Copyright 2012 by Li Mendi. Mendi, Li, Amor de Alto Risco (2008) / Li Mendi. Rio de Janeiro. História de amor. 2. Ficção brasileira. I.

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2 Copyright 2012 by Li Mendi Mendi, Li, Amor de Alto Risco (2008) / Li Mendi. Rio de Janeiro. História de amor. 2. Ficção brasileira. I. Título Todos os direitos reservados à autora. Criação de capa: Rodrigo Ribeiro, Agência 2RD. Site: limendi.com.br li@limendi.com.br Facebook: Escritora Li Mendi

3 3 Autora Oi, Leitores. Podem me chamar de Li. Sou Jornalista, Publicitária, Escritora e Geminiana. Meu grande prazer é escrever romances. Eles começam na internet e terminam na prateleira, na cabeceira e na tela dos tablets e celulares de leitores de todo o Brasil. Trabalho com Comunicação durante o dia e escrevo diariamente, à noite, em meu site. A criação é conjunta com meus leitores, pois cada opinião, comentário ou sugestões são levados em consideração para elaboração das estórias. Espero que você se divirta muito com esse livro e entre em contato depois para me dizer se curtiu. Combinado? Amor de Alto Risco. Li Mendi

4 Sinopse Jéssi, uma rica fazendeira, coloca a mochila nas costas e chega ao Rio de Janeiro para dividir um apartamento e começar a faculdade. É aí que a sua estória se cruza com a de Paulo, um estudante de direito que não terá paciência com a caipirinha que acaba de chegar ao seu apartamento com todas aquelas malas rosas. A garota vira alvo de ex-clientes insatisfeitos de seu pai e coloca Paulo em várias enrascadas perigosas. A solução encontrada pelo seu pai é colocar um batalhão de seguranças ao seu redor. Aos meus leitores, pelo amor com que recebem minhas estórias.

5 5 1. Paulo Esperei sentado naquela poltrona de couro preto como quem vê a vida passar em um minuto e sabe que, em breve, terá seu julgamento. Quando me disseram que meu chefe queria me ver, já pensei em demissão, despejo, fome e um papelão de baixo de uma ponte. Eu sempre vejo o pior. Nenhuma resposta e já se vão 15 minutos de muita angústia. A secretária só interrompe o tec tec no teclado para suspender os óculos que teimavam em escorregar do nariz. Repetia o gesto várias vezes, como em um tique nervoso. Não deveria ser o trabalho que a fazia sorrir discretamente. Tive a certeza disso quando a porta à minha direita se abriu e ela fez um gesto brusco sobre o mouse e se assustou. Era uma mulher alta, de cabelo loiro escuro, perfeitamente preso em um coque. Vestia uma blusa branca e saia vermelha que a deixava quase sexy. _Alguém me telefonou? _ perguntou meu chefe e ela, de pé, respondeu que não. O homem de terno azul e cabelo branco me dirigiu um olhar e eu entendi que era para entrar. Levantei-me, fiquei ereto, de mãos para trás, em frente à sua mesa. _ Pode se sentar, Paulo. _ autorizou e eu intuí pelo seu tom de voz que a conversa seria longa. _ Obrigado. _sentei. _Paulo, eu gosto do seu trabalho limpo. _ elogiou. _Obrigado, senhor. _ agradeci, temendo que, em seguida, viria alguma missão muito difícil. _Você não deixa rastros... Eu poderia escolher muitos entre os meus homens. Mas, você tem uma coisa que vai fazer a diferença dessa vez. Não perguntei o que era. Esperei pacientemente e em silêncio. Ele retirou uma foto da gaveta e com a ponta do dedo fez o papel deslizar até mim. Olhei e vi uma garota de cabelos castanhos cacheados e chapéu de cowboy. Senti um arrepio. O que ele me pediria? _Você é jovem. Pela primeira vez, não prestei atenção no que dizia. A imagem da garota reteve minha mente. _Essa é a sua qualidade. Dessa maneira, continuará fazendo seu trabalho limpo. Notei que a garota também era jovem como eu. _Você começou a fazer faculdade de direito, não é mesmo? _Sim, senhor. Estou no 2º período. _ respondi. _Está vendo essa garota? Ela também é universitária. Eu quero que cole nela. Peguei a foto da mesa e contemplei aquele sorriso rosado. _Está me parecendo fácil. Ela é filha de quem?_ comentei, devolvendo a foto à mesa. Amor de Alto Risco. Li Mendi

6 _ Talvez as regras não sejam fáceis assim. Você não sairá de perto da garota. Mas, não poderá chegar perto demais e sabe o que eu quero dizer. Não quero que tenha intimidades para não perder o controle da situação! _Não me disse ainda de quem ela é filha. _É filha de um homem importante que me trouxe prejuízos. Então, quero ter sua filha em minhas mãos. _ balançou-se para os lados na cadeira giratória. _ Você vai se passar por guarda-costas secreto dela. Seu pai não vai desconfiar que estará prestando serviço de segurança pra ele. Já consegui rastrear seu telefone e soube que está buscando alguém. _Então, o pai dela está procurando um segurança com medo que cobre o seu prejuízo. É aí que eu entro, vou me passar de segurança infiltrado na vida da garota e ela não vai se dar conta que está protegida pelo inimigo... Um tanto desafiador e ousado. Eu sabia que todos os trabalhos de alguma forma arriscavam a minha vida. Depois de tudo explicado, saí da sala com a sensação de que aquilo poderia ser grande demais e que mudaria totalmente o rumo das coisas. Era uma missão de alto risco. Desci pelo elevador e, na rua, procurei um café e me sentei. Eu precisava de um pouco de cafeína para digerir todas as informações. Várias imagens se interpunham na minha mente. O pacote com o dinheiro, a foto da garota, o endereço escrito em um quarto de folha e o revólver. Olhei para minha pasta em cima da mesa. Peguei a fotografia da garota e a fixei na mente. Tomei o gole final do café e vi naquele sorriso a possibilidade de errar feio ou acertar definitivamente na vida. Eu precisa apenas fazer um trabalho limpo. 2. Jéssi Fogo nas toras, leitão queimando na brasa, luz de estrelas, som da sanfona. Olhei pela janela do meu quarto a festa na fazenda e demorei mais um pouco só no posto da contemplação. Não estava mais com ânimo para comemorações. _Não vai descer? _ ouvi a voz da minha mãe, que colocou a cabeça na porta. Virei-me e sorri. _Daqui a pouco. _Está tudo bem? _ entrou. Estava elegantemente vestida. Provavelmente, iria participar também da festa que meu pai dava para seus empregados. _ Me parece tristinha. _Não, não... _ sentei-me na cama e calcei minha bota de bico fino. Puxei o zíper até o joelho. _ Só estou pensando. _Em que essa cabecinha anda pensando tanto? _ puxou uma mexa do meu cabelo ondulado e colocou para trás. _Na conversa que tive com o meu pai. _ pus o chapéu na cabeça e me olhei de corpo inteiro no espelho oval que havia na parede. Fiquei de todos os ângulos para conferir se a blusa estava perfeitamente arrumada dentro da calça jeans. _Ele me falou que você quer fazer faculdade na cidade. _Eu quero ir para o Rio de Janeiro. _Por que não vai para a cidade aqui perto? Não entendo o motivo de querer ir para tão longe. E o Thomé, seu namorado?

7 _Ele é a única coisa que me prende aqui. _Como pode se referir a ele como algo que te prende, como se fosse ruim namorar o rapaz. Ele é o melhor partido que poderia ter e, além do mais, está prestes a te pedir em casamento! _Ah! Claro! Nascer, crescer, procriar, envelhecer e morrer... _ peguei os brincos em cima da penteadeira. _ Namorar, noivar, casar e separar. _Nem sempre... _ minha mãe suspirou. _Desculpe. Não falei por mal. Claro que nem todo casamento não vai dar certo como aconteceu com você e papai. Mas, não sei, eu sinto que estamos caminhando pelo caminho e não pela vontade em si de caminhar. _Não entendi. _Esquece. Eu quero ver o mundo do alto da montanha! Aqui, eu me sinto um passarinho na gaiola. _Passarinho? Quer mais liberdade do que esse mundo de terras? Presa é estar dentro de um apartamentozinho! _Eu não vou aprender com árvores e cavalos, mas com as pessoas da cidade. _Seu pai disse que não é boa hora. _ comentou e eu já sabia a que se referia. _Meu pai sempre teve os inimigos dele, não vou me abalar por isso. _Agora é sério. _ puxou-me pela mão e me fez sentar. _ Está recebendo ameaças por telefone. _Tá, eu já ouvi essa história antes dezenas de vezes. Nunca aconteceu nada. Por isso mesmo, eu poderia ir para longe e ficar a salvo. _Eu não concordo. _ confessou. Eu sabia que minha mãe no fundo não queria ficar sozinha naquela casa enorme. Meu pai talvez estivesse usando as ameaças como desculpa. Ele era um homem cheio de negócios que começou a vida na cidade. Estudou economia e direito. Junto com um amigo, criaram uma empresa inovadora que prestava consultoria para outras empresas para medir riscos de ações estratégicas sobre os mais diversos assuntos. Mas, parece que dessa vez ele falhara nos seus cálculos. Não quis me dizer em que exatamente consistia a análise dos riscos desse caso específico, mas os resultados foram muito graves. No momento, a única coisa que eu queria era poder ampliar meus horizontes e conhecer a cidade de que ele sempre me falara quando me colocava no colo e contava histórias. Não adiantava me conter porque eu tinha o desejo no sangue. Desci as escadas e fui até a festa. Perguntei a um dos empregados se Thomé tinha aparecido por ali. _Eu vi Thomé indo para o estábulo. _apontou. _Obrigada. _ sorri. Desci pela trilha de chão batido, no meio da grama, e fui sozinha até a coxia onde dormiam os cavalos. A luz do lampião estava trepidando e o amarelo irradiava por uma das janelas. Aposto que Thomé estava conferindo o estado da nossa égua que acabara de dar cria. Caminhei entre as baias e olhei por cima de cada uma para conferir, mas não o achei. 7 Amor de Alto Risco. Li Mendi

8 Franzi a testa e percebi que a última estava aberta. Foi quando vi um par de mãos sobre as costas de Thomé, que vestia uma camisa listada. Senti uma vertigem e quis pensar que era um engano. Queria ter pernas para correr, mas elas fincaram no chão e na minha boca não havia voz. Meu coração disparou e senti a mesma adrenalina de quando corro com os cavalos. Era meu corpo se preparando para uma situação de reação. Nas veias, meu sangue fervendo corria quente. Senti uma dor quase física na epiderme da alma. Eu esperei por acontecer. Não me mexi, deixei a cena desenrolar sozinha em seu ritmo natural. Ele a empurrou mais para dentro e abriu os botões da sua blusa. Senti o ódio dos traídos e meus dentes rangeram. Olhei para o balde de água do meu lado esquerdo. Peguei-o lentamente. Segurei por de baixo e com a outra mão peguei na borda. Em um movimento rápido joguei a água fria nos dois. _Ah! _ a mulher deu um grito e se assustou. _Jéssi? _ Thomé engoliu em seco. _Deu para apagar o fogo? Eu pensei que fosse pegar no feno! _Não é... _O que eu estou vendo? _ larguei o balde. _Eu... _Vocês se merecem. _ caminhei em direção a saída. Corri pelo caminho de volta. Fiquei ofegante, meu coração acelerou até doer. Entrei pelos fundos da casa, subi até meu quarto e fechei a porta. Olhei para as minhas botas sujas de barro, escorreguei e sentei no chão. Era hora de chorar, mas aquilo dentro de mim era mais raiva que decepção. Agora nada mais me prendia aqui. 3. Jéssi _Jéssi, eu quero falar com você! _ ouvi as batidas desesperadas de Thomé na porta do meu quarto. Sentei na cama para retirar minhas botas e não fiz qualquer movimento para abrir. Deixei que percebesse que estava aberta. Não demorou muito para girar a maçaneta e entrar afoito. _Eu nem sei o que dizer... _ abaixou-se na minha frente. Levantei, ignorando-o completamente. Peguei uma roupa para dormir no guardaroupa e, nesse instante, me puxou pelo braço. _Hei! É a nossa vida, como pode fingir que não houve nada? _ Hei, é a nossa vida... _ repeti, sarcástica. _... como pode ter se esquecido disso?! _ perguntei, atirando com raiva a minha roupa sobre a cama. Cruzei os braços e franzi a testa. _ Você não poderia ter escolhido um lugar pior ou a sede do perigo foi mais excitante? Acho até que escolheu o lugar certo, pensando bem. Só um cavalo como você poderia ter jogado para o alto tudo... _ Eu sou um idiota! _É... _ encostei o dedo indicador no seu peito e me preparei para desabafar. _... Mas, eu não tolero desculpas de idiotas. Homens como você vão repetir a mesma coisa

9 quando eu tiver com a casa cheia de filhos. Só que eu não estarei aqui para bancar o papel de otária que fingiu que não sabia. Mulher que finge não saber merece sofrer. Eu não sou uma delas. _Aliás, o que você é eu já desconheço. _ irritou-se. _Qual é? Espera que eu me ajoelhe e abaixe a cabeça, aceitando minha missão de mulher submissa? Estou fora! _Isso quer dizer o quê? Peguei a roupa e fui para o banheiro do meu quarto, antes me virei para ele: _Isso quer dizer um chute bem grande no seu traseiro! Quando saí, ainda estava lá, resoluto de que diluiria tudo que fez com meias palavras: _Seu pai me falou que quer estudar direito na cidade. Ele está certo, está na hora de nos casarmos. Eu ri, irônica. Foi tão ridículo o fato de Thomé fingir que a vida seguia seu curso normal, que tive uma crise de riso. _Não quer casar comigo? _ perguntou. _Eu não quero olhar na sua cara! _Nunca falou comigo assim! _Chega! Cai fora da minha vida! _Está me dispensando? _Sim, estou te dispensando. Estou dispensando o riquinho que me considerou pouco para merecer a fidelidade. Portanto, não estou perdendo muito. _Não é você... _ levantou-se e fez uma cara de vítima. _Eu estou com a mesma sensação de ter passado tanto tempo com uma pessoa estranha que não era o que eu pensava. _colocou a culpa em mim. _Vai perceber que está fugindo da situação indo para a cidade. _Eu já queria ir antes da sua traição covarde. _Então, iria me deixar? _Eu estava pensando, mas agora eu tenho certeza que não vale a pena ficar por você. _Você vai ficar sozinha e vai sofrer! _Obrigada por suas previsões. Deve ser bom mesmo nisso, porque nem demorou muito para eu começar a sofrer! Chegou o rosto perto do meu e seus olhos verdes flamejavam o orgulho ferido: _Tomara que se arrependa. Thomé se afastou. 4. Paulo Ter dois chefes era andar em uma corda bomba perigosa. Eu devia seguir todas as ordens do meu patrão. Porém, ele me pedia para me candidatar a outro emprego como infiltrado e dever lealdade a seu inimigo. Eu precisava ter cuidado. 9 Amor de Alto Risco. Li Mendi

10 O pai de Jéssi foi objetivo e generoso. Explicou que havia chegado até mim por indicação de Rafaela, que conhecia um bom grupo de seguranças experientes. Agradeci-lhe a oportunidade e senti que realmente não desconfiava que estava cercado de inimigos. _Seu trabalho vai ser ficar perto da minha filha. Ela não quer de jeito nenhum sombras de terno sobre seus ombros. Então, vou precisar que... torne tudo mais discreto. _E como isso seria?_perguntei, mesmo já sabendo de todo o esquema. _Ela quer ser independente, já mostrou que não quer que alugue um apartamento. Então, digamos que vai dividir um apartamento com um primo de Rafaela, que é de nossa confiança. _Eu serei o primo falso? _Isso. _Seu trabalho é vigiá-la e nunca deixar esse acordo vazar. _Não se preocupe, sou bem discreto. O homem de terno preto e bigodes do outro lado da mesa pareceu satisfeito. Seu nome, pela placa metálica decorativa era Figueiredo. (...) Bati a porta do carro e olhei para cima, começando da portaria do prédio até meus olhos pararem no topo da cobertura. Com a boca ligeiramente aberta, verifiquei o endereço na folha e deixei o risinho sacana no canto da boca. _Obrigado, Deus! Eu mereço! _ gabei-me, adorando aquela situação toda. Dei espaço para uma mulher passar com seu poodle e entrei pela escadaria de granito preto. Identifiquei-me na recepção como o novo morador e peguei a chave do meu apartamento. Uma garota passou no corredor, em direção a piscina, de biquíni fio dental por baixo da tanga branca semitransparente. _Que missão difícil! _ sorri e apertei o número do elevador. Quando abri a porta do meu mais novo lar, fiquei sem ar: _Uau! _ retirei os óculos escuros e joguei a cabeça para trás. _ Eu ainda sou pago para isso! Abri a porta da varanda e vi a bela vista para as montanhas. O celular vibrou no meu bolso da calça. _Paulo? _ a voz inconfundível de Rafaela do outro lado oscilava, como quem caminha enquanto fala. _Eu mesmo, em carne, osso e gostosura. _ abri a geladeira e vi que estava cheia. _Estou subindo. _ informou. _Aqui no apartamento? _É! _Pode vir, baby. _ desliguei. Tirei a tampa da garrafa de suco e virei na boca. Estava louco de sede e com um pouco de calor. Puxei a camisa e a joguei no sofá. Quando a campainha tocou, eu abri e sorri para Rafaela, que engoliu em seco e parou seus olhos nas minhas entradas, que se perdiam dentro da calça jeans. _Veio para o open-house? _ perguntei sorrindo e ela fez um ar de deboche.

11 Rafaela era uma loira de dar parada cardíaca. Eu me jogaria em um formigueiro de saúvas por uma hora com aquela deusa de capa de revista masculina. _Está tudo ok, aqui? _ me empurrou com a mão no peito e passou para dentro da sala. _Faltava só você. _ usei minha voz mais sexy. _Se toca, tá? _ esnobou e olhou cada detalhe do apartamento. _Quando vai deixar de resistir, ãhn? _ puxei-a pela cintura. _Paulo? _ revirou os olhos. _ Será que a gente pode pensar em trabalho? _Ok! _ soltei-a e cai no sofá entre as almofadas. _Pode mandar aquela gatinha para mim! _Não brinque com isso! _ abriu seu ipad e fez uma anotação. _ Já sabe que não vai se meter com esta garota nem que ela seja a última mulher da Terra! _ repetiu as ordens. _ Não vou dar bobeira. Vou te vigiar! Já está na hora de eu ir embora. Ninguém pode sonhar em me ver aqui, é muito arriscado. Posso perder meu emprego, se falhar. Eu não estou aqui para desapontar seu patrão. Prezo pelo meu pescocinho. _Só o pescocinho? Então, deixa o resto comigo! _Ah... _ apontou para uma mesa no canto da sala. _ Ali está seu computador, nos envie os relatórios diários. Em cima da estante, tem uma câmera no vaso de folhas secas. Essa aqui é sua vida agora: um estudante que vai dividir o apartamento com uma outra estudante. Haja com naturalidade. Faça isso e aguarde as ordens para agir. Não se precipite sem nos comunicar! _Já conseguiu convencê-la a dividir o apartamento comigo? Rafaela se aproximou com sua boca vermelha carnuda: _Querido, eu ganho muito bem para isso! Pode deixar que nossa little cowgirl estará aqui rapidinho. O pai dela não quer muito que venha, mas acho que não vai ter jeito mesmo. Eu entro em ação em breve e te comunico. Enquanto isso, nada de festinhas por aqui... _Como pode pensar que um dia eu faria isso? Rafaela olhou-me de cima a baixo e saiu. 5. Paulo Abri meu e vi uma mensagem da minha irmã mais velha. Ela estava preocupada desde que eu lhe dissera que não poderia dormir mais em casa por causa de um trabalho. Contei-lhe só por alto o que faria dessa vez para não assustá-la, mas parece que não surtira efeito. "Paulo, não paro de pensar nos riscos que está correndo. Se a polícia te pega? Você está servindo a um homem envolvido com a máfia! Não percebe que isso ainda vai te levar para a cadeia? Ele é grande, ninguém irá pegá-lo. Mas você? Oh, meu irmão, você é carta pequena nesse baralho e está arriscando o que tem de mais importante, que é a sua própria vida! Eu queria que você voltasse a dar aulas de artes marciais aqui na escola. Era tão bom tê-lo sempre por perto. Eu sei que o dinheiro que manda é muito importante para 11 Amor de Alto Risco. Li Mendi

12 nós, mas eu temo estar comprando coisas hoje que valeram a vida de pessoas! Me sinto mal com isso e não vou negar. Fico até feliz que possa custear os estudos da Clarinha, só que não quero vê-la na melhor universidade do país e perder o meu irmão! Minha cabeça não sai disso agora por nada! Parei de ler o e peguei o telefone. Eu precisava tranqüilizá-la. Disquei o número do seu celular e torci para que não estivesse lecionando. _Alô, Vanessa? _Oi, Paulo! _Dando aula de informática agora? _Não. Estou no intervalo. _ respondeu e ouvi a voz de várias mulheres ao fundo. Ela provavelmente estava na sala de reuniões. _Vai para um lugar mais reservado. _ pedi. _Tudo bem, espere um pouco. _ ouvi o barulho de uma porta se fechando e logo ficou silêncio do outro lado da linha. _ Pronto, fala. _Estou lendo aqui o que enviou de manhã. Está tudo bem comigo. Podemos nos encontrar na hora do almoço? Não quero falar pelo telefone... _Claro. Onde? _Naquele bar em frente da escola. _Estarei lá. Desliguei. Encontrei Vanessa no horário combinado e, quando cheguei, já estava sentada lendo um livro e bebendo um guaraná. _Viu como estou inteiro? _ falei e levantou os olhos para conferir. Em seguida, abriu um sorriso largo. Minha irmã era uma linda morena de olhos pretos e porte de modelo. Sempre lhe dei força para desfrutar desses atributos, mas ela dizia que era tímida demais e preferia ficar só na escola dando aula para seus alunos de informática. Com ela, aprendi tudo o que sei sobre os sistemas de invasão em computadores. Éramos filhos de pais diferentes, mas nosso carinho um pelo outro era muito forte como se corresse o mesmo sangue em nossas veias. Puxei uma cadeira para sentar bem perto dela. Falei baixo: _Aqui é mais seguro que falar por telefone. _O que anda fazendo? _Vou ter que ficar de guarda em uma garota. Ela não saberá que tudo será armado para parecer que veio até mim a fim de dividir um apartamento. Eu e Rafaela vamos trabalhar infiltrados para o pai dela. Rafaela já está a mais tempo no caso. Ela consegue nos trazer todas as informações. _Será que vão te pedir pra matar a garota? _Não sei. _Como pode ser tão frio assim? _ fez uma cara de horror. _Continue do meu lado, cuidando da mamãe. _É por nós que está fazendo isso? _... _ fiquei mudo, desenhando algo abstrato na mesa com a ponta do dedo. _ Vou ganhar muito bem. _Dinheiro, dinheiro! Eu sinto sua falta aqui, seguro ao nosso lado. _A vida é cruel e esse é o meu trabalho.

13 _As coisas não são tão fixas! Pode mudar isso. Cai fora. _Já recebi a missão, não adianta voltar atrás, eu sei demais agora. Aliás, eu não quero que se arrisque também. Temos que ficar longe. _Promete para mim que essa é sua última missão, que depois vai voltar bem? _Vou voltar bem. _ apertei sua mão. 13 (...) Virei a maçaneta e nem tive tempo de dizer oi. Fábio e Rômulo entraram no apartamento batendo palmas e olhando para todos os lados: _Cara, o que o velho viu em você?_ Fábio abriu uma garrafa do bar e se serviu. _Não sei, mas acho que isso vai me custar caro ainda. _ fechei a porta. _Olha como está sofrendo! _ Fábio gritou e envolveu meu pescoço com o braço e bateu no meu peito. _ Vai ter sorte assim lá na China, porra! Me dá um pouco disso aí. _ pegou um copo com uísque e gelo. _Falem baixo! Não quero ser expulso no primeiro dia de trabalho! _Você só pode estar zoando com a minha cara, né? _ Rômulo sentou no sofá. _ E a belezinha, filé? _Filé? Não! É uma garotinha! _ abri minha pasta e mostrei a foto. _ÔOOOHHHH que essa eu pegava fácil! _ Rômulo levantou a foto para Fábio, que a arrancou de sua mão. _ Dá essa para mim, minhas revistas do banheiro estão coladas. _ Não brinquem com isso! _ recuperei a foto. _Se isso é uma garotinha, eu quero me corromper! _ Rômulo riu alto e, eu, também. Os dois eram meus grandes amigos. Fizemos todos os trabalhos juntos. Agora, sendo deslocado para essa tarefa exclusiva, não queria que pensassem que eu virara o preferido do chefe. Nosso ganha pão não era o mais brilhante, nem reconhecido. Mas, a gente sabia manter a amizade e o companherismo. Principalmente, nos divertíamos. _Deixa eu entender: você vai continuar estudando e morando aqui para ficar na cola da garota... _Isso. Só posso agir quando ele mandar. _interrompi. _E a Rafaela? Ela está conseguindo fazer a parte dela discretamente? Se essa garota vasa, os planos vão por água abaixo. Não podem perceber o papel dela nessa história, hen? Ela é boa mesmo? _Ela é muito bem paga, como ela mesma falou. É capaz de me convencer que coelhinho da Páscoa existe. _Meu, com uma mulher daquela eu acredito em ET, Papai Noel e Saci! _ Fábio riu. O rádio de Rômulo tocou e ficamos imediatamente em silêncio. _Pode falar. _ atendeu, aproximando da boca o pequeno aparelho que cabia na palma da mão. _ Sim, ele está aqui, perfeito. _ olhou para mim. _ Se ele pode hoje à noite? Fiz sinal de positivo. Pela voz séria, era coisa do chefe. Amor de Alto Risco. Li Mendi

14 _Três loiras e duas morenas? Das boas? _ perguntou. Eu franzi a testa. _Perfeito. Prontamente. Entendido. _ desligou e bateu a mão na de Fábio. _ Vamos agitar isso aqui! _Estão loucos?! _ dei um pulo do sofá. _ Era o Bernardo, não era? _ desconfiei, só podia ser coisa daquele doido. _Cara, você agora tem que ser um carinha normal. Um estudantezinho sem graça. Mas, não pode faltar uma festinha! _E a câmera? _ Fábio lembrou do que eu havia lhe contado por telefone, antes de virem para cá. _Ah! Você vai conseguir desligar até lá! Você sabe desarmar bombas e escalar edifícios, não é uma camerazinha que vai derrubar nossa comemoração! _ Fábio deu um tapinha no meu ombro. _ Até, à noite! O celular tocou e Fábio atendeu no viva voz com o fone no ouvido. Ele e Rômulo vestiam ternos pretos e usavam óculos escuros. Cada um de nós era especialista em alguma coisa. Em comum, nós gostávamos da vida arriscada que levávamos. _Sim, estou indo. Entendi. _ desligou. _ Compra a cerveja! _ tirou o dinheiro da carteira e deixou na mesa. Rômulo fez o mesmo. Eles saíram. Achei a situação até divertida. Peguei a foto de Jéssi em cima da mesa e a olhei por um tempo. _Espero que você não me dê trabalho, garota. _ falei sozinho para a imagem da moça de cabelos ondulados. A noite chegou e meus amigos voltaram vestidos de roupa informal. _ Com a vida que pediu a Deus, hen? _ Bernardo apertou minha mão e me puxou para um abraço. _ Já está até com cara de playboy! _ deu uma tapinha no meu rosto e fez sinal para que Fábio e Rômulo olhassem para mim. _E a câmera? Ouvi dizer que dá para a gente exibir tudo na Internet. _ falou baixinho no meu ouvido com ar de conspiração. _Já desliguei. _ ri da hipótese de a festa vazar, eu seria escalpelado. _Fala sério, né? Ele conseguiria desarmar até a bomba atômica se precisasse! _ Rômulo revirou os olhos e apresentou as garotas que estavam do seu lado. Duas horas depois estávamos completamente bêbados e entregue àquelas garotas maravilhosas, quando o telefone da sala começou a tocar. Ninguém se manifestou para atender. De repente, eu tive um reflexo de lucidez e corri para pegar o aparelho. O movimento brusco me deixou meio zonzo. Abaixei o som e fui para a varanda. Fechei a porta e apertei o botão do aparelho sem fio para atender a ligação. _Alô? _ ouvi a voz feminina do outro lado. _Alô. _É da casa do Paulo? Era Jéssi? Bem que me disseram que ela me procuraria. _É sim, é ele. Quem é? _Você não me conhece. Pode crer que já te conheço bem, garota!

15 _ Hum, então o que quer? _Desculpe se estou ligando tarde. _intimidou-se. _Tudo bem, estava só estudando. _mostrei pouco caso. _Mas, quem é você mesmo? _Bom, o que acontece é que você deixou um anúncio no mural da faculdade com um aviso para dividir apartamento. A secretária do meu pai consegui levantar seu número para mim. Eu queria saber se ainda está aberta a vaga. _Ah! Sim, ainda está. Algumas pessoas já telefonaram, mas não fechei ainda. _Hum... Tá. _Você não dá preferência para apartamento com garotas? _impliquei. _Seria melhor, se não me leva a mal pela sinceridade. _ riu. _ Mas, a secretária do meu pai, de quem lhe falei, Rafaela, me indicou você como primo dela e de confiança. _ Claro. Rafaela... Eu comentei com ela que queria dividir o apartamento porque eu passo o dia inteiro fora e acaba saindo caro morar sozinho. _Será que pode segurar essa vaga até eu ir aí? _Não pode demorar tanto. Eu fiquei de dar a resposta para outras pessoas. _Claro! _Então, tudo bem. _Obrigada. _ ela fez uma voz risonha e eu a imaginei na foto com seu sorriso rosado. Na sacada do apartamento da frente, vi uma velhinha sentada na cadeira com uma cara de feliz, olhando bem na minha direção. Abaixei a cabeça e vi que estava de sunga. Sua filha apareceu e fez uma cara de reprovação, levando-a pela cadeira de rodas para dentro. A senhora ainda olhou para trás insatisfeita com a cortada da filha Jéssi Eu era a filha sim, mas da porta para fora. Ali, no escritório do papai, eu precisava esperar também. Mas, aquela demora toda me deixou agitada e precisei levantar e caminhar pela sala. Perguntei para a secretária se demoraria muito o fim daquela reunião. Antes que pudesse responder, vi uma fila de homens se formando no corredor à minha frente, saindo de uma das salas. Finalmente! Não esperei mais um minuto e caminhei por entre eles, pedido licença, até que cheguei na sala onde meu pai conversava com Rafaela. Dei uma leve tossidinha e eles levantaram os olhos para mim. _Oi. _ aproximei-me da mesa oval. _ Posso falar com o senhor? _Ah! Claro. _ olhou o relógio e fez um sinal para que Rafaela fechasse a porta. _Bom, eu preferia que estudasse por aqui. Mas, vejo que não tenho como impedi-la. Já é grande o suficiente para tomar suas decisões. _Que bom que entendeu isso. _ ri de felicidade. _Só lamento que esteja fazendo essa escolha pelo fim do seu namoro. _Não, está enganado. Eu já queria isso antes. Amor de Alto Risco. Li Mendi

16 _Eu só estou muito preocupado com uma coisa. _O quê? _ suspirei. Estava tudo fácil demais. _Infelizmente, eu lido com pessoas de todo o tipo... Agrado aos interesses de uns, decepciono os de outros... E eu recebi ligações e ameaças. _Eu vou estar longe, nada vai me atingir. Aqui, o senhor tem seguranças. _Nesse ponto que eu quero chegar. Eu já contratei um exclusivo para acompanhála. _O quê? _ fiz uma careta. _ Eu não vou com ninguém à tira colo! _Essa é a condição! _Como condição, papai? Onde estava o discurso de que eu tenho idade para escolher e posso me defender? _Eu sei disso, só não sei com quem estou lidando. Qualquer um aqui dentro pode vender informações. Eu aprendi a não confiar em ninguém! Até a Rafaela pode ser suspeita! Rafaela riu e balançou a cabeça. _Estou brincando, Rafaela. _ meu pai tocou em seu braço e eu senti ali alguma química mais que profissional. O telefone tocou e se afastou para atender. _Eu acho que está certa. Essa cidade não lhe dará a formação que você merece. _ Rafaela falou em um tom de voz baixo, sempre verificando se meu pai estava nos observando. _ Seja esperta, deixe-o dar as condições que quiser até você se mandar daqui! Conversei com ele e consegui convencê-lo de que o melhor é deixá-la estudar na cidade grande. Já te indiquei o apartamento do meu primo, não? _Vejo que vocês estão se entendendo sem mim. _ meu pai voltou. _ Eu vou precisar sair. Depois me digam o que estão combinando. _ falou, já abrindo a porta. 7. Paulo Assim que desliguei o telefone, decidi comunicar a Rafaela que o primeiro contato havia sido feito. _Foi muito fácil, Paulo. Dei o número e falei que você era uma boa companhia. _Eu vou desligar. Não é bom a gente falar sobre isso por telefone. Desligamos. 8. Jéssi. Sentada no degrau de entrada da minha casa, esperei o motorista colocar as minhas malas no carro. Minha mãe em pé, ao meu lado, assistia a tudo ereta. Respirei profundamente, enchendo meus pulmões de ar. Sentiria falta daquele cheiro de mato e terra molhada. Levantei-me e nos olhamos. Ela com aquele ar de vítima e, eu, com o meu de compreensão. _Vou te visitar, não se preocupe. _ beijei-a no rosto repetidamente.

17 _Acho que o Thomé vem se despedir. _Ele não se enxerga mesmo. _Isso são modos de falar? _ fez uma careta de repreensão. _Desculpe. Já vou, mãe. _ mais um beijo e entrei no carro. Olhei a fazenda ficando para trás, depois a cidade e caímos na estrada. Escorreguei pelo banco, já meio sonolenta. 9. Paulo Eu sabia que a qualquer momento o telefone poderia tocar. Não devia estar ansioso daquele jeito, mas estava. Afinal, duas semanas naquele apartamento já estava me entediando. Agora é que as coisas começavam a acontecer. Como era de se esperar, tocou. _Alô? _ atendi. _Paulo, é você? Sou eu, a Jéssi, lembra? _Ãnh, sei. _ fiz uma voz de descaso. _Eu estou aqui no aeroporto, mas não conheço muito bem a cidade... Segurei o riso. A princesinha, então, estava em apuros? Ótimo, que se virasse um pouco sozinha. _É assim mesmo, logo se acostuma. Eu estou muito ocupado agora. _Ah! Sim, desculpe, mas como faço para chegar aí mesmo? _É aquele endereço que te dei. Anotou? _Anotei, mas é como eu disse, não conheço bem a cidade. _Eu estou entrando no elevador agora e a ligação vai cair. Se informa por aí. Desliguei e ri, me divertindo muito com aquilo tudo. Queria poder vê-la através do visor do celular desesperada. 10. Jéssi _Caramba! Que cara menos prestativo! _ resmunguei e quis espatifar o aparelho no chão. Eu fiquei um pouco zonza no meio de todas aquelas pessoas e, pela primeira vez, pensei que estivesse maluca! Como pude me meter a vir para a cidade grande e deixar meu ninho confortável? O que eu queria? Ser uma monja e me auto flagelar?! Paulo. O interfone tocou e eu peguei o aparelho para atender. _Senhor, Paulo? _Sim. _Chegou uma moça aqui. Jéssica. Amor de Alto Risco. Li Mendi

18 _Pode subir. _Tá, obrigado. Virei a maçaneta da porta e tentei parecer o mais caseiro possível. Estava com um short preto acima do joelho e uma camiseta branca. A primeira coisa que vi foram umas seis malas empilhadas. Uma moça curvada levantou o rosto e, do meio da cabeleira de ondas de um castanho dourado brilhante, surgiram suas bochechas coradas e o nariz arrebitado. _Bem que você disse, a gente se vira por aqui. _apoiou o pé em cima de uma mala com um gesto de trabalho feito. Usava uma bota preta e calça acima da cintura. Um estilo completamente diferente das garotas daqui. Parecia vinda de um rodeio com aquele cinto de fivela. _Pode colocar suas coisas lá no seu quarto. _ indiquei com o dedo e não fiz menção a ajudá-la. _ Eu estou ocupado estudando, se não se importa... Fique à vontade. _Ah! Tá... _ fez um sorriso de desapontamento. _ Claro... Eu subi até aqui com elas mesmo. _O elevador não está bom? _Ah! Está, sim. Mas, você sabe, tirar do carro, carregá-las. _Hum. _ sentei na mesa e peguei um livro. _ Deve ser... _ falei sem motivação. _A secretária do meu pai veio aqui e já combinou tudo com você, né? _Tudo certo. _ levantei os olhos. _ O quarto é seu. 12. Paulo Ela saiu do banho trazendo o perfume de um jardim que eu não lembro de ter visto dentro do banheiro. O cabelo molhado parecia menor, encolhido, colado a sua pele ferrugem. Segurei os olhos no segundo parágrafo da Lei não sei qual, mas logo eles se levantaram para acompanhá-la atravessar a sala de cabeça baixa, abraçada a sua toalha branca. Pude captar um olhar seu de canto de olho. Minha vez de baixar a cabeça e procurar o parágrafo, cadê? _Sabe se tem algum lugar bom para comer aqui perto? _ perguntou, aparecendo na minha frente pronta para sair. Levantei meu corpo do sofá onde eu estava afundado e cocei a testa com o dedão. _Pode comer aqui. A cozinha está ali, tem comida na geladeira... _Ah! Sim. _Você sabe cozinhar? _O que acha? _ desafiou. _Que com um bom livro de receitas ou um site você se viraria. _É... _Então? _Você está muito ocupado? _Para cozinhar? Nem que eu não estivesse, você não vai gost... _Para comer alguma coisa fora. _Juntos?

19 _Ora, eu vou morar aqui por um tempo, podia me mostrar as ruas e a gente se apresentava. Você até agora nem perguntou meu nome. _Você mesma disse no telefone. _ lembrei-a. _Mas não oficialmente. Eu sorri e deixei o livro de lado. Não faria mal nenhum sairmos para comer. _Certo. Eu vou calçar o tênis. _ levantei-me. No elevador encontrei uma senhora de cabelos brancos e muletas. _Vocês são novos aqui, não são? _Eu sou, ele já mora a mais tempo. _ Jéssi respondeu. _Mas eu quase não o vejo._ perguntou a senhora. Maravilha! Agora tinha uma velhinha me bisbilhotando. Era o que me faltava! _Eu estudo e trabalho. _Ah! Você trabalha? _ Jéssi perguntou. _Trabalha em quê? _ completou a senhora. Hei! Eu estava pressionado por duas mulheres e dentro de um elevador! Socorro! _Eu estudo direito. _ respondi vagamente. O elevador se abriu no térreo e eu caminhei apressadamente. Jéssi tentou acompanhar o passo. _Prefere comer que tipo de comida? _ perguntei para mudar o foco do assunto. _Eu quero dizer japonesa, italiana, chinesa, portuguesa... _O que me indica? _Tem um bom aqui perto, mas a comida é brasileira. _ri. Sentamos em um restaurante à quilo e ela fez um prato grande de comida. _Não pensei que mulher pudesse comer tanto. _ comentei. _Ora, eu estou com fome! _ colocou a comida na balança. O homem que escrevia a nota fiscal olhou para o prato e depois para ela intrigado. _Você viu a cara que ele fez? _ mostrou que havia reparado quando nos sentamos. _É que aqui as mulheres se pudessem se esticavam feito plástico de filme para embalar congelados. Seria mais comum se você tivesse colocado duas folhas de alface, uma azeitona em cima e um ovo de codorna. _Assim eu não vou ficar em pé para fazer tudo que preciso fazer! _ riu e girou o garfo na macarronada. _Mas o que fazia onde morava que consumia tanta energia? _Ah! Estudava, andava a cavalo, cuidava da fazenda com a minha mãe... _Como é morar em um lugar diferente disso aqui? _É muito bom. _bebeu um gole de refrigerante. _ Quero dizer... _ aproximou-se mais. _ Não dá para comparar coisas diferentes. Eu vou falar do que eu conheço. Lá na fazenda tem comitiva, violadas! E os shows da cidade?! _ revirou os olhos de emoção, como se falasse de alguma comida deliciosa. _Uau! Você está falando do Brasil? _É! Só algumas horas de avião daqui dessa mesa! _ falou apontando em minha direção com o garfo que depois espetou uma batata frita. 19 Amor de Alto Risco. Li Mendi

20 _Você usava aqueles chapéus?! _Como assim aqueles chapéus?! _ repetiu indignada, como se eu tivesse cometido uma atrocidade. _Chapéu vem do latim antigo, quer dizer cappa. Que é o óbvio: cobrir a cabeça. Foi no Egito e na Grécia que começaram a usá-los. Era um verdadeiro símbolo de status social. Tanto é, que os escravos não podia usar e, quando eram libertados, compravam logo um! No reinado de Luis XV, na França, começou aquela moda engraçada de usar aquelas perucas de cachos, já viu em filme? Eu sei de tudo isso porque tenho uma amiga que o pai é dono de uma fábrica de chapéus. _Ãhn...sim. _O chapéu é medido por X. Um basicão é 3X; um bom, 5X e um ótimo, 10X a 20X. _O estilo de vocês é diferente. Até na maneira de vestir. _Eu estou muito estranha? _ fez uma careta. _Não... Eu disse diferente. Aqui as pessoas reparam, sim, na roupa uma das outras. Só que elas não transformam isso num assunto de fofocas como nas cidades pequenas porque elas tem tantas coisas para fazer que na próxima esquina que virarem já não vão lembrar mais. _Não sei se fico feliz ou não. _ terminou de beber seu refrigerante. _ É típico a gente usar calça justa com bota e camiseta. Se for blusa é por dentro da calça. _Aqui é o contrário, geralmente as mulheres não usam roupa dentro da calça. _Eu já reparei, preciso me adaptar. _Você está disposta a se adaptar a tudo? _Estou aberta a absorver as coisas boas, apenas. _Você me parece muito simples. _ soltei o comentário. _E você, o contrário. _ também deixou escapar. _Ah! E as músicas? _ do nada ela falou com uma voz animada e sacou o celular do bolso._não ria, tá?! _ pediu. _Não vou, mostra. Ela apertou o play e começou a tocar uma música do Leandro e Leonardo. _Você disse que não ia rir! _ encostou em meu braço e deu um leve empurrão. Segurei o riso. 13. Paulo Enquanto Jéssi me mostrava as músicas em seu celular e caminhávamos pela rua Princesa Isabel, senti que estávamos sendo seguidos. Olhei para trás e vi um grupo de jovens a dez metros de distância. Eles vestiam bermudões e camisas grandes. Pelo típico jeito de andar do grupo, constatei que formavam uma gangue e me dei conta de que seriamos alvo de um assalto. Olhei novamente para frente e aproximei-me dela até que nossos braços se tocaram. Segurei-a na altura do cotovelo. _Continua andando. _Que está acontecendo? _ ela ameaçou olhar para trás. _Não olha, anda, anda. _ falei baixinho. Senti que estavam mais perto. Não tive tempo de pensar em mais nada. Só ouvimos a ordem: _Perdeu, perdeu! _ um deles arrancou a bolsa do ombro de Jéssi.

21 Foi tudo muito rápido, uma abordagem abrupta e covarde, no meio da noite. Só não contavam que eu podia ser mais perigoso. Corri e peguei um deles pela camisa. Puxei-o até que caiu no chão. Contorci seu braço até que ficou de bruços na calçada e o seu rosto encostou no cimento. O resto do bando fugiu às pressas, abandonando-o. _Você não tem vergonha na cara, não?! _ perguntei, satisfeito por poder me vingar. _Foi mal, foi mal... _"Foi mal" o tiro que eu vou dar bem no meio da sua fuça! _ falei perto do seu ouvido. Como Jéssi se aproximou, eu contive minha mão e não puxei a arma das minhas costas. Controlei-me. Eu precisava aprender que naquela missão não poderia agir, devia interpretar o papel do estudante pacato. E que droga! Ela já me olhava com horror e estranhamento. Soltei o garoto que correu para atravessar a rua. Aconteceu tudo muito rápido, em um relance de segundos. Eu ainda estava agachado. Olhei para Jéssi, que continha com a mão o sangue que escorria pelo braço direito. O canivete do pivete deve tê-la ferido. _Vamos para casa. _ ordenei, puxando-a._vem, vamos comprar um curativo. _ toquei no seu braço, mas não quis entrar na farmácia. Respirei fundo e juntei toda a minha paciência restante. Irritado, peguei da prateleira algodão, gases e água boricada em movimentos bruscos, jogando os objetos dentro do cesto. Perguntei para o rapaz do balcão onde estava o esparadrapo e pedi iodo e soro. Quando chegamos em casa, virei a sacola da farmácia sobre a pia de granito. _Você não podia ter reagido. Dizem que isso é errado... _E é. Não faça isso em casa! _ brinquei. Abri o soro caseiro com um canivete que levo no bolso. _Você também tem um canivete? _Ãnh... Nunca se sabe quando vamos precisar cortar a caixa do leite. _ abri o bico de plástico do soro. _ Vem cá. Estica o braço. _ lavei o corte sobre a pia. _Ai! Como isso arde. _Nem parece uma garota da fazenda! _ provoquei. _Obrigada! _ironizou. Estanquei com a gaze o filete de sangue que teimava em cair da parte não coagulada. _ Aiiiiê?! Pega leve! _Desculpe. _Obrigada. Você salvou minha vida. _ sorriu. _Então, posso me apresentar oficialmente agora. _ estendi a mão. _ Paulo, seu salva-vidas. Que ironia... Que ironia. 21 Amor de Alto Risco. Li Mendi

22 14. Paulo _Eu vi que tem uma lavanderia na esquina... _ aproximou-se com a minha jaqueta na mão e me mostrou que a sujou. _ Posso levar até lá... _Não esquenta. Joga isso aí... _ indiquei com a cabeça o cesto de roupas. _Tudo bem. _ permaneceu em pé, segurando o casaco e me olhando. _Que foi? _ larguei o copo na pia. _Nada, eu tive uma sensação. _Não está passando bem? _Não, não é isso. Eu tive uma sensação de que você já tinha feito aquilo antes. Que maravilha! _Impressão! Quem mandou eu dar uma de Super-Homem carioca? Agora agüenta! _Você resolveu o curativo rapidamente, soube o que comprar. Parecia tudo no automático. Ah! Então era isso? Ela estava falando do pós-assalto? Melhor! E eu achando que se referia ao modo como reagi com o bandido. _Me dou bem sob pressão, deve ser isso. Meu cérebro funciona mais rápido. _Deu para perceber. _Jéssi sorriu. _ Eu vou dormir, então. _Acho que para um primeiro dia você já passou por emoções demais. _Espero conseguir dormir. _Ah! Vai sim... Ela foi para o seu quarto e eu sentei no sofá. Não demorou muito para o meu celular começar a tocar. Tirei-o do bolso e atendi. _O que aconteceu? _ a voz de Rafaela estava irritada. _Não foi algo tão relevante. _diminui o caso. _E por que está como braço enfaixado? _... _ eu fiquei calado, não ia responder a sua ironia. _ Como ela se machucou, Paulo? Levantei-me e fechei a porta da varanda pelo lado de fora. Não podia conversar sobre aquilo e correr o risco de Jéssi ouvir. _Fomos assaltados. Um moleque passou o canivete para arrancar a bolsa dela e acabou cortando o braço. _Mas, está tudo bem. _Isso é uma irresponsabilidade. O que você pretende? Matá-la antes da hora? _Hei! Não fui eu o assaltante, tá bom? _Eu estou de olho em vocês! Desliguei com raiva e fechei o aparelho com força. Sentei-me na cadeira e olhei pelo vidro da sacada a cidade escura lá embaixo. Os carros formando riscos luminosos como estrelas cadentes do asfalto. Senti saudade da minha irmã e de Clarinha. A voz de Vanessa na minha memória perguntava por que valia a pena eu arriscar minha vida. Eu não dou satisfação para ninguém sobre meus pecados. Eu mesmo pago minhas penas e não divido nem culpas ou remorsos com ninguém. Às vezes, dá orgulho. Noutras

23 horas, temor, mas, em nenhuma, arrependimento. Só não sei onde tudo isso termina, sigo me levando para frente, nos meus pactos de vida e morte. Olhei a luz do quarto acesa na janela ao lado. Levantei-me, coloquei as mãos no bolso da calça jeans e olhei através do vidro. Encostei-me à parede fria e, pelo canto da cortina, pude ver Jéssi deitada sobre a cama de solteiro. Perna grossa para fora do lençol e cabelo espalhado pelo rosto. Ela deve ter ficado com medo de apagar a luz. Sorri com a idéia. Se ela soubesse de tudo, teria medos muito maiores Jéssi Sentei na cama e afastei com as mãos o cabelo que caía no rosto. 8:00 h am. Apertei os olhos pela luz que insistia em entrar no quarto, apesar da fina cortina branca. Levantei e espiei a sala. Não havia ninguém. Ótimo, estava sozinha. Caminhei preguiçosamente até o banheiro e lavei meu rosto. Com a escova espumante na boca, fui até a sala e olhei o jornal em cima da mesa de Paulo. Abri-o e li as manchetes. De repente, a porta fez um estalido metálico de uma chave girando. Não deu tempo de esboçar qualquer movimento além de olhar para baixo e perceber que eu estava de calcinha vermelha estilo shortinho e uma camiseta preta baby look de estrelas prateadas. Tossi, me engasgando com a espuma. Olhei para frente e vi Paulo entrar de terno e gravata sala à dentro. Como assim? Eu ali semi-nua e Paulo me encarando com ar de surpresa! Desesperei-me, puxei o primeiro caderno do jornal que vi para tampar minha calcinha. A minha escova escapuliu e caiu no chão. Eu estava espumando, com a boca cheia de creme dental. Fui humilhada para o banheiro com um jornal na frente e outro atrás! Eu bem que poderia viver ali até Paulo querer se mudar novamente! Eu estava vermelha de vergonha. Havia água e uma planta. Quanto tempo eu sobreviveria comendo uma folha por dia e depois as raízes igual ao filme E o vento levou?! Lavei a boca. Certifiquei-me de que estivesse na cozinha e só aí fui até o quarto em passos corridos, aos pulinhos. Vesti uma calça comprida rosa com listas brancas nas laterais. Respirei fundo e me dispus a atravessar a sala para tomar café da manhã na cozinha. Paulo já estava sentado em frente ao laptop. _Hei! _chamou-me. _ Não precisa ficar envergonhada. _Não sabia que ia aparecer. Você não estaria na faculdade? _ perguntei. _O professor precisou faltar. _Hum. _ falei e lambi o bigodinho de leite. _ Você vai voltar para lá hoje ainda? _Vou. Por quê? _ perguntou, digitando freneticamente no teclado. _Posso ir com você? Quero me matricular. _Em quê? _Direito. Amor de Alto Risco. Li Mendi

24 _Você? _ parou de escrever e me encarou com espanto. _É. Eu mesma! _ sorri. _Acha que eu não sou capaz? Ele deu uma grande risada de desafio e fez uma cara de vítima da minha acusação. _Então, futura advogada do Brasil, se arrume. Eu só passei aqui para pegar uns arquivos. _ mostrou o HD externo que acabava de desconectar do pc. _Quanto tempo eu tenho? _Hum... Quinze minutos. _Ãhn... tudo bem. _ corri para o quarto, pus uma das malas sobre a cama e puxei tudo para fora. _ Que cor está meu espírito hoje? Vermelho! Peguei uma blusa vermelha sangue. Coloquei uma calça preta, bota cano baixo vermelha, bolsa vermelha, batom vermelho e um relógio de pulseira vermelha. _Demorei muito? _ perguntei. _Não, que isso, dava para eu ter lido pela segunda vez a constituição. _ falou, enquanto estava de costas, pegando um livro na estante. _ Você vai assim? _ perguntou ao me ver. _Por quê?! _Parece uma grande espinha na ponta de um nariz branco! Eu poderia pegar aquele jarro de planta da mesa de centro e arremessar na cabeça dele ou chorar trancada no quarto. Mas, não deixaria que me abalasse. Caminhei em direção a porta. _Vai ficar aí? _ perguntei e ele veio atrás. 16. Paulo Quando atravessei o portão da faculdade, senti os olhares sobre mim. Quem era aquela garota loira e linda ao meu lado? Eu li isso na linha da testa franzida das pessoas que me conheciam. Prendi a atenção deles por uns segundos ou seria a respiração que Jéssi tirava de cada um? Ela pegou no meu braço primeiro ou fui eu que o segurei para ter seu apoio? Não soube até hoje se era ela que me levava ou se eu que a conduzia pela escada que dava para a faculdade. Eu não era muito enturmado ali, entrava e saia com os livros sem dar muitas explicações sobre minha vida. Agora, Jéssi passava para os que nos olhavam uma carta de apresentação sobre minhas capacidades masculinas. _É legal aqui... _ ela riu e não parava de reparar nos detalhes. _É sim, vale cada centavo. _Você está em que semestre mesmo? _Quinto. _E eu, uma caloura. _ riu e senti que ficou mais perto. Entendi aquilo como um pedido de proteção. Ela era decidida e, ao mesmo tempo, conseguia parecer frágil. Duvidava se eu tinha que protegê-la ou se pedir que me amparasse. Como alguém conseguia passar confiança e espanto em ritmos tão oscilantes? Eu não era muito bom ainda em sua interpretação.

25 _Eu tenho que assistir a minha aula. _ parei na frente de uma porta. _Mas... e eu? _ perguntou, segurando meus dedos como o último toque das suas mãos que escorregaram do meu braço. _A secretaria é por ali. _ indiquei. _Mas... ãhn. _ olhou para trás e novamente para mim. Eu também não quis deixá-la ali sozinha, no mar de alunos que formavam uma contra correnteza batendo em nossos ombros. Não me sentia confortável dizendo que a abandonaria na turbulência do desconhecido. Por que eu começava a cultivar aquelas considerações por essa moça se daqui a pouco tudo viria à tona? Não posso me apegar. _ Eu preciso mesmo ir. Minha aula vai começar. _Tudo bem. _ abaixou os olhos e se virou. Não sei se por orgulho ou despeito se desfez da minha presença e apertou o passo convicta para a secretaria. Só retirei meus olhos de suas costas quando ela sumiu pela porta sem olhar para trás. O que eu queria? Que ela olhasse?! 17. Jéssi A matricula foi mais rápida do que pensei e, quando me dei conta, estava já entrando na faculdade abraçada ao meu fichário cor de rosa. Era um lugar bonito aquele prédio. Vinte andares, fachada de vidros escuros e ar condicionado central. Na realidade, as salas se localizavam na torre de um prédio comercial e ocupavam dois andares dele. No térreo, havia várias lojas de roupas, sapatos, livrarias e lanchonetes. Formavam uma espécie de galeria. Eu estava com um friozinho na barriga. Não conhecia ninguém, exceto Paulo. Queria muito fazer novas amizades e começar a fincar raízes aqui. Tinha sede por me dar bem nesse projeto de vida longe da minha cidade. Meu próximo passo seria arrumar um trabalho logo. Mas, uma coisa de cada vez. Primeiro, tinha que me adaptar às aulas. _A gente quer dar um recado rápido! _ um aluno bateu na porta e colocou a cabeça para dentro. O professor olhou para o relógio e fez um sinal para que não demorassem. _ É bem rápido. _ sorriu e ficou em cima do tablado. _ Oi, oi, pessoal. Eu sou o Vinícius e essa é a Luana. _ falou o rapaz de cavanhaque. Até que Vinícius era bonitinho: cabelo preto, curto, braço definido e um belo sorriso. Seu estilo ainda era jeans, camiseta. Não devia estar fazendo estágio, pois não usava roupa social como Paulo. Ou, quem sabe, não estava em um período muito acima. _ Nós estamos aqui para convidar vocês para uma recepção dos calouros no campo society que fica no final da rua. Lá, há uma área coberta para a gente fazer uma zoação e se conhecer. No intervalo, a Luana e eu vamos estar perto da cantina para explicar melhor e vender os convites. Eu não queria ficar excluída do convívio social. Precisava me enturmar logo e deixar minha marca. Se fosse para ficar escondida, eu não teria vindo até aqui. Comprei um convite e estava lendo-o quando ouvi um oi. Era Paulo, saindo de uma aula. 25 Amor de Alto Risco. Li Mendi

Em algum lugar de mim

Em algum lugar de mim Em algum lugar de mim (Drama em ato único) Autor: Mailson Soares A - Eu vi um homem... C - Homem? Que homem? A - Um viajante... C - Ele te viu? A - Não, ia muito longe! B - Do que vocês estão falando?

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