Análise da produtividade e susceptibilidade das principais espécies de pescado comercializadas no Ceará, Brasil.
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- Gabriel Santarém Martini
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1 Análise da produtividade e susceptibilidade das principais espécies de pescado comercializadas no Ceará, Brasil. Centro Desenvolvimento Pesca Sustentável- CeDePesca Brasil 1 INTRODUÇÃO O Brasil possui um extenso litoral com uma grande diversidade de ambientes e as características das atividades pesqueiras estão diretamente ligadas a estes. A pesca é uma atividade de reconhecida importância para o desenvolvimento econômico e social do País (BRASIL, 2006). O litoral nordestino em 2010 foi a segunda maior região produtora de pescado através da pesca, com uma produção de ,5 toneladas (BRASIL, 2012). A pesca que predomina nesta região é a do tipo artesanal, que conta com cerca de 40 mil embarcações de pequeno porte que estão voltadas para captura de peixes de fundo, pequenos e médios pelágicos, camarões e lagostas (BRASIL, 2008). O litoral do estado Ceará conta com 573 km de extensão de linha de costa, e os pescados (moluscos, crustáceos, peixes e algas) são um dos principais produtos destes ecossistemas (DIEGUES; ROSMAN 2008). No Estado existem 20 municípios litorâneos que exploram invariavelmente a pesca extrativa (BRASIL, 2006). As comunidades do litoral cearense são fortemente dependentes da pesca, sendo ela, na maioria das vezes, a única fonte de renda das famílias. Os produtos do mar são tambem populares na mesa cearense. Nos supermercados, peixarias, mercados e restaurantes se vendem importantes quantidades de vermelhos, cavalas, lagostas, badejos, pescadas e outros produtos da pesca cearense, ou seja, os pescados são produtos bastante apreciados e consumidos no Ceará. Cabe saber se medidas 1 Juliana Cavalcante, Vládila Oliveira, Hudson Maia, Sara Andrade, Luzanira Colares, Kamar Porto, Lília Freire, Carlos Júnior, Ernesto Godelman. CeDePesca- Centro Desenvolvimento Pesca Sustentável.
2 sustentáveis são desenvolvidas para estas espécies, e se o consumo atual delas ajuda em sua conservação. A Análise de Produtividade e Susceptibilidade (APS) usada neste trabalho é um método semi-quantitativo, ampliado e aperfeiçoado pela Comunidade científica e industrial de pesquisa e organização (CSIRO) na Austrália, com base no método desenvolvido por Stobutzki et al (2001) para avaliar a "probabilidade de sustentabilidade" das espécies. Este trabalho tem como objetivo descrever a APS em sua versão mais simples apresentada mais amplamente por Hobday (2007) e demonstrar seu funcionamento e aplicação nas principais espécies comercializadas no Ceará, são estas: Pargo (Lutjanus purpureus), Cioba (Lutjanus analis), Ariacó (Lutijanus synagris), Dentão (Lutjanus jocu), Guaiúba (Ocyurus chrysurus), Pescada amarela (Cynoscion acoupa), Pescada branca (Cynoscion leiarchus), Badejo (Mycteroperca Spp.), Cavala (Scomberomorus cavalla), Robalo (Centropomus undecimalis), Serra (Scomberomorus brasiliensis), Sirigado ou Badejo-quadrado (Mycteroperca bonaci), Lagosta vermelha (Panulirus argus), Caranguejo-uça (Ucides cordatus) e Albacora laje (Thunnus albacares). Bem como mostrar alguns motivos evidentes de certas espécies possuírem um determinado nível de risco potencial. Esse enfoque prático pode ser de utilidade dos administradores e investigadores pesqueiros para melhor gestão dos recursos disponíveis e identificação de medidas preventivas que ajudem a manejar os níveis de risco no qual estas espécies estão expostas pela exploração pesqueira. MATERIAIS E MÉTODOS A APS se baseia na suposição de que o risco atual para uma espécie impactada pela pesca depende dos componentes principais: de sua produtividade natural, que se relaciona com a capacidade de recuperação da espécie; e de sua suscetibilidade a pesca, que reflete quão exposta ela está as atividades pesqueiras (Stobutzki et al., 2001; Stobutzki et al., 2002; Hobday et al., 2004; Hobday, 2007; Smith et al., 2007). Estes componentes se relacionam com distintos atributos que dependem da biologia e ecologia
3 das espécies, no caso da produtividade e da probabilidade de mortalidade, que depende das características da pescaria e da arte de pesca. Na versão da APS utilizada nesse trabalho foram utilizados sete atributos: idade média de primeira maturação, tamanho médio de primeira maturação, máxima idade média, máximo tamanho médio, fecundidade, estratégia reprodutiva e nível trófico (Hobday, 2007; Hobday et al, 2007). Para cada um destes atributos se tem intervalos associados a níveis de produtividade diferentes como se apresenta na Tabela 1. Se o nível de produtividade associado com o atributo é alto, a sua pontuação será 1 (baixo risco); se for médio, 2 (risco médio); e se for baixo, 3 (alto risco). O nível de risco potencial associado a produtividade de uma espécie particular é dado por: Onde, Rp é o risco potencial associado a produtividade de uma espécie e PI representa o pontuação de cada atributo de produtividade. No caso da susceptibilidade, os atributos são quatro, atendendo a Walker (2005): acessibilidade, que se refere a porção da distribuição horizontal da espécie que coincide com as zonas em que se desenvolve a pescaria; vulnerabilidade, que se refere a sobreposição vertical entra a posição habitual das artes de pesca e da espécie na coluna d água; seletividade da arte de pesca; e mortalidade pós-captura (Hobday, 2007; Smith et al., 2007). Cada atributo recebe uma pontuação de 1, 2 ou 3, dependendo da associação a uma susceptibilidade baixa (risco baixo), média (risco médio) ou alta (risco alto), respectivamente, segundo os critérios que se mostram na Tabela 2. O nível de risco associado da susceptibilidade de uma espécie particular está dado por:
4 Onde, Rs é o risco potencial associado a susceptibilidade de uma espécie e se representa a pontuação de cada atributo de susceptibilidade. Tabela 1. Atributos associados com a produtividade das espécies. (Hobday, 2007) Baixa Produtividade Produtividade, Média, Alta Produtividade, ATRIBUTOS DE Alto Risco Risco Médio Baixo Risco PRODUTIVIDADE (pontuação= 3) (pontuação=2) (pontuação= 1) Idade Média de Primeira Maturação >15 anos 5-15 anos < 5 anos Máxima idade média > 25 anos anos < 10 anos Fecundidade < 100 ovos por ano ovos por ano > ovos por ano Máximo tamanho médio > cm < 100 cm Tamanho Médio de Primeira Maturação > 200 cm cm < 40 cm Estratégia Reprodutiva Vivíparo Desova demersal Desova em águas abertas Nível Trófico > < 2.75
5 Tabela 2. Atribuição de pontuações de susceptibilidade no caso das espécies. ANÁLISE DE RISCO Baixa susceptibilidade Susceptibilidade média Alta susceptibilidade ASSOCIADO COM A (Baixo risco, (Risco médio, (Alto risco, SUSCEPTIBILIDADE pontuação=1) pontuação=2) pontuação=3) Acessibilidade 1. Sobreposição da distribuição da espécie <10% sobreposição horizontal (espacial) 10-30% sobreposição horizontal (espacial) >30% sobreposição horizontal (espacial) com a pescaria <10% sobreposição 10-30% sobreposição >30% sobreposição vertical (na coluna de vertical (na coluna de vertical (na coluna de Vulnerabilidade água) água) água) Probabilidade de Probabilidade de captura Probabilidade de Seletividade captura baixa média captura alta Mortalidade pós-captura das CI Evidência de liberação e sobrevivência Informação disponível sobre liberação e sobrevivência As espécies são retidas, ou a maioria morre quando é liberada O risco total que a espécie enfrenta é dado por: Que pode ser representado graficamente em um plano coordenado, onde a produtividade estar no eixo das abscissas e a susceptibilidade no eixo das coordenadas (Hobday, 2007; Hobday et al., 2007). Ao mesmo tempo, este espaço de risco pode se dividir em três regiões que correspondem a níveis de risco baixo, médio ou alto (Hobday et al., 2004, Hobday, 2007; Hobday et al., 2007; Smith et al., 2007) (Figura 1).
6 (<- Low) Susceptibility (High ->) 3,0 PSA Graph 2,5 2,0 1,5 1,0 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 (<-High Productivity (Low->) Figura 1. Eixo de susceptibilidade e produtividade (Hobday, 2007; Hobday et al., 2007) As espécies estudadas no presente trabalho foram escolhidas por serem consideradas as mais importantes na comercialização de pescado no Estado do Ceará. Para coletar dados correspondentes dos atributos de produtividade e susceptibilidade de cada espécie se realizou um estudo bibliográfico. Quando não foram encontrados dados relativos a alguma espécie particular, de acordo ao que prescreve o método, se utilizarão dados de espécies similares dentro da mesma família. Se isto também não fosse possível, se assumiu um risco alto (pontuação= 3) de maneira preventiva. As pontuações para cada atributo foram carregados em uma planilha do software Excel 2010, programada com as fórmulas expostas acima para calculas os componentes de produtividade, suscetibilidade e o risco total para mostrar no espaço de risco.
7 Este trabalho tem característica introdutória, em alguns dados das espécies há uma incerteza por causa da escassez de dados disponíveis, que faz parte da metodologia desenvolvida pelos autores. RESULTADOS E DISCUSSÕES A seguir, apresentamos as pontuações para cada atributo e discutiremos os que usaram critérios especiais. Albacora laje (Thunnus albacores) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso e o resultado da análise são apresentados abaixo, na Figura 2.
8 Figura2. Análise de produtividade e susceptibilidade da Albacora laje (Thunnus albacores). Segundo Lima e Travassos (2009), o tamanho de primeira maturação sexual é de 140 cm (risco médio), sua idade média reprodutiva começa aos 2 anos e possui uma estratégia reprodutiva em águas abertas, ou seja, baixo risco para ambas. O tamanho e idade máximos médios encontrados para Albacora laje foi de 239 cm (risco médio) e 9 anos (baixo risco), respectivamente (Froese; Pauly 2008). Não se encontram trabalhos relacionados diretamente ligados com a fecundidade dessa espécie. Para obter uma estimação, usamos como base o trabalho de Figueiredo
9 (2007), que em seu estudo sobre a Albacora bandolim (Thunnus obesus) verificou uma fecundidade de ,13 ovócitos para esta espécie. O que garante a pontuação 1, ou seja, baixo risco. O nível trófico segundo o Fishbase, baseado em estudos de dietas, é 4.4, o que lhe atribui um alto risco. Se considerou que a Acessibilidade das pescarias de atum nas áreas de ocorrência da especie é alta, dado que numerosas frotas no mundo inteiro capturam esta espécie, o que lhe atribui um alto risco. Em quanto a Vulnerabilidade, as artes pelágicas tem uma superposição maior do 30% com a ocupação da coluna d água pela espécie, então o risco é alto (3). A respeito da Seletividade, se considerou que as artes de anzol utilizadas apresentam um risco médio (2) e a mortalidade pós-captura é alta devido ser a espécie alvo de pescarias (3). O risco total foi de 2, 89, o que caracteriza um risco médio. A Albacora laje é a espécie de Atum mais capturada no Brasil e a tendência e se incrementar essa pescaria que é de grande importância econômica e também ecológica no mundo todo (Lima; Travassos, 2009). No Oceano Atlântico, os atuns são manejados pela organização intergovernamental ICCAT (Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico). No Brasil, ainda nao existe um plano de manejo e pesquisa para essa espécie, em concordância com sua relevância.
10 Ariacó (Lutjanus synagris) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso e o resultado da análise são apresentados abaixo, na Figura 3. Figura 3. Análise de produtividade e susceptibilidade do Ariacó (Lutjanus synagris). Estudos realizados mostram que o Lutjanus synagris atinge uma idade média máxima entre 12 e 14 anos e 56 cm de comprimento (ASCHENBRENNER; 2009), e
11 idade de primeira maturação entre os três primeiros anos de vida com um tamanho médio que varia entre 13 e 23 cm de comprimento, dependendo da região a qual ele habita (PASSOS NETO, 2010). Com relação à sua fecundidade, um indivíduo produz em média óvulos/kg de peixe, os quais são depositados de forma livre no habitat, estratégia reprodutiva conhecida como desova demersal (PASSOS NETO, 2010). Segundo a FAO (1985), o Ariacó alimenta-se preferencialmente de pequenos peixes, caranguejos, camarões, poliquetas, gastrópodes e cefalópodes, apresentando-se como consumidores de terceira ordem. Esta espécie é encontrada, geralmente, próximo à costa em meio à coluna d água, tornando-lhe bastante acessível e vulnerável à captura, a arte de pesca mais utilizada é a linha de mão e os espinhéis, segundo o relatório do programa REVIZEE (KLIPPEL; PERES, 2002). A partir dessas características podemos concluir que o Lutjanus synagris apresenta baixo risco quando é levado em consideração a idade média de primeira maturidade, o tamanho máximo médio e o tamanho de primeira maturação, porém, com relação à idade média máxima e a estratégia reprodutiva, atribuímos nota dois, que representa nível de risco médio, e o nível trófico, apresenta alto risco para a espécie, sendo atribuída nota três. Avaliando a captura da espécie, observamos que a Acessibilidade é muito grande, dada sua caraterística costeira e o grande interesse na mesma. A Vulnerabilidade é alta devido ao conhecimento pelos pescadores sobre as costumes da espécie. Considerando os cumprimentos pequenos que se observam na comercialização, pode estimar-se a Seletividade como muito baixa. O Ariacó apresentou risco total alto.
12 Badejo mira (Mycteroperca acutirostris) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso e o resultado da análise são apresentados abaixo, na Figura 4. Figura 4. Análise de produtividade e susceptibilidade do Badejo mira (Mycteroperca acutirostris). O Badejo mira é uma espécie marinha que vive associada aos ambientes recifais Encontrada no Atlântico ocidental, de Bermudas e noroeste do Golfo do México até o Brasil, segundo o Fishbase, Há uma grande escassez de dados e pesquisas
13 relacionados com essa espécie. O seu tamanho médio de primeira maturação é de 23 cm, conferindo-lhe um baixo risco (BRASIL, 2005). Os dados de idade máxima média, fecundidade, tamanho médio de primeira maturidade e estratégia reprodutiva não foram encontrados e foram deduzidos através das outras informações e do conhecimento geral da espécie, sempre seguindo o critério preventivo. Segundo o Fishbase (2015), o tamanho máximo médio encontrado é de 80 cm (baixo risco) e o nível trófico é de 3.4, ou seja, alto risco. Pelas caraterísticas da pescaria similar a dos vermelhos, a Suceptibilidade é alta, e o risco total encontrado para o Badejo-mira foi de 3,53, o que lhe coloca em uma categoria de alto risco.
14 Caranguejo uçá (Ucides Cordatus) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 5. Figura 5. Análise de produtividade e susceptibilidade do Caranguejo uca (Ucides cordatus). A espécie distribui-se desde o Estado da Flórida, nos Estados Unidos da América, até o Estado de Santa Catarina no Brasil
15 A idade média em que a população de cada sexo atinge a maturidade sexual só ocorre a partir dos 3 anos de vida, quando a carapaça atinge cerca de 5 centímetros de largura (COSTA, 1972; GESTEIRA, 1999), o que corresponde a categoria de risco baixo (menor que 5 anos). Decidiu-se ampliar o tamanho mínimo de captura para 6 centímetros devido à reduzida taxa de crescimento da espécie. Os estudos indicaram que os uçás atingem no máximo 9 centímetros de carapaça e que sua longevidade chega aos 9,2 anos para os machos e 8,3 anos para as fêmeas (COSTA, 1972; GESTEIRA, 1999), se enquadrando na categoria de risco baixo, com pontuação 1 (intervalo de 10 a 25 anos). Quanto aos tamanhos, não foram avaliados com o critério que os invertebrados, independentemente da sua produtividade, só muito raramente superam o intervalo de risco baixo e, portanto, esses atributos não fornecem nenhuma informação válida. Estima-se que no estuário do Rio Ceará a fecundidade do caranguejo uçá varia entre 64 mil e 195 mil ovos (ALVES,1975; GESTEIRA, 1999). De acordo com Costa (1972) uma fêmea pode produzir até ovos em uma única desova, quanto maior a fêmea ovígera, maior o número de ovos (LEGAT et al., 2007). Classificando como baixo risco. Para a estratégia reprodutiva Holthuis (1959) sugeriu que a eclosão das larvas do caranguejo uçá ocorre no mar. Nascimento (1993), entretanto, afirma que este fenômeno deve ocorrer na região do mangue onde a fêmea mantém sua toca, pois constatou-se a presença de fêmeas ovígeras entocadas e também larvas zoea na coluna d água. Quanto a Suscetibilidade, ainda quando a superposição entre a distribução da população e a atividade pesqueira no Brasil é muito alta, ou seja, alta Acessibilidade, e a coleta no mangue faz com que essa espécie tenha uma Vulnerabilidade muito alta também. O modo de captura é o braceamento, no qual os coletores colocam o braço dentro da toca do caranguejo e os retiram, que gera uma Seletividade alta (risco baixo), atingido em total uma pontuação de baixo risco.
16 Cavala (Scomberomorus cavalla) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 6. Figura 6. Análise de produtividade e susceptibilidade da Cavala (Scomberomorus cavalla). Collette e Russo (1984) relatam que a S. cavala é uma espécie nerítica, epipelágica que ocorre na costa ocidental do Oceano Atlântico, de Massaachusetts, EUA, ao Rio de Janeiro, Brasil.
17 Segundo a FishBase (2010), a S. cavala apresenta tamanho máximo médio de 184 cm e tamanho médio da primeira maturidade de 50 cm, apresentando risco médio para ambos os fatores. A idade média da primeira maturidade é de 2 a 3 anos para os machos e de 3 a 4 anos para as fêmeas e a idade máxima média é de 32 anos para as fêmeas e 26 para os machos (IUCN, 2011) o que caracteriza um risco baixo para o primeiro fator e um risco alto para o segundo. A fecundidade varia entre a (FINUCANE et al., 1986) correspondendo a um risco baixo. Sendo a cavala uma espécie costeira, foi considerado que a Acessibilidade e a Vulnerabilidade são altas. Não se encontram estudos sobre a seletividade, mas é sabido que os pescadores utilizam linha de mão, constituída de fio PA monofilamento com um anzol de médio porte, de numeração 3 ou 4 e eles pescam nas épocas de agregação reprodutiva dos animais (SALLES, 2010) o que nos leva a conceder um nível 3, correspondendo a um alto risco. O risco total para esta espécie é de 3,61, encontrando-se numa região de alto risco. Cioba (Lutjanus analis)
18 Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 7. Figura 7. Análise de produtividade e susceptibilidade da Cioba (Lutjanus analis). Para a espécie Lutjanus analis não foram encontrados dados referentes a idade média de primeira maturação, devido a isso caracterizamos seu risco como sendo alto.
19 Segundo Allen (1985) o tamanho médio de primeira maturação de Lutjanus analis é de 41 cm, sendo assim caracterizado como risco médio. A idade máxima média encontrada para a espécie é de 29 anos, correspondendo a um nível de risco alto, e seu comprimento máximo médio de 94 cm classificando em risco baixo. Com relação a estratégia reprodutiva não foram encontrados informações científicas referente a cioba, por isso determinou-se que, por ser um Lutjanideo, esta espécie seria ovulípara, ou seja, com fecundação e desenvolvimento embrionário externos, com desova demersal, que corresponde um risco médio. O mesmo ocorreu para a fecundidade e por isto consideramos o mesmo do Lutjanus pupureus, sendo então nível médio de risco. Devido a alta pressão do esforço de pesca nas espécies de Lutjanideos, considerou-se um alto risco para acessibilidade, vulnerabilidade, seletividade e mortalidade pós-captura. O risco total foi considerado alto.
20 Dentão (Lutjanus jocu) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 8. Figura 8. Análise de produtividade e susceptibilidade do Dentão (Lutjanus jocu). Estudos realizados mostram que o Lutjanus jocu atinge uma idade média máxima de 25 anos e 85 cm de comprimento, e idade de primeira maturação entre os quatro primeiros anos de vida com um tamanho médio de 32 cm de comprimento (LESSA; NOBREGA, 2000).
21 Não ocorrem estudos nos quais foram observados a quantidade de óvulos, e o risco foi considerado médio, sendo baixo para outros lutjanideos com fecundidade conhecida. As ovas são depositadas de forma livre no habitat, estratégia reprodutiva conhecida como desova demersal, considerada como risco médio. Assim como as outras espécies da família nos Lutjanideos, esta também é encontrada próximo à costa em meio à coluna d água, tornando-lhe bastante acessível e vulnerável à captura, a arte de pesca mais utilizada também é a linha de mão, os espinhéis e a rede, porém devido á quantidade colocada no mar, causa um esforço importante nessa espécie. (FERREIRA., et al) A partir dessas características podemos concluir que o Lutjanus jocu apresenta baixo risco quando é levada em consideração a idade média de primeira maturidade, e o tamanho de primeira maturação, porém, com relação à idade média máxima, fecundidade, tamanho máximo médio e a estratégia reprodutiva, atribuímos nota 2, que representa nível de risco médio, e o nível trófico, apresenta alto risco para a espécie. Avaliando a captura da espécie, observamos que o grande interesse na mesma e a forma como esses indivíduos são capturados, o Dentão apresentou alto risco em todas as variáveis observadas. O risco total é alto.
22 Guaiúba (Ocyurus chrysurus) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 9. Figura 9. Análise de produtividade e susceptibilidade do Guaiúba (Ocyurus chrysurus). A Guaiúba, Ocyurus chrysurus, é um lutjanídeo distribuído na costa oeste do Atlântico, desde a Carolina do Norte até o sudeste do Brasil, encontrando-se em maior abundância nas Bahamas, sul da Flórida e no Caribe. Forma grandes cardumes geralmente sobre substratos duros em profundidades entre 10 e 100 metros (ARAÚJO, et al., 2002).
23 Sobre a sua estratégia reprodutiva, a Guaiúba é um peixe que desova em águas abertas e apresentam um período restrito de reprodução, sendo na época do verão (GRIMES, 1987). Segundo MARTINEZ et al., (2010), o tamanho de primeira maturação das fêmeas dessa espécie é de 20,3 cm aproximadamente, enquanto que o tamanho dos machos eram de 18,4 cm. SOLETCHNIK et al., (1989) estudaram a desova de O. chrysurus em cativeiro, e observaram uma fecundidade de aproximadamente ovos. Igual que para os outros vermelhos, de caraterísticas costeiras, se considera a Acessibilidade e a Vulnerabilidade altas. Não há trabalhos sobre a seletividade da pesca da Guaiúba, visto que ela não é uma espécie alvo, porém as artes de pesca que a capturam não possuem seletividade para o tamanho, como é o caso da pesca de caico, que é um tipo de pesca com anzol, e como também é o caso da pesca de curral. O risco total para a espécie também foi considerado alto. Lagosta (Panulirus argus)
24 Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 10. Figura 10. Análise de produtividade e susceptibilidade da Lagosta (Panulirus argus). A Lagosta vermelha leva em média 4 anos para atingir a maturidade sexual (FONTELES-FILHO; XIMENES; MONTEIRO, 1988), o que atribiu a ela uma pontuação 1 ou baixo risco. A idade medida máxima pra essa espécie é cerca de 37 anos,
25 (IVO, 1996). A espécie possui uma fecundidade média de ovos (SQUIRES; RIVEROS, 1978), sendo o risco para esse atributo baixo (1). Segundo Campos (1995), essa espécie pode atingir até 45 cm de comprimento total (risco médio). O tamanho médio de primeira maturação da Lagosta é de 20 cm de comprimento total. Embora não considerarmos o tamanho para avaliar o risco dos invertebrados. Seu nível trófico é 4, conferindo um alto risco (FONTELES-FILHO, 1979). O tipo de estratégia reprodutiva da Panulirus argus é desova aberta (risco baixo) (BRASIL, 2006). Considerando os altos niveis de exploração da lagosta ao longo do litoral brasileiro, considera-se sua Acessibilidade alta. A Vulnerabilidade, a superposição na coluna de água com as artes de pesca, é tambem muito alta. E, considerando as informações disponíveis sobre a pesca de lagosta miúda, podemos dizer que a Seletividade para essa espécie é muito baixa. Todos esses fatores constituem riscos altos. O risco total para esta espécie foi de 3,46, o que lhe coloca em uma categoria de alto risco. Pargo (Lutjanus purpureus)
26 Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 11. Figura 11. Análise de produtividade e susceptibilidade do Pargo (Lutjanus purpureus). Segundo Brasil (2006), o tamanho médio de maturação de Pargo (Lutjanus purpureus), é 43,5 cm que corresponde a idade de aproximadamente 6,1 anos e caracteriza um risco médio. O tamanho total máximo teórico é 92,9 cm, portanto um risco baixo. Com relação a estratégia reprodutiva o Pargo é uma espécie ovulípara, ou seja, com fecundação e desenvolvimento embrionário externos e de desova demersal, que
27 corresponde um risco médio. Já para sua fecundidade, por haver uma produção de ovos, seu risco foi classificado como baixo. Devido a alta pressão do esforço de pesca nas espécies de Lutjanideos, considerou-se um alto risco para acessibilidade, vulnerabilidade, seletividade e mortalidade pós captura. O risco total para a espécie é alto
28 Pescada amarela (Cynoscion acoupa) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 12. Figura 12. Análise de produtividade e susceptibilidade da Pescada amarela (Cynoscion acoupa). É encontrada no Atlântico Ocidental, do Panamá a Argentina (Fishbase, 2015). A espécie possui ciclo de vida por volta de 12 anos, o que corresponde a um risco médio (entre 10 e 25 anos).
29 O comprimento infinito estimado pelo modelo de crescimento de von Bertalanffy e a partir de frequências de comprimento total variou entre 159 e 161 cm para uma taxa de crescimento de entre 0,15 e 0,19 ano -1 (SOUZA et al., 2003). Atingindo a maturidade sexual entre 2 e 3 anos de idade, encaixando em um risco baixo. Indivíduos de 177 cm de comprimento total já foram registrados em amostragens biológicas do projeto REVIZEE. Assim fazendo parte do risco médio. A espécie possui um comprimento médio de primeira maturação sexual entre 39 e 41 cm. Nesse caso admitimos o maior risco, no caso o médio. Pela distribuição de indivíduos com gônadas maduras e desovadas, pode se afirmar que esta espécie desova de forma contínua, durante o ano todo, como é comum nos membros da família Sciaenidae (LOWE-MCCONELL, 1966). Sendo a fecundidade média maior que 20 mil ovos por ano, e o risco baixo, foi assumida uma desova demersal com risco médio. Cynoscion acoupa alimenta-se basicamente de peixes e também de crustáceos, principalmente, camarões da família Penaeidae (SANIO, 1998); seu nivel trófico é alto, e também seu risco. Como para as outras pescarias demersais, consideramos os riscos associados com a Acessibilidade, Vulnerabilidade e Seletividade como altos. Nas espécies alvo, a Mortalidade pós-captura é sempre alta. O risco total para esta espécie é alto.
30 Pescada branca (Cynoscion leiarchus) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 13. Figura 13. Análise de produtividade e susceptibilidade da Pescada branca (Cynoscion leiarchus). O único dado encontrado foi o tamanho máximo médio, os indivíduos podem alcançar até 60 cm de comprimento total (MENEZES; FIGUEIREDO, 1980), assim sendo baixo risco (menor do que 100 cm).
31 Nenhum trabalho referente a idade média de primeira maturação foi encontrado, mas considerando que é um peixe que cresce e se reproduz rapidamente, como é comum nos membros da família Sciaenidae, é adequado marcar 1 para este atributo, caracterizando baixo risco. Quanto a idade média máxima não foram encontrados estudos, portanto admite-se o 3, risco máximo. Em relação ao comprimento de primeira maturidade admitimos risco 1 devido ao comprimento máximo, sendo lógico para a especie alcancar a maturidade com menos de 40 cm. Estratégia reprodutiva, por ser da mesma família Sciaenidae supomos que são peixes de desova demersal. Como para as outras pescarias demersais, consideramos os riscos associados com a Acessibilidade, Vulnerabilidade e Seletividade como altos. Nas espécies alvo, a Mortalidade pós-captura é sempre alta. E o risco total para a espécie também é alto.
32 Robalo flecha (Centropomus undecimalis) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 14. Figura 14. Análise de produtividade e susceptibilidade do Robalo (Centropomus undecimalis). C.undecimalis é encontrado no Atlântico Ocidental: sul da Flórida (EUA), costa do sudeste do Golfo do México, na América Central e do Sul que se estende para o sul do Rio de Janeiro, Brasil. Também Carolina do Norte e Texas, EUA. (Fishbase, 2015)
33 Segundo Patrona (1984), o Robalo atinge sua maturação com cerca de 5 anos (risco médio). Possui um nível trófico 4, ou seja, baixo risco (CERQUEIRA; TSUZUKI, 2009). Verificou que essa espécie possui uma idade máxima média de 29,3 anos (risco alto) e um comprimento máximo de 140 cm (risco médio) e um tamanho médio de primeira maturação de 42 cm (baixo médio)(fishbase, 2015). Possui desova demersal como sua estratégia reprodutiva (risco médio) (CERQUEIRA; BALDISSEROTTO; GOMES, 2005). Pelas suas caraterísticas costeiras e seu alto interesse comercial, para todas as variáveis de susceptibilidade avaliadas, essa espécie obteve um risco alto. Sua pontuação de risco total foi de 3,69, um alto risco.
34 Serra (Scomberomorus brasiliensis) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 15. Figura 15. Análise de produtividade e susceptibilidade do Serra (Scomberomonus brasiliensis). É encontrado no Atlântico Ocidental, ao longo das costas de Caribe e Atlântico e América do Sul e Central, de Belize até Rio Grande do Sul, Brasil (Fishbase, 2015). S. brasiliensis possui uma idade média de primeira maturação de 3,7 anos, baixo risco (ALCÂNTARA-FILHO, 1977), é uma espécie vive cerca de 40 anos, conferindo
35 um alto risco e um comprimento máximo de 161,54 cm (risco médio) (XIMENES, 1981). Possui uma fecundidade de cerca ovos por desova (risco médio) (BARBIERI; BARBIERI, 1988). O comprimento médio de primeira maturidade é de 48,6 cm (risco médio) (ALCÂNTARA-FILHO, 1977). Sua estratégia reprodutiva é em água abertas (risco baixo) (MOTA ALVES; TOMÉ, 1968), com um nível trófico 4 (alto risco) (MENEZES, 1970). É uma espécie costeira de grande interesse econômico, portanto, os riscos da Acessibilidade, Vulnerabilidade e Seletividade foram consideradas altas. Como trata-se de uma espécie alvo, a Mortalidade pós-captura sempre será alta. O risco total para Scomberomorus brasiliensis, foi de 3,61 caracterizando um risco alto.
36 Sirigado ou Badejo quadrado (Mycteroperca bonaci) Os atributos analisados para esta espécie, a pontuação atribuída em cada caso, e o resultado da análise são apresentados na Figura 16. Figura 16. Análise de produtividade e susceptibilidade do Sirigado (Mycteroperca bonaci). É encontrado no Atlântico Ocidental, Bermuda e Massachusetts até o sul do Brasil, incluindo o sul do Golfo do México e Caribe (Fishbase, 2015).
37 De acordo com a IUCN, Mycteroperca bonaci é um peixe hermafrodita protândrico e a idade média de primeira maturação é de 5,2 anos para as fêmeas e de 15,5 anos para os machos, levando a um alto risco (FERREIRA, 2008). O tamanho médio da primeira maturidade é de 82,6 cm para as fêmeas e 103,3 cm para os machos (FISHBASE, 2015), caracterizando um risco médio. O tamanho máximo médio para esta espécie é de 150 cm (FISHBASE, 2015), caracterizando um risco médio. A M. bonaci se alimenta principalmente de peixes (IUCN, 2008), caracterizando um nível trófico de alto risco. Como em outras espécies demersais costeiras, os critérios de Acessibilidade e Vulnerabilidade são considerados altos, bem como para espécies alvo a Mortalidade póscaptura sempre será alta. Os pescadores utilizam linha de mão e compressor para a captura dos animais e devido as características dos animais, foi decidido que a Seletividade apresenta um alto risco. Portanto, seu risco total será alto. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
38 A análise mostra um cenário de alto risco para a maioria das espécies comercializadas no Estado de Ceará e no Brasil todo. Essa situação requer alguma classe de intervenção para mitigar esses riscos, gerando uma maior probabilidade de sustentabilidade para essas pescarias. Em uma primera aproximação, pode se observar que simplesmente conseguindo a informação faltante (destacada em amarelo nas tabelas) nao se resolve a situação dos riscos altos. Portanto é preciso operar sobre os fatores de Susceptibilidade. Entre estes, o risco relacionado com a Acessibilidade poderia ser reduzida criando zonas e temporadas sem pesca, especialmente no período reprodutivo e nas zonas de recrutamento e crecimento. Não vemos a possibilidade de reduzir a Vulnerabilidade, mas sim é possivel melhorar a Seletividade, evitando a captura de exemplares pequenos que não tiveram oportunidade de se reproduzir ainda, atualmente predominantes. Sendo comercializadas todas as espécies analisadas, a Mortalidade Pós-Captura vai ser sempre cento por cento. Com a Seletividade melhorada, a cenária muda substancialmente para uma predominância de riscos médios (Figura 17): SCIENTIFIC_NAME Species Nombre comun Productivity Scores [1 3] EP M EM F LM Susceptibility Scores [1 3] LP M ER NT Rr A V S MP C Rq Color o PSA scores (automatic) Puntaje PSA Categoria de Riesgo Lutjanus purpureus Pargo , ,33 3,07 Med Lutjanus analis Cioba , ,33 3,26 High Lutijanus synagris Ariacó , ,33 2,81 Med Lutjanus jocu Dentão , ,33 2,98 Med Ocyurus chrysurus Guaiúba , ,33 2,73 Med Cynoscion acoupa Pescada amarela , ,33 3,07 Med Cynoscion leiarchus Pescada branca , ,33 2,98 Med Mycteroperca Spp. Badejo , ,33 2,98 Med Scomberomorus cavalla Cavala , ,33 2,98 Med Centropomus undecimalis Robalo , ,33 3,26 High Scomberomorus brasiliensis Serra , ,33 3,07 Med Mycteroperca bonaci Sirigado (Badejo quadrado) , ,33 3,16 Med Panullirus argus Lagosta , ,33 2,94 Med Ucides cordatus Caranguejo , ,65 2,44 Low Thunnus albacores Atum , ,33 2,89 Med Figura 17. Cenário de riscos melhorando a Seletividade, evitando a captura de exemplares nao maturos sexualmente (circulo roxo) E agora sim, se consegue informação faltante sobre Fecundidade para a Cioba e o Robalo, os riscos podem se uniformizar em riscos médios e baixos (Figura 18), com maior probabilidade de atingir produtos marinhos sustentáveis.
39 SCIENTIFIC_NAME Species Nombre comun Productivity Scores [1 3] EP M EM F LM Susceptibility Scores [1 3] LP M ER NT Rr A V S MP C Rq Color o PSA scores (automatic) Puntaje PSA Categoria de Riesgo Lutjanus purpureus Pargo , ,33 3,07 Med Lutjanus analis Cioba , ,33 3,16 Med Lutijanus synagris Ariacó , ,33 2,81 Med Lutjanus jocu Dentão , ,33 2,98 Med Ocyurus chrysurus Guaiúba , ,33 2,73 Med Cynoscion acoupa Pescada amarela , ,33 3,07 Med Cynoscion leiarchus Pescada branca , ,33 2,98 Med Mycteroperca Spp. Badejo , ,33 2,98 Med Scomberomorus cavalla Cavala , ,33 2,98 Med Centropomus undecimalis Robalo , ,33 3,16 Med Scomberomorus brasiliensis Serra , ,33 3,07 Med Mycteroperca bonaci Sirigado (Badejo quadrado) , ,33 3,16 Med Panullirus argus Lagosta , ,33 2,94 Med Ucides cordatus Caranguejo , ,65 2,44 Low Thunnus albacores Atum , ,33 2,89 Med Figura 18. Cenario de riscos depois de determinar a Fecundidade do Cioba e o Robalo (ovalos roxa) Como recomendações, podemos enumerar as seguintes: 1) Determinar áreas e temporadas críticas para a reprodução e o crescimento das espécies comercializadas para definir defesos adaptativos. 2) Orientar estudos tecnológicos para amelhorar a seletividade das artes de pesca e estabelecer regulamentações que minimizem a captura de exemplares não maduros. 3) Orientar pesquisas para obter mais informações biológicas, especialmente sobre Fecundidade, para a Cioba, o Dentão, a Pescada branca, os Badejos e os Robalos. 4) Fornecer aos circuitos comerciais informação sobre os tamanhos que devem ser evitados para reduzir os riscos das espécies comercializadas (Ver Anexo I) 5) Propor as grandes cadeias atacadistas e varejistas adotar uma política de fornecimentos sustentáveis, requerindo aos fornecedores se envolver com as melhoras aqui sugeridas como condição para continuar comprando seus produtos. 6) Desenvolver campanhas educativas nas escolas e na mídia sobre os riscos e as formas de ajudar a resolver esses riscos desde o consumo.
40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCÂNTARA-FILHO, P. Sobre a reprodução e fecundidade do serra, Scomberomorus maculatus (Mitchill), no Estado do Ceará. Arq. Ciên. Mar, Fortaleza, 12 (2). P , ALLEN, G.R. FAO Species Catalogue. Vol. 6. Snappers of the world. An annotated and illustrated catalogue of lutjanid species known to date. FAO Fish. Synop. 125(6):208 p. Rome: FAO, ALVES, M. I. M. Sobre a reprodução do caranguejo uçá, Ucides cordatus (Linnaeus), em mangues do Estado do Ceará (Brasil). Arq. Ciên. Mar, v. 15, n. 2, p ARAÚJO, J. N.; MARTINS, A. S.; COSTA, K. G Idades e crescimento da Guaiuba, Ocyurus chrysurus, da costa central do Brasil. Revista Brasileira de Oceanografia, v. 50, p ASCHENBRENNER, A. C. Idade, crescimento e mortalidade do Ariocó Lutjanus synagris (Linnaeus, 1758) capturados pela frota artesanal no Banco de Ilhéus, BA. UESC, BARBIERI, G; BARBIERI, M. C. Curva de maturação, tamanho de primeira maturação gonadal e fecundidade de Astyanax bimaculatus e Astyanax fasciatus,da represa do Lobo, Estado de S. Paulo (Osteichthyes, Characidae). Revista Ceres, 35 (197). p.64-77, BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Instrução Normativa MMA n 53, de 22 de novembro de Brasília, 5p. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa REVIZEE: Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva. MMA - REVIZEE Brasília. 5p, BRASIL. Secretaria Especial de Pesca e Aquicultura da Presidência da República (SEAP), Fundação de Amparo à Pesquisa de Recursos Vivos na Zona Econômica
41 Exclusiva (PROZEE) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Monitoramento da atividade pesqueira no litoral do Brasil Brasília, 327 p. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa REVIZEE: síntese sobre distribuição, abundância, potencial pesqueiro e biologia lagosta-vermelha Panulirus argus (Latreille) e a lagosta-verde Panulirus laevicauda (Latreille)do nordeste do Brasil, p.6, BRASIL. Secretaria Especial de Pesca e Aquicultura da Presidência da República (SEAP), Fundação de Amparo à Pesquisa de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (PROZEE) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Monitoramento da atividade pesqueira no litoral nordestino- PROJETO ESTATPESCA Tamandaré, 385 p. BRASIL. Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura Brasília, 129 p. CAMPOS, A. A. Crustáceos decápodos do Nordeste brasileiro Lista sistemática e guia de identificação das espécies de interesse comercial. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Pesca e Recursos Pesqueiros). Universidade Federal do Ceará,Fortaleza, p.173, CERQUEIRA, V.R.; BALDISSEROTTO, B.; GOMES, L.C. Cultivo de robalo-peva, Centropomus parallelus. In: Espécies nativas para piscicultura no Brasil. Santa Maria: Ed. da UFSM. p , CERQUEIRA, V.R.; TSUZUKI, M.Y.A review of spawning induction, larviculture, and juvenile rearing of the fat snook, Centropomus parallelus. Fish PhysiolBiochem, Amsterdam, v.35, p.17-28, COLLETTE, B. B.; RUSSO, J. L Morphology, systematics and biology of the Spanish mackerels (Scomberomorus, Scombridae). Fish. Bull., U.S. 82:
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43 FISHBASE, World Wide Web electronic publication. Disponível em < Acesso em 19 de maio de FISHBASE, World Wide Web electronic publication. Disponível em < Acesso em 19 de maio de FISHBASE, World Wide Web electronic publication. Disponível em < Acesso em 19 de maio de FISHBASE, World Wide Web electronic publication. Disponível em < Acesso em 19 de maio de FONTELES-FILHO, A.A.; Biologia pesqueira e dinâmica populacional da Lagosta Panulirus laevicauda (Latreille), no Nordeste setentrional do Brasil. Arq. Ciên. Mar, Fortaleza, 19 (1/2), p. 1-43,1979. FONTELES FILHO, A.A.; XIMENES, M.O.C.; MONTEIRO, P.H.M. Sinopse de informações sobre as lagostas Panulirus argus e Panulirus laevicauda (Latreille), no Nordeste do Brasil. Arq. Ciên. Mar, Fortaleza, 27: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO). FAO Species Catalogue. Snappers of the World: an annotated and illustrated catalogue of lutjanids species known to date. Rome: FAO, 1985, 208 p. Volume 6. FROESE, R. e PAULY D. (Editors) [Online] Recordes de comprimento, peso e idade. Homepage: GRIMES, C.B Reproductive biology of the lutjanidae: a review. Pages in J.J. Polovina and S. Ralston (eds.) Tropical Snappers and Groupers: Biology and Fisheries Management. Westview Press., Boulder, Colorado USA. HOBDAY, A.J., A. SMITH, y I. STOBUTZKI. Ecological risk assessment for Australian Commonwealth fisheries, final report. Report R01/0934 to the Australian Fisheries Management Authority, Canberra, Australia p.
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47 XIMENES, M.O.C. Idade e crescimento da serra, Scomberomorus brasiliensis, no Estado do Ceará. Arq. Ciên. Mar, Fortaleza, 21(1/2). p , 1981 Anexo I Tamanhos mínimos aceitos pela cadeia de comercialização Tamanho mínimo Observacões SCIENTIFIC_NAME Nome comum (cm) Lutjanus purpureus Pargo 44 Lutjanus analis Cioba 41 Lutijanus synagris Ariacó 23 Lutjanus jocu Dentão 32 Ocyurus chrysurus Guaiúba 21 Cynoscion acoupa Pescada amarela 41 Cynoscion leiarchus Pescada branca 30 + Pesquisa Mycteroperca Spp. Badejo 23 Scomberomorus cavalla Cavala 50 Centropomus undecimalis Robalo 50 Scomberomorus brasiliensis Serra 49 Mycteroperca bonaci Sirigado (Badejo quadrado) 100 Panullirus argus Lagosta vermelha 13-20,5 Cauda-Total Panulirus laevicauda Lagosta verde 11-17,5 Cauda-Total Ucides cordatus Caranguejo 6 Carapaça Thunnus albacores Atum 140 As células marcadas em amarelo precisam de mais pesquisa para determinar um tamanho mínimo seguro.
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