Informativo nº 35 CONDUTAS VEDADAS A AGENTES PÚBLICOS
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- Rodrigo Valverde Delgado
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1 Informativo nº 35 CONDUTAS VEDADAS A AGENTES PÚBLICOS São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar, a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais, dentre outras, a disposta na Lei nº 9504/97 (Lei de Eleições), em seu art. 73, inc. V, alínea d verbis: Art. 73 (...) (...) V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem (a partir de 5/julho/2008) e até a posse dos eleitos (até 1º/janeiro/2009), sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os casos de: (...) d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo. A respeito da contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais ALERTAMOS para a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral que entendeu que serviço público essencial é o serviço público emergencial, sendo, portanto, aquele vinculado à sobrevivência, saúde ou segurança da população, não considerando a educação um serviço público essencial, nos termos da seguinte posição: 1. Contratação temporária, pela administração pública, de professores e demais profissionais da área da educação, motoristas, faxineiros e merendeiras, no período vedado pela Lei Eleitoral. 2. No caso da alínea d do inciso V da Lei no 9.504/97, só escapa da ilicitude a contratação de pessoal necessária ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais. 3. Em sentido amplo, todo serviço público é essencial ao interesse da coletividade. Já em sentido estrito, essencial é o serviço público emergencial, assim entendido aquele umbilicalmente vinculado à sobrevivência, saúde ou segurança da população. 4. A ressalva da alínea d do inciso V do art. 73 da Lei no 9.504/97 só pode ser coerentemente entendida a partir de uma visão estrita da essencialidade do serviço público. Do contrário, restaria inócua a finalidade da Lei Eleitoral ao vedar certas condutas aos agentes públicos, tendentes a afetar a igualdade de competição no pleito. Daqui resulta não ser a educação um serviço público essencial. Sua eventual descontinuidade, em dado momento, embora acarrete evidentes prejuízos à sociedade, é de ser oportunamente recomposta. Isso por inexistência de dano irreparável à sobrevivência, saúde ou segurança da população. 5. Modo de ver as coisas que não faz tábula rasa dos deveres constitucionalmente impostos ao estado quanto ao desempenho da atividade educacional como um direito de todos. Não cabe, a pretexto do cumprimento da obrigação constitucional de prestação do serviço, autorizar contratação exatamente no período crítico do processo eleitoral. A impossibilidade de efetuar contratação de pessoa em quadra eleitoral não obsta o poder público de ofertar, como constitucionalmente fixado, o serviço da educação. (Ac. de no REspe no , rel. Min. Carlos Ayres Britto.)
2 DO CONTROLE INTERNO NO SETOR DE TESOURARIA O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, através da edição da Instrução Normativa nº 8/2003, com suas alterações, determina em seu art. 5º, inc. X; Art. 5º - Com vista à fiscalização periódica deste Tribunal, os órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta Municipais instituirão a prática dos seguintes controles, dentre outros, consoante normas próprias que vierem a baixar sobre as seguintes matérias: (...) X - criação de rotinas de trabalho nos diversos setores, principalmente no setor de Tesouraria; Nessa linha de determinação, o Setor de Tesouraria, na realização de suas atividades, em observância à Lei Federal nº 4320/1964, Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) e Instruções Normativas do TCE-MG, deve criar rotinas de trabalho que estejam compatíveis com uma gestão séria e responsável. Além disso, o servidor do Setor de Tesouraria deve não só participar efetivamente de programas de reciclagem e treinamento para seu aperfeiçoamento técnico, mas também atuar efetivamente nos processos de discussão e elaboração das peças de planejamento municipal (PPA, LDO, LOA e outros). Assim, contribuindo para que sejam estabelecidas algumas práticas rotineiras como regras a serem seguidas no Setor de Tesouraria, a fim de garantir a permanência de uma gestão financeira eficiente, eficaz e efetiva, são apresentadas abaixo algumas atividades relevantes, adotando como base o Manual de Controle Interno Municipal: uma abordagem prática para os municípios mineiros AMVER (p. 128/129), tais como: 1. Anexar cópia de depósito bancário junto com a documentação para a contabilidade; 2. Aplicar os saldos de convênio no mercado financeiros, nos termos do 4º, art. 116 da Lei Federal nº 8666/93; 3. Comparar as guias de recebimentos bancários com as guias de arrecadação (datas iguais na receita); 4. Efetuar em tempo hábil o depósito em contas bancárias dos valores recebidos pela Tesouraria; 5. Emitir cheques somente após a aprovação dos processos de pagamento, por autoridade competente; 6. Encaminhar os relatórios dos contribuintes para execução da Dívida Ativa ao Setor de Tributação; 7. Executar pagamento através de cheques nominais, depósito bancário, autoatendimento e quaisquer outros meios legais que comprovem o pagamento; 8. Instituir e manter atualizado Livro Diário de Caixa, Tesouraria e demonstração do movimento numerário; 9. Manter a movimentação financeira do Município em instituição oficial nos termos do 3º do art. 164 da Constituição Federal; 10. Manter arquivadas as cópias de depósito bancário junto com a documentação da contabilidade e relacioná-las em relatório mensal; 11. Manter arquivo do Termo de Conferência dos Valores Existentes em Caixa em 31/12; 12. Manter arquivo dos extratos bancários demonstrando os saldos devidamente conciliados; 13. Manter arquivo dos extratos anuais dos rendimentos relativos às aplicações financeiras realizadas no exercício; 14. Manter conciliação bancária diária;
3 15. Efetuar controle da seqüência numérica dos cheques emitidos, bem como os cheques cancelados; 16. Efetuar controle das contas bancárias específicas dos recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória (FUNDEB, PSF, CIDE, outras), sendo proibida a transferência desses recursos vinculados para outras contas, bem como a inclusão de outros recursos nelas; 17. Efetuar o controle de todos os dados da receitas da Prefeitura; 18. Efetuar o controle de informações sobre saldos contábeis; 19. Efetuar o controle sobre a arrecadação de todos os tributos; 20. Efetuar o controle de débitos automáticos, duplicatas ou outras obrigações por data de vencimento; 21. Efetuar os cheques assinados por servidor autorizado e autoridade competente; 22. Efetuar, durante o exercício, o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de saldos na Tesouraria, adotando como instrumento de controle o cronograma de desembolso. 23. Observar as fases das despesas: empenho e liquidação para posterior pagamento; 24. Não efetuar pagamento sem o fornecimento de recibos, nota fiscal, quitação pelo favorecido; 25. Não receber cheque pré-datado no pagamento de tributos municipais; 26. Observar os estágios da receita: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento; 27. Proceder à revisão de documentos comprobatórios da despesa no que se refere ao cálculo da soma e pagamentos; 28. Programar e executar pagamentos obedecendo à ordem cronológica de vencimentos, por fonte diferenciada de recursos, conforme art. 5º da Lei nº 8666/93. Por fim, o Setor de Tesouraria deve informar o Setor de Contabilidade acerca de suas ações praticadas, bem como apresentar ao Controle Interno medidas julgadas necessárias à apuração de responsabilidade, na hipótese da existência de qualquer irregularidade verificada na execução das atividades financeiras. FIQUE ATENTO! A Constituição de Minas Gerais, no seu art. 174 e 1º e 2º, passa a vigorar com a seguinte redação: Art O Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores serão eleitos até noventa dias antes do término do mandato daqueles que devam suceder, em pleito direto e simultâneo, realizado em todo o Estado, para mandato de quatro anos. 1º - A equipe de transição de governo indicada pelo candidato eleito para o cargo de Prefeito terá pleno acesso às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos projetos de governo, nos termos de lei municipal. 2º - A posse dos Vereadores, do Prefeito e do Vice-prefeito será no dia primeiro de janeiro do ano subseqüente ao da eleição. (grifo nosso) Vê-se no texto acima uma inovação, o acréscimo do 1º ao art. 174, o qual foi recentemente introduzido pela Emenda Constitucional nº 80, de 17 de julho de Assim, conforme mandamento constitucional, a equipe de transição de governo indicada pelo candidato eleito para o cargo de Prefeito terá pleno acesso as informações públicas, conforme regras dispostas em lei municipal.
4 FORMALIZAÇÃO DE CONTRATOS A Lei nº 8666, de 21 de junho de 1993 dispõe: Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem. Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento. (grifo nosso) Nesse sentido, o contrato administrativo deve ser formalizado por escrito e nos termos das exigências da Lei 8666/1993, nos seguintes casos: licitações realizadas nas modalidades tomada de preços, concorrência e pregão; dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujo valor esteja compreendido nos limites das modalidades tomada de preços e concorrência; contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações futuras, por exemplo: entrega futura ou parcelada do objeto e assistência técnica. Nos demais casos, o termo de contrato é facultativo, podendo ser substituído pelos instrumentos hábeis a seguir: carta-contrato; nota de empenho de despesa; autorização de compra; ou ordem de execução de serviço. Vale lembrar, inclusive, que a Administração também pode dispensar o termo de contrato nas compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, das quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica, independentemente do valor e da modalidade realizada. Nesse acorde, trazemos a Deliberação do Tribunal de Contas da União TCU: Não se pode efetuar pagamentos de despesas sem a devida cobertura contratual, por caracterizar contrato verbal, procedimento vedado pelo parágrafo único do art. 60 da Lei nº 8.666, de (Acórdão 260/2002 Plenário) Assim, a regra é a formalização de contratos, prevendo a Lei nº 8666/1993 os casos que o termo de contrato é facultativo, conforme acima informado. Além disso, enfatiza-se, nos instrumentos hábeis de substituição do contrato aplicam, no que couber, às exigências do termo de contrato. Exemplificando: descrição do objeto, preço, prazos de entrega do bem ou da execução da obra ou da prestação do serviço, o crédito pelo qual correrá a despesa, entre outras exigências.
5 FRACIONAMENTO DE DESPESA Fracionamento de Despesa se caracteriza quando se divide a despesa para utilizar modalidade de licitação inferior à recomendada pela legislação para o total da despesa, ou para efetuar contratação direta. Assim, é vedado o fracionamento despesas para adoção de dispensa de licitação ou modalidade de licitação menos rigorosa que a determinada para a totalidade do valor do objeto a ser licitado. Muitas vezes o fracionamento ocorre pela ausência de planejamento do quanto vai ser efetivamente gasto no exercício para a execução de determinada obra, ou a contratação de determinado serviço ou ainda a compra de determinado produto. Nesses termos, o Tribunal de Contas da União deliberou: Adote o sistemático planejamento de suas compras, evitando o desnecessário fracionamento na aquisição de produtos de uma mesma natureza e possibilitando a utilização da correta modalidade de licitação, nos termos do art. 15, 7º, II, da Lei nº 8666/93, (Acórdão 79/2000 Plenário). Evite a prática do fracionamento de licitações, mantendo-se a modalidade pertinente ao valor global do objeto licitado, em consonância com o art. 23, 5º, da retrocitada Lei ( Acórdão 76/2002 2ª Câmara) RETENÇÃO DO INSS DE EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL Encontra-se disponível no site do Ministério da Previdência Social, no endereço www010.dataprev.gov.br/sislex, a Instrução Normativa MPS/SRF nº 3, de 14 de julho de 2005, já consolidada à toda a legislação atualizadora da matéria, que Dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais administradas pela Secretaria da Receita Previdenciária - SRP e dá outras providências. A norma legal aborda diversos assuntos atrelados ao recolhimento de obrigações previdenciárias, dentre os quais se destaca a compensação, restituição, reembolso e parcelamento de débitos, bem como todas as regras aplicáveis às atividades da construção civil. De acordo com a nova redação dada ao art.184 da I.N. nº 3/2005, mediante publicação da IN MPS/SRF nº 20, de 11 de janeiro de 2007, os órgãos públicos não mais respondem solidariamente pelas retenções ao INSS das empresas de construção civil registradas no CREA, ganhadoras de licitações públicas para realização de obras, ressalvadas as hipóteses do inciso VII do art.179. Dispõe o art. 184 e o inciso VII do art.179, in verbis: Art O órgão público da administração direta, a autarquia e a fundação de direito público, na contratação de obra de construção civil por empreitada total, não respondem solidariamente pelas contribuições sociais previdenciárias decorrentes da execução do contrato, ressalvado o disposto no inciso VII do art Art São responsáveis solidários pelo cumprimento da obrigação previdenciária principal:
6 VII - o órgão público da administração direta, a autarquia e a fundação de direito público: a) no período anterior ao Decreto-lei nº 2.300, de 21 de novembro de 1986, quando contratar obra de construção civil, reforma ou acréscimo, bem como quando contratar serviços mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário; e b) no período de 29 de abril de 1995 a 31 de janeiro de 1999, quando contratar serviços mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário. Mesmo assim, se a empresa destacar na nota fiscal a retenção, o órgão público deve recolher o valor destacado e repassar ao INSS em guia específica, pois a empresa poderá alegar, junto ao Instituto, que já recolheu o imposto, apresentado a nota fiscal com o destaque. Se, no entanto, a empresa for prestadora de serviços, deverá ser realizada a retenção de 11% sobre o montante destacado na nota fiscal como serviços. Se a nota fiscal não separa o valor dos materiais e dos serviços a retenção deve ocorrer sobre o total da nota.
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