EXCELENTÍSSIMO AUDITOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA DO JUDÔ DA BAHIA

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1 EXCELENTÍSSIMO AUDITOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA DO JUDÔ DA BAHIA O judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam e paciência para ensinar o que aprendeu aos seus semelhantes.. A PROCURADORIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA DO JUDÔ DA BAHIA, por seu Procurador da Justiça Desportiva abaixo assinado, no uso e gozo das atribuições conferidas pelo art. 21, caput e inciso I do CBJD, arts. 6º e 7, inciso I do RITJDJ da Bahia, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, oferecer DENÚNCIA em desfavor de GERALDO DA SILVA SANTOS, brasileiro, professor da ASSOCIAÇÃO PROJETO CRESCER data de nascimento: 10/03/1989, graduação: Preta 1º DAN, residente na rua Marilia Tereza dos santos, 328.quadra j, lote9, Ipitanga, Lauro de Freitas-BA CEP: , pelos fatos e motivos que passa a expor: 01. Relata o incluso ofício do Diretor de Arbitragem FEBAJU, Sr. Paulo Latif, encaminhado ao Presidente da FEBAJU, Sr. Marcelo Ornelas (em anexo) a notícia das infrações disciplinares desportiva, ocorridas no dia 12 de agosto de 2017, quando da realização do 5º Circuito Baiano de Judô e da Super Etapa Sub 18, no Shopping Paralela, na cidade de Salvador/BA, praticadas pelo réu, Geraldo Santos. 02. Durante a realização das competições da categoria iniciante, o réu, por não concordar com as decisões da arbitragem na disputa de um de suas atletas, interpelou, em voz alta e desrespeitosa, o diretor de arbitragem, na zona restrita aos árbitros e oficiais técnicos. Afirmou que iria mandar seus atletas darem pontapés nos seus adversários, por entender que isso havia ocorrido com o atleta por ele orientado. As agressões, que afirmou existir, não foram constatadas pela arbitragem ou coordenação de área da luta. Imediatamente ele foi solicitado para sair do ambiente, por causa de sua falta de controle, por isso, foi conduzido à área destinada aos técnicos no exercício de suas funções. 03. O próprio réu confirma que agiu de forma desrespeitosa com o diretor de arbitragem, já que com suas palavras afirmou ter dito que: Professor, o senhor então não sabe distinguir uma bicuda barai pra um 1

2 ashiwaza?. Dessa forma o réu ofendeu a honra do diretor de arbitragem, por fato relacionado diretamente ao desporto (art. 243-F). 04. Posteriormente, durante a competição da categoria Sub 15, o réu transgrediu por duas oportunidades, no combate de uma outra atleta dele, se manifestando durante o combate, inclusive levantando-se da área técnica e gesticulando contra a arbitragem da luta. Foi necessário a Coordenação de Arbitragem a convida-lo a se retirar do local, seguindo as normas da Circular nº 19/ 2015 que estabelece as Novas Regras para Técnicos FIJ. 05. Ocorre que, o réu recusou-se terminantemente a retirar-se, alegando que não obedeceria a determinação da arbitragem em hipótese alguma. Mesmo sendo aconselhado reiteradas vezes por técnicos e autoridades presentes ao local. A atitude do réu, gerou um atraso de aproximadamente 01 hora na competição do evento, expondo as atletas ao desgaste emocional e físico. Já que o mesmo não se retirou do local da competição, a luta foi reiniciada, mesmo com a presença do réu. Dessa forma o réu assumir uma conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva do Judô (art. 258). 06. A atleta, menor de idade, orientada pelo réu, recebeu a terceira advertência por falta de combatividade, pois já tinha duas marcadas anteriormente, sendo desclassificada do combate. Neste momento, o réu induziu como também obrigou a atleta a não sair da área de competição, por não concordadar com as deliberações adotadas pela arbitragem e Coordenação de arbitragem durante a luta em questão. Após isso, o réu adentrou a área de competição, sentou-se na marca que foi destinada a sua atleta, na tentativa de induzir todos os presentes, que a arbitragem só desclassificou sua atleta pelas atitudes por ele tomada. 07. O réu só retirou-se do tatame por interseção de sua aluna que adentrou ao local, aos choros, pedindo que o mesmo a acompanhasse, momento em que ele saiu da área de competição. Esse fato foi presenciado por todo o público presente ao Shopping, além de professores, técnicos e atletas que participavam do evento. A atleta em questão iniciou a chorar quando teve que adentrar a área de luta para persuadir o seu "Técnico" a sair do local, para que o evento tivesse continuidade. Dessa forma a atitude do réu submeteu sua atleta (adolescente), que estava sob sua autoridade, guarda ou vigilância, a vexame ou a constrangimento (art. 243-E), quiçá irreparável. 08. Entre o tempo em que a atleta, do réu, se manteve na área de competição e o tempo em que o mesmo se colocou-se na área de combate visando paralisar as demais lutas no local, até ser retirado pela sua própria atleta, o evento ficou interrompido por cerca de 1 (uma) hora mais precisamente. Mas, o réu ficou cerca de uns 20 (vinte) minutos no local destinado aos atletas no dojo. Assim, 2

3 o réu, repetiu, no mesmo evento, a conduta indisciplinar, ao reassumir uma conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva do Judô (art. 258). 09. Vale ressaltar que foi necessário, e aplicado, de forma monocrática, pelo presidente do TJDJ, a medida de Suspensão Preventiva de 30 dias para o denunciado (art. 35 do CBJD). 10. Por tudo isso, os atos do denunciado ficam caracterizados na pratica das Infrações Contra a Ética Desportiva (capítulo V), tipificados conforme o art. 243-E: Submeter criança ou adolescente, sob sua autoridade, guarda ou vigilância, a vexame ou a constrangimento, e o art. 243-F: Ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto. Além da prática em duplicidade da Infração Relativa à Disputa das Partidas, Provas ou Equivalentes tipificado conforme o art. 258: Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código, todas do CBJD. 11. Para a aplicação da pena (art. 178, CBJD), prevista no art. 243-E, deverá ser levado em conta que somente é desfavorável para o denunciado a sua maior extensão da infração cometida nessa modalidade. As tipificações restantes deverão ser aplicadas no mínimo da pena, porém em duplicidade a pena prevista no art O ato do denunciado por submeter adolescente, sob sua autoridade, guarda ou vigilância, a vexame ou a constrangimento, fato ocorrido durante o campeonato realizado no Shopping Paralela, na cidade de Salvador/BA, justamente no momento de grande visibilidade para o judô baiano, gerou maior extensão negativa incomensurável para a adolescente e principalmente para o judô baiano. Assim, esta indisciplina deve ser combatida com uma punição exemplar. 13. Assim sendo, a Procuradoria espera a aplicação de uma pena, ao denunciado, não inferior a 370 dias de suspensão, mais 03 eventos realizado ou com a participação da FEBAJU, da seguinte forma: i. pela prática do disposto no art. 243-E a pena de suspensão de 360 dias, mais 30 dias de suspensão pela maior extensão da infração; ii. pela prática do disposto no art. 243-F a pena de suspensão de 01 evento realizado ou com a participação da FEBAJU iii. pela prática do disposto no art. 258 a pena de suspensão de 02 evento realizado ou com a participação da FEBAJU 14. A suspensão deve atingir todas as atividades, eventos esportivos e ações promovidas por ou com o apoio institucional da FEBAJU, proibindo, inclusive, seu ingresso em qualquer parte, espaço, zona, dojo ou arquibancada, onde estiver ocorrendo as atividade, evento e ações. 3

4 14. Diante do exposto, a PROCURADORIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA DO JUDÔ DA BAHIA oferece DENÚNCIA em face de Geraldo da Silva Santos, pela prática da infração disciplinar tipificada nos arts. 243-E, 243-F e 258, do CÓDIGO BRASILEIRO DE JUSTIÇA DESPORTIVA, e requeiro que, recebida e autuada esta, seja o acusado citado para apresentar defesa, designando-se dia e hora para audiência de instrução e julgamento, ordenando-se a intimação do acusado, as testemunhas de acusação (rol abaixo), defesa, e, em seguida, interrogando-se o acusado, instaurando-se, assim, o devido processo legal disciplinar, nos moldes dos art. 36 do RITJDJ da Bahia, prosseguindo-se no feito até final condenação. 15. Devendo o denunciado ou seu defensor, ser intimado para a sessão de julgamento, para que a decisão condenatória produza efeitos a partir do dia seguinte à proclamação, independentemente de publicação ou da presença do denunciado ou de seu procurador (art. 133, CBJD). 16. Requer a juntada, a este requerimento, dos documentos em anexo: Comunicado do Diretor de Arbitragem do Sr. Paulo Latif ao Presidente da FEBAJU, fotos de um dos atos do réu e a manifestação do próprio réu. Salvador/BA 25 de setembro de

5 Rol de testemunha: 1. Lindaura Rachel da Silva Lôbo 2. Genival Silva Santos 3. Ilton Eduardo Silva 5