FARMÁCIA CONCEIÇÃO FABIANA FILIPA GRADIM RUIVO

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1 FARMÁCIA CONCEIÇÃO FABIANA FILIPA GRADIM RUIVO

2 Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas Relatório de Estágio Profissionalizante Farmácia Conceição novembro de 2017 a março de 2018 Fabiana Filipa Gradim Ruivo Orientadora: Dra. Isabel Ferreira Tutora FFUP: Prof.ª Dra. Glória Queiróz Abril de 2018

3 Declaração de Integridade Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico. Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 2 de Abril de 2018 Fabiana Filipa Gradim Ruivo

4 AGRADECIMENTOS A todos os que fizeram parte deste meu percurso académico e me ajudaram a enriquecer, tanto a nível profissional como a nível pessoal, deixo o meu mais sincero e profundo agradecimento: À Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e à Comissão Orientadora de Estágios, por me terem acolhido durante os últimos cinco anos e contribuírem para a minha formação profissional, dando-me a oportunidade de me tornar farmacêutica. À Dra. Isabel Ferreira, ao Dr. Nuno Lages e ao Dr. Alberto Mesquita, por tão bem me terem recebido na Farmácia Conceição, por me darem a conhecer e me permitirem desempenhar algumas funções do farmacêutico comunitário. Por último, mas não menos importante, à minha família e ao Orlando, pois a vós devo o maior dos agradecimentos. Foram cinco anos com algumas pedras no caminho, mas que com o vosso apoio consegui caminhar em frente, sem nunca desistir, pois sempre demonstraram confiança e orgulho em mim, mesmo quando não me sentia capaz. A vossa companhia e as vossas palavras foram, e serão, o meu maior conforto. A todos, o meu muitíssimo obrigada!

5 ÍNDICE Parte 1 Pág. 1. Estágio profissionalizante Farmácia Conceição Direção técnica, localização e horário de funcionamento Composição, função e gestão dos recursos humanos Equipa profissional Sistema Kaizen Espaço físico Perfil de utente Sistema informático Fontes de informação.5 3. Gestão farmacêutica Gestão de stocks Gestão de encomendas Critérios de aquisição, fornecedores e grupos de compras Receção, conferência e armazenamento de encomendas Controlo dos prazos de validade e devoluções aos fornecedores Aconselhamento e dispensa de medicamentos e produtos de saúde Medicamentos sujeitos a receita médica Receita médica Validação e dispensa da prescrição Entidade de comparticipação Conferência do receituário Faturação do receituário Informações a transmitir à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde Medicamentos não sujeitos a receita médica Outros produtos de saúde Produtos cosméticos e de higiene corporal Fitoterapia Suplementos alimentares Homeopatia Medicamentos e outros produtos de uso veterinário Dispositivos médicos 18

6 Produtos de obstetrícia, puericultura e nutrição infantil Produção e controlo de medicamentos Medicamentos manipulados Prestação de cuidados de saúde Determinação da pressão arterial Determinação de parâmetros bioquímicos no sangue capilar: glicémia, colesterol total, triglicerídeos e ácido úrico VALORMED..21 Parte 2 1. Atividades desenvolvidas no âmbito do estágio profissionalizante Reorganização das gavetas de armazenamento de medicamentos Estratégias de Marketing Adesão à rede social Facebook Execução da montra de Natal Reestruturação e otimização do processo de reservas Projetos de educação para a saúde Comunicação oral para a comunidade idosa e folheto informativo com o tema Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento Enquadramento Objetivos da comunicação oral e do folheto informativo Principais doenças orais nos idosos Fatores de risco para o aparecimento de doenças orais no idoso Cuidados orais a ter com os dentes naturais Cuidados de higiene oral com as próteses dentárias Uso de fixadores de próteses Medidas não farmacológicas aplicadas na sensação de boca seca Comunicação oral e folheto informativo Métodos e resultados Folheto informativo e inquérito para a população de utentes da Farmácia Conceição sobre Desparasitação animal Enquadramento Objetivos do folheto informativo e do inquérito Importância da desparasitação e parasitas mais comuns Desparasitação interna de animais de companhia.34

7 Desparasitação externa de animais de companhia Folheto informativo e inquérito Métodos e resultados.35 Conclusão..37 Referências bibliográficas Anexos 43

8 RESUMO O estágio profissionalizante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas proporciona ao estudante o contacto com a realidade profissional, tanto na área da farmácia comunitária como na farmácia hospitalar, o que permite ao estudante passar da teoria à prática. O farmacêutico comunitário é um dos profissionais de saúde mais próximo dos utentes, e que tem como funções assegurar a qualidade, eficácia e segurança e promover o uso correto dos medicamentos, aplicando as boas práticas em farmácia comunitária e sendo responsável pela educação para a saúde da população. No presente relatório descrevo as atividades desenvolvidas no estágio profissionalizante que realizei na Farmácia Conceição, no período de 2 de novembro a 2 de março, sob orientação da Dra. Isabel Ferreira. Este relatório encontra-se dividido em duas partes, a primeira consiste na descrição das atividades gerais desenvolvidas em farmácia comunitária, e a segunda na apresentação das atividades e projetos desenvolvidos durante o estágio, cujos temas são Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento e Desparasitação animal, sendo referida a sua contextualização, os seus objetivos, como foi desenvolvido e o impacto desses projetos na farmácia e na comunidade. i

9 LISTA DE ABREVIATURAS CD DE DI FC MNSRM MPS PA PD PV PVP RA SNS Cárie(s) dentária(s) Desparasitação externa Desparasitação interna Farmácia Conceição Medicamento não sujeito a receita médica Medicamentos e produtos de saúde Pressão arterial Prótese(s) dentária(s) Prazo(s) de validade Preço de venda ao público Reações adversas Serviço Nacional de Saúde ii

10 LISTA DE ANEXOS Pág. Anexo 1 Cronograma das atividades desenvolvidas, durante o estágio profissionalizante, na Farmácia Conceição...43 Anexo 2 Quadros do Kaizen Anexo 3 Aparência exterior da Farmácia Conceição 45 Anexo 4 Apresentação utilizada de suporte na comunicação oral Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento...46 Anexo 5 Apresentação utilizada de suporte na comunicação oral Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento (continuação)...47 Anexo 6 Público alvo da comunicação oral Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento...48 Anexo 7 Folheto informativo sobre Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento Anexo 8 Inquérito realizado na Farmácia Conceição sobre Desparasitação animal.50 Anexo 9 Resultados do inquérito realizado aos donos de cães.51 Anexo 10 Resultados do inquérito realizados aos donos de gatos 52 Anexo 11 Folheto informativo sobre Desparasitação animal.53 iii

11 PARTE 1 1. Introdução O percurso académico do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Porto, culmina na realização do estágio profissionalizante, que proporciona aos estudantes uma proximidade com a realidade profissional, e permite que estes adquiram as competências necessárias ao exercício da atividade farmacêutica. O estágio profissionalizante em farmácia comunitária pode ter a duração de 4 ou 6 meses, dependendo da realização, ou não, de estágio em farmácia hospitalar, respetivamente. O meu estágio profissionalizante foi realizado na Farmácia Conceição (FC), sob orientação da farmacêutica e diretora técnica Dra. Isabel Ferreira, e decorreu de 2 de novembro a 2 de março, de segunda a sexta-feira, no horário das 9:00 h às 12:00 h e das 14:00 h às 19:00 h. As atividades e funções desempenhadas, bem como os projetos desenvolvidos encontram-se mencionados no Anexo Farmácia Conceição A Farmácia Conceição iniciou a sua atividade em 1952 e, atualmente, serve, maioritariamente, os cidadãos de Silvalde, Espinho. Em 1992 foi adquirida, pela atual proprietária, a farmacêutica Dra. Isabel Ferreira. Desde então, tem havido um empenho crescente, por parte de toda a equipa, na melhoria do atendimento prestado aos seus utentes, bem como na modernização e funcionamento do espaço. A FC disponibiliza um atendimento e aconselhamento personalizado a cada utente bem como um leque variado de produtos e serviços [1] Direção técnica, localização e horário de funcionamento A direção técnica da FC é da responsabilidade da farmacêutica Dra. Isabel Maria Vieira Barbosa Andrade Ferreira. A FC localiza-se na Rua de São Tiago, na freguesia de Silvalde, concelho de Espinho, distrito de Aveiro. A farmácia encontra-se disponível para atendimento ao público, de segunda a sexta-feira das 9:00 h às 13:00 h e das 14:00 h às 20:00 h e ao sábado das 9:00 h às 14:00 h, de acordo com a Portaria n.º14/2013 de 11 de janeiro [1,2]. Encontra-se ainda em funcionamento durante todo o dia, nos dias em que se encontra de disponibilidade, o que ocorre de 9 em 9 dias. Neste caso, para atendimentos após as 00:00 h, o utente deve ligar para um número telefónico que se encontra visível na porta da farmácia, e será posteriormente atendido se apresentar receita médica Composição, função e gestão dos recursos humanos Equipa profissional Na FC o número de elementos que constituem o quadro farmacêutico está de acordo com a lei [3], uma vez que a equipa é constituída por 4 elementos: uma diretora técnica, 1

12 um farmacêutico adjunto e 2 farmacêuticos. Todos os elementos colaboram nas tarefas, nomeadamente na aquisição, receção, conferência e armazenamento das encomendas e no atendimento ao público. Destaca-se nesta equipa profissionalismo, conhecimento, boa disposição, boa relação entre os membros da equipa e interajuda, o que demonstra a qualidade do grupo e proporciona melhorias nos cuidados de saúde prestados aos utentes Sistema Kaizen O sistema Kaizen é um sistema de implementação gradual e de reavaliação constante, adaptável a qualquer tipo de negócio, que apresenta como objetivo a melhoria contínua de todas as pessoas, todos os dias e em todas as áreas. Desta forma, a missão é aumentar as vendas, a rentabilidade e o retorno de investimentos. Na FC, este sistema foi implementado com a presença de uma farmacêutica consultora da Glintt, que faz visitas regulares, geralmente de 15 em 15 dias, de forma a avaliar o impacto das alterações efetuadas e implementar novas medidas, sempre com o objetivo da melhoria contínua [4,5]. Este sistema divide-se em duas fases, o Kaizen pessoal - permite aos elementos da equipa profissional o aperfeiçoamento das suas competências, através da dedicação, compromisso e respeito mútuo, resultando na superação individual e conjunta, em proveito da melhoria do clima entre os elementos e da eficiência do trabalho em equipa - e o Kaizen espacial inclui a organização e limpeza do espaço físico, bem como a sua manutenção, de forma a criar um ambiente simples e funcional, resultando no aumento da produtividade e da qualidade dos serviços prestados. Numa primeira fase, a equipa foi auxiliada no planeamento e desenvolvimento do quadro Kaizen (Anexo 2), que se encontra num local de rápido acesso e de fácil consulta e compreensão para todos os membros da equipa. Este quadro é constituído por várias secções: Missão e foto da equipa; Mapa de presenças; Calendário de eventos; Campanhas; Indicadores de desempenho dos colaboradores e de gestão da farmácia; Mapa de tarefas; PDCA (do inglês Plan, Do, Check, Act ) sistema de planeamento e desenvolvimento de tarefas adicionais, que são atribuídas a cada membro da equipa, num determinado momento; Sugestões de melhoria; 2

13 Produtos sem consumo na FC encontram-se em prateleiras, à parte do quadro, e permite, aos elementos da equipa, o acesso aos produtos cujo último movimento remonta ao ano anterior. Durante a realização do estágio foram colocadas, em prática, algumas propostas da farmacêutica consultora da Glintt, nomeadamente: Organização e delimitação do local para colocar os caixotes por rececionar e rececionados, bem como um espaço para as encomendas por rececionar que não são dos principais fornecedores da FC; Um quadro para recados ou informações importantes como, por exemplo, passwords e outras informações que passam a estar facilmente acessíveis por qualquer elemento da equipa; Organização de prateleiras que continham muitos papéis, para a criação de prateleira com os catálogos disponíveis na farmácia; Organização das capas com documentos, uma vez que existia um grande número de capas nas prateleiras, o que por vezes dificultava a procura de uma capa, em específico; Adesão à rede social Facebook, uma vez que as redes sociais são cada vez mais utilizadas e são uma boa forma de dar a conhecer os produtos e serviços, campanhas, descontos, rastreios, entre outras informações. Todas as medidas, anteriormente mencionadas, mostram ter impacto positivo na FC, permitindo à equipa trabalhar mais, mas, essencialmente, desempenhar melhor as suas funções Espaço físico A organização espacial interior e exterior da FC encontra-se de acordo com as Boas Práticas Farmacêuticas para a farmácia comunitária (BPF) e a legislação em vigor [3,6]. Relativamente ao espaço exterior (Anexo 3), a FC encontra-se identificada por uma cruz verde que está iluminada durante o período de funcionamento da farmácia. Próximo da porta é visível uma placa com a denominação da farmácia e direção técnica, enquanto que o horário de funcionamento e a informação relativa à farmácia do concelho que se encontra em regime de disponibilidade se encontram afixados na porta. Na porta, existe ainda um postigo para os atendimentos realizados depois das 00:00 h em dias de serviço. A FC apresenta fácil acesso a crianças, idosos e cidadãos portadores de deficiência, dada a presença de uma rampa de acesso para este fim. Nas montras encontram-se afixados anúncios publicitários de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) adaptados à época do ano [3,6]. O espaço interior da FC cumpre todas as recomendações de informação, conforto e segurança dos utentes e possui as seguintes áreas: 3

14 Zona de atendimento ao público zona ampla, iluminada, limpa e com temperatura e humidade adequadas, com a existência de um ambiente calmo e profissional, favorável ao adequado atendimento do utente. Nesta zona existem dois balcões de atendimento com três postos de trabalho, cada um deles equipado com computador, impressora, leitor ótico de código de barras e leitor de cartão de cidadão. Neste espaço encontra-se, à disponibilidade do utente, uma balança eletrónica e uma estante com revistas e folhetos informativos da área da saúde. Em torno desta zona, existem expostos, em prateleiras ou expositores, produtos cosméticos e de higiene corporal, suplementos alimentares, produtos de obstetrícia e puericultura, dispositivos médicos, produtos de uso veterinário e uma grande variedade de MNSRM; Gabinete do utente esta divisão é utilizada para a determinação de parâmetros fisiológicos e bioquímicos (pressão arterial (PA), glicose, colesterol total, triglicerídeos e ácido úrico), administração de vacinas e realização de rastreios; Zona de receção e conferência de encomendas e de armazenamento de medicamentos e produtos de saúde (MPS) - esta área possui um balcão com um computador, um leitor ótico de códigos de barras, uma impressora de etiquetas e uma impressora normal. Nesta zona é feita a receção e conferência e, posteriormente, o armazenamento da encomenda. Para o armazenamento a FC dispõe de armários com gavetas, prateleiras (para os produtos excedentes ou com maior saída), um frigorífico e um armário com fechadura (para armazenamento de estupefacientes e psicotrópicos). Esta área dispõe também de um fax e um telefone; Gabinete da direção técnica - onde são desempenhadas as funções de gestão, contabilidade e faturação; Laboratório onde se faz a preparação dos antibióticos e onde se encontram os contentores do VALORMED, dado que a FC não faz preparação de medicamentos manipulados; Copa onde os farmacêuticos fazem pausas para as refeições e onde se encontram os armários pessoais dos elementos da equipa; Instalações sanitárias Perfil de utente A FC possui um vasto leque de utentes fidelizados, sendo que da parte da manhã, recorrem, maioritariamente, à FC a população idosa, para o aviamento de medicação 4

15 crónica, mas, foi visível a partir das 16:00 h /17:00 h que os utentes eram, essencialmente, adultos, com mais de 40 anos, tanto para aviar a sua medicação crónica, como medicação de situações agudas Sistema informático Na FC o software utilizado é o Sifarma. Trata-se de um software de gestão e atendimento [7] que permite, entre outras opções, realizar vendas, gerir stocks, fazer encomendas, e enviá-las diretamente ao fornecedor pretendido, rececionar encomendas, fazer devoluções, controlar o stock e monitorizar prazos de validade (PV). Permite, ainda, a otimização do ato da dispensa, disponibilizando uma grande quantidade de informação útil ao aconselhamento, como a indicação terapêutica, posologia, reações adversas (RA) possíveis, interações medicamentosas, contraindicações e composição qualitativa e quantitativa do medicamento Fontes de informação No ato da dispensa muitas são as questões, relacionadas com a posologia, forma de administração, duração do tratamento, interações, efeitos secundários, entre outras, colocadas pelos utentes, às quais o farmacêutico tem de dar resposta. Para isso, tem de ter à sua disposição informação e documentação científica que auxiliem nestas situações. Na FC os farmacêuticos dispõem das fontes de informação de acesso obrigatório de acordo com as Boas Práticas Farmacêuticas para a farmácia comunitária [6,8]. 3. Gestão farmacêutica As funções do farmacêutico comunitário vão para além do atendimento e aconselhamento ao balcão, participando, também, de forma ativa na gestão da farmácia, o que engloba a gestão de stock, encomendas, controlo dos PV, faturação e verificação do receituário. Para o desempenho das funções de gestão, e também no atendimento, a FC utiliza o Sifarma, um programa simples, mas completo, que permite a gestão de produtos, receção de encomendas, controlo da faturação, das vendas, dos stocks, dos inventários, fichas de clientes e fichas individuais para cada produto referindo todo o tipo de especificações que ao medicamento concernem Gestão de stocks A gestão de stocks é essencial para o equilíbrio entre os produtos encomendados e os dispensados, assegurando o bom funcionamento do atendimento e, consequentemente, da farmácia, sendo um dos fatores que também contribui para a sua viabilidade financeira. O software utilizado pela FC permite definir um valor de stock mínimo (ponto de encomenda) e stock máximo na ficha de cada produto, tendo em conta os gráficos de compras e vendas do produto, de forma sazonal ou anual, acessível na 5

16 ficha do mesmo. Quando a quantidade disponível, na farmácia, de um dado produto é inferior ao valor definido como stock mínimo, o próprio sistema gera automaticamente encomenda do número de unidades necessárias, para repor o stock definido como mínimo Gestão de encomendas Critérios de aquisição, fornecedores e grupos de compras Os MPS são adquiridos tendo em conta a capacidade de investimento, as condições de armazenamento da farmácia, os consumos e os níveis de stock mínimo e máximo dos produtos. As encomendas podem ser realizadas diretamente ao laboratório, da indústria farmacêutica, ou ao fornecedor/distribuidor grossista. As encomendas realizadas diretamente ao laboratório são, habitualmente, denominadas por diretas e consistem em encomendas de muitas unidades de um pequeno grupo de produtos (sazonais, produtos de cosmética e higiene corporal, produtos veterinários, dispositivos médicos, entre outros). Estas encomendas são efetuadas ao respetivo delegado comercial ou através do grupo de compras (grupo FirstPharma ), e os produtos podem ser enviados através de um distribuidor grossista ou de uma transportadora que preste serviço ao laboratório. As encomendas realizadas ao distribuidor grossista efetuam-se, geralmente, através do software da farmácia, por encomenda manual ou diária, e pontualmente, através do gadget do armazenista, no computador, e/ou por contacto telefónico, quando se pretende encomendar um produto de disponibilidade limitada e/ou que carece de confirmação, realizando uma encomenda instantânea. As encomendas manuais e diárias incluem, geralmente, poucas unidades de um grande grupo de produtos, uma vez que correspondem a MPS em falta, porque atingiram o ponto de encomenda ou entraram em rutura de stock. A aquisição de estupefacientes e psicotrópicos é realizada conjuntamente com a dos restantes produtos, no entanto, requer o preenchimento de uma requisição aprovada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (INFARMED) ou de um documento emitido informaticamente de valor equivalente. Esta requisição é elaborada pelo armazenista, em duplicado, sendo depois enviada à FC, onde é devidamente assinada e autenticada pelo diretor técnico da farmácia, sendo que cada requisição deve ser utilizada para um só tipo de substância, ficando o primeiro exemplar na posse da farmácia e o segundo exemplar na posse do fornecedor [9]. Os laboratórios e distribuidores grossistas, são selecionados mediante a qualidade dos produtos, as condições comerciais e de transporte que propõem à farmácia. O principal distribuidor grossista da FC é a COOPROFAR, mas realiza também encomendas à Alliance HealthCare. Ambos os distribuidores efetuam duas entregas 6

17 diárias, de manhã por volta das 10:00 h e à tarde por volta das 16:00 h, sendo que excecionalmente, em dias de serviço, realizam uma terceira encomenda por volta das 20:00 h. No decorrer do estágio acompanhei o processo de aquisição de produtos por encomenda manual e diária, através do software da FC e, em contexto de atendimento ao público, efetuei algumas encomendas instantâneas através do gadget, da COOPROFAR, e por contacto telefónico Receção, conferência e armazenamento de encomendas Os produtos encomendados são enviados à FC devidamente acondicionados, em caixotes de papel ou plástico, para garantir o correto transporte das encomendas, sem danificar os produtos. Os produtos de frio são enviados em contentores térmicos devidamente identificados, devendo ser os primeiros a serem rececionados, conferidos e armazenados, para que não ocorram alterações bruscas de temperatura, ou imediatamente armazenados no frigorífico, a uma temperatura compreendida entre os 2 e os 8ºC [6], caso não seja possível a imediata receção da encomenda. Uma vez na FC, as encomendas são colocadas no local respetivo, devidamente marcado com a inscrição Caixotes por rececionar, para que, assim que possível, o farmacêutico dê entrada da encomenda. Após a abertura dos caixotes, o farmacêutico deve retirar as faturas/guias de remessa, que acompanham a encomenda, e colocar os produtos no menor número de caixotes possível, para uma maior disponibilidade do espaço. O Sifarma permite a receção de encomendas, devendo selecionar-se o respetivo fornecedor, e, caso se trate de mais que uma encomenda, permite ao farmacêutico agrupar as encomendas. A receção informática da encomenda inicia-se pela colocação do número da guia de remessa e pelo valor total da encomenda. Em seguida, faz-se a leitura ótica dos códigos dos produtos, começando pelos produtos de frio, se houver, e conferência dos PV, colocando-se os produtos conferidos num novo caixote, que é, posteriormente, colocado no devido local que tem a inscrição caixotes rececionados. Feita a leitura, são conferidas quantidades pedidas e enviadas, o preço de venda à farmácia (PVF), imposto sobre o valor acrescentado (IVA), preço de venda ao público (PVP), e, se aplicável, eventuais bonificações, descontos adicionais e margem dos produtos de venda livre. No final, o valor total da encomenda tem de ser igual ao valor anteriormente introduzido, o que significa que o processo de receção foi bem efetuado e que não ocorreram erros de faturação da encomenda. As encomendas que contêm estupefacientes e psicotrópicos vêm acompanhadas das respetivas requisições (em duplicado), devidamente numeradas, sendo necessário colocar o número da requisição, no sistema informático, antes de finalizar a receção da 7

18 encomenda. Estas requisições são, posteriormente, datadas, assinadas pela diretora técnica e carimbadas, ficando o primeiro exemplar arquivado na farmácia e o segundo exemplar é enviado ao fornecedor [9]. Após a receção da encomenda são emitidas etiquetas para a marcação de preços dos produtos de venda livre. As guias de remessas e as faturas são arquivadas, na respetiva pasta, para posterior conferência por parte da contabilidade. Desta forma, conclui-se o processo de receção e conferência de encomendas. Após a receção, os MPS são, devidamente, armazenados nos seus locais. Na FC os medicamentos de venda livre, sazonais, produtos cosméticos e de higiene corporal, produtos de puericultura, de veterinária, suplementos alimentares, dispositivos médicos, entre outros, são armazenados em prateleiras na zona de atendimento ao público, de acordo com as indicações terapêuticas, enquanto que os medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM) se encontram armazenados na zona de receção e conferência de encomendas. Nesta zona, existem armários com gavetas, sendo que estes medicamentos se encontram armazenadas de acordo com a divisão estabelecida pela farmácia (nome comercial, em comprimidos e cápsulas; genéricos, em comprimidos e cápsulas; soluções e suspensões orais; seringas e câmaras expansoras; cremes, pomadas, geles, emulsões; ampolas e injetáveis; sistemas transdérmicos; produtos do Protocolo da Diabetes; colírios e gotas; sprays e inaladores; pós e granulados, em saquetas e comprimidos efervescentes). Os excedentes de todos os produtos são armazenados em prateleiras, que rodeiam a zona de receção e conferência de encomendas. Nas gavetas e nas prateleiras, na zona mencionada anteriormente, os MPS são armazenados por ordem alfabética e PV, seguindo os princípios First In,First Out (FIFO), para os que não têm PV, e First Expire,First Out (FEFO), para os que têm PV, de modo a que a embalagem do produto mais antiga ou com o PV mais curto seja a primeira a ser dispensada. Estes MPS encontram-se armazenados sob condições de temperatura (inferior a 25ºC) e humidade (inferior a 60%) constantemente monitorizadas com recurso a sondas de temperatura e humidade, sendo que as condições de conservação dos produtos de frio também são constantemente monitorizadas [6]. No caso de encomendas diretas ou por contacto telefónico, é necessário criar, em primeiro lugar, a encomenda para, posteriormente, proceder à receção da mesma, que se deve realizar da mesma forma que as encomendas anteriormente mencionadas. Durante o estágio fui a responsável por dar entrada das encomendas e auxiliei no armazenamento dos produtos, funções que se revelaram de elevada importância uma vez que me permitiu o primeiro contacto com os medicamentos, conhecer os seus nomes comerciais, formas farmacêuticas disponíveis no mercado e as condições de armazenamento. 8

19 Controlo dos prazos de validade e devoluções aos fornecedores O controlo dos PV é fundamental para a garantia da qualidade, segurança e eficácia dos MPS dispensados. Na FC, este controlo é feito com recurso ao sistema informático que permite a emissão de listas de MPS cujo prazo expire dois meses depois. Com esta lista, verifica-se os MPS cujo prazo irá, efetivamente, expirar ou corrigir o PV, caso não se tenha feito a alteração e, portanto, o PV não irá expirar. Os MPS cujo PV irá expirar são retirados dos seus locais, sendo colocados num caixote. No fim da recolha e através do software da farmácia é efetuada a devolução. Para isto é necessário selecionar o fornecedor, a data e hora do transporte para o fornecedor, e fazer a leitura ótica dos códigos dos MPS. Posto isto, seleciona-se como motivo da devolução Fora de prazo e completa-se a devolução com o número de unidades do produto devolvidas e o número da fatura em que foram faturados. Após a conclusão da devolução, é impressa a nota de devolução em triplicado e devidamente assinada e carimbada, sendo que o original e duplicado são enviados ao fornecedor, juntamente com os MPS, e o triplicado fica arquivado na farmácia. Existem ainda outras situações que determinam a devolução de um produto como é o caso do produto estar danificado, ter sido encomendado por engano ou encomendado em maior número que o necessário, por suspensão da sua comercialização pelo INFARMED ou a sua recolha voluntária pelo detentor da Autorização de Introdução no Mercado, entre outros. Se o fornecedor autorizar a devolução, deve emitir uma nota de crédito, para posterior regularização desta nota pela farmácia, mas se a devolução não é permitida, os produtos são considerados quebras e são abatidos ao inventário da farmácia. Durante o período de estágio estava responsável pela realização e regularização de devoluções e tive, ainda, a oportunidade de efetuar o controlo dos PV. 4. Aconselhamento e dispensa de medicamentos e produtos de saúde Embora os farmacêuticos desempenhem uma grande variedade de funções, o aconselhamento e a dispensa são as funções de maior notoriedade destes profissionais Medicamentos sujeitos a receita médica Como o próprio nome indica, estes medicamentos são dispensados, apenas nas farmácias, mediante a apresentação de receita médica e designam medicamentos que: podem constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, caso sejam utilizados sem vigilância médica, mesmo se usados para o fim a que se destinam; podem constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando usados com frequência e em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam; 9

20 contêm substâncias ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou RA seja necessário aprofundar; se destinem à administração por via parentérica [10] Receita médica A receita médica designa o documento através do qual, um profissional devidamente habilitado, prescreve um ou mais medicamentos ou produtos para uso humano, podendo corresponder a um de três tipo possíveis: a manual, a eletrónica materializada (com papel) ou a eletrónica desmaterializada (sem papel) [11]. A receita manual é a forma mais antiga de prescrição de medicamentos, e consiste no preenchimento manual de um documento numerado pré-impresso com os dados do doente, da via de comparticipação, do prescritor e do medicamento (denominação comum internacional ou nome comercial, dosagem, forma farmacêutica, apresentação, número de embalagens, posologia e, se aplicável, justificações técnicas). A receita deve ainda conter as vinhetas do prescritor e do local de prescrição e, no final, ser datada e assinada pelo prescritor. Esta receita só permite a prescrição, por documento, de até duas embalagens de quatro medicamentos distintos e nunca ultrapassando o total de quatro embalagens de um medicamento. Este tipo de receita tem a validade de trinta dias, sendo que deve ser dispensada na totalidade para que o utente possa usufruir do regime de comparticipação atribuído a todos os medicamentos comparticipados que nela constem, não sendo possível emitir mais do que uma via do documento. A prescrição manual deve ser utilizada excecionalmente, devendo o prescritor assinalar a respetiva exceção legal que determinou a sua utilização: falência informática, inadaptação do prescritor, prescrição ao domicílio ou autorização para prescrição de até quarenta receitas manuais por mês. Os erros de dispensa associados à interpretação incorreta da caligrafia do prescritor e a limitação da quantidade de medicamentos prescritos, o que se revela incompatível com os regimes terapêuticos das doenças crónicas, representam as principais desvantagens da prescrição manual [11]. De forma a ultrapassar algumas das limitações da receita manual, no ano de 2012, foi implementada a prescrição/receita eletrónica materializada. Neste tipo de prescrição o processamento realiza-se por via informática, sendo necessária a introdução do Código Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos (CNPEM), que agrupa a denominação comum internacional, a dosagem, a forma farmacêutica e a apresentação do medicamento, o que permite identificar o quinto preço mais baixo de venda ao público (PVP) dos medicamentos que dele constem [12]. A prescrição é então impressa e pode compreender um subtipo de prescrição de três vias, que apresenta validade de seis meses e permite que o utente avie, cada via, de acordo com as suas necessidades. Esta prescrição inclui ainda um guia de tratamento destacável, que 10

21 contém o número da receita, os códigos de acesso e de direito de opção, indispensáveis à dispensa, informação do prescritor, do utente e do medicamento e os encargos monetários, para o utente, decorrentes da sua dispensa [11]. É obrigatória a impressão, no verso da receita manual ou eletrónica materializada, das seguintes informações: identificação da farmácia, identificação do(s) medicamento(s) dispensado e respetivo número de registo em código de barras, preço total de cada medicamento dispensado, valor total da dispensa, valor do encargo para o utente por medicamento e total da dispensa, valor da comparticipação do Estado por medicamento e total da dispensa e menção alusiva à justificação técnica (se aplicável), assinatura do farmacêutico e carimbo da farmácia, e data da dispensa. No verso das receitas mencionadas anteriormente, deve, também, constar a assinatura do utente, assumindo que lhe foram dispensados os medicamentos constantes na receita e os conselhos sobre a sua correta utilização [11]. Recentemente, em 2016, passou a ser obrigatório em todo o Sistema Nacional de Saúde (SNS) a prescrição através de receita eletrónica desmaterializada, ou seja, a prescrição de medicamentos e a dispensa da receita é feita sem recurso a papel [13]. Desta forma, a prescrição tornou-se um processo mais eficaz e seguro, dado o controlo de emissão e dispensa de prescrições, pois obriga a um acesso eletrónico autenticado, no caso dos profissionais. Os utentes recebem os dados da prescrição, Código de acesso e dispensa e Código de Direito de Opção, indispensáveis à sua dispensa, por mensagem no telemóvel ou por . O prescritor pode facultar, ao utente, uma guia de tratamento que contém a mesma informação da mensagem ou e, ainda, informação adicional, como a informação relativa a cada medicamento prescrito, justificações técnicas (se aplicável), encargos para o utente e data de validade da receita, podendo ser também usado para a dispensa da medicação. Neste tipo de receitas, não há limite para o tipo ou número de produtos prescritos no mesmo documento, no entanto, apenas podem ser prescritas duas embalagens de cada produto, ou, excecionalmente, seis embalagens de cada medicamento destinado a tratamentos prolongados. No que respeita à validade da prescrição, os medicamentos prescritos apresentam, geralmente, validade de trinta dias para a sua dispensa, à exceção dos medicamentos destinados a tratamentos crónicos que têm a validade de seis meses. Este sistema de prescrição apresenta vantagens para o utente, uma vez que todos os MPS prescritos são incluídos numa única receita e, uma vez que pode optar por aviar uma parte ou a totalidade dos medicamentos prescritos, de acordo com as suas necessidades [11,14]. As justificações técnicas devem ser escritas sempre que aplicável, sendo que o prescritor deve mencionar uma das três possíveis: 11

22 Exceção a) do n.º 3 do art. 6.º Medicamentos com margem ou índice terapêutico estreito, sendo que estes medicamentos estão identificados numa lista definida pelo INFARMED, e o farmacêutico apenas pode dispensar o medicamento que consta da receita; Exceção b) do n.º 3 do art. 6.º Reação adversa prévia, sendo que neste caso o farmacêutico apenas pode dispensar o medicamento que consta da receita; Exceção c) do n.º 3 do art. 6.º Continuidade de tratamento superior a 28 dias, sendo que nesta situação o utente pode optar por medicamentos similares aos prescritos, desde que sejam de preço inferior, e o utente tem de demonstrar que exerceu o direito de opção [11] Validação e dispensa da prescrição Antes de proceder à dispensa da prescrição, o farmacêutico procede à sua validação. A receita manual e a receita eletrónica materializada apenas se encontram válidas quando apresentam todos os campos devidamente preenchidos, contêm as vinhetas/códigos do prescritor e do local de prescrição, se encontram datadas e assinadas e dentro do PV. Adicionalmente, as receitas manuais não podem apresentar rasuras ou diferentes caligrafias [11]. No caso da receita eletrónica desmaterializada, o acesso à receita é realizado informaticamente, devendo o farmacêutico verificar o PV de cada uma das linhas da prescrição. Após a validação da prescrição, o farmacêutico procede, então, à dispensa da mesma. Se a receita for manual, é necessário primeiro inserir os produtos prescritos que o utente pretende aviar e só depois selecionar o regime de comparticipação, fazendo-se posteriormente a leitura do número da receita e do código do prescritor. Se as receitas forem eletrónicas, a primeira fase envolve o acesso informático da receita sendo necessário introduzir o número da receita e os Códigos de acesso e dispensa. Numa segunda fase, deve proceder-se à seleção dos produtos que o utente pretende aviar e, no caso de não existirem exceções a) ou b), informá-lo da existência de produtos similares aos prescritos de menor preço e do seu direito em optar por eles. Assim sendo, as farmácias devem ter disponíveis para venda, no mínimo, três medicamentos do mesmo grupo homogéneo de entre os cinco que apresentam o preço mais baixo e, caso não esteja disponível em stock o medicamento pretendido pelo utente, a farmácia tem doze horas para efetuar as diligências necessárias ao fornecimento desse mesmo medicamento [11]. A dispensa de psicotrópicos e estupefacientes obriga ao preenchimento de dados do utente e do aquirente, como nome completo, idade, morada e número do bilhete de identidade ou do cartão de cidadão, sendo, por isso, necessária a apresentação do 12

23 respetivo documento de identificação. No final do ato de dispensa é emitido um documento onde consta toda a informação da venda, com os dados do utente e do adquirente, que é arquivado para conferência no final do mês. No final da dispensa de receitas manuais e eletrónicas, deve ser impresso no verso da receita a informação da dispensa, sendo que o utente confirma através da sua assinatura. Quando, na comparticipação estão envolvidos outros planos de comparticipação, deve fotocopiar-se o respetivo cartão de beneficiário e proceder à impressão de um documento que comprova o uso desse plano, que deve ser assinado pelo utente. Durante o ato de dispensa, o farmacêutico deve ainda verificar o plano terapêutico e o historial clínico do utente, de forma a detetar possíveis interações e RA medicamentosas e, caso seja a primeira vez que o utente administre o medicamento, o farmacêutico deve alertá-lo de todas as informações necessárias ao uso correto e racional do MPS dispensado, como sendo a posologia, as precauções de uso, as interações medicamento-alimento e medicamento-medicamento e as RA mais comuns. Caso o utente siga um esquema terapêutico crónico, é importante que o farmacêutico perceba se está a ser eficaz ou se provocou algum inconveniente Entidades de comparticipação A atual legislação prevê a possibilidade de comparticipação de medicamentos, através de um regime geral e de um regime especial, do qual podem usufruir utentes do Serviço Nacional de Saúde, beneficiários da Direção-Geral de Proteção Social e Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE) [15]. A Portaria n.º 195D/2015, de 30 de junho, estabelece os grupos e subgrupos terapêuticos de medicamentos que podem ser objeto de comparticipação, bem como os respetivos escalões de comparticipação: Escalão A 90%, Escalão B - 69%, Escalão C 37% e Escalão D 15% [16]. O regime especial de comparticipação prevê dois tipos de comparticipação adicionais, em função dos beneficiários e em função de patologias ou grupos especiais de utentes sendo que, determina um acréscimo de 5% à percentagem de comparticipação pelo regime geral, em medicamentos do escalão A (totalizando 95%), e um acréscimo de 15% em medicamentos do escalão B, C e D (totalizando 84%, 52% e 30%, respetivamente), e verifica-se a atribuição do regime especial através da existência de um R no campo do regime de comparticipação nas receitas manual e eletrónica materializada. Para medicamentos com um PVP inferior ou igual ao quinto preço mais baixo do seu grupo homogéneo, está ainda prevista a comparticipação em 95% do PVP, independentemente do escalão em que estes se insiram [11]. A comparticipação dos medicamentos prescritos a utentes com alguma das patologias 13

24 previstas na lei é variável (Paramiloidose, Lúpus, Hemofilia, Hemoglobinopatias, Doença de Alzheimer, Psicose maníaco-depressiva, Doença inflamatória intestinal, Artrite reumatoide espondilite anquilosante, Dor oncológica moderada a forte, Dor crónica não oncológica moderada a forte, Procriação medicamente assistida, Psoríase e Ictiose) [17], sendo definida pelo diploma/despacho ao abrigo do qual foram prescritas, e verificada a atribuição de um outro regime especial de comparticipação, através da existência de um O no campo do regime de comparticipação, nas receitas manual e eletrónica materializada, e do respetivo diploma/despacho junto da prescrição de cada um dos medicamentos. Os produtos compreendidos no Protocolo da Diabetes são, igualmente, comparticipados, sendo que as tiras-teste de glicémia, cetonemia e cetonúria beneficiam de uma percentagem de comparticipação de 85% do PVP e as agulhas, seringas e lancetas de 100% do PVP [18]. Existem, ainda, outras entidades de comparticipação para além do SNS, como, por exemplo, os subsistemas de saúde de entidades privadas - Assistência na Doença a Militares, Caixa Geral de Depósitos, Savida, Sindicatos de Bancários do Norte e do Centro, Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários, Tranquilidade, entre outros - que complementam a comparticipação atribuída aos medicamentos pelo SNS e assumindo, em alguns casos, a totalidade do valor da despesa, e alguns laboratórios da indústria farmacêutica que dispõem de programas de apoio especial para a aquisição de alguns MPS, reduzindo os encargos ao utente através da comparticipação de uma parte do seu valor, complementar ou não à comparticipação pelo regime geral ou especial Conferência do receituário O farmacêutico deve proceder à conferência do receituário posteriormente ao ato da dispensa. Este deve datar, carimbar e assinar o verso de todas as receitas manuais e eletrónicas materializadas, bem como verificar a conformidade da medicação dispensada com a da prescrição, de forma a verificar possíveis erros de impressão no verso e proceder à sua correção. Os documentos/recibos de MPS adquiridos sob comparticipação dos subsistemas de saúde de entidades privadas também devem ser conferidos, a fim de garantir que se encontram assinados e com o número de beneficiário. No final, as receitas manuais, receitas eletrónicas materializadas e os recibos de produtos adquiridos sob comparticipação de outras entidades do SNS são entregues à diretora técnica para nova conferência e emissão da faturação. No caso das receitas eletrónicas sem papel, não se imprime no verso, uma vez que a comunicação do receituário é feita 14

25 automaticamente, no entanto, é importante verificar se alguma receita entrou para o lote incorreto ou para o lote de erros, para a retificação da situação atempadamente Faturação do receituário As receitas médicas são enviadas, organizadas em lotes, sendo que cada lote é constituído por trinta receitas, sendo que a atribuição do número do lote e da receita dentro desse lote se processa informaticamente e por ordem cronológica de dispensa, com exceção do lote de receitas médicas remanescentes desse mesmo tipo e de alguns subsistemas, que podem conter um número inferior. No final de cada mês procede-se ao fecho dos lotes, através do sistema informático, emitindo um Verbete de Identificação de Lote, que é carimbado e anexado ao lote correspondente. Posteriormente é impresso em triplicado, a cada entidade de comparticipação, a Relação Resumo de todos os lotes de cada organismo, que contém a mesma informação do verbete, mas para todos os lotes agrupados por organismo. No final, emite-se a fatura mensal de medicamentos, em quadruplicado para todos os organismos, que deve ser carimbada e assinada pela diretora técnica, sendo que três exemplares vão anexos ao receituário e outro destinase à contabilidade da farmácia [19]. O receituário referente ao SNS é enviado ao Centro de Conferência de Faturas (CCF), localizado na Maia, até ao décimo dia do mês seguinte, via CTT. Ao Centro de Conferência de Faturas cabe a validação de toda a documentação, devendo comunicar à farmácia, posteriormente, o resultado dessa avaliação. A existência de erros de dispensa, data de validade expirada ou ausência de preenchimento de campos de informação pelo prescritor, entre outras razões, determinam a rejeição da receita pela entidade de comparticipação, por isso as receitas com erro são devolvidas à farmácia, acompanhadas do motivo que determinou a sua rejeição. A elaboração do receituário dos subsistemas, que têm acordos com a Associação Nacional das Farmácias, tem requisitos idênticos ao SNS, e é enviado à Associação Nacional das Farmácias, até ao décimo dia do mês seguinte, via CTT, que se encarrega de fazer a distribuição pelos respetivos organismos e são enviadas as faturas em triplicado [20]. Durante o meu período de estágio tive a oportunidade de proceder à conferência de algumas receitas manuais e receitas eletrónicas materializadas e de verificar a faturação dos lotes Informações a transmitir à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde A farmácia deve enviar para o INFARMED, por e até ao oitavo dia do mês seguinte à dispensa, cópias das receitas manuais contendo medicamentos estupefacientes e psicotrópicos, e as listas das restantes receitas dispensadas contendo estes medicamentos, que devem mencionar a identificação do prescritor, número da 15

26 receita, identificação do medicamento dispensado, quantidade dispensada e identificação e idade do adquirente. Adicionalmente, até ao dia 31 de janeiro de cada ano, devem ser enviados nas mesmas condições o registo de entradas e saídas dos estupefacientes e psicotrópicos, obtido a partir do sistema informático, bem como as quantidades vendidas durante o ano e as que permanecem em stock [21] Medicamentos não sujeitos a receita médica Medicamentos não sujeitos a receita médica são os que não preencham qualquer das condições exigidas para a classificação como medicamento sujeito a receita médica e, como o próprio nome indica, podem ser dispensados sem receita médica [10]. Estes tipos de medicamentos podem ser dispensados na farmácia ou em locais de venda de MNSRM devidamente autorizados, pelo que o utente pode, facilmente, adquiri-los e administrá-los sem a intervenção do farmacêutico, o que pode estimular a automedicação que é suscetível de gerar riscos, uma vez que pode mascarar sintomas, dificultar ou atrasar diagnósticos e respetivos tratamentos e favorecer a ocorrência de RA e interações medicamentosas. Dentro da classe dos MNSRM existem os medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia (MNSRM-EF), o que garante o acompanhamento do farmacêutico antes e durante a sua utilização [22]. O farmacêutico pode recorrer ao aconselhamento de MNSRM para o tratamento de afeções simples, autolimitadas e tratáveis num curto período do tempo, tendo sempre em atenção a história clínica do utente e a medicação que possa estar a tomar. O farmacêutico tem o dever de educar o utente para a automedicação responsável e para o uso racional do medicamento. No período de estágio tive a oportunidade de dispensar e aconselhar diversos MNSRM, sobretudo medicamentos indicados no tratamento de sintomatologia gripal, dores e/ou inflamação da garganta, tosse com e sem expetoração, bem como analgésicos e anti-inflamatórios tópicos indicados no tratamento de dores musculares e reumatismais ligeiras Outros produtos de saúde Produtos cosméticos e de higiene corporal Como produto cosmético entende-se qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas bucais cuja finalidade seja exclusivamente limpar, perfumar, modificar o seu aspeto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores corporais [23]. 16

27 A FC coloca ao dispor dos seus utentes diversas marcas e gamas de produtos cosméticos e de higiene corporal, sendo os mais procurados os produtos cosméticos e de higiene oral, mas também os fixadores de prótese dentária, seguidos dos produtos capilares e de lavagem/higiene íntima, os perfumes e os hidratantes. Durante o estágio foi-me solicitado algumas vezes o aconselhamento de produtos cosméticos e de higiene corporal, sendo que na maior parte das vezes solicitei o apoio e opinião dos farmacêuticos presentes Fitoterapia A fitoterapia representa uma das sete terapêuticas não convencionais reconhecidas e regulamentadas pela legislação portuguesa [24]. Os produtos fitoterapêuticos são produtos à base de plantas destinados ao tratamento de afeções ligeiras do organismo. Os utentes designam, geralmente, estes produtos de produtos naturais e consideramnos inócuos, mas é importante informá-los que não são isentos de risco, dado que por conterem princípios ativos podem interagir com medicamentos incluídos no regime terapêutico instituído, o que pode resultar numa redução da eficácia e/ou no aumento da toxicidade. Na FC estão disponíveis diversos produtos fitoterapêuticos, sendo que os mais solicitados são os auxiliares de tratamento de distúrbios do sono e de distúrbios gastrointestinais. Durante o estágio tive oportunidade de dispensar alguns produtos fitoterápicos, principalmente os destinados aos distúrbios do sono Suplementos alimentares Os suplementos alimentares são géneros alimentícios que se destinam a complementar e/ou suplementar o regime alimentar normal e que constituem fontes concentradas de determinadas substâncias nutrientes ou outras com efeito nutricional ou fisiológico, estremes ou combinadas, comercializadas em forma doseada, nas mais variadas formas farmacêuticas e que se destinam a ser tomados em unidades medidas de quantidade reduzida [25]. Uma vez que se tratam de géneros alimentícios e não medicamentos, o seu controlo é da responsabilidade da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária [26]. Os utentes devem ser sempre alertados de que os suplementos alimentares se destinam a complementar e/ou suplementar o regime alimentar normal, não devendo, nunca, ser utilizados como substitutos de uma dieta variada. A FC coloca ao dispor dos seus utentes uma grande variedade de suplementos alimentares, que são dispensados por indicação médica ou através de aconselhamento farmacêutico. Os mais solicitados são os que contém magnésio, para a prevenção de fadiga e cãibras musculares, os multivitamínicos, para auxiliar no cumprimento da dose diária recomendada de micronutrientes, os que contêm glucosamina e condroitina, para auxiliar no tratamento dos sintomas associados à osteoartrose, e os que contêm ácidos 17

28 gordos ómega-3, para melhorar a saúde cardiovascular. Durante o período de estágio tive a oportunidade de dispensar alguns suplementos vitamínicos, quer por indicação médica, quer por aconselhamento farmacêutico, sobretudo de suplementos multivitamínicos, que contêm magnésio ou que contêm glucosamina e condroitina Homeopatia Para além da fitoterapia, a homeopatia é uma terapêutica não convencional reconhecida e regulamentada pela legislação portuguesa [24]. Medicamento homeopático é qualquer medicamento obtido a partir de substâncias denominadas stocks ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico descrito na farmacopeia europeia ou, na sua falta, em farmacopeia utilizada de modo oficial num Estado membro, e que pode conter vários princípios [27]. Na FC estão disponíveis alguns medicamentos homeopáticos da Boiron, e durante o estágio dispensei alguns produtos homeopáticos, nomeadamente os produtos indicados como auxiliares no tratamento da sintomatologia gripal, no tratamento da tosse e no tratamento da rouquidão Medicamentos e outros produtos de uso veterinário Como medicamento veterinário entende-se toda a substância ou associação de substâncias, apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em animais ou dos seus sintomas, ou que possa ser utilizada ou administrada no animal com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica e metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas [28]. Os medicamentos de uso veterinário dividem-se, tal como os de uso humano, em medicamentos sujeitos a receita médica e não sujeitos a receita médica. Também relativamente a estes produtos, deve o farmacêutico prestar os esclarecimentos necessários para uma correta utilização do medicamento veterinário e alertar para o seu impacto na saúde pública. Na FC encontram-se disponíveis diversos medicamentos e produtos de uso veterinário, sendo os mais solicitados os antiparasitários externos e internos, para cães e gatos. Ocasionalmente, dispensei também medicamentos de uso humano, para uso veterinário mediante prescrição do médico-veterinário, nomeadamente antibióticos e protetores gástricos Dispositivos médicos Os dispositivos médicos designam qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou em combinação, ( ), cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada 18

29 por esses meios [29]. É ainda de notar que os dispositivos médicos são utilizados com a finalidade de: Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença; Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão ou de uma deficiência; Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico; Controlo da conceção [29]. Na FC, os utentes podem encontrar disponíveis diversos dispositivos médicos, nomeadamente, pensos rápidos, ligaduras, gazes esterilizadas, fraldas para a incontinência urinária, meias de compressão, canadianas, bengalas, termómetros, medidores de PA e da glicémia, seringas com e sem agulhas, preservativos, sacos e pensos para ostomia, entre outros. Os dispositivos médicos mais procurados são o material de penso, os recipientes de colheita de urina, as seringas com e sem agulha, material para ostomizados e as meias de compressão. Adicionalmente, a FC dispõe também de diversos dispositivos médicos da Aboca, como o Fitonasal, NeoFitoroid e Grintuss, utilizados maioritariamente para a prevenção de afeções orgânicas ligeiras. Durante o estágio aconselhei e dispensei alguns dos dispositivos médicos, nomeadamente material de penso, termómetros, testes de gravidez e dispositivos médicos da Aboca, principalmente para auxiliar no tratamento da tosse seca ou tosse com expetoração Produtos de obstetrícia, puericultura e nutrição infantil Dado o seu perfil de utentes, a FC dispõe de um número reduzido deste tipo de produtos, sendo apenas de referir, nos produtos de obstetrícia, alguns cremes e óleos anti-estrias e cintas modeladoras pós-parto, nos produtos de puericultura, as chupetas, os biberões, as tetinas e alguns produtos cosméticos (cremes hidratantes, emolientes, apaziguantes e cicatrizantes) e produtos de higiene corporal (cremes e geles de duche), e nos produtos de nutrição infantil, os leites e as papas. Durante o estágio tive a oportunidade de dispensar algumas papas infantis e cremes para a muda da fralda. 5. Produção e controlo de medicamentos 5.1. Medicamentos manipulados Os medicamentos manipulados estão sujeitos a prescrição médica, embora apenas alguns sejam comparticipados pelo SNS, nomeadamente os referidos na legislação em vigor [30]. Na FC não há produção de medicamentos manipulados. Estes são produzidos por outra farmácia no Porto e, posteriormente, enviados para a FC, para serem dispensados aos utentes. Juntamente com o medicamento manipulado, a FC recebe um documento no qual consta a informação de que o medicamento está conforme os padrões de 19

30 qualidade e o PVP, que é posteriormente arquivado. Durante o estágio não tive a oportunidade de preparar nem observar a preparação de medicamentos manipulados, mas verifiquei a dispensa de 3 manipulados, essencialmente formas farmacêuticas líquidas e semissólidas. 6. Prestação de cuidados de saúde A farmácia não é apenas um local de aconselhamento e dispensa de MPS, é também um espaço de saúde com impacto na instituição, adesão e monitorização da eficácia da terapêutica dos utentes, e na prevenção da doença, sendo por isso que disponibiliza aos seus utentes diversos serviços e cuidados de saúde. Desta forma, o farmacêutico estabelece uma relação de maior proximidade com o utente, aconselhando-o e informando-o acerca de medidas não farmacológicas e cuidados de saúde ou referenciando o utente para o profissional de saúde (médico, dentista, enfermeiro, psicólogo, entre outros) adequado Determinação da pressão arterial Na FC há um número considerável de utentes que controlam regularmente a sua PA. A medição é totalmente gratuita para o utente, e é efetuada no gabinete do utente com a utilização do estetoscópio e esfigmomanómetro de mercúrio, proporcionando aos utentes resultados fidedignos, sendo que o farmacêutico deve ter a sensibilidade e acuidade necessárias para uma medição correta. O papel do farmacêutico neste campo é essencial, uma vez que deve prestar um aconselhamento útil após a medição da PA, no caso de valores anormais (PA sistólica igual ou superior a 140 mmhg e/ou da PA diastólica igual ou superior a 90 mmhg) [31], em relação a hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo e estilos de vida saudáveis, alertando sempre para os riscos decorrentes de uma PA elevada e não controlada, aconselhando o utente para consultar o médico, quando achar pertinente. Durante o estágio tive a oportunidade de proceder à medição da PA de vários utentes, sendo que perante resultados de PA elevados, informava-os de medidas não farmacológicas para um controlo adequado da PA Determinação de parâmetros bioquímicos no sangue capilar: glicémia, colesterol total, triglicerídeos e ácido úrico Para além da determinação da PA, a FC disponibiliza também serviços remunerados de determinação de parâmetros bioquímicos no sangue capilar, efetuados no gabinete do utente. A glicémia capilar é determinada com recurso a um glucómetro Element Neo, enquanto que o colesterol total, triglicerídeos e ácido úrico com recurso ao aparelho Reflotron Plus da Roche. Apesar da utilidade e qualidade destes serviços, são pouco os utentes que os solicitam. No entanto, ao fim de três meses de estágio tive 20

31 a oportunidade de determinar, algumas vezes, todos os parâmetros bioquímicos anteriormente mencionados VALORMED A VALORMED trata-se de uma sociedade sem fins lucrativos, que resultou da colaboração entre a indústria farmacêutica, distribuidores grossistas e farmácias em 1999, e tem a responsabilidade da gestão dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso [32]. Os utentes devem ser informados para entregarem os medicamentos, fora de prazo ou que já não usam, na farmácia. O farmacêutico deve colocar estes medicamentos no contentor VALORMED que é, posteriormente, recolhido pelos distribuidores grossistas e enviados para a VALORMED para tratamento dos resíduos de medicamentos. PARTE 2 1. Atividades desenvolvidas no âmbito do estágio profissionalizante No decorrer do estágio profissionalizante em farmácia comunitária procurei desenvolver atividades que beneficiassem a FC, mas que acima de tudo beneficiassem os seus utentes. Por estas razões, tive a oportunidade de participar em alguns projetos de reorganização funcional e de divulgação da farmácia, bem como algumas atividades junto da população, para aumentar a proximidade entre a farmácia e a comunidade, em benefício da saúde pública Reorganização das gavetas de armazenamento de medicamentos A FC dispõe, na zona de receção e conferência de encomendas, de dois armários com várias gavetas onde estão armazenados os medicamentos, sendo que os medicamentos excedentes são armazenados em prateleiras, que se encontram em volta da zona mencionada. Durante o estágio, os farmacêuticos verificaram que o espaço das gavetas não estava devidamente aproveitado e organizado, pelo que me incumbiram a tarefa de reorganização das mesmas. Dado que existiam vários medicamentos excedentes nas prateleiras, o objetivo da reorganização das gavetas passava por aproveitar o espaço disponível, nas gavetas, de forma a diminuir os excedentes, nas prateleiras. Foi uma tarefa que teve uma longa duração, pois não foi um trabalho contínuo, tendo o auxílio do Dr. Nuno Lages. Comecei pela reorganização das seringas, com e sem agulha, e câmaras expansoras, na mesma gaveta. Posteriormente, passei à reorganização das gavetas dos cremes, pomadas e geles, seguindo-se as ampolas e injetáveis, sistemas transdérmicos, produtos do protocolo da Diabetes, gotas e colírios, sprays e inaladores, comprimidos efervescentes e saquetas, medicamentos genéricos em comprimido e cápsulas, tendo finalizado nos medicamentos de marca em comprimidos e cápsulas e ficando a faltar as soluções e suspensões orais. 21

32 No final da reorganização efetuada, era bem visível a diminuição de excedentes nas prateleiras e o espaço das gavetas bem distribuído, tendo-se cumprido com o objetivo definido. Esta reorganização era importante, pois existiam medicamentos adquiridos recentemente que não tinham lugar definido nas gavetas, pelo que os farmacêuticos tinham o dobro do trabalho, visto que procuravam, os medicamentos, nas gavetas e nas prateleiras, o que levava ao aumento do tempo do atendimento Estratégias de Marketing Adesão à rede social Facebook Atualmente existem muitas plataformas online que permitem a divulgação de todos os tipos de negócios. Desta forma, para as farmácias, as redes sociais permitem a divulgação das mesmas, dos seus serviços, campanhas, produtos, rastreios, consultas, mas permitem, também, que a farmácia esteja mais próxima dos seus utentes, uma vez que, nos dias que correm, muitos são os utentes que aderem e visitam com regularidade estas redes. Esta ideia surgiu numa sessão com a consultora da Glintt, em que se verificavam outras hipóteses de divulgação dos serviços, produtos e campanhas da FC, não só para os utentes da farmácia, como para a população em geral. O perfil e a página da farmácia foram criados no final do mês de janeiro, tendo atualmente mais de 1500 amigos e seguidores. No entanto, só a partir de 21 de fevereiro é que começamos efetivamente a utilizar a plataforma como meio de divulgação. Durante o período do estágio, fui responsável por colocar as informações da farmácia no perfil da mesma, e na divulgação dos produtos e campanhas em vigor. Considero que esta atividade foi uma mais valia para a FC, na medida em que a aproxima de toda a população em geral e que pode ajudar no aumento das vendas, devido à divulgação dos produtos e das campanhas, pois permite aos utentes estarem a par das novidades. No entanto, não foi possível observar o impacto desta medida nas vendas da farmácia, dada a proximidade da finalização do meu período de estágio Execução da montra de Natal A execução das montras são uma das formas mais comuns de dar destaque às campanhas e aos produtos, que por vezes não têm muita saída, pretendidos pela farmácia, o que permite dar a conhecê-los aos utentes e a incitar a sua compra. As épocas festivas são exemplos de alturas em que as montras são renovadas, e na FC não foi exceção. Quando pensamos em Natal, pensamos na troca de presentes entre familiares e amigos, e a FC quis assinalar essa época, com uma montra especial de Natal, com sugestões de prendas para todas as idades. Auxiliei a diretora técnica na execução dessa montra, em que retiramos os produtos que estavam expostos e colocamos as sugestões que foram selecionadas por a mesma. Junto com as 22

33 decorações alusivas à época, foram colocados kits da Uriage para pele oleosa, pele normal, pele reativa e intolerante e pele madura, kits e bonecos para bebé e perfumes. Apesar da boa imagem da montra, pouco foi o interesse dos utentes pelos produtos lá apresentados. Venderam-se alguns kits da Uriage, mas, no geral, as vendas dos produtos expostos foram pouco significativas Reestruturação e otimização do processo de reservas Na FC, as reservas que ficavam pagas eram colocadas num armário com gavetas, ficando as mais recentes nas gavetas de cima e as mais antigas nas gavetas de baixo. Já as reservas não pagas eram colocadas numas prateleiras na zona de receção e conferência de encomendas. Os papéis com a identificação dessas reservas eram, também separados, sendo colados de um lado da parede os não pagos, e do outro lado os pagos. Numa sessão do Kaizen, a consultora da Glintt sugeriu uma reestruturação e otimização das reservas. Foram alteradas as prateleiras das reservas não pagas, criando-se uma área para as reservas em que era necessário ligar ao utente, informando a chegado do produto, ficando esta área com a inscrição A telefonar. As reservas não pagas passavam a ocupar uma prateleira apenas, e eram divididas de acordo com o número de dias da reserva, pelo que se criaram 3 espaços na prateleira com as inscrições 1 dia, 2-3 dias +3dias, para os farmacêuticos terem uma noção de há quanto tempo aquela reserva já encontrava na prateleira. Nesta sessão, foi ainda proposto a utilização de um papel, uniformizado, que continha os dados: nome do utente, produtos reservados, data da reserva, n.º de contacto do utente e um espaço em branco para colocar se a reserva estava paga ou não. Assim sendo, a partir do dia desta sessão, este novo sistema de reservas foi aplicado na farmácia, tendo ficado todo o processo de reservas à minha responsabilidade. Assim que chegassem os produtos, identificava o papel com os dados do utente correspondente. Se fosse necessário telefonar, fazia o telefonema para informar, caso contrário, colocava os produtos nos locais respetivos, os pagos na gaveta, e os não pagos no espaço com a inscrição 1 dia. Com o passar do tempo, tinha de ir deslocando as reservas não pagas para o espaço da prateleira correspondente, 2-3 dias ou +3 dias. Relativamente às reservas pagas, antes de serem colocadas na gaveta, tinha de preencher uma folha com o nome do utente, os produtos e a data da reserva, para que quando o utente requisitasse a reserva, essa informação era riscada, de forma a confirmar o levantamento da mesma. Este sistema melhorou substancialmente o processo de reservas, uma vez que estas se encontravam todas convenientemente identificadas e organizadas, o que torna o processo de procura das reservas muito mais eficaz e menos moroso Projetos de educação para a saúde 23

34 Sendo o farmacêutico profissional da área da saúde, para além de todas as tarefas associadas ao medicamento, deve salvaguardar a saúde pública e executar ações de educação dirigidas à comunidade com o intuito da promoção de saúde da população. No decorrer deste estágio, desenvolvi as seguintes atividades de educação para a saúde junto da comunidade idosa e da população de utentes que recorre aos serviços da FC Comunicação oral para a comunidade idosa e folheto informativo com o tema Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento Enquadramento A saúde oral significa saúde da boca e é considerada como parte integrante da saúde geral, pelo que as doenças orais têm consequências negativas na qualidade de vida das pessoas. Uma boca saudável permite-nos falar, sorrir, provar, mastigar, engolir e transmitir emoções com confiança, e sem dor nem desconforto, independentemente da idade, ou seja, é recomendável uma boca saudável ao longo da vida. As pessoas idosas apresentam um risco acrescido para o desenvolvimento de cáries dentárias (CD), doenças periodontais, cancro oral e xerostomia, para a alteração da mastigação e para o desgaste e perda de dentes [33]. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que a nível global 30% dos indivíduos entre os 65 e 74 anos não apresentem qualquer dente natural [34], enquanto que na Europa a estimativa varia entre 20% e 50%, pois existe uma evidente disparidade no que respeita ao acesso dos cuidados de saúde oral primários [35]. Uma das metas propostas pela Organização Mundial de Saúde, para o ano 2000, referia que 50% das pessoas idosas deveriam apresentar, pelo menos, 20 dentes naturais em condições funcionais [36], no entanto, um estudo, publicado em 2015, realizado pela Direção Geral de Saúde, estimou que apenas 36,7% dos idosos, entre os 65 e os 74 anos, apresenta, pelo menos, 20 dentes naturais [37]. No entanto, em Portugal, não existem ainda dados representativos da situação oral dos idosos a nível nacional, contudo, é certo que a ausência parcial e total de dentes nesta faixa etária é frequente, pelo que é necessário promover a saúde oral entre as pessoas mais velhas e encorajá-las a manter os seus dentes naturais durante o maior tempo possível [36] Objetivo da comunicação oral e do folheto informativo A comunicação oral e os folhetos informativos, por mim elaborados, tiveram por objetivo alertar os idosos para as doenças orais mais comuns, nesta faixa etária, e os fatores de risco que contribuem para o aparecimento destas doenças, bem como relembrar os cuidados orais a ter com os dentes naturais, de forma a mantê-los saudáveis o máximo de tempo possível, recordar os cuidados de higiene e de fixação 24

35 das próteses dentárias (PD) e dar a conhecer as medidas não farmacológicas aplicadas no combate à sensação de boca seca Principais doenças orais nos idosos As CD são os principais problemas orais das pessoas mais velhas, principalmente devido a alterações na saliva relacionadas com a idade, dieta pobre, exposição da superfície da raiz, devido a recessão gengival, e aumento do tratamento e manutenção dos dentes, em vez da sua extração [38]. As CD formam-se devido à ação das bactérias cariogénicas sobre os hidratos de carbono, provenientes dos alimentos, resultando na produção de ácidos. Estes ácidos provocam a desmineralização dos dentes e, consequentemente, o aparecimento das CD [39]. Desta forma, a progressão de CD leva à destruição dos dentes, podendo mesmo resultar na perda dentária [36]. A doença periodontal é uma doença infeciosa crónica que afeta o tecido de suporte do dente, incluindo a gengiva e o osso alveolar [38]. Pode considerar-se que apresenta duas fases: a gengivite, que designa a inflamação das gengivas, e a periodontite, que é a fase mais severa em que ocorre destruição dos tecidos e do osso alveolar que suporta os dentes. Desta forma, os danos da periodontite são irreversíveis e permanentes, podendo, igualmente, resultar na perda dos dentes [39]. Assim, tanto nas CD como nas doenças periodontais, a placa bacteriana é o fator causal comum e a sua remoção, de extrema importância, deve ser feita diariamente, através de práticas adequadas de higiene oral [36]. O edentulismo designa a ausência total ou parcial de dentes, e apresenta bastante impacto a nível da saúde física e emocional. A nível físico, o edentulismo diminui a capacidade de mastigação dos indivíduos, o que afeta as escolhas alimentares e, consequentemente, contribui para défices nutricionais e para o aparecimento de outras doenças [36]. Por isso se afirma que deve ser mantido um mínimo de 20 dentes naturais, para garantir uma boa mastigação, desde que sejam pares antagonistas [38]. A nível emocional, a falta de dentes dificulta a comunicação interpessoal, o que resulta, muitas vezes, no isolamento e falta de confiança das pessoas [36]. A xerostomia, vulgarmente designada como sensação de boca seca, ocorre devido a uma inadequada secreção salivar secundária à função anormal das glândulas salivares, e é uma condição muito comum em idosos, principalmente em mulheres. No entanto, existem indivíduos que não apresentam sinais de hiposalivação, pelo que se considera tratar-se de pseudo xerostomia, sendo que, nestas pessoas, as glândulas salivares apresentam normal funcionamento. A saliva tem várias funções como a autolimpeza e a diminuição do efeito dos ácidos que provocam CD, ou seja, com a diminuição de secreção de saliva existe um maior risco do aparecimento de CD [39]. Os principais sintomas são dificuldade em engolir, mastigar e falar, ardor na boca, mau 25

36 hálito, alteração do paladar, secura da mucosa bucal, glossite, lábios secos, candidíase oral e CD, apesar da prática de uma boa higiene oral. A etiologia da xerostomia pode ser dividida em duas categorias: as doenças sistémicas e os fatores locais. Das doenças sistémicas destacam-se doenças endócrinas, como a Diabetes Mellitus, doenças autoimunes, como a Síndrome de Sjögren, doenças infeciosas, como a Hepatite C e o Vírus da Imunodeficiência Humana, entre outras. Relativamente aos fatores locais, são de maior importância a medicação, radioterapia na zona da cabeça e pescoço e os fatores de estilo de vida, como fumar, beber bebidas com cafeína e uso de álcool (quer em bebidas, quer em colutórios). Os medicamentos que causam xerostomia, apresentam atividade anticolinérgica, o que resulta em hiposalivação, devido a uma menor libertação de acetilcolina nos nervos parassimpáticos. Destacam-se os antipsicóticos, anti-parkinsónicos, antidepressivos, sedativos, anti-histamínicos, antiretrovirais, opióides, citotóxicos, antineoplásicos e anti-hipertensores. O diagnóstico de xerostomia começa com um histórico médico completo, que inclui uma revisão dos medicamentos do paciente, histórico médico, incluindo radiação na zona da cabeça e pescoço, e história social, pois todos estes aspetos são necessários para determinar as causas subjacentes da boca seca. O paciente pode ser, também, submetido a questionários, que foram criados para identificar e avaliar a gravidade da xerostomia, a avaliação das taxas de fluxo salivar, sendo que a hiposalivação refere-se a uma taxa de fluxo salivar estimulado de <0,5 a 0,7 ml/min, e taxa de fluxo salivar não estimulado é <0,1 ml/min, a métodos de diagnóstico imagiológicos, como tomografia computorizada ou ressonância magnética, e a exames laboratoriais, para determinar se a causa subjacente está relacionada a uma doença sistémica. Após o diagnóstico de xerostomia, o paciente deve ser aconselhado para manter a hidratação com consumo adequado de água, realizar boas práticas de higiene oral, visitas regulares ao dentista e fluoretos tópicos (necessários para a prevenção da CD) e evitar comidas crocantes, picantes, ácidas ou duras. O médico pode suspender a medicação que provoca a boca seca ou trocá-la por medicamentos alternativos, apenas se for segura e necessária para o paciente. O tratamento pode ser feito, recorrendo a produtos de uso tópico ou medicação sistémica, mas os produtos tópicos são os tratamentos de primeira linha recomendados, destacando-se as gomas de mascar ou doces, os estimulantes salivares e os substitutos da saliva. As gomas de mascar e doces não devem conter açúcar, para prevenir a CD, e estimulam a secreção de saliva, já os estimulantes e substitutos salivares, incluindo pastas de dentes, colutórios, geles e sprays, podem melhorar a função das glândulas salivares. Os substitutos da saliva, geralmente contêm carboximetilcelulose, goma xantana, mucinas, hidroxietilcelulose, óxido de polietileno ou óleo de linhaça, assemelhando-se à saliva natural e contribuem para o aumento da 26

37 viscosidade salivar. Relativamente à medicação sistémica, apenas duas substâncias ativas estão aprovadas para o tratamento da xerostomia, pela U.S. Food and Drug Administration (FDA), a pilocarpina e a cevimelina, que atuam como estimulantes da produção de saliva, sendo que apenas a pilocarpina está comercializada em Portugal, de nome comercial Salagen e é um agonista muscarínico não seletivo, enquanto que a cevimelina é um agonista muscarínico seletivo para os recetores M1 e M3 [40]. O cancro oral pode afetar, significativamente, qualquer parte da boca, como os lábios, as gengivas, a língua, a garganta, as mucosas, o palato, céu da boca e pavimento da boca [39]. A prevalência, do cancro oral, aumenta com o aumento da idade, representando uma ameaça para os idosos, e apresenta maior incidência e mortalidade nos homens. Os tratamentos são, geralmente, a cirurgia, a radioterapia e/ou a quimioterapia, e têm contribuído para uma diminuição da taxa de mortalidade e para o aumento do número de sobreviventes. No entanto, podem ocorrer mudanças anatómicas na cavidade oral, após o tratamento, que afetam o falar, o mastigar e/ou o engolir, o que diminui a qualidade de vida dos sobreviventes. Desta forma, os cuidados orais antes, durante e depois do tratamento podem ajudar a manter ou a melhorar a qualidade de vida dos pacientes com cancro oral [38] Fatores de risco para o aparecimento de doenças orais no idoso Os fatores de risco das doenças orais são comuns a outras doenças. Como fatores de risco não modificáveis é possível destacar a idade, o sexo e a hereditariedade. Já os fatores de risco modificáveis incluem a dieta rica em açúcares, o consumo de tabaco, o consumo excessivo de álcool e a higiene oral deficiente. O consumo excessivo de açúcar, dos alimentos, é um dos principais fatores de risco das doenças orais, sendo que contribui para o risco de CD (pois contribui para o aumento da produção de ácido), que resulta de uma ingestão de açúcar superior a 50 gramas ou mais do que quatro vezes por dia. É igualmente importante, prestar atenção aos açúcares adicionados, pelos fabricantes, aos alimentos ou, pelos indivíduos, às suas refeições. O tabaco aumenta o risco de doenças periodontais e do cancro oral, apresentando, igualmente, o inconveniente de poder provocar manchas nos dentes, mau hálito, perda de paladar e olfato e perda prematura dos dentes. Dada a acidez e elevado teor de açúcar existente, o consumo excessivo de álcool pode causar CD, e juntamente com o consumo de tabaco resulta num aumento do risco de cancro oral. Uma prática inadequada de higiene oral leva à acumulação de placa bacteriana, o que resulta no aparecimento de doenças orais [39] Cuidados orais a ter com os dentes naturais De forma a garantir uma boca saudável, é essencial a realização diária de práticas de higiene oral, dada a importância de manter o máximo de tempo possível os nossos 27

38 dentes naturais, independentemente da idade. A escovagem dos dentes tem o objetivo de remover a placa bacteriana e os restos dos alimentos presentes na boca, sendo a prática mais comum de higiene oral, e deve ser feita pelo menos duas vezes por dia, sendo que a última escovagem deve ser feita à noite, antes de deitar, com auxílio de uma escova de filamentos macios e um dentífrico com flúor. É importante ter consciência de que a escova de dentes é um objeto pessoal, pelo que não deve ser partilhada e, deve ser substituída quando os filamentos se começam a deformar, geralmente de três em três meses. O uso de fio dentário ou escovilhões interdentários, é de igual importância, uma vez que permitem a limpeza dos espaços entre os dentes, onde a escova não consegue chegar. Aconselha-se que esta limpeza seja feita, no mínimo, uma vez por dia, preferencialmente antes da escovagem da noite [36]. As boas práticas de higiene oral devem ser complementadas com o recurso a colutórios com flúor, e deve ser feito o bochecho uma ou duas vezes por dia, ajudando na prevenção de CD e a acumulação de placa bacteriana, contribuindo, também, para um hálito fresco [33]. As visitas ao médico dentista devem ser feitas pelo menos duas vezes por ano, de forma a diagnosticar precocemente qualquer alteração que necessite de intervenção e tratamento [36] Cuidados de higiene oral com as próteses dentárias As PD são dispositivos que permitem substituir os dentes e outras estruturas orais, como a gengiva e o osso, de forma a restabelecer a função estética, fonética e mastigatória, e dividem-se em próteses removíveis e próteses fixas. Relativamente às próteses removíveis, estas podem ser totais ou parciais, dependendo se contêm a totalidade ou apenas alguns dentes, mas os cuidados de higiene são os mesmos para ambas. Para a limpeza das próteses é necessário uma escova própria para próteses ou uma escova de dentes de filamentos macios, dentífrico não abrasivo, sabão de ph neutro, espuma de limpeza ou pastilha efervescente para limpeza de PD. Esta limpeza deve ser feita, após as refeições e antes de deitar, para remoção de depósitos de alimentos e da placa bacteriana, e da seguinte forma: 1. Lavar as mãos e retirar a prótese; 2. Escovar bem, durante 2 a 3 minutos todas as superfícies da prótese, tanto interior com exterior, com auxílio de uma escova própria, ou escova de cerdas macias, e um dentífrico não abrasivo, sabão neutro ou espuma de limpeza; 3. Enxaguar abundantemente com água, fria ou morna, para não deformar a prótese; 4. Lavar bem a escova que foi utilizada na limpeza da prótese. Ou então, para uma limpeza mais profunda: 1. Encher um copo com água, fria ou morna, que seja suficiente para cobrir a PD; 28

39 2. Colocar uma pastilha efervescente, para a higienização de próteses, no copo com água; 3. Mergulhar a prótese na solução de limpeza durante o tempo indicado na embalagem ou durante a noite; 4. Após esse tempo, escovar a prótese com a solução de limpeza, na qual estava imersa; 5. Passar, abundantemente, por água corrente e descartar a solução de limpeza remanescente; 6. Lavar bem a escova que foi utilizada na limpeza da prótese; 7. Escovar os dentes naturais antes de colocar novamente a prótese [41]. É aconselhável que as próteses sejam retiradas à noite, antes de dormir, e colocadas numa solução desinfetante, para que as mucosas orais possam repousar, e porque dormir com a prótese pode contribuir para o aumento da placa bacteriana, inflamação das gengivas e candidíase oral. Em idosos com mais de 85 anos, o uso de próteses durante a noite está relacionado com o dobro do risco de desenvolver pneumonia [42] Uso de fixadores de próteses Para melhorar, tanto a retenção e estabilidade das próteses removíveis, como a capacidade de mastigar, é aconselhável a utilização de adesivos e/ou outros fixadores. Desta forma, os restos de alimentos já não conseguem depositar-se entre a gengiva e a prótese, e é possível falar e sorrir com mais confiança. O adesivo de próteses é a designação dada ao material solúvel, não tóxico, disponível comercialmente, que é aplicado na superfície da dentadura, de forma a aumentar a retenção, estabilidade e função das PD. Estes adesivos podem ser encontrados sob a forma de cremes, pós e pastas, que são os adesivos solúveis, e em fitas, que representam os adesivos insolúveis. A duração do tempo de retenção pode variar entre as 3 e 12 horas, dependendo do tipo de fixador utilizado. Relativamente à possibilidade de desenvolvimento de microrganismos ou de possíveis alterações da flora oral devido ao uso prolongado dos fixadores, a literatura é escassa e não apresenta alterações significativas nas populações de Candida albicans e Streptococcus α-hemolíticos. Atualmente, os fixadores são desprovidos de zinco ou apresentam uma pequena quantidade do mesmo, uma vez que o uso contínuo ou exagerado de creme adesivo levava a uma elevada ingestão de zinco, resultando num aumento da concentração sérica de zinco e diminuição da concentração sérica de cobre [43]. A aplicação do adesivo em creme deve ser feita da seguinte forma: 1. Lavar e secar a PD; 29

40 2. Aplicar o creme fixador de acordo com as indicações do fabricante. Geralmente aplicam-se duas tiras de creme, nas próteses parciais ou inferiores, ou três tiras em próteses totais superiores, nunca perto das extremidades; 3. Enxaguar a boca com água, posicionar a PD no local e pressionar firmemente durante 5 segundos [44]. O fixador em fita adesiva deve ser aplicado do seguinte modo: 1. Limpar e secar a PD; 2. Abrir e remover as fitas do adesivo; 3. Humedecer ligeiramente uma fita de cada vez com água; 4. Colocar as fitas na prótese, não muito próximo das extremidades. Não sobrepor as fitas e cortá-las se for necessário; 5. Enxaguar a boca com água, posicionar a prótese no local e pressionar firmemente durante 5 segundos [45]. O fixador em pó deve ser aplicado da seguinte forma: 1. Lavar a PD, deixando-a húmida; 2. Aplicar uma pequena quantidade de pó fixador nas superfícies da prótese que entram em contacto com a gengiva ou o céu da boca; 3. Retirar o excesso de pó, posicionar a PD no local e pressionar firmemente durante 5 segundos [46]. Os adesivos deverão ser removidos do seguinte modo: 1. Bochechar com água; 2. Remover, lentamente, as próteses com movimentos ondulatórios; 3. Com uma escova macia e água morna, remover os resíduos de adesivo da prótese [44] Medidas não farmacológicas aplicadas na sensação de boca seca As medidas não farmacológicas são a primeira linha de tratamento da xerostomia. Por essa razão os idosos devem: Mastigar um rebuçado ou uma pastilha elástica, sem açúcar, para estimular a produção de saliva; Beber água durante as refeições, para ajudar a mastigar e a engolir os alimentos; Evitar bebidas com gás, cafeína, álcool e tabaco; Utilizar hidratante labial e substitutos de saliva [39] Comunicação oral e folheto informativo Métodos e resultados A comunicação oral (Anexos 4 e 5) teve lugar no dia 19 de fevereiro, nas instalações do Centro Social de Silvalde, para um total de 17 idosos (Anexo 6) que frequentam o 30

41 centro de dia da instituição. A comunicação teve a duração de 20 minutos e a apresentação, realizada no Microsoft PowerPoint, apresentava linguagem simples e direta, e continha vídeos para apelar à atenção dos idosos e mais fácil compreensão dos assuntos, por estes, uma vez que os vídeos demonstravam a prática dos cuidados de higiene e fixação das próteses. No final da apresentação, distribuí os folhetos informativos (Anexo 7), por mim elaborados, que continham a informação da comunicação oral, enquanto a diretora técnica da FC, que me acompanhou, distribuía amostras de produtos que nos foram fornecidos para a data. As amostras continham uma pasta de dentes, um creme fixador de prótese e 6 pastilhas efervescentes para limpeza da prótese. Constatei, através de um inquérito inicial, que a maioria dos idosos, senão todos, usavam PD, escovavam os dentes pelo menos duas vezes por dia, mas não usavam nem fio dentário, nem colutórios, para complementar a escovagem. A maioria dos idosos não se recordava de quando teria sida a última visita ao dentista, pelo que suponho que já tenha ocorrido há muito tempo, certamente mais que um ano. De uma forma geral, os idosos foram participativos, gostaram da apresentação e permitiu dar-lhes a conhecer alguns produtos que se encontram disponíveis na farmácia para os cuidados orais e a forma como os devem utilizar. Alguns dos idosos desconheciam a existência dos fixadores em creme e outros desconheciam a existência das pastilhas efervescentes para a limpeza das próteses. Considero então, que foi uma experiência positiva, dado que permitiu que a FC se aproximasse da população, contribuiu para os conhecimentos adquiridos pelos idosos e para me tornar menos introvertida Folheto informativo e inquérito para a população de utentes da Farmácia Conceição sobre Desparasitação animal Enquadramento Partilhar a nossa vida com um cão, ou um gato, pode ser uma experiência incrivelmente compensadora e enriquecedora, mas é fundamental compreender que ter um animal de companhia exige um compromisso sério e responsável da nossa parte, para toda a vida. Portugal é, atualmente, um país pet friendly que, ao que tudo indica, apresenta seis milhões e meio de animais de estimação, e estima-se que cerca de dois milhões de lares portugueses (54%) possuam pelo menos um animal de estimação, de acordo com um estudo que coloca Portugal no 12º lugar do ranking de países com mais animais de estimação [47]. Os donos de animais de companhia devem proporcionar-lhes instalações, cuidados e atenção que tenham em conta as suas necessidades etológicas, em conformidade 31

42 com a sua espécie e raça, e, nomeadamente, fornecer-lhes, em quantidade suficiente, a alimentação e a água adequadas, dar-lhes possibilidades de exercício adequado, tomar todas as medidas para a sua segurança e garantir o acesso a cuidados médicoveterinários sempre que justificado, incluindo as medidas profiláticas, de identificação, de vacinação previstas na lei e de desparasitação interna (DI) e desparasitação externa (DE) [48]. A desparasitação dos animais de companhia é de extrema importância, não só por questões de saúde do animal, como do próprio dono e de todo o seu meio envolvente, dado que há o perigo de transmissão ao Homem. Nas farmácias encontram-se disponíveis vários desparasitantes, quer internos, quer externos, pelo que cabe aos farmacêuticos informar e alertar para a importância da desparasitação de todos os animais de companhia presentes na habitação Objetivo do folheto informativo e do inquérito Com o inquérito pretende-se conhecer os hábitos da população quanto à DI e DE dos seus animais de companhia. Já com o folheto informativo, pretende-se dar a conhecer os produtos disponíveis para proceder à desparasitação do animal de companhia, bem como a importância da sua realização Importância da desparasitação e parasitas mais comuns A partilha do espaço doméstico com os animais de companhia pode acarretar riscos, tanto para a saúde do animal, como para a de quem com ele convive. Os parasitas constituem um desses riscos, sendo importante a desparasitação do animal, tanto interna como externa. Os parasitas são responsáveis pela indução da resposta imunológica no animal, resultando numa reação alérgica, pelo aparecimento de lesões cutâneas e pela transmissão de doenças, tanto ao animal como aos humanos (zoonose), e podem ser transmitidos através de contacto, direto ou indireto com urina, fezes ou saliva contaminadas, com pelo ou pele do animal, através da picada de pulgas ou carraças, ou através de arranhões ou mordeduras [49,50]. Os parasitas internos, também designados de endoparasitas, englobam uma grande variedade de helmintas, nomeadamente nematodes, cestodes e trematodes, que tanto podem infetar os cães como os gatos. Os parasitas intestinais mais frequentes são do género Toxocara spp., Taenia spp., Echinococcus spp., Ancylostoma e Uncinaria spp., e da espécie Dipylidium caninum e Trichuris vulpis. Já os parasitas internos nãointestinais com maior prevalência na Europa a Dirofilaria immitis, frequentemente chamado de parasita do coração, Dirofilaria repens, Angiostrongylus vasorum e Thelazia callipaeda. Dos endoparasitas é de destacar as seguintes informações: 32

43 Toxocara canis e Toxocara cati são nematodes intestinais de grandes dimensões, que causam doenças nos cães e nos gatos, respetivamente, podendo, igualmente, causar doença no Homem, por ingestão de ovos infetados ou carne malcozida. Afetam, principalmente, as crias por transmissão através do leite das progenitoras; Taenia spp. são cestodes e podem infetar cães e gatos por ingestão dos hospedeiros intermediários, enquanto que o Homem pode ser infetado por ingestão de ovos embrionados; Echinococcus granulosus e Echinococcus multiloculares, são cestodes e infetam apenas os cães, por ingestão de carne proveniente de hospedeiros intermediários e que pode infetar o Homem por ingestão de ovos embrionados no ambiente ou comida contaminada; Ancylostoma e Uncinaria spp são nematodes que infetam principalmente os cães, mas também podem infetar os gatos, através da ingestão da larva. Os cachorros podem ser infetados através da transmissão lactogénica; Dipylidium caninum é um cestode e pode infetar cães, gatos e o Homem através da ingestão de pulgas e piolhos infetados, que constituem os hospedeiros intermediários; Trichuris vulpis é um nematode que infeta apenas os cães, por ingestão de ovos infetados; Dirofilaria immitis e Dirofilaria repens são nematodes, que se encontram nas artérias pulmonares ou no tecido subcutâneo, respetivamente, de gatos e de cães, uma vez que é transmitido através da picada do mosquito, pelo que o Homem pode ser, também, infetado. Angiostrongylus vasorum é um nematode que pode ser encontrado nas artérias pulmonares e ventrículo direito de cães infetados, devido à ingestão de hospedeiros intermediários infetados [51]. Os parasitas externos, ou ectoparasitas, incluem uma grande variedade de artrópodes, nomeadamente as pulgas, carraças, ácaros, piolhos, mosquitos, moscas e flebótomos. Relativamente aos ectoparasitas é de destacar a seguinte informação: As pulgas, essencialmente Ctenocephalides felis e C. canis, podem ser encontradas em gatos e em cães, respetivamente, mas também nos humanos. Há um aumento da sua reprodução, ao ar livre, durante as estações quentes e, no interior, se as condições de temperatura e humidade forem ótimas. Podem ser vetores de um grande número de patogénicos e zoonoses; 33

44 As carraças pertencem aos géneros Ixodes, Rhipicephalus e Dermacentor e atuam como vetores de agentes patogénicos, tendo os fluidos salivares como principal via de transmissão. A infestação por carraças é sazonal, e apresenta picos na primavera e no outono. Não só os cães e os gatos podem ser infetados, mas também os humanos o podem ser; Os piolhos, Linognathus setosus e Trichodectes canis infetam os cães, enquanto que Felicola subrostratus infeta os gatos, são transmitidos por contato direto hospedeiro-hospedeiros, ou através partilha de camas ou escovas; Os mosquitos, da família Culicidae, são importantes vetores dos parasitas internos não-intestinais, Dirofilaria immitis e Dirofilaria repens, que afetam cães, gatos e humanos; Os ácaros, dependendo das espécies, são responsáveis pelo aparecimento de sarna demodécica, sarna sarcóptica, otites e dermatites, e podem afetar os gatos, os cães e o Homem [52] Desparasitação interna de animais de companhia A DI define a eliminação dos parasitas internos dos animais de companhia, com recurso aos desparasitantes internos, que apresentam anti-helmínticos na sua constituição e estão disponíveis em comprimidos ou pastas de administração oral, devendo a dose ser adequada ao peso do animal. Nos gatinhos a desparasitação é feita de 14 em 14 dias, regra geral, a partir dos 21 dias de idade até 14 dias depois do desmame, sendo que após, aconselha-se a que seja feita todos os meses até atingir os 6 meses de idade. Já os gatos com mais de 6 meses devem ser desparasitados internamente de 3 em 3 meses. As gatas a amamentar devem ser desparasitadas ao mesmo tempo que os bebés, e nas gatas grávidas não há risco de infeção pré-natal, sendo que desta forma a desparasitação pode ser feita no final da gravidez para evitar a transmissão de parasitas durante a amamentação. Os gatos que partilham os mesmos espaços que bebés, crianças e imunodeprimidos, devendo ser desparasitados mensalmente. [49] Nos cachorros a desparasitação é feita de 14 em 14 dias, regra geral, a partir dos 14 dias de idade até 14 dias depois do desmame. Após isto, aconselha-se a que seja feita todos os meses até atingir os 6 meses de idade, já os cães com mais de 6 meses devem ser, geralmente, desparasitados internamente de 3 em 3 meses. As cadelas a amamentar devem ser desparasitadas no mesmo momento em que é feita a desparasitação dos bebés, e as cadelas grávidas devem ser desparasitadas de acordo com as indicações do veterinário. Cães com contacto com outros cães, como em canis e hotéis, bem como os cães que passeiam sem supervisão, que partilham os mesmos 34

45 espaços que bebés, crianças e imunodeprimidos, é aconselhada a desparasitação todos os meses [49] Desparasitação externa de animais de companhia Para o tratamento de infestações por ectoparasitas, existem disponíveis pós, sprays e comprimidos, que atuam de forma imediata sobre os parasitas, mas não previnem futuras reinfestações, e devem ser administrados de acordo com as informações do fabricante. Deve-se ter em atenção a espécie, a idade e o peso do animal. Para a prevenção de infestações, os donos dos animais podem escolher: Pipetas, que podem apresentar um espetro de ação variado, contra pulgas, carraças, flebótomos e mosquitos, sendo que a sua duração de ação é, geralmente, de um mês; Comprimidos, que atuam de forma a prevenir infestações de pulgas e carraças, tendo uma ação que pode ir de 1 a 3 meses; Coleiras, com um espectro de ação variável e que permite a proteção do animal de 4 a 8 meses; Sprays, para eliminação de pulgas, carraças e piolhos, e com duração de ação até um mês. Os cães e os gatos bebés devem ser desparasitados recorrendo aos sprays, pois são os desparasitantes mais seguros para esta idade. As cadelas grávidas ou a amamentar devem ser desparasitadas de acordo com as indicações do veterinário. Os produtos, mencionados anteriormente, mantêm a sua eficácia caso o animal se molhe, mas não em caso de exposição intensa e prolongada à agua. A aplicação destes produtos é aconselhada 48 a 72 horas após banhos com champô, ou duas semanas antes do banho. Os desparasitantes externos apresentam, na sua maioria, substâncias de ação inseticida Folheto informativo e inquérito sobre Desparasitação animal Métodos e resultados O inquérito (Anexo 8) foi realizado à população de utentes que recorre à FC, entre os dias 26 de fevereiro e 2 de março, para verificar os hábitos de desparasitação aos animais de companhia, dessa mesma população. Foram 54 os utentes que responderam ao inquérito, sendo que 38 responderam afirmativamente à questão Tem cães? e 26 à questão Tem gatos?. Os utentes da FC têm, em média, um cão ou um gato por habitação, e os resultados do inquérito são os seguintes, relativamente aos donos de cães (Anexo 9): Cerca de 37% afirma realizar a DI de 3 em 3 meses, 21% realizam de 6 em 6 meses ou anualmente,11% não realiza e 10% respondeu Outro ; 35

46 42% diz desparasitar externamente o cão de mês a mês, enquanto que cerca de 16% faz de 3 em 3 meses, anualmente ou Outro, e cerca de 5% não faz DE ou faz de 6 em 6 meses; 74% dos utentes escolhe as pipetas como produto para a DE, sendo os comprimidos, coleiras e pós raramente eleitos (11%, 11% e 5%, respetivamente); O fator que mais influencia a escolha do desparasitante externo é a facilidade de administração (58%), seguindo-se o preço e outros fatores mencionados pelos utentes (21% cada), nomeadamente a indicação do desparasitante pelo veterinário. Verifica-se que os utentes da FC que possuem cães, na sua generalidade, realiza as DI e DE, no período esperado, sendo geralmente de 3 em 3 meses na DI e de mês a mês na DE, dado que há preferência na aplicação de pipeta. Relativamente aos donos de gatos, os resultados são os seguintes (Anexo 10): Cerca de 46% afirma não realizar a DI, enquanto que 38% realizam de 3 em 3 meses; 31% diz desparasitar externamente o seu gato de mês a mês, enquanto que cerca de 23% faz de 3 em 3 meses, cerca de 16% faz anualmente e cerca de 15% não faz DE ou respondeu Outro ; 77% dos utentes escolhe as pipetas como produto para a desparasitação; O fator que mais influencia a escolha do desparasitante externo é a facilidade de administração (46%), seguindo-se o preço e outros fatores mencionados pelos utentes (23% e 15%, respetivamente), nomeadamente a indicação do desparasitante pelo veterinário. Contrariamente aos donos dos cães, os donos dos gatos não efetuam a DI dos seus animais de companhia com a regularidade aconselhada. No entanto, no que se refere à DE, tendo em conta que a escolha da pipeta é, igualmente, prevalente, é de facto aconselhável que a desparasitação seja feita de mês a mês. Em ambos os casos, tanto os donos dos cães, como os donos dos gatos, afirmaram, maioritariamente, ter preferência pelas pipetas principalmente devido à facilidade de administração. No entanto, é de realçar que se as desparasitações não forem feitas dentro da regularidade aconselhada, mas tiverem a indicação do veterinário, encontram-se, igualmente, corretas. Alguns donos de gatos desconheciam que os seus animais de companhia podiam ser infetados com parasitas internos, pelo que a realização deste inquérito permitiu dar conhecimento, aos mesmos, acerca da DI do animal, dando-lhes a conhecer os produtos utilizados nessa prática. Após a 36

47 realização do inquérito foi distribuído, aos utentes, um folheto informativo (Anexo 11) com informação acerca dos produtos usados nas desparasitações, bem como a regularidade de aplicação e a importância das mesmas. Tanto o inquérito como o folheto informativo foram elaborados por mim. CONCLUSÃO O plano curricular do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto permite uma formação científica de excelência aos seus estudantes. O contacto com as áreas profissionais da farmácia comunitária e hospitalar, sob a forma de estágio profissionalizante, mostra-se essencial, para que os estudantes apliquem na prática o que aprenderam em teoria e para que concluam a formação como excecionais futuros farmacêuticos. Este estágio permitiu-me aplicar e testar os conhecimentos e capacidades que adquiri nos últimos cinco anos, e, na medida do possível, colmatar as falhas que existiam na minha formação. No estágio profissionalizante descobri todo o processo legislativo, de organização e de gestão para um bom funcionamento de um serviço de atendimento ao público, e consequentemente, de uma farmácia, adquiri competências de aconselhamento de medicamentos não sujeitos a receita médica e produtos de saúde, e muitas outras coisas. Escolhi projetos e assuntos que acreditei fazerem a diferença na farmácia, no serviço prestado ao utente e na educação para a saúde de toda a comunidade. A decisão de fazer uma comunicação oral prendeu-se no facto de achar que devia de sair da minha zona de conforto e falar perante um grupo de pessoas. Os idosos foram os escolhidos, pois representam uma faixa etária que me deixa um pouco desconfortável (apenas uma questão pessoal, não é por não gostar de idosos), mas também por serem uma faixa etária muitas vezes esquecida ou posta de parte pela população. A escolha do tema Desparasitação animal, prendeu-se no facto de estar mais à vontade com o mesmo, dado ser voluntária numa associação que recolhe animais abandonados ou maltratados e estas práticas são realizadas nos animais albergados, com a regularidade aconselhável. O estágio foi, em todos os aspetos, uma experiência enriquecedora, pois ensinoume não só a ser mais simpática e atenciosa, mas também mais extrovertida, responsável e autónoma, a trabalhar em equipa e a desenvolver o meu sentido crítico. Com este estágio e a equipa de profissionais que me acolheu, aprendi a fazer, mais e melhor, todos os dias, em benefício dos utentes e da comunidade. 37

48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Farmácia Conceição: Sobre. Acessível em: /about/?ref=page_internal [acedido em 22 de fevereiro de 2018]; [2] Portaria n.º 14/2013, de 11 de janeiro. Diário da República n.º 8/2013, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: a14_2013.pdf [acedido em 22 de fevereiro de 2018]; [3] Decreto-Lei n.º 171/2012, de 1 de agosto. Diário da República n.º 148/2012, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 22 de fevereiro de 2018]; [4] Kaizen Institute: Missão. Acessível em [acedido em 15 de janeiro de 2018]; [5] Kaizen Institute: O que é Kaizen? Acessível em [acedido em 15 de janeiro de 2018]; [6] Ordem dos Farmacêuticos: Boas Práticas Farmacêuticas para a farmácia comunitária (2009). Acessível em: [acedido em 15 de fevereiro de 2018]; [7] Glintt : Sifarma. Acessível em: [acedido em 15 de fevereiro de 2018]; [8] Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto. Diário da República n.º 168/2007, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 15 de fevereiro de 2018]; [9] Decreto Regulamentar n.º 61/94, de 12 de outubro. Diário da República n.º 236/1994, Série I-B. Ministério da Justiça. Lisboa. Acessível em: [acedido em 18 de janeiro de 2018]; [10] Decreto-Lei n.º 209/94, de 6 de agosto. Diário da República n.º 181/1994, Série I- A. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 26 de fevereiro de 2018]; [11] INFARMED: Normas relativas à dispensa de medicamentos e produtos de saúde (atualizada em outubro de 2015). Acessível em aea02-a b3ee-a2983bdfe790 [acedido em 26 de fevereiro de 2018]; [12] Despacho n.º 4322/2013, de 15 de março. Diário da República n.º 59/2013, Série II. Acessível em 38

49 [acedido em 26 de fevereiro de 2018]; [13] Despacho n.º 2935-B/2016, de 24 de fevereiro. Diário da República n.º 39/2016, 1º Suplemento, Série II. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 26 de fevereiro de 2018] [14] Serviços Partilhados do Ministério da Saúde: Receita sem papel. Acessível em [acedido em 26 de fevereiro de 2018]; [15] Decreto-Lei n.º 48-A/2010, de 13 de maio. Diário da República n.º 93/2010, 1º Suplemento, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 27 de fevereiro de 2018]; [16] Portaria n.º 195-D/2015, de 30 de junho. Diário da República n.º 125/2015, 1º Suplemento, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 27 de fevereiro de 2018]; [17] Serviço Nacional de Saúde: Comparticipação de medicamentos. Acessível em [acedido em 27 de fevereiro de 2018]; [18] Portaria n.º 35/2016, de 1 de março. Diário da República n.º 42/2016, Série I. Saúde. Lisboa. Acessível em [acedido em 27 de fevereiro de 2018]; [19] Portaria n.º 3-B/2007, de 2 de janeiro, Diário da República n.º 1/2007, 2º Suplemento, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 28 de fevereiro de 2018]; [20] Portaria n.º 223/2015, de 27 de julho. Diário da República n.º 144/2015, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 28 de fevereiro de 2018] ; [21] INFARMED: Circular Informativa n.º 166/CD/ , de 15 de setembro de Acessível em 770ffc08a702f91d7836d6e310e0dd1f1616cfb4009f90abd4a859c5e5610c8&mlh=5518 aff7-f57e-49df ab8db29dc&mlsh=32148d b8-8eec- 77b255ad786d&mldh=b0d32ba6-01ad-40fb-ae79-bd93bafc8b63 [acedido em 4 de março de 2018]; [22] JABA RECORDATI: Medicamentos não sujeitos a receita médica. Acessível em [acedido em 4 de março de 2018]; 39

50 [23] Decreto-Lei n.º 189/2008, de 24 de setembro. Diário da República n.º 185/2008, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 4 de março de 2018]; [24] Lei n.º 71/2013, de 2 de setembro. Diário da República n.º 168/2013, Série I. Assembleia da República. Lisboa. Acessível em: [acedido em 5 de março de 2018]; [25] Decreto-Lei n.º 136/2003, de 28 de junho. Diário da República n.º 147/2003, Série I-A. Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. Lisboa. Acessível em: [acedido em 5 de março de 2018]; [26] Decreto-Lei n.º 118/2015, 23 de junho. Diário da República n.º 120/2015, Série I. Ministério da Agricultura e do Mar. Lisboa. Acessível em: [acedido em 5 de março de 2018]; [27] Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto. Diário da República n.º 167/2006, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 5 de março de 2018]; [28] Decreto-Lei n.º 314/2009, de 28 de outubro. Diário da República n.º 209/2009, Série I. Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Lisboa. Acessível em: [acedido em 5 de março de 2018]. [29] Decreto-Lei n.º 145/2009, de 17 de junho. Diário da República n.º 115/2009, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 5 de março de 2018] [30] Despacho n.º 18694/2010, de 16 de dezembro, Diário da República n.º 242/2010, Série II. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: saude.pt/nr/rdonlyres/b9ebb e-4c97-94fd- 6B54A9F75A58/25217/ pdf [acedido a 6 de março de 2018]; [31] Direção Geral de Saúde: Norma 020/2011. Acessível em: de atualizada-a as px [acedido em 6 de março de 2018]; [32] VALORMED: Quem Somos. Acessível em [acedido em 6 de março de 2018]; [33] Ordem dos médicos dentistas: Folhetos educativos Saúde oral sénior. Acessível em: [acedido em 18 de janeiro de 2018]; [34] Organização Mundial de Saúde: Saúde oral. Acessível em: [acedido em 18 de janeiro de 2018]; 40

51 [35] Organização Mundial de Saúde Europa: Saúde oral. Acessível em: [acedido em 18 de janeiro de 2018]; [36] Direção Geral de Saúde (2008). Programa Nacional para a saúde das pessoas idosas saúde oral das pessoas idosas. DGS. Lisboa. Acessível em: [acedido em 18 de janeiro de 2018]; [37] Direção Geral de Saúde (2015). Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral - III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais. DGS. Lisboa. Acessível em: [acedido em 18 de janeiro de 2018]; [38] J.A. Gil-Montoya, A.L. de Mello, R. Barrios, M.A. Gonzalez-Moles, M. Bravo (2015) Oral health in the elderly patient and its impact on general well-being: a nonsystematic review. Clinical Interventions in Aging; 10: Acessível em: [acedido em 19 de janeiro de 2018]; [39] Direção Geral de Saúde (2017). Guia para uma boa saúde oral - Como viver com uma boca saudável ao longo da vida. DGS. Lisboa. Acessível em: [acedido em 19 de janeiro de 2018]; [40] Millsop Jillian W., Wang Elizabeth A., Fazel Nasim (2017). Etiology, Evaluation, and Management of Xerostomia, Clinics in Dermatology; 35(5): Acessível em: [acedido em 19 de janeiro de 2018]; [41] Ordem dos médicos dentistas: Folhetos educativos Próteses removíveis. Acessível em: [acedido em 18 de janeiro de 2018]; [42] Iinuma T., Arai Y., Abe Y., Takayama M., Fukumoto M., Fukui Y., Iwase T., Takebayashi T., Hirose N., Gionhaku N., Komiyama K. (2015). Denture Wearing during Sleep Doubles the Risk of Pneumonia in the Very Elderly. Journal of Dental Research; 94(3): 28S 36S. Acessível em: 93.pdf [acedido em 19 de janeiro de 2018]; [43] Papadiochou S., Emmanouil I., Papadiochos I. (2015). Denture adhesives: A systematic review. The Journal of Prosthetic Dentistry; 113: Acessível em: re_adhesives_a_systematic_review/links/5a4f4d32aca bc89d7/dentureadhesives-a-systematic-review.pdf [acedido em 20 de janeiro de 2018]; 41

52 [44] Corega : Corega Super. Acessível em: [acedido em 20 de janeiro de 2018]; [45] Corega : Corega Fita Adesiva. Acessível em: [acedido em 20 de janeiro de 2018]; [46] Corega : Corega Pó. Acessível em: [acedido em 20 de janeiro de 2018]; [47] GfK Portugal: Portugal é um país Pet-friendly. Acessível em: [acedido em 25 de janeiro de 2018]; [48] Liga Portuguesa dos Direitos do Animal: Deveres do dono. Acessível em: [acedido em 25 de janeiro de 2018]; [49] European Scientific Counsel Companion Animal Parasites (2017). Worm Control in Dogs and Cats - Guideline 01. Third Edition. ESCCAP Secretariat. Worcestershire. Acessível em: _July_2017.pdf [acedido em 25 de janeiro de 2018]; [50] European Scientific Counsel Companion Animal Parasites (2016). Control of Ectoparasites in Dogs and Cats - Guideline 03. Fifth Edition. ESCCAP Secretariat. Worcestershire. Acessível em: ate_v6.pdf [acedido em 25 de janeiro de 2018]; [51] European Scientific Counsel Companion Animal Parasites: Modular Guide Series - Worm Control in Dogs and Cats. Acessível em: web.pdf [acedido em 26 de janeiro de 2018]; [52] European Scientific Counsel Companion Animal Parasites: Modular Guide Series - Control of Ectoparasites in Dogs and Cats. Acessível em: [acedido em 26 de janeiro de 2018]; 42

53 ANEXO Anexo 1 Cronograma das atividades desenvolvidas, durante o estágio profissionalizante, na Farmácia Conceição. Atividades desempenhadas e temas desenvolvidos Período de estágio NOV DEZ JAN FEV MAR Apresentação do espaço e dos elementos da X equipa profissional; Noções básicas de gestão farmacêutica (perfil do X cliente, fontes de informação, fornecedores e grupo de compras, sistema informático, aquisição de produtos); Receção e conferência de encomendas e X X X X X marcação de preços; Armazenamento dos medicamentos e produtos de saúde e reposição de stocks nas gavetas e expositores; X X X X X Reorganização espacial das gavetas para X X armazenamento de medicamentos; Gestão de reservas; X X X X X Controlo dos prazos de validade; X X Devolução de produtos ao fornecedor e X X X X regularização das notas de crédito; Determinação de parâmetros bioquímicos (pressão X X X X arterial, glicémia, colesterol total, triglicerídeos e ácido úrico); Conferência e correção do receituário e faturação; X Sistema Kaizen (reuniões de planeamento e desenvolvimento de atividades para melhoria contínua); X X X X X Atendimento ao público (aconselhamento e X X X X dispensa de medicamentos e produtos de saúde); Comunicação oral e folheto informativo sobre Os X cuidados de saúde oral e o envelhecimento para a comunidade idosa; Inquérito e folheto informativo com o tema X Desparasitação animal para os utentes da Farmácia Conceição 43

54 Anexo 2 Quadros do Kaizen. 44

55 Anexo 3 Aparência exterior da Farmácia Conceição. 45

56 Anexo 4 Apresentação utilizada de suporte na comunicação oral Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento. 46

57 Anexo 5 Apresentação utilizada de suporte na comunicação oral Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento (continuação). 47

58 Anexo 6 Público alvo da comunicação oral Os cuidados de saúde oral e o envelhecimento. 48

59 Anexo 7 Folheto informativo sobre Os cuidos de saúde oral e o envelhecimento. 49

60 Anexo 8 Inquérito realizado na Farmácia Conceição sobre Desparasitação animal. 50

61 Anexo 9 Resultados do inquérito realizado aos donos de cães. 51

62 Anexo 10 Resultados do inquérito realizados aos donos de gatos. 52

63 Anexo 11 Folheto informativo sobre Desparasitação animal. 53

64

65 CENTRO HOSPITALAR DO BAIXO VOUGA, E.P.E. FABIANA FILIPA GRADIM RUIVO

66 Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas Relatório de Estágio Profissionalizante Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. setembro a outubro de 2017 Fabiana Filipa Gradim Ruivo Orientadora: Dra. Isabel Rosete Abril de 2018

67 Declaração de Integridade Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico. Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 2 de Abril de 2018 Fabiana Filipa Gradim Ruivo

68 AGRADECIMENTOS A todos os que fizeram parte deste meu percurso académico e me ajudaram a enriquecer, tanto a nível profissional como a nível pessoal, deixo o meu mais sincero e profundo agradecimento: À Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e à Comissão Orientadora de Estágios, por me terem acolhido durante os últimos cinco anos e contribuírem para a minha formação profissional, dando-me a oportunidade de me tornar farmacêutica. À Dra. Isabel Rosete, Dra. Marisa Costa, Dra. Ana Rocha, Dra. Cristina Pires, Dra. Cristina Mautempo, Dra. Michele Martins, Dra. Patrícia Barbosa e ao Dr. Ricardo Leitão, por me terem recebido nos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. e me terem dado a conhecer as funções desempenhadas pelos farmacêuticos hospitalares, nos dois meses que lá estive, sempre com simpatia, paciência e disponibilidade. Aos técnicos de diagnóstico e terapêutica e auxiliares operacionais dos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. por tão bem me terem recebido e pelo bom ambiente proporcionado ao longo do estágio. Por último, mas não menos importante, à minha família e ao Orlando, pois a vós devo o maior dos agradecimentos. Foram cinco anos com algumas pedras no caminho, mas que com o vosso apoio consegui caminhar em frente, sem nunca desistir, pois sempre demonstraram confiança e orgulho em mim, mesmo quando não me sentia capaz. A vossa companhia e as vossas palavras foram, e serão, o meu maior conforto. A todos, o meu muitíssimo obrigada!

69 ÍNDICE Pág. 1. Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Entidade Pública Empresarial Unidade de Aveiro: Contextualização histórica e caracterização da instituição 1 2. Serviço Farmacêutico Hospitalar no CHBV, E.P.E Definição, responsabilidades e funções dos Serviços Farmacêuticos Localização, instalações e horário de funcionamento Recursos Humanos Serviço Informático.4 3. Gestão de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos Seleção e aquisição Receção e armazenamento Distribuição de medicamentos Distribuição em regime de internamento Distribuição individual diária em dose unitária Distribuição de Medicamentos por Reposição de Stocks nivelados Distribuição de Medicamentos por Armazém avançado Distribuição de Medicamentos por PYXIS Distribuição de medicamentos em ambulatório Distribuição de medicamentos em regime de cirurgia de ambulatório Circuitos especiais de distribuição Estupefacientes e psicotrópicos Hemoderivados Citotóxicos Medicamentos de ensaios clínicos Farmacotenia Preparação e controlo de medicamentos manipulados Reembalagem de doses unitárias sólidas Comissões de apoio técnico e grupos de trabalho Comissão de Ética para a saúde Comissão de Farmácia e Terapêutica Grupo de coordenação local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA) Atividades desenvolvidas no estágio Conclusão..20

70 Referências bibliográficas Anexos 25

71 RESUMO O estágio profissionalizante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas proporciona ao estudante o contacto com a realidade profissional, tanto na área da farmácia comunitária como na farmácia hospitalar, o que permite ao estudante passar da teoria à prática. No âmbito hospitalar, o farmacêutico desempenha funções como a seleção, aquisição, armazenamento, distribuição de medicamentos e produtos de saúde, a preparação e controlo de medicamentos manipulados, o controlo de medicamentos que apresentam circuitos especiais e a sua integração em comissões e grupos técnicos. Trata-se de uma profissão pouco valorizada, mas de extrema importância para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde prestados. No presente relatório descrevo as atividades desenvolvidas no estágio profissionalizante que realizei no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Entidade Pública Empresarial, no período de 4 de setembro a 31 de outubro, sob orientação da Dra. Isabel Rosete. i

72 LISTA DE ABREVIATURAS CFT CHBV, E.P.E. SF TDT Comissão de Farmácia e Terapêutica Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Entidade Pública Empresarial Serviços Farmacêuticos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica ii

73 LISTA DE ANEXOS Anexo 1 Gabinete de ambulatório para dispensa de medicamentos aos doentes 25 Anexo 2 Validação das prescrições médicas no sistema informático.26 Anexo 3 Mapa terapêutico sem revertências para preparação das malas.27 Anexo 4 Mapa terapêutico com revertências para preparação das malas.28 Anexo 5 Sistema automático de armazenamento e distribuição - Pyxis..29 Anexo 6 Requisição informatizada de estupefacientes e psicotrópicos a enviar ao fornecedor..30 Anexo 7 Requisição de estupefacientes e psicotrópicos a preencher pelos serviços hospitalares e que deve ser entregue nos SF 31 Anexo 8 Ficha modelo para requisição/distribuição/administração de medicamentos de medicamentos derivados de plasma VIAFARMÁCIA..32 Anexo 9 Ficha modelo para requisição/distribuição/administração de medicamentos de medicamentos derivados de plasma VIASERVIÇO Anexo 10 Equipamento necessário para a reembalagem de medicamentos 34 Anexo 11 Antibiograma realizado com recurso a uma amostra de pus..35 Anexo 12 Formulário informatizado a preencher pelos médicos que prescrevem antibióticos.36 Anexo 13 Formulário informatizado a preencher pelos médicos que prescrevem antibióticos de reserva..37 Anexo 14 Etiquetas para identificação dos medicamentos nos serviços hospitalares 38 Anexo 15 Medicação reembalada dispensada em cirurgia de ambulatório..39 Pág. iii

74 1. Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Entidade Pública Empresarial Unidade de Aveiro: Contextualização histórica e caracterização da instituição O Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Entidade Pública Empresarial (CHBV, E.P.E.), foi um dos centros hospitalares criados ao abrigo do Decreto-Lei n.º30/2011, de 2 de março, e integra três Unidades Hospitalares: Hospital Visconde Salreu (Estarreja), Hospital Infante D. Pedro, E.P.E. (Aveiro) e Hospital Distrital de Águeda, com o objetivo de uma utilização mais racional e eficiente dos recursos disponíveis. É uma pessoa coletiva de direito público provido de personalidade jurídica, autonomia patrimonial, administrativa e financeira e, tem como missão a prestação de cuidados de saúde diferenciados, em tempo clinicamente adequado e com um elevado nível de qualidade, eficiência e efetividade [1]. A área de influência geográfica do CHBV,E.P.E. compreende 11 concelhos, nomeadamente, Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos [2]. O CHBV,E.P.E. apresenta-se organizado em três áreas distintas: área de prestação de cuidados, área de apoio à prestação de cuidados e área de gestão, logística e apoio geral. Possui cerca de 500 camas distribuídas pelos vários serviços clínicos com regime de internamento: Cardiologia, Cirurgia I e II, Especialidades Médicas (Unidade do Acidente Vascular Cerebral e Neurologia), Especialidades Cirúrgicas (Estomatologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, e Urologia), Infeciologia, Pneumologia, Medicinas I, II e III, Nefrologia, Ortopedia, Psiquiatria, Obstetrícia e Ginecologia, Pediatria I e II, Unidade de Cuidados Intensivos de Cardiologia e Unidade de Cuidados Intermédios Neonatal, e Serviço de Medicina Intensiva. Além destes serviços, dispõe de consultas externas e hospital de dia de diferentes especialidades médicas [2]. 2. Serviços Farmacêuticos Hospitalares no CHBV, E.P.E Definição, responsabilidades e funções dos Serviços Farmacêuticos Os Serviços Farmacêuticos (SF) estão integrados no CHBV, E.P.E. na área de apoio à prestação de cuidados e tratam-se de serviços que desempenham as atividades farmacêuticas, em instituições hospitalares. Apresentam autonomia técnica e científica e, nas unidades hospitalares, integram as equipas de cuidados de saúde, asseguram a terapêutica medicamentosa dos doentes, a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos e promovem ações de ensino e de investigação científica [3]. É da responsabilidade dos SF a gestão de medicamentos e outros produtos farmacêuticos, ou seja, a sua seleção, aquisição, armazenamento e distribuição. São também responsáveis pela implementação e monitorização das políticas dos 1

75 medicamentos, pela gestão de medicamentos experimentais e gestão da segunda maior rubrica do orçamento hospitalar [3]. Desta forma, os SF desempenham como funções: 1. Seleção, aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde; 2. Participação em ensaios clínicos, no que respeita ao aprovisionamento, armazenamento e distribuição de medicamentos experimentais; 3. Produção de medicamentos e controlo das matérias primas e produtos acabados; 4. Participação em comissões técnicas hospitalares e em grupos de trabalho; 5. Colaboração na Farmacovigilância, Farmacocinética e Farmácia Clínica; 6. Informação de medicamentos e desenvolvimento de ações de formação; 7. Colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos, juntamente com outros profissionais de saúde [3]. Em síntese, os farmacêuticos hospitalares intervêm nas áreas funcionais, no que diz respeito a medicamentos e produtos farmacêuticos, de seleção e aquisição, receção e armazenamento, preparação, controlo, distribuição, informação, Farmacovigilância, Farmacocinética e Farmácia Clínica Localização, instalações e horário de funcionamento No CHBV, E.P.E. os SF encontram-se localizados no bloco 6/8, no rés-do-chão, sendo por isso facilmente acessíveis, tanto para os doentes como para os diversos serviços existentes na instituição. O local de distribuição de medicamentos em ambulatório está próximo da circulação normal deste tipo de doentes, todas as áreas estão implementadas no mesmo piso e há proximidade com sistema de circulação vertical, como é o caso dos elevadores, cumprindo assim as recomendações mencionadas no Manual de Farmácia Hospitalar [3]. Os SF apresentam na sua estrutura física: Gabinete de ambulatório (dispensa de medicamentos em regime de ambulatório aos doentes Anexo 1); Gabinete da administração (realização de tarefas administrativas, como envio de notas de encomenda, conferência de faturas, entre outras); Gabinete da direção (onde se encontra a diretora do serviço, que tem como funções a gestão de recursos económicos e humanos); Gabinete dos farmacêuticos (validação de prescrições, reuniões de Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), esclarecimento de dúvidas 2

76 relativas às posologias, indicações terapêuticas, formas farmacêuticas, que surjam nos serviços); Sala de distribuição individual diária em dose unitária (preparação das malas da medicação em dose unitária para os vários serviços); Sala de reembalagem (preparação de medicação para dispensar em dose única divisão e rotulagem); Sala dos ensaios clínicos (arquivamento de documentos relativos aos ensaios e armazenamento de medicação dos ensaios, dispondo de armário e frigorífico para esse efeito); Armazém (receção de encomendas e armazenamento tanto de soluções eletrolíticas de grande volume, como de gases medicinais); Laboratório (armazenamento e controlo de qualidade de matériasprimas, preparação e controlo de qualidade de formas farmacêuticas não estéreis e reembalagem de comprimidos/cápsulas); Cofre (armazenamento de estupefacientes e psicotrópicos); Armários (armazenamento de citotóxicos, hemoderivados, medicamentos biológicos, formas farmacêuticas líquidas de instilação ocular, formas farmacêuticas sólidas de administração oral e medicamentos de dispensa em regime de ambulatório); Armário rotativo (armazenamento das formas farmacêuticas que não são sólidas de administração oral, soluções eletrolíticas de pequeno volume, nutrição entérica e parentérica, dietas infantis, suplementos e material de penso); Frigoríficos (armazenamento de medicamentos de dispensa em regime de ambulatório, citotóxicos, hemoderivados, medicamentos biológicos, vacinas) Sala de limpeza (limpeza e desinfeção das malas e gavetas); Copa (área de refeição) Sanitários. Encontram-se em funcionamento, durante os dias úteis, entre as 8:30 h e as 19:00 h, sendo que após este horário fica assegurado o fornecimento de medicamentos urgentes, das 19:00 h às 00:00 h (regime de prevenção), por um farmacêutico através de contacto telefónico, tendo este que se deslocar ao hospital para que não se comprometa o tratamento de doentes, por falta de medicação. Ao sábado encontra-se presente nos SF, das 9:00 h às 13:00 h, um farmacêutico, sendo que, das 13:00 h às 00:00 h, os pedidos de medicamentos devem ser feitos por contacto telefónico e, se 3

77 necessário, este desloca-se para fornecer a medicação que esteja a ser necessária. Aos domingos e feriados fica sempre um farmacêutico de prevenção, devendo por isso ser contactado por telefone caso surjam dúvidas relativas à medicação ou por falta desta, sendo, neste último caso, necessário o deslocamento do farmacêutico ao centro hospitalar Recursos Humanos Os recursos humanos são a base imprescindível para o bom funcionamento dos SF, devendo para isso existir meios humanos adequados em número e em qualidade [3]. Nos SF do CHBV,E.P.E., a equipa de profissionais é liderada pela diretora técnica e farmacêutica hospitalar Dra. Isabel Rosete, e composta, também, por 7 farmacêuticos (6 deles especialistas em farmácia hospitalar), 8 técnicos de diagnóstico e terapêutica (TDT), 2 assistentes administrativas e 5 auxiliares operacionais. Um dos farmacêuticos está responsável pela dispensa de medicamentos no ambulatório e, os restantes estão responsáveis pelos serviços clínicos que lhes foram atribuídos, cujas funções incluem, por exemplo, a validação diária da prescrição, resolução de qualquer dúvida/problema que ocorra nos respetivos serviços e distribuição e reposição de estupefacientes, psicotrópicos e hemoderivados. A alguns farmacêuticos hospitalares está, ainda, atribuída uma área funcional, como, por exemplo, farmacotecnia, estupefacientes e psicotrópicos, hemoderivados, controlo dos prazos de validade, gestão da qualidade, entre outras. É ainda de destacar a presença de farmacêuticos, em equipas multidisciplinares de comissões de apoio técnicas, destinadas a atuar em matérias especializadas Sistema informático Os SF do CHBV, E.P.E. utilizam, como sistema informático, o sistema de Gestão Hospitalar de Armazém e Farmácia ou GHAF. Como todos os sistemas informáticos permite a redução de circulação e arquivamento de informação em papel, bem como, perdas e extravios de papéis [4]. Este sistema apresenta várias funcionalidades, dependendo do módulo escolhido, permitindo a gestão de stocks, validação das prescrições, dispensa de medicação em ambulatório, consulta do histórico de medicação do doente, débito de hemoderivados, estupefacientes e psicotrópicos, entre outras. Recentemente, os farmacêuticos, desta instituição, passaram a estar autorizados a aceder ao SClínico, que contém informação sobre a situação clínica dos doentes, e permite a utilização e partilha de informação entre os profissionais de saúde do hospital. O farmacêutico pode acompanhar a evolução clínica do doente, verificando se o tratamento está a ser eficaz, apurar o diagnóstico do doente, se a terapêutica 4

78 medicamentosa se adequa ao diagnóstico e verificar os antibiogramas e parâmetros bioquímicos decorrentes de análises clínicas. 3. Gestão de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos A gestão de medicamentos abrange os procedimentos, da responsabilidade dos SF, que garantem o uso responsável e racional do medicamento, bem como dispensa dos medicamentos, nas melhores condições, aos doentes do hospital. Esta gestão apresenta várias fases, tendo início na seleção, aquisição e armazenamento, passando pela distribuição e terminando na administração ao doente. O mesmo se aplica para produtos farmacêuticos e dispositivos médicos [3] Seleção e aquisição de medicamentos A seleção e a aquisição de medicamentos são atividades que se integram no ato farmacêutico, ou seja, que são da exclusiva responsabilidade dos farmacêuticos [5]. A seleção de medicamentos para a unidade hospitalar é da responsabilidade da CFT do hospital e, tem por base o Formulário Nacional do Medicamento, dada a sua utilização obrigatória pelos prescritores dos estabelecimentos do Sistema Nacional de Saúde, e as necessidades terapêuticas dos doentes [6]. A utilização de medicamentos que não estejam incluídos no Formulário Nacional do Medicamento, implicam a inclusão dos mesmos nas Adendas ao Formulário Nacional do Medicamento, que devem ser autorizadas pela Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica. Para isso, o diretor do serviço hospitalar deve propor e demonstrar, à CFT do hospital, através de relatório fundamentado, os benefícios do medicamento proposto relativamente às alternativas terapêuticas existentes. Devem, ainda, ter em consideração os medicamentos cuja avaliação, para utilização, já tenha sido efetuada pelo INFARMED, I.P. em sede de comparticipação ou de avaliação prévia para efeitos da sua aquisição pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, em ambos os casos aprovados pelo Decreto-Lei n.º 48-A/2010, e tenha sido deferida a sua utilização. Caso a CFT do Hospital esteja de acordo com as propostas de inclusão dos medicamentos, deve submetê-las para aprovação pela Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica. Uma vez aprovadas, as adendas são publicadas pela Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica. Também podem ser incluídos novos medicamentos por iniciativa da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica ou do INFARMED, I.P. [7]. Após selecionar os medicamentos é feita a abertura de concurso, para cada medicamento, para que o hospital possa proceder à sua aquisição, sendo depois escolhido o fornecedor que apresentar uma melhor proposta. A aquisição de medicamentos é da responsabilidade da Dra. Isabel Rosete, diretora dos SF do CHBV, E.P.E., que diariamente verifica a lista de medicamentos, gerada automaticamente através do sistema informático, que se encontram no ponto de 5

79 encomenda ou abaixo do mesmo. Posto isto, o pedido de encomenda é enviado para as administrativas dos SF, que encaminham as notas de encomenda aos fornecedores. São também as administrativas que conferem as notas de encomenda e as faturas e, caso coincidam os valores, encaminham-nas para pagamento pelos financeiros do hospital. Para colmatar situações de rutura de stock do fornecedor, pedidos de produtos urgentes, ou produtos com baixo consumo, que não existem, normalmente, no hospital, mas que são necessários para o próprio dia, e produtos cujo concurso tenha terminado, existe a possibilidade de encomendá-los, diretamente, a um armazenista, até que se abra novo concurso para os mesmos Receção e armazenamento de medicamentos Uma vez feito o pedido de encomenda, os produtos são entregues nos SF do CHBV,E.P.E., mais precisamente no armazém. A encomenda é recebida por um auxiliar operacional, que começa a conferir, qualitativa e quantitativamente, os produtos rececionados, comparando, também, a nota de encomenda com a guia de remessa enviada. Deve também conferir o prazo de validade e o lote do produto recebido e, assim que possível, o farmacêutico valida a receção da encomenda, devendo para isso conferir, novamente, o que foi anteriormente mencionado e, se tudo estiver em conforme, assinar e datar a nota de encomenda e a guia de remessa. Posto isto, o auxiliar deve proceder ao registo de entrada dos produtos e, posteriormente, ao armazenamento dos produtos, de acordo com as suas condições de armazenagem. Os medicamentos, de uma forma geral, devem ser armazenados a uma temperatura inferior a 25º C, humidade inferior a 60 % e devidamente protegidos da luz direta. Mas existem medicamentos que necessitam de condições de armazenamento especiais, como é o caso dos que necessitam de refrigeração, sendo que neste caso são armazenados em câmaras frigoríficas, a temperaturas entre 2 e 8º C [3]. Nos SF deste centro hospitalar os medicamentos são organizados nos armários e frigoríficos por ordem alfabética de Denominação Comum Internacional, e são armazenados de acordo com os princípios Fisrt In, First Out (FIFO) e First Expire, First Out (FEFO). O princípio Fisrt In, First Out significa que o primeiro medicamento a entrar, deverá ser o primeiro a sair e o princípio First Expire, First Out significa que o primeiro medicamento a expirar deverá ser o primeiro a sair. Com o objetivo de controlar o prazo de validade dos medicamentos, uma vez por mês, um farmacêutico verifica os prazos dos mesmos e caso encontre algum com o prazo a aproximar, ou seja, a expirar dentro de 2 meses, coloca um papel vermelho autocolante com a inscrição ATENÇÃO PRAZO DE VALIDADE para que os farmacêuticos e os TDT percebam que estes devem ser os 6

80 primeiros a ser distribuídos. Os medicamentos próximos do prazo de validade, são enviados para o laboratório para que seja feito o seu crédito. No armazenamento é, também, de extrema importância a correta identificação dos medicamentos. Para isso, são implementadas medidas que diminuam os erros associados à incorreta identificação de medicamentos, que podem ocorrer, por exemplo, devido a diferentes dosagens e formas farmacêuticas, bem como nomes ortográficos e/ou fonéticos e/ou aspetos semelhantes. Estes últimos são designados de medicamentos Look-Alike,Sound-Alike (LASA) e contribuem para a ocorrência de incidentes, relacionados com a medicação, que comprometem a segurança do doente. Para diferenciação destes medicamentos, os SF deste centro hospitalar, adotaram as medidas propostas pela Direção Geral de Saúde, e alteraram o grafismo na denominação aplicando o método de inserção de letras maiúsculas - Tall Man Lettering que consiste na inserção seletiva de letras maiúsculas no meio das denominações de medicamentos com ortografia semelhantes, para a sua diferenciação, de acordo com o exemplo: CETUximab e INFLiximab [8]. Para além desta medida, as etiquetas com a identificação dos medicamentos LASA incluem, também, um STOP como simbologia para alertar os profissionais de saúde, deste estabelecimento hospitalar, de que existem outros medicamentos com ortografia e/ou fonética e/ou aspeto semelhante Para os medicamentos com mais que uma dosagem, os SF adotaram como simbologia um semáforo, igualmente para alertar os profissionais de saúde para administração da dosagem certa ao doente certo. Ainda no âmbito da segurança da medicação e do doente, é de destacar os medicamentos de alerta máximo, também conhecidos como medicamentos de alto risco, e que correspondem a medicamentos que apresentam um risco aumentado de provocar dano significativo ao doente, decorrente de falhas no seu processo de utilização. Nesta unidade hospitalar estes medicamentos estão devidamente sinalizados, de acordo com a proposta da Direção Geral de Saúde, apresentando como simbologia um triângulo que inclui um!, e separados dos restantes medicamentos [9]. 4. Distribuição de medicamentos 4.1. Distribuição em regime de internamento Distribuição individual diária em dose unitária O sistema de distribuição individual diária em dose unitária, ou usualmente denominado de sistema de unidose, é um sistema de distribuição de medicamentos que assegura a medicação dos doentes para 24 horas [3], e procede-se da seguinte forma: 1. Inicialmente ocorre validação da prescrição médica (Anexo 2), pelo farmacêutico, sendo de extrema importância para minimizar erros na dosagem ou frequência de administração, duplicação de substâncias ativas ou fármacos 7

81 pertencentes ao mesmo grupo ou subgrupo, erro na forma farmacêutica, entre outros; 2. De seguida, por volta das 10:30 h, o farmacêutico procede ao processamento das prescrições para cada serviço, gerando mapas terapêuticos (Anexo 3) que contemplam toda a medicação por doente em cada serviço; 3. A preparação das malas com a medicação é feita de pelos TDT, em que cada gaveta contém a medicação para um doente para 24h e, pode ser totalmente manual ou recorrendo a equipamentos semiautomáticos, do qual é exemplo o Kardex. Os equipamentos semiautomáticos apresentam como vantagens reduzir os erros e o tempo destinado a esta tarefa, bem como, melhorar a qualidade do trabalho executado e, igualmente importante, racionalizar os stocks existentes nas unidades de distribuição [3]. Dado que não está assegurado o funcionamento da unidose 24/24h, todas as sextas-feiras é distribuída medicação para 72 horas para cada doente, já nas vésperas de feriados é preparada medicação para um período de 48 horas; 4. Após o processamento inicial, devem ser validadas, novamente, as prescrições médicas que sofreram alteração. Assim, da parte da tarde, por volta das 15:00 h, o farmacêutico processa as prescrições gerando novo mapa terapêutico com as alterações feitas às prescrições iniciais (Anexo 4), permitindo que a mala dos serviços contenha a medicação necessária e o mais atualizada possível. A medicação que foi, entretanto, suspensa, é retirada da mala e feita revertência; 5. As malas, uma vez preparadas, são distribuídas aos respetivos serviços pelos auxiliares operacionais; 6. No dia seguinte, a medicação que não foi administrada, por ter sido suspensa a sua administração, retorna aos SF, nas respetivas malas, para que possa ser feita revertência. 7. O farmacêutico verifica as alterações à prescrição médica do dia anterior de cada doente, seguindo-se o processamento e, após retorno das malas aos SF, ocorre a preparação das mesmas com a medicação para os respetivos serviços, como referido anteriormente. Posto isto, a distribuição individual diária em dose unitária visa aumentar a segurança no circuito do medicamento, diminuir os riscos de interações medicamentosas, reduzir os desperdícios, dar a conhecer o perfil farmacoterapêutico dos doentes, e permite aos enfermeiros despenderem menos tempo com a gestão de medicamentos e dedicarem mais tempo aos cuidados dos doentes [3] Distribuição de Medicamentos por Reposição de Stocks nivelados 8

82 Medicamentos e produtos de saúde e as quantidades necessárias dos mesmos, que seguem este sistema de distribuição, são previamente definidos pelo farmacêutico, enfermeiro chefe e diretor dos respetivos serviços clínicos. O pedido de reposição de stock é feito pelo enfermeiro chefe do serviço aos SF, através de sistema informático, uma vez por semana, atendendo às quantidades gastas e às quantidades predefinidas. A preparação do pedido e reposição do stock é, posteriormente, efetuada por um TDT, de acordo com os níveis estabelecidos [3]. Neste sistema de distribuição, a gestão do stock é da responsabilidade do enfermeiro, no entanto, o farmacêutico deve controlar os stocks, os gastos e os pedidos de reposição dos serviços com o intuito de incentivar ao uso racional e responsável dos medicamentos Distribuição de Medicamentos por Armazém avançado Neste sistema de distribuição, aos medicamentos e produtos farmacêuticos, previamente estabelecidos por farmacêutico, enfermeiro chefe e diretor dos respetivos serviços clínicos, é-lhes atribuído um código de barras. À semelhança dos stocks nivelados, nos armazéns avançados as quantidades também foram predefinidas pelos responsáveis anteriormente mencionados. Sempre que utilizam medicamentos ou produtos de saúde, os enfermeiros devem ser responsáveis por dar baixa dos mesmos, utilizando um leitor de códigos de barras. Cada saída fica automaticamente registada no sistema informático, assim, semanalmente, quando se verifica os stocks destes armazéns, o TDT já sabe a quantidade de cada medicamento ou produto farmacêutico que será necessário repor. Nos armazéns avançados, a gestão do stock é da responsabilidade do enfermeiro, no entanto, o farmacêutico tem, de forma automática e informatizada, a informação dos consumos dos respetivos serviços o que permite um melhor controlo dos stocks e dos gastos em cada serviço clínico em que este sistema de distribuição está atribuído Distribuição de Medicamentos por PYXIS O PYXIS (Anexo 5) trata-se de um sistema automático de armazenamento e distribuição de medicamentos a nível hospitalar, que consiste num conjunto de armários (principal e/ou auxiliares) controlados eletronicamente, geridos por um software que comunica com as aplicações informáticas existentes no CHBV, E.P.E.. Este sistema, no serviço clínico, é gerido por uma consola central localizada nos SF, o que permite o controlo de tudo o que se encontra neste sistema. O stock de cada serviço é determinado, com base nos medicamentos consumidos nos respetivos serviços, pelo farmacêutico, enfermeiro-chefe e diretor do serviço. Neste centro hospitalar existem PYXIS implementados em 4 serviços clínicos: Bloco Operatório, Especialidades Cirúrgicas, Ginecologia/Obstetrícia e Sala de Observações [10]. 9

83 Os armários são constituídos por diversos tipos de gavetas, consoante o nível de segurança desejada. O acesso ao PYXIS é feito através de uma senha ou do reconhecimento digital, o que implica a identificação do usuário que pretenda efetuar qualquer operação neste sistema. Os farmacêuticos têm acesso a todas as gavetas, enquanto que os TDT têm acesso a todas as gavetas, exceto a dos estupefacientes e psicotrópicos, e os enfermeiros apenas têm acesso às gavetas com os medicamentos que selecionarem. Os enfermeiros podem retirar medicação que está prescrita ao doente ou que aguarda ainda prescrição, mas que é medicação que tem de ser administrada naquele momento, tendo para isso que selecionar, na lista de medicamentos em stock, o medicamento desejado. Após selecionar, abre a gaveta onde se encontra o medicamento e, se for uma gaveta onde se encontram mais medicamentos, aparece no ecrã a posição onde o medicamento selecionado se encontra. A devolução de medicamentos não administrados pode ser feita, diretamente, pelos enfermeiros do serviço à exceção dos estupefacientes e psicotrópicos. Neste caso, é feita a devolução dos estupefacientes num cofre que se encontra no PYXIS e, a devolução a efetivar no PYXIS só pode ser feita pelo farmacêutico. No caso de os médicos prescreverem medicação que não se encontra no stock ou o stock está a zero, a medicação é distribuída ao serviço como extra-pyxis. Estes sistemas apresentam inúmeras vantagens perante os sistemas mais clássicos, uma vez que permite a redução dos stocks nas enfermarias, do consumo de medicamentos e do tempo dos enfermeiros na procura e identificação dos medicamentos, diminuição do erro de distribuição e de administração, diminuição do risco associado ao uso do medicamento e permite, ainda, uma gestão em tempo real do stock de medicamentos [11] Distribuição de medicamentos em ambulatório O farmacêutico hospitalar tem também uma importante intervenção junto dos doentes, uma vez que nas unidades hospitalares são também dispensados medicamentos de forma gratuita aos doentes, sendo o farmacêutico responsável por transmitir como deve ser tomada a medicação e como deve ser conservada para que não se comprometa a eficácia da terapêutica fora do ambiente hospitalar. As patologias abrangidas na dispensa gratuita de medicação aos doentes encontram-se devidamente regulamentadas, bem como a medicação que pode ser cedida. Destacam-se patologias como: Artrite reumatoide, Espondilite anquilosante, Artrite psoriática, Artrite idiopática juvenil poliarticular, Psoríase em placas, Insuficiência renal crónica (bem como transplantados renais), Vírus da Imunodeficiência Humana/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Hepatite B, Hepatite C, Deficiência da hormona de crescimento na criança, Síndrome de Turner, Perturbações do crescimento, Síndrome de Prader-Willi e Terapêutica de substituição em adultos, 10

84 Esclerose lateral amiotrófica, Síndrome de Lennox-Gastaut, Doença de Crohn ou Colite Ulcerosa, Esclerose múltipla e doença oncológica. Para que a medicação seja cedida em ambulatório, é necessário que a prescrição de medicamentos seja feita, pelo médico da respetiva especialidade, através de um sistema de prescrição eletrónica da unidade hospitalar [12]. O doente ou o seu cuidador deve dirigir-se aos SF com a prescrição médica e o farmacêutico deve validar a prescrição antes de ceder os medicamentos. Para isso, o farmacêutico deve identificar corretamente o doente, através do cartão de cidadão, número de utente ou número do processo interno do hospital, e verificar a conformidade da prescrição, através da identificação correta da substância ativa por Denominação Comum Internacional, dosagem, forma farmacêutica, posologia e duração prevista da terapêutica [13]. Para o tratamento de doenças crónicas, os medicamentos são cedidos para um período de trinta dias, salvo as exceções devidamente autorizadas pelo Conselho de Administração do CHBV, E.P.E., e fica registado no processo interno da cada doente a quantidade e a data da dispensa. Ao doente deve ser transmitida a informação farmacoterapêutica, como a via e forma de administração dos medicamentos, as condições de armazenamento, o próximo ato de dispensa e outras informações pertinentes, finalizando-se o ato da dispensa com a assinatura de um termo de responsabilidade, por parte do doente, em como garante responsabilizar-se pela boa utilização e conservação dos medicamentos. A dispensa dos medicamentos nos SF dos hospitais, permite monitorizar e registar a adesão à terapêutica por parte dos doentes [13]. Esta dispensa ocorre num gabinete de fácil acesso aos doentes, onde se encontra um farmacêutico, o que permite uma maior privacidade do doente, sendo que ao lado do gabinete se encontra uma sala de espera, para maior conforto dos doentes Distribuição de medicamentos em regime de cirurgia de ambulatório Entende-se por cirurgia de ambulatório a intervenção cirúrgica programada, que se realiza sob anestesia geral, locorregional ou local, embora geralmente efetuada em regime de internamento, pode ser efetuada com permanência do doente inferior a 24 horas [14]. Os SF estão autorizados, de acordo com a legislação em vigor, a dispensar os medicamentos para o tratamento dos doentes, no período pós-operatório, que tenham sido submetidos a este tipo de cirurgia. Esta medida pretende alcançar a equidade entre a abordagem cirúrgica convencional, em que os fármacos são disponibilizados no internamento de forma gratuita para os doentes, e a abordagem cirúrgica de ambulatório, utilizadas para o mesmo fim, evitando eventuais encargos para os doentes. Assim, o objetivo é aumentar a acessibilidade aos medicamentos e encurtar o início da terapêutica com ganhos em eficácia e em conforto para o doente [14]. 11

85 Os medicamentos prescritos e, posteriormente, dispensados devem, obrigatoriamente, ser administrados por via oral, tópica ou retal, em formulações orais sólidas ou líquidas, colírios ou supositórios, pertencentes aos grupos terapêuticos dos analgésicos, à exceção dos estupefacientes e psicotrópicos, anti-inflamatórios não esteroides, antieméticos, protetores da mucosa gástrica e inibidores da bomba de protões. Podem ainda ser dispensados analgésicos estupefacientes, como o tramadol e a codeína, em procedimentos cirúrgicos com dor esperada no pós-operatório que necessitem da administração de analgésicos potencialmente mais eficazes. Os medicamentos são dispensados aquando da alta médica e na quantidade não superior à necessária para 7 dias de tratamento, após a intervenção cirúrgica [15] Circuitos especiais de distribuição Estupefacientes e psicotrópicos Os estupefacientes e psicotrópicos são medicamentos que estão sujeitos a legislação especial. Os SF da instituição hospitalar são responsáveis pela aquisição destes medicamentos, devendo para isso, aquando da encomenda, preencher um documento oficial de acordo com o Anexo VII da Portaria n.º 981/98, de 8 de junho (Anexo 6) [16]. O sistema informático dos SF permite o preenchimento automático do documento anteriormente referido, na elaboração da nota de encomenda, sendo impresso em duplicado e assinado pela diretora técnica, para posteriormente enviar ao fornecedor. Com a chegada da encomenda, os SF recebem, também, uma das cópias devidamente assinada pelo diretor técnico da entidade que forneceu os estupefacientes ou psicotrópicos, para respetivo arquivamento [17]. Estes medicamentos são armazenados, pelo farmacêutico responsável, num local próprio, de acesso condicionado, estando as chaves apenas acessíveis aos farmacêuticos. Cada serviço clínico tem um stock definido de estupefacientes e psicotrópicos, de acordo com as suas necessidades. A reposição do stock é feita mediante o registo dos fármacos administrados no Anexo X da Portaria n.º 981/98 de 8 de junho (Anexo 7). Os dados registados no documento (código do serviço, medicamento, forma farmacêutica, dosagem, código do medicamento, identificação do doente, quantidade administrada, enfermeiro responsável pela administração e data, assinatura do diretor clínico do serviço ou do legal substituto, número mecanográfico e data) são conferidos pelo farmacêutico que posteriormente deve preencher os campos que lhe competem (quantidade fornecida, assinatura e data). O enfermeiro que recebe a medicação confere a quantidade que recebeu, assinando e datando de seguida. O original do documento permanece nos SF, enquanto que o duplicado é entregue ao enfermeiro responsável pelo serviço, ficando arquivado no serviço. 12

86 Posteriormente, o farmacêutico é responsável pelo débito, individual e manual do Anexo X, no sistema informático. No final de cada mês, o farmacêutico responsável, gera informaticamente uma lista dos estupefacientes e psicotrópicos debitados, sendo que de 3 em 3 meses estas listas são enviadas para o INFARMED, I.P Hemoderivados A constante preocupação com a segurança dos medicamentos derivados do plasma, devido às doenças infeciosas transmissíveis pelo sangue, tornou necessário o registo de requisição, distribuição e manuseamentos destes medicamentos [3]. Os procedimentos para este registo estão devidamente definidos pelo Despacho Conjunto n.º 1051/200, de 14 de setembro [18]. Os hemoderivados adquiridos devem estar acompanhados de um Certificado de Autorização de Utilização de Lote (CAUL) emitido pelo INFARMED, I.P., que atesta que estes medicamentos podem ser administrados. Estes certificados são arquivados para consulta, caso no futuro seja necessário verificar as informações do lote, por algum problema que tenha ocorrido devido à administração do medicamento. Os atos de requisição, distribuição e administração ficam registados numa ficha (Anexos 8 e 9), anexa ao Despacho Conjunto n.º 1051/200, de 14 de setembro, que é constituída por duas vias, Viafarmácia e Viaserviço. Após o preenchimento dos quadros A e B, pelo serviço requerente, das respectivas vias, a requisição é enviada aos SF, onde é devidamente preenchido o quadro C. A Viafarmácia deve permanecer arquivada nos SF, enquanto que a Viaserviço é preenchida pelo serviço requerente e, posteriormente, arquivada juntamente com o processo clínico do doente [18] Citotóxicos Os medicamentos citotóxicos utilizados nos tratamentos de quimioterapia são adquiridos pelos SF da unidade hospitalar, onde ocorre o respetivo armazenamento. Este armazenamento é feito tendo em conta as condições de conservação dos medicamentos, havendo um armário fechado apenas para os citotóxicos, que está devidamente identificado, e os que necessitam de refrigeração, possuem um frigorífico isolado para o seu armazenamento, havendo nesse frigorífico uma lista dos medicamentos que se encontram no seu interior. A preparação dos citotóxicos não é feita nos SF, mas sim em Hospital de Dia de Oncologia. No entanto, uma farmacêutica coloca todos os medicamentos necessários para os tratamentos, com dois dias de antecedência, devidamente identificados com o nome do doente e a quantidade total a utilizar, deixando uma informação escrita dos citotóxicos que identificou, dos que necessitem de estar armazenados no frio, inclusive. No dia dos tratamentos, a medicação necessária é enviada pelos SF ao Hospital de Dia, deste centro hospitalar, onde ocorrerá a sua preparação e, consequente, administração. 13

87 Se o doente não comparecer, a medicação é novamente enviada para os SF, sendo novamente armazenada no respetivo local Medicamentos de ensaios clínicos Nos estabelecimentos de saúde onde se realizam ensaios clínicos, os medicamentos experimentais devem ser armazenados e cedidos pelos SF do hospital, que devem manter registos do armazenamento e da utilização dos medicamentos destinados à realização dos ensaios clínicos, garantindo a respetiva responsabilidade, segurança, transparência e rastreabilidade. Desta forma, os SF são responsáveis pela receção, armazenamento, preparação, dispensa, recolha, devolução e destruição dos medicamentos experimentais, devendo ter todo o circuito do medicamento experimental devidamente documentado [19]. Nos SF do CHBV, E.P.E., os medicamentos usados em ensaios clínicos estão, numa sala à parte, separados de todos os outros, os que devem ser armazenados à temperatura ambiente, encontram-se dentro de um armário fechado à chave, e nessa mesma sala existe um frigorífico para os medicamentos experimentais que devem ser conservados no frio. As condições de conservação são constantemente monitorizadas, devendo ser reportado ao monitor (profissional designado pelo promotor, responsável pelo ensaio clínico, para acompanhar o estudo e o manter informado) qualquer desvio de temperatura. 5. Farmacotenia Designa-se medicamento manipulado qualquer preparado oficinal ou fórmula magistral que é preparado e dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico, mas a produção deste medicamento é, atualmente, pouco significativa nos hospitais. As formas farmacêuticas líquidas, orais e tópicas, e as formas farmacêuticas semissólidas são as formas farmacêuticas não estéreis mais preparadas neste âmbito e incluem, geralmente, as preparações individuais e específicas, como é exemplo as fórmulas pediátricas, as preparações asséticas, como soluções e diluições de desinfetantes, as preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas e a reembalagem de doses unitárias sólidas [3,20] Preparação e controlo de medicamentos manipulados À semelhança dos medicamentos dispensados nos SF, também os medicamentos manipulados exigem uma prescrição médica para a sua preparação. Os manipulados só podem ser preparados caso não existam, no mercado, as especialidades farmacêuticas com igual dosagem ou apresentada sob a forma farmacêutica desejada, e se forem medicamentos manipulados destinados a aplicação cutânea, ou preparados para adaptação de uma dose destinada a uso pediátrico ou se forem destinados a um 14

88 grupo de doentes em que as condições de administração ou de farmacocinética estejam alteradas [20]. A preparação dos manipulados deve ser feita por um farmacêutico ou sob a sua supervisão e controlo. Nos SF do CHBV, E.P.E. os medicamentos manipulados são preparados, no laboratório, pelos TDT sob a supervisão de um farmacêutico deste serviço, que deve assegurar a qualidade e segurança dos mesmos. A aquisição das matérias-primas e materiais de embalagem são também da responsabilidade do farmacêutico responsável pelas encomendas. As matérias-primas devem vir acompanhadas de um boletim de análise que comprove que, as mesmas, satisfazem as exigências da monografia respetiva e assegurem a sua qualidade. Os boletins de análise são enviados pelos respetivos fornecedores e devem ser arquivados durante um período mínimo de três anos a contar a partir da data da última utilização. Também os registos de controlo e calibração de aparelhos de medida e as fichas de preparação dos medicamentos manipulados devem ser devidamente arquivados durante o período anteriormente mencionado [21]. Só após a validação da prescrição médica se inicia a preparação do medicamento manipulado. Para isto, deve assegurar-se que os SF dispõem de todas as matériasprimas, material e equipamentos de laboratório, e embalagens de acondicionamento necessárias. Para a preparação de manipulados é necessário o preenchimento da ficha de preparação do mesmo, e, nos SF deste centro hospitalar, as fichas de preparação já se encontram parcialmente preenchidas, tendo como objetivo a padronização das mesmas. O modelo da ficha de preparação é baseado nos modelos do Formulário Galénico Português, e no preenchimento da mesma foram também consultadas orientações europeias para a preparação de medicamentos manipulados, como é o caso das PIC/S Guide to good practices for the preparation of medicinal products in healthcare establishments[22]. No final, deve proceder-se ao controlo de qualidade do medicamento manipulado, de forma a garantir a boa qualidade do mesmo, através da verificação das caraterísticas organoléticas e da realização de ensaios não destrutivos. Posto isto, o manipulado pode ser devidamente acondicionado e rotulado [21]. Com as fichas de preparação padronizadas, o processo de preparação torna-se mais simples e menos propício a erros, e nelas deve constar a denominação do manipulado, nome e morado do doente ao qual se destina, número de lote atribuído ao manipulado, matérias-primas necessárias, bem como as respetivas quantidades e números de lote, descrição do procedimento de preparação, registo do controlo de qualidade e do acondicionamento, e rubrica e data de quem preparou o manipulado, bem como do farmacêutico que supervisionou os procedimentos [21]. 15

89 5.2. Reembalagem de doses unitárias sólidas A reembalagem e rotulagem de medicamentos em unidose tem como finalidade a administração de medicamentos nas doses prescritas de forma individualizada, reduzindo, assim, erros de administração e diminuição dos gastos com medicação [3]. Trata-se de uma área da responsabilidade do farmacêutico e que se destina apenas a formas farmacêuticas sólidas e assegura que o medicamento pode ser administrado com segurança, comodidade e rapidez, sem que se comprometa a qualidade do medicamento. Para este procedimento é necessário equipamento de reembalagem (Anexo 10) que garante a qualidade e segurança do medicamento, uma vez que o protege das condições ambientais, e permite, também, a respetiva identificação do medicamento, nomeadamente o nome genérico, dosagem, prazo de validade e lote de fabrico [3]. Nos SF do CHBV,E.P.E. os medicamentos reembalados apresentam um prazo de validade inferior em seis meses relativamente ao prazo inscrito na caixa/blister pelo laboratório. 6. Comissões de apoio técnico e grupos de trabalho 6.1. Comissão de Ética para a saúde A Comissão de Ética para a saúde no CHBV,E.P.E. foi criada em 1994, no entanto, apenas com o Decreto-Lei n.º 97/95, de 10 de maio, se começou a institucionalizar estas comissões nos estabelecimentos de saúde públicos e privados. Esta comissão rege-se pelo decreto-lei referido anteriormente, que tem como objetivo determinar a composição, competência e modo de funcionamento desta comissão. Neste centro hospitalar, esta comissão pronuncia-se sobre aspetos de natureza bioética e, é constituída por uma equipa multidisciplinar constituída por 2 médicos, 1 enfermeiro, 1 assistente social, 1 farmacêutico, 1 juiz e 1 teólogo. Compete a esta comissão zelar pela defesa da dignidade e integridade humanas, principalmente em questões relativas ao doente, que envolvam a prática clínica, pronunciar-se sobre os protocolos de investigação científica não invasiva e divulgar princípios gerais da bioética através de estudos, pareceres, ações de formação ou outros documentos no âmbito deste centro hospitalar [23] Comissão de Farmácia e Terapêutica A Comissão de Farmácia e Terapêutica do CHBV, E.P.E. é, atualmente, regulamentada pelo Despacho n.º 2325/2017, de 2 de março, devido às recentes mudanças ocorridas na política do medicamento no Serviço Nacional de Saúde. Este regulamento define orientações relativas à missão, constituição e competências destas comissões, designadas como CFT locais [24]. A CFT do CHBV, E.P.E foi criada por deliberação do conselho de administração da unidade hospitalar, e é constituída por seis membros, tendo igual número de médicos e 16

90 farmacêuticos, que foram nomeados por um período de três anos. O presidente desta comissão é o diretor clínico do hospital sendo os restantes médicos indigitados por este, enquanto que os farmacêuticos são indicados pela diretora dos SF [24]. A CFT é responsável pela elaboração de orientações terapêuticas, pelo uso mais eficiente dos medicamentos, no âmbito da política do medicamento, tendo bases sólidas de farmacologia clínica e evidência sobre custo-efetividade, e pela monotorização da prescrição e utilização dos medicamentos, de forma a garantir que todos os utentes têm igual acesso à terapêutica. Desta forma, esta comissão atua como órgão de ligação entre os serviços de ação médicos e os SF, podendo pronunciar-se sobre a adequação da terapêutica prescrita aos doentes. Das suas competências, destaca-se igualmente, a seleção da lista de medicamentos que serão disponibilizados pela unidade hospitalar, a partir das alternativas terapêuticas previstas no Formulário Nacional do Medicamento, e monotorização da correta utilização dos medicamentos [24] Grupo de coordenação local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA) A preocupação crescente com o aumento do consumo de antimicrobianos e aumento da taxa de microrganismos com resistências a estes, que se perceciona estarem, também, relacionados com as infeções associadas aos cuidados de saúde, tornou necessário a criação de um Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA) [25]. Trata-se de um programa de saúde prioritário que visa a fusão do Programa Nacional de Controlo de Infeção com o Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antimicrobianos, já anteriormente aprovados e em execução, e, apresenta como objetivos a redução da taxa de infeção resultantes dos cuidados de saúde, promoção do uso correto e responsável de antimicrobianos e diminuição da taxa de microrganismos resistentes a antimicrobianos. Para implementação destes objetivos foram criados grupos de coordenação regional(gcr) e local(gcl) do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos [25,26]. No CHBV, E.P.E., o grupo de coordenação local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos, anteriormente designado de Comissão de Controlo de Infeção, é constituído por uma equipa multidisciplinar, que inclui médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros técnicos de saúde. Ao grupo compete, entre outras funções: 1. Promoção e correção das práticas locais de prevenção e controlo de infeção, no que se refere à higienização das mãos e de superfícies frequentemente manuseadas e, ao uso de equipamento de proteção individual; 17

91 2. Promoção e correção das práticas locais de uso de antibióticos, através da implementação de um programa de assistência à prescrição de antibióticos, tanto em profilaxia como em terapêutica, que permita a anulação do uso de antibióticos em situações em que não estão indicados ou administrados por tempo superior ao necessário, bem como, a revisão e validação das prescrições de, pelo menos, carbapenemes e fluoroquinolonas, nas primeiras 96 horas de terapêutica; 3. Garantia do cumprimento obrigatório dos programas de vigilância epidemiológica, através da vigilância e notificação de microrganismos-problema e de microrganismos alerta; 4. Garantia de práticas locais de isolamento para contenção de agentes multirresistentes [26]. Posto isto, uma das intervenções do Grupo de coordenação local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos foi a criação do Grupo do Programa de Apoio à Prescrição de Antimicrobianos (GPAPA) que tem como objetivo a promoção do uso racional dos antibióticos, que implica a sua anulação quando não existe infeção bacteriana, redução da duração da terapêutica ao mínimo indispensável para a cura, utilização dos antibióticos aos quais as estirpes bacterianas não são resistentes [27]. Assim, para a escolha do(s) antibiótico(s) certo(s) a administrar aos doentes, é aconselhável a realização de um antibiograma (Anexo 11), uma vez que permite selecionar quais os antibióticos que serão mais eficazes no tratamento da infeção, por indicar quais os antibióticos para o qual a estirpe isolada é sensível. Desta forma, não ocorreriam gastos desnecessários dos recursos hospitalares, bem como seria mais eficaz e rápido o tratamento das infeções. Atualmente, para prescrição de antibióticos no CHBV, E.P.E. é necessário o preenchimento de formulários de contextualização da antibioterapia (Anexos 12 e 13), quer sejam antibióticos de reserva ou não, para assegurar o seu uso responsável, tanto em profilaxia como em terapêutica. No caso dos antibióticos de reserva, que só são utilizados como último recurso dado apresentarem uma elevada taxa de resistência, o formulário de contextualização apresenta uma secção para justificação do seu uso pelo médico prescritor. O Grupo do Programa de Apoio à Prescrição de Antimicrobianos deve, posteriormente, validar a prescrição verificando se a mesma se encontra conforme ou não conforme para a situação clínica para a qual está a ser prescrita e monitorizar os antibióticos de reserva até um período máximo de 96h. No CHBV, E.P.E. são considerados antibióticos de reserva: Anfotericina B lipossómica, Anidulafungina, Aztreonam, Cefepima, Ciprofloxacina, Colistimetato, 18

92 Daptomicina, Ertapenem, Estreptomicina, Fidaxomicina, Imipenem, Levofloxacina, Linezolide, Meropenem, Rifaximina, Tigeciclina e Voriconazol. Ainda no âmbito das intervenções do Grupo de coordenação local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos, destaca-se a normalização de procedimentos e práticas clínicas [27], no qual se enquadram protocolos para a profilaxia antibiótica da infeção do local cirúrgico, em que para cada tipo de cirurgia, de acordo com os agentes etiológicos esperados no local cirúrgico, foram estabelecidos os antibióticos que podem ser utilizados. 7. Atividades desenvolvidas no estágio Ao longo do meu período de estágio foi-me proporcionado o contacto com as diferentes funções exercidas pelos farmacêuticos hospitalares, tendo verificado, igualmente, algumas funções dos técnicos e auxiliares operacionais, uma vez que trabalham de forma integrada nos SF. Dada a existência de oito farmacêuticos neste serviço e dada a duração do meu estágio ter sido de aproximadamente oito semanas, em cada semana acompanhei o trabalho de cada farmacêutico, de forma a contactar com as mais variadas funções que podem ser desempenhadas pelo farmacêutico hospitalar. Assim: 1ª semana - acompanhei a Dra. Isabel Rosete, dando-me as indicações de como iria decorrer o estágio e demonstrando-me as suas funções enquanto diretora técnica dos SF, bem como na aquisição e receção de medicamentos; 2ª semana - a Dra. Marisa Costa explicou-me o funcionamento da distribuição de medicamentos no ambulatório, tendo também contacto com os doentes e auxiliei na preparação da medicação que seria distribuída no regime pós-operatório da cirurgia de ambulatório; 3ª semana - o Dr. Ricardo Leitão demonstrou-me a validação das prescrições dos serviços pelo qual estava responsável, circuito dos hemoderivados, a intervenção do farmacêutico nos ensaios clínicos e reposição do stock de estupefacientes e psicotrópicos do PYXIS no bloco operatório; 4ª semana com a Dra. Cristina Mautempo tive a oportunidade de visitar os serviços hospitalares pelos quais era responsável na validação das prescrições, verifiquei a validação das prescrições nestes serviços, a identificação dos citotóxicos para o seu uso em Hospital de Dia. Elaborei umas etiquetas para a identificação de medicamentos que estavam armazenados no frigorífico, de acordo com as normas de identificação de medicamentos neste hospital, e tive ainda a oportunidade de ler documentos sobre a quimioterapia, gases medicinais, cardiologia e psiquiatria; 19

93 5ª semana a Dra. Patrícia Barbosa deu-me a conhecer algumas funções que desempenha, nomeadamente como membro do GCL-PPCIRA, na verificação dos prazos de validade, permitindo-me conhecer onde os medicamentos se encontravam armazenados; 6ª semana com Dra. Ana Rocha visitei os serviços pelos quais se encontra responsável na validação da prescrição, e tive a oportunidade de visitar o Hospital de Estarreja, onde a Dra. faz distribuição da medicação em ambulatório, à quarta-feira, para os doentes que não têm possibilidade de se deslocar até Aveiro. Ao longo desta semana elaborei etiquetas (Anexo 14) para a identificação dos medicamentos para o serviço de Medicina Interna do Hospital de Estarreja; 7ª semana acompanhei a Dra. Cristina Pires nas suas funções enquanto membro da CFT, na validação da prescrição dos serviços que se encontrava responsável, na reembalagem de medicamentos, e foi-me dado a conhecer o circuito dos estupefacientes e psicotrópicos. Auxiliei na reembalagem dos medicamentos dispensados em regime pós-operatório da cirurgia de ambulatório (Anexo 15); 8ª semana na última semana acompanhei a Dra. Michele Martins, o que me permitiu conhecer a identificação dos medicamentos LASA, visitar o serviço de observação das urgências para reposição dos estupefacientes e psicotrópicos no PYXIS. Ajudei na elaboração de uma tabela, que inclui a medicação que se encontra armazenada no frigorífico, de acordo com as normas de identificação dos medicamentos nesta unidade hospitalar. Desta forma consegui acompanhar todos os farmacêuticos no desempenho das suas funções, o que me permitiu conhecer as mais variadas áreas de intervenção do farmacêutico. Demonstra-se, assim, a grande importância do farmacêutico como profissional que enquadra equipas multidisciplinares que trabalham em prol da melhoria e bem-estar dos doentes. CONCLUSÃO O estágio curricular em Ciências Farmacêuticas permite, aos estudantes, o primeiro contacto com a realidade profissional e tem como objetivo formar os estudantes em profissionais competentes e responsáveis no desempenho do exercício farmacêutico. O farmacêutico hospitalar apresenta um papel de extrema importância nas dinâmicas equipas multidisciplinares que trabalham nos hospitais e que acompanham os doentes. É da responsabilidade do farmacêutico hospitalar todo o percurso do medicamento na instituição, mas as suas funções também incluem a intervenção junto 20

94 de outros profissionais, como médicos, enfermeiros, TDT, auxiliares operacionais, entre outros, de forma a tornar mais adequada e eficaz a terapêutica, a diminuir os erros de administração de medicamentos, a uma melhor gestão dos recursos gastos na aquisição dos medicamentos, entre muitas outras funções que já foram anteriormente mencionadas. A minha decisão, de realização de estágio na área hospitalar, prendeu-se na curiosidade de que tinha quanto à área de intervenção do farmacêutico hospitalar, dado que nunca tinha contactado com esta área, tendo este estágio satisfeito essa curiosidade e permitindo-me crescer tanto a nível profissional como a nível pessoal. 21

95 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Centro Hospitalar Baixo Vouga, E.P.E.: Regulamento Interno do CHBV (2013). Acessível em: [acedido a 10 de outubro de 2017]; [2] Centro Hospitalar Baixo Vouga, E.P.E.: Relatório e contas (2015). Acessível em: pdf [acedido a 10 de outubro de 2017]; [3] INFARMED: Manual da Farmácia Hospitalar. Acessível em [acedido em 10 de outubro de 2017]; [4] STI Saúde: GHAF- Gestão Hospitalar de Armazém e Farmácia. Acessível em: [acedido a 12 de outubro de 2017]; [5] Lei n.º 131/2015 de 4 de setembro. Diário da República n.º 173/2015, Série I. Assembleia da República. Lisboa. Acessível em: [acedido em 12 de outubro de 2017] [6] Despacho n.º 2325/2017, de 2 de março. Diário da República n.º 55/2017, Série II. Saúde - Gabinete do Ministro. Lisboa. Acessível em: [acedido em 16 de outubro de 2017]; [7] Despacho n.º 7841-B/2013, de 14 de junho. Diário da república n.º 114/2013, Série II. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 16 de outubro de 2017] [8] Direção Geral de Saúde: Norma n.º 020/2014, de 14 de dezembro de Acessível em: [acedido em 25 de outubro de 2017]; [9] Direção Geral da Saúde: Norma n.º 014/2015, de 6 de agosto. Acessível em: [acedido em 25 de outubro de 2017]; [10] MARTINS M, BARBOSA P. (2013) Procedimento para a reposição do Sistema de Dispensa Automática PYXIS. Serviço Farmacêutico do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E.. Aveiro [11] MARTINS M, BARBOSA P. (2013) Procedimento para a instalação do Sistema de Dispensa Automática PYXIS num serviço clínico. Serviço Farmacêutico do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E.. Aveiro [12] Despacho n.º 13382/2012, de 4 de outubro. Diário da República n.º 198/2012, Série II. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: 22

96 [acedido em 8 de outubro de 2017] [13] INFARMED: Circular Normativa n.º 01/CD/2012, de 30 de novembro de Acessível em: mativa_10_2012_medicamentos_ambulator io.pdf [acedido em 28 de outubro de 2017]; [14] Decreto-Lei n.º 13/2009 de 12 de janeiro. Diário da República n.º 7/2009, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 18 de outubro de 2017] [15] Decreto-Lei n.º 75/2013 de 4 de junho. Diário da República n.º 176/2013, Série I. Assembleia da República. Lisboa. Acessível em: [acedido em 18 de outubro de 2017] [16] Portaria n.º 981/98, de 8 de junho. Diário da República n.º 216/1998, Série II. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido a 18 de outubro de 2017] [17] Decreto Regulamentar n.º 28/2009, de 12 de outubro. Diário da República n.º 197/2009, Série I. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 18 de outubro de 2017] [18] Despacho conjunto n.º 1051/2000, de 14 de setembro. Diário da República n.º 251/2000, Série II. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: derivados-do-plasma-humano.pdf [acedido em 6 de outubro de 2017] [19] Lei n.º 73/2015, 27 de julho. Diário da República n.º 144/2015, Série I. Assembleia da República. Lisboa. Acessível em: [acedido em 6 de outubro de 2017] [20] Decreto-Lei n.º 95/2004, de 22 de abril. Diário da República n.º 95/2004, Série I-A. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido a 7 de outubro de 2017] [21] Portaria n.º 594/2004, de 2 de junho. Diário da República n.º 129/2004, Série I-B. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 7 de outubro de 2017] [22] Pharmaceutical Inspection Co-operation Scheme. (2014) Guide to good practices for the preparation of medicinal products in healthcare establishments. PIC/S Secretariat. Acessível em: [acedido em 7 de outubro de 2017] 23

97 [23] Decreto-lei n.º 97/95, de 10 de maio. Diário da República n.º 108/1995, Série I-A. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 7 de outubro de 2017] [24] Despacho n.º 2325/2017, de 2 de março. Diário da República n.º 55/2017, Série II. Saúde - Gabinete do Ministro. Lisboa. Acessível em: [acedido em 19 de outubro de 2017] [25] Despacho n.º 2902/2013, de 8 de fevereiro. Diário da República n.º 38/2013, Série II. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 19 de outubro de 2017] [26] Despacho n.º 15423/2013, de 18 de novembro. Diário da República n.º 229/2013, Série II. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 19 de outubro 2017] [27] Despacho n.º 1400-A/2015, de 2 de fevereiro. Diário da República n.º 28/2015, 1º Suplemento, Série II. Ministério da Saúde. Lisboa. Acessível em: [acedido em 9 de outubro de 2017] 24

98 ANEXOS Anexo 1 Gabinete de ambulatório para dispensa de medicamentos aos doentes. 25

99 Anexo 2 Validação das prescrições médicas no sistema informático. 26

100 Anexo 3 Mapa terapêutico sem revertências para preparação das malas. 27

101 Anexo 4 Mapa terapêutico com revertências para preparação das malas. 28

102 Anexo 5 Sistema automático de armazenamento e distribuição - Pyxis. 29

103 Anexo 6 Requisição informatizada de estupefacientes e psicotrópicos a enviar ao fornecedor. 30

104 Anexo 7 Requisição de estupefacientes e psicotrópicos a preencher pelos serviços hospitalares e que deve ser entregue nos SF [16]. 31

105 Anexo 8 Ficha modelo para requisição/distribuição/administração de medicamentos de medicamentos derivados de plasma VIAFARMÁCIA [18]. 32

106 Anexo 9 - Ficha modelo para requisição/distribuição/administração de medicamentos de medicamentos derivados de plasma VIASERVIÇO [18]. 33

107 Anexo 10 Equipamento necessário para a reembalagem de medicamentos. 34

108 Anexo 11 Antibiograma realizado com recurso a uma amostra de pus. 35

109 Anexo 12 Formulário informatizado a preencher pelos médicos que prescrevem antibióticos. 36

110 Anexo 13 Formulário informatizado a preencher pelos médicos que prescrevem antibióticos de reserva. 37

111 Anexo 14 Etiquetas para identificação dos medicamentos nos serviços hospitalares. 38

112 Anexo 15 Medicação reembalada dispensada em cirurgia de ambulatório. 39

113

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