Renato Leite Marcondes USP/FEA - RP. Juliana Garavazo USP/FEA - RP

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1 A Propriedade Escrava e a Hipótese de Crescimento Vegetativo em Batatais: a classificação dos escravos (1875) * Renato Leite Marcondes USP/FEA - RP Juliana Garavazo USP/FEA - RP Palavras-chave: Demografia Histórica, Escravidão, Crescimento natural e Agricultura. Introdução O Brasil do século XIX presenciou tanto uma grande expansão do regime escravista até 1850 o tráfico africano introduziu largos contingentes cativos em seu território como seu golpe final. Este século foi o auge da escravidão, a qual se difundiu por todo o território brasileiro e pelos diversos setores da economia, não se limitando a posse cativa aos grandes proprietários e às atividades ligadas ao setor exportador. Uma série de medidas legais iniciadas em 1850 com a Lei Eusébio de Queiroz 1 ; e os movimentos sociais como por exemplo, a resistência escrava e o abolicionismo resultaram em uma nova dinâmica do sistema. Para a década de 1880, houve diminuição no número absoluto de escravos, porém as áreas que passavam por maior desenvolvimento econômico (principalmente as cafeeiras) ainda apresentaram incremento de sua população escrava, por meio do tráfico interno e/ou crescimento vegetativo da população. Entretanto, a escravidão envolveu praticamente todas as atividades produtivas, e não apenas aquelas ligadas ao setor exportador (REIS, 2000, p. 243). Abordaremos, neste artigo, exatamente esse escravismo, presente em área não exportadora e posterior a algumas das mudanças impostas ao sistema após a segunda metade do século XIX, referente a uma cidade específica: Batatais (SP). A documentação por nós compulsada neste estudo Cópia da classificação dos escravos * Trabalho apresentado no XIII Encontro da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, realizado em Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil de 4 a 8 de novembro de À Eusébio de Queiroz seguiu-se a lei editada em 1869 proibindo a separação das famílias por ocasião de venda ou doação, a Lei do Ventre Livre (1871), a regulamentação do Fundo de Emancipação para a libertação dos escravos (1872), Lei dos Sexagenários (1885) e culminando na Abolição (1888).

2 matriculados (a partir de agora designada de Classificação) foi elaborada em meio as mudanças do sistema escravista, provavelmente em Inicialmente apresentaremos um breve contexto econômico da localidade em estudo, seguido da análise dos dados referentes à população cativa do Censo de 1872 e da Classificação segundo faixa etária, razão de sexo, estado conjugal, profissão etc. Posteriormente, apresentaremos os resultados do estudo de variáveis relacionadas à estrutura de posse: tamanho dos plantéis, concentração, atividades econômicas realizadas pelos proprietários etc. A análise demográfica buscará enfatizar os resultados concernentes à possibilidade de crescimento vegetativo 2 na localidade como fonte de manutenção da escravidão, dadas as características econômicas da localidade e o novo contexto do sistema escravista naquele momento. Pretendemos, desta forma, inserir a cidade de Batatais na linha de investigação empírica acerca da possibilidade de crescimento vegetativo da população escrava. 1. Economia: Nordeste Paulista e Batatais O povoamento efetivo da região Nordeste Paulista que engloba Batatais iniciou-se a partir da década de 1810 com a chegada dos entrantes mineiros e de alguns pecuaristas oriundos de Mogimirim, redefinindo a dinâmica econômica da região. Estes povoadores deram origem às primeiras fazendas e povoações e exerciam atividades em lavouras de subsistência e principalmente pecuária, portanto, vinham em 2 A historiografia tradicional rejeitava, a priori, a ocorrência de crescimento vegetativo para o conjunto da população escrava, impossibilitado principalmente pelas características específicas do sistema escravista e das condições de vida enfrentadas pelos cativos. Segundo Jacob Gorender, o crescimento vegetativo positivo da população escrava encontrava quatro barreiras: o predomínio do sexo masculino na composição do plantel escravista, a falta de interesse dos senhores na procriação dos escravos, a ocorrência de alforrias e as más condições de vida dispensadas aos cativos, o que, no entanto, não há por que rejeitar a priori a possibilidade de ocorrências desse gênero, pois o crescimento vegetativo em casos isolados não se contrapõe logicamente ao decréscimo nos grandes conjuntos da população a longo prazo (GORENDER, 1992, p.348). Maria Luiza Marcílio (1984) investigou as principais características do sistema demográfico da população escrava e conclui que o crescimento vegetativo dos escravos foi normalmente negativo e que o aumento da população escrava só foi garantida, no seu conjunto, através das altas taxas de imigração, resultando em uma pirâmide etária desequilibrada e irregular contribuindo para a baixa fecundidade. No entanto, novas evidências empíricas surgem em contraposição à essa visão; e contrastam à realidade das grandes lavouras, como as obtidas por Horácio Gutiérrez (1987) no estudo do Paraná no início do século XIX, por Clotilde A. Paiva e Douglas C. Libby (1995) analisando a estrutura mineira de três cidades do Oeste Mineiro e de Paracatu, e Miridan B. Knox Falci para Oeiras (PI) em 1875 (1990), entre outros. Eles verificaram, para áreas não-exportadoras, um sistema demográfico alternativo à plantation. Os resultados apontaram para estruturas demográficas mais equilibradas e semelhantes às encontradas para a população livre. Verificou-se ainda a maior importância da reprodução com relação ao tráfico para a reposição do contingente cativo. 2

3 substituição à ocupação voltada quase que exclusivamente ao abastecimento dos transeuntes do Caminho de Goiás no século XVIII. As fazendas ocupadas pelos mineiros desenvolviam, principalmente, criação de gado, plantação de milho e feijão e a produção de queijos, atividades essencialmente de subsistência. Grande parte dos excedentes eram exportados para os grandes centros urbanos, como São Paulo e, principalmente, Rio de Janeiro. No ano de 1840, a recém implantada vila de Batatais enviou ao Governo provincial dados informando as relações comerciais com as demais regiões: a) que este povoado e o de Franca nada exportam para Goiás; b) que de lá importam, isso sim, gado, sola, couros e assemelhados, assim como um pouco de algodão; c) que toda a exportação de Batataes e Franca é para Minas e consiste em gado, porcos, cavalos, carneiros e um pouco de algodão; d) que de Minas, também, se importa gado(...); f) que o número de tropas e carros que freqüentam as estradas, conduzindo sal e outros gêneros é grande, mas impreciso. (Apud TAMBELLINI, 2000, p.194). No momento em que a Classificação foi elaborada, a vila de Batatais ainda apresentava como principal atividade a criação de gado, conforme pudemos apurar com base nos inventários de proprietários presentes na Classificação e nas informações do Almanack para a Província de São Paulo para o ano de 1872: Os habitantes de seu Município dedicão-se [sic] principalmente à criação de gado e de diversas especies; também cultivão cana de assucar e algum café (LUNÉ & FONSECA, 1873, p.557). Neste mesmo documento são listados os seguintes fazendeiros: um que se ocupava do cultivo do café e do gado (Antonio Garcia de Figueiredo); um que se dedicava exclusivamente ao cultivo da cana-de-açúcar (Feliciano José Ferreira); cinco fazendeiros de cana-de-açúcar e gado e trinta e sete criadores de gado, o que demonstra a superioridade da atividade pecuária em relação às demais. A partir da década de 1870 a região começava a vislumbrar a expansão da atividade cafeeira, o que de certo modo contribuía para a transição do foco principal da agricultura da região, no sentido de uma economia mais voltada para a lavoura de exportação. A cultura cafeeira provavelmente já havia sido introduzida na localidade 3

4 antes da chegada da ferrovia. No inventário post mortem de José Marcelino de Oliveira, falecido em 1877 na vila de Cajuru (pertencente a Batatais), encontramos a descrição de um cafezal dentre seus bens: um cafezal sitas nas culturas do Lagiadinho avaliado pela quantia de 150 mil réis. Menos de uma década depois, no ano de 1886, José Francisco de Camargo estimou uma produção de arrobas de café para a cidade de Batatais 3 (CAMARGO, 1952, p.164), demostrando o crescimento substancial desta cultura. A região teve seu desenvolvimento incrementado com a chegada da ferrovia, que se deu em 1887, ano que foi inaugurada a Estação de Franca e de onde se partiu rumo ao Rio Grande em direção a Minas Gerais. Os trens da Mogiana impulsionaram e dinamizaram as atividades econômicas por tornar o comércio realizado por esta região com Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e o restante da província de São Paulo mais intenso e criar melhores condições para o desenvolvimento de uma cafeicultura mais competitiva. Carlos de Almeida P. Bacellar considera, em seu estudo sobre o café na região da Alta Mogiana, que a introdução da ferrovia em São Paulo a partir da década de 1860 contribuiu de modo crucial para o sucesso do café (BACELLAR, 1999, p. 119). No entanto, como vimos, é pouco provável que a atividade cafeeira estivesse bastante desenvolvida na região a época da feitura da Classificação. Esta visão presente em Pedro Geraldo Tosi (1998) será útil em nossa análise do contingente escravo e da posse escrava para a cidade de Batatais. Estudaremos a demografia dos cativos e a propriedade escrava em uma fase inicial de expansão da cultura cafeeira e de expressivo desenvolvimento da pecuária, da agricultura de subsistência e do comércio do sal. 2. População escrava em Batatais (1875) A Comarca de Batatais respondeu por 9,1% dos cativos matriculados em toda região da Mogiana 4 no Censo de O município contou com habitantes 3 Comparando a produção cafeeira de Batatais com a de outras cidades paulistas para o mesmo ano, vemos a pouca significância desta cultura para a cidade à época considerada. A cidade de Amparo, por exemplo, contava com habitantes e produzia mil arrobas de café enquanto Rio Claro, na região de Campinas, teve produção estimada em arrobas da preciosa rubiácea (CAMARGO, 1952, p.164). 4 A região da Mogiana englobava as cidades de Amparo, Mogimirim, Casa Branca, Batatais e Franca e contava com escravos, representando 14,8% do total da população da Província (LUNÉ & FONSECA, 1973, p.172/173). Lembramos que o Censo de 1872 foi terminado apenas em Janeiro de

5 sendo cativos (19,2%) e livres (80,8%). Além de observarmos um número absoluto significativo, a proporção de escravos sobre a população total superou ligeiramente à parcela da Província como um todo (Cf. tabela 1). Tabela 1: Distribuição da população da Província de São Paulo (1872) Cidades Livre Escrava Total % população livre %população escrava sobre a total sobre a total Bananal ,9 53,1 Batatais ,8 19,2 Cajuru ,1 11,9 Campinas ,4 43,6 Franca ,1 15,9 Iguape ,1 9,9 Jacareí ,5 15,5 Limeira ,6 21,4 Lorena e Cruzeiro ,2 14,8 Mogi Mirim ,6 23,4 Piracicaba ,4 28,6 Ribeirão Preto ,5 15,5 São Luis do Paraitinga ,9 15,1 São Sebastião ,3 13,7 São Simão ,8 22,2 Taubaté ,4 19,6 Província de São Paulo ,2 18,8 Fonte: Censo (1872) Podemos salientar a importância dos cativos para a localidade quando comparamos sua proporção sobre a população total com outras próximas e de mesma estrutura econômica (zonas não-exportadoras), como Franca e Cajuru. Franca, por exemplo, tem um maior número absoluto de cativos, porém eles são menos representativos no total da população. As cidades que apresentaram maiores proporções de cativos em relação à população total são áreas cujas economias já desenvolviam a atividade exportadora a vários lustros seja de café ou de açúcar e se beneficiaram do período que ainda vigia o tráfico africano: Bananal, Campinas, Taubaté, Limeira, Mogi-Mirim, São Simão e Piracicaba (esta última também produzia algodão). A Matrícula de 1871/72 registrou um total de cativos em Batatais. Como vimos anteriormente, o Censo de 1872 contou uma população cativa inferior à apresentada na Matrícula, totalizando cativos. Na Classificação, o contingente 5

6 escravo anotado resultou em indivíduos (também superior ao apresentado pelo Censo), que correspondia a 94,2% do total matriculado. As diferenças entre duas últimas fontes citadas anteriormente não se limitam aos números absolutos encontrados. Notamos também diferenças na distribuição etária e na razão de sexo dos cativos. Nos dados do Censo encontramos uma maior parcela da população concentrada na faixa entre dezesseis e cinqüenta anos, contudo a participação dos menores de dezesseis anos está subestimada (Cf. Tabela 2). Tabela 2: População escrava de Batatais segundo grupos de idade Censo (1872) e Classificação (1875) Censo Classificação Grupos de idade(em anos) Número Abs. % Razão de Sexo* Número abs. % Razão de Sexo* 0 a , , a , , a , , a , , a , , a , , a , , a , , a , , a , , a , , ou mais 109 5, ,1 - Total , ,0 118 * Razão de sexo é definida como o número de homens para um grupo de cem mulheres. Tanto no Censo como na Classificação percebemos que a razão de sexo altera-se significativamente ao longo das faixas etárias, mas a segunda fonte apresenta uma maior variabilidade (Cf. Tabela 2). A preponderância do escravo do sexo masculino no tráfico africano para o Brasil deixava suas marcas neste indicador em ambas as fontes, principalmente nas gerações mais idosas. No Censo notamos uma superioridade dos indivíduos do sexo masculino nas faixas entre trinta e quarenta anos, o que não ocorreu na Classificação. A maior presença de mulheres nessas faixas é esperada como resultado da constituição deste último documento, elaborado no sentido da família 5 Destes, originavam-se de informações contidas na Lista e vinte e sete dos inventários, de listas de matrículas anexas a estes e de escrituras. 6

7 escrava e em suas relações de parentesco; além de sugerir a ocorrência de migração interna dos homens em idade ativa. A população escrava classificada da cidade em estudo mostrava uma ligeira predominância de pessoas do sexo masculino (54,0%) e com idades entre quinze e quarenta e nove anos (idade ativa), representando quase metade da população (49,3%).Talvez este perfil ocorresse mais comumente devido à finalidade do trabalho (lavoura principalmente). Surpreendentemente, as crianças entre zero e quatorze anos também tiveram grande participação no total classificado, representando 40,0% dos indivíduos. Por outro lado, os escravos com idade acima de cinqüenta anos representavam apenas 10,7% da população. Dada a distribuição etária da localidade, seria de se esperar um elevado número de cativos membros de famílias escravas. Infelizmente, a Classificação não forneceu tais vínculos, apenas contendo algumas observações de cativas com filhos livres e/ou cativos (Cf. tabela 4). Tabela 3: População escrava segundo estado conjugal* Estado Conjugal Números (%) Casados 487 (20,6) Solteiros 1.714(72,6) Solteiros filhos de pais casados ou viúvos 54 (2,3) Solteiros filhos de mãe ou pai solteiro 3 (0,1) Viúvos 103(4,4) Total (100,0) *Todos os indivíduos sem informação de estado conjugal foram considerados solteiros, o que ocorria principalmente para os menores de dez anos. Há cinco escravos e duas escravas listados como casados, mas com informações de que seus respectivos cônjuges são falecidos. Desta forma, foram incluídos nesta estatística como viúvos. Ademais, apenas sete escravos eram casados com cônjuges libertos. Com base nas observações anotadas para os cativos foi possível determinar que pelo menos 197 cativas tinham filhos livres e outras setenta e nove tinham filhos cativos, não sendo possível, porém, determinar com exatidão o número de filhos 6. A 6 As informações eram geralmente: tem filhos menores livre e cativos, tem filhos menores cativos/ livres ou tem filhos livres e menores cativos ; o que não nos dá exatidão para determinar o número de crianças. 7

8 recomposição das relações familiares de alguns indivíduos solteiros foi possível apenas baseando-nos em informações dos mesmos e de seus pais presentes em inventários post mortem de proprietários presentes na Classificação. Os números apresentados anteriormente, principalmente a ligeira predominância do sexo masculino, a elevada participação das crianças na população total e a falta de informações sobre as famílias cativas nos incentivaram aprofundar a investigação acerca da possibilidade de crescimento vegetativo nessa população. Utilizaremos como auxiliares nesta análise basicamente três indicadores (além da razão de sexo discutida anteriormente): proporção de crianças entre zero e nove anos no total da população, porcentagem de mulheres em idade fértil 7 e razão criança-mulher 8. Além dos dados concernentes a Batatais, apresentamos na Tabela 4 os três indicadores para algumas cidades do Vale do Paraíba Paulista e Limeira. Tabela 4: Estatísticas auxiliares na análise do crescimento vegetativo Cidades Crianças de 0 a 9 anos (%) Mulheres em idade fértil (%) Ingênuos(%) Razão criançamulher Bananal 15,8 61,0 2,5 722 Batatais 25,2 51,2 0* Iguape 20,0 64,8 3,7 764 Limeira 13,4 62,9 0* 553 Lorena 17,1 65,8 1,9 651 São Luis do Paraitinga 13,7 68,6 1,9 503 São Sebastião 18,8 61,5 0,8 607 Taubaté 16,9 60,4 0, Obs.: Para as localidades distintas de Batatais, os dados também foram baseados em listas de classificação de cativos. * Para Limeira e Batatais não foi possível determinar a quantidades de ingênuos, já que não havia menção aos mesmos nas informações de seus respectivos pais, o que ocorreu nas demais localidades. Verificamos para Batatais, além da elevada participação das crianças no total matriculado já verificada anteriormente, um grande número de mulheres em idade fértil, representando 51,2% do total das mulheres e uma razão criança mulher bastante 7 São consideradas mulheres em idade fértil aquelas que se encontram com idade entre quinze e quarenta e nove anos. 8 A razão crianças mulher mostra o número de crianças (zero a nove anos) para cada mil mulheres em idade fecunda (quinze e quarenta e nove anos). Tal estatística não é a ideal para o cálculo de fecundidade, porém na falta de dados referentes a mães e nascimentos (número de filhos nascidos), se torna uma proxy para nossa estimação de fecundidade escrava. Em tal cálculo geralmente o numerador poder ser subestimado em conseqüência da alforria de crianças e da alta taxa de mortalidade infantil, enquanto que o denominador pode ser exagerado pela inclusão de escravas sem filhos. 8

9 expressiva. Em relação a outros municípios paulistas em idêntico período, essa razão foi a maior encontrada; e apesar da cidade apresentar a menor proporção de mulheres em idade fértil, tinha a maior proporção de crianças, apontando um elevado potencial reprodutivo dessa população. Vimos que, a princípio, Batatais possuía um potencial reprodutivo superior aos das localidades incluídas na Tabela 4, o que devemos confirmar na próxima seção com a análise dos três indicadores em relação ao tamanho das posses. Finalizando a apresentação das características da população escrava batatatense, passemos à caracterização de suas profissões (Cf. Tabela 5). Tabela 5: População escrava segundo as profissões Profissão Homens Mulheres Total(%) Lavoura/roceiro (35,1) Cozinheira (24,6) Fiandeira/Tecedeira (5,2) Alfaiate/ Costureira (1,5) Carreiro (1,0) Jornaleiro (0,6) Tropeiro/Vaqueiro (0,7) Campeiro (0,5) Carpinteiro (0,5) Engomadeira 0 8 8(0,3) Ferreiro 6 0 6(0,3) Lavadeira 0 5 5(0,2) Pedreiro/Servente 6 0 6(0,3) Sapateiro 3 0 3(0,1) Hortelão 2 0 2(0,1) Serviços Domésticos/Pagem 1 1 2(0,1) Enfermeira 0 1 1(0,0) Retireira 0 1 1(0,0) Cavouqueiro 1 0 1(0,0) Cafezeira 0 1 1(0,0) Adomador 1 0 1(0,0) Queijeira 0 1 1(0,0) Sem profissão/nenhuma (28,8) Total (100,0) *Entre os indivíduos menores de dez anos, não foi encontrado nenhum cativo com informação de profissão, sendo portanto incluídos na estatística como indivíduos sem profissão, assim como trinta e sete escravos maiores de dez anos sem informação de profissão. 9

10 Verificamos um número bastante variado de ocupações, desde as mais tradicionais, ligadas à agricultura (lavoura e campeiro), até algumas mais artesanais (ferreiro e carpinteiro). Notamos que a maior parte dos cativos desenvolvia atividades ligadas à lavoura e que havia também uma relação entre as ocupações dos cativos e o perfil econômico da localidade. A presença de carreiros, tropeiros, vaqueiros, adomadores e campeiros decorrem do desenvolvimento da pecuária, além de atividades relacionadas: carreiros, ferreiros, queijeira e cafezeira. Adicionalmente, havia uma especialização das profissões segundo o sexo e idade do cativo. Algumas profissões mostraram-se significativamente masculinas, como carreiro, tropeiro, ferreiro, campeiro, carpinteiro, tropeiro/vaqueiro; e outras eminentemente femininas: cozinheira, fiandeira/tecedeira, engomadeira. A relação direta entre as idades e as profissões desenvolvidas pelos cativos ocorria principalmente pelo fato de ser necessário certo grau de especialização para executar algumas atividades. As ocupações que requeriam maior especialização, como pedreiro, ferreiro, carpinteiro e enfermeira eram desenvolvidas por escravos com mais de vinte e cinco anos, visto que estes tiveram um determinado período para que pudessem alcançar um determinado grau de especialização 9. A função de pagem era geralmente desenvolvida por adolescentes e exercida na cidade por apenas um escravo, que à época contava dezoito anos. Em suma, encontramos para Batatais uma estrutura etária na qual a maioria dos escravos compunha-se de indivíduos entre quinze e quarenta e nove anos, considerada mais ideal para o desenvolvimento do trabalho. De outro lado, havia um grande número de indivíduos entre zero e quatorze anos, o que pode ser explicado pela elevada proporção de mulheres em idade fértil e a expressiva taxa de fecundidade destas mulheres, enfatizando a importância da reprodução natural como forma de reposição e/ou manutenção do sistema escravista naquela localidade. 3. Estrutura de posse cativa A dificuldade de avaliar o patrimônio dos indivíduos e Vilas para um momento específico no passado colonial e imperial incentivou a utilização de indicadores indiretos, e os escravos representavam parte relevante da riqueza. A leitura dos 9 Notamos apenas duas exceções neste caso, já um sapateiro tinha apenas dezesseis anos e um vaqueiro quatorze. 10

11 inventários de quarenta e um proprietários batataenses demostra a importância dos cativos no total de riqueza possuída. 10 Para o período 1871/79, os cativos representavam 17,6% do total do monte partível, um volume significativo dado que estes tinham proporção semelhante a dos semoventes (16,5%). Portanto, tomados alguns limites 11 à esta análise, o estudo da estrutura de posse cativa nos auxiliará, grosso modo, no entendimento acerca do montante e da distribuição da riqueza de Batatais. Em 1875, Batatais possuía escravos divididos entre 485 proprietários, resultando em uma média de 4,9 escravos por proprietário. O número médio de cativos por proprietários possuído em Batatais é inferior ao da maioria das localidades paulistas como pudemos verificar para algumas localidades do Vale do Paraíba, Campinas e Limeira (Cf. Tabela 6), sendo somente superior ao encontrado em São José dos Campos. Tabela 6: Indicadores estatísticos da propriedade escrava Localidade Proprietários Escravos Média Desvio padrão Coeficiente de variação Índice de Gini Batatais ,9 8,4 1,7 0,585 Bananal* ,2 39,0 2,6 0,758 Campinas*** , ,713 Limeira** ,7 25,9 2,9 0,718 Lorena e Cruzeiro* ,1 10,0 1,6 0,612 São José dos Campos* ,6 6,8 1,5 0,570 São Luis do Paraitinga* ,4 9,6 1,8 0,611 Taubaté* ,3 11,6 1,8 0,637 Fonte: * MARCONDES (2001). Dados referentes aos anos de 1872/74. ** CARDILE (2000) *** SLENES (1998). Dados referentes ao ano de A média calculada pelo autor é a razão entre o total de escravos do município e o número total de listas de matrículas encontradas nos inventários. A estatística de Gini não estava presente no trabalho e, para realizar tal cálculo, utilizamos as informações das faixas de tamanho dos plantéis apresentadas no estudo de Slenes, tratando-se, portanto, de uma aproximação do índice calculado para as demais localidades. 10 É preciso salientar que esta análise dos inventários é limitada, pois foi analisada tão-somente uma parcela pequena do total de inventários realizados na época em questão e incluímos apenas inventariados que possuíam escravos na Classificação. Outros trabalhos, que privilegiam os inventários como fontes principais de análise e por isso abrangem uma amostra muito mais representativa que a por nós computada, tornam as conclusões mais aproximadas da realidade da época. 11 Podemos apontar três limites à esta análise. O primeiro limite decorre diretamente desta nova dinâmica imposta ao sistema, de modo que os investimentos em escravos já não se apresentavam tão representativos quanto no período anterior; o segundo provém da presença de proprietários não ligados à atividade agrícola (principalmente mercantis, profissionais liberais, etc.) que necessitavam de menores 11

12 A análise da média, isoladamente, não é capaz de revelar a real distribuição dos cativos, de forma que tornou-se necessário observarmos outros indicadores para vislumbrar a distribuição cativa na localidade. O índice de Gini estatística utilizada para o exame da concentração dos cativos indica uma posse cativa concentrada em Batatais. Todavia, a cidade de Batatais apresenta uma das menores concentrações da propriedade cativa se comparada às localidades presentes na Tabela 6, o que pode ser explicado pelo tipo de atividade econômica desenvolvida 12. A distribuição de cativos e proprietários dentro das faixas de tamanho dos plantéis nos auxilia, de forma similar à estatística de Gini, a analisar o perfil da distribuição da posse cativa (Cf. Tabela 7). Tabela 7: Estrutura da posse de cativos segundo faixa de tamanho dos plantéis FTP* Proprietários(%) Escravos(%) (34,6) 168 (7,1) 2 a (39,8) 541 (22,9) 5 a 9 70 (14,4) 444 (18,8) 10 a (7,0) 439 (18,6) 20 a (2,7) 365 (15,5) 40 ou mais 7 (1,4) 404 (17,1) Total 485 (100,0) (100,0) * FTP= Faixa de tamanho dos plantéis. proporções de escravos, para padrão de riqueza equivalente; e finalmente, o terceiro refere-se aos indivíduos endividados, que detinham escravos em razões maiores que sua riqueza de fato. 12 A relação entre o tipo de atividade econômica desenvolvida e o tamanho dos plantéis foi observada no estudo de Stuart B. Schwartz (SCHWARTZ, 1983) para a região do Recôncavo baiano por meio dos censos de proprietários elaborados em 1816/17. A análise da propriedade escrava foi realizada através duas variáveis: o índice de Gini e a participação relativa na propriedade de escravos dos 10% maiores proprietários. Nas áreas rurais, os índices foram mais baixos nas zonas de agricultura de subsistência, mais elevados em Maragogipe refletindo a presença de cana-de-açúcar e tabaco e ainda maior nas paróquias essencialmente açucareiras. Percebe-se a menor concentração de riqueza em escravos e tamanho médio da propriedade nas zonas de subsistência, elevado nas economias mistas e atingindo altos índices nas cidades voltada para a exportação de açúcar, o que nos indica uma relação entre o tipo de atividade desenvolvida e o tamanho dos plantéis. Para um período e espaço próximo ao estudado para Batatais,. Rosane C. M. Monteiro verificou para as cidades de Araraquara e São Carlos ( ) uma realidade econômica de produção voltada essencialmente para o mercado interno, produzindo principalmente arroz, milho, feijão, mandioca e dedicando-se à criação de gado vacum e cavalar. Para a o ano de 1840, as maiores fortunas inventariadas em Araraquara pertenciam a criadores de gado, produtores de gêneros alimentícios e de cana-de-açúcar. O fato da autora ter encontrados números médios de cativos por proprietários relativamente pequenos é explicado pelo fato de que a economia voltada para a pecuária e gêneros alimentícios geralmente utilizava trabalhadores livres e poucos escravos 12

13 Os números encontrados para Batatais reafirmam a hipótese de concentração da posse cativa constatada anteriormente. Os pequenos proprietários (possuidores de um a quatro escravos) representavam 74,4% do total, porém possuíam tão-somente 30,0% dos cativos. Por outro lado, os grandes proprietários (com vinte ou mais escravos) representavam apenas 4,1% do total e detinham 32,6% dos cativos. Estudos realizados acerca da família escrava abordam a possibilidade de formação de tais famílias dado as características peculiares do sistema escravista, além de correlacionar tal formação ao tamanho dos plantéis possuídos. Os números verificados por José Flávio Motta para Bananal entre indicam que as diferenças na distribuição dos cativos nas diversas faixas de tamanho de plantel significaram distintas possibilidades de formação das famílias escravas. Motta observou uma relação direta entre a participação relativa dos maiores plantéis e a formação da família escrava 13, o que foi comprovado analisando dois subperíodos distintos, pois nos anos de 1817 a 1829 houve uma elevação no peso relativo dos maiores plantéis e consequentemente uma maior participação de indivíduos em relações familiares. Considerando que o documento por nós analisado não forneceu informações acerca das famílias escravas, utilizaremos os dados referentes à distribuição conjugal dentre as faixas de tamanho de plantel como auxiliar nesse tipo de análise. É comumente suposto que as posses médias e grandes sejam mais favoráveis à formação de famílias e por conseguinte à reprodução natural 14. Nos plantéis menores, a probabilidade de achar parceiro do sexo oposto e na faixa etária compatível era muito menor que nos maiores, apesar de nestes últimos haver, em geral, uma menor equidade de sexo. Adicionalmente, havia diferenças, por parte dos proprietários, no estímulo ao matrimônio entre seus cativos, o que poderia contribuir para maior ou menor possibilidade de crescimento vegetativo. (MONTEIRO, 2001, p.50). Devemos lembrar que no caso de Batatais verificamos um número absoluto de escravos muito expressivo. 13 Em comparação com os resultados obtidos por Iraci Del Nero da Costa, Robert W. Slenes e Stuart B. Schwartz (COSTA; SLENES & SCHWARTZ, 1987) para Lorena, Motta concluí: Dessa forma, Bananal, considerada como um todo, aparentemente conformava um ambiente mais propício ao desenvolvimento das famílias escravas, pela presença mais marcante dos plantéis de maior tamanho em termos do número relativo de escravos que neles viviam; (...) (MOTTA, 1999, p ). 14 Clotilde A. Paiva e Douglas C. Libby confirmam a afirmação anterior em estudo sobre municípios mineiros em dois períodos do século XIX: O consenso, em função das maiores oportunidades para o acasalamento, as posses médias e grandes eram mais favoráveis à reprodução positiva. Mas devemos notar o inverso: reprodução influencia o tamanho (PAIVA & LIBBY, 1995, p.221) 13

14 A distribuição dos cativos dentre as faixas etárias e de tamanho de plantel revela que os escravos em idade ativa eram maioria em todas as faixas selecionadas. (Cf. Tabela 8). Tabela 8: Estrutura de posse de cativos segundo faixa etária Faixa etária FTP 0 a 14 anos (%) 15 a 49 anos (%) 50 anos ou mais (%) Total (%) Razão de sexo 1 57 (33,9) 96 (57,1) 15 (9,0) 168 (100,0) a (36,5) 292 (53,9) 51 (9,6) 541(100,0) a (44,5) 209 (47,1) 37 (8,4) 444(100,0) a (40,1) 217 (49,5) 46 (10,4) 439(100,0) a (43,8) 167 (45,7) 38 (10,5) 365(100,0) ou mais 155 (38,3) 184 (45,5) 65 (16,2) 404(100,0) 122 Total 944 (39,9) (49,3) 252 (10,8) 2.361(100,0) 118 As crianças estavam presentes em proporção significativa em todas as faixas, principalmente nos plantéis com mais de cinco escravos, provavelmente em decorrência da maior facilidade de formação de famílias cativas nos maiores plantéis Os idosos estavam distribuídos em proporções semelhantes nas diversas faixas, sendo menos significativa sua participação na primeira. Observamos, ainda mais, uma tendência ao crescimento da razão de sexo dos cativos ao passo que se aumentava o tamanho das posses. Na primeira faixa, havia uma igualdade de sexo entre os cativos, nas três faixas subsequentes a razão eleva-se; estagnando-se para duas últimas. Esse comportamento pode ser indicativo de que os grandes proprietários tinham uma maior dependência anterior ao tráfico africano e/ou inter ou intraprovincial, ou em conformidade à atividade que desenvolviam, apresentavam uma maior preferência por escravos adultos do sexo masculino. A partir da distribuição etária nas faixas de tamanho de plantel, deveríamos esperar um determinado padrão de distribuição de estado conjugal. Em Batatais, a distribuição dos casados e viúvos estava bastante concentrada nas maiores posses, confirmando a maior facilidade de formação de família escrava nos maiores plantéis. (Cf. tabela 9). 14

15 Tabela 9: Estrutura de posse de cativos e estado conjugal FTP Solteiros (%) Casados e viúvos (%) Filhos* (%) Total (%) 1 153(91,1) 15(8,9) 0(0,0) 168 (100,0) 2 a 4 443(81,9) 98(18,1) 0(0,0) 541 (100,0) 5 a 9 344(77,5) 100(22,5) 0(0,0) 444 (100,0) 10 a (71,1) 113(25,7) 14(3,2) 439 (100,0) 20 a (64,9) 110(30,1) 18(4,9) 365 (100,0) 40 ou mais 225(55,7) 154(38,1) 25(6,2) 404 (100,0) Total 1.714(72,6) 590(25,0) 57(2,4) 2.361(100,0) * Referem-se os indivíduos os quais foi possível determinar a filiação com o auxílio dos inventários. Nos menores plantéis há um expressivo predomínio de indivíduos solteiros, enquanto que nas maiores escravarias os indivíduos casados e viúvos perfazem um percentual maior. Ademais, dos cinqüenta e sete indivíduos para os quais foi possível determinar a filiação (os denominados filhos na tabela 9), todos encontravam-se nas maiores posses, e em sua maioria presente nos plantéis de proprietários com mais de vinte cativos 15. Dado que havia uma maior proporção de indivíduos casados e viúvos nos maiores plantéis, deveríamos esperar que houvesse, consequentemente, uma maior probabilidade de nascimento de crianças e dessa forma uma elevação dos índices de fecundidade das escravas conforme aumentava-se o tamanho dos plantéis. Os números apresentados na Tabela 10 confirmarão o elevado potencial de crescimento vegetativo da localidade. 15 A dificuldade de identificar os vínculos familiares no documento em estudo subestimou a presença dos filhos nas famílias escravas. Considerando apenas os indivíduos maiores de quatorze anos, observamos que 41,6% eram casados ou viúvos, apontando uma probabilidade elevada de ocorrência de famílias cativas. 15

16 Tabela 10: Estrutura da posse de cativos e indicadores de crescimento vegetativo FTP Crianças a (%) Mulheres idade fértil b (%) Razão criançamulher 1 25 (14,9) 50 (59,5) a (22,4) 153 (58,0) a (27,0) 102 (51,3) a (28,9) 100 (52,1) a (26,8) 77 (47,0) ou mais 104 (25,7) 74 (40,7) total 595 (25,2) 556 (51,2) a Indivíduos de zero a nove anos. b Mulheres entre quinze e quarenta e nove anos. A porcentagem refere-se à participação das mulheres em idade fértil no total de mulheres presentes. Percebemos que as crianças representam uma parcela menor nos pequenos plantéis, porém sua proporção aumenta até os plantéis com mais de quatro cativos e posteriormente estabiliza-se. A diminuição na porcentagem de mulheres em idade fértil e o aumento na desigualdade de sexos (razão de sexo) ao longo das faixas de tamanho de plantel poderiam apresentar-se como barreiras à reprodução natural. Todavia, a razão criança-mulher aumentou gradativamente ao longo das faixas, indicando que a maior presença de indivíduos casados e viúvos estaria diretamente relacionado à formação das famílias escravas, contribuindo, dessa forma, para um maior crescimento vegetativo positivo entre os cativos. Podemos inferir, a partir das evidências disponíveis, que havia uma taxa de fecundidade diferencial progressiva 16, pois a razão criança-mulher em Batatais não se estabilizou após atingir os plantéis médios, pelo contrário, apresentou-se crescente até a última faixa de tamanho de plantel, indicando que o tamanho dos mesmos poderia estar relacionado à taxas de fecundidade mais elevadas. 16 Horácio Gutiérrez no estudo do Paraná no início do século XIX, encontrou, em 1804, uma distribuição das crianças entre as faixas de plantéis semelhante à de Batatais: As crianças aparecem relacionadas em plantéis de todos os tamanhos, mas com desigual freqüência (...). Ressalto, todavia, o fato de as crianças não se encontrarem na maior parte dos pequenos plantéis (...) A presença de plantéis com menores aumenta à medida que cresce o tamanho daqueles. Essa autocorrelação, de outro lado, poderia sugerir a existência de uma fecundidade progressiva (grifo nosso), o que talvez seja verdadeiro em plantéis com até três escravos. Nos maiores, a razão criança-mulher fértil estabiliza-se (...), não se podendo, em conseqüência, dar completa acolhida à hipótese. (GUTIÉRREZ, 1987, p.310). 16

17 4. Proprietários e a posse cativa A determinação das atividades realizadas nos auxilia no entendimento da essência da economia local, e as considerações acerca do sexo do proprietário nos indicam que havia uma diferenciação na posse escrava masculina e feminina. O Almanak continha informação de apenas cinco mulheres para Batatais: uma fazendeira de cana-de-açúcar e criadora de gado, três criadoras de gado e uma negociante de gêneros do país (LUNÉ & FONSECA, 1873, p ). Apenas uma destas cinco, Margarida Alves Moreira, criadora de gado, teve seus oito escravos classificados. Além dos homens e mulheres, pudemos observar na Classificação o caso de cativos pertencentes a órfãos e outros cuja posse era dividida entre dois ou mais proprietários (Cf. Tabela 11). Tabela 11: Número de escravos e proprietários segundo condição do proprietário Proprietário n.º proprietários (%) n.º escravos (%) n.º médio de escravos Razão de sexo (escravos) Homem 407 (83,9) (91,1) 5,3 119 Mulher 71 (14,6) 198 (8,4) 2,8 108 Órfãos irmãos e herdeiros* 2 (0,4) 6 (0,3) 3,0 50 Sociedade em escravos** 5 (1,0) 6 (0,3) 1,2 50 Total 485 (100,0) (100,0) 4,9 117 * Pertencem a esta categoria os escravos que continham, em sua informação de proprietário, a denominação pertence à órfãos. ** Pertencem a esta categoria os escravos que detinham, em sua informação de proprietário, a denominação pertence a diversos. Os homens eram numericamente mais representativos entre os proprietários que as mulheres e por conseguinte possuíam uma maior parte dos escravos. Entretanto, a distribuição dos cativos não era proporcional à distribuição dos sexos dos proprietários. As mulheres representavam aproximadamente 14% dos proprietários porém possuíam apenas 8,4% dos escravos, indicando uma posse escrava concentrada entre os proprietários do sexo masculino. A razão de sexo entre os escravos possuídos por homens não se mostrou significativamente mais elevada do que a razão idêntica para os escravos possuídos por mulheres, desta forma não podemos afirmar que havia uma preferência das proprietárias por escravas e o inverso para o caso de proprietários e 17

18 escravos. Contudo, quando analisamos as razões de sexo para as sociedades em escravos e a posse por órfãos 17 verificamos uma predominância de escravas do sexo feminino. Adicionalmente, quando consideramos a distribuição segundo condição e faixa de tamanho de plantel, verificamos que os homens possuíam plantéis maiores, em média, em todas as faixas de tamanho de plantel (Cf. Tabela 12). Tabela 12: Número médio de escravos segundo faixa de tamanho de plantel e condição do proprietário Número médio de escravos FTP Homens Mulheres Órfãos e irmãos Sociedade em Total Razão de sexo dos herdeiros escravos proprietários 1 1,0 1,0 1,0 1,0 1, a 4 2,9 2,5 5,0 2,0 2, a 9 6,4 6, , a 19 12,8 14, , a 39 28, ,1-40 ou mais 57, ,7 - Total 5,3 2,8 3,0 1,2 4,9 573 A razão de sexo dos proprietários se mostrou elevada e crescente até a faixa de dez a dezenove cativos, sendo que para as posteriores o cálculo não se aplicou pois encontramos somente homens proprietários; indicando que os grandes proprietários em sua totalidade do sexo masculino. Passemos agora à análise das atividades econômicas dos proprietários batataenses (Cf. Tabela 13) As informações sobre sociedade em um escravo ou escravos pertencentes a órfãos irmãos e herdeiros estavam provavelmente subestimadas. Além das informações de sociedade, encontramos doze escravos listados para determinado senhor mas com as seguintes observações: pertence parte(s) a outro(s) e outros quatro com a seguinte observação: pertence a órfãos. No entanto, mesmo que consideremos estes dezesseis escravos na categoria de sociedade e órfãos, estas ainda são pouco representativas. 18 Para a realização da análise com respeito a determinação das atividades desenvolvidas pelos proprietários encontrados na Classificação, utilizamos as informações presentes em duas fontes: a caracterização dos proprietários presentes no Almanak (LUNÉ & FONSECA, 1873, p ) e informações contidas nos inventários de proprietários de Batatais, Cajuru e Santo Antonio da Alegria. A consideração acerca das profissões dos proprietários realizada por meio da leitura dos inventários foi baseada na classificação apresentada no Almanak, com o intuito de uniformizar nossa classificação. Para os proprietários presentes em ambos os documentos foi mantida a classificação apresentada pelo Almanak, já que as informações encontradas nos inventários corresponderam invariavelmente à caracterização apontada no Almanak. A incorporação dos inventários em nossa classificação pretende 18

19 Tabela 13: Distribuição de cativos segundo atividades econômicas dos proprietários Tipo de atividade Proprietários Escravos n.º médio Razão de sexo (escravos) Criadores de gado ,4 123 Criadores de gado vacum e suíno* 2 4 2,0 300 Fazendeiros de cana ,5 114 Fazendeiros de café e criadores de gado ,3 85 Fazendeiros de cana e criadores de gado ,5 117 Agricultores de subsistência ,0 60 Comerciantes ,0 115 Ofícios ,8 83 Profissionais liberais ,6 138 Padres/vigários ,7 120 Total ,0 118 *Um destes proprietários foi encontrado no Termo de São Simão, onde também era juiz de paz. Praticamente metade dos proprietários encontrados 19 dedicava-se exclusivamente à criação de gado, atividade de maior importância para a cidade à época analisada. Dos trinta e sete criadores de gado listados no Almanak, apenas três não constavam da Classificação. Adicionalmente, além dos criadores de gado vaccum exclusivamente, havia um número considerável de proprietários que criava suínos ou se dedicava à cultura de cana-de-açúcar ou café juntamente com a pecuária, sendo que pelo menos cinqüenta e dois proprietários (10,7%) tinham alguma relação com a criação de gado vaccum. Não foi listado pelo Almanak nenhum indivíduo que se dedicava exclusivamente ao cultivo do café, demostrando que a cultura cafeeira ainda não estava muito difundida na cidade nesse momento. Adicionalmente, a partir da análise dos números médios de cativos possuídos pelos proprietários separados nas diversas atividades econômicas, notamos que os proprietários ligados exclusivamente à atividade criatória ou criatória e agrícola detinham, em média, plantéis maiores que os profissionais liberais, comerciantes, agricultores de subsistência ou indivíduos ligados a ofícios. Estes últimos eram, em sua abarcar uma maior amostra dos proprietários, principalmente os pequenos que não estão tão presentes no Almanak dado que tal fonte dá maior ênfase aos grandes proprietários escravistas quando consideradas as atividades agrícolas. 19 O confronto dos proprietários encontrados na Classificação e os assinalados no Almanak e nos inventários possibilitou a determinação da atividade econômica de oitenta e nove proprietários (Cf. Tabela 14), o correspondente a 18,3% do total presente na Classificação. 19

20 maioria, pequenos proprietários. Apenas dezessete proprietários eram grandes (deste total apenas sete possuía mais de quarenta cativos); e eram quase que exclusivamente criadores de gado tão-somente ou também dedicavam-se à cultura de café ou cana-deaçúcar. 5. Considerações finais Destacamos, ao longo da análise dos aspectos demográficos da população escrava de Batatais na década de 1870, a questão do crescimento vegetativo entre os escravos. Diante dos indicadores encontrados ligeira predominância do sexo masculino na população, elevada participação de crianças e maior razão criança-mulher entre os municípios paulistas analisados podemos considerar a possibilidade de reprodução natural como uma das fontes para a manutenção da escravidão em Batatais. O fato da economia estar orientada para a pecuária e cultivo de subsistência também pode ter contribuído para a importância da reprodução natural. A geração de recursos através dessas atividades seria insuficiente para a compra maciça de cativos como forma principal de manutenção do escravismo, sendo então a reprodução natural uma das alternativa mais viáveis para tal. De fato, tanto o perfil demográfico como o econômico de Batatais condicionaram-se mutuamente. Adicionalmente, verificamos uma predominância numérica de pequenos plantéis, considerados menos propícios à formação de família e consequentemente à possibilidade de reprodução natural; contudo, parte significativa dos cativos estavam concentrados nos maiores plantéis, caracterizados pela maior facilidade de formação da família escrava; o que poderia estar contribuindo para o crescimento vegetativo positivo entre os cativos batataenses. Devemos ser cuidadosos ao atribuir ao crescimento vegetativo grande responsabilidade pela significativa presença de crianças em Batatais, pois poderia haver outros fatores contribuindo para essa estrutura etária, como, por exemplo a aquisição de cativos de outras localidades, em especial dos escravos que eram mais baratos (crianças e mulheres) e por parte dos detentores de parcos recursos. Contudo, a legislação vigente em 1875 proibia a compra de crianças cativas isoladas 20. Verificamos também, em 20 Devemos considerar a Lei de 1869 que proibia, na ocasião da venda de escravos, a separação do marido e da mulher e os filhos (menores de quinze anos) do pai ou da mãe, visando garantir a manutenção da família escrava A nova legislação parece ter oferecido dificuldades à venda de crianças, conforme apurou José Flávio Motta quatro localides paulistas: Areias, Silveiras, Guaratinguetá e Casa Branca, no período Considerando todo o período estudado, apenas 8,3% dos homens e 10,9% das mulheres 20

21 sentido oposto, que os pequenos proprietários não tinham preferência por escravos do sexo feminino ou por crianças, sugerindo que não haveria uma estratégia de aquisição de escravos por meio dos exemplares com preços mais acessíveis. Por sua vez, as crianças concentravam-se nas maiores escravarias, indicando para uma maior presença de famílias cativas nestas grandes posses. Assim, dados estes limites, podemos afirmar a importância do crescimento vegetativo dos cativos para a manutenção da escravidão em Batatais nesse momento em questão. 6. Apêndice metodológico O Fundo de Emancipação foi um dos dispositivos da Lei n.º 2.040, de 28 de setembro de 1871, mais conhecida como Lei do Ventre Livre. Para a distribuição dos recursos do Fundo seria tomada como base a matrícula especial de todos os escravos existentes no Império, que deveria ser realizada até o dia 30 de setembro de 1872, prorrogável por mais um ano. A matrícula especial dos escravos deveria conter as seguintes informações: número de ordem do escravo na matrícula do município, data da matrícula, nome, sexo, idade, cor, estado conjugal, filiação, profissão, aptidão para o trabalho, nome e local de residência do proprietário e outras observações e averbações. Com base nas informações arroladas nestas matrículas especiais, o governo distribuiria quotas do Fundo de Emancipação por município e de forma proporcional à população cativa existente. A classificação dos escravos deveria ser realizada em cada município por uma Junta composta pelo Presidente da Câmara, Promotor Público e Coletor; deveria obedecer à ordenação estabelecida no capítulo II do Decreto n.º do regulamento do Fundo de Emancipação. Primeiramente, deveriam ser classificadas as famílias, para as quais foram estabelecidas seis ordens, sendo a primeira a de maior prioridade: 1ª ordem: cônjuges pertencentes a diferentes proprietários; 2ª ordem: cônjuges que tivessem filhos nascidos após a Lei do Ventre livre e menores de oito anos; 3ª ordem: cônjuges com filhos menores de vinte e um anos; 4ª ordem: cônjuges com filhos menores escravos; 5ª ordem: mães com filhos menores escravos; 6ª ordem: cônjuges sem filhos menores. Posteriormente, deveriam ser classificados os demais escravos, sendo estabelecidas duas ordens: 1ª ordem: mães ou pais com filhos livres e 2ª transicionados em Casa Branca eram crianças entre zero e nove anos; enquanto que 38,4% dos homens e 35,0% das mulheres transacionados possuíam entre quinze e vinte e quatro anos, demostrando que o comércio de crianças não era tão significativo nesta localidade (MOTTA, 2002, p.4). 21

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