II. Metodologia de Estudo
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- João Lucas Moreira Sabala
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1 II. Metodologia de Estudo Este estudo incidiu sobre a preservação da cadeia de custódia em vestígios biológicos com fins forenses, no que respeita à caracterização da situação actual, assim como à apresentação da metodologia dos critérios de recolha e envio dos vestígios biológicos, em geral, e a prática adoptada pelos Técnicos de Criminalística dos Núcleos de Apoio Técnico (NAT) das Secções de Investigação Criminal (SIC) da GNR, em particular. 2.1 Entrevistas e Questionários Aplicados nos NAT/GNR No que respeita aos NAT/GNR, estudaram-se as técnicas e os métodos de recolha de vestígios biológicos utilizados, bem como os procedimentos adoptados para garantir a preservação da cadeia de custódia em amostras biológicas com fins forenses. Avaliou-se a actividade desenvolvida pelos NAT/GNR das Brigadas Territoriais N.º 2 e 3, que correspondem à área de responsabilidade da Delegação de Lisboa do INML que, de seguida, se discriminam: Brigada Territorial n.º 2 (Almada, Leiria, Loures, Santarém, Setúbal e Sintra); Brigada Territorial n.º 3 (Beja, Évora, Faro, Portalegre e Portimão). Pretendeu-se identificar quais os principais problemas e lacunas técnicas relacionados com a preservação da cadeia de custódia. Foram abordados diversos pontos, entre os quais se destacam os relativos ao relacionamento institucional, não só entre as várias estruturas da GNR, como entre esta e os Laboratórios Forenses, os 41
2 relativos aos meios técnicos e formação ao nível da GNR, e a normalização de procedimentos na generalidade e em diversas situações como acidentes de viação, crimes de abuso sexual, homicídios e furtos ou roubos. Analisaram-se os manuais técnicos e a bibliografia de suporte, realizando, também, uma pesquisa documental aos processos elaborados e relatórios de exames efectuados, para melhor compreender os seus procedimentos e detectar possíveis lacunas ou falhas existentes (Lima, 2000). Utilizaram-se os seguintes instrumentos de pesquisa: estudo exploratório; análise documental, informática e estatística; entrevistas semi-directivas aos Chefes dos NAT/GNR; questionários de natureza extensiva aos Técnicos de Criminalística da GNR. As entrevistas foram um meio importante de investigação, pois permitiram completar as análises documentais, estatísticas e informáticas, através dos conhecimentos transmitidos pelos chefes dos NAT/GNR, também eles, detentores de importantes conhecimentos nesta área (Sarrento e Dominguez, 2003). Os alvos das entrevistas foram os Chefes dos Núcleos de Apoio Técnico (NAT) dos Grupos Territoriais da GNR de Loures, Almada, Sintra, Setúbal, Leiria, Santarém, Évora, Portalegre, Beja, Faro e Portimão, que correspondem à circunscrição da Delegação de Lisboa do Instituto Nacional de Medicina Legal. Estas entrevistas visam obter um conhecimento mais alargado da área da Criminalística, para que se possa continuar a aprofundar esta especialidade na GNR (Anexo1). Os questionários foram aplicados aos 52 Técnicos de Criminalística, actualmente em funções nos Núcleos de Apoio Técnico (NAT) dos Grupos Territoriais da GNR acima mencionados (Anexo2). Nestes questionários procurou-se conhecer a formação que os Técnicos de Criminalística possuem quanto à recolha de vestígios biológicos, e o interesse na formação nesta área e em estabelecer uma melhor articulação e parcerias com os Laboratórios Forenses. 42
3 2.2 Análise dos Processos de Identificação Biológica do INML Ao nível do Laboratório Forense, estudaram-se as metodologias e os procedimentos adoptados no Serviço de Genética e Biologia Forense da Delegação de Lisboa do Instituto Nacional de Medicina Legal, que garantem a preservação dos vestígios biológicos, assim como a metodologia de recolha a adoptar no envio de amostras biológicas. Foi realizada uma análise qualitativa dos processos, com intervenção das FFSS, registados no Serviço de Genética e Biologia Forense da Delegação de Lisboa do INML, com o objectivo de verificar o tipo de caso e de crime envolvido, o Órgão de Polícia Criminal (OPC) em que foram delegadas as diligências, a comarca que conduziu o inquérito, o tipo de amostra biológica recolhida e os resultados obtidos. Foram identificados alguns dos procedimentos mais relevantes relativamente aos diversos tipos de crimes nos quais as Forças de Segurança intervêm. No ano de 2002, num total de 539 processos registados no Serviço de Genética e Biologia Forense do INML, identificaram-se 19 processos iniciados pelas FFSS ou em que estas procederam à recolha e envio dos vestígios encontrados. Num total de 529 processos do ano de 2003, identificaram-se 11 processos, de acordo com os critérios estabelecidos, enquanto que, em 2004, foram analisados 611 processos e identificados 17 processos pelos mesmos critérios (Anexo 3). 2.3 Análise da Mala de Recolha de Vestígios Biológicos e Procedimentos de Recolha de Vestígios A análise das entrevistas aos Chefes dos NAT/GNR, dos questionários aos Técnicos de Criminalística dos NAT/GNR e dos processos da Delegação de Lisboa do Instituto Nacional de Medicina Legal permitirão constatar quais as áreas e tipos de casos com os quais, mais frequentemente, as Forças de Segurança se depararam na sua actividade operacional e aqueles para os quais as estruturas de Criminalística devem estar preparadas, quer técnica, quer materialmente. 43
4 Serão, então, definidos os procedimentos gerais e os materiais técnicos a adoptar para dar uma resposta qualificada a tais situações, procedendo à reavaliação da Mala de Recolha de Vestígios Biológicos instrumento essencial da actividade do Técnico de Criminalística, e quais os procedimentos específicos de recolha de vestígios biológicos a seguir. Quanto à Cadeia de Custódia, esta deve ser garantida por todos os que manuseiam os vestígios, em especial, pelos Técnicos de Criminalística que procedem à sua recolha, pois são um dos principais responsáveis pela manutenção desta Cadeia. Serão abordados os procedimentos a seguir para garantir a Cadeia de Custódia, através da análise dos procedimentos definidos no Manual de Policia Judicial da Guardia Civil e no Manual de Procedimentos de Recolha de Vestígios Biológicos para Identificação Genética do INML, uma vez que os Técnicos de Criminalística são os responsáveis pelos actos cautelares e urgentes quanto aos meios de prova no que respeita aos procedimentos do exame no local do crime e aos procedimentos da preservação dos vestígios biológicos. 44
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IV. Conclusões. Conclusões
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