A LÍNGUA BRASILEIRA EM SUA MEMÓRIA DISCURSIVA POÉTICA: ESPAÇO DE DESDOBRAMENTOS

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1 A LÍNGUA BRASILEIRA EM SUA MEMÓRIA DISCURSIVA POÉTICA: ESPAÇO DE DESDOBRAMENTOS Ligia Caldonazo Cardoso 1 Univás RESUMO: Esse artigo fala da língua brasileira, sob um olhar que se afasta do português institucionalizado como língua imaginária no Brasil. Trata- -se de análise de discurso em poética que apresenta uma prática de leitura de anagramas de versos de Anchieta e Tomás Antônio Gonzaga. De um lado, a análise dá visibilidade à poesia como próprio da língua; de outro, abre o olhar para gestos de interpretação não usuais da linguagem literária. ABSTRACT: This article talks about the Brazilian language, under a gaze that moves away from the Portuguese institutionalized as the imaginary language in Brazil. It is discourse analysis of poetics that presents a practice of reading anagrams in verses of Anchieta and Tomás Antônio Gonzaga. On the one hand, the analysis gives visibility to poetry as a characteristic of language itself, and, on the other hand, it opens our eyes to unusual gestures of interpretation of literary language. Em seu artigo intitulado A língua brasileira, Eni Orlandi diz que a questão da língua que se fala toca os sujeitos em sua autonomia, em sua identidade, (e) em sua autodeterminação e questiona: falamos a língua portuguesa ou a língua brasileira? Através do pensamento da autora, em vários de seus livros que trata da questão da língua e da língua no Brasil, em Análise de Discurso, e sob sua orientação na dissertação de Mestrado em Ciências da Linguagem, foi possível tecer considerações sob novos aspectos do conhecimento linguístico mostrando como a língua e o sujeito se deslocam, se dizem, se significam através da análise poética, em recortes, no movimento dos anagramas 2, espaço do dizer de um real da língua, o da língua brasileira. Dessa forma, esse artigo fala da língua brasileira, sob um olhar divergente do português institucionalizado como língua imaginária, lugar 93

2 de arquivo, como linguagem no Brasil, que me atravessou enquanto sujeito, no trabalho de pesquisa de mestrado, no que foi nomeado Traços de amor na materialidade da língua materna: esse jeito brasileiro de dizer (CARDOSO, 2012), em que se fez mostrar, como pontua E.Orlandi (2002), a tecnologia da produção do instrumento linguístico, (na forma) em que se representa a língua para seus falantes, em seu conjunto, na nossa colonização. O espaço em que essa produção do conhecimento linguístico se deu, foi a intrincada e bela rede dos anagramas, tão urdida, na sua forma, por Ferdinand de Saussure, ponto central para compreender e des/velar essa trama da língua que se fala no Brasil, na constituição de sujeitos em suas poéticas, representantes da ideologia portuguesa. Fez-se destaque Anchieta, em virtude das línguas que encontrou na condição de processo de produção linguístico: a do pai, a da mãe, a da ideologia portuguesa, a da nacionalidade espanhola e das línguas indígenas (colonização). O objetivo da pesquisa teve como objeto de estudo a língua brasileira em sua memória discursiva poética, como língua materna, tratada em sua historicidade e não em sua história. Ou seja, a noção de língua materna não pensada em sua cronologia, ou evolução, mas sim no modo de funcionamento, como língua primeira, que embora filiada a uma construção anterior, (mostrou-se) independente, em oposição ao que é construído pelo enunciado, (PÊCHEUX, 1997) no processo de colonização. Ao considerarmos como objeto de estudo a língua brasileira em sua memória discursiva poética, como língua materna, língua primeira, em relação com a estrangeira que resulta de encontros e desencontros, pensamos como processo discursivo em Anchieta, a palavra Maria, em relação ao poético referente a mar/movimento (mar/ia), como movimento de constituição da nossa língua brasileira. Polissemia na língua (e não só da língua) 3. Considerações poéticas, sobre Anchieta e Tomás Antônio Gonzaga, tomaram-me ao analisar a forma poética, nas condições em que esta se dá, interpelados pela ideologia e assujeitados à língua brasileira, no acontecimento da colonização, não se inscrevendo no processo que a língua imaginária instala. A entrada no simbólico é observada pela natureza da alíngua. Nos versos a língua não soa como algo óbvio, não é uma evidência pela qual se apresenta uma identidade linguística como natural, no sentido de que se nasce para falar uma língua. Nascer em um lugar não determina uma relação de equivalência com a língua, pois a língua é processo, não está pronta, acabada, posto que o sujeito ao nascer não é algo acabado, definido pelo estatuto da identidade de origem. Isso, como incompletude do sujeito que atravessa a língua e é por ela atravessado, e se dará, onde os 94

3 discursos produzidos sob certas condições permitem observar produção de efeitos de sentidos em determinada direção. Para a teoria do discurso, a língua tem sua unidade, sua própria ordem, com a diferença que não é uma unidade fechada: a língua é sujeita a falhas e é afetada pela incompletude (...), o lugar da falha e a incompletude não são defeitos, são, antes, a qualidade da língua em sua materialidade: falha e incompletude são o lugar do possível (ORLANDI, 2009). O dispositivo teórico da Análise de Discurso permitiu ir ao lugar onde coloco a língua que se fala no Brasil, como a língua brasileira e não como a língua portuguesa, ou como dizem a nossa língua portuguesa, lugar de efeito de sentidos, onde a relação com a linguagem não é jamais inocente, (e) não é uma relação com as evidências (ORLAN- DI, 2005), mas uma prática de leitura, onde o simbólico e o político se conjugam nos efeitos. A questão da língua numa formação discursiva determinante, processo de transmudar, não é uma questão meramente linguística, mas discursiva, nomeação, enunciação, de como o sujeito poético discursou e discursa sobre o amor na e pela língua brasileira, língua fluida e eletiva. Justifico o termo, língua eletiva em Anchieta, pela escolha inconsciente e de se fazer memória considerando o desaparecimento rápido de uma memória portuguesa/ideológica cristã, para uma outra, lugar em que a língua se encarna eletivamente no Brasil, na dêixis, em versos, onde o discurso no duplo dos anagramas, mostra a transferência que se dá no poema, uma outra constituição. O poeta, enquanto sujeito não é mais o Anchieta de lá, e a língua também vai junto com a constituição do sujeito. Duplamente, nesse movimento, o poeta leva a língua junto. Se falha e incompletude são o lugar do possível e se cabem nelas a falta, cabe então, um outro, um impossível, num movimento para dentro, mudança de estado, entre língua e alíngua, movimento de afastamento para aproximação. Há aí um ponto de encontro com um real, no real da língua, (...) lugar para o impossível, para o equívoco, para a elipse, para a falta, (...) lugar para a deriva (onde) tudo não se diz, pois há um impossível próprio da língua (MILNER, 1987, p.06). Nesse movimento consideramos a linguagem poética como leitura de anagramas, aspecto linguístico que trata da configuração da brasilidade nos dois poetas, na interpretação dos poemas que deslizam pela língua fluída, e se apresentam no que é anagramático, como a língua brasileira, que como processo identitário tornou-os sujeitos da língua desse novo território, Brasil. Os versos em Santa Inês e em Marília de Dirceu, analisados em procedimento de leitura e interpretação anagramática, permitiram perceber enquanto alíngua, que exerce na língua um ponto de cessação 4 da 95

4 falta de escrever, é que desfaz o conjunto, e apresenta outra configuração linguística. No acontecimento poético de/em Anchieta e Tomás Antônio Gonzaga faz-se entender de acordo com Pêcheux, que emerge uma rede de relações associativas implícitas-paráfrases, implicações, alusões, etc... (numa) série heterogênea de enunciados, funcionando sob diferentes registros discursivos e com uma estabilidade lógica variável (PÊCHEUX, 1990, p.23), no gesto de interpretação poético (ou da poética). Há na poesia o que é subversivo, sub/versivo, o que está na alíngua que se apresenta como materno, numa materialidade que não é a de origem, mas da qual se originou, sem entretanto estar preso ao ato primeiro. Materno aqui deve ser entendido, como o que se faz marcar por aquilo que é mobilidade e história e que se apresenta para além do teatro da consciência, entendendo que essa mobilidade dá-se na poética de Anchieta quando este fala de uma outra língua, versos sobre a areia e em Tomás Antônio Gonzaga quando nos fala sobre os sítios. Esses poetas burlam, pela excelência e materialidade da poética, o signo enquanto espaço de silenciamento e de vazio e se dizem na heterogeneidade. Essa heterogeneidade que a princípio carrega a memória da língua todo dizer tem necessariamente a memória do outro (AU- THIER-REVUZ, 1990), mas que no esquecimento é um dos modos do político se marcar na relação com a memória (ORLANDI, 2002, p.50), ou seja, esse materno na poesia desses autores e que diz da língua brasileira, se faz pelo político no jogo entre o que é preciso calar (esquecer) para que apareça o novo e o que é calado para impedir o novo sentido (id., 2002, p.50). Nesse jogo poético é preciso que se veja o funcionamento discursivo do sujeito que fala de si e de sua identidade linguística, da historicidade, o modo como se inscreve na história para significar, em processo de produção de sentidos, e que nos permite verificar que um sentido estabelecido por uma língua, o sentido português, o mais evidente pelo ato da colonização, não é o que estabelece a identidade linguística da nação Brasil, pois no domínio da linguística há que se considerar o fato de que há língua e há línguas. Duplicidade (PÊCHEUX & GADET, 1981). Os anagramas seriam uma forma de perceber a rebeldia da palavra, de sua resistência em colocar-se sob o domínio daquele que a utiliza: (...), ela não cessa de produzir sentidos esses nunca acabados, jamais detidos. (...) a palavra justa, insiste em se dizer e é para encontrá-la que seguimos falando (TEIXEIRA, 2005, p.15). Nas margens, sobre a areia, Anchieta, pelo desejo daquilo que não cabia mais no gesto de interpretação da língua portuguesa, e para encontrar o que é justo, faz inúmeros versos, e na repetição, vai marcando 96

5 a língua e se marcando como sujeito, no próprio sentido que o faz sujeito da incompletude. De onde vejo, da formação discursiva poética, não há um simples poema escrito na areia da praia como uma questão do poeta que inspirado pelo imaginário registra palavras para falar do que é sagrado na transparência da linguagem, esse seria o teatro da consciência se dizendo: eu escrevo sobre Maria. Aqui a interpretação em Anchieta, aberta ao simbólico, diz-se da opacidade e da/na materialidade da linguagem como efeito metafórico, onde a ideologia do sujeito do religioso não é vista na direção que se toma como universalizante, mas sim em gesto de leitura que diz da língua, na alíngua, o possível sentido em que Anchieta se faça ver/entender. O que acontece em Anchieta, essa língua que se inscreve e que o faz sujeito dela, o é, porque faz sentido em sua história de sujeito, história da língua para o sujeito, (que adere) (...) à memória do objeto simbólico em que ele se constitui (...) não há, (...) como desconhecer a história do sujeito e da língua na produção do conhecimento do sujeito sobre a língua, (ORLANDI, 2002, p.28-29) deslocamento de memória pois que todo discurso é uma mexida na rede de memória (PÊCHEUX apud E. ORLANDI, 03/2012, Informação Pessoal). Nossa língua brasileira no discurso poético de Anchieta apresenta-se como discurso fundador, na estruturação do discursivo, e vai constituir a materialidade de uma certa memória social (ACHARD, 2010) que se dá no implícito. Anchieta é autor, sujeito produtor de linguagem pela língua que elege e cujo enunciado no poema À Santa Inês, em sua função enunciativa, apresenta condições de produção assumida como sujeito de direito, marcando resistência (pelo que se inscreve na alíngua) que afeta a regularidade do sistema da língua que se diz portuguesa, equívoco, tanto na ambiguidade quanto no deslizamento a que nossa análise se refere. Ao escrever os versos, ele não mais está assujeitado à questão do sujeito do religioso, formação discursiva onde a determinação religiosa do que é subordinado à autoridade soberana, mas a sua pessoa que é motivo de algo, pessoa considerada em suas aptidões (HAROCHE, 1992) entendendo que ser sujeito de direito, não é nada mais que ser para a lei. Subjetividade, que segundo Benveniste, é a capacidade do locutor em se colocar como sujeito (id., 1992, p.163) e o funcionamento da subjetividade está no exercício da língua (id., 1992, p.164), o que nos leva a pensar que a filiação a que estamos ligados, enquanto nação, não nos remete aos sentidos discursivos portugueses. Se há em algumas palavras brasileiras a relação de homofonia 5, com a língua portuguesa, estar no solo Brasileiro é antes um exercício so/lo, 97

6 exercício de composição/constituição e/na composição de Anchieta, em versos que sozinho traça diante do mar, essa oração que o sujeito do religioso estende ao sujeito de direito, de discursar já em outra língua, na e sobre a língua brasileira, apresentado no amor como discursividade de algo que na expressão literal apresenta-se como amor divino, mostra-nos antes a opacidade do amor na e pela língua que se faz materna. A memória em Santa Inês não poderia ser concebida como uma esfera plana e nem como conteúdo homogêneo, mas sim um espaço de desdobramentos. Não se vende em praça, Este pão da vida, Porque é comida Que se dá de graça. Oh preciosa massa! Oh que pão tão novo Que com vossa vinda Quer Deus dar ao povo! 98 Oh que doce bolo Que se chama graça! Quem sem ela passa É mui grande tolo, Homem sem miolo Qualquer deste povo Que não é faminto Deste pão tão novo. Nesse recorte pode-se perceber a constituição dos sujeitos que vieram para o Brasil... e o pão da vida...que se faz no verbo é graça... graça que se insinua quando se diz: qual é sua graça? e a graça é o nome...e o nome é o que nomeia...e o nomear é anunciação pelo discurso... esse pão tão novo é a nova terra... esse pão tão novo é a língua... porque se dizer no Brasil...nessa massa tão densa de línguas...que amassa o pão e dá vida nova. O poema todo é uma bela transferência de um mundo para outro, de um sujeito para outros, de uma língua para outra, de sentidos para outros: Oh que pão tão novo/novo MUNDO! Em Tomás Antônio Gonzaga, quando esse diz: que sítios são estes?, em repetição (são estes) remete-nos a análise do lugar/espaço de significação na incompletude da linguagem, lugar de muitos sentidos, do que

7 não se apreende à primeira vista. E ainda afirma: eu o mesmo não sou. Desliza o sujeito para outra posição. São estes os sítios? São estes; mas eu O mesmo não sou. Marília, tu chamas? Espera, que eu vou. No discurso do poeta, as palavras criam vida própria, na condição de análise, pela incompletude que é condição da linguagem já que, nem sujeitos e nem sentidos, estão completos, já feitos, constituídos definitivamente atestando a abertura do simbólico, modo de entremeio da relação, da falta que é lugar do impossível (ORLANDI, 2005). Ao posicionar, o amor como traço de brasilidade, e relacionar Marília como Mar/ilha, como a palavra amor (um dos nomes /Saussure), descrevo o deslize do amor como ilha, como esse espaço/lugar de significação, algo que de particular como sentido torna-se coletivo, como traço poético pela singularidade que pode ser encontrado no deslize que a poética permite. Dar sentido à, para Pêcheux. Gonzaga parte do individual, que parece caracterizar a língua, para o coletivo, esse espaço de significação da poética que permite transformar as formas de silêncio na deriva da interpretação pelo sujeito/leitor, pois a poética leva para além o que os indivíduos recebem como evidente, o sentido do que ouvem e dizem, leem ou escrevem (do que eles querem e do que se quer lhes dizer) enquanto sujeitos-falantes (...) (PÊCHEUX,1997). A análise feita a partir de anagramas mostra uma outra possibilidade de interpretação do acontecimento, para além da estrutura da língua e do conhecimento linguístico estável, redesenhando uma outra forma de perceber o discurso, cujas malhas, na poética, não se dá somente na representação do que é versificado, mas na própria poesia de que toda a língua é capaz. Notas 1 Mestre em Ciências da Linguagem pela Univás 2 Anagramas: antecedente da palavra tema (...) Texto sob o texto, (...) um pré texto (Starobinsky, 1971, p.18-19). 3 Cf Espaços Multilingues, Forum de Francofonia e Multinguismo, Québec, E. Orlandi, 2012 (site: 4 Ponto de cessação, que poderia ser chamado também de ponto de poesia (...) o ponto onde cessa a falta, o um a mais que o preenche (onde) o poeta se reconheça nisto que ele consiga efetivamente, senão perceber a falta, ao menos afetá-la (MILNER, 1997, p.25). 99

8 5 Homofonia: Igualdade fonética entre dois vocábulos ou entre um vocábulo e uma expressão (grupo de palavras). Dicionário Informal. Disponível em < dicionarioinformal.com.br/homofonia/> Acesso em 08/04/2012. Referências bibliográficas ACHARD, P. O papel da memória. Tradução e introdução: José Horta Nunes. Campinas, SP: 3ª Ed., Pontes Editores, AUTHIER-REVUZ, J. Heterogeneidade(s) enunciativa(s). In: Cadernos de Estudos Linguísticos, 19, p.25/41/42.campinas, IEL-Unicamo, jul-dez-1990 CARDOSO, L. C.. Traços de amor na materialidade da língua materna: esse jeito brasileiro de dizer. Dissertação de Mestrado em Ciências da Linguagem. Univás, HAROCHE, C. Fazer Dizer, Querer Dizer. São Paulo: Editora Hucitec, MILNER, J.C. O Amor da Língua. Porto Alegre: Artes Médicas, ORLANDI, E. P. A Língua Brasileira. Cienc. Cult. vol.57 no.2. São Paulo.Apr./June Língua brasileira e outras histórias. Discurso sobre a língua e a escola no Brasil. Campinas: Editora RG, Língua e conhecimento linguístico: para uma história das ideias no Brasil. São Paulo: Cortez, Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 6ª.Ed, PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso Uma crítica á afirmação do óbvio. Tradução: Eni P. Orlandi. Campinas: Editora da Unicamp, ; FUCHS, C. A Propósito da Análise de Discurso: atualização e perspectivas (1975). In: GADET, F.; HAK, T. (Org) Por uma Análise automática do discurso. Campinas: Editora da Unicamp, TEIXEIRA, M. Análise de Discurso e Psicanálise: elementos para uma abordagem do discurso. Porto Alegre: EDIPUCRS, Palavras-chave: discurso, poética, anagramas Key-words: discourse, poetics, anagrams 100

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