Percepção das Meninas do Ensino Médio sobre o Curso de Computação no Distrito Federal do Brasil

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1 IEEE TRANSACTIONS ON JOURNAL NAME, MANUSCRIPT ID 1 Percepção das Meninas do Ensino Médio sobre o Curso de Computação no Distrito Federal do Brasil Maristela Holanda, Guilherme Ramos, Roberto Mourão, Aletéia Araújo, Maria Emilia Walter Abstract The field Computer Science has been of little interest for girls entering undergraduate courses in Brazil. In the University of Brasília s Computer Science Department, in the country s capital, female students compose less than 1% of the student body. To try to understand the girls lack of interest in computer related courses, this article analises the data from a poll done with high school girls in Brazil s Distrito Federal from 211 to 214. Resumo A área de Computação ao longo dos últimos anos no Brasil é de pouco interesse pelas meninas que entram no ensino superior. Especificamente, na capital do Brasil, Distrito Federal, o índice de alunas que ingressam nos cursos do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília é menos de 1%. Para tentar entender a desmotivação das meninas para os cursos de computação, este artigo apresenta um estudo, baseado na técnica de análise dos dados, de uma pesquisa realizada entre 211 e 214, com alunas do ensino médio do Distrito Federal no Brasil sobre a área de Computação. Index Terms Girls in Brazil, Computer Science, High School Girls. 1 INTRODUÇÃO A entrada de alunas nos cursos de Computação no Brasil é pequena em relação aos meninos. Especificamente no Distrito Federal, na Universidade de Brasília, que atualmente tem aproximadamente 3. alunos em cursos de graduação, a realidade é que nos últimos 1 anos, segundo Holanda et al. em [2] a média de entrade de alunas nos cursos de computação é de apenas 1%. Além disso, como apresentado por Maia em [4], o Brasil teve em média apenas 17% de concluintes do sexo feminino em diferentes cursos de Computação nos anos de 2 a 213. A pesquisa realizada envolveu os cursos de Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Sistema de Informação, dentre outros. No Brasil, desde 27 o Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC) realiza o Workshop Women in Information and Technology (WIT) com objetivo de discutir o tema da baixa inserção das mulheres na área de Computação. Além disso, órgãos do governo do Brasil, como o u F.A. Author is with the National Institute of Standards and Technology, Boulder, CO author@ boulder.nist.gov. S.B. Author Jr. is with the Department of Physics, Colorado State University, Fort Collins, CO author@colostate.edu. T.C. Author is with the Electrical Engineering Department, University of Colorado, Boulder, CO 839. On leave from the National Research Institute for Metals, Tsukuba, Japan author@nrim.go.jp. ***Please provide a complete mailing address for each author, as this is the address the 1 complimentary reprints of your paper will be sent Please note that all acknowledgments should be placed at the end of the paper, before the bibliography (note that corresponding authorship is not noted in affiliation box, but in acknowledgment section). Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), lançaram editais de projeto de pesquisa específico para a formação de meninas em cursos de Exatas e Computação [8]. E a iniciativa privada, como o Instituto Unibanco, lançou em 215 o Edital Gestão Escolar para Equidade: Elas nas Exatas com o objetivo de reduzir o impacto da desigualdade de gênero nas extas [19]. Nesse contexto, no ano de 21 começou no Departamento de Ciência da Computação da UnB o projeto Meninas.comp: Computação também é coisa de Menina! [2], com o objetivo de apresentar a área de computação para alunas do ensino médio. O projeto tem como principais atividades: fornecer informações de qualidade sobre a atuação profissional da Computação para alunas do ensino médio/técnico; incentivar a reflexão sobre a pouca atuação da mulher nessas áreas de computação; obter dados sobre o processo de escolha profissional das jovens do ensino médio; e promover a experimentação com atividades lúdicas em Computação, apresentando sua relação com as atividades a serem desenvolvidas por profissionais destas áreas. Especificamente sobre a atividade de coletar informações relacionadas a percepção das alunas do ensino médio sobre os cursos de computação, o projeto Meninas.comp elaborou um questionário, composto por 14 itens de múltipla escolha, e no período de 211 a 214 passou esse questionário para as alunas do ensino fundamental e médio das escolas do Distrito Federal de Brasília. Assim sendo, o objetivo deste artigo é apresentar uma análise dos dados cole- 46JAIIO - LAWCC - ISSN: Página 53 tados a partir dessa pesquisa com as alunas do ensino méxxxx-xxxx/x/$xx. 2x IEEE Published by the IEEE Computer Society

2 2 IEEE TRANSACTIONS ON JOURNAL NAME, MANUSCRIPT ID dio. Para mostrar essa análise, este trabalho é composto das seguintes seções. A Seção II apresenta dados relacionados com a presença feminina nos Cursos da Computação da Universidade de Brasília no Distrito Federal. Na Seção III a pesquisa é apresentada. Na Seção IV a metodologia utilizada para a análise dos dados é detalhada. Na Seção V os resultados da pesquisa são descritos. Por fim, na Seção VI as conclusões e alguns trabalhos futuros são destacados. 2 MULHERES EM CURSOS DE COMPUTAÇÃO Para mostrar um panorama sobre a realidade do gênero feminino, esta seção foi dividida em duas partes. A primeira apresenta os estudos sobre a inserção feminina nos cursos de computação no Mundo e no Brasil. A segunda parte apresenta o estudo realizado apenas no Departamento de Computação da Universidade de Brasília Visão Geral sobre as Mulheres na Computação 4 É possível encontrar diferentes estudos na literatura que 2 abordam o tema de gênero em Computação, alguns desses trabalhos são apresentados a seguir Jane et al. em [9] e Cheryan em [11] apresentam um estudo sobre a questão do estereótipo em cursos de Com- Fig. 1. Ingressos no Curso de Ciência da Computação. Masculino Feminino putação, e mostram que nos Estados Unidos têm um número muito maior de homens em comparação com o Ingressantes em Licenciatura de mulheres na tecnologia. Putnik et al. em [1] apresentam dados da região da Iugoslávia comparando in formações do sexo masculino e feminino, com o número 8 menor de participantes do sexo feminino. Em [12] tem-se que em cursos de Bacharelado em 6 Computação nos Estados Unidos, em 1984 a taxa de formandos do sexo feminino era de quase 4% e isso tem 4 2 diminuido ano após ano, chegando em 26 com apenas 2%. Vivian Anette em [13] apresenta que a Ciência da Computação é comumente vista como uma ciência tecnológica que tem excluído as mulheres. Masculino Feminino Em [14] tem-se que no relatório da Computing Research Fig. 2. Ingressos no Curso de Licenciatura em Computação. Association in North America dados que em 213 e 214, Ingressantes em Engenharia de Computação nos Estados Unidos apenas 14,7% dos formandos em 9 Ciência da Computação eram do sexo feminino. 8 No Brasil, a realidade é semelhante, em [4] um estudo 7 6 sobre a participação feminina nos cursos superiores brasileiros do campo da computação, a partir de dados do 5 4 Censo de Ensino Superior, realizado pelo Ministério da 3 Educação e Cultura (MEC), entre os anos de 2 e 213, é 2 apresentado. Duas questões importantes: primeira, nesse 1 período, enquanto o número de concluintes do sexo masculino cresceu 98%, o feminino decresceu 8%; e a porcent Masculino Feminimo agem máxima de graduandas nos cursos de computação Fig. 3. Ingressos no Curso de Engenharia da Computação. nesse período no Brasil, em diferentes cursos de Computação, tais como Sistema de Informação, Ciência da Com base nas estatísticas de ingresso apresentadas, nas Computação, Engenharia da Computação entre outros, Figuras 1, 2 e 3, pode-se verificar que o número de ingressantes mulheres nos cursos de Computação da UnB é de foi de apenas 2%. 2.2 Mulheres nos Cursos de Computação na UnB fato muito pequeno. Uma observação importante é que, nos primeiros anos de implantação do curso de Ciência O Departamento de Ciência de Computação 46JAIIO da Universidade de Brasília (UnB) tem três cursos de graduação na - LAWCC - ISSN: Página 54 da Computação (Fig. 1), a quantidade de ingressantes do sexo masculino e feminino era mais próxima, em 1993 área de Computação: Bacharelado em Ciência da Compu- foram 1 meninas e 2 meninos no Curso Bacharelado em tação, Licenciatura em Computação e Engenharia da Computação. Assim, diante da redução da participação das meninas nos cursos da área de Computação no Brasil, fez-se um estudo com dados de ingressantes do curso de Bacharelado em Ciência da Computação da UnB (Fig. 1), a partir de 1983, ano em que esse curso foi criado. A Fig. 2 apresenta os dados do curso de Licenciatura em Computação, começando em 1997, o ano de criação do curso. Por fim, tem-se a Fig. 3 com os dados do curso de Engenharia da Computação, a partir do seu ano de criação, 28. Os dados analisados foram extraídos do Sistema de Informação Acadêmica de Graduação (SIGRA), da UnB, que contém informações detalhadas de estudantes de graduação da UnB Ingressantes em Ciência da Computação

3 AUTHOR ET AL.: TITLE 3 Ciência da Computação, o que demonstra que 33% dos ingressantes era do sexo feminino. Em 213, entraram apenas 6 meninas e 89 meninos, isto é, apenas 6% dos ingressantes foram do sexo feminino no curso de Bacharelado em Ciência da Computacão da UnB. Com esses dados é possível perceber que ao longo dos anos, a diferença entre a entrada de alunos do sexo feminino e masculine tem aumentado nos cursos de Computação da UnB. 2 PESQUISA Como apresentado anteriormente, a entrada de alunas em cursos da Computação está diminuindo a cada ano. E um dos grandes desafios é descobrir o motivo que leva as meninas a não escolherem o curso de Computação. Isso é importante para a criação de políticas públicas que motive as alunas a fazerem cursos de Computação. Contudo, há algumas questões definidas na literatura, como a questão dos estereótipos, onde as meninas acreditam que computação é coisa de menino. Porém, pretende-se com a pesquisa entender qual a percepção das meninas no ensino médio em relação à área de Computação no Distrito Federal no Brasil. Apesar dos vários projetos com a temática de Mulheres na Computação no Brasil, ainda existe uma carência sobre dados da percepção das meninas do ensino médio nos cursos de Computação. Acredita-se que ao se conhecer a visão das alunas do ensino médio, será possível criar políticas com o objetivo de aumentar a participação feminina nos cursos de Computação. 2.2 Dados da Pesquisa Os dados das pesquisas são disponibilizados em planilhas, seguindo uma ordem de leitura e codificação especificada pela equipe do CESPE/UnB. O primeiro passo da análise foi um entendimento das respostas a partir do formulário aplicado. Após o recebimento dos dados, foram analisados questionários respondidos em 211, 944 em 212, 517 em 213 e 425 em 214, totalizando uma massa de dados com 3.77 questionários respondidos. 2.1 Aplicação da Pesquisa Durante os anos de 211 a 214, no evento Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Ministério de Ciência e Tecnologia do Brasil, realizadas no Distrito Federal, foram aplicados os questionários desta pesquisa. Durante a SNCT escolas públicas e privadas levam seus alunos para visitar a feira de ciências da SNCT. Neste período, o questionário foi aplicado apenas com as alunas do ensino médio. O questionário com 14 questões, apresentado na Fig. 4, foi elaborado por membros do projeto Meninas.comp com o apoio do Departamento de Estatística da Universidade de Brasília. Ele continha questões de identificação como: sexo; série escolar; qual área de estudos pretende prestar vestibular (Exatas, Biológicas ou Humanas); se está pensando em fazer um curso superior para Computação; questões gerais de percepção sobre computação, tais como: locais que usa o computador, atividades realizadas no computador; e questões específicas, para respostas sim, não ou talvez, tais como trabalhar em computação dá prestígio?, Quem trabalha em computação ganha bem?, entre outras. Os questionários foram impressos pelocentro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE), e após aplicados pelos membros do projeto Meninas.comp na SCNT, o próprio CESPE fez a leitura e o processamento dos dados das respostas das participantes da pesquisa. Fig. 4. Questionário de Pesquisa. Após o recebimento das 4 planilhas, uma para cada ano, foi necessária a reorganização das colunas com o objetivo de facilitar a análise dos dados. A organização das respostas dos questionários foi tabulada, dando origem a uma única tabela composta pelos seguintes atributos: Atuacao.Outras.Areas, Boa.Remuneracao, Cria.Programas.Computador, Da.Prestigio, Desenvolve.Paginas.Web, Dificuldade.Emprego, Familia.Gostaria.Computacao, Fara.Curso.Superior, Maioria.Homens, Pouca.Matematica, Pouco.Lazer, Precisa.Curso.Superior, Precisa.Saber.Usar.Computador, Somente.Ensina.Software, Usa.Banco.Dados, Usa.Computador.Biblioteca, Usa.Computador.Casa.Amigos, Usa.Computador.Casa.Parentes, Usa.Computador.Centro.Inclusao.Digital, Usa.Computador.Escola, Usa.Computador.Lan.House, Usa.Computador.Propria.Casa, Usa.Computador.Trabalho, Usa.Criatividade, Usa.Editor.Imagem,.Usa.Editor.Texto, Usa. , Usa.Internet, Usa.Redes.Sociais, Usa.Outros.Softwares e Usa.Planilha.Eletrônica. 46JAIIO - LAWCC - ISSN: Página 55

4 4 IEEE TRANSACTIONS ON JOURNAL NAME, MANUSCRIPT ID Em seguida, foi realizada uma limpeza nos dados para que os mesmos pudessem ser processados. Assim, dos 3.77 questionários, foram removidos alguns que identificam alunas do ensino superior, do sexo masculino, e também os questionários que não haviam resposta para a pergunta chave da pesquisa que é: a aluna tem interesse em fazer curso de Computação?. Após esta etapa, restaram questionários para a análise. 3 ANÁLISE DOS DADOS Esta seção apresenta os resultados da pesquisa. A análise realizada utilizou o software de estatística R. Inicialmente, são apresentados dados gerais da pesquisa e, em seguida, os dados específicos das alunas que tem interesse em computação. observado na Fig. 7, no ano de 211, houve um número grande de meninas respondendo sim. Todavia, é importante ressaltar que o ano de 211 foi diferente dos anteriores, pois foram coletadas informações com alunas do ensino fundamental (da quinta à oitava series, 4 anos de ensino fundamental), e de 3 anos do ensino médio, totalizando, assim, 7 anos antes da entrada na universidade. Nos anos seguintes, com foco apenas nas meninas que já estavam próximas a decisão de seus cursos, decidiu-se coletar informação apenas das alunas que estavam, no máximo, há 4 anos de terem que optar pelo curso que desejariam fazer na universidade. 3.1 Dados Gerais da Pesquisa A Fig. 5 apresenta a distribuição dos dados da pesquisa por nível escolar, ensino fundamental, primeiro ano do ensino médio, segundo ano do ensino médio e o terceiro ano do ensino médio. Fig. 7. Resultado à Pergunta Você está pensando em fazer um curso superior para Computação?. Fig. 5. Respostas por Nível Escolar. A primeira análise realizada foi em relação à questão Para qual área você pretende fazer um curso superior?. Como apresentado na Fig. 6, a área de Ciências Exatas é a de menor interesse, quando comparada às áreas de Saúde e Ciências Humanas. 3.2 Dados com as Alunas que tem Interesse em Computação Para um melhor entendimento do perfil das alunas que têm interesse em Ciência da Computação, esta seção apresenta os resultados das respostas a diferentes perguntas do questionário de pesquisa, em relação à variável interesse em computação (). A Fig. 8 apresenta o resultado da pergunta do interesse em cursar computação por nível escolar (Serie). Nesse item houve duas observações interessantes: i) o Terceiro Ano teve o menor índice de resposta sim; ii) o ensino fundamental teve o maior número de resposta Serie Ensino Fundamental Primeiro Ano Segundo Ano Terceiro Ano Fig. 6. Resultado à Pergunta Área de Interesse para Curso Superior. Fig. 8. Resultado à Pergunta Interesse em fazer Computação por Nível Escolar. 46JAIIO - LAWCC - ISSN: A primeira - questão Página 56 A maioria dos alunos de computação é do sexo masculino?, tem a síntese das respos- Com a pergunta Você está pensando em fazer um curso superior para computação?, conforme pode ser tas mostrada na Fig. 9. Como pode ser observado, a ma-

5 AUTHOR ET AL.: TITLE 5 ioria das meninas tem a percepção de que o curso tem mais meninos que meninas, independentemente do seu interesse ou não na área de Ciência da Computação. Entre as meninas com interesse em fazer Ciência da Computação (Fara.Computação= ), a diferença entre a resposta de ter mais meninos (Maioria.Homens=) com a resposta não ter mais meninos (Maioria.Homens = Não) foi a menor entre os grupos de meninas que não têm interesse em computação, ou estão em dúvida (= Não sei ainda). maior número de votos em todos os grupos analisados. A próxima questão Quem trabalha com computação tem pouco tempo para lazer?. Como pode ser observado na Fig. 12 a maioria das meninas repondeu não para essa questão (Pouco.Lazer =Não). Um fato interessante a ser notado é que o grupo das meninas que tem interesse em computação, obteve o maior número de para essa questão (Pouro.Lazer = ). E o grupo das meninas que não tem interesse em computação, teve o maior percentual de (Pouco.Lazer = ) Maioria.Homens Dificuldade.Emprego Fig. 9. Resposta à pergunta A maioria dos alunos de computação é do sexo masculino?. Em relação à questão A sua família gostaria que você fizesse um curso de Computação?, o resultado das respostas é apresentado na Fig. 1. E como pode ser notado, fica clara a importância da aprovação da família na escolha de um curso de Computação. Dentre as meninas que responderam que teriam interesse em fazer o curso de computação ( = ), a grande maioria tem a aprovação da família (Familia.Gostaria.Computacao = ). Fig. 11. Resultado à Pergunta É difícil encontrar emprego em computação depois de formado? Pouco.Lazer Familia.Gostaria.Computacao Fig. 1. Resultado à Pergunta A sua família gostaria que você fizesse vestibular para computação?. A próxima pergunta a ser analisada foi É difícil encontrar emprego em computação depois de formado?. A Fig. 11 apresenta o resultado para essa questão. Como é possível observar, as alunas que responderam ao questionário acham que não é difícil encontrar emprego na área de computação, o Difuldade.Emprego=Não teve o Fig. 12. Resultado à Pergunta Quem trabalha com computação tem pouco tempo para lazer?. A questão seguinte foi Trabalhar em computação dá prestígio?. A resposta a essa questão está ilustrada na Fig. 13. A maioria das meninas acha que SIM (Da.Prestigio =). O menor grupo de resposta sim para essa questão foi o das meninas que não tem interesse em computação, além de que, nesse grupo de meninas percentualmente teve-se um grande número de (Da.Prestigio = ). 46JAIIO - LAWCC - ISSN: Página 57

6 6 IEEE TRANSACTIONS ON JOURNAL NAME, MANUSCRIPT ID Fig. 13. Resultado à Pergunta Trabalhar em computação dá prestígio?. Em relação à questão Quem trabalha em computação ganha bem?, a Fig. 14 apresenta o número de respostas a essa questão. A maioria das meninas respondeu (Boa.Remuneracao = ). Porém, algo importante a ser identificado é a grande quantidade de respostas (Boa.Remuneracao = ) para todos os grupos de meninas. Especificamente, para o grupo de meninas que não tem interesse em computação, a resposta foi a que teve o maior resultado Fig. 14. Quem trabalha em computação ganha bem? Em relação à questão Um curso superior de computação usa pouca matemática?, a resposta é apresentada na Fig. 15. Como pode ser observado, todas as alunas sabem que o curso de Computação usa muita matemática, Pouca.Matematica=Não teve o maior número de respostas em todos os grupos Da.Prestigio Boa.Remuneracao Pouca.Matematica Fig. 15. Resultado à Pergunta Um curso superior de computação usa pouca matemática? 4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Diante da pesquisa feita, há alguns pontos importantes que devem ser analisados: As respostas das alunas do ensino fundamental, independendemente da questão, têm uma grande quantidade de respostas, o que pode nos levar a pensar que é melhor começarmos com atividades de computação ainda no ensino fundamental para incentivá-las a se interessarem pela área; A aprovação da família é um item muito importante na escolha de um curso superior. Para as meninas que consideraram Ciência da Computação como uma possibilidade de curso superior, ficou clara a significância deste ponto; A maioria das meninas acredita que os cursos de Computação têm mais meninos que meninas. Isso leva à reflexão de que esse fato pode constituir um obstáculo à escolha da formação e atuação profissional na área pelas meninas; A questão da falta de emprego em Computação não parece ser um aspecto importante em relação à escolha por cursos de computação, embora cerca de 3% das meninas (respondendo ) não tenham mostrado clareza sobre empregabilidade no mercado de trabalho em Computação; Em todas as questões do formulário, a presença do foi significativa, o que nos indica a necessidade de intensificar as ações de divulgação sobre a área da computação, desde a questão salário, eemprego até a questão do genêro nas áreas da computação. De maneira geral, estes resultados possibilitam insights sobre alguns fatores que influenciam a escolha feminina por um curso de Computação, e podem indicar uma direção nos esforços para tentar mitigar a diferença de participação de gêneros. Por exemplo, universidades podem incentivar atividades para divulgar a área de Computação que visem também a participação dos familiares, em contraste às atividades direcionadas exclusivamente aos alunos do ensino médio. Outra possibilidade é aumentar o contato com a área de Computação nas residências, talvez com o desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis, mais comuns nas residências que computadores, para despertar o interesse. Os resultados também podem ser considerados na elaboração de políticas públicas, visando a criação de mais centros de inclusão digital, dada a crescente necessidade deste tipo de mão de obra qualificada nesta área. 6 CONCLUSÃO 46JAIIO - LAWCC - ISSN: Página 58 Nos últimos anos, a área de Computação tem tido a participação de um número pequeno de profissionais

7 AUTHOR ET AL.: TITLE 7 mulheres, mostrando que as meninas não têm tido interesse em se formar e atuar na área. Neste contexto, pesquisas que tem como objetivo entender esse motivo são importantes para subsidiar ações para diminuir essa diferença entre meninos e meninas na computação no Brasil. Apesar da pesquisa ter sido realizada na Capital do Brasil, Distrito Federal, uma questão importante a ser destacada, é que a metodologia e os scripts R deste artigo podem ser aplicados em outros contextos. Isto é interessante pois, como pode ser observado, esse problema de gênero não é unicamente regional no Brasil, mas em vários outros países. Como próximo passos, pretende-se aplicar a pesquisa também para os meninos, para análise das diferenças; aplicar outras técnicas para descoberta de conhecimento; aplicar o formulário para as alunas que entraram no cursos de computação e comparar as respostas com o os resultados obtidos com as alunas do ensino médio com interesse em computação. REFERÊNCIAS [1] J. M. Cohoon, Recruiting and retaining women in undergraduate computing majors. ACM SIGCSE Bulletin - Women and Computing, USA, v. 34, n. 2, p , 22. [2] M. Holanda, A. Araujo, M. E. Walter. Meninas.comp: Computação também é coisa de Menina! Revista Participação. Pg [3] D. Gurer e T. Camp. An ACM-W literature review on women in computing. ACM SIGCSE Bulletin - Women and Computing, USA, v. 34, n. 2, p , 22. [4] M.M. Maria. Limites de gênero e presença feminina nos cursos superiores brasileiros do campo da computação. Cadernos Pagu, v. 46, p ISSN Disponível em: Acesso em: 3 julho 216. [5] N. Z. Khan e A. Luxton. Is computing for social good the solution to closing the gender gap in computer science? In: Australasian Computer Science Week Multiconference (ACSW 16), 216, Canberra. Proceedings of the Australasian Computer Science Week Multiconference. doi: / New York: ACM International Conference Proceedings Series. p. 17:1-17:5. [6] IEEE, WIE IEEE Women in Engineering, disponível em Acessado em: Feveriero de 217 [7] Girls Who Code, disponível em: acessado em: Fevereiro de 217. [8] CNPq no Edital 18/213 MCTI/CNPq/SPM-PR/Petrobras Meninas e Jovens Fazendo Ciência Exatas, Engenharias e Computação. [9] J. G. Stout1, V. A. Grunberg, Tiffany A. Ito. Gender Roles and Stereotypes about Science Careers Help Explain Women and Men s Science Pursuits. Sex Roles (216) 75: DOI 1.17/s [1] Z. Putnik, I. Stajner-Papuga, M. Ivanovi, Z. Budimac, Katerina Zdravkova. Gender related correlations of computer science students. Computers in Human Behavior 69 (217) 91e97. [11] S. Cheryan, V. C. Plaut, C. Handron, L. Hudson. The Stereotypical Computer Scientist: Gendered Media Representations as a Barrier to Inclusion for Women. Sex Roles (213) 69:58 71 DOI 1.17/s x. [12] E. Keinan, "A New Frontier: But for Whom? An Analysis of the Micro- Computer and Women s Declining Participation in Computer Science" (217). CMC Senior Teses Claremont Colleges. Disponível em Acesado em Fevereiro de 217. [13] V. A. Lagesen. The Strength of Numbers:Strategies to Include Women into Computer Science. Social Studies of Science 37/1 (February 27) SSS and SAGE Publications. ISSN DOI: / [14] M. Y. Vardi, What Can Be Done about Gender Diversity on Computing? A lot! OCTOBER (1). Communications of The ACM. [15] GHC Grace Hopper Cleebration of Women in Computing. Disponível em: Acessado em: Fevereiro de 217. [16] S. Viera. Análise de Variância (ANOVA). 1ª Edição. Editora Atlas S.A. São Paulo, 26. [17] F. Pimentel-Gomes. Curso de Estatística Experimental. 14ª Edição. Piracicaba, 2. [18] D. S. Moore, G.P. Mccabe, W.M. Duckworth, L.C. Alwan. The Practice of Business Statistics. Second Edition. W.H. Friedman and Company. New York, 29 [19] Instituo Unibanco Edital Gestão Escolar para Equiadae: Elas nas Exztas, 215. Disponível em: Acessado em 9 de Abril de 217 [2] Universidade de Brasilia, Departamento de Ciência da Computação. Projeto Meninas.comp: Computação também é coisa de Menina!. Diposnível em: Acessado em 9 de Abril de 217. First A. Author All biographies should be limited to one paragraph consisting of the following: sequentially ordered list of degrees, including years achieved; sequentially ordered places of employ concluding with current employment; association with any official journals or conferences; major professional and/or academic achievements, i.e., best paper awards, research grants, etc.; any publication information (number of papers and titles of books published); current research interests; association with any professional associations. Author membership information, e.g., is a member of the IEEE and the IEEE Computer Society, if applicable, is noted at the end of the biography. Second B. Author Jr. biography appears here. Third C. Author biography appears here. 46JAIIO - LAWCC - ISSN: Página 59