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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS CENTRO DE CIÊNCIAS DO AMBIENTE Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia PG-CASA Aspectos do Conhecimento Etnoictiológico de Pescadores Citadinos Profissionais e Ribeirinhos na Pesca Comercial da Amazônia Central. LIANE GALVÃO DE LIMA MANAUS AM 2003

2 ii UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS CENTRO DE CIÊNCIAS DO AMBIENTE Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia PG-CASA LIANE GALVÃO DE LIMA Aspectos do Conhecimento Etnoictiológico de Pescadores Citadinos Profissionais e Ribeirinhos na Pesca Comercial da Amazônia Central. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, da Universidade Federal do Amazonas, como requisito para obtenção do Titulo de Mestre em Ciências, Área de concentração: Serviços Ambientais e Recursos Naturais. Orientador: Prof. Dr. VANDICK DA SILVA BATISTA. MANAUS AM 2003

3 iii Ficha Catalográfica Catalogação pela Biblioteca Central da Universidade Federal do Amazonas Galvão-Lima, Liane Aspectos do Conhecimento Etnoictiológico de Pescadores Citadinos Profissionais e Ribeirinhos na Pesca Comercial da Amazônia Central/ Liane Galvão de Lima Manaus, UFAM, f.: il. 1. Etnoecologia 2. Etnoictiologia 3. Pesca Artesanal 4.Pescadores profissionais 5. Pescadores Ribeirinhos CDU (811.3) (043.3)

4 iv LIANE GALVÃO DE LIMA Aspectos do Conhecimento Etnoictiológico de Pescadores Citadinos Profissionais e Ribeirinhos na Pesca Comercial da Amazônia Central. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia Universidade Federal do Amazonas, como requisito para obtenção do Titulo de Mestre em Ciências, Área de concentração: Serviços Ambientais e Recursos Naturais. Aprovado em 19 de agosto de 2003 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr Vandick da Silva Batista - Orientador Universidade Federal do Amazonas - UFAM Prof. Dr. Jansen Zuanon Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas - INPA Prof. Dra. Maria Inês Higuchi Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas - INPA Prof. Dra. Sandra do Nascimento Noda Universidade Federal do Amazonas- UFAM MANAUS AM 2003

5 v Dedico este trabalho aos meus pais, Edilson Lima e Edna Galvão, por terem me dado o dom da vida e ao apoio e incentivo de nunca desistir de realizar meus sonhos. e Aos pescadores profissionais e de subsistência da Amazônia Central, enfim, a todos os trabalhadores da pesca de todo o Brasil.

6 vi AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço ao meu Deus, por ter me dado à chance de encontrá-lo sempre na dedicação ao trabalho e no ajudar do próximo. Agradeço de todo o coração, também ao Dr. Vandick Batista, pela orientação, apoio, estrutura, e principalmente pelo seu voto de confiança na realização do presente estudo. À professora e amiga Olívia Ribeiro, por todo o carinho e disponibilidade em me ajudar, criticar e direcionar o meu trabalho, em todas as vezes que a procurei. À profa.dra. Nídia Fabré, pela oportunidade de ter participado do Grupo de Pesquisa PYRÀ, trabalhado durante o estágio de docência, e a todos os seus ensinamentos valiosos, os quais nem saiba que tenha me passado durante o desenvolvimento da pesquisa. Aos pescadores por todo conhecimento com eles aprendido durante o todo o trabalho. Ao meu amigo contrário Joel, uma peça chave nesta pesquisa, o qual sempre se disponibilizou em me acompanhar nas entrevistas no porto desembarque em Manaus. A todos os meus amigos do laboratório, onde sempre pude contar com o apoio, atenção, sugestões e também tirar boas gargalhadas, em especial ao Charles Farias, Cristiano Gonçalves, Guillermo Estupiñán e Tony Porto. A todos da equipe PYRÁ pela oportunidade de trabalharmos juntos e por todo o carinho e amizade que obtive durante todo esse tempo de pesquisa. A todos os colegas da turma: Deolinda Ferreira, Ivano Cordeiro, Lindolpho Lima e Leandro Parizotto, os quais sem eles, o curso não teria tido a mínima graça. A toda a minha família, meus pais, irmãos: Nelise e Wesley, minha segunda mãe Fátima, por sempre acreditarem em mim, e estar continuamente me apoiando nas horas difíceis. Agradeço também a todos os meus amigos da Turma da Toga por terem compreendido e apoiado as minhas faltas devido a maior dedicação ao trabalho, mas sempre que precisei, pude contar com o ombro amigo. Não esquecendo das Vamps, em especial, a Tatianne Araújo, uma amiga verdadeira, a qual não tem palavras para descrevê-la, mas sei que todos gostariam de tê-la como amiga.

7 vii Não podendo esquecer da Luciene e da Rai, pela compreensão e na disponibilidade de me ajudar sempre que precisei durante o curso. Ao Laboratório de Manejo e Avaliação de Pesca e ao Programa Integrado de Recursos Aquático e da Várzea (PYRÁ), pela estrutura e apoio financeiro cedidos ao estudo. E a CAPES pela bolsa de mestrado concedida, a qual me auxiliou durante o desenvolvimento do projeto.

8 viii RESUMO A pesca representa a atividade profissional mais tradicional da região amazônica, desempenhando papel importante na economia e no processo de ocupação humana na região. Também é considerado um elemento importante da cultura regional, a qual se torna depositária de informações da dinâmica dos recursos e do ambiente aquático. Nesse contexto, o conhecimento do pescador ribeirinho, comercial e de subsistência, e do pescador citadino profissional a respeito à biologia e ecologia dos peixes, fornece informações de grande utilidade no desenvolvimento de pesquisa no campo da ictiologia, e assim, este conhecimento etnoictiológico pode ser útil para o desenvolvimento do manejo integrado e participativo dos recursos naturais na região. O presente trabalho tem por objetivo comparar o conhecimento tradicional ecológico e biológico sobre os peixes, que possuem os pescadores profissionais citadinos e pescadores ribeirinhos de subsistência da Amazônia Central, com o conhecimento científico disponível. O estudo foi conduzido no porto de desembarque de Manaus e na área rural de Manacapuru. A coleta de dados primários foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas, aplicadas individualmente, contendo perguntas objetivas e subjetivas, abordando aspectos biológicos e ecológicos de seis tipos de peixes: aruanã, pirarucu, tucunaré, curimatã, jaraqui e tambaqui. Foram entrevistados 57 pescadores, sendo 31 citadinos e 26 ribeirinhos. As maiores congruências entre o conhecimento tradicional e científico dizem a respeito ao ciclo reprodutivo dos peixes: os aspectos de tamanho da primeira e completa maturação, épocas e áreas de desovas, e cuidados parentais, bem como nos aspectos de alimentação, predação, migração, mortalidade e recrutamento. Idade de primeira e completa maturação, crescimento, fecundidade e tipo de desova, foram os aspectos que os pescadores, de um modo geral, demonstraram maior desconhecimento. PALAVRAS-CHAVE: 1. Etnoecologia 2. Etnoictiologia 3. Pescadores Ribeirinhos 4 Pescadores profissionais 5. Amazonas Central.

9 ix ABSTRACT The fisheries represents the most traditional professional activity of the Amazonian area, playing important part in the economy and in the process of human occupation in the area, as well as an important element of the regional culture is considered, which becomes receiver of information of the dynamics of the resources and of the aquatic environment. In this context, the knowledge of the riverine fishermen of subsistence and the professional urban fisherman regarding the biological and ecological knowledge of the fish, supply information of great usefulness for ichthyology, and this can be useful for the development of the integrated and participative in resource management. The present study has the aim to compare the ecological and biological traditional knowledge on the fish, by the urban professional and riverine fishermen of the Central Amazonian, with the available scientific knowledge. The study was driven in the port of Manaus and in the rural area of Manacapuru. The collection of primary data was accomplished by means of structured individuals interviews, containing objective and subjective questions about biological and ecological data of six types of fish: aruanã, pirarucu, tucunaré, curimatã, jaraqui and tambaqui. 57 fishermen, 31 city dwellers and 26 riverine inhabitants were interviewed. The most congruent information with the scientific data was related to the reproductive cycle: size of the fish at first and complete maturation, time and area of spawning, and parental care; in the feeding aspects, predation, migration, mortality and recruitment. Age of first and complete maturation, growth, fecundity and type of spawning, were the aspects that the fishermen demonstrated larger ignorance. KEYS-WORDS: 1. Etnoecology 2.Etnoicthiology. 3. Riverine people. 4 Professional fishermen.. 5. Amazonas Central.

10 x LISTA DEFIGURAS Figura 1 Mapa esquemático da divisão municipal do estado do Amazonas, com indicação dos municípios onde ocorreu a coleta de dados, Manaus e Manacapuru Figura 2 Quantidade de desovas do aruanã por ano segundo os pescadores citadinos (n=31) e ribeirinhos (n=26) da região Amazônia Central Figura 3 Fecundidade aruanã segundo os pescadores citadinos (n=17) e ribeirinhos (n=31) da Amazônia Central...34 Figura 4 Alimentação do aruanã segundo os pescadores citadinos (cit) e ribeirinhos (rib) da Amazônia Central durante o período de enchente (Ench) e vazante (Vaz.)...36 Figura 5 Mortalidade do aruanã nas fases larval, juvenil e adulta segundo os pescadores citadinos - Cit (n=31) e Ribeirinhos Rib (n=26) da Amazônia Central...39 Figura 6 Tipos de cuidados parentais do pirarucu segundo os pescadores citadinos (esquerda; n=30) e ribeirinhos (direita; n=26) da Amazônia Central Figura 7 Alimentação do pirarucu segundo os pescadores citadinos (Cit) e ribeirinhos (Rib) da Amazônia Central durante o período de enchente (Ench) e vazante (Vaz) Figura 8 Mortalidade do pirarucu nas fases larval, juvenil e adulta segundo os pescadores citadinos Cit (n=31) e Ribeirinhos Rib (n=26) da Amazônia Central...50 Figura 9 Tipo de cuidados parentais do tucunaré segundo os pescadores citadinos (direita; (n=31)) e ribeirinhos (esquerda; (n=26)) da Amazônia Central Figura 10 Fecundidade do tucunaré segundo os pescadores citadinos (n= 20) e ribeirinhos (n=4) da Amazônia Central...54 Figura 11 Alimentação do tucunaré segundo os pescadores citadinos (Cit.) e ribeirinhos (Rib.) durante os períodos de enchente (Ench) e vazante (Vaz) da Amazônia Central...56 Figura 12 Predação do tucunaré segundo os pescadores citadinos (Cit) e ribeirinhos (Rib) durante o período da enchente (Ench) e vazante (Vaz).. 57

11 xi Figura 13 Mortalidade do tucunaré durante as fases larval, juvenil e adulta segundo os pescadores citadinos-cit (n=31) e ribeirinhos-rib (n=26) da Amazônia Central...59 Figura 14 Quantidade de desova do curimatã por ano segundo os pescadores da região amazônica central...62 Figura 15 Alimentação do curimatã segundo os pescadores citadinos (Cit.) e ribeirinhos (Rib.) da Amazônia Central durante o período de enchente (Ench) e vazante (Vaz) Figura 16 Predação do curimatã durante o período de enchente (ench) e vazante (vaz) segundo os pescadores citadinos (Cit.) e ribeirinhos (Rib.) da Amazônia Central...65 Figura 17 Comportamento migratório do curimatã durante um ciclo sazonal das águas segundo os pescadores citadinos (acima) e ribeirinhos (abaixo) da Amazônia Central...66 Figura 18 Mortalidade do curimatã segundo os pescadores citadinos (Cit) e ribeirinhos (Rib) da Amazônia Central...68 Figura 19 Tipos de desova do jaraqui segundo os pescadores da região da Amazônia Central...71 Figura 20 Alimentação do jaraqui durante o período de enchente e vazante segundo os pescadores citadinos (Cit) e ribeirinhos (Rib) da Amazônia Central Figura 21 Predação do jaraqui segundo os pescadores citadinos (Cit) e ribeirinhos (Rib) durante o período de enchente (ench) e vazante (vaz) na Amazônia Central...74 Figura 22 Comportamento migratório do jaraqui durante um ciclo sazonal segundo os pescadores citadinos (Cit) ribeirinhos (Rib) da Amazônia Central Figura 23 Mortalidade do jaraqui durante as fases larval, juvenil e adulta segundo os pescadores citadinos (Cit) e ribeirinhos (Rib) da Amazônia Central Figura 24 Alimentação do tambaqui durante o período de enchente e vazante segundo os pescadores da Amazônia Central Figura 25 predação do tambaqui segundo os pescadores citadinos (Cit) e ribeirinhos (Rib) da Amazônia Central durante o período da enchente e vazante....83

12 xii Figura 26 Comportamento migratório do tambaqui durante um ciclo sazonal segundo os pescadores citadinos (acima) e ribeirinhos (abaixo) da Amazônia Central...85 Figura 27 Mortalidade do tambaqui nas fases larval, juvenil e adulta segundo os pescadores citadinos (Cit) e ribeirinhos (Rib) da Amazônia Central... 87

13 xiii LISTA DE TABELAS Tabela 1 Grau de escolaridade e função na pesca apresentados pelos pescadores citadinos e ribeirinhos na Amazônia Central Tabela 2 Principais locais de origem e de onde se criaram dos pescadores citadinos e ribeirinhos da Amazônia Central...26 Tabela 3 Tempo em que os pescadores citadinos e ribeirinhos viveram em outras cidades...27 Tabela 4 Cidades em que viveu os pescadores citadinos e ribeirinhos Tabela 5 Classes de idade que os pescadores citadinos e ribeirinhos da Amazônia Central começam a pescar e quando iniciam a pescar com fim de comercialização Tabela 6 Perfil sócio econômico dos pescadores profissionais citadinos e ribeirinhos da Amazônia Central...30 Tabela 7 - Comparação entre as informações dos pescadores da Amazônia central e da literatura sobre o comportamento reprodutivo do aruanã...35 Tabela 8 Médias de tamanho (cm) do aruanã conforme a idade (ano) segundo os pescadores citadinos e ribeirinhos da Amazônia Central Tabela 9 - Comparação entre as informações dos pescadores da Amazônia central e da literatura sobre o comportamento reprodutivo do pirarucu Tabela 10 - Comparação entre as informações dos pescadores da Amazônia central e da literatura sobre o comportamento reprodutivo do tucunaré...55 Tabela 11 Crescimento do tucunaré segundo os pescadores da Amazônia Central comparado com a literatura científica...58 Tabela 12 - Comparação entre as informações dos pescadores da Amazônia central e da literatura sobre o comportamento reprodutivo do Curimatã...63 Tabela 13 Crescimento do curimatã segundo os pescadores da Amazônia Central comparado com a literatura científica...67 Tabela 14 - Comparação entre as informações dos pescadores da Amazônia central e da literatura sobre o comportamento reprodutivo do Jaraqui...72 Tabela 15 Crescimento do jaraqui segundo os pescadores da Amazônia Central comparado com a literatura científica...77 Tabela 16 Comparação entre as informações dos pescadores da Amazônia central e da literatura sobre o comportamento reprodutivo do Tambaqui...81

14 xiv Tabela 17 - Comparação entre as informações dos pescadores da Amazônia central e da literatura sobre Crescimento do Tambaqui....86

15 xv SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA Etnoictiologia conceitos e definições A região: aspectos ecológicos A pesca Histórico Potencial pesqueiro Tipos de Pescadores Tipos de pescarias Os recursos pesqueiros amazônicos e sua dinâmica migratória OBJETIVOS METODOLOGIA Área de estudo Coleta de dados Dados primários coletados Dados secundários coletados Análise dos dados RESULTADOS E DISCUSSÃO Caracterização dos pescadores citadinos profissionais e ribeirinhos comerciais e de subsistência na Amazônia Central Experiências e relações sociais na pesca da Amazônia Central Etnoictiologia das espécies de comportamento sedentário segundo os pescadores da Amazônia Central Aruanã (Osteoglossum bicirrhosum.) Pirarucu (Arapaima gigas) Tucunaré (Cichla monoculus) Biologia e ecologia das espécies de comportamento migratório Curimatã (Prochilodus nigricans) Jaraqui (Semaprochilodus spp.) Tambaqui (Colossoma macropomum.) CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...91

16 1 1. INTRODUÇÃO Uma das principais preocupações ambientais deste novo século é a perda da biodiversidade, devido ao índice crescente de degradação ambiental produzida pelas atividades da população humana. Esta diversidade biológica vem sendo irreversivelmente diminuída através da extinção, à medida que os habitats são destruídos. A manutenção dos recursos naturais é de fundamental importância para o bem estar do ser humano, em parte, pois as espécies de plantas e animais e outros organismos oferecem às pessoas produtos importantes, inclusive alimentos, medicamentos e/ou matéria-prima às indústrias. Sem mencionar os mais diversos serviços ambientais que estes prestam a toda sociedade como todo. Com o crescimento dos centros urbanos, nos tornamos desvinculados dos ambientes naturais e de seus recursos, assim tornamo-nos mais dependentes do conhecimento daqueles que vivem em áreas naturais. Estes representam a chave para o entendimento, utilização e proteção da diversidade biológica. Segundo CORSON (1994), muitos habitantes das áreas naturais enfrentam uma crise de sobrevivência. Suas culturas, juntamente com suas tradições orais, desenvolveram-se durante séculos, mas estão desaparecendo a cada década, devido às políticas utilizadas que seguem a linha dos biocentristas ou conservacionistas, ou seja, são a favor da retirada das populações tradicionais, fundamentando-se na fragilidade dos ecossistemas e exemplos de mau uso deste patrimônio pelo homem (ADAMS, 2000). A valorização do conhecimento tradicional caracteriza-se como uma nova ordem no que se diz respeito a conservação dos recursos naturais, reconhecida pelo princípio 22 da Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, isso

17 2 se refere principalmente aos povos indígenas, habitando locais essenciais para o manejo e desenvolvimento ambiental, observando que tanto a diversidade cultural quanto a diversidade biológica são recursos naturais que merece a conservação (ZWAHLEN, 1996 apud COSTA NETO, 2001). Até então, as discussões sobre sustentabilidade e conservação dos recursos naturais excluíam as análises socioculturais que complementam a interação homem/natureza. De acordo com SACH (1995), a melhor forma de explorar os recursos naturais é aquela que usa o conhecimento tradicional. Vale ressaltar, que este conhecimento é passado ao longo das gerações através de experiências e observações do cotidiano (BEGOSSI, 1998). Na Convenção sobre Diversidade Biológica-CDB, foi definido no artigo 8 j para que as nações-membro, em conformidade com a legislação nacional, respeitem, preservem e mantenham o conhecimento, inovações e práticas das comunidades locais e populações indígenas, incentivando sua mais ampla aplicação, e encorajando a repartição justa e eqüitativa dos benefícios oriundos da utilização desses mesmos conhecimentos (DIEGUES & ARRUDA, 2001). Além disso, no Art. 10 c a Convenção determina que cada Parte Contratante deve: "...proteger e encorajar a utilização costumeira dos recursos biológicos de acordo com práticas culturais tradicionais compatíveis com as exigências de conservação ou utilização sustentável". E também "apoiar populações locais na elaboração e aplicação de medidas corretivas em áreas degradadas onde a diversidade biológica tenha sido reduzida". (Art. 10 d). Em seu Art. 17, a CDB também recomenda às Partes Contratantes que proporcionem o intercâmbio de informações sobre o conhecimento das comunidades

18 3 tradicionais, e no art. 18, determina o aperfeiçoamento de métodos de cooperação para o desenvolvimento de tecnologias, incluindo as tradicionais e as indígenas. No contexto mundial, já existem mais de 33 centros de Recursos em conhecimento tradicional em diversos países, como o Estados Unidos, Rússia, Austrália e Índia (SILLITOE, 1998). Na América Latina, RIBEIRO (1987), MORAN (1994), MARQUES (1995), POSEY (1997), ADAMS (2000), DIEGUES & ARRUDA (2001) e BEGOSSI (1998) chamam atenção para o resgate e valorização dos saberes tradicionais, com implicações nos mais variados campos da ciência e economias regionais, como também para a preservação das sociedades locais e populações indígenas. Na região amazônica, a pesca é uma das atividades mais tradicionais, que desempenha um papel importante na economia e no processo de ocupação humana na região (SANTOS & FERREIRA, 1999). Representa também um importante elemento da cultura regional (FURTADO, 1993), a qual se torna depositária de informações sobre dinâmica dos recursos e do ambiente aquático, que podem ser úteis para o desenvolvimento do manejo integrado e participativo na região. Portanto, a atividade pesqueira artesanal, requer todo um conhecimento etnoecológico que possibilita a exploração do recurso pesqueiro que garante a sua sustentabilidade. Já afirmava MARQUES (1995), que os pescadores detêm o saber e o saber fazer relacionado com a estrutura e a função do ecossistema a que estão vinculados. Nesse contexto, o presente estudo pretende dar uma contribuição a esse novo paradigma de desenvolvimento: avaliar aspectos etnoictiológicos dos pescadores profissionais citadinos e ribeirinhos de subsistência da Amazônia

19 4 Central, verificando se estes podem ser incorporados como informações úteis para implementação de futuros projetos de gestão participativa local no manejo pesqueiro da região. Esta dissertação está estruturada numa análise comparativa entre as informações dadas pelos pescadores, citadinos e ribeirinhos, colacionadas com uma compilação das informações científicas sobre a biologia e dinâmica das espécies.

20 5 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Etnoictiologia conceitos e definições A etnociência trata do estudo das percepções culturais do mundo e de como os indivíduos organizam essas percepções por meio de linguagem. Esta ciência, que parte da lingüística para estudar o conhecimento das populações humanas sobre os processos naturais, tentando descobrir a lógica subjacente ao conhecimento humano do mundo natural, as taxonomias e classificações totalizadoras, está entre os enfoques que têm contribuído para os estudos das relações entre o homem e o meio ambiente (MORAN, 1994). Segundo BEGOSSI (1998), os resultados desses estudos que envolvem o conhecimento tradicional, podem facilitar a concepção de novos modelos de sustentabilidade do uso e manejo dos recursos naturais. Internacionalmente o termo tradicional é utilizado como adjetivo, de tipo de manejo, tipo de sociedades, de forma de utilização de recursos, de território, de modo de vida, de grupos específicos e de tipo culturais. No Brasil, é empregado como referência a sociedades rústicas (VIANA, 1996). DIEGUES & ARRUDA (2001) definem conhecimento tradicional como o conjunto de saberes e saber-fazer a respeito do mundo natural e sobrenatural, transmitido oralmente, de geração em geração. Segundo BERLIN (1973) apud DIEGUES et al. (2000), há três áreas básicas de estudo na etnociência: a da classificação, que se preocupa em estudar os princípios de organização de organismos em classes; a de nomenclatura, em que são estudados os princípios lingüísticos para nomear as classes folk; a da identificação, que estuda a relação entre os caracteres dos organismos e a sua classificação.

21 6 A partir da etnociência originaram-se vários campos de domínios específicos culturais, entre estes a etnobiologia, recebendo contribuições basicamente da sociolingüística, da antropologia estrutural e da antropologia cognitiva. É a disciplina que se ocupa, essencialmente, do estudo do conhecimento e das conceituações desenvolvidas por qualquer sociedade a respeito da biologia. Segundo POSEY (1987), etnobiologia é o estudo do papel da natureza no sistema de crença e de adaptação do homem a determinados ambientes, enfatizando as categorias e conceitos cognitivos utilizados pelos povos em estudos, que, no caso, o conhecimento tradicional não se enquadra, em categorias e subdivisões precisamente definidas como as que a biologia tenta, artificialmente, organizar. Um campo relativamente novo da ciência, a etnobiologia ainda está construindo seu método e sua teoria. Ela pressupõe que cada povo possua sistema único de perceber e organizar as coisas, os eventos e os comportamentos. E este não o percebe de forma idêntica à do pesquisador, pois cada povo tem suas próprias formas de conhecimento e classificação. Ao primeiro tipo de análise se convencionou chamar de ética, ao segundo, de êmica, termos derivados de fonética e fonema (RIBEIRO, 1987). Os etnoecólogos consideram que o saber milenar conservado pelas populações tradicionais permitiu a conservação do equilíbrio ecológico em vastas regiões do mundo (RIBEIRO, 1987). A etnoecologia parte do pressuposto de que as informações que as pessoas possuem sobre seu ambiente e a maneira como pela qual elas categorizam essas informações (sobre zoneamento ecológico, distribuição dos recursos naturais, diversidade biológica, administração integrada dos reinos animal e vegetal, por exemplo) vão influenciar seu comportamento em relação ao mesmo (ADAMS, 2000).

22 7 Saberes estes, que constitui, hoje, os últimos repositórios vivos de um conhecimento acumulado durante milênios para sobrevivência humana na floresta tropical úmida, nos campos e cerrados. Parte deste saber foi herdada pelas populações rurais, caboclos, sertanejos, caipiras e caiçaras, encontrando-se em graus diversos codificados nas culturas folk (RIBEIRO, 1987). Na medida em que vai se desenvolvendo a coleta de dados e classificação na etnobiologia, vão se construindo a etnobotânica, a etnozoologia, a etnoecologia, a etnopedologia, a etnomedicina, a etnofarmacologia etc. Nesse tipo de análise vai se combinar a visão do observador estranho à cultura, refletindo a realidade percebida pelos membros de uma comunidade. O pesquisador procura inferir as categorias êmicas dos povos em estudo (POSEY, 1987). De uma forma mais específica, a etnoictologia, é o modo como o conhecimento, os usos e os significados dos peixes ocorre-nos diferentes grupos humanos, a qual é definida como estudo científico das relações entre homem com os peixes. Ela inclui-se na etnozoologia (estudo científico das relações homens e animais), que por sua vez faz parte de uma disciplina mais abrangente, a etnobiologia (COSTA NETO, 2001). Segundo MARQUES (1995), a etnoictiologia pode ser interpretada como a busca da compreensão do fenômeno da interação entre o Homem e os peixes, englobando aspectos tanto cognitivos quanto comportamentais. Vale ressaltar, que RIBEIRO (1987) recomenda para qualquer pessoa que queira fazer pesquisa etnobiológica, que considere cinco aspectos fundamentais: 1. Investigar as ciências biológicas de outras culturas, levando em conta o fato de que também nesse caso, elas se esforçam para classificar, catalogar e explicar o mundo natural;

23 8 2. Não menosprezar os informantes, já que dominam, em seus mínimos detalhes, fenômenos poucos conhecidos ou completamente ignorados para nossa ciência; 3. Deixar que os informantes sejam os guias, tanto na identificação de categorias culturais significativas, como no desenvolvimento das veredas para pesquisa de campo. 4. Tratar os informantes, que são tidos como peritos em suas próprias culturas, da mesma forma que tratamos nossos especialistas. 5. Não eliminar dados que, superficialmente, possam parecer absurdos. Eles podem conter codificações de relações evolutivas, ou de animais mitológicos, cuja função é proteger os recursos naturais e preservar o equilíbrio ecológico A região: aspectos ecológicos A região Amazônica abrange uma área de 6 milhões de km 2, 1/3 da América do sul, contém o equivalente a 20% de toda a água doce do planeta devido à presença da maior bacia hidrográfica do mundo ocupando uma área de inundação causadas pelos grandes rios e pequenos rios equivalente a km 2 (JUNK, 1983; MILLIAN & MEADE apud ISAAC & BARTHEM, 1995; HIGUCHI, 1999). Essas inundações marcam as formas de vida das populações ribeirinhas que vivem nas margens dos rios (DIEGUES, 1992). Observa-se que a água é um fator preponderante na paisagem amazônica, tanto para os grandes rios quantos pequenos rios e igarapés que contribuem para os corpos d água. Estes corpos d água não são uniformes. Os lagos existem ao lado dos grandes rios e são típicos de áreas alagáveis (várzea e igapó), enquanto nas

24 9 áreas não inundáveis (terra-firme), são mais característicos os igarapés e pequenos rios (JUNK, 1983). A Amazônia apresenta um clima quente e úmido, com alta taxa pluviométrica, de 2000 a 3000 mm/ano (SALATI et al., 1983). As chuvas começam entre novembro-dezembro na região sul de Equador e uns meses mais tarde ao norte do Equador e estendem-se por quatro e cinco meses (SALATI & MARQUES, 1984). Neste período, devido ao alto índice de pluviosidade, aumenta o nível dos rios, na região da Amazônia Central. De acordo com dados fornecidos da ANEEL (1999), a enchente costuma ocorrer nos meses de dezembro a maio, e a cheia nos meses de junho e julho. No verão, com a diminuição das chuvas, ocorre o processo inverso, ocorrendo nos meses de agosto a outubro o período da vazante, e a seca nos meses de outubro a novembro (BRAGA, 2001). Essas oscilações do nível d água dos rios variam conforme o local, sendo que o padrão geral é unimodal e a oscilação média anual é de 5 a 10m (MARLIER, 1973; IBGE 1977; HANECK, 1982 apud ISAAC & BARTHEM 1995). Além disso, há consideráveis diferenças nos corpos d água, tanto em relação à morfologia quanto nas suas propriedades física químicas, onde SIOLI (1985), propôs a seguinte tipologia: rios de água branca, água preta e água clara. Dependendo do tipo de água que inunda essas áreas, SIOLI (1985) as classifica como várzea, quando inundáveis por rios de águas brancas; e igapó, quando inundáveis por rios de águas pretas A pesca Histórico No século XVII ao XIX, no período de ocupação portuguesa, a pesca era efetivamente praticada pelos índios por processos como a tapagem de rio, a palheta,

25 10 a narcotização das águas com timbó, cururutimbó e com assacu; arpões e anzóis com ponta de osso. O produto desta atividade abastecia os aldeamentos e, mais tarde, os centros que foram se nucleando, nos quais a pesca, a lavoura e a coleta eram as bases da economia regional (FURTADO, 1993). A partir do século XX, novos instrumentos de pesca foram sendo incorporados, como a malhadeira, arrastadeira e a redinha, e os barcos pesqueiros foram sendo equipando com caixas e urnas de gelo, o que tornou secundária a prática de salgar o peixe nos mercados que passaram a manter um abastecimento regular de pescado conservando em gelo. (VERÍSSIMO, 1895; RIBEIRO & PETRERE, 1990; MESCHAT, 1958 apud BARTHEM et al., 1997). No final da década de 60, o Governo Federal programou uma política oficial voltada para estimular a pesca, a fim de torná-la uma atividade econômica mais expressiva para a Amazônia. A partir dessa intervenção federal, acelerou-se o desenvolvimento da pesca industrial na região que, através de subsídios do Estado, aumentou a sua frota e incorporou novas técnicas pesqueiras (BRITTO et al., 1975 apud BARTHEM et al., 1997). A pesca tornou-se para muitos uma atividade profissional permanente; juntamente com outros fatores, como a decadência de outros recursos tradicionais, tais como a borracha e a juta, e o grande aumento da demanda urbana de pescado, foram as causas sócio-econômicas desta transformação. Os suportes técnicos para essa mudança foram dados principalmente pela instalação de empresas frigoríficas, com a finalidade de beneficiar e estocar o pescado para o comércio nacional e internacional; e a introdução das fibras de náilon monofilamento e dos motores a diesel. Surge, desta maneira, a figura do pescador profissional itinerante, que pesca de forma permanente, em lugares distantes da sua moradia e vende o seu peixe nos

26 11 frigoríficos e nos mercados dos centros urbanos. (PENNER, 1980 apud BARTHEM et al., 1997; FURTADO, 1993). De acordo com BARTHEM et al. (1997), para categorizar a pesca na região, temos que considerar três aspectos importantes, devido à complexidade do ecossistema amazônico, que seriam o pescador, o tipo de pesca e os estoques pesqueiros Potencial pesqueiro A pesca é uma das atividades extrativistas mais tradicionais e importantes da região (ISAAC & BARTHEM, 1995). O peixe representa a principal fonte de proteína na alimentação das populações ribeirinhas locais. A média do consumo anual de pescado na Amazônia foi estimada em cerca de toneladas (MERONA, 1993), e o consumo per capita de pescado nas cidades de Manaus e Itacoatiara foi estimado entre 100 e 200 g/dia (SHRIMPTON & GIUGLIANO, 1979; SMITH, 1979; AMOROSO, 1981). Segundo PETRERE et al. (1997) o potencial pesqueiro da Bacia Amazônica equivale a algo entre 425 e 1500 toneladas/ano, gerando cerca de 70 mil empregos diretos, além de movimentar anualmente cerca de US$ 200 milhões (BARTHEM et al., 1992; PETRERE, 1992; PARENTE, 1996; BATISTA, 1998; ALMEIDA et al., 2001). Na região Amazônica, o desembarque foi estimado de ton. em 1980, com produtividade média de 11kg/ano e ton. em 1985 a 1989, representando a metade da produção pesqueira comercial das águas interiores do Brasil (PARENTE, 1996). As pescarias exploram uma alta diversidade de espécies, de médio e grande porte, com predominância de espécies migradoras como o tambaqui Colossoma

27 12 macropomum, o jaraqui Semaprochilodus spp., a curimatã Prochilodus nigricans, a matrinxã Brycon sp., a piramutaba Brachyplatystoma vaillantii, a dourada B. flavicans, o surubim Pseudoplatystoma fasciatum e a piraíba B. filamentosum (FREITAS, 2003) Tipos de Pescadores Os pescadores podem ser basicamente classificados em cinco categorias: 1. Citadino: é aquele que vive em cidade e já perdeu sua ligação com a terra; são incluídos os pescadores que trabalhavam nas frotas pesqueiras de Manaus, e Belém, da pesca industrial do estuário e de várias outras que abastecem os principais centros urbanos da região Amazônica (FURTADO, 1993); 2. Interiorano: vive na zona rural e tem alguma relação com a terra; a pesca é renda parcial de sua atividade, podendo ser principal ou complementar de outras atividades relacionadas ao campo; 3. Indígena: é semelhante ao pescador interiorano, apresenta fortes laços com a terra e pesca basicamente para subsistência, podendo comercializar o excedente: difere do anterior, devido à forma de distribuição dos bens sólidos pela pesca, que é estabelecida pela cultura da sociedade local; 4. Esportivo: apresenta fortes ligações com a cidade, investe na pesca sem nenhum interesse com o retorno econômico, e sua presença nas áreas de pesca depende da infra-estrutura turística da região; 5. Ornamental: também está mais relacionado com a cidade ou, mais especificamente, com o mercado de exportação de peixes ornamentais.

28 13 Destes, somente os três primeiros têm importância para a pesca que abastece a população local, e os demais como atividades econômicas consideradas ainda subexploradas (PETRERE, 1992; BARTHEM, et al., 1997; BATISTA, 1998) Tipos de pescarias A pescaria é classificada de acordo com a combinação dos fatores: dimensão do barco e tipo de aparelho de pesca. Em relação aos barcos, existem duas categorias bem distintas que atuam na região amazônica: a frota industrial e a artesanal (comercial e de subsistência) (PETRERE Jr, 1992; BARTHEM et al., 1997) Pescaria Industrial Os barcos possuem cascos de aço, comprimento variado de 17 a 27m, tonelagem líquida entre 10 e 105 t e potência de motor entre 165 e 565 hp; a tripulação é composta em média por 7 homens, e a pesca é feita de arrasto de parelha sem portas, utilizando redes do tipo portuguesa ou norueguesa (BHARTEM & PETRERE Jr, 1995). Essas frotas são controladas pelas indústrias que processam, estocam e exportam o pescado. Esse tipo de pescaria só ocorre na região de estuário, na pesca da piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii), da dourada (Brachyplatystoma flavicans), e de camarões (Pennacidae) Pesca Artesanal É toda aquela que não é classificada como pesca industrial. Apresentam características bastante diversificadas, tanto em relação aos habitas onde atuam, quanto aos estoques que exploram. Podem ser de caráter comercial ou de subsistência.

29 Pesca Artesanal Comercial Apresenta características sazonais, necessita dos pescadores a dedicação quase ou totalmente exclusiva e cuja produção destina-se, em grande parte, à comercialização nos grandes mercados regionais. Geralmente, apresenta uma embarcação principal, conhecida como geleira que recebe a produção dos pescadores embarcados de pequenas canoas. As geleiras possuem urnas com gelo para a conservação do pescado (ISAAC & BARTHEM, 1995). Apresenta características da pesca de subsistência: como por exemplo, uso de vários utensílios de pesca, baixa tecnologia envolvida e a elevada dependência do conhecimento tradicional empírico para detecção dos cardumes e/ou determinação dos pesqueiros (FREITAS, 2003). Os encarregados destas embarcações podem comprar o pescado dos pescadores locais ou mesmo conduzir pescadores de outras regiões, que são contratados e suas canoas rebocadas para as áreas de pescas. Atualmente, os barcos da frota de Manaus realizam viagens de pesca à distância máxima de até 3700 km para realizar pescarias nos trechos superiores dos rios Juruá, Japurá e Javari (BARTHEM et al., 1997; ISAAC & BARTHEM, 1995). Estima-se que no Amazonas existem aproximadamente pessoas vivendo exclusivamente da pesca. (ISAAC & BARTHEM, 1995; FALABELLA, 1994; BATISTA, 1998) Pesca Artesanal de Subsistência Segundo MUTH (1996), o termo subsistência em pesca pode ser empregado para caracterizar o uso tradicional e cotidiano de recursos pesqueiros por formações sociais dependentes do recurso, incluindo a sobrevivência física, manutenção de culturas tradicionais e a própria persistência das estruturas sociais.

30 15 É considerada uma atividade tradicional, permanente e complementar a outras atividades econômicas, cuja produção dedica-se quase exclusivamente ao consumo próprio ou de parentes e amigos, mas às vezes o excedente é vendido na vila mais próxima ou salgado para posterior utilização. O pescado é utilizado imediatamente após a capturar, sem sofrer o beneficiamento com gelo (BARTHEM et al., 1997). Esta pescaria é executada com uma grande variedade de apetrechos e por uma substancial multiespecificidade (BATISTA et al, 1998; 2000; FREITAS & BATISTA, 1999). Ainda que a pesca seja eminentemente masculina, nas comunidades de ribeirinhos da Amazônia Central a pesca é desenvolvida com elevada participação de mulheres, além de parte das crianças com idade suficiente para praticar a atividade (FREITAS & BATISTA, 1999). Segundo FREITAS et al. (2002), existe uma profunda interação entre os ribeirinhos, o ambiente e a biota, assegurando um elevado conhecimento empírico que se traduz no uso de estratégias de pesca adequadas ao ambiente e à espécie de exploração. Baseado em extrapolações com consumo médio per capita e da densidade demográfica na bacia, estima-se que esta pesca é responsável por cerca de 70% da captura total, correspondendo a toneladas, usando dados de 1980 (BAYLEY & PETRERE Jr., 1989). Este tipo de pesca é de fundamental importância no contexto social da região, pois se destina ao suprimento alimentar da camada mais carente da população e quem tem no peixe a única fonte de proteína (SANTOS & FERREIRA, 1999; FALABELLA, 1994; BATISTA, 1998).

31 Os recursos pesqueiros amazônicos e sua dinâmica migratória A diversidade da ictiofauna da região acompanha também sua extensão, ainda é desconhecida, sendo esta responsável pelo grande número de espécies da região neotropical, que pode alcançar espécies (VARI & MALABARBA et al., 1998). A fauna de peixes conhecida é formada praticamente por um único grupo taxonômico: cerca de 85% das espécies pertencem a Superordem Ostariophysi, sendo que 43% são Characiformes, 39% são Siluriformes (bagres e peixes liso) e 3% Gymnotiformes (peixes elétricos). As demais espécies pertencem a outras 14 famílias (LOWE-McCONNELL, 1999). Tendo como base a sazonalidade e ecologia das espécies alvo, podem-se categorizar os peixes conforme os hábitos que estes apresentam sob o ponto de vista da pesca, no caso, o comportamento migratório das espécies. Existem as espécies que realizam migrações extensas, percorrendo trechos da calha do rio e que possuem fortes ligações com o estuário. Como exemplos, temos as espécies que pertencem à ordem dos Siluriformes, e as mais conhecidas são do gênero Brachyplatystoma, como a piramutaba e a dourada (BARTHEM & GOULDING, 1999). As espécies que realizam migrações moderadas são aquelas que utilizam a calha do rio para se deslocar rio acima, de uma várzea ou afluente para outra várzea ou afluente. As espécies que geralmente realizam esse tipo de migração pertencem à ordem Characiformes, como tambaqui (Colossoma macropomum), o pacu (Mylossoma spp.), jaraqui (Semaprochilodus spp.), curimatã (Prochilodus nigricans), entre outras.

32 17 As espécies que não realizam migrações para completar o seu ciclo biológico são aquelas tipicamente de ambientes lênticos, como por exemplo, os que pertencem às famílias Arapaimidae e Osteoglossidadae (pirarucu e aruanã), Cichlidae (tucunaré e acarás em geral) e Sciaenidae (pescadas em geral), entre outras. RUFFINO & ISAAC (2000) observaram que as espécies migradoras são fortemente influenciadas pelas condições das flutuações do nível das águas. Segundo ISAAC & BARTHEM (1995), no período da enchente, a maioria das espécies se deslocam para as regiões de savanas e florestas recentementes alagadas, onde encontram renovadas fontes de alimento aquático ou acesso a frutos, sementes, artrópodes e outros itens de origem terrestre, assim como refúgio e proteção contra predadores. Estes movimentos realizados para a floresta inundada, principalmente pelos Characiformes logo depois de ter descido de seus afluentes para desova, também foram observados no Rio Madeira por GOULDING (1979). As espécies que pertencem aos grupos dos Characiformes, segundo BATISTA (1998), além de serem o principal grupo da região, são também o que fornece a maior parte do pescado disponível para o consumo de Manaus, como também para as comunidades ribeirinhas, como as das famílias Prochilodontidae e Curimatidae. As espécies que serão avaliadas nessa dissertação são algumas das mais importantes nos desembarques em Manaus e em cidades do interior do estado (BATISTA, 1998), assim como para a alimentação dos ribeirinhos (CERDEIRA, 1997; BATISTA et al., 1998). Foram consideradas espécies de comportamento migratório, como a curimatã (Prochilodus nigricans Spix & Agassiz, 1829), o jaraqui (Semaprochilodus insignis Jardine & Schomburgk, 1841, Semaprochilodus taeniurus

33 18 Valenciennes, 1817) e o tambaqui (Colossoma macropomum Cuvier 1818); bem como as que não migram para completar o seu ciclo biológico como o pirarucu (Arapaima gigas Cuvier, 1829), o tucunaré (Cichla monoculus Spix & Agassiz, 1831) e o aruanã (Osteoglossum bicirrhosum Vandelli 1829.).

34 19 3. OBJETIVOS O objetivo geral desta pesquisa é determinar a compatibilidade do etnoconhecimento de pescadores profissionais e ribeirinhos com o conhecimento científico já estabelecido para subsidiar ao manejo local de recursos pesqueiros. Os objetivos específicos são: 1. Compilar a informação publicadas na literatura científica e em literatura cinza sobre a dinâmica populacional de 3 espécies sedentárias (tucunaré-comum, Cichla temensis; Aruanã, Osteoglossum bicurhosum e Pirarucu, Arapaima gigas) e 3 espécies migrantes (Tambaqui, Colossoma macropomum; Curimatã, Prochilodus nigricans; Jaraqui, Semaprochilodus spp.) de importância comercial na Amazônia Central; 2. Determinar o conhecimento de pescadores profissionais sobre a dinâmica populacional de 3 espécies sedentárias e 3 espécies migrantes de peixes de importância comercial na Amazônia Central; 3. Determinar o conhecimento de pescadores de subsistência sobre a dinâmica populacional de 3 espécies sedentárias e 3 espécies migrantes de peixes de importância comercial na Amazônia Central; 4. Avaliar comparativamente o conhecimento etnoecológico de ambos tipos de pescadores com as informações científicas sobre a dinâmica de populações das espécies. Para isto serão testadas as seguintes hipóteses: i. Pescadores comerciais possuem informações igualmente precisas e abrangentes em relação aos saberes dos pescadores de subsistência sobre a dinâmica dos recursos pesqueiros.

35 20 ii. O saber ictiológico de pescadores citadinos comerciais e de subsistência apresenta similaridade suficiente com o saber científico já acumulado, permitindo sua utilização no monitoramento e ordenamento pesqueiro e viabilizando o manejo participativo da pesca.

36 21 4. METODOLOGIA 4.1. Área de estudo As entrevistas semi-estruturadas foram realizadas na Balsa de desembarque de pescado em Manaus AM e nas áreas rurais do município de Manacapuru AM. Figura 1 Mapa esquemático da divisão municipal do estado do Amazonas, com indicação dos municípios onde ocorreu a coleta de dados, Manaus e Manacapuru Coleta de dados Dados primários coletados Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os pescadores profissionais citadinos 1 no Porto de Desembarque Pesqueiro (Balsa Manaus Moderna) em Manaus, e com os pescadores ribeirinhos 2 comerciais e de 1 Pescador citadino é aquele que vive em cidades e já perdeu sua ligação com a terra (Furtado 1993). 2 Pescador ribeirinho aqui foi chamado o pescador interiorano que vive na zona rural e tem alguma relação com a terra, onde a pesca é renda parcial de sua atividade, podendo ser principal ou complementar de outras atividades relacionadas ao campo.

37 22 subsistência das áreas rurais de Manacapuru, durante o período de julho a dezembro do ano de As entrevistas foram realizadas de modo individual, contendo perguntas chaves e também de questões abertas, as quais incluíam 45 tópicos, abordando primeiramente os aspectos pessoais, experiências e relações sociais na pesca do pescador entrevistado e, posteriormente os aspectos biológicos e ecológicos (reprodução, alimentação, predação, crescimento, migração, mortalidade, e recrutamento) de espécies de peixes sedentárias: aruanã, pirarucu e tucunaré; e migradoras: curimatã, jaraqui e tambaqui. Os entrevistados foram selecionados aleatoriamente, dependendo da disponibilidade e da boa vontade a responder às questões. Por se tratar de um estudo de etnoconhecimento, as expressões e palavras nativas foram mantidas a fim de garantir maior confiança entre as partes. As entrevistas tiveram duração de 40 minutos a cerca de 2 horas. Foram todas registradas por escrito, e logo em seguida inseridas num banco de dados, onde foram posteriormente efetuadas as consultas e análises Dados secundários coletados Foi efetuado um levantamento de dados científicos sobre biologia e ecologia das espécies, por meio de revisão bibliográfica que incluiu teses, monografias, artigos científicos e livros especializados Análise dos dados Foi realizada uma análise comparativa dos dados científicos com o conhecimento popular dos pescadores ribeirinhos e dos pescadores citadinos

38 23 profissionais, e entre estes dois últimos, utilizando estatística descritiva. Os testes de hipótese foram efetuados após avaliação da normalidade por Kolmogorov-Smirnov e da homocedasticidade das variâncias por Bartlett (LEVINE et. al.,2000). Para analisar as diferenças entre as respostas dos pescadores citadinos e dos ribeirinhos, foram efetuados teste Z (Equação 1), e teste t (Equação 2) que se baseia na diferença entre as duas proporções de amostras. A hipótese nula indica sempre que as duas amostras das populações são iguais (LEVINE et. al.,2000). Equação 1 Teste Z Z ( ps 1 ps2) ( p1 p2) com 1 1 Pm (1 Pm )( ) n n 1 2 P m X n 1 1 X n 2 2 P s X n Onde: p = proporção total da amostra (1 e 2) p s = proporção da amostra obtidas na população (1 e 2) X = número total da amostra (1 e 2) n = tamanho da amostra extraída (1 e 2) P m = estimativa agrupada da proporção da população (1 e 2) Equação 2 Teste t Onde: t ( Xm 1 Xm ) ( ) S 2 p 2 1 ( n ) n 2 2 com S 2 p (n1-1)s1 (n (n -1) (n ) S -1) 2 2 S 2 p = variância combinada X m = média aritmética da amostra tirada da população (1 e 2) S 2 = variância da amostra tirada da população (1 e 2) n = tamanho da amostra extraída da população (1 e 2) µ = média aritmética da população (1 e 2).

39 24 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. Caracterização dos pescadores citadinos profissionais e ribeirinhos comerciais e de subsistência na Amazônia Central O número total de entrevistados foi de 57 pescadores. Todos os entrevistados são do sexo masculino. Destes, os que foram entrevistados no porto de desembarque de Manaus, aqui chamados de pescadores citadinos (n= 31), cerca de 60% têm o Ensino fundamental; e os pescadores entrevistados na região rural de Manacapuru, aqui chamados de pescadores ribeirinhos (n= 26), cerca de 70% apresentam o Ensino fundamental (Tabela 1). Cerca 56% dos pescadores citadinos ocupavam a função de pescador no barco de pesca, enquanto que o restante ocupava outras funções como encarregado, dono do barco e outros. Dos pescadores ribeirinhos, 46% pescavam apenas para subsistência, e 53% pescavam para subsistência e também comercializavam o seu pescado. Esses dados confirmam que a atividade pesqueira tem grande importância para as populações ribeirinhas (ALMEIDA et al, 2001; CERDEIRA et al. 1997).

40 25 Tabela 1 Grau de escolaridade e função na pesca apresentados pelos pescadores citadinos e ribeirinhos na Amazônia Central. CARACTERÍSTICA ESTUDADA PESCADOR CITADINO PESCADOR RIBEIRINHO N % N % ESCOLARIDADE Ens. Fund. Incompleto 19 61, ,1 Analfabeto 4 12,9 6 23,1 Ens. Fund. Completo 3 9,7 1 3,8 Ens. Médio Completo 3 9,7 0 0 Ens. Médio Incompleto 1 3,2 0 0 Superior Completo 1 3,2 0 0 TOTAL Função na Pesca Pescador 18 56, ,2 Pescador de subsistência ,2 Encarregado ,8 Outros 5 18,7 1 3,8 TOTAL Dos pescadores citadinos, cerca de 50% são de origem do médio Solimões, 26% do município de Coari, 23% do Purus, e os outros 30% nasceram no Careiro (alto Amazonas), Manacapuru e Codajás (baixo Solimões). Os principais locais nos quais passaram a maior parte de suas vidas foram Purus (23%), Coari (20%), Manacapuru (16%), Manaus (10%) e Codajás (10%). Dos pescadores ribeirinhos cerca de 50% são originários da região de Manacapuru e os outros 25% são dos municípios de Coari, Careiro, Manaus e Manaquiri. Destes últimos, cerca de 50% criaram-se em Manacapuru. E os outros locais de criação destes pescadores ocorreram com maiores freqüências em Puraquequara, área rural de Manaus (12%), Coari (8%) e na cidade de Manaus (8%). (Tabela 2).

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