da Maia estão disponíveis várias fontes de informação como por exemplo o Prontuário Terapêutico e diversos dossiers com informação relativa aos suplementos alimentares, dispositivos médicos, medicamentos homeopáticos e produtos de dermocosmética. Adicionalmente, os computadores dispõem de acesso à Internet o que torna a pesquisa de informação bastante rápida e fácil, nomeadamente, através da consulta dos resumos das características dos medicamentos. Durante os seis meses de estágio, foi-me possível utilizar as mais variadas fontes de informação para tirar dúvidas maioritariamente relacionadas com a posologia e a indicação terapêutica dos suplementos alimentares e medicamentos homeopáticos (áreas onde eu apresentava algumas dúvidas). No que ao sistema informático diz respeito, a Farmácia da Maia utiliza o Sifarma 2000, software desenvolvido pela Glintt. Este encontra-se disponível para acesso em todos os computadores da farmácia dada a sua relevância para as atividades diárias como o atendimento de utentes e a gestão e receção de encomendas, por exemplo. Assim, através do Sifarma 2000, é possível dispensar receitas, consultar informação científica sobre medicamentos, obter informações sobre a posologia, efeitos adversos e as interações medicamentosas, consultar o histórico dos doentes, fazer devoluções, fazer encomendas, entre muitas outras tarefas. Esta ferramenta facilita o trabalho do farmacêutico, pois permite ao utilizador um acesso fácil e rápido a uma panóplia de informações que lhe possibilitam fazer um melhor atendimento ao utente, de forma personalizada e com segurança. O meu primeiro contacto com este programa ocorreu no primeiro dia de estágio, durante a receção das encomendas. Considero que ao longo destes últimos seis meses aprendi a tirar o máximo partido deste programa tendo o mesmo sido muito útil para tirar dúvidas quanto à posologia 4

17 e quanto à indicação terapêutica durante os atendimentos. Considero ainda que o Sifarma 2000 me ajudou a evitar muitos erros de dispensa devido aos inúmeros alertas que este fornece (por exemplo, dar um medicamento com o número errado de comprimidos, ou até mesmo dispensar um medicamento com a dose errada). 3. Administração e gestão da farmácia A farmácia é sem dúvida um espaço de saúde que envolve inúmeros serviços, nomeadamente, a dispensa de medicamentos e de outros produtos de saúde. No entanto, para que seja possível a dispensa dos mesmos, é necessário que haja uma correta administração e gestão da farmácia de modo a garantir que os produtos estão disponíveis e se encontram dentro da validade, ao mesmo tempo que existe equilíbrio financeiro. Para uma correta administração e gestão da farmácia é necessário fazer a gestão de stocks, as encomendas e a respetiva receção, para além da conferência e armazenamento das mesmas. Adicionalmente, é ainda crucial fazer o controlo dos prazos de validade e uma correta gestão das devoluções sempre que necessário Gestão de stocks De acordo com as boas práticas farmacêuticas, a gestão do stock dos medicamentos e de outros produtos de saúde deve ser realizada com o objetivo máximo de garantir que as necessidades dos doentes sejam satisfeitas. Assim, pretende-se que não só, existam disponíveis o número de embalagens necessárias, mas também, que não exista um número de embalagens demasiado grande pois pode levar, futuramente, a problemas relacionados com o término do prazo de validade e com perda de lucro da farmácia. [2] O Sifarma 2000 assume um papel crucial na gestão de stocks, sendo que através desta ferramenta é possível saber informações como a disponibilidade de um medicamento ou de um produto na farmácia, quantas unidades são vendidas por mês desses mesmos produtos/medicamentos, ou se por outro lado, estes deixaram de ser dispensados pela farmácia. Assim, para facilitar toda esta gestão é possível determinar um valor mínimo e máximo de embalagens para o stock de cada produto/medicamento, sendo que estes valores podem ser alterados a qualquer momento. Quando o stock de um determinado produto atinge o valor estipulado como mínimo, o programa gera uma encomenda com embalagens desse mesmo produto, de modo a ter disponível na farmácia o número máximo estipulado para o mesmo. É de salientar que é necessário conferir se o valor de stock para um determinado medicamento, por exemplo, é igual ao número de embalagens real presente na farmácia para evitar erros. Ao longo do estágio tive oportunidade de consultar o histórico de vendas dos medicamentos para verificar como estavam as vendas dos mesmos, alterando o nível de stock mínimo e máximo sempre que necessário. Um dos casos mais recentes foi referente aos sacos de ostomia, que agora ao serem vendidos na farmácia, foram estabelecidos novos valores para o stock de modo a garantir que estavam disponíveis para os utentes sempre que os mesmos precisassem. 5

18 3.2. Realização de encomendas Na Farmácia da Maia as encomendas podem ser feitas a um armazenista ou diretamente aos laboratórios, dependendo de qual das duas situações for mais vantajosa para a farmácia. Relativamente aos armazenistas, a Farmácia da Maia trabalha com a OCP e com a Cooprofar, sendo que as encomendas são realizadas tanto através de telefone como pelo sistema informático Sifarma Assim, quando se trata de pedir algum medicamento/produto que não se encontra no stock da farmácia, mas que é solicitado durante um atendimento, é feito o pedido para um destes grossistas. Posteriormente, o utente é informado de qual a data e a hora em que poderá vir levantá-lo, sendo esta considerada uma encomenda urgente. Adicionalmente, a estes fornecedores são também pedidas as encomendas diárias cujo objetivo é repor os medicamentos em falta no stock da farmácia ou que, por outro lado, estão já no nível mínimo do stock. De realçar que existem ainda encomendas via verde, que são destinadas a medicamentos que se encontram esgotados nos fornecedores, mas que ainda existe um número limitado dos mesmos para pedir através do número da receita do doente. Desta forma, evita-se que o utente deixe de tomar a sua medicação. Apesar das encomendas aos distribuidores grossistas serem as mais frequentes no dia-adia da Farmácia da Maia, também existem encomendas realizadas diretamente aos laboratórios. Estas encomendas podem ser efetuadas via telefone, ou pessoalmente com os delegados dos respetivos laboratórios. Normalmente, este tipo de encomendas acarreta maiores benefícios para a farmácia uma vez que estão associadas a maiores descontos e/ou bonificações. Em contrapartida, a entrega dos produtos/medicamentos é mais morosa. Durante o meu estágio foram várias as encomendas que fiz aos armazenistas, tanto via telefone como através do Sifarma As encomendas foram sempre devidamente registadas para que toda a equipa estivesse informada acerca do que é pedido tanto à OCP como à Cooprofar. Relativamente às encomendas feitas diretamente aos fornecedores acompanhei, por diversas vezes, a escolha de quais os produtos/medicamentos a pedir e quais as quantidades tendo sempre em consideração o histórico de vendas dos mesmos e as condições de compra. Adicionalmente, ajudei a verificar por algumas vezes qual a maneira mais vantajosa para a Farmácia da Maia adquirir um determinado produto/medicamento, se através de campanhas ou através de compra à OCP /Cooprofar, por exemplo. Em suma, durante o estágio aprendi que para se comprar um produto/medicamento é preciso ter em consideração fatores como a capacidade de armazenamento da farmácia, as condições de pagamento, o histórico de vendas dos produtos, a época do ano, o perfil dos utentes da farmácia e sobretudo as caraterísticas dos produtos/medicamentos que se vão adquirir. 6

19 3.3. Entrada, conferência e armazenamento de encomendas A receção das encomendas, na Farmácia da Maia, é realizada com recurso ao Sifarma 2000, sendo esta tarefa importante para uma correta gestão dos stocks. Desta forma, sempre que chega uma encomenda é dada a entrada da mesma, iniciando-se o processo com a identificação do fornecedor e com registo do número e do valor total da fatura (as encomendas são transportadas até à farmácia em banheiras devidamente identificadas ou em caixas de cartão; os medicamentos de frio são transportados em banheiras térmicas). Seguidamente, todos os códigos de barras dos produtos são introduzidos (com recurso ao leitor de código de barras) e os prazos de validade são confirmados e registados, se necessário. Por último inserem-se os preços de venda à farmácia (PVF) e introduzem-se as respetivas margens de lucro (no caso dos produtos/medicamentos não apresentarem preço tabelado). Sempre que exista uma nota de encomenda, as faturas são confirmadas com essa mesma nota, para verificar se os produtos enviados correspondem aos produtos pedidos. No caso de haver erros, é necessário fazer o registo dos mesmos e entrar em contato com o fornecedor para que a situação possa ser corrigida. É ainda importante salientar que sempre que se receciona um novo produto é necessário criar a ficha do mesmo, onde se inserem dados como fornecedor preferencial, valor de stock mínimo e máximo, o Imposto de Valor Acrescentado (IVA) e o Preço de Venda ao Público (PVP). Aquando da entrada de encomendas é também verificado o estado das embalagens dos produtos/medicamentos, pois se estas se encontrarem danificadas serão devolvidas. Durante todo o processo de receção de encomendas as embalagens encontram-se sempre alinhadas e com o nome virado para cima para que estejam sempre visíveis. No final de cada mês cada fornecedor envia para a farmácia um documento resumo da totalidade de faturas, sendo este conferido com as faturas arquivadas na farmácia. Posteriormente, é feita a liquidação das quantias, consoante as condições acordadas com o fornecedor. Esta foi a primeira tarefa que realizei durante o estágio curricular, tendo sido através da mesma que iniciei o contato direto com os medicamentos. Dar entrada das encomendas permitiume começar a contactar com os mesmos. Muitas vezes, durante a entrada de encomendas consultava a ficha do produto para saber qual a sua indicação terapêutica. Esta tarefa permitiu-me também começar a reconhecer algumas embalagens, habilidade que pode ser vantajosa durante um atendimento. Findada a receção e conferência das encomendas é necessário proceder ao armazenamento de todos os medicamentos/produtos. Estes são arrumados nos respetivos locais de armazenamento (mencionados no tópico 2.5), estando organizados por ordem alfabética e segundo a metodologia FEFO (First Expired First Out). Os primeiros a serem armazenados são os medicamentos de frio para garantir as condições de conservação, todos os outros produtos/medicamentos estão armazenados ao abrigo da luz solar, estando respeitadas as condições de temperatura e humidade. De realçar que os medicamentos psicotrópicos se encontram armazenados num local separado de todos os outros medicamentos/produtos farmacêuticos. 7

20 O armazenamento correto das encomendas é essencial para que, durante os atendimentos, os utentes sejam atendidos com brevidade. Assim, desde o início do estágio que comecei a fazer o armazenamento das encomendas nos respetivos lugares, de modo a familiarizar-me com o espaço físico da farmácia e todos os produtos/medicamentos nela existentes Controlo dos prazos de validade Na Farmácia da Maia o controlo dos prazos de validade é efetuado todos os meses, sendo esta tarefa de extrema importância para garantir que os medicamentos/produtos farmacêuticos não ultrapassam a seu prazo de validade. Assim, com recurso ao Sifarma 2000 é impressa uma lista mensal com medicamentos/produtos farmacêuticos cujo prazo de validade está a três meses do término. Nesta lista constam o nome, o código do produto, o stock e o prazo de validade dos mesmos. Todos estes dados são, posteriormente, conferidos e corrigidos sempre que são detetados erros. Quando o prazo de validade está perto do fim, mas ainda é possível fazer a sua dispensa ao doente, o medicamento/produto farmacêutico é assinalado com um papel com a indicação do prazo de validade, para ser vendido prioritariamente. Estes são colocados junto dos restantes medicamentos/produtos, mas em primeiro lugar. Por outro lado, se os medicamentos/produtos farmacêuticos já não poderem ser vendidos, estes são devolvidos ao laboratório, através de uma nota de devolução. Se os laboratórios não aceitarem devoluções por este motivo é necessário fazer uma quebra no stock sendo que os produtos farmacêuticos/medicamentos são rejeitados com consequente prejuízo para a farmácia. Ao longo do estágio, tive oportunidade de fazer o controlo e a verificação dos prazos de validade, reconhecendo a importância desta tarefa. Sempre que encontrei erros ao nível do stock ou a nível do prazo de validade apontei as correções e reportei a outro membro da equipa para fazer as devidas alterações no Sifarma Concomitantemente, assinalei todos os medicamentos/produtos farmacêuticos cujo prazo de validade acabava nos três meses seguintes para que estes fossem vendidos primeiro Gestão de devoluções Existem algumas razões que podem levar à necessidade de devolver os medicamentos/produtos farmacêuticos adquiridos, de entre elas destacam-se o término do prazo de validade, embalagens que se encontrem danificadas ou incompletas, medicamentos/produtos farmacêuticos que vieram numa encomenda, mas que não foram pedidos, entre outros motivos. As notas de devolução são realizadas através do Sifarma 2000, sendo que para isso basta identificar o número da fatura, o código do item, o número de embalagens e a justificação de devolução. Posteriormente, são emitidas três cópias da nota de devolução em que o original e o duplicado vão juntamente com o produto a devolver para o fornecedor e a terceira cópia fica arquivada na farmácia. Sempre que a nota de devolução for aceite, o laboratório em causa pode emitir uma nota de crédito no valor do produto ou pode substituir os produtos por outros novos. No caso da devolução não ser 8

21 aceite o fornecedor emite uma justificação e envia os produtos para a farmácia onde se procederá à sua quebra. Esta foi mais uma das tarefas que tive oportunidade de realizar durante o meu estágio. De entre os motivos das devoluções que realizei destacam-se as embalagens danificadas e a entrega de medicamentos/produtos farmacêuticos que não correspondiam à nota de encomenda. Sempre que efetuei as devoluções, as mesmas foram aceites tendo sido emitidas notas de crédito por parte do fornecedor. 4. Dispensa de medicamentos A dispensa de medicamentos é, sem dúvida alguma, considerada um ato profissional em que o farmacêutico cede medicamentos ou substâncias medicamentosas aos doentes, tendo em conta, não só, a prescrição do médico, mas também a indicação farmacêutica e o regime de automedicação. Ao ser realizada a dispensa de medicamentos é crucial avaliar toda a medicação e identificar potenciais problemas relacionados com os medicamentos (PRM s), de forma a proteger o doente de possíveis efeitos negativos que possam advir dessa mesma medicação. Somente se não for identificado nenhum PRM, ou após a sua resolução, a medicação deve ser entregue ao doente com as respetivas informações necessárias para a correta utilização do medicamento (posologia, forma de administração e precauções de utilização). Não obstante, é fundamental explicar ao doente a necessidade de este aderir à terapêutica reforçando quais os efeitos positivos que esta pode trazer para a sua qualidade de vida, e o que pode acontecer se a medicação não for tomada corretamente. Adicionalmente, é importante que o farmacêutico transmita a mensagem com clareza e com linguagem adequada, de modo a que o doente não fique com dúvidas. Assim, pretende-se que o doente tire o máximo partido da sua medicação. [2] De acordo com o artigo 113º do Decreto-Lei 176/2006, de 30 de agosto, os medicamentos para dispensa ao público podem ser classificados em medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM) e MNSRM.[3] 4.1. Medicamentos sujeitos a receita médica De acordo com o Decreto-Lei supracitado (176/2006 de 30 de agosto), o artigo 114º refere que para ser considerado um MSRM é necessário que o mesmo apresente uma das seguintes características: de forma direta ou indireta, possa ser prejudicial para a saúde, mesmo que seja usado para o fim a que se destina (caso seja usado sem vigilância médica); quando utilizado com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daqueles a que se destina, possa apresentar risco significativo para a saúde (direto ou indireto); apresente na sua constituição substâncias ou respetivos derivados, cuja ação ou as reações adversas sejam necessárias de aprofundar ou esteja destinado à administração via parentérica. [3] 9

22 Esta classe de medicamentos, que somente se encontra disponível em farmácias, apresenta disponível na cartonagem o PVP. Não obstante, a cedência dos mesmos carece da apresentação de uma receita médica Receitas médicas Segundo a legislação em vigor atualmente, a prescrição de um medicamento tem de incluir a denominação comum internacional (DCI) ou nome da substância ativa, a forma farmacêutica, a dosagem, o número de unidades e a posologia. No entanto, é possível encontrar ainda prescrições por marca ou até mesmo por indicação do titular da autorização de introdução do mercado, desde que se trate de um medicamento para o qual não exista nenhum medicamento genérico similar ou por outro lado, não exista nenhum medicamento genérico comparticipado. Adicionalmente, as prescrições por marca são também aceites em casos em que os medicamentos apenas podem ser prescritos para determinadas indicações terapêuticas (por motivos de propriedade industrial) ou quando o médico invoca uma justificação técnica para fundamentar a não troca do medicamento prescrito por outro. Existem, neste caso, três justificações diferentes. A primeira justificação está relacionada com a existência de um medicamento com uma margem ou índice terapêutico estreito, sendo que nestes casos a receita dever conter a seguinte informação Exceção a) do n.º 3 do art. 6.º. A segunda justificação está relacionada com a existência de uma reação adversa prévia, e nesse caso, a receita deve conter a informação Exceção b) do n.º 3 do art. 6º. Por último, a terceira justificação diz respeito a medicamentos que se destinam a tratamentos com duração superior a 28 dias, sendo que as receitas devem conter a informação que se trata de uma Exceção c) do n.º 3 do art. 6.º.[4] Durante o meu estágio contactei com três tipos diferentes de receitas, as receitas manuais, as receitas eletrónicas materializadas e as receitas eletrónicas desmaterializadas, apresentando todas elas características diferentes Receitas manuais As receitas manuais, como o próprio nome indica, são receitas que são preenchidas manualmente, por um médico, num formulário próprio e adequado. Atualmente, de acordo com o artigo n.º 8 da Portaria n.º 224/2015, de 27 de julho estas receitas só estão autorizadas a serem prescritas quando existe falência do sistema informático, quando há uma inadaptação fundamentada do prescritor (que tem que ser validada anualmente pela ordem profissional), quando se trata de uma prescrição ao domicílio ou outras situações até ao máximo de quarenta receitas manuais por mês. [5] Para uma receita manual ser considerada válida esta deve apresentar a identificação do local da prescrição ou a respetiva vinheta (se aplicável), a vinheta do médico prescritor, a identificação da especialidade médica e o contato telefónico do médico (se aplicável). Adicionalmente, esta deve ainda conter a identificação da exceção que justifica a prescrição através 10

23 de uma receita manual, os dados do doente (nome, número de utente e número de beneficiário (quando aplicável)), as siglas R ou RO se o doente estiver incluído no regime especial de comparticipações, a data de prescrição e a assinatura do médico. Por último, a receita deve ainda apresentar a DCI da substância ativa, a dose, a forma farmacêutica, a dimensão da embalagem e o número de embalagens a dispensar. [5] Foi nas receitas manuais que considero que tive maior dificuldade de adaptação durante o estágio uma vez que, por vezes, foi difícil interpretar a caligrafia do médico e até mesmo inserir os planos de comparticipação. Felizmente, pude contar com a ajuda de toda a equipa da Farmácia da Maia para ultrapassar estas dificuldades. Assim, ao longo do estágio, o processo de dispensa de medicamentos através de receitas manuais acabou por se tornar, para mim, muito mais rápido e fácil. Saliento ainda o facto de achar que estas receitas são as menos seguras, uma vez que requerem mais atenção por parte do farmacêutico para não cometer erros de dispensa de medicamentos Receitas eletrónicas materializadas As receitas eletrónicas materializadas têm habitualmente uma validade de 30 dias após a sua emissão. No entanto, sempre que se tratar de uma medicação crónica ou de tratamentos durante um longo período de tempo, é possível a emissão de uma receita renovável que pode atingir a validade máxima de seis meses. Estas receitas são impressas em triplicado, ou seja, existem três vias da mesma receita, sendo que cada via apresenta a menção de 1.ª via, de 2.ª via ou de 3.ª via, consoante o caso. Adicionalmente, existem ainda receitas eletrónicas materializadas que são classificadas como restritas, uma vez que se destinam a medicamentos usados em patologias cujo diagnóstico é realizado somente em hospitais ou que, por outro lado, dizem respeito a medicamentos que podem causar efeitos adversos graves. Estes últimos, requerem desta forma, uma vigilância atenta por parte do médico durante o tempo de tratamento. [4] Nesta tipologia de receita apenas podem ser prescritos 4 medicamentos diferentes, sendo que no máximo, só podem ser prescritas até duas embalagens de cada medicamento na receita. Para além de ser necessário conferir estes aspetos aquando da dispensa dos medicamentos, é essencial avaliar se na receita constam todos os dados necessários, que no caso destas receitas são semelhantes aos já descritos para as receitas manuais (identificação do médico prescritor, dados do doente, substância ativa do medicamento, dosagem, etc.). Uma vantagem destas receitas relativamente às receitas manuais é que estas apresentam uma guia de tratamento que é destacada da receita aquando a dispensa e entregue ao doente. Na minha opinião estas receitas vieram facilitar tanto o trabalho do farmacêutico (que deixa de ter problemas com a ilegibilidade da caligrafia dos médicos prescritores) como a vida dos doentes uma vez que estes podem levar uma guia de tratamento com toda a informação detalhada para casa. Estas receitas foram, durante o meu estágio, as segundas mais frequentes, só sendo ultrapassadas pelas receitas eletrónicas desmaterializadas. 11

24 Receitas eletrónicas desmaterializadas Esta é a tipologia de receita mais recente em Portugal, sendo também a mais frequente no dia-a-dia da farmácia. Para ter acesso às receitas eletrónicas desmaterializadas é necessário o número da receita e o PIN de acesso à mesma, existindo ainda um terceiro código que diz respeito ao direito de opção entre um medicamento de marca e um medicamento genérico. Estes códigos podem ser fornecidos aos utentes via SMS ou até mesmo através de uma guia de tratamento. Nestas receitas podem estar prescritas até seis embalagens de cada medicamento, sendo que o doente apenas leva o número que precisa. Este pode posteriormente, dirigir-se à farmácia (à mesma ou a outra diferente), e com os mesmos códigos de acesso levantar as restantes embalagens (desde que ainda esteja dentro do prazo de validade da prescrição). De realçar que na mesma receita é possível que medicamentos diferentes apresentem datas limite diferentes para o levantamento da medicação. Não obstante, estas receitas caraterizam-se por apresentarem um Código Nacional de Prescrição Eletrónica de Medicamentos (CNPEM) para cada linha de prescrição. [4] Quando os utentes recebem a SMS apenas têm acesso ao número da receita, ao PIN de acesso e ao código de direito de opção, não tendo por isso, acesso a qual foi a medicação prescrita ou a sua posologia. Por outro lado, quando o doente recebe a guia de tratamento, este passa a ter acesso a informações como os códigos de acesso já referidos, a informação relativa tanto ao médico prescritor como ao local de prescrição, a datas limite de levantamento de uma determinada medicação, assim como a informação relativa a cada medicamento (DCI, dosagem, forma farmacêutica, posologia, tamanho da embalagem). Adicionalmente, nesta guia de tratamento consta ainda o nome do doente Regimes de Comparticipação De acordo com o Decreto-lei n.º 48-A/2010, de 13 de Maio, a comparticipação dos medicamentos realizada pelo Estado português é feita tendo em consideração quatro escalões diferentes. Desta forma, o escalão A corresponde a uma comparticipação de 90% do PVP dos medicamentos, o escalão B corresponde a uma comparticipação de 69% do PVP dos medicamentos, o escalão C corresponde a uma comparticipação de 37% do PVP dos medicamentos e o escalão D corresponde a uma comparticipação de 15% do PVP dos medicamentos. As comparticipações supracitadas referem-se, no entanto, ao regime geral de comparticipações. No caso dos pensionistas, estes têm direito a um regime especial de comparticipação também ele dividido em quatro escalões. Assim, neste caso concreto, o escalão A corresponde a uma comparticipação de 95% do PVP dos medicamentos, o escalão B corresponde a uma comparticipação de 84% do PVP dos medicamentos, o escalão C corresponde a uma comparticipação de 52% do PVP dos medicamentos e por último o escalão D corresponde a uma comparticipação de 30% do PVP dos medicamentos. De realçar que este regime especial de comparticipação é válido para pensionistas que apresentam rendimentos anuais que não ultrapassem 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida em vigor no ano civil transato ou por outro lado, não excedam 14 vezes o valor indexante dos apoios sociais em vigor.[6] 12

25 É importante salientar que nem todos os MSRM são comparticipados e que por outro lado, existem subsistemas de comparticipação que complementam os sistemas de comparticipação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) como por exemplo, os Serviços de Assistência Médico-Social do Sindicato dos Bancários do Norte. No caso destes subsistemas a percentagem de comparticipação é variável Conferência de receituário e faturação Aquando da dispensa dos medicamentos comparticipados é sempre impresso no verso das receitas manuais e eletrónicas materializadas um documento de faturação onde constam a série, o lote, o número da receita, entre outras informações. Desta forma, todos os meses, estas receitas são organizadas tendo em consideração o número do lote e os inúmeros organismos de comparticipação, sendo que cada lote é constituído por trinta receitas. Antes das receitas serem organizadas é sempre feita a pré-conferência das mesmas que serve para identificar possíveis erros ocorridos na dispensa dos medicamentos (quando os medicamentos dispensados são diferentes dos prescritos) ou erros relativamente à própria receita (por exemplo, data de validade expirada, ou falta de assinatura do médico). Para além da préconferência é ainda feita a conferência final que é uma segunda verificação de todas as receitas. De salientar que as receitas eletrónicas desmaterializadas são organizadas informaticamente pois não existe um registo em papel das mesmas. No final de cada mês é emitido um verbete, a relação resumo de lotes e a fatura mensal de medicamentos, sendo que estes documentos são enviados juntamente com as receitas para o Centro de Conferência de Faturas (para comparticipações do SNS) ou para a Associação Nacional de Farmácias (que posteriormente reencaminha para as respetivas entidades dos subsistemas). Durante o estágio tive oportunidade de estar envolvida na pré-conferência das receitas, assim como, na sua organização por organismos e lotes. Este é um trabalho que hoje se encontra facilitado dado o reduzido número de receitas manuais e eletrónicas materializadas Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes constituem um grupo de medicamentos bastante singular uma vez que apresentam características e precauções diferentes das restantes categorias de medicamentos. Por definição, os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes apresentam na sua formulação substâncias que atuam no Sistema Nervoso Central sendo suscetíveis de causar habituação e dependência. Este tipo de medicamentos é sempre sujeito a receita médica, sendo que os mesmos se encontram guardados na farmácia num local diferente de dos restantes medicamentos. De acordo com o Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro, devido à utilização ilícita deste tipo de medicamentos, os psicotrópicos e estupefacientes são rigorosamente controlados nas farmácias. Assim, apesar da compra destes medicamentos aos fornecedores ser realizada da 13

26 mesma forma que os restantes medicamentos, aquando da sua entrega vem juntamente com a fatura um documento em duplicado que tem que ser obrigatoriamente assinado e carimbado pela Diretora Técnica da Farmácia. De realçar que o documento original permanece arquivado na farmácia e a cópia do mesmo é enviada para o devido fornecedor. [7] Sempre que um doente apresenta uma receita com um psicotrópico/estupefaciente prescrito é necessário garantir que este apresenta mais de 18 anos e que se encontra na posse do seu bilhete de identidade/cartão de cidadão. Seguidamente, aquando da dispensa destes medicamentos o sistema informático pede informações como os dados do médico prescritor (nome e número da cédula profissional), os dados do doente (nome e morada) e os dados de quem vem levantar a medicação (nome, morada, data de nascimento e número do bilhete de identidade/cartão de cidadão com respetiva data de validade). Ao longo do estágio foram vários os medicamentos psicotrópicos que dispensei, tendo encarado a tarefa com o devido sentido de responsabilidade e atenção redobrada Medicamentos não sujeitos a receita médica Quando os medicamentos não cumprem os requisitos dos MSRM são classificados como MNSRM, sendo que os mesmos não são comparticipados (salvo casos excecionais).[8] Esta classe de medicamentos pode ser vendida em farmácias e noutros locais de venda autorizados, no entanto, é de salientar que existem MNSRM de venda exclusiva em farmácia. Normalmente, os MNSRM são utilizados para o tratamento de patologias menores e respetivos sintomas, como por exemplo, tosse, gripe, acne, picadas de inseto, obstipação, entre muitos outros casos. [9] Como este tipo de medicamentos não necessita de prescrição médica, são muitas vezes usados em casos de automedicação. Assim, o farmacêutico assume um papel importantíssimo para ajudar o doente a não cometer erros de posologia ou de má utilização deste tipo de medicamentos. É crucial que aquando da dispensa dos mesmos, o doente seja questionado sobre qual a utilização que vai dar ao medicamento que quer adquirir, quais os seus sintomas e se este tem outras patologias/toma outros medicamentos (para garantir que não existem interações medicamentosas). Sempre que o medicamento pedido não seja adequado cabe ao farmacêutico sugerir uma alternativa viável e explicar o porquê de o medicamento pedido não ser o mais indicado. Por outro lado, também existem casos em que os doentes se dirigem à farmácia para que o farmacêutico indique qual o melhor medicamento/produto de saúde para os sintomas que apresentam. Nestes casos de indicação farmacêutica é também importante que o farmacêutico saiba quais são os sintomas e quando os mesmos tiveram início. Não obstante, é necessário saber igualmente da existência de outras patologias e da toma de outros medicamentos. Foi durante o aconselhamento e a indicação farmacêutica que, durante o estágio, me senti mais realizada. Foi deveras desafiante perceber qual o medicamento que melhor se adequa a cada situação no meio de tantas opções disponíveis. Algumas vezes recorri aos conselhos da equipa da farmácia que prontamente me ajudaram não só, a selecionar a melhor opção, mas também a perceber o motivo por detrás de cada escolha. Um dos casos que mais me marcou foi o de uma 14

27 utente que se dirigiu à farmácia com fortes dores nos joelhos; após questionar a mesma sobre a história clinica e a duração dos sintomas, fiquei a saber que esta já se encontrava em lista de espera para a realização de uma intervenção cirúrgica. Não obstante, examinei ainda as pernas da utente e verifiquei que tinha os dois joelhos bastante inchados. Aconselhei Reumatine (pomada) que apresenta ação anti-inflamatória e analgésica. No dia seguinte, a utente dirigiu-se à farmácia para me informar que se sentia muito bem com a indicação que lhe tinha sido feita e que lhe estava a aliviar as dores. Referiu ainda que a pomada indicada se revelou mais eficaz do que a que usava habitualmente. Estes casos foram uma fonte de motivação adicional durante o decorrer do estágio, pois senti que com uma indicação terapêutica adequada podemos ajudar a melhorar a qualidade de vida de um utente Medicamentos de uso veterinário De acordo com o Decreto-Lei nº 148/2008, de 29 de julho, um medicamento veterinário é toda a substância ou associação de substâncias que possui/apresenta propriedades curativas ou preventivas de doenças em animais ou até mesmo dos seus sintomas. Adicionalmente, os medicamentos veterinários podem ser usados ou administrados em animais com o objetivo de obter um diagnóstico médico-veterinário, ou com o objetivo de exercer uma ação farmacológica, imunológica, metabólica, podendo estes corrigir e/ou modificar funções fisiológicas. Atualmente, existem medicamentos veterinários sujeitos a receita médica e medicamentos veterinários não sujeitos a receita médica. [10] Na Farmácia da Maia é possível encontrar essencialmente, desparasitantes, internos e externos, assim como pílulas Dispositivos médicos Os dispositivos médicos são, por definição, qualquer aparelho, artigo, equipamento, instrumento ou material que pode ser usado para diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou até mesmo atenuação de uma lesão ou uma deficiência. São igualmente utilizados para estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico assim como para o controlo da conceção. O principal fator que diferencia um dispositivo médico de um medicamento é facto de os primeiros conseguirem o efeito pretendido sem recorrer a meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos. [11] Na Farmácia da Maia estão disponíveis vários dispositivos médicos de que são exemplo termómetros, tensiómetros, frascos coletores de urina e de fezes, pensos e até aparelhos portáteis para determinação da glicémia. Adicionalmente, a Farmácia da Maia tem disponíveis sacos de ostomia que, desde abril deste ano, passaram a ser dispensados pelas farmácias portuguesas Medicamentos manipulados De acordo com o Decreto-Lei nº 95/2004, de 22 de abril, um medicamento manipulado não é mais do que uma fórmula magistral ou um produto oficinal que é preparado sob a 15

28 responsabilidade de um farmacêutico, através da consulta de um formulário Galénico ou até de uma Farmacopeia. Adicionalmente, também a dispensa destes medicamentos se encontra sob a responsabilidade de um farmacêutico. Todos os manipulados são preparados no laboratório da farmácia de acordo com uma receita previamente prescrita por um médico tendo em consideração as necessidades do doente.[12] Aquando da preparação de um medicamento manipulado é sempre necessário preencher uma ficha de preparação de manipulados onde constam informações relativamente às matériasprimas (nome, lote, origem, quantidades) e ao modo de preparação (procedimento laboratorial). Na mesma ficha constam ainda informações referentes às embalagens de acondicionamento (tipo de embalagem, capacidade do recipiente), ao prazo de utilização e condições de conservação. Por último, mas não menos importante, é possível encontrar dados referentes à cor, odor e aspeto do manipulado. As fichas de preparação são rubricadas pelo operador, supervisor e pela Diretora Técnica, ficando arquivadas na farmácia. Após a preparação de um manipulado este é devidamente rotulado e é calculado o preço do mesmo de acordo com a Portaria n.º 769/2004, de 1 de julho. Esta portaria tem em consideração fatores como a fórmula farmacêutica preparada e os honorários dos farmacêuticos, por exemplo. No rótulo devem constar informações como o nome do doente, o nome do manipulado, número do lote, prazo de validade, condições de conservação, via de administração, a identificação da farmácia e outras indicações que sejam necessárias. [13] Vaselina Enxofrada a 8% Durante o estágio tive a oportunidade de preparar uma Vaselina Enxofrada a 8%, sob a supervisão de um farmacêutico. A prescrição era para uma criança que apresentava sarna e destinava-se a aplicação tópica. Para a preparação deste medicamento foram utilizadas duas matérias primas, a vaselina (8 g) e o enxofre (92 g), sendo que as quantidades foram calculadas tendo em consideração que era necessário preparar 100 g do manipulado. A vaselina enxofrada foi realizada através de um unguator. Após a preparação e armazenamento da vaselina enxofrada, procedi ao cálculo do seu PVP tendo em consideração a Portaria n.º 769/2004, de 1 de julho. (Tabela 1) Tabela 1 Cálculo do PVP do Medicamento Manipulado Matérias-Primas Embalagens existentes em armazém Preço de aquisição de uma dada quantidade unitária (s/iva) Matérias Primas Quantidades Adquiridas Preço de aquisição (s/iva) Quantidade Unitária Preço Quantidade a usar Fator multiplicativo Valor da matéria prima utilizada na preparação Vaselina 1000 g g Enxofre 250 g g Honorários de Manipulação Subtotal A

29 Honorários de Manipulação Valor referente à quantidade base Forma Farmacêutica Quantidade F ( ) Fator multiplicativo Valor Valor referente à quantidade base Pomada 100 g Subtotal B Material de Embalagem Valor referente à quantidade base Preço de aquisição (s/iva) Quantidade Fator multiplicativo Valor Unguator Subtotal C Preço de venda ao público do medicamento manipulado Quantidade (A+B+C) x IVA Total Dispensa de outros medicamentos e produtos de saúde Na Farmácia da Maia estão também disponíveis múltiplos suplementos alimentares, produtos de cosmética e higiene pessoal, medicamentos homeopáticos e géneros alimentícios destinados a indivíduos com necessidades alimentares específicas (alimentos dietéticos e leites). Estes medicamentos e produtos de saúde podem ser aconselhados pelo farmacêutico para tratamento de sintomas descritos pelo utente ou para serem coadjuvantes de alguma medicação já feita pelo mesmo. Durante o estágio, verifiquei que os suplementos alimentares adquirem especial destaque na farmácia pela grande panóplia de produtos que esta tem ao dispor dos utentes. Adicionalmente, os utentes da farmácia mostram-se recetivos a este tipo de produtos, demonstrando bastante curiosidade sobre os mesmos. De entre todos os atendimentos que fiz durante o estágio, gostaria de realçar o caso de uma utente que foi à farmácia para levantar a sua medicação habitual. No decorrer do atendimento apercebi-me que a mesma se encontrava muito deprimida sentindo-se cansada e sem energia, devido ao falecimento de um familiar. Após ouvir o seu relato, indiquei à utente um suplemento alimentar denominado Memorium Neuro, que pela composição se adequava à utente. No final do atendimento, pedi para voltar à farmácia e reportar como se estava a sentir com o novo suplemento. Mais uma vez, o feedback obtido foi bastante positivo. 5. Os serviços da Farmácia da Maia A farmácia é, hoje em dia, um local em que é possível fazer muito mais do que o levantamento da medicação e usufruir de aconselhamento farmacêutico. Na verdade, a Farmácia da Maia oferece aos seus utentes serviços como a determinação da pressão arterial, da glicémia, do colesterol total e dos triglicerídeos. Adicionalmente, é ainda possível fazer a administração de injetáveis e ter acesso a consultas de podologia, naturopatia e nutrição. É ainda de salientar, que esta farmácia oferece aos seus utentes a possibilidade de fazerem rastreios gratuitos de nutrição, rastreios auditivos e rastreios cardiovasculares. Por último, mas não menos importante, é ainda possível fazer a depilação a laser. 17

30 5.1. Determinação da glicémia, colesterol total, triglicerídeos e pressão arterial Na Farmácia da Maia é possível fazer a medição do colesterol total, dos triglicerídeos e da glicémia através de sangue capilar. Todos estes parâmetros são determinados com recurso a tiras de teste específicas e respetivos aparelhos portáteis, num gabinete de boas práticas que promove uma relação de proximidade entre o doente e o farmacêutico. No caso da pressão arterial esta é determinada no mesmo gabinete que as anteriores, mas com recurso a um tensiómetro. Antes da avaliação da pressão arterial foi sempre aconselhado que o doente repousasse pelo menos cinco minutos antes da avaliação deste parâmetro. Todas as avaliações foram realizadas com o doente sentado e com o medidor à altura do peito sendo que a braçadeira foi colocada no braço, acima do cotovelo, e as avaliações feitas com o doente em silêncio e imóvel. No que diz respeito à determinação da glicémia, foi sempre garantido que o doente se encontrava em jejum ou que, pelo menos, já tinha feito a sua última refeição há pelo menos duas horas. Esta é uma determinação que demora poucos segundos e que requer uma desinfeção prévia do dedo do doente com álcool. É, no entanto, necessário assegurar que o álcool se evaporou antes do inicio da determinação. Por último, mas não menos importante, as determinações do colesterol total e dos triglicerídeos foram realizadas garantindo que os doentes se encontravam em jejum, e com recurso a uma pequena amostra de sangue capilar. Nestes casos procedeu-se igualmente à desinfeção de um dos dedos do utente com álcool. No gabinete de Boas Práticas encontra-se disponível, para consulta, uma folha com os valores de referência para os parâmetros supracitados. De forma sumária, os valores de referência utilizados para as determinações foram: colesterol total <190 mg/dl e triglicerídeos <150 mg/dl. A informação detalhada sobre os valores e referência da glicémia e da pressão arterial, encontra-se descrita no projeto I apresentado na parte II deste relatório. Após a obtenção dos parâmetros, seguiu-se sempre uma conversa com o doente de modo a perceber o seu historial clínico. Desta forma, eram colocadas questões como por exemplo: Costuma ter os valores de pressão arterial/colesterol/triglicerídeos/glicémia elevados? ; Que medicação faz? ; Costuma ter cuidado com a sua alimentação? ou Costuma praticar exercício físico?. Consoante o decorrer da conversa, era sempre dado ao doente conselhos não farmacológicos para reduzir os valores do parâmetro medido caso este estivessem alterados, como por exemplo, a necessidade de reduzir o consumo de sal (no caso de valores de pressão arterial estarem elevados). Não obstante, foi sempre realizada uma consciencialização para a importância da adesão à terapêutica (caso o doente não tomasse a medicação prescrita). Sempre que os valores não se encontravam de acordo com os valores de referência os doentes eram incentivados a continuar a vigiar regularmente. Não obstante, todos os valores foram registados num cartão pessoal do doente juntamente com a data e a hora. 18

31 Ao longo do estágio, fiz inúmeras determinações de todos os parâmetros supracitados, sendo que nem sempre os valores se encontravam de acordo com os valores de referência. Nestas situações, sinto que tive um papel importante no esclarecimento de dúvidas e até no aconselhamento, dando sugestões para melhorar a alimentação e alertar para a necessidade de aderir à terapêutica. Existiram, inclusive, casos em que a pressão arterial chegou mesmo a atingir valores alarmantes tendo sido sugerido aos doentes que consultassem um médico o mais rapidamente possível. No entanto, estes mostraram sempre relutância a dirigirem-se a um consultório ou que fosse chamada uma ambulância para os encaminhar para o hospital. Um dos casos que mais me preocupou durante o estágio foi, sem dúvida, uma utente que se dirigiu à farmácia para medir a pressão arterial e cujo valor da pressão arterial sistólica se encontrava entre os mmhg. Em conversa com a mesma descobri que nesse dia ainda não tinha tomado a medicação para a hipertensão. Assim, foi-lhe pedido que tomasse o mais rapidamente possível a medicação e que se dirigisse à farmácia mais tarde para realizar nova medição (uma vez que a doente não quis ir ao médico). Aquando da nova determinação a pressão arterial sistólica encontrava-se já a rondar os 140 mmhg Consultas de nutrição, podologia e naturopatia As consultas de nutrição, podologia e naturopatia são realizadas por uma nutricionista, uma podologista e um naturopata, respetivamente. Estes são profissionais de excelência, que se deslocam semanalmente (no caso da nutricionista) ou quinzenalmente (no caso da podologista e do naturopata) à Farmácia da Maia para prestarem os referidos serviços. Estas consultas são de elevada importância uma vez que muitas vezes os utentes chegam à farmácia com problemas que nós, farmacêuticos, não podemos dar uma resposta tão eficaz como desejaríamos. Assim, nestas situações, reencaminhamos os utentes para um destes serviços. Tendo em consideração a realidade da Farmácia da Maia, verifiquei que as consultas de podologia têm elevada importância, devido ao número de doentes diabéticos que frequentam a farmácia. Não obstante, verifiquei ainda que o serviço de corte de unhas é extremamente solicitado não só por pessoas idosas, mas também por jovens que apresentam problemas nas unhas. Durante o estágio, tive ainda o privilégio de ter acesso a uma consulta de naturopatia para conhecer o serviço, uma vez que, a iridologia era uma área por mim desconhecida. Assim, em conversa com o naturopata, foi-me explicado de forma rápida e simples como funciona a iridologia e quais os seus benefícios para a saúde Valormed e Recolha de Radiografias Na farmácia onde estagiei é ainda possível que os utentes nos entreguem todos os medicamentos e outros produtos farmacêuticos que tenham adquirido e que já se encontrem fora de validade e/ou não apresentem as condições necessárias para serem utilizados com segurança. Posteriormente, estes são colocados pela equipa da farmácia nos contentores específicos do 19

32 Valormed. Quando os mesmos se encontram cheios, são selados, pesados e é feito o preenchimento de uma ficha onde contam dados como o nome da farmácia e respetivo código, peso do contentor e a assinatura da pessoa responsável pelo fecho. Estes são posteriormente recolhidos pelos distribuidores de medicamentos que os transportam para as suas instalações. Mais tarde, os contentores são levados para o centro de triagem, onde todos os resíduos são separados por setores. Desta forma, o plástico, o papel e o vidro vão para a reciclagem enquanto que os restantes resíduos vão para a inceneração. [14] O Valormed é um serviço de extrema importância para evitar a contaminação do ambiente com os produtos supracitados. Desta forma, estamos a contribuir para a diminuição da poluição ambiental e até mesmo para a diminuição da resistência aos antibióticos, um problema que assume especial relevância na atualidade. A Farmácia da Maia é ainda responsável pela recolha de radiografias que são posteriormente recicladas. 6. Estratégias de marketing Com o objetivo de promover tanto os seus produtos como os seus serviços, a Farmácia da Maia recorre a diferentes técnicas de marketing, de que são exemplo a elaboração de montras temáticas e ainda a colocação de textos, imagens e vídeos na página do Facebook da farmácia. Adicionalmente, são também colocados expositores no interior da farmácia para dar destaque a determinados produtos. De forma geral, tanto as montras como os expositores são alterados periodicamente pela equipa da farmácia e até mesmo decorados de acordo com algumas festividades do ano de que são exemplo o Dia de São Valentim, a Páscoa e o São João. Durante o período de estágio tive oportunidade de estar envolvida, não só na elaboração das montras como também na elaboração dos expositores, sendo estas tarefas de extrema importância. Durante a realização das mesmas aprendi que, acima de tudo, é fulcral ter em atenção a perspetiva do utente promovendo um equilíbrio entre a parte estética e a parte informativa. 7. As formações Ao longo do estágio tive a oportunidade de assistir a cinco formações distintas, nomeadamente do laboratório Aboca, do laboratório Zambom, do laboratório Vitis, do laboratório Dietmed e do laboratório Milupa-Aptamil. As formações foram realizadas nas instalações da farmácia e foram explicados os produtos que tínhamos disponíveis na mesma, de entre eles destaco a título de exemplo o GrinTuss e o Fitoroid do laboratório Aboca ; o Spidifen e o Spidiplast do laboratório Zambom, a gama anti-cáries e a gama gengival do laboratório Vitis ; o Memorium do laboratório Dietmed e as gamas de leite do laboratório Milupa-Aptamil. Estas formações foram extremamente úteis uma vez que me permitiram aumentar o conhecimento relativamente aos seus produtos, ficando a conhecer não só, a suas indicações terapêuticas como também, posologia e algumas especificidades. De todas elas as que me foram mais úteis foram, sem dúvida, a formação 20

33 da Milupa-Aptamil e a da Vistis uma vez que os seus produtos eram aqueles com os quais me sentia menos familiarizada e menos confortável para indicar e aconselhar. 8. Apresentações orais Durante o estágio, a pedido da Dra. Maria Assunção Nápoles, Diretora Técnica, elaborei três pequenas apresentações orais com apoio de diapositivos em PowerPoint para realizar à equipa da Farmácia da Maia. Os temas escolhidos para as apresentações foram: Os Inibidores da Bomba de Protões (Anexo C1), Os Antialérgicos Mais Vendidos na Farmácia da Maia (Anexo C2) e Uma Comparação entre 4 Suplementos para Emagrecer (Anexo C3). Através destas, foi-me permitido estudar mais aprofundadamente temas como os anti-histamínicos e os inibidores da bomba de protões. Considero que a apresentação referente aos suplementos alimentares veio complementar o meu projeto alusivo a este tema. De forma geral, todas as apresentações contribuíram para um estágio mais dinâmico e enriquecedor. 9. Cronograma de Estágio Ao longo do meu estágio (6 meses) desempenhei várias funções na Farmácia da Maia. Durante o primeiro mês procedi à entrada, conferência e armazenamento de encomendas bem como o acompanhamento de atendimentos ao balcão. A partir do segundo mês, fui capaz de fazer atendimentos de forma autónoma ainda com o devido suporte de toda a equipa da Farmácia. Além disso, passei a desempenhar outras funções como a realização de encomendas, pré-conferência de receitas manuais, controlo dos prazos de validade e preparação de um manipulado (devidamente supervisionado por um farmacêutico). Foi também nos meses que se seguiram que desenvolvi os três projetos a que me propus e ainda realizei as três apresentações sugeridas pela Diretora Técnica. Toda esta informação está sumariada na Figura 1. Meses Atividade janeiro fevereiro março abril maio junho julho Acompanhamento de atendimentos Atendimento ao balcão Entrada, conferência e armazenamento das encomendas Realização de encomendas Pré-conferência de receitas manuais Controlo dos prazos de validade Preparação de manipulado Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3 Apresentação 1 Apresentação 2 Apresentação 3 Figura 1 Cronograma das atividades realizadas ao longo do estágio na Farmácia da Maia. 21

34 Parte II: Temas desenvolvidos no âmbito do estágio curricular Projeto 1: Estudo do conhecimento dos utentes da Farmácia da Maia relativamente à diabetes, hipertensão arterial e colesterol 1. Introdução De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a literacia em saúde engloba o conjunto de aptidões cognitivas e sociais que as pessoas têm para, não só, acederem à informação, mas também, para compreendê-la e utilizá-la de modo fomentar a manutenção e promoção da sua saúde. [15, 16] Na realidade, a literacia em saúde é muito mais do que a forma como cada pessoa entende e interpreta a informação, uma vez que esta influencia as decisões por ela tomadas no que concerne à saúde. Estas decisões afetam de modo dramático a qualidade de vida não só da própria pessoa, mas também a qualidade de vida das pessoas que o rodeiam e que estão dependentes do mesmo, como é o caso das crianças e dos idosos. [16] Apresentar um baixo nível de literacia pode ter um impacto bastante negativo, não só, na saúde do doente, mas também nos cuidados de saúde que o mesmo recebe. Normalmente, pessoas com um nível baixo de literacia, apresentam dificuldade, não só, em compreender e seguir as instruções que estão escritas nas embalagens dos medicamentos, como também apresentam dificuldade em identificar se um determinado tratamento é necessário para uma condição médica específica. Adicionalmente, estas pessoas tendem a desvalorizar o papel da prevenção das doenças, ao mesmo tempo que demonstram menos conhecimentos sobre as patologias. [17] No ano de 2015, Portugal, à semelhança de outros oito países da Europa (Espanha, a Irlanda, Holanda, Bulgária, Grécia, Polónia, Áustria e Alemanha), participou numa iniciativa que visava o estudo da literacia em saúde no país. O estudo foi realizado a uma amostra representativa da população, através de um questionário. Os resultados mostraram que os valores médios referentes aos níveis de literacia em saúde, em Portugal, foram inferiores aos restantes países participantes no estudo. De modo geral, 11% da população portuguesa foi classificada como tendo um nível de literacia em saúde inadequado, 38% classificada como tendo um nível de literacia problemático e a restante como tendo um nível de literacia suficiente ou excelente. Através do mesmo estudo, foi ainda possível identificar pessoas com determinadas caraterísticas que devem suscitar especial atenção por parte, tanto dos profissionais de saúde como dos dirigentes políticos, por terem tendência a serem mais vulneráveis no que à literacia em saúde diz respeito. Assim, nestes grupos constam pessoas com mais de 66 anos de idade, pessoas com reduzido grau de escolaridade, pessoas com doenças crónicas, pessoas que tenham rendimentos inferiores a quinhentos euros mensais ou pessoas que tenham uma errada perceção do seu estado de saúde. [16] 22

35 2. Contextualização Através do contacto que, desde cedo, tive com os utentes da Farmácia da Maia, logo me apercebi que grande parte dos mesmos se enquadravam nestes grupos vulneráveis, por apresentarem uma, ou várias, das caraterísticas supracitadas. De forma geral, um grande número de utentes da Farmácia da Maia são indivíduos idosos, com baixo grau de escolaridade e com baixos rendimentos mensais. Adicionalmente, durante o atendimento ao balcão, foi possível verificar que inúmeros doentes apresentavam lacunas no conhecimento não só, das suas próprias patologias, como também na medicação que tomavam. Muitos deles, polimedicados, não sabiam ao certo, qual o medicamento que se destinava ao tratamento de cada uma das suas patologias, sabendo apenas a posologia dos mesmos. Desta forma, o farmacêutico assume assim, um papel fundamental na tentativa de colmatar as falhas referentes à falta de conhecimento dos utentes, uma vez que, nos apresentamos como profissionais de saúde de fácil acesso e sem tempo limitado no atendimento. Não obstante, os utentes depositam na classe profissional uma grande confiança pelo que nos compete a nós, aproveitar tal situação para transmitir conhecimento e melhorar a relação que os doentes têm com as patologias e respetivos medicamentos. Neste contexto surgiu a ideia de avaliar de forma concreta o conhecimento que os utentes da Farmácia da Maia tinham sobre algumas patologias comuns e, posteriormente, tentar aumentar o conhecimento sobre as mesmas através de iniciativas de consciencialização. Numa primeira fase, foi então necessário escolher quais as patologias a avaliar, escolha essa que tornou óbvia para mim, tendo em consideração que grande parte dos utentes da farmácia padeciam de diabetes, colesterol elevado e/ou hipertensão arterial. Estas patologias afetam, igualmente, grande parte da população portuguesa, chegando mesmo a atingir números alarmantes. 3. Diabetes No ano de 2015, a diabetes atingiu cerca de 13,3% da população portuguesa com idades entre os 20 e os 79 anos, sendo que destes, somente 7,5% dos casos se encontravam diagnosticados. [18] A diabetes mellitus carateriza-se, de forma geral, por quadros clínicos de hiperglicémia e de intolerância à glucose o que pode resultar tanto de uma deficiente secreção de insulina, como de uma ação deficiente da mesma, ou, até mesmo, de ambas. Esta é, sem dúvida, uma patologia em que o organismo deixa de conseguir regular eficazmente a quantidade de glucose presente no sangue. [19] Existem vários tipos de diabetes mellitus, nomeadamente a diabetes mellitus tipo 1, a diabetes mellitus tipo 2 e a diabetes gestacional. A diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crónica autoimune que resulta da destruição das células β (células responsáveis pela produção de insulina) devido à instauração de um processo inflamatório autoimune que se inicia com a libertação do antigénio-β por parte destas células. Este antigénio é processado e apresentado à superfície de células apresentadoras de antigénios 23

36 (macrófagos e células dendríticas), no âmbito do completo MHC+péptido-β. Este complexo é reconhecido por células T CD4 + naïve que por condição genética reconhecem com elevada afinidade o péptido-β. Deste modo, ocorre a ativação da célula T CD4 + que se diferencia numa célula T helper reativa. Esta célula é capaz de produzir uma série de quimiocinas e citocinas próinflamatórias (IL-2) que levam à ativação de macrófagos e células T CD8 + que acabam por diferenciar-se em células T citotóxicas. Estão reunidas as condições inflamatórias que culminam na destruição das células β, uma vez que as células T citotóxicas são capazes de induzir apoptose nas células β e produzir proteínas degradativas como a perforina e a granzima. Além disso, os macrófagos incitam este processo inflamatório com a produção adicional de mais citocinas proinflamatórias e ainda com a libertação de espécies reativas de oxigénio que promovem a degradação destas células que são responsáveis pela produção de insulina. Deste modo, o pâncreas de um individuo nestas condições não é capaz de produzir insulina, pelo menos em quantidades suficientes. [20] Existem vários fatores de risco associados ao desenvolvimento da diabetes mellitus tipo 1, de que são exemplo, a idade e a própria condição genética. De forma geral, esta patologia encontrase fortemente associada a indivíduos jovens (com menos de 20 anos), sendo que se verifica um aumento da incidência desde o nascimento até à puberdade (10-14 anos) onde, atinge o pico máximo. [21] No que ao genoma diz respeito, é de salientar a importância do complexo de antigénio leucocitário humano (HLA), uma vez que está intimamente relacionado com o risco de indivíduo vir a desenvolver esta patologia. É de salientar que o HLA é uma região do genoma onde constam os genes que codificam para três antigénios clássicos HLA classe I e três antigénios clássicos de classe II. Adicionalmente, polimorfismos nos genes da insulina PTPN222 podem também estar associados à suscetibilidade para a diabetes mellitus tipo 1. [22] Estudos epidemiológicos mostram ainda que fatores ambientais podem funcionar como triggers em indivíduos suscetíveis. A substituição do leite materno por leite de vaca demasiado cedo, por exemplo, parece contribuir para o risco de desenvolvimento da referida patologia, sendo por isso um exemplo de um trigger ambiental. [21] A diabetes tipo 2 é uma patologia de caráter complexo e progressivo caraterizada por inúmeras desordens a nível metabólico. Na origem desta doença, encontram-se causas relacionadas com a resistência à insulina (condição em que as células deixam de responder de forma adequada aos níveis de insulina, perdendo sensibilidade a esta hormona) e o comprometimento da secreção da referida hormona. Esta diminuição da secreção de insulina encontra-se intimamente relacionada, não só, com uma alteração do funcionamento das células β do pâncreas, mas também com processos de apoptose destas mesmas células. A diminuição da secreção da insulina leva a um ambiente de hiperglicemia. Não obstante, esta patologia envolve mais órgãos para além do pâncreas. No fígado, por exemplo, a resistência à insulina leva a um aumento da libertação de glucose hepática, enquanto que nos músculos, este mesmo fenómeno de resistência à insulina leva a uma diminuição da captação da glucose. [23] Para além disso, sabe-se ainda que a diabetes tipo 2 está interligada com a obesidade. Na verdade, acredita-se que o tecido adiposo funciona como um órgão endócrino que liberta adipocitocinas de que são exemplo a leptina, 24

37 o TNF-α e a resistina, todas elas relacionadas com o fenómeno de resistência à insulina e possivelmente, com o funcionamento alterado das células pancreáticas. [24] Apesar deste tipo de diabetes ser caraterístico dos indivíduos adultos, hoje em dia, aparece cada vez mais em indivíduos jovens, fruto dos maus hábitos alimentares e da falta de exercício físico. Para além do estilo de vida sedentário e da má alimentação também a genética parece estar na origem da diabetes tipo 2. Muitos são já os genes associados com esta doença nomeadamente o gene TCF7L2, o gene PPARG, o gene JAZF1 e o HHEX. [25] Por último, mas não mesmo importante, é necessário referir a existência da diabetes gestacional. Este tipo de diabetes surge quando a função pancreática da mulher não consegue suportar o ambiente diabetogénico vivido na gravidez. Assim, a resistência à insulina presenciada nesta fase da vida reflete uma panóplia de fatores dos quais se destacam alterações na secreção do cortisol, estrogénio e progesterona. Adicionalmente, também as adipocitocinas libertadas pela placenta durante a gestação podem estar na origem deste tipo de diabetes. [26, 27] De forma geral, a hiperglicémia pode causar sintomas como polidipsia, poliúria, polifagia, visão turva, sudação excessiva, cansaço e até mesmo comichão. De realçar que se na diabetes tipo 1, muitas vezes os sintomas aparecem de forma repentina e são bem visíveis, na diabetes tipo 2 os sintomas podem permanecer despercebidos durante anos. Também os episódios de hipoglicémia (muitas vezes provenientes de um jejum prolongado, ou até mesmo de uma toma incorreta da medicação para diabetes) está associado a sintomas como palidez, palpitações, tremores, sensação de formigueiro nos lábios e língua, dificuldade em formular um raciocínio e até mesmo a perda de consciência e o coma. [28] O diagnóstico da diabetes pode ser realizado com base em análises ao sangue, através de uma prova de tolerância à glucose e com exames complementares à urina. As análises ao sangue devem ser realizadas em jejum, ou duas horas após uma refeição e permitem avaliar parâmetros como a glucose plasmática e a hemoglobina glicada (embora este parâmetro possa ser determinado em qualquer altura do dia). A prova de tolerância à glucose é um exame realizado em jejum que consiste na ingestão de 300 ml de água e de 75 g de açúcar. Seguidamente, são analisadas amostras de sangue às 0, à 1 e às 2 horas. No caso das análises à urina, estas podem ser indicadoras da existência da patologia se na amostra existirem vestígios de glucose. [29, 30] 4. Hipertensão arterial A hipertensão arterial não é mais do que uma patologia crónica em que ocorre um aumento da pressão arterial, o que a longo prazo, pode levar ao aparecimento de outras comorbidades e até levar à morte. [31] Só no ano de 2013, 26,9% da população portuguesa sofria de hipertensão arterial sendo que a prevalência foi superior em mulheres quando comparada com homens. [32] Atualmente, sabe-se que existem inúmeros fatores que contribuem para o aparecimento desta patologia, encontrando-se muitos deles interligados. De entre esses fatores salientam-se o aumento da atividade do sistema nervoso simpático (muitas vezes relacionado com o stress), a produção excessiva de hormonas vasoconstritoras, o consumo excessivo de sal durante um longo 25

38 período de tempo ou até mesmo a ingestão insuficiente de cálcio e de potássio. Também uma produção excessiva de renina está relacionada com esta patologia uma vez que resulta num aumento da angiotensina II e aldoesterona, ambos vasoconstritores. Adicionalmente, deficiências nas quantidades de vasodilatadores como o óxido nítrico, alterações na resistência dos vasos sanguíneos, obesidade, resistência à insulina e alterações no ritmo cardíaco estão também relacionadas com a hipertensão arterial. [33, 34] Apesar de existirem uma panóplia de fatores associados ao controlo da pressão sanguínea, o mecanismo de regulação da pressão arterial renina-angiotensina-aldoesterona, assume, sem dúvida, um papel primordial embora, depois, existam outros fatores que amplificam ou atenuam este mecanismo. O fígado é o órgão responsável pela produção da proteína angiotensinogénio que é o substrato natural da enzima renina. A renina, não é mais que uma enzima produzida pelo rim em resposta de vários fatores de que são exemplo a redução da pressão arterial (percecionada pelos barorrecetores) ou até uma diminuição da concentração de NaCl no túbulo distal. Esta enzima é responsável pela conversão do angiotensionogenio em angiotensina I. Por sua vez, a angiotensina I é convertida em Angiotensina II, através da enzima conversora de angiotensina (ECA). É precisamente esta hormona, a angiotensina II, que é responsável por provocar uma vasoconstrição dos vasos sanguíneos e por estimular a libertação de aldoesterona pelas glândulas adrenais. A aldosterona assume também um papel relevante, uma vez que atua nos rins, estimulando a reabsorção de NaCl e de água, aumentando a secreção de iões K + e de H + para a urina. Este processo culmina, igualmente, num aumento da pressão arterial. [35, 36] A hipertensão arterial está associada a sintomas como dores de cabeça, tonturas e até hemorragias nasais. No entanto, é também comum, os doentes não apresentarem quaisquer sintomas na fase inicial da patologia, pelo que é fundamental controlar regularmente os valores de pressão arterial sistólica e diastólica. [37, 38] De forma sucinta, o diagnóstico da hipertensão arterial é feito quando existe uma elevação persistente da pressão arterial sistólica e/ou da pressão arterial diastólica. Assim para um diagnóstico correto é necessário fazer várias determinações deste parâmetro e em diferentes ocasiões (diferentes dias e horas). De acordo com as normas da DGS, existem três graus de hipertensão: o grau 1 (Pressão arterial sistólica (PAS) entre e/ou Pressão arterial diastólica (PAD) entre 90-99), o grau 2 (PAS entre e/ou PAD entre ) e o grau 3 (PAS superior a 180 e/ou PAD superior a 110). Por outro lado, a pressão arterial é considerada normal quando os valores de PAS se encontram entre e/ou de PAD se encontram entre Sempre que a PAS é inferior a 120 e a PAD inferior a 80 a pressão arterial é considerada ótima. [39] 5. Colesterol elevado Normalmente, o colesterol é visto como uma gordura que é prejudicial para o nosso organismo e que está intimamente relacionado com graves problemas cardiovasculares. No entanto, este composto é também importante para o nosso organismo, desempenhando funções estruturais para além de estar envolvido na produção de hormonas, ácidos biliares e de vitamina D, 26

39 por exemplo. Apesar do colesterol existir naturalmente no nosso organismo, sendo sintetizado maioritariamente pelo fígado (órgão com papel importantíssimo no metabolismo e na regulação dos níveis plasmáticos de colesterol), também pode advir da nossa alimentação, nomeadamente de alimentos de origem animal e respetivos derivados como a carne e os enchidos. [40] O colesterol é insolúvel no sangue, sendo transportado através de proteínas. Esta combinação da proteína com o colesterol é denominada de lipoproteína. Existem cinco grandes tipos de lipoproteínas sendo que estas são classificadas tendo em consideração a sua densidade. É de salientar, pela sua importância biológica, as lipoproteínas de alta densidade HDL (high-desity lipoproteins) e as lipoproteínas de baixa densidade LDL (low-desnsity lipoproteins). As LDL circulantes apresentam capacidade de se depositarem nas artérias, ficando oxidadas. Este facto faz com que ocorra um processo inflamatório com lesão do endotélio, podendo culminar com a formação de um ateroma. Desta forma, níveis elevados de colesterol LDL, conhecido como o mau colesterol, têm sido associados a graves patologias como por exemplo a aterosclerose. [41, 42] Contrariamente, as HDL têm sido associadas a propriedades anti-oxidativas, anti-inflamatórias e anti-aterogénicas, estando associadas a um transporte reverso do colesterol. Desta forma, as HDL conseguem reencaminhar o colesterol das paredes das artérias para o fígado, exercendo assim, uma função protetora contra as doenças cardiovasculares. Desta forma, o problema do colesterol elevado está associado a níveis altos de colesterol total e de colesterol LDL. [43, 44] Os níveis de colesterol sanguíneo podem ser influenciados por diversos fatores de que são exemplo o género, a idade, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares (dieta pobre em frutas e vegetais, por exemplo). Adicionalmente, fatores como a hipertensão, a diabetes, a obesidade, o consumo de álcool e o tabaco são considerados fatores de risco. [42] O colesterol elevado é muitas vezes uma patologia silenciosa pelo que as análises regulares assumem um papel muito importante na prevenção de outras comorbilidades. O diagnóstico desta patologia pode ser realizado através de análises sanguíneas com determinação de parâmetros como o colesterol LDL, o colesterol HDL e o colesterol total. De forma geral, os valores de LDL devem ser inferiores a 115 mg/dl, enquanto que os valores de colesterol total devem ser inferiores a 190 mg/dl. No caso do HDL, os valores devem ser superiores a 45 mg/dl no caso de indivíduos serem do género feminino e superiores a 35 mg/dl no caso de indivíduos serem do género masculino. Pensa-se que cerca de dois terços dos indivíduos adultos portugueses tenham colesterol elevado, evidenciando a necessidade de campanhas de sensibilização para a temática. [40] 6. Realização de um inquérito para avaliação do conhecimento Durante o estágio, foi realizado o inquérito aos utentes da Farmácia da Maia com o intuito de avaliar o seu conhecimento acerca das patologias supracitadas. O inquérito (Anexo D) é composto por 15 questões de escolha múltipla, das quais as duas primeiras correspondem a dados demográficos (idade e género), as quatro seguintes incidem sobre a temática da diabetes, seguindose cinco sobre a hipertensão arterial e, finalmente, quatro questões sobre o colesterol. Os inquéritos foram apresentados através de um formulário online partilhado na página de Facebook da Farmácia 27

40 da Maia, e também através do preenchimento presencial na farmácia durante os quatro dias de rastreio cardiovascular. No total foram obtidas 52 respostas, em que 40 delas foram providenciadas por indivíduos do género feminino e as restantes 12 por indivíduos do género masculino. Relativamente à distribuição etária, 8% correspondem a indivíduos com menos de 21 anos; 31% a indivíduos entre os 21 e os 40 anos; 23% a indivíduos entre os 41 e os 60 anos; e os restantes 48% a indivíduos com mais de 60 anos de idade. Os resultados das respostas dadas ao inquérito podem ser consultados pormenorizadamente no Anexo E, onde se pode constatar que, em média, 59,5% das pessoas responderam acertadamente às questões relativas à diabetes, 68,8% das pessoas acertaram nas questões sobre a hipertensão arterial e 59,5% dos indivíduos responderam corretamente às questões alusivas ao colesterol. Apesar da amostragem de ambos os géneros não ser homogénea, podemos observar uma ligeira tendência para um maior conhecimento por parte das mulheres relativamente à diabetes (62,8% vs 50,0% respostas corretas de mulheres e homens, respetivamente) e ao colesterol (61,8% vs 52,0% respostas corretas de mulheres e homens, respetivamente). No entanto, no caso da hipertensão arterial, os homens destacam-se ligeiramente com 71,8% de respostas corretas contra 68,2% no caso das mulheres. A hipertensão arterial parece ser a patologia que os utentes da Farmácia da Maia demonstram um maior conhecimento comparativamente à diabetes e hipercolesterolemia. (Figura 2) 125 % Respostas Corretas Diabetes Hipertensão Arterial Hipercolesterolemia Total Homem Mulher Menos de 41 anos Mais de 40 anos Figura 2 Valores médios e respetivos desvios-padrão das respostas corretas dadas ao questionário sobre diabetes, hipertensão arterial e hipercolesterolemia organizados por total, género e faixa etária. Tendo em consideração a distribuição etária, os resultados foram comparados admitindo apenas duas faixas etárias: os indivíduos com menos de 40 anos de idade e outra com os indivíduos com mais de 40 anos de idade. Nesta comparação, as diferenças observadas são notórias, uma vez que a população mais jovem (menos de 41 anos de idade) apresenta um maior conhecimento acerca de todas as patologias inquiridas (respostas corretas: 63,8% para a diabetes, 85,8% para a hipertensão arterial e 80,0% para o colesterol elevado) comparativamente com os indivíduos com mais de 40 anos (respostas corretas: 57,2% para a diabetes, 61,6% para a hipertensão arterial e 47,0% para o colesterol elevado). (Figura 2) Com base nestes resultados, foi possível concluir que ainda existe uma importante lacuna de conhecimento acerca destas doenças com elevada prevalência em Portugal. Numa tentativa de ajudar a colmatar alguma desta deficiência em conhecimento, realizei três atividades de 28

41 consciencialização junto dos utentes da Farmácia da Maia. As atividades incluíram um rastreio cardiovascular, onde foram medidas a pressão arterial e a glicémia, uma mesa temática, com alimentos comummente ingeridos e respetivas quantidades de sal e açúcar, e um panfleto com as respostas ao inquérito numa linguagem simples e de fácil compreensão (Anexo F). 7. Rastreio Cardiovascular Como forma de consciencializar os utentes da Farmácia da Maia sobre as temáticas supracitadas, foi realizado um rastreio cardiovascular ao longo de 4 dias (de 17 a 20 de maio de 2017) (Anexo G) que aferiu os níveis de glucose no sangue e os valores de pressão arterial de 67 utentes com idades compreendidas entre os 23 e os 84 anos de idade. De forma análoga ao que aconteceu com os inquéritos, a amostragem de indivíduos do género feminino foi substancialmente superior (71,6%) comparativamente aos indivíduos do género masculino (28,4%). Os resultados relativos às medições de pressão arterial foram avaliados na sua generalidade e por género. No entanto, no que diz respeito às medições de glucose no sangue, os resultados foram ainda divididos tendo em consideração se a medição foi feita em jejum ou 2 horas após a refeição (pós-prandial). Ao contrário do que aconteceu com os resultados dos inquéritos, não foi considerada a faixa etária como elemento discriminativo para a avaliação destes resultados, uma vez que não há uma distribuição razoavelmente homogénea de idades entre os indivíduos que participaram no rastreio. Antes pelo contrário, apenas 3 utentes da Farmácia da Maia com menos de 41 anos de idade participaram no rastreio, todos os outros tinham 41 ou mais anos de idade. Assim sendo, podemos concluir que os resultados apenas refletem um padrão do estado de saúde cardiovascular da população de mais idade. Total Homens Mulheres 2% 21% 6% Hipertenso Grau III Hipertenso Grau II 0% 16% 16% Hipertenso Grau III Hipertenso Grau II 2% 23% 2% Hipertenso Grau III Hipertenso Grau II 13% 25% 33% Hipertenso Grau I Normal Alta Normal Ótima 16% 21% 31% Hipertenso Grau I Normal Alta Normal Ótima 13% 27% 33% Hipertenso Grau I Normal Alta Normal Ótima Figura 3 Distribuição dos resultados totais do rastreio de pressão arterial e discriminados por género. Dos resultados obtidos, apenas 34% dos indivíduos apresentou valores de pressão arterial considerados ótimos (PAS abaixo de 120 mmhg e/ou PAD abaixo de 80 mmhg) ou normais (PAS entre 120 e 129 mmhg e/ou PAD entre 80 e 84 mmhg). Estes resultados mostram ainda uma realidade preocupante, visto que uma grande maioria dos utentes avaliados (33%) apresentou valores de pressão arterial que se coadunam com o quadro de hipertenso de grau I (PAS entre

42 e 159 mmh e/ou PAD entre 90 e 99 mmhg). Destaque ainda para os 25% de utentes com pressão arterial considerada alta (PAS entre 139 e 139 mmhg e/ou PAD entre 85 e 89 mmhg). Uma utente manifestou ainda valores de pressão arterial superiores a 180 mmhg para a PAS (hipertenso de grau III), o que representa manifestamente um quadro mais grave, juntamente com mais três utentes do género masculino e uma outra utente que apresentaram valores de PAS entre 160 e 179 mmhg e/ou PAD entre 100 e 109 mmhg (hipertenso de grau II). Nestes casos, foi recomendada a visita ao médico com brevidade e ainda a medição regular dos valores de pressão arterial. Adicionalmente, tentou perceber-se se os utentes faziam medicação para a hipertensão e ainda quais eram os seus hábitos alimentares, numa tentativa de aconselhar medidas não farmacológicas que conduzissem a uma normalização dos valores de pressão arterial. Quando olhamos para estes resultados de forma separada em género, não podemos dizer que haja diferenças significativas entre indivíduos do género masculino e feminino, para além de que não se deve fazer uma comparação exaustiva de resultados entre dois grupos com um tamanho tão diferente (19 homens vs 48 mulheres). De realçar, que através do rastreio não é possível diagnosticar hipertensão arterial aos utentes, uma vez que, para isso é necessário mais do que uma medição. (Figura 3) To tal- Pós-Prandial Homens - Pós-Prandial Mulheres - Pós-Prandial 4% 26% 70% Normal Pré-Diabetes Diabetes 29% 14% 57% Normal Pré-Diabetes Diabetes 25% 0% 75% Normal Pré-Diabetes Diabetes Total- Jejum Homens - Jejum Mulheres - Jejum Normal Normal Normal 23% 45% 32% Anomalida da Glicémia em Jejum Diabetes 50% 8% 42% Anomalida da Glicémia em Jejum Diabetes 28% 44% 28% Anomalida da Glicémia em Jejum Diabetes Figura 4 - Distribuição dos resultados totais do rastreio de glicémia e discriminados por género. Relativamente aos níveis de glucose no sangue (glicémia), os valores foram divididos dependendo se a medição foi feita em jejum ou em regime pós-prandial. Para as medições em jejum, foram considerados normais os valores inferiores a 100 mg/dl, foi considerada anomalia da glicémia em jejum para valores compreendidos entre os 100 e os 126 mg/dl e diabetes para concentrações superiores a 126 mg/dl. No caso das avaliações realizadas aproximadamente 2 horas após a refeição, os limites são mais tolerantes, sendo considerado normal valores de glucose no sangue até 140 mg/dl, a partir deste valor e até aos 200 mg/dl é reconhecida uma predisposição para a diabetes (designado estádio de pré-diabetes) e a partir dos 200 mg/dl é de considerar a 30

43 condição patológica, a diabetes. [45] O número de medições realizadas a indivíduos em jejum foi substancialmente superior (44 utentes) às realizadas a indivíduos em situação pós-prandial (23 utentes), porém podemos considerar como importantes os dados que revelam a presença de um possível quadro de diabetes (nível de glicémia superior a 126 ou 140 mg/dl consoante a medição tenha sido realizada em jejum ou após a refeição). Neste caso, apenas 4% dos utentes avaliados após a refeição apresentaram valores elevados de glucose no sangue (possível quadro de diabetes), por outro lado quase um quarto (23%) dos utentes em jejum apresentaram valores indicativos de uma anomalia da glicémia. Neste caso, há variações significativas quando comparamos indivíduos do género feminino e masculino, onde manifestamente mais mulheres apresentaram uma situação de possível diabetes (28%) do que os homens (8%) quando avaliadas em jejum. Contrariamente, as medições realizadas após as refeições mostram precisamente uma tendência inversa, ou seja, mais homens (14%) apresentaram valores elevados de glicémia, superior a 200 mg/dl, o que contrasta com a ausência de indivíduos do género feminino nas mesmas condições. (Figura 4) Para além do número elevado de utentes com diabetes, é ainda preocupante o número de indivíduos com tendência para apresentarem níveis ligeiramente elevados de glucose no sangue, como são o caso de indivíduos com anomalia da glicémia em jejum (45%) e pré-diabetes (26%). No caso destes indivíduos, foi aconselhado um cuidado adicional com a alimentação e a recomendação da prática de algum exercício, como as caminhadas, numa tentativa de evitar a progressão desta condição patológica para o quadro de diabetes. De entre os indivíduos nesta situação, não é possível verificar nenhuma tendência distinta entre homens e mulheres, uma vez que 44% das mulheres e 50% dos homens apresentaram uma anomalia da glicémia em jejum, e 25% das mulheres e 29% dos homens com um quadro de pré-diabetes. Mais uma vez é importante realçar que através destas medições não é possível diagnosticar nenhum quadro de diabetes uma vez que é necessário mais do que uma determinação. 8. Mesa Temática Como forma de sensibilizar os utentes da Farmácia da Maia para alguns dos aspetos da informação nutricional dos alimentos comummente ingeridos na dieta portuguesa, foi organizada uma mesa temática com alguns desses alimentos e respetivas quantidades de sal e açúcar. A mesa temática esteve exposta na Farmácia da Maia durante os dias de rastreio, sendo que as quantidades de sal e açúcar foram apresentadas de uma forma muito visual através da colocação de porções de sal e açúcar junto do alimento em questão. Esta estratégia foi adotada para captar um maior interesse por parte dos utentes e, simultaneamente, proporcionar um termo comparativo de forma a transmitir uma mensagem que pudesse ser mais facilmente apreendida e utilizada pelos utentes no momento de tomar decisões acerca do que comer e beber. Foram apresentados 18 alimentos diferentes (Figura 5) que foram selecionados devido à sua popularidade e também pelo facto de conterem elevadas quantidades de sal e/ou açúcares. Adicionalmente, foram também apresentados alguns alimentos alternativos que devem ser incluídos 31

44 na dieta devido à sua reduzida quantidade de açúcar e sal, como são exemplo as tortilhas de milho, a aveia e as crackers. Figura 5 Fotografia da Mesa Temática A mesa temática incluiu os seguintes alimentos com as respetivas informações nutricionais: cereais do tipo Corn-Flakes (7,1 g de açúcar e 1,8 g de sal por 100 g de produto); pizza pequena (8,8 g de açúcar e 4,6 g de sal por 330 g de produto); tortilhas de milho (0,0 g de açúcar e 1,4 g de sal por 100 g de produto); aveia (1,0 g de açúcar e 0,08 g de sal por 100 g de produto); bolacha Maria (23,0 g de açúcar e 1,0 g de sal por 100 g de produto); gomas (60,0 g de açúcar e 0,24 g de sal por 100 g de produto); presunto (<0,5 g de açúcar e 6,5 g de sal por 100 g de produto); chocolate de leite (52,6 g de açúcar e 0,12 g de sal por 100 g de produto); atum (<1,0 g de açúcar e 1,0 g de sal por 71,5 g de produto); bolachas de chocolate (36,0 g de açúcar e 0,46 g de sal por 100 g de produto); azeitonas (<0,5 g de açúcar e 6,1 g de sal por 100 g de produto); caldo de culinária (0,19 g de açúcar e 5,8 g de sal por 10 g de produto); iogurte grego (16,3 g de açúcar e 0,10 g de sal por 115 g de produto); molho de soja (3,5 g de açúcar e 15,8 g de sal por 100 g de produto); queijo flamengo (<0,5 g de açúcar e 1,5 g de sal por 100 g de produto); coca-cola (35,3 g de açúcar e <0,01 g de sal por 330 ml de produto); marmelada (24,9 g de açúcar e 0,023 g de sal por 40 g de produto) e crackers (0,9 g de açúcar e 0,78 g de sal por 31,25 g de produto). A mesa temática teve muito sucesso uma vez que chamou a atenção dos utentes da Farmácia da Maia, que se mostravam interessados em saber mais, faziam questões sobre outros alimentos e questionavam por alternativas de alimentos que pudessem usar para diminuir a ingestão de sal e açúcares. Além disso, alguns utentes chegaram a visitar uma segunda vez a Farmácia, desta vez na companhia dos seus filhos/netos, para lhes mostraram a mesa temática e incitar práticas de alimentação saudável desde idades precoces. 32

45 9. Conclusão Este foi, para mim, um projeto muito gratificante, pelo feedback positivo que obtive no decorrer do mesmo. Através deste projeto, sinto que consegui aumentar o conhecimento sobre patologias como a diabetes, hipertensão e colesterol elevado, ao mesmo tempo que desmistifiquei algumas dúvidas sobre questões alimentares. Penso que a mesa temática teve bastante impacto, pois captou a atenção de utentes da Farmácia da Maia de todas as idades. Apesar de considerar que este projeto foi um sucesso, sinto que ainda muito se pode fazer para promover a consciencialização das pessoas sobre estas patologias e outras menos conhecidas e de igual relevância. Projeto 2: A tiroide e o Hipotiroidismo 1. Introdução A tiroide é uma glândula endócrina constituída por 2 lobos, estando os mesmos localizados na porção anterior do pescoço. [46] Esta glândula é responsável pela produção de várias hormonas que medeiam não só, a atividade metabólica como também a síntese de proteínas, contribuindo em grande parte para o desenvolvimento do indivíduo. Assim, esta glândula é conhecida pela produção de triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), duas hormonas que contêm iodo na sua constituição. Adicionalmente, as células C da tiroide são responsáveis pela produção de um péptido com função hormonal, a calcitonina, que funciona como um regulador da homeostasia do cálcio no nosso organismo (através da redução dos níveis de cálcio no soro sanguíneo). [47] A tiroide é uma glândula que se encontra organizada em folículos, sendo estes compostos por células que rodeiam o lúmen que é muito rico em iodo. As células da tiroide estão ainda em contacto com uma extensa rede de capilares sanguíneos localizados na parte exterior do folículo, contribuindo para uma libertação hormonal facilitada. A síntese das hormonas da tiroide (T3 e T4) começa com a produção da proteína tiroglobulina, por parte do retículo endoplasmático rugoso. Esta proteína, que contém 123 resíduos reativos de tirosina, é posteriormente exocitada para o lúmen do folículo. [48] O iodo assume um papel essencial na maturação da tiroglobulina e, por isso, uma elevada concentração de iodo (I0) é mantida no lúmen do folículo. As células foliculares contêm transportadores simporte Na + /I - na porção basal da célula (contacto com o vaso sanguíneo), que concentram iodeto (I - ) no interior da célula folicular. [49] Posteriormente, o iodeto é transportado para o lúmen do folículo através de outro trocador de iões localizado na porção apical da célula folicular, a pendrina. Este transportador é responsável pelo efluxo de iodeto ao mesmo tempo que transporta iões cloreto (Cl - ) no sentido contrário. [50] No lúmen do folículo, a peroxidase da tiroide promove a oxidação do iodeto (I - ) a iodo (I0) e a respetiva adição aos resíduos de tirosina da tiroglobulina. [51] Os produtos desta reação são os precursores das hormonas da tiroide: monoiodotirosina (MIT) e diiodo-tirosina (DIT), de acordo com o número de átomos de iodo que foram adicionados a cada resíduo de tirosina. Segue-se um processo de conjugação, onde tirosinas 33

46 iodinadas adjacentes são combinadas duas a duas, formando complexos que podem conter 3 ou 4 átomos de iodo na sua constituição. Quando uma célula folicular da tiroide é estimulada pela hormona estimulante da tiroide (TSH), inicia-se um processo ativo de endocitose da MIT e DIT para o interior da célula, onde sofrem uma reação proteolítica que origina as hormonas T4 e T3. Estas hormonas são então libertadas na corrente sanguínea e em proporções de 80-90% para a T4 e 10-20% para a T3. [52] Nos tecidos periféricos existem enzimas deiodinases que convertem a hormona T4 em T3, uma forma que é 3 a 4 vezes mais reativa, mas com um tempo de semi-vida inferior comparativamente à T4. [53] Apenas a hormona T3 tem a capacidade de atuar sobre os alvos moleculares das hormonas da tiroide, neste caso através da sua ligação ao fator de transcrição (recetor da hormona da tiroide). Uma vez ativado, o fator de transcrição inicia a transcrição de vários genes envolvidos no crescimento, desenvolvimento do sistema nervoso central, sistema cardiovascular e metabolismo. [54] No que diz respeito ao sistema cardiovascular, as hormonas da tiroide são responsáveis pelo aumento do ritmo e da força do batimento do coração. Adicionalmente, são ainda responsáveis pelo aumento da frequência respiratória e pelo consumo de oxigénio, através do aumento da atividade mitocondrial. Consequentemente, o fluxo sanguíneo é aumentado bem como a temperatura corporal. O aumento da atividade mitocondrial está também relacionado com o aumento da taxa metabólica induzida pelas hormonas da tiroide, uma vez que leva a um aumento da absorção de glucose, das taxas de gliconeogénese, glicogenólise, lipólise e síntese proteica, resultando num aumento da taxa metabólica basal. [54] Devido ao efeito pleiotrópico das hormonas da tiroide, a sua desregulação conduz a diversas patologias com afeção múltipla no organismo. As condições mais comummente observadas são o hipertiroidismo, hipotiroidismo, tiroidite, nódulos na tiroide, bócio, tiroidite de Hashimoto e os cancros da tiroide. Porém, existem ainda outras condições com ocorrência mais singular, como é o caso da tiroidite de De Quervain (inchaço rápido da tiroide associado a um quadro clinico muito doloroso) e da doença de Graves (excessiva produção de hormonas da tiroide). 2. Contextualização Ao longo do estágio sempre me ensinaram que é importante ver o doente como um todo e não como um individuo que apresenta múltiplas patologias isoladas. Desde sempre que fui incentivada a falar com os utentes da Farmácia da Maia e a saber detetar quais as suas principais preocupações e dúvidas para poder não só, esclarecer, mas também ajudar a colmatar as suas necessidades. Ao longo das várias conversas que tive com os utentes da Farmácia da Maia, apercebi-me que a maior parte dos doentes que são portadores de várias de patologias e, portanto, são polimedicados, não apresentavam um bom grau de conhecimento das mesmas. Adicionalmente, também apresentavam lacunas relativamente ao conhecimento que tinham sobre as medicações que tomavam. Talvez devido a esta falta de conhecimento, muitos doentes atribuem 34

47 erradamente mais importância a umas patologias do que a outras o que faz com que haja alguns descuidos ao nível da saúde. Uma das patologias que verifiquei ser bastante desvalorizada foi o hipotiroidismo, em que apesar de os doentes saberem que tinham de fazer corretamente a medicação, não apresentavam grandes preocupações relativamente a esta doença ou à medicação que tomavam. Adicionalmente, muitos dos utentes que tinham esta patologia, não sabiam ao certo o que era o hipotiroidismo e quais os sintomas que esta podia provocar. Não obstante, muitos referiram que não faziam análises há bastante tempo e que apenas costumavam controlar o açúcar e o colesterol, não sabendo que parâmetros bioquímicos eram determinados para avaliar a função da tiroide. Tendo em consideração todos estes fatores, decidi realizar um projeto sobre o hipotiroidismo, que consistiu em fazer um panfleto informativo (Anexo H) sobre a temática e fazer o acompanhamento farmacoterapêutico de um doente com esta patologia. 3. O Hipotiroidismo De forma geral, o hipotiroidismo não é mais do que uma doença de cariz endócrino em que existe uma deficiência de hormonas da tiroide. Esta patologia pode ser classificada em hipotiroidismo primário e hipotiroidismo central. O hipotiroidismo primário está associado a uma desordem na tiroide, levando a uma diminuição da síntese e da secreção de hormonas tiroideias [55]. Um dos exemplos mais conhecidos que ilustram esta situação é a tiroidite de Hashimoto de origem autoimune. Nesta patologia, o corpo considera os antigénios da tiroide como não sendo pertencentes ao organismo, desencadeando uma resposta autoimune que culmina na destruição do tecido da tiroide (levando a uma diminuição das hormonas tiroideias). Outro exemplo de hipotiroidismo primário, é a deficiência em iodo, essencial para a síntese tanto de T3 como de T4. O hipotiroidismo primário pode ser divido em clínico e subclínico (quando o doente ainda não apresenta sintomas). Por outro lado, o hipotiroidismo central está associado a desordens na glândula pituitária (hipotiroidismo secundário) ou no hipotálamo (hipotiroidismo terciário), o que resulta numa diminuição da secreção de TSH, com consequente diminuição das hormonas da tiroide. Entre as principais causas de hipotiroidismo secundário encontram-se os adenomas na glândula pituitária. [56] O hipotiroidismo está associado a inúmeros sintomas de que são exemplo a intolerância ao frio, a obstipação, a depressão, a dificuldade em concentrar, o aumento de peso, a pele seca, a queda de cabelo, a infertilidade, as alterações no ciclo menstrual, a diminuição da frequência cardíaca, a fadiga e o bócio. [57] Para fazer o diagnóstico desta patologia podem ser realizadas análises ao sangue onde se determinem parâmetros como a TSH e a T4. Estas mesmas análises permitem ainda fazer um diagnóstico diferencial entre o hipotiroidismo primário (clinico ou subclínico) e o hipotiroidismo central (hipotiroisdismo secundário e hipotiroidismo terciário). Quando os valores de TSH se encontram aumentados e os valores de T4 estão diminuídos ou dentro dos limites de referência estamos perante um caso de hipotiroidismo primário. Mais especificamente, se os valores de TSH 35

48 estiverem aumentados e os valores de T4 estiverem diminuídos estamos perante um diagnóstico de hipertiroidismo primário se, por outro lado, se verificar um aumento dos valores de TSH mas os valores T4 estiverem dentro dos limites de referência então estamos perante um caso de hipotiroidismo subclínico. Para verificar se a origem do hipotiroidismo é autoimune pode ser realizado o doseamento dos anticorpos anti-tpo ou anti-tg, que deverão estar aumentados neste caso [57]. Contrariamente, se os valores de TSH estiverem a baixo dos valores de referência, ou até mesmo dentro do intervalo, e a T4 estiver diminuída estamos perante hipotiroidismo central. Para avaliar se a origem do problema é o hipotálamo ou a hipófise, é realizado o teste do TRH (se ao administrar TRH sintético não existir libertação de TSH significa que a hipófise está comprometida. [55] Os valores de referência para a T4 total estão compreendidos entre 5,4 µg/dl - 11,5 µg/dl, no caso da T4 livre estão compreendidos entre 0,7 ng/dl - 1,8 ng/dl e os valores de TSH compreendidos entre 0,4 mu/l - 8,9 mu/l. [58, 59] 4. A importância do Acompanhamento Farmacoterapêutico O acompanhamento farmcoterapêutico é parte integrante dos cuidados farmacêuticos e pode assumir, atualmente, um papel muito importante na vida de um doente. De forma geral, o seguimento farmacoterapêutico não é mais do que uma prática clinica que não só, monitoriza como também avalia, ao longo do tempo, a farmacoterapia de um doente. O objetivo máximo deste serviço é sem dúvida detetar e corrigir erros relacionados com o uso dos medicamentos, de forma a diminuir a morbilidade e a mortalidade associadas à utilização dos mesmos. Desta forma, espera-se que este acompanhamento feito ao doente permita esclarecer todas as suas dúvidas relacionadas com medicação nomeadamente questões relacionadas com a posologia e questões relacionadas com interações medicamentosas. O seguimento farmacoterapêutico pretende acima de tudo ajudar o doente a tirar o máximo partido de cada medicamento. [60] Para realizar o acompanhamento farmacoterapêutico decidi escolher um utente da Farmácia da Maia que preenchesse os seguintes requisitos: tivesse mais de 60 anos, fosse polimedicado e uma das patologias fosse o hipotiroidismo. O doente selecionado foi o senhor JL, um utente regular da farmácia, que preenchia todos os requisitos e que me explicou durante um dos muitos atendimentos que o hipotiroidismo não o preocupava e nem sabia quais eram os sintomas da patologia. Referiu ainda que já tinha a doença há vários anos e que sabia que tinha de tomar a medicação embora já se tenha engando algumas vezes e trocado a embalagem do medicamento da tiroide com a embalagem do medicamento da pressão arterial. Decorrente desta situação, durante cerca de uma semana, o Sr. JL não tomou a medicação para o hipotiroidismo, não demonstrando uma grande preocupação com a situação. Por toda esta realidade, o Sr. JL, foi escolhido, por mim, para integrar este projeto na esperança de contribuir para um aumento do conhecimento sobre a patologia e sobre a medicação bem como melhorar a sua qualidade de vida. O acompanhamento farmacoterapêutico foi realizado através de duas entrevistas, sendo que a primeira consistiu na recolha de informação sobre as patologias, medicamentos, análises 36

49 clínicas assim como principais preocupações (dados encontram-se compilados no Anexo I) do doente, e a segunda entrevista serviu para esclarecer o utente sobre todas as dúvidas que ele tinha e alertar para o seu estado de saúde atual, dando algumas recomendações. 5. O caso de estudo O Sr. JL é um utente de 66 anos da Farmácia da Maia, que apresenta um índice de massa corporal de 30,1, o que indica que se enquadra na categoria de obesidade grau I. De salientar que este doente não apresenta quaisquer alergias alimentares ou medicamentosas, pelo menos de que tenha conhecimento. Este utente é um doente polimedicado pois toma 11 medicamentos diferentes por dia, como terapêutica das 5 patologias que tem diagnosticadas que são a hipertensão arterial, a diabetes tipo 2, a dislipidemia, o hipotiroidismo e a ansiedade. A primeira patologia a ser diagnosticada ao Sr. JL foi a diabetes tipo 2, há cerca de 26 anos atrás. Esta é uma patologia que preocupa bastante este utente, mostrando-se o mesmo familiarizado tanto com a necessidade de fazer análises regulares à glicémia, como com a importância de tomar a medicação corretamente. O Sr. JL sabe, igualmente, que deve apresentar cuidados com a alimentação, embora confesse que nem sempre faz a alimentação mais adequada. Adicionalmente, o utente reconhece não só, os sintomas desta patologia, como também sabe quais os sintomas associados a uma crise hipoglicémica. Para o tratamento da diabetes tipo 2, o Sr. JL toma dois medicamentos distintos, o JANUMET 1000 mg/50 mg (Merck Sharp & Dohme, Ltd.) e o INSULATARD PENFILL 100 U.I/mL (Novo Nordisk, A/S). Assim, todos os dias ao pequeno-almoço, o doente toma um comprimido de JANUMET e 20 unidades de INSULATARD PENFILL, já ao jantar o doente volta a repetir a dose de ambos os medicamentos. De realçar que o utente cumpre, relativamente a estes dois medicamentos, o esquema posológico prescrito, não apresentando dúvidas relativamente à forma de os tomar ou relativamente à indicação terapêutica. É ainda importante referir que através das análises realizadas pelo Sr. JL, foi possível verificar que esta patologia se encontrava controlada. Salienta-se ainda que estes dois medicamentos apresentam a mesma indicação terapêutica e são muitas vezes dados em associação para regular os níveis de glucose no sangue. Assim sendo, apesar de existir sinergismo entre ambos, como é habitual a sua toma conjunta e estes são necessários para o doente manter os níveis de glicémia controlados, não foi considerada a existência de nenhum PRM ou resultado clínico negativo associado à medicação (RNM) no que concerne à segurança. De forma geral, pude concluir que ambos os medicamentos são necessários (indicação terapêutica aprovada), efetivos (efeito clínico esperado) e seguros (não existem efeitos adversos manifestados). Apesar da diabetes estar clinicamente controlada, durante as entrevistas foi reforçada a necessidade de uma alimentação adequada e de fazer exercício físico uma vez que o Sr. JL se encontrava com excesso de peso. Não obstante, o utente foi ainda incentivado a continuar a fazer corretamente a posologia destes dois medicamentos e a fazer análises regularmente. 37

50 A segunda patologia a ser diagnosticada ao Sr. JL foi o hipotiroidismo, há cerca de 17 anos. Esta é uma patologia, que apesar de ter sido diagnosticada há algum tempo não provoca preocupação ou interesse por parte do doente. Assim, durante a entrevista constatei que o Sr. JL não sabia em que consistia a doença ou os sintomas que estão associados à mesma. O mais preocupante, na minha opinião, foi o doente referir que não tomou a medicação durante uma semana e não se mostrar muito preocupado com tal situação. Adicionalmente, referiu que não fazia análises para avaliar se a patologia estava controlada há muitos anos, nem tinha acesso às últimas análises que fizera para avaliar a função da tiroide. Para o tratamento do hipotiroidismo, o Sr. JL toma EUTIROX 0,0125 mg (Merck, S.A.), mais concretamente, um comprimido todos os dias ao pequeno-almoço. O doente cumpre o esquema posológico prescrito pelo médico, mas é impossível avaliar a efetividade do tratamento, uma vez que o doente não tem análises à TSH, T4 ou qualquer outro parâmetro que permita avaliar a função tiroideia. Assim, pude apenas verificar que o medicamento é necessário, ficando algumas dúvidas relativamente à existência de RNMs relacionados com a efetividade deste medicamento. Relativamente à seguridade, de acordo com o Sifarma 2000, este medicamento não apresenta interações medicamentosas com outros medicamentos, sendo que o Sr. JL também não apresenta reações adversas à toma do EUTIROX. Assim, não considerei a existência de nenhum RNM de inseguridade. Relativamente ao hipotiroidismo, durante as entrevistas, foi explicado ao doente o que era a referida patologia e quais os sintomas, tendo sido reforçada a importância do controlo da mesma e a necessidade de fazer a medicação todos os dias de forma correta. Adicionalmente, foi explicado ao Sr. JL que é necessário fazer análises à função tiroideia e que seria importante solicitar, junto do médico, as respetivas análises. O doente compreendeu as mensagens transmitidas e já solicitou análises ao médico que, no entanto, só serão realizadas no mês de Setembro. Na segunda entrevista com o utente, foi-lhe entregue um panfleto sobre a patologia para que este promovesse a sua literacia acerca desta patologia. No ano de 2002, o Sr. JL foi diagnosticado com hipertensão arterial. Esta é uma patologia que o preocupa e por isso tem alguns cuidados nomeadamente no que à alimentação diz respeito (refere que não coloca muito sal na comida ). Adicionalmente, o doente também refere que controla regularmente este parâmetro para garantir que a pressão arterial se encontra dentro dos valores de referência. Não obstante, o Sr. JL manifesta saber quais são os sintomas associados à hipertensão arterial e reconhece a importância de fazer a medicação. Para o tratamento da hipertensão arterial, o Sr. JL toma dois medicamentos, o COVERAM 5 mg/5 mg (Les Laboratoires Servier) e o BISOPROLOL SANDOZ 5 mg (Sandoz Farmacêutica Lda.), sendo que a posologia de ambos é 1 comprimido ao pequeno-almoço. O doente refere que cumpre rigorosamente a posologia prescrita, sendo este facto comprovado com valores de pressão arterial controlados (PAS: 127 mmhg e PAD: 83 mmhg). Apesar de o COVERAM ser, neste caso, um medicamento necessário, eficaz e seguro a mesma conclusão não se pode tirar relativamente ao BISOPROLOL SANDOZ. Apesar de este último ser considerado necessário e eficaz ele pode 38

51 não ser seguro pois pode mascarar sintomas associados a uma crise hipoglicémica, nomeadamente o aumento da frequência cardíaca. Esta realidade pode ser facilmente explicada uma vez que o bisoprolol é um β-bloqueador e, portanto, é responsável por causar a diminuição da frequência cardíaca.[61] Assim, considero que existe um PRM relacionado com a segurança, embora este não esteja traduzido (neste momento) num RNM de inseguridade, no caso do Sr. JL. Relativamente a esta patologia, foi realçada a importância de uma alimentação pobre em sal, da necessidade de controlar regularmente a pressão arterial e de tomar a medicação. Não obstante, foi explicado ao Sr. JL quais os sintomas de uma crise hipoglicémica para que este possa estar alerta a todos os sinais, devendo o mesmo medir os níveis da glicémia sempre que sinta suores, palidez, tremores ou até mesmo debilidade. [62] O Sr. JL apresenta ainda dislipidemia, diagnosticada no ano de Esta é uma patologia que preocupa o doente, uma vez que este tem consciência do perigo que é para a sua saúde apresentar o valor de colesterol total e dos triglicerídeos elevados. O doente sabe o quanto é importante tomar a medicação de forma correta, e afirma ter alguns cuidados com a ingestão de gorduras. Para o tratamento da dislipidemia, o Sr. JL toma ATORVASTATINA FARMOZ 40mg (Farmoz - Sociedade Técnico Medicinal, S.A.), EZETROL 10mg (Merck Sharp & Dohme, Ltd.) e XARELTO 20mg (Bayer Pharma A.G.). Todos eles são tomados ao jantar (1 comprimido de cada), sendo que o doente afirma cumprir o esquema posológico. Os resultados das análises do colesterol total (105 mg/dl) e dos triglicerídeos (91 mg/dl) estão conforme os valores de referência, no entanto, o valor de colesterol HDL (35 mg/dl) encontra-se abaixo dos valores de referência. Assim, existe um problema de efetividade associado à ATORVASTATINA FARMOZ e ao EZETROL, não só porque, por um lado, o doente parece estar a tomar doses muito elevadas destes medicamentos (valores de colesterol total e triglicerídeos muito inferiores aos valores de referência) mas também porque o valor de HDL se encontra simultaneamente baixo. Assim, considero que estes dois medicamentos são necessários, mas existe um RNM de inefetividade quantitativa. Não obstante, o EZETROL não é considerado um medicamento seguro uma vez que apresenta uma interação medicamentosa com ATORVASTATINA FARMOZ. De acordo com o Sifarma 2000, a toma conjunta de ezetimiba e atorvastatina aumenta o risco de rabdomiólise. Na realidade, as estatinas, sozinhas, têm sido apontadas como causadoras deste problema de saúde por mecanismos ainda não completamente esclarecidos. Pensa-se, no entanto, que na origem da rabdomiólise poderá estar a indução de apoptose celular.[63]. Adicionalmente, no RCM do EZETROL encontra-se a informação que após a comercialização deste medicamento foram reportados casos de rabdomiólise em doentes que estavam a tomar simultaneamente uma estatina. O mais curioso é que este medicamento quando tomado sozinho ou quando administrado juntamente com outros medicamentos potencialmente causadores de rabdomiólise, muito raramente levaram ao aparecimento desta patologia. [64] Parece existir, por isso, uma ligação entre a toma conjunta de EZETROL e de ATORVASTATINA FARMOZ. Assim, considero a ATORVASTATINA FARMOZ, um medicamento necessário e seguro, mas com um RNM de inefetividade quantitativa, o 39

52 EZETROL um medicamento necessário, com um RNM de inefetividade quantitativa e um PRM relacionado com a segurança e o XARELTO, um medicamento necessário (uma vez que o doente já teve um enfarte agudo do miocárdio e este atua como antitrombótico), eficaz e seguro. Para além dos conselhos relativos a um estilo de vida saudável e da adesão à terapêutica o Sr. JL foi aconselhado ir ao médico se sentir dor ou fraqueza muscular. Não obstante, devido ao facto do Sr. JL apresentar o valor de colesterol HDL um pouco baixo, este foi aconselhado a praticar exercício físico e a ter uma alimentação pobre em hidratos de carbono e gorduras insaturadas, por exemplo. Relativamente a possíveis alterações na dose destes medicamentos, não foi sugerido ao doente que falasse com o médico sobre essa mesma hipótese, uma vez que este efetuou novas análises destes estes parâmetros no dia 17 de julho e ficou de comparecer na farmácia com os resultados para fazer uma nova avaliação dos mesmos. Uma patologia que também preocupa o Sr. JL é a ansiedade, diagnosticada no ano de 2012, uma vez que esta afetava a sua qualidade de sono. Desde que começou a fazer farmacoterapia com SERTRALINA MYLAN 50 mg (Mylan, LDA.), esta patologia encontra-se controlada, dado que o doente consegue, atualmente, dormir bem e não manifesta sintomas de ansiedade. O Sr. JL cumpre a posologia prescrita, fazendo um comprimido de SERTRALINA MYLAN 50 mg ao jantar. Não obstante, este medicamento não apresenta interações medicamentosas com os restantes medicamentos e o Sr. JL não apresenta quaisquer sinais de reações adversas à sua toma sentindose bem com a medicação. Por esta razão, o medicamento é considerado seguro, não existindo PRMs/RNMs. Por último, mas não menos importante, o Sr. JL, no ano de 2015, começou a apresentar tremores, sintoma que está atualmente controlado através da toma de MYSOLINE 250 mg (Laboratórios Azevedos Indústria Farmacêutica, S.A.). A posologia prescrita pelo médico é de ¼ de comprimido ao jantar, posologia essa, que é cumprida rigorosamente pelo doente. Este é sem dúvida um medicamento necessário e eficaz (sendo que se trata de um medicamento anticonvulsivante), no entanto, podem existir alguns problemas associadas à sua segurança, na medida em que existe uma interação medicamentosa com a amlodipina (substância ativa presente no COVERAM ) PRM relacionado com a segurança. Segundo o Sifarma 2000, a premidona induz o metabolismo da enzima CYP3A4, enzima responsável pela metabolização da amlodipina. Assim, através da indução da enzima, ocorre uma possível redução das concentrações plasmáticas deste anti-hipertensivo, com consequente alteração dos valores de pressão arterial. No entanto, o Sr. JL não apresenta atualmente nenhum RNM (a pressão arterial encontra-se controlada), tendo por isso sido aconselhado a medir regularmente os níveis de pressão arterial. Não obstante, o doente foi ainda incentivado a questionar o médico sobre a origem destes tremores uma vez que nunca lhe foi dito o que poderá estar na origem deste sintoma. Durante uma das entrevistas de acompanhamento farmacoterapêutico fiquei a saber que o Sr. JL é seguido por quatro médicos distintos, sendo que normalmente, apenas dois fazem alterações na medicação deste doente. No entanto, salienta-se o facto de todos eles terem acesso aos dados do mesmo para evitar possíveis erros como, por exemplo, o de duplicação de medicação. 40

53 6. Conclusão O projeto do hipotiroidismo permitiu-me crescer enquanto farmacêutica e acompanhar de perto o estado de saúde de um utente da Farmácia da Maia. Apesar de só ter feito duas entrevistas com o Sr. JL, foram várias as vezes que falei com ele na Farmácia durante todo o período de estágio pelo que fui acompanhando, de perto, as suas dúvidas e preocupações. Sinto que o acompanhamento farmacoterapêutico é um serviço farmacêutico que deveria ser valorizado por toda a população e até mesmo implementado para ajudar os utentes a tirarem o máximo partido da medicação que fazem. Em suma, atribuo um balanço positivo a este projeto na medida em que ajudei a consciencializar o utente sobre uma patologia que ele desvalorizava, aumentado o conhecimento dele sobre a mesma. Não obstante, alertei ainda para cuidados a ter com a restante medicação e com a sua alimentação. Por fim, o panfleto sobre o hipotiroidismo foi também entregue a alguns utentes da Farmácia da Maia de forma a consciencializar e alertar os mesmos sobre alguns aspetos desta patologia. Projeto 3: O mundo dos suplementos alimentares 1. Introdução A nutrição pode ser definida como um processo biológico que engloba a digestão dos alimentos e posterior assimilação dos mesmos pelos tecidos, sendo que ocorre tanto em animais como em plantas. Durante o século XX, vários foram os cientistas que estiveram envolvidos na identificação dos nutrientes presentes nos alimentos, definindo recomendações nutricionais para a promoção da saúde.[65] Atualmente, sabe-se que a relação que existe entre a nossa saúde e a nossa alimentação é deveras complexa. Cerca de 63% de todas as mortes ocorridas no ano de 2008 ficaram a deverse a doenças crónicas, sendo que tanto o aparecimento como o desenvolvimento das mesmas estão intimamente relacionados com os desequilíbrios alimentares. Na verdade, é possível observar que uma grande parte da população apresenta uma alimentação desadequada, em que há um consumo energético muito superior ao necessitado e uma má seleção dos alimentos ingeridos. Por outro lado, existe também população que se encontra malnutrida. [66] Os suplementos alimentares, assumem desta forma, um papel crucial na sociedade moderna, podendo ser utilizados como um complemento à dieta. Estes podem ajudar a melhorar não só, a qualidade de vida das pessoas, como também, o seu bem-estar não sendo, no entanto, substitutos de uma alimentação equilibrada. [65] 2. Contextualização A Farmácia da Maia é uma farmácia especial, que aposta diariamente na indicação de suplementos alimentares. Aqui, é possível encontrar suplementos dos mais variados laboratórios e para os mais variados fins. 41

54 Uma das minhas maiores dificuldades durante o estágio foi, sem dúvida, familiarizar-me com toda esta panóplia de suplementos alimentares e saber indicá-los aos nossos utentes. Não obstante, constatei ao longo desta etapa da minha formação, que é muito importante falar com os utentes durante o atendimento, para encontrar as suas necessidades e, à posteriori, ter o conhecimento necessário para selecionar o suplemento que melhor se adequa a cada um deles. Desta forma, decidi fazer um levantamento de todos os suplementos alimentares que existem na Farmácia da Maia e organizá-los em tabela, para que seja mais fácil a toda a equipa e futuros colaboradores/estagiários selecionar e indicar o suplemento alimentar mais adequado para cada utente. Todas as informações das tabelas foram retiradas de catálogos, panfletos e websites dos respetivos suplementos alimentares. 3. Os suplementos alimentares Os suplementos alimentares são considerados géneros alimentícios que visam complementar e/ou suplementar a alimentação de um determinado indivíduo. Estes não são mais do que nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico que se encontram de forma concentrada em formas doseadas como por exemplo cápsulas, comprimidos, ampolas, entre outras. Todos os suplementos alimentares devem ser consumidos em reduzidas quantidades e não são substitutos de uma alimentação equilibrada. Assim, de forma geral os suplementos têm como principal objetivo manter e/ou otimizar a homeostasia do nosso organismo, divergindo dos medicamentos. Os medicamentos, contrariamente aos suplementos alimentares, apresentam na sua constituição uma substância ou um conjunto de substâncias, e apresentam capacidades curativas e/ou preventivas, tanto de doenças como dos seus sintomas. Não obstante, os medicamentos apresentam uma ação farmacológica, imunológica ou até mesmo metabólica, cujo o fim último é recuperar e defender a homeostasia do nosso organismo. [67] Os suplementos alimentares podem ser divididos em três grupos distintos: o grupo das vitaminas e dos minerais (onde constam por exemplo, a vitamina D e o cálcio), o grupo das plantas e dos extratos botânicos (onde podemos encontrar, por exemplo, suplementos com Aloe vera ou Ginkgo biloba) e o grupo das outras substâncias. Neste último grupo é possível encontrar três categorias diferentes de suplementos alimentares, nomeadamente a categoria das fibras e dos probióticos (de que fazem parte suplementos constituídos por Lactobacilus acidophilus, por exemplo), a categoria dos ácidos gordos essenciais (como o ácido eicosapentaenóico) e a categoria dos aminoácidos e das enzimas (como a coenzima Q10).[68] De acordo com o Decreto-Lei nº118/2015, os suplementos alimentares devem obedecer a inúmeras especificações para poderem ser comercializados. No que aos rótulos das embalagens concerne, as especificações são bastante claras ao ditarem que informações como a quantidade de nutrientes ou substâncias com efeito nutricional (referentes à toma diária), devem estar sempre indicadas. Não obstante, todos os rótulos devem também conter informações relativas às quantidades de vitaminas e minerais (em percentagem relativamente aos valores de referência) e uma alusão às substâncias que caraterizam o produto. Adicionalmente, os rótulos devem ainda 42

55 conter informação acerca de qual a toma diária, para além de algumas advertências. Estas advertências visam informar que os suplementos alimentares não dever ser usados como um substituto de uma alimentação variada e equilibrada, e que não devem ser tomados em doses superiores às recomendadas. Nos rótulos é ainda possível encontrar a informação que os suplementos alimentares devem ser guardados longe do alcance das crianças. É ainda importante realçar que as embalagens devem apresentar Suplemento Alimentar escrito nas mesmas de modo a não haver nenhum equívoco na classificação do produto em causa. Por outro lado, as embalagens não podem fazer nenhuma alusão a propriedades curativas de patologias humanos, nem de propriedades profiláticas ou de tratamento. [69] Em Portugal, a entidade encarregue pela definição, execução e avaliação das politicas relacionadas com segurança alimentar é Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), enquanto que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) é responsável por fiscalizar se todas as normas relativas aos suplementos alimentares estão a ser cumpridas.[67] Um aspeto curioso relacionado com os suplementos alimentares é que para a sua introdução no mercado não é necessário apresentar ensaios de segurança, mas sim enviar uma notificação à DGAV. É também esta entidade que, em Portugal, é responsável pela análise das reações adversas reportadas através de um formulário para o devido efeito.[68] 4. Organização dos suplementos alimentares em tabela Os suplementos alimentares foram organizados numa tabela constituída por três colunas (Anexo J). Na primeira coluna é possível encontrar o nome de cada suplemento alimentar assim como o laboratório e os principais compostos e respetivas quantidades existentes na formulação. A segunda coluna diz respeito à indicação terapêutica de cada suplemento alimentar, onde toda a informação foi disponibilizada em forma de tópicos para facilitar a consulta rápida. Por último, a terceira coluna diz respeito à posologia de cada suplemento. No total constam na tabela 58 suplementos alimentares. 5. Conclusão Através da elaboração das tabelas foi-me permitido sistematizar as indicações e respetivas posologias dos suplementos alimentares que existiam na Farmácia da Maia. Não obstante, a elaboração das mesmas, despertou em mim uma farmacêutica mais responsável, na medida em que me permitiram aconselhar suplementos alimentares de forma mais consciente e personalizada a cada utente. As referidas tabelas, encontram-se agora disponíveis na Farmácia da Maia para que possam ser consultadas, de forma rápida, por todos os elementos da equipa, em caso de dúvidas tanto na indicação como na posologia. 43

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61 ANEXOS 49

62 Anexo A Fotografia do exterior da Farmácia da Maia. Figura A1 Fotografia do exterior da Farmácia da Maia. 50

63 Anexo B Fotografias do interior da Farmácia da Maia. Figura B1 Fotografia da zona de atendimento da Farmácia da Maia. Figura B2 Fotografia de alguns lineares da Farmácia da Maia. 51

64 Figura B3 Fotografia do Gabinete 1 de boas práticas da Farmácia da Maia. Figura B4 Fotografia do Gabinete 2 de boas práticas da Farmácia da Maia. 52

65 Figura B5 Fotografia da zona de receção de encomendas da Farmácia da Maia. Figura B6 Fotografia do laboratório de manipulados da Farmácia da Maia. 53

66 Figura B7 Fotografia das gavetas de arrumação de medicamentos da Farmácia da Maia. Figura B8 Fotografia do rombic da Farmácia da Maia. 54

67 Figura B9 Fotografia do frigorífico de frio seco da Farmácia da Maia. 55

68 Anexo C Apresentações Orais Anexo C1 Apresentação intitulada Os Inibidores da Bomba de Protões OS INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES (IBP) FARMÁCIA DA MAIA ATUALIZAÇÃO SOBRE O USO RACIONAL DOS INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES Esomeprazol INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Lansoprazol Associação com antibióticos para irradicação da bactéria Helicobacter pylori Omeprazol Estados de hipersecreção gástrica Pantoprazol Tratamento de refluxo gastro-esofágico Rabeprazol Tratamento com AINES Úlcera Péptica Jéssica Figueiredo Março, A SECREÇÃO DE ÁCIDO GÁSTRICO A SECREÇÃO DE ÁCIDO GÁSTRICO Célula Parietal Célula Parietal K+ H+ ClLúmen Gástrico Membrana Celular Célula Parietal ATP ADP + Pi H+ H2CO3 2 O MECANISMO DE AÇÃO DOS IBP K+ 3 OS RISCOS ASSOCIAOS AOS IBP K+ H+ Cl- A toma prolongada deste tipo de medicamentos está associada a: Lúmen Gástrico Redução da acidez gástrica do estômago Membrana Celular Célula Parietal ATP ADP + Pi H+ Aumento da incidência de Pneumonia Aumento da incidência de doenças associadas a Clostridium difficile Aumento da incidência de doenças associadas a Salmonella sp. Aumento da incidência de doenças associadas a Campylobacter sp. Risco aumentado de deficiência em vitamina B12 Osteoperose K+ H2CO3 Estes medicamentos têm uma maior eficácia quando administrados 30 a 60 minutos antes das refeições. 4 OS EFEITOS ADVERSOS DOS IBP MIALGIA INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Esomeprazol e Lansoprazol TONTURAS CEFALEIAS ERUPÇÃO CUTÂNEA PERTURBAÇÕES GASTRINTESTINAS PRURIDO URTICÁRIA XEROSTOMIA INFEÇÕES 5 FENITOÍNA VARFARINA DIAZEPAM DIGOXINA CETOCONAZOL CONTRACETIVOS ORAIS Aumento da concentração por inibição da metabolização hepática pela CYP450 Diminuição da absorção por aumento do ph do estômago Diminuição da eficácia através da aceleração da metabolização FADIGA

69 CONTRAINDICAÇÕES SOBREUTILIZAÇÃO DOS IBP Doentes com insuficiência hepática Idosos 120 % 6.8M Grávidas e lactantes Crianças MNSRM: Omeprazol (10/ 20 mg), Pantoprazol (20 mg), Esomeprazol (20 mg) 8 9 O NOSSO PAPEL Tentar encontrar possíveis medicamentos que sejam a causa dos sintomas dispépticos do doente. EX:. AAS O NOSSO PAPEL Informar que o alívio dos sintomas só ocorre 24 horas depois do início do tratamento. Informar para que patologia está indicado o medicamento bem como a duração do tratamento, a dose e os riscos associados. Informar que o efeito máximo só ocorre 3/4 dias após o início do tratamento. Informar sobre a possibilidade de interações medicamentosas com outros medicamentos que o doente tome. Alertar para a importância de uma alimentação saudável com redução do consumo de álcool e de café. Alertar para a cessação tabágica. Manifestações de sintomas graves ou persistentes devem ser remetidas para o médico FARMÁCIA DA MAIA ATUALIZAÇÃO SOBRE O USO RACIONAL DOS INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES Jéssica Figueiredo Março,

70 Anexo C2 Apresentação intitulada Os Antialérgicos Mais Vendidos na Farmácia da Maia Os Sintomas O Tratamento Os sintomas dependem do tipo de alergia. Evitar o contato com o alergénio TOSSE Fármacos Imunoterapia URTICÁRIA ECZEMA OS MAIS VENDIDOS NA FARMÁCIA DA MAIA CONGESTÃO NASAL Emb PRURIDO Emb Levocetirizina Xyzal Maleato de Dimetindeno Fenistil Emb 144 Emb Emb CORRIMENTO NASAL LACRIMEJO CHOQUES ANAFILÁTICOS ESPIRROS Desloratadina Aerius FALTA DE AR Cetirizina Zyrtec 4 Os Anti-histamínicos Bilastina Bilaxten 5 Os Anti-histamínicos Anti-histamínicos H1 de primeira geração Anti-histamínico Membrana da célula alvo A Desloratadina, a Cetirizina, a Levocetirizina, o Maleato de Dimetindeno e a Bilastina são anti-histamínicos H1 de segunda geração. 6 Anti-histamínicos H1 de segunda geração - Geralmente administrados 3/4 vezes por dia - Geralmente administrados 1/2 vezes por dia - Passam a barreira hematoencefálica - Dificilmente passam a barreira hematoencefálica - Causam sedação - Raramente causam sedação - Dose letal identificada em crianças e latentes - Não há relato de morte por sobredosagem 7 58

71 Comparação entre anti-histamínicos DESLORATIDINA CETRIRIZINA LEVOCETIRIZINA MALEATO DE BILASTINA (5 mg) (10 mg) (5 mg) DIMETINDENO (20 mg) -Rinite Alérgica -Rinite Alérgica -Rinite Alérgica -Rinite Alérgica -Rinite Alérgica INDICAÇÃO -Urticária -Urticária -Urticária -Urticária -Urticária -Adultos e -Adultos e -Adultos e -Adultos e -Adultos e adolescentes com adolescentes adolescentes com crianças com adolescentes com POSOLOGIA mais de 12 anos: com mais de 12 mais de 12 anos: mais de 6 anos: 1 mais de 12 anos: gotas 3x ao anos: 1 comp/dia 1 comp/dia comp/dia 1 comp/dia dia -Cefaleias -Fadiga -Fadiga REAÇÕES -Cefaleias -Sonolência -Tonturas -Cefaleias -Cefaleias ADVERSAS MAIS -Xerostomia -Nervosismo -Xerostomia -Sonolência -Sonolência FREQUENTES -Fadiga -Cansaço -Dor abdominal -Xerostomia -Sonolência Uma alternativa Contém Ácido α-linolénico, Ácido Rosmarínico e Luteolína. Atua como um antioxidante e como um anti-inflamatório natural. Ajuda no alívio de sintomas associados às alergias (espirros, urticária, irritação ocular, rinorreia). Pode ser utilizado em grávidas, lactantes e crianças. -Grávidas -Grávidas -Grávidas -Lactantes -Lactantes -Lactantes CONTRAINDICADO -Doentes com -Doentes com -Doentes com insuficiência renal insuficiência renal insuficiência renal -Grávidas -Lactantes -Toma conjunta com alguns medicamentos como os antidepressivos -Grávidas -Lactantes -Toma conjunta com alguns medicamentos como o cetoconazol -Doentes com 8 insuficiência renal Posologia: Adultos: 2 cápsulas por dia ou de acordo com a indicação. Bebés e Crianças (até 3 anos): 1 cápsula duas vezes por dia. Crianças com mais de 3 anos: 1 cápsula, três vezes ao dia durante quatro dias. Depois, 1 cápsula duas vezes ao dia. 9 Um antialérgico para os cães Mecanismo de Ação APOQUEL Oclacitinib Maleato de oclacitinib Tratamento da dermatite alérgica JAK1 JAK3 Tratamento da dermatite atópica Citocinas Pró-Inflamatórias 10 Alguns Efeitos Adversos FARMÁCIA DA MAIA Diarreia Perda de apetite Antialérgicos Vómitos Fraqueza Sede Excessiva Nódulos cutâneos Jéssica Figueiredo - Maio,

72 Anexo C3 Apresentação intitulada Uma Comparação entre 4 Suplementos para Emagrecer AdelgaSlim Rapid Garcinia Cambogia Plus Indicação Terapêutica Redução da gordura abdominal. Redução do peso. Redução da circunferência abdominal. Impede a acumulação de gordura. Posologia 2 cápsulas 2 vezes ao dia, de preferência durante as refeições principais. Principais Constituintes e suas funções Crómio Regula os níveis de glucose do sangue, por aumentar a sensibilidade à insulina. Colina Promove a metabolização dos lípidos, impedindo a sua deposição nos tecidos. Garcinia Com HCA que é responsável por inibir a ATP-citrato-liase (importante na síntese de ácidos gordos). Diminui o apetite. Indicação Terapêutica Ajuda a controlar o apetite. Aumenta a sensação de saciedade. Posologia 2 comprimidos antes do almoço e 2 comprimidos antes do jantar. Ajuda a perder de peso. Aumenta a metabolização da gordura. Delicaslim Principais Constituintes e suas funções Punica granatum Com polifenóis (antioxidantes) que apresentam capacidade de atenuar a oxidação do LDL e a formação de aterosclerose. Wakame Com fucoxantina, que ajuda na redução do peso por induzir a expressão de UCP-1 no tecido adiposo (essencial para o processo de termogénese). Indicação Terapêutica Ajuda a perder peso. Diminui a gordura corporal. Oenobiol Remodelant Principais Constituintes e suas funções Arginina (150 mg) Aumenta a produção endotelial de NO. CLA (1,8 g) Aumenta a taxa metabólica e a lipólise. Crómio (25 µg) Regula os níveis de glucose do sangue, por aumentar a sensibilidade à insulina. Indicação Terapêutica Ajuda a eliminar as gorduras localizadas. Efeito adelgaçante. Posologia 1 cápsula de manhã acompanhada por água. Posologia 2 cápsulas, 3 vezes ao dia. 60

73 GARCINIA CAMBOGIA PLUS ADELGASLIM RAPID OENOBIOL Comparação UMA ALTERNATIVA NO MERCADO Grande parte da informação supracitada carece de evidências científicas. Principais Constituintes e suas funções Punica Poso. CAR CRÓMIO COLINA GARCINIA GUARANÁ MONURIL CARALLUMA ALCACHO. WAKAME CLA ARGI. granat Dis DELICASLIM mg 300 mg 1 100% fibras naturais de cenoura, maçã e aveia O complexo patenteado incha no estômago e é capaz de se ligar a algumas gorduras e hidratos de carbono, sendo depois naturalmente eliminados. 40 µg 82,5mg 1664mg Indicação Terapêutica Capta as gorduras alimentares. 40 µg 85,5 mg mg 400 mg 500 mg 200 mg Capta os açúcares. Reduz a absorção de calorias. REMODELANT 25 µg ,8 g 150 mg 6 Posologia 1 cápsula antes do almoço e uma cápsula antes do jantar. UM DISPOSTIVO MÉDICO PARA EMAGRECER FARMÁCIA DA MAIA Suplementos para emagrecer Jéssica Figueiredo - Junho,

74 Anexo D Inquérito de avaliação do conhecimento Inquérito Este questionário pretende avaliar o conhecimento que os utentes da Farmácia da Maia têm sobre patologias como a diabetes, a pressão arterial e o colesterol. O questionário é constituído por 15 questões de escolha múltipla e tem uma duração aproximada de 5 minutos. Todas as respostas são anónimas e posteriormente utilizadas para dados estatísticos. Agradeço a sua colaboração. *Obrigatório 1. Idade: * Menos de 20 anos Entre os 20 e os 40 anos Entre os 41 e os 60 anos Mais de 60 anos 2. Género: * Masculino Feminino 3. Quantos tipos de diabetes existem? 1 2 Mais que 2 4. O diagnóstico da diabetes pode ser feito através: Análises ao sangue e à urina Uma prova de esforço As duas anteriores 5. Em jejum, o valor máximo da glicémia deve ser inferior a: 100 mg/dl 140 mg/dl 200 mg/dl 62

75 6. Um doente diabético deve ter especial atenção: A cortes e arranhões Ao aumento do peso As duas anteriores 7. Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial controlados e sem sintomas pode parar a medicação? Sim Não 8. Um doente hipertenso deve ter cuidado com: A quantidade de sal A quantidade de gordura As duas anteriores 9. O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: Pressão arterial diastólica Pressão arterial sistólica 10. Um doente hipertenso deve fazer: Caminhadas Musculação As duas anteriores 11. Os valores de referência para a pressão arterial estão compreendidos entre: 80 mmhg 110 mmhg 80 mmhg 120 mmhg 90 mmhg 140 mmhg 63

76 12. O colesterol: Existe naturalmente no nosso organismo Vem unicamente da nossa alimentação 13. O colesterol elevado pode provocar sintomas como: Sede e vontade de urinar Pode não provocar sintomas As duas anteriores 14. Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol? Atividade física Excesso de peso Hereditariedade, atividade física e excesso de peso Nenhuma das anteriores 15. Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver parâmetros como: Colesterol HDL Colesterol LDL Colesterol total As três anteriores 64

77 Anexo E Resultados do inquérito de avaliação do conhecimento Resultados Totais (não discriminam género ou idade) Diabetes: Quantos tipos de diabetes existem? O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de: 10% 42% 2% 46% 1 2 Mais de 2 29% 2% 2% 67% Análise ao sangue e à urina Prova de esforço As duas anteriores Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a: Um doente diabético deve ter especial atenção: 10% 11% 36% 2% 52% 100 mg/dl 140 mg/dl 200 mg/dl 77% 0% 12% Cortes e arranhões Aumento de peso As duas anteriores 65

78 Hipertensão Arterial: Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial controlados e sem sintomas pode parar a medicação? Um doente hipertenso deve ter cuidado com: 8% 0% 92% Sim Não 73% 0% 27% 0% A quantidade de sal A quantidade de gordura As duas anteriores O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: 21% 46% 33% Pressão Arterial Sistólica Pressão Arterial Diastólica 21% 2% 0% 77% Caminhada Musculação As duas anteriores Os valores de referência para a pressão arterial estão compreendidos entre: 19% 4% 21% 80 e 110 mmhg 56% 80 e 120 mmhg 90 e 140 mmhg 66

79 Hipercolesterolemia: O colesterol: O colesterol elevado pode provocar sintomas como: 33% 2% 65% Existe naturalmente no nosso organismo Vem unicamente da nossa alimentação 46% 8% 11% 35% Sede e vontade de urinar Pode não provocar sintomas As duas anteriores Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol? Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver parâmetros como: 2% 4% 2% 25% 67% Actividade física Excesso de peso Hereditariedade, Actividade física e Excesso de peso 71% 6% 6% 9% 8% Colesterol HDL Colesterol LDL Colesterol Total Nenhuma das anteriores Todas as anteriores 67

80 Resultados por género Diabetes: Género Feminino Quantos tipos de diabetes existem? Género Masculino Quantos tipos de diabetes existem? 10% 2% 8% 0% 40% 48% 1 2 Mais de 2 50% 42% 1 2 Mais de 2 O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de: O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de: 2% 23% 3% 72% Análise ao sangue e à urina Prova de esforço As duas anteriores 50% 0% 0% 50% Análise ao sangue e à urina Prova de esforço As duas anteriores Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a: Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a: 2% 13% 0% 30% 55% 100 mg/dl 140 mg/dl 58% 42% 100 mg/dl 140 mg/dl 200 mg/dl 200 mg/dl 68

81 Um doente diabético deve ter especial atenção: Um doente diabético deve ter especial atenção: 7% 0% 10% Cortes e arranhões 0% 25% Cortes e arranhões 83% Aumento de peso 58% 17% Aumento de peso As duas anteriores As duas anteriores Hipertensão Arterial: Género Feminino Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial controlados e sem sintomas pode parar a medicação? Género Masculino Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial controlados e sem sintomas pode parar a medicação? 10% 0% 0% Sim Sim 90% Não 100% Não Um doente hipertenso deve ter cuidado com: Um doente hipertenso deve ter cuidado com: 8% 0% 32% A quantidade de sal 0% 0% A quantidade de sal 68% 0% A quantidade de gordura As duas anteriores 92% A quantidade de gordura As duas anteriores 69

82 O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: 25% 43% 32% Pressão Arterial Sistólica Pressão Arterial Diastólica 58% 8% 34% Pressão Arterial Sistólica Pressão Arterial Diastólica O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: 18% 2% 0% Caminhada 33% 0% Caminhada 80% Musculação 0% 67% Musculação As duas anteriores As duas anteriores Os valores de referência para a pressão arterial estão compreendidos entre: Os valores de referência para a pressão arterial estão compreendidos entre: 2% 20% 18% 60% 80 e 110 mmhg 80 e 120 mmhg 90 e 140 mmhg 17% 8% 33% 42% 80 e 110 mmhg 80 e 120 mmhg 90 e 140 mmhg 70

83 Hipercolesterolemia: Género Feminino O colesterol: Género Masculino O colesterol: 35% 2% 63% Existe naturalmente no nosso organismo 0% 25% 75% Existe naturalmente no nosso organismo Vem unicamente da nossa alimentação Vem unicamente da nossa alimentação O colesterol elevado pode provocar sintomas como: O colesterol elevado pode provocar sintomas como: 7% 8% 43% 10% 40% Sede e vontade de urinar Pode não provocar sintomas 58% 17% 17% Sede e vontade de urinar Pode não provocar sintomas As duas anteriores As duas anteriores Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol? Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol? 0% 3% 2% 23% Actividade física Excesso de peso 0% 8% 34% Actividade física Excesso de peso 70% Hereditariedade, Actividade física e Excesso de peso 58% Hereditariedade, Actividade física e Excesso de peso Nenhuma das anteriores Nenhuma das anteriores 71

84 Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver parâmetros como: Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver parâmetros como: 7% 5% 0% 8% 75% 10% 3% Colesterol HDL Colesterol LDL 59% 25% 8% Colesterol HDL Colesterol LDL Colesterol Total Colesterol Total 72

85 Resultados por faixa etária Diabetes: Menos de 41 anos Quantos tipos de diabetes existem? Mais de 40 anos Quantos tipos de diabetes existem? 45% 0% 55% 1 2 Mais de 2 41% 15% 3% 41% 1 2 Mais de 2 O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de: O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de: 0% 3% 30% Análise ao sangue e à urina 28% Análise ao sangue e à urina 0% 70% Prova de esforço 3% 66% Prova de esforço As duas anteriores As duas anteriores Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a: Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a: 3% 35% 0% 65% 100 mg/dl 140 mg/dl 16% 37% 44% 100 mg/dl 140 mg/dl 200 mg/dl 200 mg/dl 73

86 Um doente diabético deve ter especial atenção: Um doente diabético deve ter especial atenção: 5% 16% 0% 20% Cortes e arranhões 0% 6% Cortes e arranhões 75% Aumento de peso 78% Aumento de peso As duas anteriores As duas anteriores Hipertensão Arterial: Menos de 41 anos Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial controlados e sem sintomas pode parar a medicação? Mais de 40 anos Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial controlados e sem sintomas pode parar a medicação? 0% 0% 12% Sim Sim 100% Não 88% Não Um doente hipertenso deve ter cuidado com: Um doente hipertenso deve ter cuidado com: 0% 20% 0% A quantidade de sal 0% 31% A quantidade de sal 80% A quantidade de gordura 69% 0% A quantidade de gordura As duas anteriores As duas anteriores 74

87 O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: 0% 15% 85% Pressão Arterial Sistólica Pressão Arterial Diastólica 25% 22% 53% Pressão Arterial Sistólica Pressão Arterial Diastólica Um doente hipertenso deve fazer: Um doente hipertenso deve fazer: 0% 0% 0% 15% Caminhada 25% Caminhada 85% Musculação 3% 72% Musculação As duas anteriores As duas anteriores Os valores de referência para a pressão arterial normal podem ser: Os valores de referência para a pressão arterial normal podem ser: 0% 15% 15% 80 e 110 mmhg 22% 6% 25% 80 e 110 mmhg 70% 80 e 120 mmhg 90 e 140 mmhg 47% 80 e 120 mmhg 90 e 140 mmhg 75

88 Hipercolesterolemia: Menos de 41 anos O colesterol: Mais de 40 anos O colesterol: 0% 5% 95% Existe naturalmente no nosso organismo Vem unicamente da nossa alimentação 50% 3% 47% Existe naturalmente no nosso organismo Vem unicamente da nossa alimentação O colesterol elevado pode provocar sintomas como: O colesterol elevado pode provocar sintomas como: 0% 45% 5% 50% Sede e vontade de urinar Pode não provocar sintomas 47% 12% 16% 25% Sede e vontade de urinar Pode não provocar sintomas As duas anteriores As duas anteriores Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol? Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol? 0% 0% 0% 10% Actividade física 6% 3% Actividade física 90% Excesso de peso Hereditariedade, Actividade física e Excesso de peso 53% 35% Excesso de peso Hereditariedade, Actividade física e Excesso de peso Nenhuma das anteriores Nenhuma das anteriores 76

89 Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver parâmetros como: Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver parâmetros como: 0% 0% 9% 9% 85% 15% 0% Colesterol HDL Colesterol LDL Colesterol Total 63% 16% 3% Colesterol HDL Colesterol LDL Colesterol Total Todas as anteriores Todas as anteriores 77

90 Anexo F Panfleto informativo relativo à diabetes, hipertensão arterial e colesterol elevado. Página 1: 78

91 Página 2: 79

92 Anexo G Cartaz do Rastreio Cardiovascular FARMÁCIA DA MAIA RASTREIO CARDIOVASCULAR GLICÉMIA & PRESSÃO ARTERIAL CHECK-UP GRATUITO 17, 18, 19 e 20 DE MAIO 80

93 Anexo H Panfleto informativo relativo ao hipotiroidismo. Página 1: O Diagnóstico O diagnóstico do hipotiroidismo pode ser feito através de análises ao sangue, onde é possível determinar a quantidade tanto de T4 como de TSH. De forma geral, quando os valores de TSH se encontram aumentados e os valores de T4 estão diminuídos ou dentro dos limites de referência estamos perante um caso de hipotiroidismo primário. Por outro lado, se valores de TSH estiverem a baixo dos valores de referência, ou até mesmo dentro do intervalo, e a T4 estiver diminuída estamos perante hipotiroidismo central. Valores de referência: TSH: 0,4-8,9 mu/l O Tratamento O tratamento do hipotiroidismo pode ser feito com recurso a medicação, com o objectivo de aumentar os níveis de T4. Normalmente o tratamento inicia-se com a dose mais baixa, aumentando gradualmente até os níveis de T4 atingirem os valores de referência. Tem alguma dúvida sobre esta patologia? Não hesite, contacte o seu farmacêutico! Farmácia da Maia Hipotiroidismo T4 livre: 0,7 ng/dl- 1,8 ng/dl T4 total: 5,4 µg/dl - 11,5 µg/dl Estes valores são diferentes para mulheres grávidas, bebés, crianças e idosos. Farmácia da Maia A nossa equipa a cuidar de si. Página 2: A Tiroide O Hipotiroidismo Os Sintomas A tiroide é uma glândula constituída por 2 lobos, estando os mesmos localizados na porção anterior do pescoço. Esta glândula endócrina é responsável pela produção das hormonas triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), De forma muito simples, o hipotiroidismo não é mais do que uma doença de cariz endócrino em que existe uma deficiência de hormonas da tiróide, a T3 e a T4. Esta patologia pode ser classificada em: Queda de cabelo Dificuldade em concentrar Depressão que contêm iodo na sua constituição. Adicionalmente, as células C da tiroide são responsáveis pela produção de calcitonina, que funciona como um regulador da Hipotiroidismo Primário: quando há uma desordem na tiroide que leva à diminuição da síntese e da secreção de T3 e T4. Bócio Diminuição da frequência cardíaca homeostasia do cálcio no nosso organismo. Hipotiroidismo Central: quando há uma desordem na glândula pituitária ou no hipotálamo, que resulta numa diminuição da secreção de hormona estimulante da tiroide (TSH), levando a uma diminuição das Infertilidade e alterações no ciclo menstrual Obstipação hormonas da tiroide. As Causas Aumento de peso Pele seca Lobo direito da tiroide Lobo esquerdo da tiroide O hipotiroidismo pode ter origem auto-imune mas também pode surgir de cirurgias à tiroide, tratamentos de radioterapia (na cabeça e Fadiga Intolerância ao frio pescoço), medicamentos para o hipertiroidismo ou até mesmo medicamentos com lítio. Adicionalmente, o hipotiroidismo também pode surgir de uma deficiência em iodo. 81

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