A IMAGEM COMO FERRAMENTA DE ENSINO EM GEOGRAFIA
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- Aurélio Costa Coradelli
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1 A IMAGEM COMO FERRAMENTA DE ENSINO EM GEOGRAFIA Rita de Cássia Gonzaga Marques Graduando em Licenciatura Plena em Geografia pelo Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande Campus Cajazeiras/PB. 1 INTRODUÇÃO A sociedade vem sofrendo várias transformações no âmbito da educação. E estas estão relacionadas às novas tecnologias da informação que vem surgindo e se aperfeiçoando ao longo do tempo. Os docentes nem sempre estão preparados para as novidades, sendo um desafio para eles lidarem com tantas inovações. No entanto, devem se apropriar dessas tecnologias e buscar inovar nas suas aulas com os recursos que estão surgindo. No ambiente escolar, a geografia é uma disciplina voltada para formar cidadãos que possam fazer parte da sociedade para que no futuro possamos atuar e participar das tomadas de decisões no meio que vivemos. Para que haja uma mudança efetiva na sala de aula o educador terá que deixar de lado métodos tradicionais como, por exemplo, a memorização e levar os novos métodos como a imagem que possibilitará a compreensão do mundo, estimulando o raciocínio, a criatividade e o pensamento crítico do aluno. A imagem é um recurso didático que pode ser utilizado pelo educador em suas aulas, deixando-as mais atraentes aos olhos dos educandos, dinâmicas e estimulando-os a uma maior participação. Portanto, se a imagem, como recurso didático, utilizado de maneira correta irá apresentar resultados bastante satisfatórios em relação à aprendizagem. E também, levará ao aluno a desenvolver suas habilidades de percepção e observação, permitindo que haja uma interação bem significativa na aula. 2 OBJETIVO
2 Este trabalho tem como objetivo analisar a imagem de uma área que sofre impactos ambientais causado pela criação de animais bovinos e pelo plantio agrícola, no sítio Barreiros, zona rural do município de Sousa PB. 3 A IMAGEM NO ENSINO DA GEOGRAFIA No âmbito escolar, a geografia está comprometida em tornar o mundo compreensível, e com a utilização da imagem irá ajudar os alunos a entendê-lo melhor. Ao destacar analise da paisagem através da imagem como um método didático, nas aulas, em especial, de geografia possibilita desenvolver no aluno uma maior compreensão do espaço retratado. A imagem deve ser analisada partindo dos elementos que se pode observar. Onde podemos destacar os elementos perceptíveis, ou seja, os visíveis que se observa com maior facilidade e os não perceptíveis, os que não vemos, mas podemos identificar pelas condições que se apresenta a paisagem analisada, por exemplo, o clima. Segundo Santos (1998): tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista alcança. Não é apenas formada de volumes, mas também de cores, movimentos, atores, sons, etc. (SANTOS, 1988, p.61). Portanto, é de grande importância que o educador analise a paisagem que irá utilizar na sala de aula considerando que a mesma é um conjunto de elementos de um dado momento que representa a relação do Homem com a natureza. Em seguida mostraremos como utilizar uma imagem no ensino em geografia. 4 ANÁLISE DA IMAGEM
3 Figura 1: Área degradada pela agropecuária. Sitio Barreiros, município de Sousa-PB/Rita de Cássia/2013. Este trabalho é uma experiência realizada nas aulas de Prática em Geografia Física, a fim de desenvolver nos graduandos habilidades e conhecimento a serem levadas para sua sala de aula posteriormente. Então, utilizamos uma imagem como recurso didático inovador para ministrar uma aula, para isso, buscamos o auxilio da aula expositiva dialogada para haver uma interação maior entre ambas as partes. A partir daí escolhemos uma imagem a ser trabalhada. Então, com base no que foi visto, realizaremos a análise da imagem acima. A
4 paisagem em analise trata-se de uma área do campo, que está localizada na zona rural do município de Sousa-PB. Esta é uma área que foi desmatada por agricultores e pecuaristas que retiram a camada vegetal para o plantio ou para pasto para o gado. A imagem será dividida em planos para uma melhor compreensão da paisagem e serão identificados os elementos visíveis e invisíveis. Com isso, compartimentamos a imagem em quatro planos: no primeiro plano observamos uma área desmatada e compactada, no segundo uma vegetação, no terceiro o relevo e no quarto o firmamento. Para um melhor entendimento da área iremos iniciar pelo segundo plano. No segundo plano observamos uma vegetação de caatinga típica do sertão nordestino, nessa área predomina uma caatinga seca não arbórea, pois a vegetação cresce em grupo, mas não forma dossel. As arvores são resistentes ao período de estiagem da região, pois apresenta xeromorfia através de um revestimento dos tecidos que permite as plantas a não perderem excesso de água por transpiração. As folhas, também, são grossas, pequenas e em formas de espinhos, como encontramos em vários tipos de cactos. No terceiro plano a imagem nos mostra o relevo da região, composto por serras, elevações resultantes de fraturas, que são resultantes dos processos endógenos e exógenos. A estrutura do relevo, também, é resultado do clima que através do intemperismo modifica sua estrutura. Na sua estrutura geológica predomina o granito, e por isso, não há plenas condições para formar um verdadeiro solo. O quarto plano apresenta o firmamento que se encontra aberto com ocorrência de poucas nuvens, e sem ocorrência de chuvas. Como é uma área do semiarido, o clima é seco e a precipitação da região é baixa com anuais que vão até 800 milímetros e as temperaturas na região ficam entre 25 e 29 por ano. Nessa região a evapotranspiração é maior que a precipitação causando assim grandes períodos de seco, pois há duas estações bem definida o inverno seco e o verão chuvoso.
5 Retomando ao primeiro plano observamos uma área que foi modificada pela agricultura e pela pecuária que são grandes causadores de impactos ambientais, pois elas utilizam-se de vários recursos que acabam degradando o ambiente que é utilizado para promover essa atividade. Sánchez (2008) conceitua impacto ambiental como: uma consequência de atividades, produtos ou serviços de uma organização; ou seja, um processo industrial (atividade), um agrotóxico (produto) ou o transporte de uma mercadoria (serviço o atividade) são causas de modificações ambientais, ou impacto. (Sánchez, 2008, p. 30) Então, o que podemos entender sobre impacto ambiental é qualquer atividades como: a industrialização, agropecuária, entre outras, que modifique a organização do meio ambiente e que cause danos tanto ao meio natural como a população em geral. O impacto são ações causadas pelo ser humano em suas atividades que na maioria das vezes são impactos negativos. Na agropecuária há dois grandes causadores de impactos que são: a compactação e a contaminação do solo. O solo é compactado pelo pisoteio do gado, na pecuária, pois os animais encontram-se soltos pressionando o solo. Na agricultura o causador da compactação são as maquinas utilizadas para o manejo do solo. Atualmente, há grandes áreas destinadas à plantação e para que o plantio seja mais rápido, grandes maquinas são destinadas para o manejo, assim, compactando o solo. A compactação do solo contribui para o rebaixamento do lençol freático, ou seja, a diminuição da capacidade hídrica. A diminuição da infiltração das águas pluviais, e acarretando num maior escoamento superficial, levando a um aumento repentino das águas dos rios e por consequência, acarretando enchentes em regiões ribeirinhas.
6 Outro fator é a contaminação do solo. O uso de produtos como os agrotóxicos, que são reconhecidamente venenos, são utilizados nos plantios para o combate as pragas, contudo, esses produtos ao serem pulverizados nas plantas, acabam enfeltrado no solo, e também, após uma chuva lavar as plantas levam os resíduos para o solo, contaminando-o. O solo também é contaminado pelas embalagens dos agrotóxicos que são descartados no meio ambiente. Tanto pelo agrotóxico aplicado diretamente no solo e pelas embalagens jogadas em locais inadequados, estes contaminam o solo, e com um acontecimento pluviométrico, essas águas iram deslocar os resíduos levando-os para águas subterrâneas e outros mananciais próximos a essas áreas contaminadas. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto, observamos que a imagem é um instrumento de grande importância nas aulas de geografia, e em especial as de geografia física, pois os temas relacionados a ela são mais utilizados e discutidos nas aulas. Então, o uso da imagem possibilita ao docente ministrar aulas mais interessantes, tendo início a partir das observações dos elementos visíveis e invisíveis da paisagem, com isso, buscando incentivar os alunos a olhar as coisas diferenciadamente, para desenvolver suas habilidades de percepção e interpretação. Dessa maneira, buscamos caracterizar a imagem de forma breve, como uma metodologia que está direcionada para a prática pedagógica das aulas. Observamos que a aula com a análise da paisagem torna-se dinâmica, pois os alunos vão interagir durante sua realização. Então, a experiência adquirida na realização do trabalho apresentado é de grande importância para os graduandos, pois podemos ter uma noção de como agir nas aulas. 6 REFERÊNCIAS SÁNCHEZ, Luis Henrique. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008, p.18 a 43.
7 SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, CARVALHO, Moacyr de e DINIZ, Hélio Nóbile. Reflexões sobre a compactação de solos agrícolas; suas causas e seus efeitos. Rev. Inst. Geol. [online]. 1984, vol.5, n.1-2, pp ISSN X. Disponivel em: < Acesso em: 02 dez ROSS, Jurandyr L. Sanches. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp AB SABER, Aziz Nacib. Os domínios da natureza do Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial CALLAI, Helena Copetti. Aprendendo a ler o mundo: a Geografia nos anos iniciais do ensino fundamental. Caderno Cedes, Campinas, vol. 25, n. 66, p , maio/ago Disponível em:<// Acesso em: 01 dez PONTUSCHKA, NídiaNacib; PAGANELLI, TomokoYida; CACETE, NúriaHanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
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