SALVADOR LÁPIS JUNIOR. SIJPERINftNI)ÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP. I'ENALIDADE ORIGINAL: Advertência.

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1 d MINISTERIO DA FAZENI)A CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS -r PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO - CRSNSP 224' Sessão Recurso n 6990 Processo SUSEP n l8/ RECORRENTE: RECORRIDA: SALVADOR LÁPIS JUNIOR SIJPERINftNI)ÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Representação. Apuração de responsabilidade do Diretor da entidade. Ausência de individualização da conduta. Impossibilidade de responsabilização objetiva, alicerçada exclusivamente na condição de Diretor. Recurso conhecido e provido. I'ENALIDADE ORIGINAL: Advertência. BASE NORMATIVA: Art. 6 da Resolução CFC n 750/1993 e/e item 3.1 do Anexo Ida Circular sus n 379/2008. ACÓRDÃO/CRSNSI 5664/16. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. decidem os membros do Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização, por unanimidade, dar provimento ao recurso de Salvador Lápis Junior, nos termos do voto do Relator. Presente o advogado I)r. Juliano Tunala que sustentou oralmente em favor da recorrente, intervindo nos termos do Regimento Interno deste Conselho o Senhor representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araújo I)uarte. Participaram do julgamento os Conselheiros Ana Maria Meio Netto Oliveira. Washington Luis Bezerra da Silva. Thompson da Gama Moret Santos, Paulo Antonio Costa de Almeida Penido, André Leal Faoro e Marcelo Augusto Camacho Rocha. Presente o Senhor Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Di'. José Eduardo de Araújo Duarte, a Secretária-Executiva, Senhora Cecília Vescovi de Aragão Brandão, e a Secretária-Executiva Adjunta Senhora Theresa Christina Cunha Mai'tins. Sala das Sessões (RJ). 18 de fevereiro de )ku À\NIA MARIA MELO NETTO OL EIRA Lresidenle MARCELO AUGUSTO CAMACI-IO ROCHA Relator

2 M1NlSi'lR1() DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS. I)F PREVII)ÊNCIA PRIVADA ABER1A E E)E CAPI'IALIZAÇÀO Recurso n CRSNSP Processo SUSEP n / Recorrente - Salvador Lápis Júnior Recorrida - Superintendência de Seguros Privados - SUSEP VOTO DO CONSELHEIRO RELATOR, REPRESENTANTE DA FENACOR 224 Sessão de.julgamentos do CRSNSP O recurso interposto é tempestivo e guarda os requisitos de admissibilidade, de forma a trazer o seu conhecimento. Conforme relatado, trata-se de Representação formulada em face de Salvador Lápis Júnior, diretor responsável pela contabilidade da Apluh Capitalização S/A. sob a acusação de (i) não escriturar os registros da contabilidade com clareza, atualidade e fidedignidade, as operações realizadas pela Sociedade, nos meses de maio. junho. julho e agosto de itens 1 a 4; e. (ii) apresentar inconsistência no banco de dados no registro contábil auxiliar ARREIDEN - item 5..A Resolução CNSP n 60/2001 prevê expressamente a penalização dos administradores juntamente com a empresa. O art.32 diz claramente que a pena de advertência será aplicada à entidade e ao titular do cargo de administrador responsável pela prática da infração a ser punida. o A aplicação da advertência ao Diretor, sem que se lhe atribua uma conduta dolosa ou culposa sequer, além de configurar persecução punitiva sem justa causa, é inconstitucional na medida em que importa em responsabilização objetiva por suposta infração. O exercício do poder punitivo estatal está expressamente condicionado à existência de um ato doloso ou culposo. devidamente individualizado. A representação relacionou cinco infrações sem, no entanto. demonstrar a responsabilidade do recorrente pelas referidas violações à norma. Não tenho dúvida que a entidade cometeu as infrações, mas não encontro nos autos elementos para a punição do recorrente, sendo a condenação apenas pela sua condição de diretor responsável pela Contabilidade. A Autarquia não logrou, no processo sancionador, trazer aos autos os elementos. os fatos, o comportamento, as circunstâncias. ou seja, as condutas que sugeririam ter o recorrente deixado de exercer as atribuições inerentes ao cargo. A responsabilização se sustentaria sobre a ampla inferência de que o Recorrente era o diretor responsável pela Contabilidade da Sociedade. O ordenamento jurídico pátrio adota, como regra geral. a culpabilidade como requisito da responsabilidade, admitindo a responsabilidade objetiva em caráter excepcional. Não é por outra razão que a imputação da responsabilidade objetiva requer

3 previsão expressa em lei (artigo 927 do Código Civil). [)essa forma. a conduta tida por infringente deve decorrer de ação ou omissão antecedente. Esta última, por seu turno, apenas poderá subsidiar a imputação de responsabilidade quando o agente, além de ter conhecimento a respeito da prática adotada por seus colegas ou subordinados, tinha poderes de agir para evitar o resultado2. Por essas razões. não se pode admitir a imputação de responsabilidade a qualquer pessoa exclusivamente em razão do cargo ocupado na companhia. sem que se demonstre ação ou omissão que tenha contribuído para a irregularidade. Ante todo o exposto, inexistindo, flos autos, qualquer elemento que descreva a conduta que acarreta a responsabilidade individual e subjetiva do recorrente, entendo que deve ser reformada a decisão de 1' instância, com a absolvição do acusado. pelo que dou provimento integral ao recurso.. L L Marcelo Augusto Caniacho Rocha (:onscihero Relator. Representante da F[NAC( )R Rio de Janeiro. 18 de fevereiro de Assim, ensina, Cezar Roberto Bitencout: "Configura-se o crime omissivo quando o agente não faz o que pode e deve fazer, que lhe é juridicamente ordenado. Portanto. o crime omissivo consiste sempre na omissão de uma determinada ação que o sujeito tinha obrigação de realizar e que podia fazê-lo.' BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal - parte geral. Vol. 1. 6a ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 169.

4 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO Recurso n CRSNSP Processo SUSEP n / Recorrente - Salvador Lápis Júnior Recorrida - Superintendência de Seguros Privados - SUSEP RELATÓRIO Versa o presente sobre Representação formulada em face de Salvador Lápis Júnior, diretor responsável pela contabilidade da Aplub Capitalização S/A, sob a acusação de (1,) não escriturar os registros da contabilidade com clareza, atualidade e fidedignidade, as operações realizadas pela Sociedade, nos meses de maio, junho, julho e agosto de itens 1 a 4 e, (ui) apresentar inconsistência no banco de dados no registro contábil auxiliar ARREIDEN - item 5. Intimado a alegar o que entendesse a bem de seus direitos (fls. 40/41), o Representado apresentou sua defesa em 05 de janeiro de 2012 (fis. 48/56). Em virtude do teor do despacho de fi. 60, foi encaminhado o Oficio de ti. 61 para o Representado, facultando-lhe o prazo de 30 (trinta) dias, contados do recebimento, para apresentação de novos argumentos/documentos, a bern de seus direitos. A área técnica da SUSEP, após analisar os argumentos apresentados pelo representado, opinou pela procedência da denúncia (fls. 80/84). Nessa mesma linha, opinou a PF-SUSEP, entendendo, entretanto, que as infrações relacionadas nos itens 1 a 4 constituem-se em infração continuada (tis. 85/88). O Sr. Coordenador da Coordenação-Geral de Julgamentos, acolhendo o relatório e os fundamentos do Parecer de lis. 80/84 e da NOTA PF-SUSEP de lis. 85/87, julgou subsistente a Representação, aplicando ao infrator, uma única penalidade de advertência quanto aos itens 1 a 4, por força do reconhecimento da ocorrência do instituto da infração continuada; e, a penalidade de advertência quanto ao item 5. Devidamente intimado (II. 91), o Recorrente interpôs Recurso, às fis. 101/118, em 27 de março de 2015, alegando, em suma: (7) que o presente procedimento é conexo com o Processo SUSEP n / , já que possuem identidade de objetos, devendo ambos serem apensados; (ii) que estão ausentes as provas do cometimento das infrações pelo representado, sendo inaplicável a disposição do art. 25, da Resolução CNS1 n 60/01; (iii) que estão ausentes as provas para punir a pessoa natural, a teor do contido na Resolução CNSP n 293/13, sendo ilegal a imputação ao agente responsável quando não apontadas a responsabilidade ou a participação na suposta prática irregular; (iv) que, no mérito, os lançamentos, tais como registrados não geraram nenhum efeito no campo real, visto que não

5 trouxeram nenhum beneficio fático à Sociedade; e, (v) que, alternativamente, seja considerada a circunstância atenuante prevista no art. 12, II, da Resolução CNSP n 243/11. A área técnica da SUSEP, à fl. 122, ao analisar o teor do recurso, manifestou-se pelo seu conhecimento, visto que tempestivo, e que inexistentes fatos pelo qual pudesse ser reconsiderada a decisão. Em relação ao pedido de conexão formulado pelo Recorrente, informou que o Processo SUSEP no / encontra-se no CRSNSP. Ao final, propôs o envio do recurso para este E. Conselho. Às fis. 125/127, a Representação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional junto a este E. Conselho manifestou-se nos termos de Parecer, com a Ementa seguinte: "Representação. Diversas infrações. Alegações descabidas. infração Confirmada. Não provimento do recurso".. É o relatório, relativo ao Recurso n 6.990, que encaminho à Secretária-Executiva do CRSNSP para as providências cabheis. Rio de Janeiro, 03 de novembro de Marcelo Augusto Camacho Rocha Conselheiro Relator, Representante da FENACO R 19